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PROPOSTA DE PRODUÇÃO 1

5 RAZÕES POR TRÁS DA CRISE DE SEGURANÇA PÚBLICA


NO BRASIL
12 fevereiro 2017

A paralisação da Polícia Militar no Espírito Santo nos últimos dias voltou


a colocar em evidência a crescente crise de segurança pública do Brasil.
Desde o último sábado, várias cidades no Estado, incluindo a capital Vitória,
viraram palco de um alto número de assassinatos, furtos, tiroteios e arrastões,
com mais de 120 mortes.
A paralisação começou com um protesto de mulheres de policiais militares que
se posicionaram diante das portas dos batalhões para impedir a saída das
viaturas. Elas reivindicam reajuste salarial e melhoria das condições de
trabalho.
 O preço da violência: quanto os brasileiros pagam por não viverem em
paz?
 Como protesto iniciado por oito mulheres paralisa a PM do Espírito
Santo há três dias
A crise no Espírito Santo acontece pouco depois de rebeliões que terminaram
em massacres em presídos nas regiões Norte e Nordeste e após ameaças de
greve e paralisações de polícias em outros Estados do Brasil, no que
especialistas consultados pela BBC Brasil chamaram de "uma mesma crise da
arquitetura institucional que organiza a segurança pública brasileira".
Eles elencaram os principais fatores por trás do problema:
1. Limbo sócio-jurídico
Para começar, há um vácuo jurídico acerca do tema segurança pública, avalia
Renato Sérgio de Lima, diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança
Pública.
"Nossa Constituição não diz o que é segurança pública, nenhuma lei diz que
segurança pública é proteger a população ou investigar criminoso, só diz por
quem a segurança vai ser exercida", disse ele à BBC Brasil.
"Então segurança é um conceito que ganha significado no dia a dia da prática
policial. Se olharmos para a história das instituições policiais hoje, muitas estão
reguladas por outro conceito de segurança, que é a manutenção de um modelo
de ordem pública, de uma situação em que o Brasil tem um inimigo interno. A
lógica é que o tráfico é o inimigo a ser combatido e deixamos de lado uma série
de problemas ligados à preservação da vida", explica.
Para Lima, um bom conceito de segurança pública seria prevenção,
investigação e punição de responsáveis por atos de violência e criminalidade e
administração de conflitos para garantir direitos básicos da população para que
ela possa exercer outros direitos da cidadania, como sair de casa, ir ao médico
e trabalhar.
2. Precariedade do sistema penitenciário
As rebeliões em várias unidades prisionais do Brasil nas primeiras semanas de
2017 que provocaram mais de 130 mortes evidenciaram a precariedade do
sistema penitenciário.
Atualmente o Brasil possui a quarta maior população carcerária do mundo, com
622 mil detentos e apenas 371 mil vagas, de acordo com o Ministério da
Justiça. De 2000 para cá, a população carcerária mais que dobrou de tamanho.
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internet
"O problema de fundo é que o Brasil encarcera muito e encarcera mal. O país
adotou uma política de guerra às drogas, qualquer um que é pego com drogas
é preso. Se o menino entra um contraventor, vai para a universidade do crime.
Não é pelo encarceramento que se causa melhoria da segurança", disse à BBC
Julio Jacobo Waiselfisz, sociólogo, autor do Mapa da Violência e coordenador
de estudos sobre Segurança Pública da Faculdade Latino-Americana de
Ciências Sociais (Flacso).
E ainda há o problema da guerra entre facções criminosas dentro das prisões.
"Todos sabem que há facções dentro das prisões, facções violentas que
dominam o sistema carcerário. Estamos de crises em crises que podemos
chamar de anunciadas e para cada período desses o governo cria um plano
que nunca se concretiza", diz Waiselfisz.
3. Reformas que não saem do papel
Este é outro problema apontado por ambos os especialistas em segurança
pública.
"O plano nacional de segurança pública de hoje é (semelhante ao) de 2002,
então temos uma série de reformas que se discutem mas não foram
concretizadas até hoje, como reforma do código penal, desmilitarização da
polícia, mais recursos para políticas públicas", explica Waiselfisz.
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solteiros
Para Lima, esse problema está ligado a uma desconexão de instituições que
compõem o sistema de segurança pública.
"Como não há uma clareza sobre o que é segurança pública, quem dá sentido
a isso são as instituições, em especial a polícia, mas também tribunais,
delegacias, Ministério Público. Cada uma faz um pedaço em uma profunda
desconexão tanto administrativa quanto republicana, envolvendo judiciário com
executivo e defensoria", diz.
"Nesse quadro de baixíssima eficácia institucional, que afeta a resolução do
que poderíamos pensar como segurança pública, ninguém se sente dono do
problema, fica um jogo político de empurra com uma baixíssima governância
da vida pública", afirma.
4. Falta de investigação
O estudo "Diagnóstico da Investigação de Homicídios no Brasil", realizado pelo
Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e divulgado em 2012,
apontou que a média nacional de resolução de homicídios é de apenas de 5%.
No Reino Unido, esse número é de 93%.
"Não temos pesquisas, não temos polícia técnica judiciária e sofremos com um
deficit impressionante de investigação e ocorrência. As polícias não prestam
contas e têm dificuldade de construir uma relação de confiança com a
população", afirma Waiselfisz.
Segundo o sociólogo, a ineficiência da polícia em termos de investigação está
ligada a outro fator que explica a crise de segurança pública, que é a falta de
recursos.
5. Recursos
Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2016, o Brasil gasta
1,5% do PIB em segurança pública, um pouco menos dos gastos da França na
área (1,7% do PIB). "Precisamos de muito mais dinheiro", afirma.
Outro problema é a forma como esse valor é repassado.
"Os mecanismos de finanças precisam ser revisados. Atualmente esse dinheiro
é repassado por convênios, mas o custo do repasse é caro porque passa por
impasses burocráticos. A segurança precisa de dinheiro constante e
planejamento, o comandante precisa saber quanto dinheiro vai receber a cada
ano para pensar em um plano de trabalho. Isso não acontece hoje", explica o
especialista.
(http://www.bbc.com/portuguese/brasil-38909715)

