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SOCIEDADES COMERCIAIS
2012
ARMANDO TRIUNFANTE
• VERDADE (art. 31.º RRNPC) – não induzir em erro sobre identificação, natureza, actividade,
caracterização jurídica do titular
-- não podem sugerir actividade diferente do objecto social
• LICITUDE – impedidas: expressões proibidas por lei, contra a moral ou bons costumes;
expressões incompatíveis com liberdade política, religiosa, ideológica; vocábulos de uso corrente
topónimos (arts. 32.º e 33.º RRNPC e 10.º CSC)
• EXCLUSIVIDADE – não pode haver confusão com outras firmas, estabelecimentos e marcas já
existentes (arts. 33.º e 35.º RRNPC e art. 10 CSC)
– exclusividade em todo o território nacional para as sociedades (art. 37.º n. 2
RRNPC)
TUTELA DA FIRMA
• Pode ser seguido um formalismo mais intenso se essa for a vontade dos
sócios
• www.mj.gov.pt/publicacoes
REGISTO PRÉVIO
• PUBLICAÇÕES
SOCIEDADES ANÓNIMAS COM APELO A
SUBSCRIÇÃO PÚBLICA
• Os promotores têm algumas responsabilidades com
este processo. Devem nomeadamente assumir os seus
custos se a sociedade não vier a ser constituída (art.
280.º n. 4 CSC).
• Só se aplica a sociedades comerciais e civis sob forma comercial do tipo por quotas
e anónima (art. 1.º)
• O procedimento deve ser iniciado e finalizado no mesmo dia (art. 5.º), a não
conclusão neste prazo determina a caducidade do direito ao uso da firma (art. 11.º)
EMPRESA NA HORA
DL n. 111/2005, de 8 de Julho
• Deve ser escolhida uma firma:
- uma da lista de firmas de fantasia criadas e reservadas a favor do Estado (com ou sem
marca previamente registada em favor do Estado) – acrescenta-se a terminação legal e pode ser
acrescentada uma referência ao objecto da sociedade [art. 3.º, al. a) e art. 10.º]
- certificado de admissibilidade de firma emitido pelo RNPC [art. 3.º, al. a), na redacção
introduzida pelo DL n. 125/2006, de 29 de Junho]
- aprovação da firma no posto de atendimento (novidade introduzida pelo DL n. 247-
B/2008, de 30 de Dezembro).
• Deve ser escolhido um modelo de pacto aprovado pelo Director-Geral dos Registos e Notariado
[art. 3.º, al. b)]: dois modelos de SQ; um modelo de SQU; dois modelos de SA.
• Se entradas em espécie é preciso marcação prévia (por via electrónica, telefone ou ao balcão –
art. 2 da Portaria 3/2009, de 2 de Janeiro), para realização do negócio jurídico (art. 4.º-A), mas no
prazo máximo de cinco dias úteis (art. 3 da referida Portaria) e só se o bem estiver
definitivamente registado a favor do futuro sócio [art. 3.º n. 1, al. b)]. Se bens imóveis são
precisos ainda os documentos do art. 7.º n. 4 (ex. situação matricial, licença de utilização ou
construção conforme os casos, ficha técnica do prédio, etc.)
EMPRESA NA HORA
DL n. 111/2005, de 8 de Julho
• Documentos comprovativos de identidade (BI e cartão de contribuinte) e
poderes de representação para o acto (também autorizações especiais se
for o caso).
• INSCRIÇÃO NO FCPC
DL n. 125/2006, de 29 de Junho
CONSTITUÇÃO DE SOCIEDADES
ON-LINE
DL n. 125/2006, de 29 de Junho
• Não é aplicável às sociedades cujo capital seja realizado com recurso a entradas em
espécie em que, para a transmissão dos bens, seja exigida forma mais solene do
que a forma escrita; também não é aplicável às sociedades anónimas europeias (art.
