Você está na página 1de 89

I

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA
DO TRABALHO

HENRIQUE – MAIO 2010

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 1


I

ÍNDICE

1- ASPECTOS GERAIS DA SEGURANÇA DO TRABALHO ..................................03

2- OS PROFISSIONAIS DE SEGURANÇA DO TRABALHO ..................................07

3- ACIDENTES DO TRABALHO..............................................................................09

4- CAUSAS DOS ACIDENTES DO TRABALHO.....................................................13

5- CONSEQUÊNCIAS DOS ACIDENTES................................................................17

6- COMUNICAÇÃO DE ACIDENTES DO TRABALHO............................................20

7- BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS......................................................................20

8- INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES DO TRABALHO............................................22

9- CUSTOS DO ACIDENTE DO TRABALHO..........................................................23

10- PREVENÇÃO DE ACIDENTES...........................................................................24

11- CONCEITOS........................................................................................................24

12- ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS – APR.......................................................26

13- RISCOS AMBIENTAIS.........................................................................................35

14- MAPA DE RISCOS...............................................................................................43

15- EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA (EPC)........................................52

16- EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) – NR 6..........................53

17- ESTATÍSTICAS DE ACIDENTES E ANÁLISE DE ACIDENTES........................66

18- REUNIÕES E CAMPANHAS DE SEGURANÇA.................................................73

19- PADRÃO OPERACIONAL (PO)..........................................................................73

20- LEGISLAÇÃO E NORMAS..................................................................................73

21- PROVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS.........................................................75

22- EXERCÍCIOS.......................................................................................................88

23- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................89

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 2


I

1. ASPECTOS GERAIS SEGURANÇA DO TRABALHO

1.1 Aspectos históricos do trabalho

O trabalho desenvolvido pelo homem nem sempre teve a mesma conotação dos dias
atuais, ele passou por uma série de significações ao longo da história em função do
momento político e econômico vivenciado.

1.1.1 O trabalho na pré história e antiguidade

Desde que o Homem surgiu na face da Terra ele necessitou trabalhar para poder continuar
a viver. No início ele sobreviveu extraindo da natureza aquilo que ela poderia fornecer:
alimentos (frutos e outras plantas), abrigou-se em cavernas, confeccionou roupas de peles
de animais mortos, e bem mais tarde desenvolveu a arte da caça.
Quando o ser humano começou a ter necessidade de produzir mais alimentos, iniciou a
fase da agricultura e conseqüentemente o trabalho começou a ter que se organizar e a se
intensificar.

Assim caminhou a humanidade, sempre respondendo às necessidades criadas, quer por


hábitos ou mesmo por necessidades devido a crescente demanda da população em função
do seu crescimento vegetativo.
O homem pré-histórico e o Homem antigo sempre procuraram trazer o trabalho para bem
perto do prazer em trabalhar, confundindo o trabalho com o prazer (o que seria o ideal para
todos nós, até os dias de hoje).

Outro tipo de trabalho dessa mesma época eram os afetos à Guerra (soldados).No Egito
Antigo apareceu a primeira vez na História da Humanidade a figura do trabalho
remunerado (emprego). Na Grécia Antiga, o homem que trabalhasse era considerado um
mal patriota, pois não tinha tempo para pensar e contribuir para solução dos problemas da
nação. E bem mais tarde apareceu o trabalho escravo.

Os historiadores atribuem o surgimento do trabalho a um progresso da humanidade da


época, pois antes disso o povo vencido em guerra era morto pelo vencedor.

Na época da escravidão não se ouvia falar em direitos trabalhistas, pois o escravo era
considerado mero objeto, seu dono tinha o poder sobre a sua vida, e ele não tinha direitos,
seu senhor tinha a disponibilidade da vida do escravo e o seu único dever era o de
alimentá-lo.

1.1.2 O trabalho na idade média

Corporações de Ofícios
O que mais marcou o trabalho na Idade Média foram as Corporações de Ofício. Os jovens,
chamados de Aprendizes, eram encaminhados pelas famílias para, com orientação dos

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 3


I

Oficiais e sob a guarda dos Mestres, para aprenderem um Ofício: Marceneiro, Açougueiro,
Ferreiro, Tecelão, Ceramista, Sapateiro, Alfaiate, etc.
Os Aprendizes aprendiam, os Oficiais sabiam fazer sozinhos e os Mestres eram aqueles
que sabiam ensinar.
Nas Corporações de Ofícios os risco inerentes das tarefas eram os mesmos para todos,
Mestres, Oficiais e Aprendizes. Os aprendizes aprendiam fazendo e observando os Oficiais
e Mestres.

Trabalhos de Mineração
Foram os primeiros trabalhos que geraram interesse de pessoas em estudá-los. Nessa
época Johanes Bauer escreveu o Primeiro Livro sobre o Trabalho que se tem registro na
história, relatando o trabalho desenvolvido nas Minas da Europa.

Paracelsus – Veneno
O cientista e filósofo Paracelsus estabeleceu uma “Lei” que vive até hoje: tudo pode ser
remédio, tudo pode ser veneno, depende da dose.

Ramazzini
Um médico da Idade Média que introduziu a pergunta “QUAL É A SUA PROFISSÃO” na
anamnese médica (história do paciente), questionário que todo médico deve fazer quando
procurado pelo paciente que apresenta uma queixa, presente até os tempos atuais. Esse
foi um grande passo para relacionar a doença com a atividade desenvolvida pelo paciente.
Desde a idade média já se relaciona a doença com a atividade profissional desenvolvida
pelo paciente.

Trabalho de Servidão
A servidão não diferiu muito da escravidão, nesta época o que marcou é que parte do
trabalho era um pagamento pelo que lhes eram oferecido pelo senhor feudal, tinham
alguns direitos, trabalhavam para os senhores feudais, mas tinham direitos ao pasto, a ter
animais e tinham também o direito de herança, ficavam na terra por conveniência e por
proteção, mas eram livres para abandoná-la. O que plantavam eram dividido com o Senhor
Feudal e a outra parte podia ser feito o escambo que deu origem a várias cidades devido
as feiras para troca de mercadorias.

1.1.3 Revolução Industrial

A Revolução Industrial teve seu início em meados do século XVIII. A Revolução Industrial,
ou com mais propriedade, a Revolução Industrial Inglesa, que realizando melhor que os
outros países, da área central da economia-mundo, a acumulação primitiva de capitais,
pôde criar condições para a introdução contínua de inovações técnicas e da forma fabril de
produção. O caráter verdadeiramente revolucionário desse processo, que levou o homem
a tornar-se independente das forças da natureza, para realizar suas tarefas produtivas,
localiza-se na força motriz. Até então, qualquer mecanismo tinha sua propulsão
dependente ou da força humana e dos animais, ou das forças naturais, ventos e rios; tal
situação mudou radicalmente com a introdução da máquina a vapor por James Watt.
Embora conhecido desde a Antiguidade como fonte de energia, o vapor de água nunca
fora utilizado prática e economicamente. Sua adoção como fonte de força motriz tornou a
fábrica uma realidade palpável. A Revolução Industrial começou pela Indústria Têxtil

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 4


I

devido à grande necessidade de tecidos para “vestir” a humanidade cuja demanda era
muito grande e o tecelão não dava mais conta de atender os pedidos.
Nesta mesma época entrou em pauta o trabalho infantil. Sob a alegação que iriam dar
abrigo, alimento e roupas, as famílias “entregavam” suas crianças aos empresários que os
faziam trabalhar nos teares sob as piores condições humanas possíveis. No início as
crianças eram expostas aos mesmos rigores dos adultos e cumprindo as mesmas
jornadas. Ao que tudo indica surgiu a primeira lei para proteger as crianças e ficou decidido
que elas somente iriam trabalhar enquanto a luz do Sol permitisse. Vale ressaltar que no
hemisfério Norte, na época do verão, o Sol brilha entre 05:00 horas e 23:00 horas.

Tecnicamente falando o que propiciou a Revolução Industrial foi a “invenção” da máquina a


vapor, dando a necessária independência ao homem das forças da Natureza, força dos
ventos e dos rios, para movimentar as máquinas.

1.2 Evolução no Brasil

O Brasil tem uma legislação relativamente nova em matéria prevencionista. Tendo sido sua
economia baseada no braço escravo e na agricultura, até praticamente o início deste
século, não tinha o País se defrontado com problemas dos países - que já contavam
apenas com trabalhadores livres e com uma indústria crescente - vinham conhecendo.
Só depois da 1ª guerra mundial é que o nosso País, em decorrência da assinatura de
tratados internacionais, como o tratado de Versalhes, se cogitou de medidas legislativas,
tendentes à proteção dos trabalhadores, que já então começavam a se concentrar nas
cidades.
A CIPA, que em muitos países já vigorava desde 1921, no Brasil foi introduzida em 1944. E
foi a partir do Decreto-Lei nº 229 de 1967, que ficou instituída sua obrigatoriedade,
passando assim, a fazer parte das leis que regem o direito do trabalhador, na
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Atualmente a legislação ordinária sobre proteção dos trabalhadores diante dos riscos no
trabalho faz parte da legislação trabalhista e também está contida na CLT, que abrange
todos os empregados.
A redação atual do Capítulo da CLT que abrange a parte de Segurança e Medicina do
Trabalho (Título II, Capítulo V “Da Segurança e Medicina do Trabalho”, foi estabelecido
pela Lei 6514 de 22/12/77 e se estende do Artigo 154 ao Artigo 201 da CLT).
O detalhamento e a aplicação desta lei estão contidos em 33 normas regulamentadoras
(NR’s), estabelecidas por portaria do Ministério do Trabalho.

1.2.1 Aspectos cronológicos do trabalho

1919 –Tratado de Versalhes: Criação da OIT, órgão tripartite (governos, Empresas e


Sindicatos)
1934 – Primeiras Leis sobre Acidentes do Trabalho no Brasil
1944 – Criação da CLT – Lei 7036: Lei de Acidentes do Trabalho

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 5


I

1953 – Portaria 155: Regulamentação da CIPA - Criação do INPS


1959 – Criação do Serviço de Medicina do Trabalho (MTb)
1965 – Criação da Inspetoria do Trabalho (Fiscaliza o cumprimento da CLT e das
recomendações da OIT)
1967 – Criado o Seguro contra Acidentes
1976 – Criação do PIACT (Programa Internacional de Melhorias das Condições do
Trabalho)
1977 – Promulgação da Lei Federal 6.514 (Lei que instituiu a Segurança e Medicina do
Trabalho )
1978 – Regulamentação da Lei 6.514 pela Portaria Ministerial 3.214.

1.3 Conceito de Segurança do Trabalho

Caso algum profissional da área de Engenharia de Segurança do Trabalho tenha que


resumir a sua atividade em uma única palavra, esta seria, sem sombra de dúvidas,
“PREVENÇÃO”. Tudo o que se aprende em um curso de Engenharia de Segurança do
Trabalho visa prevenir a ocorrência de um acidente ou uma doença profissional.

Em uma empresa de administração moderna o Setor/Departamento de Engenharia


Segurança e Medicina do Trabalho atua como um consultor, orientando as pessoas dos
diversos Departamentos da empresa de como se comportar preventivamente diante da
Segurança e Medicina do Trabalho. Portanto a responsabilidade pela segurança da
empresa está diretamente ligada aos Departamentos que atuam nas áreas de risco:
Produção, Manutenção e demais Departamentos que tenham pessoas nas áreas.

A Segurança do Trabalho é um conjunto de medidas multidisciplinares:


- técnicas;
- administrativas;
- educacionais;
- médicas; e
- psicológicas

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 6


I

Que devem ser aplicadas na prevenção de acidentes e nas atividades gerais da empresa,
com a finalidade de:
- evitar a criação de condições inseguras;
- corrigir as condições inseguras existentes;
- preparar as pessoas para prática de prevenção de acidentes.

A Segurança do Trabalho é a o mesmo tempo:


- uma imposição legal;
- um imperativo técnico, administrativo e econômico;
- um benefício.

“Segurança do Trabalho é um conjunto de medidas administrativas, técnicas, legais,


médicas, educacionais e psicológicas e, portanto, multidisciplinares, empregadas
na prevenção de acidentes do trabalho e doenças profissionais”.

2. OS PROFISSIONAIS DE SEGURANÇA DO TRABALHO

O profissional de Segurança do Trabalho atua conforme sua formação, quer seja ele
médico, técnico, enfermeiro ou engenheiro.O campo de atuação é muito vasto. Em geral o
engenheiro e o técnico de segurança atuam em empresas organizando programas de
prevenção de acidentes, orientando a CIPA, os trabalhadores quanto ao uso de
equipamentos de proteção individual, elaborando planos de prevenção de riscos
ambientais, fazendo inspeção de segurança, laudos técnicos e ainda organizando e dando
palestras e treinamento. Muitas vezes esse profissional também é responsável pela
implementação de programas de meio ambiente e ecologia na empresa.
O médico e o enfermeiro do trabalho dedicam-se a parte de saúde ocupacional, prevenindo
doenças, fazendo consultas, tratando ferimentos, ministrando vacinas, fazendo exames de
admissão e periódicos nos empregados.

2.1 Lei Nº 7.410, de 27 de novembro de 1985.

Dispõe sobre a especialização de Engenheiros e Arquitetos em Engenharia de Segurança


do Trabalho, a profissão de Técnico de Segurança do Trabalho e dá outras providências.

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 7


I

Art 2º - O exercício da profissão de Técnico de Segurança do Trabalho será permitido,


exclusivamente:
I - ao portador de certificado de conclusão de curso de Técnico de Segurança do Trabalho,
a ser ministrado no País em estabelecimentos de ensino de 2º grau;
II - ao Portador de certificado de conclusão de curso de Supervisor de Segurança do
Trabalho, realizado em caráter prioritário pelo Ministério do Trabalho;
III - ao possuidor de registro de Supervisor de Segurança do Trabalho, expedido pelo
Ministério do Trabalho, até a data fixada na regulamentação desta Lei.
Parágrafo único - O curso previsto no inciso I deste artigo terá o currículo fixado pelo
Ministério da Educação, por proposta do Ministério do Trabalho, e seu funcionamento
determinará a extinção dos cursos de que trata o inciso II, na forma da regulamentação a
ser exercida.

2.2 Principais atribuições do Técnico de Segurança do Trabalho – NR27

• Inspecionar locais, instalações e equipamentos da empresa, observando as


condições de trabalho, para determinar fatores e riscos de acidentes; estabelece
normas e dispositivos de segurança, sugerindo eventuais modificações nos
equipamentos e instalações e verificando sua observância, para prevenir acidentes;
• inspecionar os postos de combate a incêndios, examinando as mangueiras,
hidrantes, extintores e equipamentos de proteção contra incêndios, para certificar-se
de suas perfeitas condições de funcionamento
• comunica os resultados de suas inspeções, elaborando relatórios, para propor a
reparação ou renovação do equipamento de extinção de incêndios e outras medidas
de segurança
• investigar acidentes ocorridos, examinando as condições da ocorrência, para
identificar suas causas e propor as providências cabíveis
• manter contatos com os serviços médico e social da empresa ou de outra
instituição, utilizando os meios de comunicação oficiais, para facilitar o atendimento
necessário aos acidentados
• registrar irregularidades ocorridas, anotando-as em formulários próprios e
elaborando estatísticas de acidentes, para obter subsídios destinados à melhoria
das medidas de segurança
• instruir os funcionários da empresa sobre normas de segurança, combate a
incêndios e demais medidas de prevenção de acidentes, ministrando palestras e
treinamento, para que possam agir acertadamente em casos de emergência
• coordenar a publicação de matéria sobre segurança no trabalho, preparando
instruções e orientando a confecção de cartazes e avisos, para divulgar e
desenvolver hábitos de prevenção de acidentes
• participar de reuniões sobre segurança no trabalho, fornecendo dados relativos ao
assunto, apresentando sugestões e analisando a viabilidade de medidas de
segurança propostas, para aperfeiçoar o sistema existente

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 8


I

3 ACIDENTES DO TRABALHO

3.1 Conceitos e Definições


3.1.1 Conceito Prevencionista: Acidente do trabalho é toda ocorrência não programada,
inesperada ou não, que interfere ou interrompe o processo normal de uma atividade,
ocasionando perda de tempo útil com ou sem lesão nos trabalhadores e/ou danos
materiais. Portanto mesmo ocorrências que não resultem em lesões ou danos materiais,
devem ser encaradas como acidentes do trabalho.