Com base nos textos motivadores, bem como no seu conhecimento, produza
um texto dissertativo-argumentativo, na modalidade norma-padrão culta, sobre
a crise na segurança pública.
PROPOSTA DE PRODUÇÃO 2
Texto I

“[…] de acordo com os indicadores da época, os anos em que a


população podia se armar para teoricamente ‘fazer frente à
bandidagem’ não foram de paz absoluta, mas de crescente
violência, segundo dados do Ministério da Saúde e do Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada. De 1980 até 2003, as taxas de
homicídios subiram em ritmo alarmante, com alta de
aproximadamente 8% ao ano. A situação era tão crítica que, em
1996, o bairro Jardim Ângela, em São Paulo, foi considerado pela
ONU como o mais violento do mundo, superando em violência até
mesmo a guerra civil da antiga Iugoslávia, que à época estava a
todo o vapor. Em 1983 o Brasil tinha 14 homicídios por 100.000
habitantes. Vinte anos depois este número mais do que dobrou:
alcançando 36,1 assassinatos para cada 100.000. Para conter o
avanço das mortes foi sancionado, em 2003, o Estatuto do
Desarmamento, que restringiu drasticamente a posse e o acesso a
armas no país e salvou mais de 160.000 vidas, segundo estudos.
Atualmente a taxa está em 29,9 o que pressupõe que o
desarmamento não reduziu drasticamente os homicídios mas
estancou seu crescimento.”
Fonte:
https://brasil.elpais.com/brasil/2017/10/25/politica/1508939191_181548.html

Texto II
[…]
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/01/1948660-maioria-no-pais-segue-
contraria-a-ampliacao-do-porte-de-armas-legal.shtml

Texto III

“[…] A perversão é total. Note-se que a liberdade de escolha e o direito à


autodefesa são pilares de uma sociedade livre e democrática. Não se trata
de nenhum direito de matar, mas do direito de conservação da própria vida.
Os que advogam pelo desarmamento dos cidadãos almejam que o cidadão
fique completamente desguarnecido diante de criminosos que invadem suas
residências. Os cidadãos não escolhem seus representantes para que estes
suprimam sua liberdade de escolha. Posso perfeitamente pretender não ter
nenhuma arma, mas isso não significa que o meu direito deva ser abolido.