2.º)
• Só se aplica a sociedades comerciais e civis sob forma comercial do tipo por quotas
e anónima (art. 1.º)
• Pacto de sociedade:
- escolha de um modelo pré-fixado aprovado pelo Director-Geral dos
Registos e Notariado (caso em que o serviço competente deve tratar de
todas as formalidades imediatamente)
- envio de pacto elaborado pelos sócios (caso em que os serviços
dispõem de 2 dias para apreciar a licitude das respectivas disposições)
CONSTITUÇÃO DE SOCIEDADES
ON-LINE
DL n. 125/2006, de 29 de Junho
• Preenchimento electrónico dos dados necessários à declaração para início
de actividade
• Se ainda não tiver sido efectuado, os sócios devem declarar, sob sua
responsabilidade de que procederão ao depósito das entradas em dinheiro
no prazo de 5 dias úteis [art. 6.º n. 1, al. e)]
• Inscrição no FCPC
REQUISITOS DE CELEBRAÇÃO
PARTES
• PESSOAS COLECTIVAS
• Menores (arts. 122.º ss CC), interditos (arts. 138.º e ss CC) e inabilitados (arts. 152.º
ss CC) estão impedidos de participar em sociedades comerciais, excepto:
ELEMENTOS OBRIGATÓRIOS
ART. 9.º CSC
b) TIPO DE SOCIEDADE
d) OBJECTO DA SOCIEDADE (também art. 11.º CSC): O objecto não pode ser vago, deve estar
em língua portuguesa (11.º CSC). Podem ser previstas várias actividades, podendo depois os
sócios deliberar em AG qual o objecto efectivamente exercido (11.º n. 2 e n. 3 CSC). Em caso
de divergência prevalece o objecto estatutário sobre o objecto real.
e) SEDE: deve ser estabelecida em local concretamente definido (12.º CSC). A sede pode ser
alterada pelo órgão de administração dentro do território nacional (excepto cláusula diferente
no contrato de sociedade). Alterar a sede para o estrangeiro implica deliberação por, pelo
menos, 75% do capital, podendo os restantes exonerar-se no prazo de 60 dias (3.º n. 5 CSC).
ART. 9.º CSC
f) CAPITAL SOCIAL, salvo nas sociedades em nome colectivo em que todos os sócios
contribuam com a sua indústria (também 178.º n. 1 CSC). Capital mínimo para SA (276.º
CSC) e SQ (201.º CSC)
• SQ (199.º)
• SA (272.º)
• SA (272.º)
DOS SÓCIOS
DIREITOS DOS SÓCIOS
• Trata-se de um elenco infeliz, sem explicação coerente sobre a escolha destas faculdades em
detrimento de outras.
• ART.º 55.º n. 3 CVM – “São direitos inerentes aos valores mobiliários, além de outros que
resultem do regime jurídico de cada tipo:
• ART. 22.º n. 1 CSC – No caso do contrato ser omisso cada sócio participará
proporcionalmente ao valor proporcional da respectiva participação (e não
relativamente ao valor de emissão que pode ser distinto, nomeadamente se houver
prémio de emissão).
• ART. 32.º CSC – “Não podem ser distribuídos bens da sociedade quando a situação
líquida desta (…) for inferior à soma do capital e das reservas que a lei ou o contrato
não permitam distribuir aos sócios ou se tornasse inferior a essa soma em
consequência da distribuição”
• São protegidas as reservas legais, quer especiais (295.º n. 2 CSC) quer obrigatórias
(217.º e 295.º n. 1 CSC), bem como as reservas estatutárias, porque o capital
constitui a garantia dos credores.
• ART. 33.º CSC – “Não podem ser distribuídos aos sócios os lucros de exercício que
sejam necessários para cobrir prejuízos transitados ou para formar ou reconstituir
reservas impostas por lei ou pelo contrato de sociedade”
DIREITO AOS LUCROS DE EXERCÍCIO
• ARTIGOS 218.º, 295.º e 296.º CSC (RESERVAS LEGAIS) - os artigos 295.º e 296.º
CSC são aplicáveis às SQ por remissão do art. 218.º n. 2 CSC.
- As reservas legais especiais são aquelas que são impostas por lei e se
destinam a assegurar a cobertura de determinadas aplicações da sociedade ou se
constituem através da existência de prémios de emissão.
• REQUISITOS:
- autorização no contrato de sociedade
- deliberação do órgão de administração
- consentimento do órgão com funções de fiscalização (conselho fiscal, comissão de
auditoria, conselho geral e de supervisão)
- balanço intercalar (máximo de 30 dias) que comprove ter a sociedade importâncias
disponíveis
- adiantamento máximo de 50% das importâncias distribuíveis
- um só adiantamento por cada exercício
• Nas SQ, na ausência da lei, não parece ser de admitir este adiantamento, nem por analogia, visto
que se tratada de uma norma excepcional (297.º CSC) relativamente à regra do 31.º CSC
DIREITO À QUOTA DE LIQUIDAÇÃO
• Trata-se de uma dimensão do direito aos lucros também tutelada pelo art.
