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A administração direta é o conjunto de órgãos que integram os órgãos federativos, aos quais
foi distribuída a competência para o exercício, de forma centralizada as atividades
administrativas do Estado. Em outras palavras, significa que “a Administração publica é, ao
mesmo tempo, a titular e executora do serviço publico”.
A atividade centralizada é aquela exercida pelo estado diretamente. Quando se fala em Estado
aqui, estão sendo consideradas as diversas pessoas politicas que compõe nosso sistema
federativo – a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. Tais pessoas exercem por
elas mesmas diversas atividades internas externas para concretizar tal função, valem-se elas
de seus inúmeros órgãos internos, que, constituem os compartimentos ou células integrantes
daquelas pessoas, dotados de competência própria e especifica para melhor distribuição do
trabalho e constituídos por servidores públicos, que representam o elemento humano do
órgão.
Podemos fixar a orientação de que, quando o estado executa tarefas através de seus órgãos
internos, estamos diante da administração direta estatal no desempenho de suas atividades
centralizadas.
Há certas funções centralizadas que por sua relevância merecem referencia constitucional. O
art. 37, XXII da CF, com redação da EC 42/2003 (reforma tributaria), considerou a
administração tributaria dos entes federativos como atividades essências ao funcionamento
do estado, devendo ser exercidas por servidores de cargos específicos. A essa função
destinados recursos prioritários, exigindo-se que seja integrada a atuação dos entes
federativos, como transmissão reciproca de dados cadastrais e informações fiscais.
2. Abrangência: o estado, como se sabe, tem três poderes políticos estruturais – o Executivo, o
Legislativo e o Judiciário. São eles os seus órgãos diretivos, incumbidos que estão de levar a
cabo as funções que permitem conduzir os destinos do país. Apesar de sua qualidade de
poderes políticos, não se lhes excluir o caráter de órgãos; são os órgãos fundamentais e
independentes, é verdade, mas não deixam de serem órgãos internos das respectivas pessoas
federativas.
O Executivo é o poder incumbido do exercício da atividade administrativa em geral, mas o
legislativo e o judiciário também tem essa incumbência quando precisam organizar-se para
desempenhar as atividades de apoio necessárias as funções típicas a seu cargo – a normativa e
a jurisdiciona. Essas atividades de apoio são de caráter administrativo.
Por outro lado, no sistema interno de organização esses poderes também contem, em sua
estrutura, diversos órgãos e agentes, necessários a execução da função de apoio.
Significa dizer que a administração direta do Estado abrange todos os órgãos dos poderes
políticos das pessoas federativas cuja competência seja a de exercer a atividade
administrativa, e isso porque, embora sejam estruturas autônomas, os Poderes se incluem
nessas pessoas e estão imbuídos da necessidade de atuarem centralizadamente por meio de
seus órgãos e agentes.
Os poderes legislativo e judiciário tem sua estrutura organiza definida em seus respectivos
atos de organização administrativa. O legislativo tem o poder constitucional de dispor sobre
sua organização e funcionamento, bem como de elaborar seus regimentos internos.
Na esfera Estadual, temos organização semelhante á esfera Federal, guardando com este certo
grau de simetria. Assim, temos a governadoria do Estado, os órgãos de assessoria ao
Governador e as Secretarias estaduais, com os vários órgãos que as compõem,
correspondentes aos ministérios na área federal. O mesmo se passa com o legislativo e
judiciário estadual.
Por fim, a administração direta na esfera Municipal é composta da Prefeitura, de eventuais
órgãos de assessoria ao Prefeito e de Secretarias Municipais, com seus órgãos internos. O
município não tem judiciário próprio, mas tem legislativo (câmara Municipal), que também
poderá dispor sobre sua organização, a símile do que ocorrem nas demais esferas.
Segundo o texto contido no §8º, do Art. 37, introduzido pela referida Emenda, a autonomia
gerencial, orçamentaria e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta
poderá ser ampliada mediante contrato a ser firmado entre seus administradores e o poder
publico, tendo por objetivo a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade.
Trata-se de verdadeiro contrato de gerenciamento, constituindo objeto do ajuste o exercício
de funções diretivas por técnicos especializados, fato que poderá ensejar umas administração
mais eficiente e menos dispendiosa dos órgãos e pessoas da administração.
A norma não se classifica como eficácia plena, pois que é prevista a criação de lei que disponha
sobre a disciplina desse regime, especialmente sobre o prazo de duração do contrato, os
controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos
dirigentes e a remuneração do pessoal.
O texto suscita algumas duvidas sobre sua aplicação, mas por tudo o que pretendia o governo
implantar para a reforma administrativa do Estado, tais contratos parecem enquadrar-se na
categoria daqueles que tem por objeto a prestação de serviços profissionais especializados. A
intenção governamental foi, sem duvida, a de terceirizar a administração gerencial,
orçamentaria e financeira, que nunca reveliu os resultados esperados pela sociedade
enquanto executada por agentes integrantes dos quadros da própria administração.
A lei nº9. 649/98 previu a hipótese de contratos de gestão a serem celebrados entre
autarquias qualificadas como agencias executivas e o respectivo Ministério supervisor
(art.51,II). Surpreende primeiramente o fato de que a lei se tenha referido á contratação com
Ministério: este se configura, como mero órgão integrante da União Federal; não tem
personalidade jurídica própria e, portanto, não tem aptidão para figurar como contratante.
Pessoa jurídica, sim é a união federal. Desse modo, deve entender-se que o contrato será
celebrado entre a agencia executiva e a União Federal, representada esta pelo Ministério que
supervisiona a agencia.
Causa maior espécies ainda o fato de haver contratação: a uma, porque tais agencias, como
autarquias que são, integram a Administração Indireta da própria União; a duas, porque a
atividade que constitui objeto da gestão já estará necessariamente contemplada na respectiva
lei, e se há previsão na lei desnecessária é a celebração de contrato. A relação, por
conseguinte, não é contratual, mas de vinculação entre entidade descentralizada e a pessoa
federativa á qual se vincula. Alias toda autarquia, a rigor, tem a seu cargo a gestão da atividade
que a lei mencionou como sendo seu objetivo institucional, e ate agora passou longe qualquer
concepção que pudesse relacioná-la à Administração direta, por meio de contrato. Cuida-se,
enfim, de inovação que refoge à técnica organizacional administrativa em geral.
Bibliografia
Filho, José dos Santos Carvalho. 2009. Manual de Direito Administrativo. 21ª edição. Ed. Rio de
Janeiro: Lúmen Juris