A situação é tanto mais esdrúxula porque nada é feito no que diz respeito
ao verdadeiro combate à criminalidade. Os bandidos continuam a ter livre
acesso às armas de fogo. O mercado negro os supre muito bem. Por uma
absurda inversão, o problema passa a ser dos cidadãos, os que pagam
impostos e deveriam ser protegidos contra qualquer violência. O Estado não
consegue coibir a violência, seu dever primeiro, e nega a seus membros que
o façam, negando-lhes qualquer direito a respeito. O cidadão fica à mercê dos
criminosos. Pior ainda, os criminosos são ainda tratados com a máxima
consideração pelos ditos representantes dos direitos humanos, enquanto suas
vítimas são relegadas ao esquecimento. […]”

Fonte: https://epoca.globo.com/ideias/noticia/2015/04/devemos-liberar-armas-sim.html

Texto IV
Fonte: http://www.tribunadainternet.com.br/ter-em-casa-uma-arma-de-fogo-para-defender-a-

familia-e-um-direito-do-cidadao/

Com base nos textos motivadores e no seu conhecimento, produza um


texto dissertativo-argumentativo tendo como tema: O porte de armas no
Brasil.
PROPOSTA DE PRODUÇÃO 3

TEXTO 1

CFOBM-DF – Idecan – 2017

Manifestantes tentam furar bloqueio de segurança e entram em confronto


com a PM O clima é de guerra na Esplanada dos Ministérios. Munidos de
máscaras e mochilas, um grupo de manifestantes deixou a concentração
no Museu da República, por volta das 17h desta terça-feira (13/12), e
desceu rumo ao cordão de isolamento montado pela Polícia Militar em
frente à Catedral. Há confronto entre manifestantes e os policiais. As
pessoas que desceram em direção ao museu iniciaram um
enfrentamento contra os PMs, que reagiram com gás de pimenta e
cassetetes. Os manifestantes recuaram e começaram a voltar para o
Museu da República por volta das 17h23, mas bombas são lançadas dos
dois lados. A tropa de choque da PM avançou contra os manifestantes
para que eles se afastem do cordão de isolamento. Há pelo menos um
policial militar ferido no rosto. De acordo com a corporação, são cerca de
2 mil pessoas na Esplanada.

(Disponível em: http://www.bombeirosdf.com.br/2016/12/manifestantes-tentam-furar-


bloqueio-de.html.)

O princípio da dignidade da pessoa humana, enquanto fundamento


basilar do Estado Democrático de Direito, deve ser utilizado pelo poder
público como parâmetro na resolução de conflitos estabelecidos entre os
direitos fundamentais à intimidade e à segurança pública, de modo a
preservar a integridade física e moral do indivíduo. Tal conduta afasta da
legitimidade estatal a prática da busca e apreensão pessoal, violadora do
direito individual à intimidade pessoal. (Bruna Borgmann. A proteção do
direito à intimidade no contexto Jurídico Nacional.

(Disponível

em: https://www.revistas.unijui.edu.br/index.php/revistadireitoemdebate/article/…/396.)

Protesto x Vandalismo

O Brasil está dando uma verdadeira lição de democracia e liberdade de


expressão, para os quatro cantos do mundo. Empunhando cartazes onde
estavam estampadas as suas revoltas; indignações e reinvindicações.
Grande quantidade de pessoas por todo País foram às ruas
demonstrando cada uma, de sua forma os seus sentimentos pelo
momento político que passa a nossa sociedade, seja relacionado à falta
de segurança, ou contra a corrupção sem punição dentre outras
reinvindicações. A maioria esmagadora fez o seu protesto de forma
pacífica e ordeira. […] Mas infelizmente pessoas de pensamentos e
atitudes reprováveis dentro de uma sociedade, motivadas pelo senso de
ignorância e destruição, e que não possuem objetivo de crescimento de
qualidade nenhuma, nem de forma pessoal, nem como membro de uma
sociedade civilizada, usa de má índole para praticar ações de
vandalismo, destruindo prédios públicos depredando ônibus e causando
os mais diversos prejuízos, seja com relação às entidades públicas ou
privadas, procurando de forma maldosa e sem caráter, desviar o sentido
principal da grande maioria dos presentes, que é levar as autoridades as
suas reivindicações.

Com base nos textos motivadores, escreva um texto dissertativo-


argumentativo tendo como tema:

“Manifestações populares e segurança nacional: os limites para a


preservação da integridade física e moral”.

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