Evidentemente, é uma ocorrência não programada; caso contrário seria um evento


intencional e não acidental. Certos acidentes, entretanto, são ocorrências esperadas, tendo
sucedido, por exemplo, devido à negligência dos responsáveis em corrigir a situação a
tempo.

3.1.2 Conceito Legal: Acidente do Trabalho é aquele que ocorre pelo exercício do trabalho, a
serviço da empresa, provocando lesão corporal, perturbação funcional ou doença, que cause a
morte, perda ou redução, permanente ou temporária da capacidade para o trabalho.

Como se percebe, para ser caracterizado, é preciso haver uma LESÃO, ao contrário do
caso anterior, onde bastava haver uma perda de tempo útil.

A legislação considera ainda diversas condições especiais em que à ocorrência é


interpretada como acidente do trabalho. Por exemplo: aqueles que se verificam fora dos
limites da empresa, estando o empregado a serviço, os acidentes ditos de trajeto, ou seja,
aqueles que se verificam no trajeto da residência/empresa ou vice-versa, e outros casos
excepcionais.

Sob qualquer ponto de vista, acidentes do trabalho são ocorrências altamente


indesejáveis, que devem ser evitadas e controladas através de várias técnicas
prevencionistas.

3.2 Equiparam-se Também ao Acidente do Trabalho

3.2.1 Acidente fora do local de trabalho

• Na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa.

• Na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou


proporcionar proveito.

• Viagem a serviço da empresa seja qual for o meio de locomoção utilizado, inclusive
veículo de propriedade do empregado;

• No percurso da residência para o trabalho e vice-versa;

• No percurso para o local de refeição e vice-versa.

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 9


I

3.2.2 Outras Situações

• Ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiros.

• Ofensa física intencional, inclusive de terceiros por motivo de disputa relacionada com o
trabalho.

• Ato de imprudência, negligência ou de imperícia de terceiro ou companheiro de trabalho.

• Ato de pessoa privada do uso de razão.

• Desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos decorrentes de força maior.

• Nos períodos destinados à refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de


outras necessidades fisiológicas, no local de trabalho ou durante este, o empregado é
considerado no exercício do trabalho.

• A doença profissional ou do trabalho, assim entendida a inerente ou peculiar a


determinado ramo de atividade e constante da relação elaborada pelo Ministério do
Trabalho e da Previdência Social.

• A doença proveniente de contaminação acidental de pessoal da área médica, no


exercício de sua atividade.

3.2.3 Não são consideradas como doenças do trabalho

• A doença degenerativa (perde as características primitivas);

• A inerente ao grupo etário;

• A que não produza incapacidade laborativa;

• A doença endêmica adquirida por segurado habitante da região em que ela se


desenvolva, salvo comprovação de que é resultante da exposição ou contato direto
determinado pela natureza do trabalho.

3.3 Acidente x Incidente ou quase acidente

3.3.1 Acidente

Evento não desejado que cause lesão corporal ou dano material.

CLT - ART. 21 letra “d” - “Acidente de Trabalho”.

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 10


I

3.3.2 Incidente ou quase incidente:

São eventos não desejados que ocorrem por diferentes motivos, que possa ou não causar
danos a equipamentos, paralisação na operação, sem lesionar pessoas, mas se não
forem bloqueados poderão causar danos materiais, perda de tempo ou lesão no
trabalhador.

3.4 Tipos de acidentes

3.4.1 Acidentes típicos:

São acidentes decorrentes da característica da atividade profissional desempenhada pelo


acidentado.

3.4.2 Acidentes de trajeto:

É aquele que ocorre da residência para o local de trabalho ou desta para aquela, qualquer
que seja o meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do trabalhador.

3.4.3 Doenças profissionais (Ocupacional):


São a aquelas decorrente das condições excepcionais em que o trabalho seja
desenvolvido (produzidas ou desencadeadas pelo exercício do trabalho peculiar a
determinada atividade) e que estão relacionadas em Ato do Ministério do Trabalho (relação
elaborada pelo TEM). Nesta definição o nexo causal é presumido, isto é, não é necessário
provar que a atividade provocou a problema uma vez que este é intrínseco à atividade.

Alguns exemplos de doenças profissionais:

• Dermatite: contato com produtos químicos, cimento, etc.

• Pneumoconioses: silicose, asbestose, bissinose, etc.

• Câncer: Benzeno, etc.

• Problemas cardíacos: arsênio, chumbo, mercúrio, co, agrotóxicos, etc.

• Conjuntivite: arsênio, radiações ionozantes, cimento, gases irritantes, etc.

• Stress grave e stress pós traumático.

• Hipertensão arterial: Chumbo, ruído, etc.

• Depressão do sistema nervoso central (SNC): Hidrocarbonetos, cola, thiner, solventes,


manganês.

• DORT ( Doença ortomuscular referente ao exercício do trabalho): lombalgias, etc.

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 11


I

• Perda auditiva: Ruído.

• Insolação, intermação: mal-estar, tontura, câimbras, etc.

3.4.4 Doenças do trabalho:


são aquelas que podem ser adquiridas ou desencadeadas pelas condições especiais em que o
trabalho é realizado. Nesta definição o nexo causal não é presumido, isto é, há a necessidade de
se buscar provas que mostrem que foi o trabalho realizado que provocou o problema.
Exemplo: dores de coluna em motorista que trabalha em condições inadequadas. (pode ter sido o
colchão que ele dorme e não as condições de trabalho).

3.4.5 Caracterização do acidente:


O acidente do trabalho pode ser caracterizado:

a) administrativamente, pelo Setor de benefício do INSS;


b) tecnicamente, pela perícia médica do INSS, que estabelecerá o nexo de causa e efeito
entre: o acidente e a lesão; a doença e o trabalho; a causa mortis e o acidente.

3.5 Classificação dos acidentes quanto a sua gravidade

3.5.1 CPT – Com perda de tempo ou com afastamento

É aquele que impede o acidentado em retornar ao trabalho no dia seguinte ao do acidente,


provocando a incapacidade temporária ou permanente do acidentado.

3.5.1.1 Tipos de incapacidade

A- Incapacidade temporária

B- Incapacidade permanente, sendo: Total ou Parcial.

3.5.2 SPT – Sem perda de tempo ou sem afastamento

É aquele em que o acidentado pode exercer sua função normal, no mesmo dia do
acidente, ou no próximo, no horário regulamentar.

3.5.3 COM – Com morte

É aquele que a gravidade da lesão resulta em morte ao acidentado.

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 12


I

4 CAUSAS DOS ACIDENTES DO TRABALHO

Como todos os eventos, os acidentes possuem uma ou mais causas e uma ou mais
conseqüências. A prevenção de acidentes consiste em eliminar as causas, evitando
assim, a sua ocorrência.

Os acidentes do trabalho decorrem basicamente de 04 causas básicas, ou seja, atos


indevidos dos empregados, condições inseguras, falhas administrativas e fator pessoal de
insegurança.

4.1 Atos Inseguros (Inadequados).

São todos os procedimentos do homem que contrariem normas de prevenção de


acidentes. As atitudes contrárias aos procedimentos e/ou normas de segurança que o
homem assume podem, ou não ser deliberadas. Normalmente, quando essas atitudes não
são propositais, o homem deve estar sendo motivado por problemas psicossociais (ver
fator pessoal de insegurança).

4.1.1 Atos inadequados mais freqüentes:

• Ficar junto ou sob cargas suspensas

• Colocar parte do corpo em lugar perigoso

• Operar máquinas ou equipamentos sem habilitação ou autorização

• Imprimir excesso de velocidade ou sobrecarga / tentativa de ganhar tempo

• Lubrificar ou ajustar máquinas em movimento

• Improvisação ou mau emprego de ferramentas manuais

• Alterar dispositivos de segurança

• Não uso de EPI´s – Equipamentos de Proteção Individual

• Deixar de seguir as orientações superiores

• Brincadeiras e exibicionismo / excesso de confiança

• Preparo insuficiente para o trabalho.

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 13


I

4.2 Condições Inseguras:


São as circunstâncias externas de que dependem as pessoas para realizar seu trabalho
que sejam incompatíveis ou contrárias com as normas de segurança e prevenção de
acidentes.
Podem ser descritas como as deficiências, defeitos, irregularidades técnicas na empresa,
no local de trabalho que constituem riscos para a integridade física do trabalhador, para
sua saúde e para os bens materiais da empresa.

4.2.1 As condições inseguras mais freqüentes podem ser assim descritas:

• Áreas insuficientes, corredores obstruídos, arranjo físico mal projetado.

• Pisos fracos e irregulares

• Excesso de ruído / iluminação inadequada

• Instalações elétricas impróprias ou com defeitos

• Falta de organização e limpeza

• Ventilação ou exaustão inadequada ou defeituosa

• Localização imprópria das máquinas,

• Falta de proteção em partes móveis e de agarramento.

• Máquinas apresentando defeitos, desvios ou improvisações de processos.

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 14


I

• Proteção insuficiente ou totalmente ausente

• EPI’s impróprios ou com defeitos

4.3 Fator Pessoal de Insegurança:


É qualquer fator externo que leva o indivíduo à prática do ato inseguro: características
físicas e psicológicas (depressão, tensão, excitação, neuroses, etc.), social (problemas de
relacionamentos, preocupações com necessidades sociais, educação, dependências
químicas, etc.), congênitos ou de formação cultural que alteram o comportamento do
trabalhador permitindo que cometa atos inseguros.
Como exemplo desse fator teremos o trabalhador que pode ter sido negligente em função
de encontrar-se deprimido. Essa depressão poderá ter gerado desmotivação que trouxe
como resultado, essa atitude.

4.4 Fatos Catastróficos


São fenômenos da natureza onde se enquadram os terremotos, maremotos, vulcões,
relâmpagos, enchentes, etc.

4.5 Responsabilidade para a empresa


O ato ilícito é a manifestação ou omissão de vontade que se opõe à lei, pode gerar
responsabilidade penal ou civil, ou ambas, concomitantemente.
• Ato ilícito doloso: ação ou omissão for voluntária ou intencional.
• Ato ilícito culposo: ação ou omissão for involuntária, mas o dano ocorre.

Culpa é uma conduta positiva ou negativa segundo a qual alguém não quer que o dano
aconteça, mas ele ocorre pela falta de previsão daquilo que é perfeitamente previsível.

O ato culposo é aquele praticado por negligência, imprudência ou imperícia.

• Negligência: é a omissão voluntária de diligência ou cuidado; falta, ou demora no


prevenir ou obstar um dano. Ex.: Permitir que seus empregados trabalhem sem EPI,
deixar de alertar sobre a situação de risco ou não cobrar os cuidados necessários
de segurança.

• Imprudência: é a forma de culpa que consiste na falta involuntária de observância


de medidas de precaução e segurança, de conseqüência previsíveis, que se faziam
necessárias no momento para evitar um mal ou a infração da lei. Ex.: Ultrapassar
veículos pelo acostamento, não utilizar EPI.

• Imperícia: é a falta de aptidão especial, habilidade, ou experiência, ou de previsão,


no exercício de determinada função, profissão, arte ou ofício. Ex.: Empregado não
treinado ou não preparado para a tarefa que lhe foi designada, empregado que
desconhece detalhes técnicos de máquinas ou equipamentos.

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 15


I

A empresa pode agir com culpa in eligendo ou a empresa age com culpa in vigilando:

• Culpa in eligendo: proveniente da falta de cautela ou previdência na escolha de


pessoa a quem confia a execução de um ato ou serviço. Por exemplo, manter
empregado não legalmente habilitado ou sem as aptidões requeridas.

• Culpa in vigilando: aquela ocasionada pela falta de diligência, atenção, vigilância,


fiscalização ou quaisquer outros atos de segurança do agente, no cumprimento do
dever, para evitar prejuízo a alguém. Por exemplo, a empresa de transportes que
deixa o veículo sair desprovido de freios e causa acidentes.

Em matéria acidentária, a culpa exclusiva do empregado é irrelevante por se adotar, a par


da teoria do risco social, também a responsabilidade objetiva ou sem culpa (conquista dos
trabalhadores) e decorrente da teoria do risco profissional, consagrada em todas as leis
acidentárias do trabalho vigentes no Brasil.
Somente o dolo exclui a reparação por acidente do trabalho e o ônus da prova, neste caso,
incumbe ao empregador e ao INSS.

O infortúnio laboral pode gerar responsabilidade penal, civil, administrativa, trabalhista.


Sendo independentes as responsabilidades civil e criminal das outras.
A responsabilidade é objetiva, não precisa ser demonstrada a culpa do empregador, seus
prepostos ou do próprio trabalhador. Não se pergunta se há culpa ou não. Havendo nexo
de causalidade, há obrigação de indenizar.
Nada impede as providências administrativas, como a interdição provisória ou definitiva da
empresa causadora do dano por inexistência de segurança, aplicação de multas
administrativas.

Rescisão do contrato de trabalho por inobservância das condições impostas pelas normas
regulamentadoras são severamente multadas pelos juízes. Basta a prova do acidente tipo,
a doença profissional, ou daquela resultante das condições anormais ou excepcionais em
que o trabalho se desenvolvia, a condição de empregado, o nexo causal, a incapacidade
laborativa ou a morte.

Como se sabe, tudo que diz respeito a acidente do trabalho, dentro do risco normal da
atividade laborativa é regido pela Lei de Acidentes , pois dispensa o lesado de demonstrar
a culpa do empregador. A matéria infortunística foi acolhida em benefício do trabalhador e
não do empregador, isto é o mais fraco nada tem a provar, isto leva o acidentado às vias
não só acidentária, cai no domínio da responsabilidade civil. Assim, tudo que extravasa o
risco profissional é de responsabilidade civil. Observe-se que a orientação é que a ação do
acidente de trabalho, por ser natureza alimentar é compensatória e a de responsabilidade
civil é indenizatória, visando restabelecer a situação existente e anterior ao dano.

Sintetizando a evolução do fundamento da responsabilidade civil, observa-se que a culpa


ou risco consubstancia a razão por que alguém deve ser obrigado a reparar o dano. É uma
observação primária, porém é o fundamento que determina a responsabilidade civil.
O empregador poderá responder, por exemplo, em uma “Ação de Indenização por Ato
Ilícito”, ou em uma “Ação Ordinária de Indenização por Perdas e Danos”, etc.

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 16


I

O que normalmente se pede numa ação de indenização:


• indenização pelo acidente do trabalho em determinado valor;
• pensão mensal vitalícia;
• indenização por danos morais;
• indenização por danos estéticos;
• indenização por lucros cessantes;
• pagamento de despesas médicas; medicamentos; próteses mecânicas, dependendo
do caso.

5. CONSEQUENCIAS DOS ACIDENTES

5.1 Para o Trabalhador

• Lesão com sofrimento físico e mental;

• cirurgias e remédios;

• próteses e assistência médica;

• fisioterapia e assistência psicológica;

• dependência de terceiros para acompanhamento e locomoção;

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 17


I

• diminuição do poder aquisitivo;

• desamparo à família;

• desemprego;

• marginalização;

• depressão e traumas.

• Necessidade de readaptação

• Diminuição de sua eficiência

• Dificuldade de arranjar novo emprego compatível com a sua deficiência.

5.2 Para a Empresa

• salário dos quinze primeiros dias após o acidente;

• transporte e assistência médica de urgência;

• paralisação de setor, máquinas e equipamentos;

• insegurança da equipe;

• interrupção da produção;

• Redução da eficiência nos primeiros dias após retorno ao trabalho;

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 18


I

• prejuízos ao conceito e à imagem da empresa;

• destruição de máquina, ferramentas, veículo ou equipamento;

• danificação de produtos, matéria-prima e outros insumos;

• embargo ou interdição fiscal;

• investigação de causas e correção da situação;

• pagamento de horas-extras;

• atrasos no cronograma de produção e entrega;

• cobertura de licenças médicas;

• treinamento de substituto;

• aumento do prêmio de seguro;

• multas e encargos contratuais;

• perícia trabalhista, civil ou criminal;

• indenizações e honorários legais;

• avaliação negativa da área;

• elevação de preços dos produtos e serviços.