21.º n. 1, al. a) CSC
• Esta dimensão também está fielmente retratada no art. 156.º n. 4 CSC (na
partilha do activo restante deve ser usado o critério de distribuição de
lucros
• A parte final do preceito exclui limitações contratuais que não estejam directamente
previstas na lei – serão nulas as cláusulas que ultrapassem estes limites
• Normalmente estão relacionados entre si, mas têm autonomia, não apenas no seu
exercício concreto como até no tratamento que recebem nos estatutos: podemos ter
direito de voto sem participação (ex. voto por correspondência); ou participação sem
voto (ex. conflito de interesses)
DIREITO DE VOTO
REGRAS GERAIS
• Nas sociedades por quotas será permitido nos termos da lei (250.º n. 2
CSC), ou seja desde que esteja previsto no contrato de sociedade como
direito especial, não ultrapasse os 2 votos por cêntimo e que, no total, não
correspondam a mais de 20% do capital – é admitido o voto duplo, mas não
o voto triplo ou mais
DIREITO DE ASSISTÊNCIA E
INTERVENÇÃO
• Tratam-se de dois direitos fundamentais também assegurados pelo art. 21.º e, nessa
medida, não poderão ser restringidos para além dos casos expressamente previstos
na lei.
• MODALIDADES:
• Este pedido tem de ser efectuado por escrito, embora não pareça ser
necessária qualquer fundamentação do mesmo
• Nas SQ, e somente nestas, a lei atribui aos respectivos sócios o direito de
inspeccionar os bens sociais (214.º n. 5), o que deve ser feito
pessoalmente, embora o sócio se possa fazer acompanhar por um perito
(ROC, advogado, etc).
• Nas SA este direito não existe, o que comprova que nas SA o direito de
informação é mais restrito, mas nada impede que o mesmo seja
consagrado e regulamentado no contrato de sociedade (tal como parece
admitir o art. 21.º CSC)
EXERCÍCIO
DO DIREITO DE INFORMAÇÃO
• O direito de informação deve ser exercido em regra pessoalmente, podendo o sócio
fazer-se acompanhar de um perito (ROC, advogado ou outro) e obter cópias dos
elementos e documentos que considere importantes (o CSC remete para o art. 576.º
CC).
• Nas sociedades anónimas, no que ao direito mínimo à informação diz respeito (288.º
n. 3) existe ainda a possibilidade da consulta de documentos poder ser efectuada por
alguém que pudesse representar o accionista em AG (actualmente não existem
limites, porque o art. 380.º foi alterado)
PROTECÇÃO
DO DIREITO À INFORMAÇÃO
• Se a prestação de informação não for a exigida por lei, a deliberação que esteja por
isso inquinada será anulável [58.º n.1, al. c) e n. 4; 214.º n. 7; 290.º n. 3 CSC)
• Pode haver lugar a responsabilidade civil nos termos gerais (214.º n. 7, 291.º n. 6
CSC) e mesmo exclusão nas SQ (214.º n. 7 CSC)
• Por vezes a falta, insuficiência ou erro da informação pode permitir que se abra
Inquérito judicial à sociedade, com consequências que não se resumem só à
obtenção da informação em falta ou incompleta
• O accionista que, tendo acesso a uma informação privilegiada que não está
publicada, tira partido da mesma em benefício próprio incorre em “abuso de
informação” e pode ser civil e penalmente responsabilizado (449.º CSC). Sobre
informação privilegiada ver art. 378.º CVM.
INQUÉRITO JUDICIAL
• Pode ser solicitado inquérito judicial à sociedade nos casos previstos nos artigos 31.º n. 3, 67.º,
181.º n. 6, 216.º, 292.º, 450 todos do CSC (apenas nos 2 primeiros não se refere a uma hipótese
de informação falsa, incompleta ou injustificadamente recusada).
• Pode ser requerido inquérito ainda antes de ser pedida a informação se houver motivos para
pensar que esta não será concedida (216.º n. 2 e 292.º n. 6)
• O inquérito judicial é normalmente um direito individual, mesmos nos casos em que tem
subjacente um direito de natureza ou estrutura diversa (ex. 292.º em relação ao 291.º CSC)
• Para além da informação não obtida, este instrumento pode acarretar consequências mais
gravosas como a destituição de membros dos órgãos sociais, a nomeação de administradores, a
dissolução da própria sociedade, etc.
• Deve ser seguido o processo de jurisdição voluntária previsto nos art. 1479.º e segs. CPC,
devendo o interessado alegar os fundamentos do pedido, indicar os pontos que pretende ver
averiguados e requerer as providências que entender por convenientes.
OUTROS DIREITOS INDIVIDUAIS
• Podem ser diferidas até 70% nas sociedades anónimas e até 100%
nas sociedades por quotas (alteração introduzida pelo DL n.º
33/2011, de 7 de Março). Em ambos os casos até cinco anos (arts.
