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Conversores CC-CC - 2015 - V - 1 - 1 PDF
Conversores CC-CC - 2015 - V - 1 - 1 PDF
Conversores CC/CC
Profs. Lourenço Matakas Jr./Wilson Komatsu
2° semestre/2015 – v 1.1
1. Introdução
– Conversores para tração elétrica que permitem que a tensão entregue ao motor CC tracionário
varie de zero ao valor da fonte de alimentação CC (linha aérea ou terceiro trilho), conforme
mostrado na figura 1.2.
- Conversores para fontes alternativas de energia que interligam geradores eólicos ou painéis
solares de baixa potência, que fornecem energia em CC com tensão variável, com sistemas CC
de tensão constante, como bancos de baterias ou conversores CC/CA para interligação à rede CA
convencional.
Uma característica desejável nestes conversores é a alta eficiência, ou seja, baixas perdas
de operação. Isto é conseguido pela operação das chaves eletrônicas (transistores de potência) em
modo chaveado, ou seja, cortado (desligado) e saturado (ligado). Desta forma as perdas de
operação da chave eletrônica são devidas às perdas de condução (quando ligado) e de
chaveamento (quando ligando ou desligando).
Nestas notas de aula as chaves eletrônicas são modeladas na maioria dos casos como
chaves ideais (impedância nula quando acionados e circuito aberto quando desligados). Esta
simplificação permite estudar os princípios de funcionamento adequadamente.
1 A fonte da figura 1.1 é chamada chaveada por causa da operação com bloco conversor CC/CC não ser em modo
linear, como nas fontes lineares, mas sim em modo chaveado.
PEA-2488 Eletrônica de Potência II - 2° semestre de 2015 - Notas de aula de Conversores CC/CC – v.1.1 – pág. 1
2. O Conversor Abaixador (“Buck converter”/”Step-down converter”)
A figura 2.1 mostra o circuito básico de um conversor abaixador alimentando uma carga
resistiva. A chave é acionada com o sinal lógico s(t) (s=0 (chave aberta) ou s=1 (chave
fechada)), apresentado na figura 2.1, resultando em uma tensão de carga v0(t) e uma corrente de
carga i0(t) mostrados na mesma figura. A chave permanece fechada por um tempo ton e desligada
por um intervalo toff, durante um tempo de chaveamento com período TS.
Fig. 2.1: Conversor CC/CC abaixador básico com com formas de onda.
ou seja, o valor médio da tensão na carga varia linearmente com o fator D, que é o ciclo de
trabalho ou “duty-cycle”.
Pode-se calcular a potência na carga pela definição, obtendo-se:
TS TS
1 1 v 0 t V d 2⋅t on V d 2
P 0= ∫ v0 t⋅i 0 t dt = ∫ v 0 t ⋅ dt= = ⋅D (2.3)
TS 0 TS 0 R R⋅T S R
A potência também varia linearmente com D. O rendimento energético é dado por
P0
= (2.4), onde Pd é a potência na entrada do conversor. Se as perdas no conversor forem
Pd
nulas, P0=Pd e η=1. Na prática Pd = (P0 + perdas), levando a η<1.
A maioria das cargas de interesse prático são indutivas. Um motor de corrente contínua
por exemplo pode ser adequadamente modelado pela associação série da sua resistência e
indutância de armadura (excitação independente) e de uma fonte de tensão representando a força
contra-eletromotriz. Um motor de corrente contínua pode ser alimentado por uma tensão pulsada
como a da figura 2.1, se o período TS da tensão for consideravelmente menor que o da constante
L/R do motor, pois nesta situação o motor “enxerga” praticamente o valor médio da tensão
pulsada e haverá uma ondulação de corrente do motor dentro de parâmetros aceitáveis.
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Fig. 2.2: Modelo da armadura de um motor CC com excitação independente.