• Qualidade inferior da produção de um substituto com relação à de uma pessoa com


maior capacitação;

• Tempo despendido para providenciar a substituição do acidentado e treinar o


substituto;

• Tempo despendido para investigar as causas do acidente.

5.3 Para a nação:

• socorro e medicação de urgência;

• intervenções cirúrgicas;

• mais leitos nos hospitais;

• maior apoio da família e da comunidade;

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 19


I

• benefícios previdenciários.

• redução da população economicamente ativa ou perda de elemento produtivo

• aumento do desemprego e baixa do poder aquisitivo;

• aumento da taxação securitária;

• aumento de impostos e taxa

6 COMUNICAÇÃO DE ACIDENTES DO TRABALHO


6.1 Comunicação de acidentes para fins legais - Qualquer comunicação de acidente
emitida para atender a exigências da legislação em vigor como, por exemplo, a destinada à
previdência social;

6.3 Comunicação de interna de acidentes para fins de registro - Comunicação que se


faz com a finalidade precípua de possibilitar o registro de acidente

6.4 Demais condições


• A empresa deverá comunicar o acidente do trabalho à Previdência Social até o 1º
dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade
competente, sob pena de multa.

• Da comunicação do acidente receberão cópia fiel o acidentado ou seus


dependentes, bem como o sindicato a que corresponda a sua categoria.

• Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizá-la o próprio


acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o
assistiu ou qualquer autoridade pública, não prevalecendo nestes casos os prazos.
• A empresa não se exime de sua responsabilidade pela comunicação do acidente
feita pelos terceiros acima citados. Os sindicatos e as entidades de classe poderão
acompanhar a cobrança das multas, pela Previdência Social.
• O segurado que sofreu acidente do trabalho com afastamento superior a 15 dias,
tem garantido, pelo prazo mínimo de doze meses, a manutenção do seu contrato de
trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário,
independentemente de percepção de auxílio-acidente.

7 BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS
7.1 Auxílio-doença
O auxílio-doença será devido ao segurado que, cumprido o período de carência exigido
pelo Ministério da Previdência e Assistência Social, ficar incapacitado para o seu trabalho
ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Durante os

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 20


I

primeiros quinze dias consecutivos ao do afastamento da atividade por motivo de doença,


incumbirá à empresa pagar ao segurado empregado o seu salário integral.
A empresa que dispuser de serviço médico, próprio ou em convênio, terá a seu cargo o
exame médico e o abono das faltas correspondentes aos primeiros quinze dias, devendo
encaminhar o segurado empregado à perícia médica da Previdência Social quando a
incapacidade ultrapassar os quinze dias.
O segurado em gozo de auxílio-doença, insusceptível de recuperação para sua atividade
habitual, deverá submeter-se a processos de reabilitação profissional para o exercício de
outra atividade.
Não cessará o benefício até que seja dado como habilitado para o desempenho de nova
atividade que lhe garanta a subsistência ou, quando considerado não-recuperável, for
aposentado por invalidez.
O segurado empregado em gozo de auxílio-doença será considerado pela empresa como
licenciado.

7.2 Auxílio- acidente


O auxílio-acidente será concedido, como indenização, ao segurado quando, após a
consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultarem
seqüelas que impliquem redução da capacidade para o trabalho que habitualmente
exercia.
O auxílio-acidente será devido a partir do dia seguinte ao da cessação do auxílio-doença,
independentemente de qualquer remuneração ou rendimento auferido pelo acidentado,
vedada sua acumulação com qualquer aposentadoria.O recebimento de salário ou
concessão de outro benefício, exceto de aposentadoria, não prejudicará a continuidade do
recebimento do auxílio-acidente.
A Previdência Social prevê que a perda da audição, em qualquer grau, somente
proporcionará a concessão do auxílio-acidente, quando, além do reconhecimento de
causalidade entre o trabalho e a doença, resultar, comprovadamente, na redução ou perda
da capacidade para o trabalho, que habitualmente exercia.

7.3 Aposentadoria por invalidez


A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida,
será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado
incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a
subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.
A concessão de aposentadoria por invalidez dependerá da verificação mediante exame
médico pericial a cargo da Previdência Social, podendo o segurado, às suas expensas,
fazer-se acompanhar de médico de sua confiança.
Concluindo a perícia médica inicial pela existência de incapacidade total e definitiva para o
trabalho, a aposentadoria por invalidez será devida ao segurado empregado, a contar do
décimo sexto dia do afastamento da atividade, ou a partir da entrada do requerimento, se
entre o afastamento e a entrada do requerimento decorrerem mais de trinta dias.
Durante os primeiros quinze dias de afastamento da atividade por motivo de invalidez,
caberá à empresa pagar ao segurado empregado o salário.
O aposentado por invalidez que retornar voluntariamente à atividade terá sua
aposentadoria automaticamente cancelada, a partir da data do retorno.

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 21


I

Verificada a recuperação da capacidade de trabalho do aposentado por invalidez, será


observado o seguinte procedimento:
I - quando a recuperação ocorrer dentro de 5 (cinco) anos, contados da data do início da
aposentadoria por invalidez ou do auxílio-doença que a anteceda sem interrupção, o
benefício cessará de imediato para o segurado empregado que tiver direito a retornar à
função que desempenhava na empresa quando se aposentou, na forma da legislação
trabalhista, valendo como documento, para tal fim, o certificado de capacidade fornecido
pela Previdência Social.
II - quando a recuperação for parcial, ou ocorrer dentro de 5 (cinco) anos, contados da data
da aposentadoria por invalidez ou do auxílio-doença que a anteceda sem interrupção, ou
ainda quando o segurado for declarado apto para o exercício de trabalho diverso do qual
habitualmente exercia, a aposentadoria será mantida, sem prejuízo da volta à atividade.
Observe-se que o beneficiário empregado em gozo de uma das prestações, acima citadas,
tem direito ao abono anual, equivalente ao 13º salário.

7.4 Pensão por morte


A pensão por morte,seja por acidente típico, seja por doença ocupacional, é devida aos
dependentes do segurado.

7.5 Estabilidade provisória


O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo de doze meses, a
manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença
acidentário, independentemente de percepção de auxílio-acidente.
Em se tratando de contrato por prazo determinado, a rescisão contratual poderá ser
efetuada no término do prazo ajustado, não havendo que se falar em estabilidade.
Ressalte-se que, se o empregado se afasta apenas por até 15 (quinze) dias da empresa,
não há concessão do auxílio-doença e não haverá garantia de emprego.
A garantia de emprego de doze meses só é assegurada após a cessação do auxílio-
doença. Caso o empregado se afaste com periodicidade para tratamento médico, com
percepção de auxílio-doença acidentário, será computada a garantia de doze meses a
partir do retorno do empregado ao trabalho, isto é, quando da cessação definitiva do
auxílio-doença acidentário.
Destaque-se, também, que o contrato de trabalho do empregado encontra-se interrompido
até o décimo quinto dia e suspenso a partir do décimo sexto dia ao do acidente

8 INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES DO TRABALHO

A única coisa que podemos fazer depois que um acidente do trabalho se instala é
investigar/pesquisar as suas causas para que possamos adotar medidas técnicas,
administrativas, educacionais, médicas e psicológicas possíveis de se evitar a sua
reincidência.

Se algum acidente aconteceu é por que alguma coisa falhou, caso contrário o acidente não
teria acontecido.

A investigação do acidente do trabalho deve acontecer, na medida do possível,


imediatamente após a sua ocorrência e devem participar de sua análise as seguintes
pessoas:

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 22


I

- o acidentado, na medida das possibilidades;


- a chefia imediata do acidentado;
- os colegas que presenciaram o acidente
- o pessoal da SEESMT
- e qualquer outra pessoa que, de alguma forma, possa contribuir para o esclarecimento de
todas as variáveis envolvidas no acidente.

O Departamento de Manutenção tem uma forte participação, pois alguma intervenção pode
ter sido realizada no local do acidente e este Departamento deverá dar as explicações
necessárias. Por este motivo é importante que tudo que aconteceu na máquina,
equipamento ou mesmo na instalação seja devidamente registrado para fazer parte do
relatório final do acidente. Toda e qualquer alteração em máquinas, equipamentos ou
instalações devem ser feitas em sintonia com a melhor técnica e procurar envolver o
Departamento de Segurança do Trabalho para que não se crie nenhum risco novo na
operação.

9 CUSTO DO ACIDENTE DO TRABALHO

É impossível se calcular o custo real de acidente do trabalho. Os aspectos materiais são


os mais fáceis de serem avaliados: os custos das matérias primas e dos materiais
auxiliares perdidos; o custo da manutenção que deverá acontecer; ou mesmo a compra de
novas máquinas, equipamentos e instalações; ou ainda um prédio novo é facilmente
contabilizado.

A tarefa mais difícil é quantificar os prejuízos para os acidentados, pois as variáveis


envolvidas são tão diversas que não conseguimos contemplar todas e mesmo que
consigamos é impossível de se prever alguma mudança na vida do trabalhador envolvido
no acidente, tais como: uma promoção por tempo de serviço ou mérito; ou um prêmio; ou
mesmo uma evolução normal na sua carreira em função de estudos; etc. Tendo em
vista o descrito anteriormente, somente poderíamos fazer uma projeção da sua condição
atual de emprego, ou seja, estimar a vida esperada do trabalhador e colocar o seu salário
atual durante esse período. Com isso estaríamos supondo que o trabalhador continuaria
naquela condição de emprego até o fim de sua vida e isso pode não ser verdadeiro. A vida
e a saúde não têm preço.

Outro aspecto importante a ser computado no acidente é o tempo necessário para que o
substituto do acidentado levará para desempenhar as funções com a mesma produtividade
e eficiência, causando uma redução nas quantidades produzidas e conseqüentemente
causando uma redução na receita da empresa.

Como se tudo o que acima foi descrito não bastasse existe uma outra variável importante a
ser citada que é o fato da empresa correr o risco de perder seu cliente de forma definitiva
uma vez que não consegue entregar as encomendas dentro dos prazos contratados. Ainda
existe o fato da empresa que não zela pela segurança dos seus empregados ser
considerada pelos clientes como uma empresa sem responsabilidade social e hoje isso
está fazendo diferença nas relações comerciais.

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 23


I

9.1 Custo segurado ou custo direto


Total das despesas cobertas pelo seguro de acidente do trabalho, podem ser
contabilizados: indenização, prêmios de seguro, gastos com assistência médica e socorro,
etc.

9.2 Custo não segurado ou indireto


Total das despesas não cobertas pelo seguro de acidente do trabalho e, em geral, não
facilmente computáveis, tais como as resultantes da interrupção do trabalho, do
afastamento do empregado de sua ocupação habitual, de danos causados a equipamentos
e materiais, da perturbação do trabalho normal e de atividades assistências não
seguradas; instrução do substituto, baixa estima do pessoal, insegurança, comentários,
etc.

10 PREVENÇÃO DE ACIDENTES.

10.1 Tipos de Prevenção

a) Ativa – É aquela em que se trabalha na prevenção antes da ocorrência do acidente e,


nesse trabalho preventivo, dá-se importância a qualquer ocorrência isolada ou não, com
potencialidade de causar danos pessoais ou materiais.

Prevê o acidente antes que o mesmo ocorra. Ex.: você observa que o seu colega opera o
esmeril sem óculos, alerta-o e ele começa a fazer uso do EPI.

b) Passiva – Ou “prevenção de repetição” É aquela em que após ocorrência de uma lesão,


perda de tempo e/ou danos materiais, tomam-se medidas para evitar ocorrências
semelhantes. (depois da porta arrombada, coloca-se cadeado).

11 CONCEITOS

a) Perigo – Situação que tem nela mesmo um certo potencial (energia) para causar dano
(à vida, á saúde, ao meio ambiente, ao patrimônio, a produção).

“Perigo é uma condição ou um conjunto de circunstâncias que têm o potencial de causar


ou contribuir para uma lesão ou morte”.

b) Risco – É a avaliação do cenário de perigo, associando a probabilidade de ocorrência e


a gravidade de suas conseqüências.

d) Dano – Perda funcional, material ou econômico decorrente de acidente.

e) Falha – Mau desempenho, que pode resultar em risco de acidente.

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 24


I

f) Lesão pessoal - Qualquer dano sofrido pelo organismo humano, como conseqüência
do acidente do trabalho

g) Lesão imediata - Lesão que se manifesta no momento do acidente;

h) Lesão mediata (Lesão Tardia) - Lesão que se manifesta após a circunstância acidental
da qual resultou;

i) Incapacidade permanente total - Perda total da capacidade de trabalho, em caráter


permanente, sem morte.

• ambos os olhos;
• um olho e uma das mãos ou, um olho e um pé;
• ambas as mãos ou ambos os pés ou uma das mãos e um pé.

j) Incapacidade permanente parcial - Redução parcial da capacidade de trabalho, em


caráter permanente que, não provocando morte ou incapacidade permanente total, é a
causa de perda de qualquer membro ou parte do corpo, ou qualquer redução permanente
de função orgânica;

k) Incapacidade temporária total - Perda total da capacidade de trabalho de que resulte


um ou mais dias perdidos, excetuados a morte, a incapacidade permanente parcial e a
incapacidade permanente total;

• Permanecendo o acidentado afastado de sua atividade por mais de um ano,


• é computado somente o tempo de 360 dias;
• A incapacidade temporária parcial não causa afastamento do acidentado,
• correspondendo, portanto, a lesão sem perda de tempo.

l) Dias perdidos - Dias corridos de afastamento do trabalho em virtude de lesão


pessoal, exceto o dia do acidente e o dia de volta ao trabalho;

m) Dias debitados - Dias que se debitam, por incapacidade permanente ou


morte, para o cálculo do tempo computado;

n) Tempo computado - Tempo contado em “dias perdidos, pelos acidentados, com


incapacidade temporária total” mais os “dias debitados pelos acidentados vítimas de morte
ou incapacidade permanente, total ou parcial”;

o) Horas homem de exposição ao risco (horas-homem) - Somatório das horas durante


as quais os empregados ficam à disposição do empregador, em determinado período;

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 25


I

12 ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS – APR OU ANÁLISE PRELIMINAR DE TAREFA


OU TRABALHO – APT
12.1 ARP: é um método sistemático de análise e avaliação de todas as etapas e
elementos de um determinado trabalho para:
• Desenvolver e racionalizar toda a seqüência de operações que o trabalhador
executa;
• Identificar os riscos potenciais de acidentes físicos e materiais;
• Identificar e corrigir problemas de produtividade;
• Implementar a maneira correta para execução de cada etapa do trabalho com
segurança.
• Criar uma base para um custo efetivo de produção do produto, através do
direcionamento do empregado para técnicas sabidamente corretas (testadas e
aprovadas).
• Envolver totalmente os empregados, supervisores, chefes e profissionais de
segurança no desenvolvimento de práticas seguras de trabalho, criando novas
motivações, eliminando o desinteresse.

A Análise de Risco do Trabalho bem implementada torna os trabalhadores mais


participativos com:

• Novas sugestões;
• Alertas acerca de outros riscos;
• Certeza de que o programa de segurança é confiável e efetivo.

A Análise de Risco do Trabalho, com uma técnica de solução de problemas, pode ajudar-
nos a:
• Identificar problemas reais que possam ter sido ignorados durante a seleção de
equipamentos ou na elaboração do lay-out do local de trabalho;
• Encontrar problemas potenciais que podem resultar em mudanças no produto
produzido ou etapas do processo;
• Avaliar possíveis maneiras para prevenir acidentes, paradas de produção,
deficiências na qualidade e reduções no valor do produto;
• Conhecer técnicas ocultas de produtividade e qualidade praticadas por operadores;
• Identificar abusos cometidos no processo produtivo, de qualidade e segurança
cometidos por empregados;
• Usar todas as informações disponíveis em treinamento para empregados novos,
transferidos.