Para as duas cargas acima a chave não pode ser aberta se a corrente que passa por ela não
for nula, pois isto causaria uma sobretensão no indutor ( v L=L⋅di L / dt ), que seria
imediatamente aplicada à chave, destruindo-a. Este problema pode ser resolvido com um diodo,
o diodo de retorno, conforme mostrado na figura 2.4, o que proporciona um caminho para a
corrente do indutor enquanto a chave estiver aberta. Na figura 2.4 ilustram-se os casos acima
discutidos, o do motor CC e o da fonte chaveada, mostrando-se que ambos podem ser
adequadamente modelados substituindo-se o indutor e demais elementos do filtro LC e da carga
por uma fonte de corrente. Esta hipótese é válida se a ondulação na corrente do indutor (iL) tiver
pequena amplitude, ou seja, se iL for praticamente constante. Isto se consegue aumentando-se o
valor de L ou da freqüência de chaveamento, conforme equacionado mais à frente.
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A operação do diodo de retorno (também chamado “free-wheeling diode”2) pode ser
entendida com o auxílio da figura 2.5. Se a chave estiver fechada (figura 2.5a) o diodo estará
reversamente polarizado, constituindo um bipolo com elevada impedância (praticamente um
circuito aberto). Tem-se neste caso v0(t)=Vd. Ao se abrir a chave, a fonte de corrente (corrente no
indutor) encontrará um caminho alternativo pelo diodo, polarizando-o diretamente. Neste caso
v0(t)=0, tal como no circuito básico da figura 2.1.
Fig. 2.6: Conversor. CC abaixador com filtro LC e formas de onda de tensão na entrada e saída
do filtro LC.
Objetivos:
- determinar o valor médio de v0(t)
- determinar a amplitude da ondulação de v0(t)
O circuito da figura 2.6 pode ser representado pelo circuito equivalente da figura 2.7 para
se calcular a tensão v0(t).
2 Como o diodo de retorno é chamado em inglês de “free-wheeling diode”, isto originou traduções exóticas em
português, como p.ex. “diodo de roda livre”. Também pode ser designado, menos usualmente, como “diodo de
continuidade de corrente”.
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Fig. 2.7: Circuito equivalente do conversor CC/CC.
O espectro da tensão sobre o diodo v0i(t) tem um componente V0i de freqüência nula, que
corresponde ao valor médio de v0i(t), e componentes de freqüências n.fS (onde fS = 1/TS =
freqüência de chaveamento) (vide figura 2.8).
Assim, o circuito da figura 2.7 pode ser redesenhado como na figura 2.9.
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1º resultado importante:
- O valor médio de v0(t) (V0) é igual ao de v0i(t) (V0i). O filtro LC preserva o valor médio da tensão
de entrada em sua saída3.
Pode-se calcular a tensão de saída para os demais harmônicos. A atenuação de tensão é
dada por (verificar esta fórmula como exercício):
v 0 1
=
v 0i L (2.5)
j 1− 2 LC
R
2º resultado importante:
∣ ∣
2
Conclusão: A freqüência de chaveamento S =2 f S (2.8) deve ser bem maior que a
freqüência de ressonância do filtro LC C =
1
LC
(2.9) para que se possa usufruir da
∣ ∣
v 0
v 0i
=
C
=
1
10
=
1
100
Neste modo de operação a corrente no indutor é sempre positiva (maior que zero). Faz-se
a análise, neste ítem, a partir dos valores instantâneos dos correntes e tensões. Formas de onda
típicas são mostrados nas figuras 2.11a, 2.11b e 2.11c.
Período ton:
- chave fechada
- diodo aberto
- i d =i L
- idiodo =0 [ A]
- v 0i=V d
3 Este resultado é válido se houver continuidade de corrente pelo indutor L, conforme situação da figura 2.10.
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Período toff:
- chave aberta
- diodo fechado
- id =0
- i diodo =i L
- v 0i =0[ V ]
- potência de saída do conversor (admitindo-se tensão de saída sem ondulação): P 0=V 0⋅I 0
TS TS
1 1
- potência de entrada do conversor: Pd= ∫
TS 0
v d t ⋅i d t dt=V d⋅ ∫ i d t dt=V d⋅I d
TS 0
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V0 Id
- para conversor sem perdas (η=1): P 0=P d , logo V 0⋅I 0 =V d⋅I d ⇒
= =D (2.10)
V d I0
(vide equação 2.1). Tem-se um “transformador de corrente contínua” com relação de
transformação “D”.
Fig. 2.12: Formas de onda do conversor abaixador, com descontinuidade de corrente no indutor
L.