Resumindo, a análise é uma maneira sistemática para o reconhecimento de:

• Exposições a riscos ou acidentes;


• Possíveis problemas e incluindo produção, qualidade ou desperdício;
• Desenvolver maneiras corretas para realização das tarefas de forma que atos
inseguros, condições inseguras, acidentes, falhas, retrabalhos e desperdícios não
ocorram;
• Fazer de maneira certa sem perdas de qualquer espécie.

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 26


I

12.2 Elaboração
Esclarecer que a Análise é apenas quanto à tarefa em si, não colocando em jogo o
desempenho de trabalho do empregado. Escolhida uma tarefa, explique ao trabalhador o
propósito da Análise e discuta o processo de trabalho com o empregado que desempenha
a tarefa.

Todas as atividades deverão ser analisadas nos seus detalhes, porém adotando um
critério básico para a análise, os seguintes fatores:

• Análise do processo;
• Atividades que poderão gerar lesões, esmagamentos, cortes, queimaduras,
decepamentos de membros, etc, até a morte;
• Atividades que geram acidentes com freqüência;
• Atividades com produtos químicos;
• Riscos ergonômicos;
• Arrumação e limpeza;
• Uso de equipamentos de proteção individual;
• Treinamentos;
• Outros.

12.3 Etapas do Trabalho


Envolver o empregado em todas as fases da análise, desde a discussão de qual é a
melhor maneira para execução de cada passo da tarefa até a discussão de riscos em
potencial e soluções recomendadas.
Observar atentamente os detalhes do trabalho antes de iniciar a análise.
Dividir o trabalho discriminando suas etapas básicas, o que é feito primeiro, o que é feito
em seguida e o que é feito depois bem como fazer corretamente.
Pode-se fazer isto:
• Observando atenta e detalhadamente todas as operações do trabalho;
• Conversando com o operador sobre sua experiência no desempenho da função;
• Esboçando seu conhecimento do trabalho observado;
• Descreva as etapas na sua ordem normal de ocorrência. O que realmente é feito,
não os detalhes de como é feito.

12.4 Riscos de Acidentes


Estude cada etapa de um trabalho, separadamente e pergunte a você mesmo que acidente
poderia acontecer em cada etapa de trabalho.
Pode-se responder:
• Observando o trabalho;
• Conversando com o operador
• Analisando acidentes ocorridos

Quando analisa cada etapa do trabalho deverá dar atenção aos seguintes agentes que
causam acidentes:

• Posicionamento - Trabalhos em máquinas cujo ponto de operação permite a


introdução de dedos ou da mão.

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 27


I

• Choque elétrico - Fios expostos, principalmente se o trabalho está relacionado com


eletricidade.
• Produtos químicos - Contato permanente ou não com qualquer desses produtos.
• Fogo - Cortando ou soldando em locais impróprios, riscos de vazamentos ou
derramamentos de produtos inflamáveis que possibilitem fogo pela natureza da
atividade ou do ambiente.

12.4.1 – Exemplos de riscos de acidentes

Área de Trabalho
• Pisos e passagens irregulares, obstruídas, escorregadias, com saliência ou buracos.
• Arrumação e limpeza inadequada.
• Falta de espaço.
• Pilhas inseguras ou materiais sobre a cabeça.
• Exposição a poeiras, fumos e substâncias químicas.

Materiais
• Pesados de difícil manejo, cortante, quente, corrosivo, tóxico, inflamável, perfurante.

Máquinas ou equipamentos
• Partes móveis, correias, correntes, roldanas e engrenagens desprotegidos.
• Pontos de operação que permitem o acesso do operador.

Ferramentas
• Adaptadas, falta de manutenção, inadequadas ao trabalho, gastas, usadas de forma
incorretas.

Equipamento de Proteção Individual - EPI


• Inadequado ao trabalho, usado incorretamente, falta de EPI.

Ergonomia
• Postura incorreta, repetitividade de movimentos, levantamento de peso, monotonia.

Outros riscos de acidentes


• Brincadeira em local de trabalho
• Falta de treinamento do operador
• Lay-out inadequado
• Fazer reparos em máquinas ou equipamentos em movimento
• Falta de planejamento de uma atividade
• Transferência de funcionários de um setor para o outro.

12.5 Procedimentos corretos


Para cada trabalho analisado, pergunte a você mesmo, qual o melhor procedimento para
que o operador execute sua função sem erros e sem riscos e com qualidade.
Pode-se responder:
• Observando melhor a seqüência do trabalho
• Discutindo com o operador ou com outros trabalhadores mais experientes na função

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 28


I

• Aplicando todo o seu conhecimento e experiência


• Pesquisando algum acidente ocorrido na atividade para reforçar sua conclusão

Seja claro ao estabelecer os procedimentos para execução da tarefa, não procure


sofisticação, mas processos rápidos, simples, racionais e eficientes. Nos procedimentos a
serem seguidos pelo operador, não omita nenhum detalhe da atividade, do maquinário, de
ferramentas, de postura, do próprio processo, de saúde, etc.

Ao orientar o trabalhador quanto ao procedimento correto e cuidados ao efetuar a


operação, evite generalizar frases como “seja cauteloso”, “esteja atento”, “tome cuidado”,
etc. Por exemplo: Use luvas de raspa ao invés de “Tomar Cuidado”com a chapa metálica,
devido ela ser cortante.

12.6 Revisão
Após ter elaborado um rascunho da Análise de Riscos do Trabalho, revise-a:

• Revise, na prática, cada etapa do trabalho elaborado para ver se as seqüências das
operações, os riscos, os procedimentos para execução das tarefas e segurança
estão corretos ou podem ser melhorados na sua eficiência, qualidade do trabalho,
sem comprometer a segurança.
• Encontrar uma nova maneira de fazer o trabalho a fim de melhorar a produtividade e
de eliminar os desperdícios, melhorando as etapas do processo ou modificando sua
seqüência, ou se for necessário, modificando equipamentos e precauções de
segurança e saúde para eliminar ou reduzir os riscos.
• Modificar as condições físicas e ambientais que geram os riscos de acidentes, tais
como ferramentas, materiais, equipamentos, lay-out, produtos, matérias primas e
meio ambiente.
• Eliminar riscos presentes modificando o procedimento de trabalho.
• Descrever exatamente o que o empregado precisa saber a fim de desempenhar a
tarefa utilizando-se deste novo método.
• Reveja todo o processo com os empregados que executam as tarefas. Anote suas
idéias sobre o processo, os riscos, e os melhores procedimentos adotados para
executar as operações.
• Assegure-se de que os empregados entenderam o propósito da Análise de Risco do
Trabalho e as razões para as modificações no procedimento de seu trabalho.
• Encaminhe para os Gerentes, Chefes e Supervisores dos setores envolvidos as
análises de risco elaboradas para conhecimento e aprovação.

12.7 Implementação
• A aprovação final para a Análise de Risco do Trabalho deve ser concedida somente
após revisada pelo Gerente, Chefe, Supervisor, empregado e outros responsáveis
pela designação do procedimento de trabalho.
• Para implementar a Análise de Risco do Trabalho aprovada, o supervisor deve
treinar os empregados envolvidos.
• A Análise de Risco do Trabalho deve ser revisada periodicamente com os
empregados envolvidos de forma que estes saibam como deve ser executado o
trabalho sem qualquer tipo de acidentes.

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 29


I

• A qualquer tempo que a Análise venha a ser revisada, deve ser providenciado
treinamento dos novos métodos de trabalho ou medidas protetoras para todos os
empregados afetados pela mudança.
• A Análise também deve ser utilizada para treinar novos empregados quanto ao
processo produtivo e prevenção de acidentes.
• Documente o envolvimento de todos os participantes ao encerrar o treinamento.
• Coloque uma cópia da análise, quando o trabalho for em máquinas, próximo do
operador para consultas ou fiscalizações.
• Encaminhe uma cópia da Análise e o documento assinado por cada trabalhador
treinado para ser arquivado em seu departamento, no setor de segurança do
trabalho, em seus respectivos prontuários, no Departamento Pessoal.
• A análise deverá ser revista sempre que ocorrerem alterações no processo, no
maquinário, lay-out ou equipamento.

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 30


I

12.8 Modelos de análise preliminar de riscos

Atividade: Reforma de Salas DATA:


DD/MM/ANO
Participantes:
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx -Técnico de Segurança do Trabalho –
yyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyy – Supervisor
zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz – Encarregado

ETAPAS POSSÍVEIS DESVIOS MEDIDAS PREVENTIVAS

Retirada do Forro; • Queda; Ao realizar a retirada do forro


• Corte Por Utensílios manter distância de segurança, o
Domésticos; auxiliar deverá ficar atento a
• Ferimentos e cortes; quedas de objetos e pedaços de

• Torções e fraturas; madeira.

• Picada de animais Utilizar todos os Epi´s;


peçonhentos; Manter local de trabalho limpo.

• Choque Elétrico; Estar atento à presença de

• Corpo estranho nos animais peçonhentos dentro do


olhos forro.
Isolar o local de trabalho com fita
zebrada.
Somente pessoal autorizado e
devidamente treinado deve
realizar manutenção na rede
elétrica.

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 31


I

Retirada da Porta; • Prensamento; Inspecionar as ferramentas de


• Corte; trabalho antes de iniciar a
• Poeira incomoda; atividade; Utilizar somente
ferramentas adequadas; Nunca
improvisar com ferramentas; É
obrigatório o uso dos EPI´s
recomendados para a atividade,
Capacete, Óculos de Proteção e
luva de raspa.

Retirada do revestimento; • Prensamento; Realizar inspeções nas


• Corte; ferramentas manuais antes de
• Poeira incomoda; executar a atividade. Utilizar

• Queda; andaime e/ ou cinto de segurança

• Choque elétrico; para trabalhos em altura superior

• Corpo estranho nos a 2 metros. Somente pessoal


olhos; autorizado e devidamente
treinado deve realizar
manutenção na rede elétrica.
Sinalizar local com fita zebrada;

Pintura com tinta a base • Queda; Manter local de trabalho limpo e


de água; • Corpo estranho nos seco;Realizar inspeções nas
olhos; ferramentas a serem utilizadas;
• Dermatoses; Utilizar escada para pintura;

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 32


I

TERMO DE COMPROMISSO:
Recebemos as orientações contidas na Análise Prevencionista de Riscos e
comprometemo-nos a cumpri-las rigorosamente, preservando assim, o bom andamento do
nosso trabalho e a integridade física dos trabalhadores do setor.
NOME ASSINATURA EMPRESA
GER ÊNC IA: PO NTO (S) DE U RG ÊNC IA:
LOG O MARCA ANÁLISE DE RISCOS Nº

Á REA: U R GÊN C IA: 3333

E QU IPA MEN TO / SETO R / O M: BO MBEIR OS : 2222

A TIV IDAD E O U OPER AÇ ÃO: D ATA: _____/_____/_____


QUE STIONÁRIO

1 – EST OU APT O PAR A ESTA ATIV ID AD E? (R EC EBI T RE IN AME NT O) SEI O QU E FA ZER? SIM NÃO FATOR PESSOAL

C A SO NÃ O ESTE JA APT O, IN F ORM E AO SEU SUPER IOR IM ED IA TO . FAT OR T ÉCN ICO

2 – MIN H AS FER RA MENT AS O FEREC E M C O ND IÇ ÕES DE SEG UR AN Ç A? ESTÃO BOAS ? SIM NÃO
IN SPEC ION E AN TES D E USA R.

3 – C O MU N IQU E I-ME CO M O PESSO AL D E OPER AÇ ÃO O U EQ U IPES ENVO LVID AS? SIM NÃO N ÃO SE APLICA

N Ã O FIQU E N A D ÚVID A , IN FOR ME-SE C O M OS RESPO NSÁ VE IS.

4 – H Á R ISC O DE C HO QU E ELÉTR ICO ? SIM NÃO

R EC OM END A ÇÕ ES (U TILIZE O VER SO).

5 – O EQU IPA MEN TO ESTÁ BLOQU EAD O ? SIM NÃO N ÃO SE APLIC A


P ROVID ENC IE O D ESLIGA MEN TO E C OL OQU E A PLA QU ETA D E SEGU RA N Ç A.

6 – O LOCA L É ESCO RR EGAD IO? SIM NÃO


C U ID A DO A O TR AN SITA R ! VERIFIQU E Q UA IS RISC OS : GR AXA ÓLEO ÁGU A PISO LIS O OU TR OS

7 – H Á R ISC O DE QU ED A? SIM NÃO

E SPECIFIQ UE (U TILIZE O VERSO ).

8 – H Á R ISC O DE C OR TE? SIM N ÃO


E SPECIFIQ UE (U TILIZE O VERSO ).

9 – H Á R ISC O DE PR OJEÇ ÕES? SIM NÃO

E SPECIFIQ UE (U TILIZE O VERSO ).

10 – A AT IVIDAD E PRO POR C ION A R ISC OS A TER CE IR OS ? ISO LE A ÁREA. SIM NÃO

11 – H Á R ISC O D E PR EN SAGE M? SIM NÃO


E SPECIFIQ UE (U TILIZE O VERSO ).

12 – H Á R ISC O D E QU EIMAD U R A? SIM N ÃO

E SPECIFIQ UE (U TILIZE O VERSO ).

13 – E XISTE R ISC O D E IN TO XIC AÇ ÃO PO R G ASES? SIM N ÃO O ESPAÇ O É C ON FINAD O ? SIM N ÃO


U TILIZE O DE TEC TOR DE G ÁS E MÁ SC AR A AD EQU A D A.

14 – A LIN H A D E PR OC ESSO ESTÁ DESPR ESSU R IZADA? SIM NÃO N ÃO SE APLICA


V ERIFIQ U E COM A O PERA Ç ÃO OU INSPEÇ Ã O.

15 – E XISTE R ISC O D E IN C ÊND IO? SIM N ÃO E D E E XPLOSÃO ? SIM N ÃO


E M CA SO A FIRM ATIVO , QU A L ? G ASES ELÉTR IC O H ID R ÁU LIC O PR OD UT OS QU ÍMIC OS
U TILIZE O VERS O PA RA DE FIN IR A S RE COM EN DA Ç ÕES (TIPO D E EXT IN TO R, PRESE NÇ A DE B OMB EIR OS OU D E B R IGA DIS TAS OU D A PR M).

16 – QU A IS EP I SÃO IN D IC AD OS PARA ESTA TAR EFA?


ÓC ULOS CAP ACET E BOTIN A PERN EIR A LU VAS PALET Ó PR OT ETOR AUR ICU LAR

OU TR OS ESPEC IFIQU E (U TILIZE O VERS O).

17 – JÁ D E FIN IU SU A SAÍD A DE E MERG ÊNC IA? SIM Á REA LIVRE


E STA B ELEÇA SEU CA MIN H O (U TILIZE O VER SO).

18 – E XISTE PR OC ED IMEN TO , PAD RÃ O D E OPER AÇ ÃO, IN STR U ÇÃO D E TR ABALH O , SIM NÃO
PARA A EXEC UÇ ÃO ? E SPEC IFIQU E (U TILIZE O VER SO ).

19 – H Á D ISPO SIT IVO PAR A PARAD A DE E MERG ÊN C IA N O EQU IPAMEN TO? SIM NÃO
B otoeira, Seletora, C ord oalha d e E m erg ência, Trava de S egurança, Ou tro s:_____________________

20 – QU A L IMPACT O AMBIEN TAL GER AD O? R U ÍD O O UT RO


SO LO ÁGU A AR BIOLÓG IC O QU ÍMIC O N ÃO SE APLICA

E SPECIFIQ UE NO VER SO A S C ON TR A MED IDA S.

21 – ESPEC IFIQU E N O VER SO A S R ECO MEN DA Ç ÕE S P/ OS R ISC OS ER GO N ÔM IC OS D A SU A A TIVIDA D E. (Ex. POS TUR A , LEV AN TA MEN T O D E PESO, ETC .).

22 – H Á G ERAÇ Ã O DE R ESÍD UOS? SIM NÃO


E SPECIFIQ UE AS D ESTINA Ç ÕES REC OMEN D AD A S N O V ERSO .
Nos trabalhos com eletricidade é proibido o uso de adornos pessoais tais com o relógio, pulseira, corrente, anéis, piercing,
brincos e óculos com arm ação m etálica
G-0615 (frente)

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 33


I

LOGOMARCA ÁREA/ OBRA: PÁGINA:


ANÁLISEDERISCOS
Identificar quaisprocedimentosseaplicamaestaatividade{Marcar(S)Simou(N) Não}
( ) Bloqueioedesbloqueiodeequipamentos-SX3900Q8PR1074 ( )SegurançanosTrabalhosemAlturaenaUtil. deAndaimeseEquip. deTransp. Vertical deCargasePessoas-SX3900Q8PR1086
( ) Segurançaemoperaçõesdesoldagemeoxicorte-SX3900Q8PR1081 ( )TransportedeprodutosperigososproduzidosouconsumidospelaUsiminas-SQ-3900-Q-9PR0019
( ) Segurançaemlocaisconfinados-SX3900Q8PR1083 ( )Coletaedestinaçãodepilhasebateriasusadaselâmpadasqueimadas. SQ-3900-Q-9PR0018
( ) Segurançaemtrabalhoscomeletricidade-SX3900Q8PR1085 ( )Estocagem,manuseio, destinaçãoetransportederesíduosoleososdausina- SQ-3900-Q-9PR0013
( ) Segurançaemtrabalhoscomarcomprimido, vapor egases-SX3900Q8PR1078 ( )Geraçãoedestinaçãofinal deresíduossólidos-SQ-3900-Q-9PR0012
( ) Segurançaemoperaçõescomequipamentosdetransporteelevantamentode ( )ProcedimentorelativoaPlanodeRespostaàEmergências–ESPECIFICAR: __________________________________________
cargas-SX3900Q8PR1082
() ()
OPERAÇÃO/ SITUAÇÃO POSSÍVEISACIDENTES RECOMENDAÇÕESDESEGURANÇA/ERGONÔMICA/ MEIOAMBIENTE RESPONSABILIDADE

EQUIPE/ PARTICIPANTES CHAPA EQUIPE/ VISTO


PARTICIPANTES CHAPA VISTO GERÊNCIA
GERÊNCIA

G-0615(verso)

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 34


I

13 RISCOS AMBIENTAIS

13.1 - O PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - NR9

Esta norma objetiva a preservação da saúde e integridade do trabalhador, através da


antecipação, avaliação e controle dos riscos ambientais existentes, ou que venham a
existir no ambiente de trabalho, tendo em vista a proteção ao MEIO AMBIENTE e
RECURSOS NATURAIS.

Leva-se em conta os Agentes FÍSICOS, QUÍMICOS e BIOLÓGICOS. Além desses


agentes, destacamos também, os Riscos Ergonômicos e os Riscos Mecânicos.
É importante manter esses dados no PPRA, a fim de as empresas não sofrerem ações de
natureza civil por danos causados ao trabalhador, mantendo-se atualizados os Laudos
Técnicos e o Perfil Profissiográfico Previdenciário.

Do laudo técnico de condições ambientais do trabalho deverão constar informação sobre a


existência de tecnologia de proteção coletiva ou individual que diminua a intensidade do
agente agressivo a limites de tolerância e recomendação sobre a sua adoção pela
empresa.

13.2 Agentes Físicos:

São temperaturas excessivamente altas ou baixas, os ruídos, as vibrações, as pressões


muito baixas ou muito altas, as radiações, a iluminação, a umidade, causadores de danos
ou incômodos ao ser humano.

13.2.1 Ruído:
Os danos causados pelo ruído ao sistema auditivo humano estão ligados a dois fatores:

• Freqüência (exposição prolongada ou constante)


• Intensidade (ruídos muito fortes)

Exemplos de fontes de ruídos em níveis bastante elevados presentes em centros


industriais ou urbanos :

• maquinário (leve ou pesado, fixo ou móvel),


• veículos automotores em geral,
• serras,
• compressores, etc.

A exposição prolongada ou constante a ruídos intensos poderá ter efeitos diretos e


indiretos ao organismo humano:

• Efeitos diretos: redução da capacidade auditiva ou até mesmo surdez permanente.

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 35


I

• Efeitos indiretos a longo prazo: o ruído intenso poderá produzir alterações no estado
emocional dos indivíduos (nervosismo, irritabilidade, etc.), as quais, por sua vez,
poderão causar dores de cabeça, aumento da pressão sanguínea e outros males.

O ruído é medido por equipamentos apropriados como o decibelímetro e dosímetro, na


unidade decibel (dB).

Conforme anexos 1 e 2 da NR15, existem dois tipos de ruído:

• Contínuo ou intermitente
• Impacto.

Ainda conforme a NR15 os trabalhadores não podem estar expostos a ruídos contínuos
em períodos de tempo que excedam os limites de tolerâncias fixados no quadro a seguir:

Nível de ruído dB (A) Máxima exposição diária PERMISSÍVEL


85 8 horas
86 7 horas
87 6 horas
88 5 horas
89 4 horas e 30 minutos
90 4 horas
91 3 horas e trinta minutos
92 3 horas
93 2 horas e 40 minutos
94 2 horas e 15 minutos
95 2 horas
96 1 hora e 45 minutos
98 1 hora e 15 minutos
100 1 hora
102 45 minutos
104 35 minutos
105 30 minutos
106 25 minutos
108 20 minutos
110 15 minutos
112 10 minutos
114 8 minutos
115 7 minutos

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 36


I

13.2.2 Vibração:

A vibração é o resultado das trepidações provocadas por diversos tipos de máquinas e


equipamentos motorizados, operados nas várias atividades profissionais. São exemplos de
fontes de vibração: tratores, máquinas de terraplenagem, caminhões, máquinas de polir,
serras manuais, marteletes, etc.
As vibrações podem ser de dois tipos: as localizadas e as de corpo inteiro.
Conforme o tipo de vibração, pode haver perda de sensibilidade tátil, problemas na
circulação periférica, problemas nas articulações, cansaço visual, lesões na coluna e nos
rins.
As medidas preventivas contra vibração, são: o uso de equipamentos de proteção
coletiva (EPC’s) e, quando não forem suficientes, os equipamentos de proteção individual
(EPI’s).

13.2.3 Temperaturas extremas:

Tanto o frio (trabalhos em frigoríficos, por exemplo) quanto o calor (trabalhos com
exposição ao sol, próximos a fornos, caldeira, solda, etc.) excessivos podem provocar
alterações no organismo, principalmente se exposição ocorrer por longos períodos.
Os principais problemas causados pelo calor excessivo são: insolação, câimbra de calor,
catarata, erupções na pele e problemas cardiovasculares.
Os principais problemas causados pelo frio abaixo de 10ºC são: enregelamento dos
membros que poderá levara gangrena e até mesmo a amputação, ulcerações de frio como,
feridas, rachaduras e necroses dos tecidos superficiais.

13.2.4 Pressões anormais

São aquelas a que estão expostos os indivíduos que operam fora do ambiente normal,
como por exemplo, em grandes altitudes ou em explorações submarinas.
No caso de mergulhadores, podem causar embolia pulmonar, além de problemas
psíquicos.
As medidas preventivas são as seleções de trabalhadores do ponto de vista físico e
psíquico, a realização de treinamentos, além de exames periódicos, conforme a NR15.

13.2.5 Radiações

Classificam-se em dois grupos:

• Ionizantes: Provocam câncer, anemia, catarata, etc. Podem ser naturais (quando
provêm de elementos radioativos encontrados na natureza, como o urânio e o
potássio) e artificiais (quando provêm de equipamentos e aparelhos fabricados pelo
homem, como o Raio X, Gama e Beta).

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 37


I

• Não ionizantes: Provocam câncer de pele, vaso dilatação, catarata, etc. Podem ser
naturais (radiação produzidas pelo sol) e artificiais (produzidas por fornos, solda
elétrica, solda oxiacetileno).

As medidas preventivas são o uso de EPC’s e EPI’s.

13.2.6 Umidade

Ocorrem em atividades ou operações executadas em locais alagados ou encharcados.

As medidas preventivas são o uso de EPC’s e EPI’s.

13.3 Agentes Químicos:

Os agentes químicos são aqueles que podem reagir com os tecidos humanos ou afetar o
organismo, causando alterações em sua estrutura e/ou funcionamento. Podem ser sólidos,
líquidos e gasosos (vapores).

• Sólidos: Apresentam-se sob a forma de poeiras e fumos metálicos.(Partículas


sólidas que surgem quando um material sólido se evapora e ao arrefecer condensa.
Por exemplo, os vapores metálicos arrefecem e condensam em partículas
extremamente pequenas, geralmente de tamanho de partículas menores de 1 µm
diâmetro. Os fumos metálicos podem aparecer em operações como a soldadura,
fundições, etc.). Podem ser de origem mineral (por exemplo a poeira resultante de
jato de areia e do amianto), vegetal (a poeira resultante do processamento do
algodão) ou animal (as poeiras provenientes dos pelos e do couro dos animais).

• Líquidos: São os ácidos e solventes que, em forma de pequenas partículas em


suspensão no ar, podem causar danos ao sistema respiratório.

• Gasoso ou vapores: Alguns exemplos, vapores de ácidos, dióxido de enxofre,


óxido de nitrogênio, monóxido de carbono, amoníaco, cloro, éter, vapores metálicos
de mercúrio, arsênio, manganês, etc.

Os agentes químicos podem causar diversos tipos de problemas pulmonares como asma,
bronquite, pneumoconioses, anemias, danos à medula e ao cérebro, diversos tipos de
intoxicações, leucemias, dentre outros.

Pneumoconioses - (doenças que provocam uma fibrose ou endurecimento do tecido


pulmonar em razão do acúmulo de poeira tóxica nos pulmões.

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 38


I

Podemos citar a silicose, causada pela inalação de poeira de quartzo (poeira de sílica), é
caracterizada pela formação de nódulos no pulmão que podem levar à graves problemas
respiratórios. A doença é progressiva e irreversível (piora ao longo dos anos), e seus
sintomas aparecem após muitos anos de exposição: começam com tosses e escarros,
passando por dificuldade para respirar e fraqueza no organismo, chegando, nos casos
mais graves, a insuficiência respiratória. Os trabalhadores mais atingidos pela silicose
estão na indústria extrativa (mineração subterrânea e de superfície); no beneficiamento de
minerais (corte de pedras, britagem, moagem, lapidação); em fundições; em cerâmicas, em
olarias; no jateamento de areia; cavadores de poços; polimentos e limpezas de pedras, etc.
Também podemos citar a Asbestose do amianto ou asbesto – é uma fibra mineral bastante
usada na fabricação de caixas-d’água, lonas e pastilhas de freio dos carros, telhas e pisos,
tintas e tecidos antichamas. Altamente tóxica e cancerígena, a fibra é proibida em vários
países do mundo. A asbestose é uma doença respiratória causada pela inalação do pó
amianto, que se aloja nos pulmões e, em longo prazo, compromete a capacidade
respiratória e pode levar à morte, além de estar associada ao câncer de pulmão. Os
doentes são geralmente trabalhares de indústrias que usam o amianto como matéria prima,
além daqueles que trabalham na construção civil. Os principais sintomas são falta de ar e
cansaço excessivo. Não existe tratamento para a asbestose, ela é uma doença crônica e
progressiva, razão pela qual, se discute a proibição do uso do amianto e sua substituição
por outras fibras no Brasil.

Há três vias básicas de penetração no organismo dos agentes químicos:

• Via respiratória: É a que oferece maior perigo, pois a maioria dos agentes químicos
se encontra sob a forma de gases, vapores, poeiras, etc. Originam-se de operações
de transformação de matérias primas que liberam na atmosfera diversas
substâncias. São os chamados aerodispersóides.

• Via cutânea: Devido, por exemplo, à manipulação de produtos químicos,


penetrando através dos poros e interstícios da pele. Entrando na corrente
sanguínea. Ocorre no uso de inseticidas, graxas, óleos a base de hidrocarbonetos
aromáticos, etc.

• Via digestiva: Ocorre por meio de ingestão involuntária, pois em muitos locais ainda
existe o mau hábito de comer, beber e fumar no ambiente de trabalho, fora dos
refeitórios ou em locais não apropriados.

As medidas preventivas podem ser:

• Substituição do produto tóxico por outro de menor toxicidade.

• Mudança ou alteração do processo ou operação, como a utilização de pintura à


imersão ao invés de pintura à pistola; processos úmidos no lugar de operações à
seco, para o controle de partículas em suspensão; automatização dos processos.

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 39


I

• Enclausuramento da operação (isolamento do local onde ocorrem as reações


químicas), através de compartimentos, cômodos ou máquinas apropriadas.

• Segregação da operação ou processo, isolando-os no espaço (em local separado)


ou no tempo (fora do horário normal).

• Ventilação geral diluidora, de forma a reduzir a concentração de contaminantes


ambientais a níveis aceitáveis. Não é recomendada para diluir contaminantes de
alta toxicidade.

• Ventilação exaustora, capturando o contaminante no seu ponto de origem, antes


que o mesmo atinja a zona respiratória do trabalhador. É um dos sistemas mais
eficazes.

• Utilização de EPI’s.

13.4 Agentes Biológicos

Os vírus, bactérias, parasitas, fungos, protozoários, etc., são agentes biológicos que fazem
parte dos riscos ambientais a que estão submetidos os trabalhadores pelo contato durante
sua atividade profissional. São microorganismos que invadem o organismo humano e
causam diversas doenças, como a tuberculose, o tétano, a malária, a febre amarela, a
febre tifóide, a leptospirose, micoses, etc.

Os profissionais mais expostos a esses agentes são os trabalhadores da área de saúde


(médicos, bioquímicos, enfermeiros, patologistas, etc.), funcionários de hospitais e de
laboratórios, lixeiros, açougueiros, trabalhadores rurais, trabalhadores de curtumes, de
estações de esgoto, etc.

São medidas preventivas: a vacinação do trabalhador e dos animais, a esterilização dos


materiais de trabalho, a rigorosa higiene pessoal, das roupas, dos equipamentos e do
ambiente do trabalho (assepsia), uso de EPI’s (máscaras, luvas, roupas apropriadas, etc.),
a ventilação adequada e o controle médico permanente.

13.5 Agentes Ergonômicos:

A ergonomia é o conjunto de ciências e tecnologias que procuram fazer um ajuste


confortável e produtivo entre o ser humano e o seu trabalho, basicamente procurando
adaptar as condições de trabalho às características do ser humano.

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 40


I

A ergonomia estuda as relações entre o homem e o seu ambiente de trabalho, sendo que o
termo ambiente relaciona-se com equipamentos, aparelhos, ferramentas, materiais,
métodos, processos e a organização do trabalho.
Os objetivos práticos da ergonomia são a segurança, a satisfação e o bem estar dos
trabalhadores em seu relacionamento com os sistemas produtivos. Para realizá-lo, a
ergonomia estuda diversos aspectos do comportamento humano na produção, além de
outros fatores importantes para o projeto de sistemas de trabalho:

• O homem, considerando as características físicas, fisiológicas, psicológicas e


sociais do trabalhador, o sexo, a idade, o treinamento e a motivação.
• A máquina, levando em conta todas as ajudas materiais que o homem utiliza na
atividade produtiva, englobando os equipamentos, ferramentas, mobiliários e
instalações.
• O ambiente, considerando as características do meio físico que envolve o homem
durante o trabalho, como temperatura, ruídos, vibrações, iluminação, cores e outros.
• A informação, levando em conta a conjugação dos elementos acima citados no
sistema produtivo, para estudar aspectos como horários, turnos de trabalho e
formação de equipes.

13.5.1 Alguns riscos profissionais ergonômicos:


• Trabalho físico pesado
• Posturas incorretas
• Posições incômodas
• Ritmos excessivos
• Monotonia
• Trabalho noturno e em turnos
• Jornada prolongada
• Conflitos
• Ansiedade
• Responsabilidade
• Atenção
• Treinamento inadequado ou inexistente
• Outros

13.5.2 Conseqüências dos riscos ergonômicos:


• Cansaço
• Lombalgia
• DORT / LER
• Fraqueza
• Dores musculares
• Hipertensão arterial
• Stress
• Diabetes
• Úlcera
• Doenças nervosas

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 41


I

• Alterações do sono
• Taquicardia
• Maior susceptibilidade a incidentes e acidentes

13.5.3 Medidas preventivas:


• Mudança no processo e organização do trabalho
• Ajustes em máquinas e postos de trabalho
• Treinamento
• Níveis de iluminação adequados (conforme NBR 5413)
• Escopo de proposta ergonômica desde o projeto de concepção dos ambientes.