Durante o período tY a corrente no indutor iL é nula, ocasião que o diodo e o transistor
(chave) estarão abertos. O circuito assume a topologia da figura 2.13:
Fig. 2.13: Operação do conversor abaixador durante tY (corrente nula no indutor L).
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Note-se que na figura 2.11a (no regime de condução contínua), v 0i=0 durante todo o
período toff, mas isto ocorre somente no período tX do regime de descontinuidade de corrente, pois
durante o período tY, v 0i =V 0 (figura 2.13). Assim, o valor médio de v 0i aumenta para um
determinado valor de D, não mais valendo a expressão V 0i =D⋅V d (fica como exercício
determinar a a nova expressão para V 0= f V d , D , t Y , t X ).
Como visto anteriormente, o ganho do filtro LC para frequência nula vale “1” (é unitário),
ou seja V 0i=V 0 .
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3. O Conversor Elevador (“Boost converter”)
Aplicação: fontes com tensão de saída positiva e valor médio maior que o valor médio da
tensão de entrada.
d iL V L V d
- v L=V d >0 → = = >0
dt L L
- v 0i=0
- v 0 t decrescente
(a)
Período toff:(chave aberta):
di L
- v L=(V d −V 0 )<0 → <0
dt
- v 0i=V 0
- v 0 t crescente
(b)
Fig. 3.2: Modos de operação do conversor elevador, com continuidade de corrente em L.
Como o conversor é do tipo elevador, admite-se que a tensão de saida e maior que a de
entrada, logo V 0V d (valores médios).
Com a chave ligada (figura 3.2a), a tensão no indutor passa a v L =V d , produzindo
uma corrente i L t =id t crescente (derivada positiva). O diodo fica reversamente polarizado
(figura 3.2a), e portanto não conduz. Neste período, a carga R é alimentada exclusivamente pelo
capacitor C, fazendo com que v C t =v 0 t seja decrescente. A tensão na chave
v CH t =v0i t é nula.
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Com a chave aberta (figura 3.2b), a necessidade da continuidade de corrente no indutor L
faz com que o diodo entre em condução. Como V 0V d , a tensão no indutor
v L t =V d −v 0 t é negativa, impondo uma corrente i L t =id t decrescente segundo
d iL v d t−v 0 t
dt
=
L
0 . A tensão na chave possa a ser v 0i t =v 0 t .
Fig. 3.3: Formas de onda para o conversor elevador (regime de continuidade de corrente no
indutor L).
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- logo: A1 A 2=V d t on V d −V 0 t off =V d D T S V d −V 0 ⋅1−D⋅T S =0 ;
- reagrupando:
V d D T S V d T S −V d D T S −V 0 T S V 0 D T S =0 ⇒ V d −V 0 1−D=0 ;
Vd
- Chega-se a V 0= (3.1)
1−D
Vd
Mas, na prática, observa-se a curva = f D indicada em tracejado na figura 3.4,
V0
devido aos parâmetros parasitas, não considerados nesta análise.
Fig. 3.4: Tensão V 0 /V d em função do ciclo de trabalho D para o conversor elevador (casos
ideal e real).
Além dos dois estados mostrados na figura 3.2, se i L t =0 , tem-se o terceiro modo de
operação mostrado da figura 3.5, quando a chave e o diodo estão simultaneamente abertos.
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As formas de onda passam a ser:
Como em regime permanente a tensão média do indutor deve ser nula, ou, a área acima
do eixo horizontal deve ser igual à abaixo do eixo, tem-se:
V d D
V d t on V d −V 0 t X =0 ⇒ V d⋅D T S V d −V 0 ⋅ T S =0 ⇒ V 0= ⇒
V 0=V d D 1 3.2
Assim, para:
1
D= ⇒ V 0=2Vd
2
(em regime de continuidade de corrente)
1 V d 0,50,3 0,8
D= e =0,3 ⇒ V 0 desc = =V d⋅ ⇒ V 0 descV 0=2 V d
2 0,3 0,3
(em descontinuidade de corrente)
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4. O Conversor Elevador-Abaixador (“Buck-Boost”)
Aplicação: fontes com tensão de saída negativa e tensão de saída com valor médio maior
ou menor (em módulo) que o valor médio da tensão de entrada.