13.6 Agentes Mecânicos


Também chamados de riscos de acidentes. São as condições de insegurança (do
processo de trabalho e do ambiente físico), que podem existir nos locais de trabalho,
capazes de provocar lesões à integridade física do trabalhador, danos materiais em
máquinas e instalações.

13.6.1 Alguns fatores que facilitam os acidentes:


• Máquinas sem proteção
• Equipamentos e ferramentas defeituosos
• Arranjo físico inadequado (falta de espaço entre máquinas)
• Instalações elétricas irregulares
• Sobre carga de equipamentos de transporte e movimentação de materiais
• Armazenamento impróprio de matéria prima ou produtos acabados
• Vasos sob pressão e outros riscos operacionais

Enquadram-se neste aspecto diversos acidentes, tais como: choque elétrico, incêndios e
explosões, esmagamento, amputação, ferimento, acidentes com olhos, quedas, torções
dos membros inferiores, etc.

13.6.2 Medidas preventivas:


• Manutenção preventiva
• Treinamento e qualificação da mão de obra
• Programas de inspeção de segurança
• Arranjo físico bem planejado
• Proteção das máquinas e equipamentos (partes móveis, correias, engrenagens,
correntes, polias, etc.)
• Aterramento das instalações
• Guarda corpos e proteções contra quedas de alturas

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 42


I

14 MAPA DE RISCOS
O Mapa de Riscos é uma das modalidades mais simples de avaliação qualitativa dos riscos
existentes nos locais de trabalho. É a representação gráfica dos riscos por meio de
círculos de diferentes cores e tamanhos, permitindo fácil elaboração e visualização.
É um instrumento participativo, elaborado pelos próprios trabalhadores e de conformidade
com as suas sensibilidades. O Mapa de Riscos está baseado no conceito filosófico de que
quem faz o trabalho é quem conhece os riscos. Ninguém conhece melhor a máquina do
que o seu operador. As informações e queixas partem dos trabalhadores, que deverão
opinar discutir e a CIPA deve elaborar o Mapa de Riscos e divulgá-lo a todos os
trabalhadores da empresa através da fixação e exposição em local visível. Serve como um
instrumento de levantamento preliminar de riscos, de informação para os demais
empregados e visitantes, e de planejamento para as ações preventivas que serão
adotadas pela empresa.

14.1 Objetivo do Mapa de Riscos


Reunir as informações básicas necessárias para estabelecer o diagnóstico da situação da
segurança e saúde no trabalho na empresa, e possibilitar, durante a sua elaboração, a
troca e a divulgação de informações entre os trabalhadores, bem como estimular sua
participação nas atividades de prevenção.

14.2 Benefícios da adoção do Mapa de Riscos


Identificação prévia dos riscos existentes nos locais de trabalho aos quais os trabalhadores
poderão estar expostos;
conscientização quanto ao uso adequado das medidas e dos equipamentos de proteção
coletiva e individual;
redução de gastos com acidentes e doenças, medicação, indenização, substituição de
trabalhadores e danos patrimoniais;
facilitação da gestão de saúde e segurança no trabalho com aumento da segurança interna
e externa;
e melhoria do clima organizacional, maior produtividade, competitividade e lucratividade.

14.3 Elaboração do Mapa de Riscos


São utilizadas cores para identificar o tipo de risco, conforme a tabela de classificação dos
riscos ambientais. A gravidade é representada pelo tamanho dos círculos.

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 43


I

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 44


I

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 45


I

14.4 Etapas de elaboração

14.4.1 Conhecer o processo de trabalho do local avaliado:


Os trabalhadores - número, sexo, idade, queixas de saúde, jornada, treinamento recebido;
Os equipamentos, instrumentos e materiais de trabalho;
as atividades exercidas;
O ambiente.

14.4.2 Identificar os agentes de riscos existentes no local avaliado, conforme a


tabela de classificação dos riscos ambientais.

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 46


I

14.4.3 Identificar as medidas preventivas existentes e sua eficácia referente a:


• Proteção coletiva;
• Organização do trabalho;
• Proteção individual;
• Higiene e conforto: banheiro, lavatórios, vestiários, armários, bebedouros,
refeitórios,
• Área de lazer.

14.4.4. Identificar os indicadores de saúde:


• Queixas mais freqüentes e comuns entre os trabalhadores expostos aos mesmos
riscos;
• Acidentes de trabalho ocorridos;
• Doenças profissionais diagnosticadas;
• Causas mais freqüentes de ausência ao trabalho.

14.4.5. Elaborar o Mapa de Riscos, sobre uma planta ou desenho do local de


trabalho, indicando através do círculo:
• O grupo a que pertence o risco, conforme as cores classificadas;
• O número de trabalhadores expostos ao risco, o qual deve ser anotado dentro do
círculo;
• A especificação do agente (por exemplo: amônia, ácido clorídico; ou ergonômico
(repetitividade, ritmo excessivo) que deve ser anotado também dentro do círculo;
• Intensidade do risco, de acordo com a percepção dos trabalhadores, que deve ser
representada por tamanhos proporcionalmente diferentes dos círculos.
• A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA deverá auxiliar os
trabalhadores na elaboração do Mapa de Riscos.

Observe atentamente a sua seção ou fábrica e identifique as situações de risco de


acidentes.

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 47


I

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 48


I

Imagine que você esta vendo tudo de cima

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 49


I

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 50


I

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 51


I

15 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA (EPC)

Como o próprio nome diz são dispositivos utilizados no ambiente laboral com o objetivo de
proteger um grupo de trabalhadores dos riscos inerentes aos processos

Normalmente, envolvem facilidades para os processos industriais colaborando no aumento


de produtividade e minimizando os efeitos de perdas em função de melhorias no ambientes
de trabalho.

A melhoria das condições de trabalho depende muito do projeto do processo e, por isso, é
necessário que se realize uma análise prévia desses sistemas, antes de sua implantação
por profissionais especializados em segurança do trabalho, para que os riscos
ocupacionais sejam identificados e as medidas de proteção convenientes sejam adotadas
antes da liberação do processo. Respeitados esses critérios, os investimentos em
melhorias do processo são melhor otimizados, evitando-se o risco de paradas
desnecessárias para correção de anomalias.

Os EPC’S podem ser equipamentos simples, como corrimãos de escadas até sistemas
sofisticados de detecção de gases dentro de uma planta química.

Os dispositivos de segurança em máquinas, por exemplo, têm a finalidade principal de


proteger a integridade física das pessoas, quer sejam operadores ou outros trabalhadores
presentes nas áreas do processo. Essa é uma das maiores vantagens que os EPC’S
possuem frente a outros sistemas de proteção, inclusive os individuais, pois além de
proteger a coletividade, não provoca desconforto aos trabalhadores.

Os EPC’S não prejudicam a eficiência do trabalho, quando adequadamente escolhidos e


instalados. Os EPC’S, para serem perfeitamente definidos e adequados, devem respeitar
algumas premissas básicas:

• Ser do tipo adequado em relação ao risco que irão neutralizar;


• Depender o menos possível da atuação do homem para atender suas finalidades;

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 52


I

• Ser resistente às agressividades de impactos, corrosão, desgastes, etc. a que


estiverem sujeitos;
• Permitir serviços e acessórios como limpeza, lubrificação e manutenção;
• Não criar outros tipos de riscos, principalmente mecânicos como obstrução de
passagens, cantos vivos, etc.

Exemplos:
• Isolamento de fonte de ruído ou de calor;
• Sistema de ventilação / exaustão, no caso de riscos provenientes de gases, vapores
e aerodispersóides;
• Proteção nas máquinas e equipamentos;
• Enclausuramento de processos (radiações, laboratórios de microbiologia, utilização
de produtos químicos, etc.);
• Proteção em escadas, passarelas, rampas, etc.

16 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI – NR 6 - Portaria 3214/78.


As empresas são obrigadas a fornecer aos seus empregados equipamentos de proteção
individual, destinados a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador.
Todo equipamento deve ter o CA - Certificado de Aprovação do Ministério do Trabalho e
Emprego e a empresa que importa EPIs também deverá ser registrada junto ao
Departamento de Segurança e Saúde do Trabalho, existindo para esse fim todo um
processo administrativo.

Equipamento de Proteção Individual – De acordo com a NR-6, considera-se EPI todo


dispositivo de uso individual, de fabricação nacional ou estrangeira, destinado a proteger a
saúde e a integridade física do trabalhador.

Sempre que possível, deve-se optar pela proteção coletiva. As proteções individuais só
devem ser usadas como último recurso de proteção quando:
Em situações de atendimento às emergências, quando as medidas de proteção coletiva
forem tecnicamente inviáveis ou não oferecerem completa proteção contra riscos de
acidentes de trabalho e doenças profissionais e/ou enquanto medidas de proteção coletiva
estiverem sendo implantadas.

Do ponto de vista legal, o uso de equipamentos de proteção individual seguem os


seguintes preceitos:

• Artigos 166 e 167 da C.L. T;

• Portaria MTE 3.214 de 08/06/78 - NR 6.

Do ponto de vista prevencionista a função do EPI não é evitar a ocorrência do


acidente, como muitos preconizam. Ele existe para evitar lesões ou para atenuar a sua
gravidade no corpo do trabalhador, além de proteger o organismo contra efeitos de

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 53


I

substancias químicas tóxicas, alergênicas, dentre outras, que possam determinar doenças
ocupacionais.

16.1 O uso do EPI baseia-se em três fatores básicos: necessidade, seleção e


utilização.

16.1.1 Necessidade:
• Não há condições de eliminar os riscos oferecidos por máquinas, pelo método,
material ou pelas instalações.
• Não de pode controlar os riscos a que o trabalhador ficará exposto.

16.1.2 Seleção:
• Proporcionar adequada proteção contra os riscos em que o trabalhador ficará
exposto.
• Dar ao máximo conforto e ser o mais leve possível, deixando o trabalhador livre em
seus movimentos essências.
• Recomenda-se que ao adquirir o EPI, o empregador exija do fabricante cópia do CA
(Certificado de aprovação) do equipamento, emitido pelo MTE (Ministério do
trabalho e Emprego), além de cópia do CRF (Certificado de registro do fabricante)
ou CRI (Certificado de registro de importador).

16.1.2 Utilização:
• O nível de compreensão do trabalhador que vai usar o equipamento sobre a
necessidade do uso do EPI em sua atividade.
• As medidas disciplinares legalmente estabelecidas de que se pode lançar mão para
fazer com que o trabalhador use o EPI.

16.2 Exigências legais para uso dos EPI’s:

16.2.1 Obrigações do empregador


• Adquirir o tipo de EPI adequado para a atividade do empregado
• Fornecer ao empregado somente EPI aprovado pelo TEM
• Tornar obrigatório o seu uso
• Substituí-lo imediatamente, quando danificado ou extraviado
• Comunicar ao MTE toda irregularidade observada no EPI adquirido
• Treinar o trabalhador sobre o seu uso adequado
• Responsabilizar-se por sua higienização e manutenção periódica

16.2.2 Obrigações do empregado


• Usar o EPI apenas para a finalidade a que se destina
• Responsabilizar-se por sua guarda e conservação

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 54


I

• Comunicar ao empregador as alterações que o torne impróprio para uso


• Substituí-lo imediatamente, quando danificado ou extraviado
• Comunicar ao MTE toda irregularidade observada no EPI adquirido

16.3 Classificação

16.3.1 Equipamentos de uso permanente:

É o equipamento cujas circunstâncias de uso são exigidas pela natureza do trabalho e é de


utilização exclusiva do usuário.

16.3.2 Equipamentos de uso temporário:

É o equipamento que o usuário recebe por empréstimo para trabalhos específicos.

16.4 Tipos de EPI de acordo com a parte do corpo a proteger.

16.4.1 Proteção para a Cabeça

Capacete de Segurança – Tem a finalidade de proteger a cabeça do usuário contra


impactos, contra choque elétrico e contra os efeitos dos raios solares.

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 55


I

16.4.2 Proteção dos Olhos

Óculos de Segurança – Tem a finalidade de proteger os olhos contra impacto de


partículas volantes, líquidos agressivos, metais em fusão e ação de radiações perigosas.

16.4.3 Proteção da Face e máscara de solda

Protetor Facial – Tem a finalidade de resguardar o rosto, as orelhas e o pescoço contra


impactos leves, salpicadas químicas, metal em fusão e irradiações caloríficas.

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 56


I

16.4.4 Proteção dos Ouvidos

Protetor Auricular tipo Concha ou de inserção – Tem a finalidade de proteger o ouvido


contra ruídos nocivos. Toda pessoa exposta durante períodos longos a níveis de ruído
superiores a 80 decibéis, deve usar proteção auditiva.

16.4.5 Proteção Respiratória

Respiradores e Máscaras com filtro químico – Tem a finalidade de proteger as vias


respiratórias contra agentes ambientais prejudiciais à saúde, tais como poeiras, gases e
vapores tóxicos.

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 57


I

16.4.6 Proteção do Tronco

Aventais – Tem a finalidade de proteger o tronco contra agentes agressivos. Serviços de


corte e solda, agentes abrasivos, transporte de peças usinadas, cozinha, etc.

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 58


I

16.4.7 Proteção dos Braços

Mangas – Têm a finalidade de proteger os braços contra agentes agressivos, tais como
metais em fusão, usinagem e esmerilhamento de peças, calor irradiado, riscos de corte,
etc.

Creme protetor para a pele

16.4.8 Proteção das Mãos

Luvas – Têm a finalidade de proteger as mãos contra lesão provocada por materiais
escoriantes, abrasivos, cortantes, perfurantes, produtos químicos, materiais aquecidos,
choque elétrico, radiações, frio e agentes biológicos.

• Luva isolante de borracha


TIPO CONTATO TARJA

Classe 00 500V Bege

Classe 0 1000V Vermelha

Classe I 7,5 kV Branca

Classe II 17 kV Amarela

Classe III 26,5 kV Verde

Classe IV 36 kV Laranja

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 59


I

• Luva de cobertura para proteção da luva isolante de borracha

• Luva de proteção em raspa e vaqueta

• Luva de proteção em vaqueta

• Luva de proteção tipo condutiva

• Luva de proteção em borracha nitrílica

• Luva de proteção em PVC (hexanol)

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 60


I

16.4.9 Proteção das Pernas

Perneiras – Tem a finalidade de proteger as pernas, contra riscos de origem


mecânica, térmica ou radiações perigosas.

Perneira de segurança

16.4.10 Proteção dos Pés

Calçado de Segurança – Têm a finalidade de proteger os pés contra riscos de origem


mecânica, agentes químicos agressivos, riscos de origem elétrica, etc.

• Calçado de proteção tipo bota de borracha (cano longo)

• Calçado de proteção tipo condutivo

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 61


I

• Calçado de proteção tipo botina de couro

• Calçado de proteção tipo bota de couro (cano médio)

• Calçado de proteção tipo bota de couro (cano longo)

16.4.11 Proteções Especiais

Roupas Especiais – As roupas têm a finalidade de proteger contra exposição a


agentes químicos, absorvíveis pela pele, vias respiratórias e digestivas.

• Blusão em tecido impermeável

• Calça em tecido impermeável

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 62


I

• Vestimenta de proteção tipo apicultor

• Vestimenta de proteção tipo condutiva

• Colete de sinalização refletivo

• Colete salva-vidas (aquático)

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 63


I

Os equipamentos especiais - têm a finalidade de proteção em serviços em espaços


confinados, deslocamentos verticais e horizontais em alturas.

• Cinturão de segurança tipo pára-quedista

• Talabarte de segurança tipo regulável

• Talabarte de segurança tipo Y com absorvedor de energia

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 64


I

• Dispositivo trava-quedas

16.4.12 Proteção para a pele

• Creme protetor solar (SEM C.A)

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 65


I

17 ESTATÍSTICAS DE ACIDENTES E ANÁLISE DE ACIDENTES:

17.1 A análise de acidentes STP sem perda de tempo (sem afastamento) e CPT com
perda de tempo (com afastamento) é o estudo detalhado dos fatos e do local onde
ocorreu o acidente, determinando as causas, as conseqüências e os procedimentos
corretos para evitar novos acidentes. Deve ser elaborada logo após o acidente e deve ter
como participantes os supervisores, encarregados, líderes, facilitadores de segurança, o
acidentado (se puder), testemunhas, representantes da CIPA e o pessoal da Engenharia
de Segurança do Trabalho.

Há, ainda, o procedimento denominado hipótese de acidente (HA), onde é desenvolvida a


percepção de qualquer condição de risco que pode ocasionar um acidente. São descritos
os incidentes que poderiam acarretar um acidente.

17.2 Estatísticas de acidentes são os controles realizados mensalmente com objetivo de


verificar o desempenho de segurança da empresa ou de determinado setor.

• Cálculos das taxas de segurança:

São calculadas taxas que determinam à freqüência (quantidade, independente dos danos
gerados) e a gravidade (severidade) dos acidentes em determinada empresa ou área
específica desta. São dadas pelas expressões:

Taxa de Freqüência: TF = NA x 1000000 Taxa de Gravidade: TG = (DP+DD) x 1000000

HHT HHT
Onde:
EFETIVO = Numero de trabalhadores descontando os que estão afastados por motivos
diversos.

HHT: Número de horas homem trabalhadas (de exposição ao risco), no período de tempo
considerado
NA: Número de acidentes ocorridos (SPT e CPT) em um determinado período de tempo
SPT = Numero de acidentes sem perda de tempo ocorrido no período (Sem afastamento).
CPT = Numero de acidentes com perda de tempo ocorrido no período (com afastamento).
DP: Número de dias perdidos pelo trabalhador acidentado (entre o dia seguinte ao do
acidente e o dia da alta médica), em um determinado período de tempo. Não são
computados os acidentes SPT.
DD: Número de dias debitados, no levantamento estatístico, correspondendo aos casos de
acidentes com morte ou com incapacidade permanente, total ou parcial. É fixada
conforme tabela constante da NBR 14280.

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 66


I

Mo = D__
N

Onde: Mo → Número médio de dias perdidos em conseqüência de


Incapacidade temporária total
D → Número de dias perdidos em conseqüência de incapacidade
Temporária total
N → Número de acidentados correspondente

Md = d__
N

Onde: Md → Número médio de dias debitados em conseqüência de


Incapacidade permanente
d → Número de dias debitados em conseqüência de
incapacidade permanente
N → Número de acidentados correspondente

Tm = T__
N

ou Tm = G__
FL

Onde: Tm → Tempo computado médio


T → Tempo Computado
N → Número de acidentados correspondente
G → Taxa de gravidade
FL → Taxa de freqüência de acidentes

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 67


I

TABELA DE DIAS DEBITADOS

NATUREZA AVALIAÇÃO DIAS


PERCENTUAL DEBITADOS
Morte 100 6.000
Incapacidade total e permanente 100 6.000
Perda da visão de ambos os olhos 100 6.000
Perda da visão de um olho 30 1.800
Perda do braço acima do cotovelo 75 4.500
Perda do braço abaixo do cotovelo 60 3.600
Perda da mão 50 3.000
Perda do primeiro quirodátilo (polegar) 10 600
Perda de qualquer outro quirodátilo (dedo) 05 300
Perda de dois outros quirodátilos 12,5 750
Perda de três outros quirodátilos 20 1.200
Perda de quatro outros quirodátilos 30 1.800
Perda do primeiro quirodátilo e qualquer outro 20 1.200
Perda do primeiro quirodátilo e dois outros 25 1.500
Perda do primeiro quirodátilo e três outros 33,5 2.000
Perda do primeiro quirodátilo e quatro outros 40 2.400
Perda da perna acima do joelho 75 4.500
Perda da perna no joelho ou abaixo dele 50 3.000
Perda do pé 40 2.400
Perda do primeiro pododátilo (dedo grande) ou
de dois outros ou mais pododátilos 06 300
Perda do primeiro pododátilo de ambos os pés 10 600
Perda de qualquer outro pododátilo 00 00
Perda da audição de um ouvido 10 600
Perda da audição de ambos os ouvidos 50 3.000

Modelo de Planilha Para Controle de Acidentes


TIPO DE DATA DATA NOME DO FUNCIONARIO
ACIDENTE ACIDENTE RETORNO

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 68


I
Organização Internacional do Trabalho-OIT
Taxa de gravidade Até 500 => Muito Boa Taxa de freqüência Até 20 => Muito Boa
De 501- 1000 => De 20,01 - 40 =>
Boa Boa
De 1001 - 2000 De 40,01 - 60 =>
=> Regular Regular
Acima de 2000 Acima de 60 =>
=> Péssima Péssima

17.3 Análise de coeficientes

Além do cálculo dos coeficientes de freqüência e gravidade, torna-se necessário um


levantamento completo dos fatores envolvidos nos acidentes, para análise e orientação
nos pontos que apresentarem prioridade para a prevenção de acidentes.
Assim devem ser analisados:

17.3.1 Agente da Lesão - Objetos, máquinas, ferramentas, materiais, substâncias


associadas diretamente com a lesão, etc.

17.3.2 Parte do Agente - Parte específica do agente mais estreitamente associada à


lesão (fio de corte da ferramenta, degrau de escada, etc.)

17.3.3 - Tipo de Acidente - Quedas do mesmo nível, quedas de nível diferente, prensados
entre, prensados sob, batidas contra, envenenamento, esforço excessivo, etc.

17.3.4 - Parte do corpo atingida - Cabeça, face, olhos, membros superiores, tórax, região
lombar, membros inferiores, etc.

Através dos dados colhidos em fichas de acidentes, pode-se levantar um quadro


estatístico, como os exemplos a seguir:

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 69


I

17.3.5 Modelos de relatórios

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 70


I

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 71


I

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 72


I

18 REUNIOES E CAMPANHAS DE SEGURANÇA

As reuniões de segurança são realizadas periodicamente com a participação de


supervisores, líderes, encarregados, facilitadores de segurança, Técnicos e Engenheiros
de segurança, membros da CIPA e outros trabalhadores. Quando bem organizada e
objetiva, podem em muito auxiliar na prevenção de acidentes.
As campanhas promocionais de segurança tem por finalidade divulgar conhecimentos e
auxiliar a educação de segurança, aumentando os conhecimentos acerca da mesma. O
propósito é o de despertar a consciência da necessidade de eliminar acidentes e criar uma
atitude vigilante que permita reconhecer e corrigir condições e práticas que pode provocar
acidentes. Elas devem atrair a atenção, despertar interesse, converter e conduzir a ação.

19 PADRAO OPERACIONAL (PO)

Quando começamos a trabalhar em uma empresa, tomamos conhecimento do nosso


cargo, o local de execução das atividades, os instrumentos utilizados, os equipamentos e
seu funcionamento. Recebemos várias informações operacionais e de segurança, tais
como: procedimentos, normas, condutas, tudo isso para termos uma clareza e definição da
linha de ações. Depois disto, é preciso saber o que fazer, onde, como e quando fazer.
Devemos ter em mãos um roteiro de seqüência de execução para cada tarefa, onde
encontramos a descrição de cada fase de execução, as responsabilidades definidas, os
instrumentos e as ferramentas especificadas.
Contudo, ocorre que aprendemos o modo de executar o trabalho por meio de outras
pessoas, correndo-se o risco, portanto, de haver subjetividade nas explicações, daí a
necessidade de um “Padrão Operacional”. Esse padrão nada mais é do que a resultante da
fusão do manual de operação e da análise de risco, porém, mais completo.
Com o PO, ganhamos uma notável economia de tempo, a adequada utilização de
ferramentas, máquinas e equipamentos, a redução dos riscos de acidentes e de consumo
de matérias primas.

20 LEGISLAÇAO E NORMAS

Todas as questões referentes à Segurança do Trabalho no Brasil são regidas por leis e
normas que periodicamente sofrem alterações e, por isso, devem ser objeto de constante
atualização.
A seguir são descrias sucintamente algumas dessas normas, que são exigências dos
órgãos competentes, principalmente o Ministério do Trabalho e Emprego – MTE.

20.1 NR4 - Serviço Especializado de Engenharia de Segurança e Medicina do


Trabalho – SEESMT Portaria 3214/78.
As empresas privadas e públicas, que possuam empregados regidos pela CLT –
Consolidação das Leis do Trabalho, devem manter obrigatoriamente o SESMT, com a

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 73


I

finalidade de promover a saúde e proteger a integridade física do trabalhador no local do


trabalho.
O dimensionamento do SESMT é feito a partir do quadro constante na referida norma,
sendo em função do número de trabalhadores da empresa e do grau de risco da mesma.
Os profissionais que compõem o SESMT são: Engenheiros de Segurança do Trabalho,
Técnicos de Segurança do Trabalho, Médicos do Trabalho, Enfermeiros do Trabalho e
Auxiliares de Enfermagem do Trabalho.
As atribuições do SESMT são as mais abrangentes, em matéria de Segurança e Medicina
do Trabalho, conforme a especialização do componente.

20.2 NR5 – CIPA Comissão Interna de Prevenção de Acidentes –– Portaria 3214/78.

A CIPA deve ser composta por representantes da empresa (por nomeação) e dos
empregados (por eleição), de acordo com o quadro constante na NR5 e terão mandato de
um ano. O número de componentes é em função do número de trabalhadores a empresa e
do grau de risco da mesma. As empresas que não se enquadrem no referido quadro,
deverão nomear um designado responsável pelo cumprimento do objetivo desta norma.
O objetivo é a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a
tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção
da saúde do trabalhador.
A CIPA tem várias atribuições, sendo uma delas a elaboração do Mapa de Riscos, onde
identificará os riscos ambientais presentes no processo de trabalho.
O outro aspecto importante é que todos os seus membros titulares e suplentes, deverão
participar de curso de prevenção de acidentes, promovido pela empresa.

20.3 NR15 - Atividades e Operações Insalubres


Considerada atividade insalubre, a exemplo da NR16-Atividades Perigosas, quando ocorre
além dos limites de tolerância, isto é intensidade, natureza e tempo de exposição ao
agente, que não causará dano a saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral.

As atividades insalubres estão contidas nos anexos da Norma e são considerados os


agentes: Ruído contínuo ou permanente; Ruído de Impacto; Tolerância para Exposição ao
Calor; Radiações Ionizantes; Agentes Químicos e Poeiras Minerais.

Tanto a NR15 quanto a NR16 dependem de perícia, a cargo do médico ou do engenheiro


do trabalho, devidamente credenciado junto ao Ministério do Trabalho e Emprego.

20.4 NR16 - Atividades e Operações Perigosas


Também considerada quando ocorre além dos limites de tolerância.
São as atividades perigosas aquelas ligadas a Explosivos, Inflamáveis e Energia Elétrica.

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 74


I

21 PROVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS

A Proteção Contra Incêndio é um assunto um pouco mais complexo do que possa parecer.
A primeira vista, imagina-se que ela é composta pelos equipamentos de combate à
incêndio fixados nas edificações, porem esta é apenas uma parte de um sistema, é
necessário o conhecimento e o treinamento dos ocupantes da edificação. Estes deverão
identificar e operar corretamente os equipamentos de combate a incêndio, bem como agir
com calma e racionalidade sempre que houver início de fogo, extinguindo-o e/ou
solicitando ajuda ao Corpo de Bombeiros através do telefone 193.

21.1 Conceito de Fogo


Fogo é um processo químico de transformação. Podemos também defini-lo como o
resultado de uma reação química que desprende luz e calor devido à combustão de
materiais diversos.

21.2 Elementos que compõem o fogo


Os elementos que compõem o fogo são:
• Combustível
• Comburente (oxigênio)
• Calor
• Reação em cadeia

Esse quarto elemento, também denominado transformação em cadeia, vai formar o


quadrado ou tetraedro do fogo, substituindo o antigo triângulo do fogo.

21.2.1 Combustível
É todo material que queima.
São sólidos, líquidos e gasosos, sendo que os sólidos e os líquidos se transformam
primeiramente em gás pelo calor e depois inflamam.

• Sólidos
Madeira, papel, tecido, algodão, etc.

• Líquidos
Voláteis – são os que desprendem gases inflamáveis à temperatura ambiente. Ex.:álcool,
éter, benzina, etc.
Não Voláteis – são os que desprendem gases inflamáveis à temperaturas maiores do que
a do ambiente. Ex.: óleo, graxa, etc.

• Gasosos
Butano, propano, etano, etc.

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 75


I

21.2.2 Comburente (Oxigênio)


É o elemento ativador do fogo, que se combina com os vapores inflamáveis dos
combustíveis, dando vida às chamas e possibilitando a expansão do fogo.
Compõe o ar atmosférico na porcentagem de 21%, sendo que o mínimo exigível para
sustentar a combustão é de 16%.

21.2.3 Calor
É uma forma de energia. É o elemento que dá início ao fogo, é ele que faz o fogo se
propagar.
Pode ser uma faísca, uma chama ou até um super aquecimento em máquinas e aparelhos
energizados.

21.2.4 Reação em Cadeia


Os combustíveis, após iniciarem a combustão, geram mais calor. Esse calor provocará o
desprendimento de mais gases ou vapores combustíveis, desenvolvendo uma
transformação em cadeia ou reação em cadeia, que, em resumo, é o produto de uma
transformação gerando outra transformação.

21.3 Propagação do fogo

O fogo pode se propagar:

• Pelo contato da chama em outros combustíveis;


• Através do deslocamento de partículas incandescentes;
• Pela ação do calor.

O calor é uma forma de energia produzida pela combustão ou originada do atrito dos
corpos. Ele se propaga por três processos de transmissão:

21.3.1 Condução
É a forma pela qual se transmite o calor através do próprio material, de molécula a
molécula ou de corpo a corpo.

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 76


I

21.3.2 Convecção
É quando o calor se transmite através de uma massa de ar aquecida, que se desloca do
local em chamas, levando para outros locais quantidade de calor suficiente para que os
materiais combustíveis aí existentes atinjam seu ponto de combustão, originando outro
foco de fogo.

21.3.3 Irradiação
É quando o calor se transmite por ondas caloríficas através do espaço, sem utilizar
qualquer meio material.

21.4 Pontos e temperatura

21.4.1 Ponto de Fulgor


É a temperatura mínima necessária para que um combustível desprenda vapores ou gases
inflamáveis, os quais, combinados com o oxigênio do ar em contato com uma chama, co-
meçam a se queimar, mas a chama não se mantém porque os gases produzidos são ainda
insuficientes.

21.4.2 Ponto de Combustão


É a temperatura mínima necessária para que um combustível desprenda vapores ou gases
inflamáveis que, combinados com o oxigênio do ar e ao entrar em contato com uma

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 77


I

chama, se inflamam, e, mesmo que se retire a chama, o fogo não se apaga, pois essa
temperatura faz gerar, do combustível, vapores ou gases suficientes para manter o fogo ou
a transformação em cadeia.

21.4.3 Temperatura de Ignição


É aquela em que os gases desprendidos dos combustíveis entram em combustão apenas
pelo contato com o oxigênio do ar, independente de qualquer fonte de calor.

Combustíveis Temperatura de
Ponto de Fulgor
Inflamáveis Ignição
pontos e temperaturas de alguns combustíveis ou
inflamáveis
Álcool etílico 12,6°C 371,0°C
Gasolina -42,0°C 257,0°C
Querosene 38,0°C a 73,5°C 254,0°C
Parafina 199,0°C 245,0°C

Os incêndios são classificados de acordo com as características dos seus combustíveis.


Somente com o conhecimento da natureza do material que está se queimando, pode-se
descobrir o melhor método para uma extinção rápida e segura.

21.5 Classes de incêndio

21.5.1 Casse A

• Caracteriza-se por fogo em materiais sólidos;

• Queimam em superfície e profundidade;

• Após a queima deixam resíduos, brasas e cinzas;

• Esse tipo de incêndio é extinto principalmente pelo método de resfriamento, e as


vezes por abafamento através de jato pulverizado.