Podem ser analisados dois circuitos diferentes, correspondentes aos dois estados de
chave. A figura 4.2 apresenta estes circuitos, supondo-se que se está em regime permanente (ou
seja, os valores médios de correntes e tensões nos componentes não estão se alterando a cada
período TS) e apresentando as condições de correntes e tensões em alguns componentes.
– i diodo=i L
– v L =V 0
t
– iL t =i L T 0 1 ∫ v o d é decrescente
Lt 0
Com as condições expostas na figura 4.2, podem-se obter as formas de onda típicas deste
conversor para o modo de operação com continuidade na corrente do indutor L, mostradas na
figura 4.3.
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Fig. 4.3: Formas de onda para o conversor elevador-abaixador, em continuidade de corrente no
indutor L.
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5. O Conversor Isolado Tipo “Forward”
Fig. 5.1: Fonte chaveada implementada com conversor abaixador, sem isolação elétrica entre
entrada e saída.
a) A ausência de isolação elétrica faz com que a fase F e o neutro N sejam conectados
alternadamente ao terminal negativo na saída da fonte, impedindo sua conexão ao terra;
b) Outro problema é a grande diferença entre as tensões de entrada e de saída, impondo
t on 5
=D= =0,0333... , ou seja, valores de ton muito pequenos, de difícil obtenção.
TS 150
Os dois problemas acima poderiam ser solucionados com a inserção de um transformador ao
conversor “buck” original.
N2
Neste caso a tensão de saída seria: V 0= ⋅V ⋅D (5.1)
N1 d
O circuito da figura 5.2 é inviável pois:
a) Sendo o transformador um circuito indutivo, não se pode interromper sua corrente com a
abertura da chave;
b) É preciso prover meios de desmagnetizar o núcleo do trafo (pois ele é alimentado com
tensão de valor médio não nulo no primário).
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Fig. 5.3: Circuito com enrolamento desmagnetizante no transformador (conversor “forward”)
a) Chave ligada
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b) chave desligada com 0, I mag 0
Fig. 5.4b: Circuito do conversor “forward” com a chave desligada e fluxo não nulo.
Fig. 5.4c: Circuito do conversor “forward” com a chave desligada e fluxo nulo.
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Formas de onda típicas são mostradas na figura 5.5.
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5.1 Determinação da tensão média de saída V 0
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capacitor de saída C seja suficientemente grande para se admitir tensão de saída praticamente
constante ( v 0 =0 ) e igual a V 0 :
N
V d 2 −V 0 ⋅ − V 0 T S −=0
N1 N2 t on
⇒ V 0=V d D com D= = (5.2)
D 2 conduz D2 bloqueado N1 Ts Ts
D 3 bloqueado D 3 conduz
Note-se que o filtro LC (figura 5.6) está funcionando com continuidade de corrente em L,
conforme se verifica nas formas de onda da figura 5.7. Isso garante que o valor médio de tensão
no diodo D3 seja igual ao médio de saída ( V d3 =V 0 ).
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magnetização impõe uma força contra-eletromotriz que polariza D d e descarrega o núcleo.
No circuito (a) da figura 5.8, a tensão imposta em N 1 é somente a queda de tensão em Dd ,
o que torna mais longo o tempo necessário para a descarga do núcleo. No circuito (b) a presença
do resistor Rd diminui este tempo e torna a descarga exponencial (com constante de tempo
descarga =R d / Lmag (5.6) mais a queda de tensão constante em Dd ). No circuito (c) a
descarga se dá com tensão constante dada pela soma das tensões de Dd e do diodo zener. Em
todos os casos há dissipação da energia de magnetização, diferente do circuito usando terciário,
quando uma parte da energia de magnetização retorna à fonte V d .
Fig. 5.8: Formas alternativas de se desmagnetizar o núcleo do conversor “forward”: (a) com
diodo D d ; (b) com diodo Dd e resistor Rd ; (c) com diodo Dd e diodo
zener.
Exemplo 1: Calcular o máximo ciclo de trabalho Dmax de uma fonte “forward”, em função da
relação de transformação N 3 / N 1 .