21.5.2 Casse B

• Caracteriza-se por fogo em combustíveis líquidos inflamáveis;

• Queimam em superfície;

• Após a queima, não deixam resíduos;

• Esse tipo de incêndio é extinto pelo método de abafamento.

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 78


I

21.5.3 Casse C

• Caracteriza–se por fogo em materiais/equipamentos energizados (geralmente


equipamentos elétricos);

• A extinção só pode ser realizada com agente extintor não-condutor de


eletricidade, nunca com extintores de água ou espuma;

• O primeiro passo num incêndio de classe C, é desligar o quadro de força, pois


assim ele se tornará um incêndio de classe A ou B.

21.5.4 Casse D

• Caracteriza-se por fogo em metais pirofóricos (alumínio, antimônio, magnésio,


etc.)

• São difíceis de serem apagados;

• Esse tipo de incêndio é extinto pelo método de abafamento;

• Nunca utilizar extintores de água ou espuma para extinção do fogo.

21.6 Métodos de extinção do fogo

Partindo do princípio de que, para haver fogo, são necessários o combustível, comburente
e o calor, formando o triângulo do fogo ou, mais modernamente, o quadrado ou tetraedro
do fogo, quando já se admite a ocorrência de uma reação em cadeia, para nós
extinguirmos o fogo, basta retirar um desses elementos.
Com a retirada de um dos elementos do fogo, temos os seguintes métodos de extinção:
extinção por retirada do material, por abafamento, por resfriamento e extinção química.

21.6.1 Extinção por retirada do material (Isolamento)


• Esse método consiste em duas técnicas:

• retirada do material que está queimando

• retirada do material que está próximo ao fogo

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 79


I

21.6.2 Extinção por retirada do comburente (Abafamento)


• Este método consiste na diminuição ou impedimento do contato de oxigênio com o
combustível.

21.6.3 Extinção por retirada do calor (Resfriamento)


• Este método consiste na diminuição da temperatura e eliminação do calor, até que o
combustível não gere mais gases ou vapores e se apague.

21.6.4 Extinção Química


Ocorre quando interrompemos a reação em cadeia.
Este método consiste no seguinte: o combustível, sob ação do calor, gera gases ou
vapores que, ao se combinarem com o comburente, formam uma mistura inflamável.
Quando lançamos determinados agentes extintores ao fogo, suas moléculas se dissociam
pela ação do calor e se combinam com a mistura inflamável (gás ou vapor mais
comburente), formando outra mistura não–inflamável.

21.7 Extintores de incêndio


Destinam-se ao combate imediato e rápido de pequenos focos de incêndios, não devendo
ser considerados como substitutos aos sistemas de extinção mais complexos, mas sim co -
mo equipamentos adicionais.

21.7.1 Extintores Sobre Rodas (Carretas)


As carretas são extintores de grande volume que, para facilitar seu manejo e
deslocamento, são montados sobre rodas.

Recomendações:
• Instalar o extintor em local visível e sinalizado;

• O extintor não deverá ser instalado em escadas, portas e rotas de fuga;

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 80


I

• Os locais onde estão instalados os extintores, não devem ser obstruídos;

• O extintor deverá ser instalado na parede ou colocado em suportes de piso;

• O lacre não poderá estar rompido;

• O manômetro dos extintores de AP (água pressurizada) e PQS (pó químico seco)


deverá indicar a carga.

21.7.2 Agentes extintores


Trata-se de certas substâncias químicas sólidas, líquidas ou gasosas, que são utilizadas
na extinção de um incêndio.
Os principais e mais conhecidos são:

21.7.2.1 Água Pressurizada

• É o agente extintor indicado para incêndios de classe A.

• Age por resfriamento e/ou abafamento.

• Pode ser aplicado na forma de jato compacto, chuveiro e neblina. Para os dois
primeiros casos, a ação é por resfriamento. Na forma de neblina, sua ação é de
resfriamento e abafamento.

ATENÇÃO:
Nunca use água em fogo das classes C e D.
Nunca use jato direto na classe B.

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 81


I

21.7.2.2 Gás Carbônico (CO2)

• É o agente extintor indicado para incêndios da classe C, por não ser condutor de
eletricidade;

• Age por abafamento, podendo ser também utilizado nas classes A, somente em
seu início e na classe B em ambientes fechados.

21.7.2.3 Pó Químico

• É o agente extintor indicado para combater incêndios da classe B;

• Age por abafamento, podendo ser também utilizados nas classes A e C, podendo
nesta última danificar o equipamento.

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 82


I

21.7.2.4 Pó Químico Especial

• É o agente extintor indicado para incêndios da classe D;

• Age por abafamento.

21.7.2.5 Espuma

• É um agente extintor indicado para incêndios das classe A e B.

• Age por abafamento e secundariamente por resfriamento.

• Por ter água na sua composição, não se pode utiliza-lo em incêndio de classe C,
pois conduz corrente elétrica.

21.7.2.6 Pó ABC (Fosfato de Monoamônico)

• É o agente extintor indicado para incêndios das classes A,B e C;

• Age por abafamento

21.7.2.7 Outros Agentes

Além dos já citados, podemos considerar como agentes extintores terra, areia, cal, talco,
etc.

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 83


I

21.8 Gases liquefeitos de petróleo (GLP)

O Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) é um combustível composto de carbono e hidrogênio.


É incolor e inodoro e, para que possamos identifica-lo quando ocorrem vazamentos, é
adicionado um produto químico que tem odor penetrante e característico (mecaptana,
etilmer-captan).
O GLP é muito volátil e se inflama com facilidade.
No caso de vazamento, por ser mais pesado que o ar se deposita em lugares baixos, e em
local de difícil ventilação o gás fica acumulado, misturando-se com o ar ambiente,
formando uma mistura explosiva ou inflamável, dependendo da proporção. A válvula de
segurança se romperá a mais ou menos à 70°C.
O maior número de ocorrências de vazamentos se dá nos botijões de 13 kg, mais
facilmente encontrado nas residências. No botijão de 1 kg por não ter válvula de segurança
à risco de explosão.
Normalmente, o vazamento se dá na válvula de vedação, junto à mangueira.
O GLP oferece uma margem de segurança e o consumidor deve guiar-se pelas seguintes
recomendações:

• Somente instalar em sua casa equipamento aprovado e executado por uma


companhia especializada no ramo;

• Não usar martelo ou objeto semelhante para apertar a válvula de abertura dos
botijões;

• Não abrir o gás para depois riscar o fósforo;

• Ao constatar qualquer vazamento, fazer o teste para verificar o local exato com
espuma de sabão, nunca com fogo (chama);

• Verificar sempre a validade e condição da mangueira e registro.

21.8.1 Como se comportar quando ocorrer um vazamento sem fogo

Desligar a chave geral da residência, desde que não esteja no ambiente com gás;

Acionar o Corpo de Bombeiros no telefone 193

Abandonar o local;

Ventilar o máximo possível a área;

Levar o botijão de gás para um lugar mais ventilado possível;

Durante a noite, ao constatarmos vazamento (odor) de gás, não devemos nunca


acender a luz. Devemos fechar a válvula do botijão no escuro e em seguida ventilar o
ambiente.

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 84


I

21.8.2 Como se comportar quando ocorrer um vazamento com fogo

• Não extinguir de imediato as chamas, a não ser que haja grandes possibilidades
de propagação;

• Apagar as chamas de outros objetos, se houver, deixando que o fogo continue no


botijão, em segurança;

• Em último caso, procurar extinguir a chama do botijão pelo método de


abafamento, com um pano bem úmido. Para chegar perto do botijão, deve-se
procurar ir o mais agachado possível para não correr o risco de se queimar, e
levar o botijão para um local bem ventilado.

21.8.3 Cuidados Necessários

• Respeitar as proibições de fumar no ambiente de trabalho (Lei Estadual nº


11.540, de 12/11/2003);

• Não acender fósforos, nem isqueiros ou ligar aparelhos celulares em locais


sinalizados;

• Manter o local de trabalho em ordem e limpo;

• Evite o acúmulo de lixo em locais não apropriados;

• Colocar os materiais de limpeza em recipientes próprios e identificados;

• Manter desobstruídas as áreas de escape e não deixar, mesmo que


provisoriamente, materiais nas escadas e corredores;

• Não deixar os equipamentos elétricos ligados após sua utilização. Desligue-os da


tomada;

• Não improvisar instalações elétricas, nem efetuar consertos em tomadas e


interruptores, sem que esteja familiarizado;

• Não sobrecarregar as instalações elétricas com a utilização do PLUG T,


lembrando que o mesmo oferece riscos de curto-circuito e outros;

• Verificar antes da saída do trabalho, se não há nenhum equipamento elétrico


ligado;

• Observar as normas de segurança ao manipular produtos inflamáveis ou


explosivos;

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 85


I

• Manter os materiais inflamáveis em local resguardado e à prova de fogo;

• Não cobrir fios elétricos com o tapete;

• Ao utilizar materiais inflamáveis, faça-o em quantidades mínimas, armazenando-


os sempre na posição vertical e na embalagem;

• Não utilizar chama ou aparelho de solda perto de materiais inflamáveis.

21,9 Recomendações gerais em caso de emergências

21.9.1 Em caso de Incêndio


Recomenda – se:

• Manter a calma, evitando o pânico, correrias e gritarias;

• Acionar o Corpo de Bombeiros no telefone 193;

• Usar extintores ou os meios disponíveis para apagar o fogo;

• Acionar o botão de alarme mais próximo, ou telefonar para o ramal de


emergência, quando não se conseguir a extinção do fogo;

• Fechar portas e janelas, confinando o local do sinistro;

• Isolar os materiais combustíveis e proteger os equipamentos, desligando o


quadro de luz ou o equipamento da tomada;

• Comunicar o fato à chefia da área envolvida ou ao responsável do mesmo prédio;

• Armar as mangueiras para a extinção do fogo, se for o caso;

• Existindo muita fumaça no ambiente ou local atingido, usar um lenço como


máscara (se possível molhado), cobrindo o nariz e a boca;

• Para se proteger do calor irradiado pelo fogo, sempre que possível, manter
molhadas as roupas, cabelos, sapatos ou botas.

21.9.2 Em caso de confinamento pelo fogo


Recomenda-se:

• Procure sair dos lugares onde haja muita fumaça;

• Mantenha-se agachado, bem próximo ao chão, onde o calor é menor e ainda


existe oxigênio;

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 86


I

• No caso de ter que atravessar uma barreira de fogo, molhe todo o corpo, roupas
e sapatos, encharque uma cortina e enrole-se nela, molhe um lenço e amarre-o
junto à boca e ao nariz e atravesse o mais rápido que puder.

21.9.3 Em caso de abandono de local


Recomenda -se:

• Seja qual for a emergência, nunca utilizar os elevadores;

• Ao abandonar um compartimento, fechar a porta atrás de si (sem trancar) e não


voltar ao local;

• Ande, não corra;

• Facilitar a operação dos membros da Equipe de Emergência para o abandono,


seguindo à risca as suas orientações;

• Ajudar o pessoal incapacitado a sair, dispensando especial atenção àqueles que,


por qualquer motivo, não estiverem em condições de acompanhar o ritmo de
saída (deficientes físicos, mulheres grávidas e outros);

• Levar junto com você visitantes;

• Sair da frente de grupos em pânico, quando não puder controlá-los.

21.10 Outras recomendações

• Não suba, procure sempre descer pelas escadas;

• Não respire pela boca, somente pelo nariz;

• Não corra nem salte, evitando quedas, que podem ser fatais. Com queimaduras
ou asfixias, o homem ainda pode salvar–se;

• Não tire as roupas, pois elas protegem seu corpo e retardam a desidratação. Tire
apenas a gravata ou roupas de nylon;

• Se suas roupas se incendiarem, jogue–se no chão e role lentamente. Elas se


apagarão por abafamento;

• Ao descer escadarias, retire sapatos de salto alto e meias escorregadias.


21.11 Deveres e obrigações

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 87


I

• Procure conhecer todas as saídas que existem no seu local de trabalho, inclusive
as rotas de fuga;

• Participe ativamente dos treinamentos teóricos, práticos e reciclagens que lhe


forem ministrados;

• Conheça e pratique as Normas de Proteção e Combate ao Princípio de Incêndio,


quando necessário e possível, adotadas na Empresa;

• Comunique imediatamente aos membros da Equipe de Emergência, qualquer tipo


de irregularidade.

EXERCÍCIOS:
1) Uma Empresa com 50 empregados, cada um trabalha 8 horas por dia e 5 dias por
semana. Calcule o número de HHT para 1 trimestre, considerando que em 1 mês a 4
semanas.

2) Uma Empresa com 25 empregados distribui suas jornadas de trabalho da seguinte


forma:
• 10 empregados trabalham 160 horas / mês;
• 5 empregados trabalham 140 horas / mês;
• 10 empregados trabalham 120 horas / mês;

Calcule HHT para 1 ano.

3) Em uma Empresa ocorreram, durante 2 meses:


• 2 acidentes SPT;
• 1 acidente CPT;
• 1 acidente com perda do 1º quirodátilo (dedo polegar).
Calcule a Taxa de Freqüência (TF) e a Taxa de Gravidade (TG) para este período,
sabendo-se que o efetivo da Empresa é de 500 empregados e cada um trabalha, em
média, 170 horas / mês.

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 88


I

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

• Normas Regulamentadoras (NR) da Portaria nº 3.214 – 08/06/78 – Ed. Atlas.


• GONÇALVES, Edwar Abreu. Manual de Segurança e Saúde no Trabalho. Edit. LTR
2000.
• JORGE NETO, Francisco Ferreira e CAVALCANTE, Jouberto de Quadros Pessoa.
Responsabilidade e as Relações do Trabalho. Edit. LTR, 1998.
• HEMÉRITAS, Adhemar Batista. Organização e Normas, Editora Atlas 4ª Edição.
• DELA COLETA, José Augusto. Acidentes de trabalho. São Paulo: Atlas.
• MICHEL, Oswaldo. Acidentes do Trabalho e Doenças Profissionais. Edit. LTR/2000.
• MONTEIRO, Antonio Lopes e BERTAGNI, Acidentes do Trabalho e Doenças
Profissionais, Edit. Saraiva, 2ª ed. Atualizada.
• OLIVEIRA, José de. Acidentes do Trabalho. Edit. Saraiva, 3ª Edição.
• SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO. Edit. IOB, 14ª Ed., Mar/2000.
• SHERIQUE, Jaques. Aprenda Como Fazer. Edit. LTR, 2001.
• COUTO, Hudson de Araújo. In Ergonomia Aplicada ao Trabalho - A máquina
humana. Volume I, l998.
• LAVILLE, A. In Ergonomia. EPU, 1976.
• ALLY, Raimundo Cerqueira. Normas Previdenciárias no Direito do Trabalho. IOB, 5ª
Ed., 2002
• CARRION, Valentin. Comentários à Consolidação das Leis do Trabalho. Edit.
Saraiva, 24ª Edição.
• CAMPOS, José Luiz Dias e CAMPOS, Adelina Bitelli Dias. Responsabilidade Penal,
Civil e Acidentária do Trabalho. Edit. LTR, 4ª ed. Atualizada.
• OLIVEIRA, Sebastião Geraldo de. Proteção Jurídica à Saúde do Trabalhador. Edit.
LTR, 3ª. Edição.
• PAIXÃO, Floriceno e PAIXÃO, Luiz Antonio C. A Previdência Social em perguntas e
respostas. Edit. Síntese, 37ª Edição.
• SALIBA, Tuffi Messias e CORRÊA, Márcia Angelin Chaves. Insalubridade e
Periculosidade, Aspectos Técnicos e Práticos. Edit. LTR, 6ª Edição.
• YU, Juang Yuh. Ação Acidentária, Edit. Atlas, 2ª ed. Atualizada.
• Camilo Junior, Abel Batista - Manual de Prevenção e Combate a Incêndios – 5ª ed. -
São Paulo - Edito-ra Senac São Paulo, 2004.
• Ministério do Trabalho e emprego - www.mte.gov.br
• Fundacentro – Fundação Jorge Duprat Figueiredo - www.fundacentro.gov.br
• Revista Proteção

INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 89

Você também pode gostar