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está aberta e o núcleo desmagnetizado (condição da figura 5.4c). Logo, de (5.10):
T S T S − max N 3 N 1
= = Dmax ⇒ 1−D max = 3 Dmax ⇒ D max =
TS TS N1 N1 N (5.11)
1 3
N1
• Conclusões importantes:
• o máximo ciclo de trabalho Dmax depende idealmente somente da relação N 3 / N 1 ;
• para o caso prático N 1= N 3 tem-se D max =1/ 2 .
Solução 1:
• por inspeção das figuras 54.b e 5.5, tem-se a máxima tensão na chave CH:
N N
• V CH max =V d V d 1 =V d 1 1 (5.12)
N3 N3
1
D max = N 3 1−Dmax
• Como já foi determinado que N 3 (5.11), deduz-se que = ;
1 N1 Dmax
N1
D max
• Logo V CH max =V d 1
1−Dmax
⇒ V CH max =V d
1
1−D max (5.13)
Solução 2:
V d⋅
• Corrente de magnetização de pico no primário (equação 5.6): I mag pico1 =
L mag 1
N1
• Corrente de magnetização de pico no terciário (equação 5.7): I mag pico3 = I
N 3 mag pico 1
2
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6. O Conversor Isolado Tipo “Fly-Back”
Outro circuito de conversor CC/CC isolado muito usado é o conversor tipo “fly-back”
(vide figura 6.1).
Fig. 6.1: Conversor CC/CC isolado tipo “fly-back”. Reparar nas marcas de polaridade do
transformador.
Como feito anteriormente, a análise pode ser realizada através dos diversos subcircuitos,
com a chave CH ligada e desligada. Serão analisados dois casos, o modo descontínuo (quando
toda a energia do transformador é removida a cada ciclo de operação) e o modo contínuo
(quando sempre há energia no transformador).
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b) Chave aberta, φ >0 , decrescente
• A energia armazenada no transformador foi toda consumida pelo secundário, ou seja o fluxo
do núcleo é nulo =0 (transformador totalmente descarregado);
• A carga é alimentada somente pelo capacitor C;
• Tensões: v 1=v 2=0 .
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Fig. 6.3: Formas de onda típicas do conversor “fly-back” com descontinuidade de fluxo.
O fluxo magnético ao final do período com chave fechada é igual ao do início do período
com chave aberta:
• Chave fechada: ;
Δ φ=V d τ
N2
ΔT S
• Chave aberta: Δ φ=V 0 ;
N2
Logo,
TS N
∣ ∣=V d =V 0 ⇒ V 0= 2 V (6.1)
N1 N2 N1 T S d
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6.1.2 Determinação das potências médias de entrada e saída no limite da descontinuidade
de fluxo
onde:
L1 é a indutância de magnetização vista pelo primário;
V e=V d tensão média de entrada;
I P valor médio da corrente do primário (e I P =I d corrente média da fonte ).
Potência de saída:
TS
1 Vd N2 max Vd N 1 T S − max V 2d 2max
P 0= ∫ v0 t i 0 t dt= ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ max⋅ ⋅T S =
TS 0 T S N 1 T S − max L1 N2 2T S 2 L1 T S
V 2d 2max
Logo, P d =P 0= (6.2)
2 L1T S
V d τ V o (T−τ ) V o (1−D)T S N D
= = =0⇒ V o =V d ⋅ 2 ⋅ (6.3)
N1 N2 N2 N 1 1−D
V o Io N2 D
I d =I P = = ⋅ ⋅I (6.4)
Vd N 1 1−D o
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Fig. 6.4: Formas de onda típicas do conversor “fly-back”, com continuidade de fluxo no
transformador.
T (1−D)T S
I Pmax−I Pmin=V S ⋅ S (6.5) I Smax−I Smin=V o ⋅ (6.6)
L1 L2
N 2 ⋅I o V ⋅D ⋅T S I o V o ⋅(1−D) ⋅T S
I Pmax = + o (6.7) I Smax = + (6.8)
N 1 ⋅(1−D) 2 ⋅L1 1−D 2 ⋅L 2
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7. O Conversor CC/CC Isolado Tipo “Push-Pull”
Os conversores “forward” e “fly-back” possuem somente uma chave, que deve manipular
toda a potência da fonte. A fim de se diminuir a solicitação das chaves e/ou aumentar a potência
de saída, duas chaves podem ser usadas.
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O circuito não necessita de enrolamento auxiliar de desmagnetização como o conversor
“forward”, porque o transformador é submetido, em um ciclo, a uma tensão V d seguida de
−V d , impondo uma variação de fluxo magnético com média nula.
Na prática deve-se impor um intervalo de tempo em que nem Q a nem Q b conduzam,
a fim de se evitar condução simultânea de ambas as chaves. Este intervalo T B é o tempo morto
(“blanking time” ou “dead time”).
O secundário tem retificação em um caminho, com o enrolamento do transformador com
derivação central (“center tap”). Isto evita na prática duas quedas de tensão direta nos diodos, o
que ocorreria em uma retificação de dois caminhos (usando-se um retificador em ponte). Deve
ser lembrado que para baixas tensões nominais de saída a queda de tensão em um diodo é
significativa.
A figura 7.2 mostra formas de onda típicas. A chave Q a conduz durante o intervalo
a . Neste intervalo a corrente pelo indutor L ( i L ) passa pelo diodo D2 . Durante o
tempo morto T B ambas as chaves estão bloqueadas e a corrente do indutor L divide-se
igualmente pelos diodos D 1 e D2 , que conduzem simultaneamente. Logo, neste intervalo
T B a derivada da corrente em cada diodo é a metade da derivada no indutor. A figura 7.3
ilustra o processo.
Fig. 7.3: Divisão de correntes nos diodos durante o intervalo T B (tempo morto).
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8. O Conversor CC/CC Isolado Tipo “Half-Bridge”
Fig. 8.2: Funcionamento do conversor “half-bridge” com o acionamento seqüencial das chaves
Q a (a) e Q b (b).
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eletrônica Q a , ligada ao terminal positivo de V d . Note-se na figura 8.3 que o potencial do
emissor/fonte de Q a varia entre zero e V d .
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9. O Conversor CC/CC Isolado Tipo “Full-Bridge”
O conversor “full-bridge” (ponte completa) pode ser usado para potências maiores que o
“push-pull” e o “half-bridge” pelo fato de as correntes médias pelas chaves serem a metade do
daqueles conversores (verificar!).
As formas de onda do secundário são as da figura 7.2, e a tensão média na saída é dada pela
equação 9.1.
N
V 0=2V d 2 D , 0D1/2 (9.1)
N1
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10. Escolha do conversor CC/CC isolado
A figura 10.1 mostra qual topologia pode ser adotada para um conversor CC/CC, em função
da tensão CC de entrada V d e da potência média de saída P 0 .Esta figura foi retirada de:
BROWN, M. Practical Switching Power Supply Design, Academic Press, 1990. É admitida em
sua elaboração uma corrente de pico de 20 A para os transistores. Note-se que para tensões de
entrada V d abaixo de 10 V há uma dificuldade na escolha do conversor devido à baixa tensão
de entrada. De modo geral, pode-se dividir os conversores por faixas de potência de saída P 0 :
- “fly-back”: P 0150 W
- “half-bridge”: 100 P0 400 W
- “push-pull”: P 0150 W
- “full-bridge”: P 0400 W
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11. Adendo a Conversores CC/CC
Fig 11.2: Formas de onda de tensão sobre o diodo de retorno Dr e corrente no indutor L.
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V d −V 0 V
∣ I ∣= ⋅= 0 T S − (11.1)
L L
Q
A ondulação de tensão no capacitor é dado pela definição: V C= , onde Q é
C
a variação de carga elétrica no capacitor. Ou seja, uma variação Q de carga provoca uma
variação V C no capacitor (ver gráficos da figura 11.3). Logo:
1 IC TS
⋅ ⋅ 1
Q 2 2 2 I (11.2), com f S=
V C= = ⇒ VC= TS
C C 8 f SC
Neste exemplo, a chave eletrônica (transistor) é controlada por histerese, conforme figura
11.4.
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de saída que anula o erro, o que é detectado pelo controle, que desliga a chave. Note-se que a
freqüência de funcionamento é fortemente dependente da característica de absorção de corrente
pela carga (quanto maior a corrente drenada pela carga, maior a freqüência com que a chave liga
e desliga).
Neste exemplo o circuito é implementado com um transistor bipolar PNP como chave
eletrônica e o controlador é um integrado regulador da família 78##.
Fig. 11.5: Implementação de um conversor CC/CC “buck” com transistor bipolar PNP e
integrado regulador da família 78## como controlador.
O funcionamento do circuito da figura 11.5 deve ser descrito pelas duas condições de
operação, chave Q ligada e desligada.
- Chave Q ligada:
V 0=V d
R2
R 1R2
V reg (11.3)
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A chave Q fica ligada até que a tensão de saída suba a um valor que diminua a corrente
drenada pelo integrado 78## em sua entrada (base do transistor Q), bloqueando Q.
- Chave Q desligada:
Como a corrente pelo indutor L não pode ser interrompida, ela se fecha pelo diodo Dr, o
que curto-circuita o divisor R1 R 2 . Com isso a tensão sobre o resistor R2 é nula, logo a
tensão de saída é V 0=V reg (11.5), a própria tensão de saída do regulador integrado, suposta
constante.
Em resumo:
V d⋅R2
- Chave Q ligada: V 0= V REG R2 ≪ R1 (11.4)
R1
- Chave Q desligada: V 0=V reg (11.5)
R2
Logo, a tensão de saída sofre uma variação V 0=V d (11.6)
R1
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11.2.3 Resolução com comentários
A equação (11.8) considera que o máximo tempo com Q ligado ( max ) ocorre com a
mínima tensão de entrada ( V d min ) e que o mínimo tempo com Q ligado ( min ) ocorre com a
máxima tensão de entrada ( V d max ). Isolando-se min :
V −V 0 15−5
min = d min ⋅ max (11.9), e se obtém min = ⋅16,6 =8,77 [ s ]
V d max −V 0 24−5
A freqüência de operação máxima ocorre com mínimo τ ( min ). Note-se que neste caso
a tensão de entrada é necessariamente a máxima ( V d max ) no denominador (ou seja, não se
deve usar min com V d min para simplesmente se obter o mínimo matemático, pois não teria
sentido físico de acordo com o funcionamento do circuito).
V0 5
f S max = (11.10), logo f S max = =23,75[ kHz]
V d max min 24⋅8,77
O indutor L pode ser calculado na situação com V d max e min ou V d min e max :
V −V 0 V −V 0
L= d max ⋅ min = d min ⋅max (11.11)
I I
24−5 15−5
logo L= ⋅8,77 = ⋅16,6 =83[ H ]
2 2
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tensão do terminal comum do regulador “flutuando” muito acima da terra (vide figura 11.6, que
mostra que com a chave Q ligada a tensão de saída é a soma da tensão de saída do regulador mais
a queda em R2 ). Escolhendo-se R2=5[ ] , resulta em R1=1200 [] .
Fig. 11.9: Tensão na entrada do integrado regulador de tensão, com transistor Q conduzindo.
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Com a chave Q aberta, o circuito fica como na figura 11.10.
Da figura 11.10, V in =V d −V RE (11.14). A corrente quiescente máxima do integrado
7805 chega a I Q=9,5 [mA] , então a equação que determina o valor de Re pode ser
determinada:
V −V in
V in =V D −V Re =V d −R e⋅I Re =V d −Re⋅I Q ⇒ Re = d (11.15)
IQ
Fig. 11.10: Tensão na entrada do integrado regulador de tensão, com transistor Q bloqueado.
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O transistor apresenta perdas na condução e no chaveamento, visto que não liga e desliga
instantaneamente, apresentando tensão e corrente simultâneas no chaveamento, conforme pode
ser visto na figura 11.11.
O diodo apresenta perdas que podem ser formuladas da mesma maneira que no transistor,
mas as perdas de condução ocorrem no período T S − , complementar a :
T −τ t
(
P Dr =V Dr⋅I 0 S
TS ) ( +t
)
+V d⋅I 0⋅ rise diodo fall diodo (11.17)
2T S
Usualmente as perdas de chaveamento do diodo podem ser desprezadas se empregado um
diodo rápido.
As perdas do indutor separam-se em perdas ohmicas no enrolamento e perdas no material
2
magnético (núcleo de ferrite): P L =R L⋅I eficaz L P ferrite (11.18)
Lembrando-se que se a ondulação de corrente pelo indutor for aproximada por uma onda
triangular: I eficaz L = I 2
I 2L
12
(11.19)
(fim da apostila)
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