203.º n. 1, 277.º n. 2 e 285.º n. 1)
• O sócio com entrada diferida não entra logo em mora, mas apenas
após nova interpelação pela sociedade para efectuar pagamento
(arts. 203.º n. 3 e 285.º n. 2)
ENTRADAS EM ESPÉCIE
• A transmissibilidade está sujeita a forma escrita simples (as operações sobre a quota em
geral) – 228.º n. 1
• A cada sócio deve valer uma única quota, na constituição da sociedade (219.º n. 1). Se
adquirir uma quota nova, são as 2 independentes, mas pode o sócio unificá-las, desde que
estejam integralmente liberadas e não tenham direitos e obrigações diversos (219.º n. 4)
• Mesmo no caso de aumento de capital ou divisão de quotas (221.º) a cada sócio só pode
caber uma nova quota (em aumentos de capital podem caber tantas quotas como as que já
possuía) – 219.º n. 2
• As quotas podem, em certos casos, ser divisíveis (221.º) ao contrário das acções
CONTITULARIDADE DA QUOTA
• Os direitos inerentes à quota são exercidos por representante comum (222.º n. 1)
• A nomeação e destituição devem ser comunicadas por escrito à sociedade (223.º n. 4), até
porque as comunicações desta devem ser dirigidas ao representante comum (222.º n. 2).
• As deliberações sobre o exercício dos direitos são tomadas por maioria, excepto em situações
que afectem a situação de sócio ou a própria quota, caso em que é preciso o consentimento de
todos os contitulares (224.º n. 1). No primeiro caso a deliberação não produz efeitos em relação à
sociedade (224.º n. 2)
• A título gratuito não coloca qualquer problema, porque não há lugar a contrapartida
• Em acção executiva, a aquisição é onerosa, mas não está submetida aos mesmos
requisitos porque há o interesse de não permitir a entrada para a sociedade de
alguém estranho
• O contrato pode tornar livre a cessão para todos, ou limitar a cessão mesmo em
relação àqueles para quem a lei permite normalmente realizá-la (229.º n. 3). O
contrato pode mesmo proibir a cessão de quotas, mas os sócios terão, passados 10
anos direito à exoneração (229.º n. 1), podendo sair da sociedade sem estarem
dependentes da existência de comprador.
• A cessão de quotas está sempre sujeita a redução a escrito (228.º n. 1), deve ser
registada [3.º, al. c) CRCom], mas aparentemente não tem de ser publicada
• A cessão torna-se livre se não houver proposta, se a contrapartida não for igual, se não for por
escrito ou se a proposta não abranger todas as quotas abrangidas pela cessão (231.º n. 2)
TRANSMISSÃO DE QUOTAS
POR MORTE
• Normalmente a quota será adquirida pelos sucessores de acordo com a s regras do
direito sucessório, mas
• Atendendo ao titulo da secção VII “Registo das quotas” e ao título do art. 242.º-A
“Eficácia dos factos relativos a quotas”, parece que podemos alargar esta disciplina a
todos os factos que digam respeito a quotas, incluindo naquele lote situações como a
divisão ou a unificação de quotas.
• Estes interessados devem fazer acompanhar o seu pedido dos documentos que
titulem o facto a registar (242.º-B n. 3, tal como 31.º n. 1 CRCom).
REGISTO DE FACTOS RELATIVOS A
QUOTAS
• A promoção dos registos pela sociedade deve respeitar a ordem dos respectivos
pedidos (242.º-C n. 1), elemento importante uma vez que a data do registo é
precisamente a data da respectiva apresentação (55.º n. 5 CRCom).
• A sociedade deve recusar o registo se o pedido não for viável em face (242.º-F n. 1):
• Se a sociedade não o fizer (não foi previsto qualquer prazo) pode qualquer pessoa
solicitar junto da conservatória que promova o registo, devendo a sociedade ser
notificada para no prazo de 10 dias promover o registo sob pena dele ser efectivado
pela própria conservatória (29.º-A n. 2 CRCom).
• Esta regra parece alterar as regras gerais do registo que fazem depender a eficácia
do acto do respectivo registo (14.º n. 1 CRCom), excepto entre as próprias partes
(13.º n. 1 CRCom).
• Parece-nos que não é assim. Existe uma excepção mas no sentido de que a
eficácia perante à sociedade existe ainda antes do registo, mesmo quando ela não
seja parte, a partir do momento em que o interessado solicita a promoção do registo.
A partir desse momento parece que a sociedade é uma “parte” no facto para efeitos
de eficácia.
AÇÕES
• As ações podem ter valor nominal ou valor de emissão. A
sociedade pode escolher em cada momento qual a modalidade que
deseja. Apenas pode haver uma modalidade em cada sociedade,
num determinado momento (276.º n. 2).
• As ações com valor nominal não podem ser emitidas abaixo do par
(298.º). Já o valor de emissão não tem necessariamente de
respeitar o valor anterior, podendo ser superior ou inferior (neste
caso o conselho de administração deve elaborar um relatório sobre
o valor fixado e sobre as consequências da emissão – 298.º n. 3).
TRANSMISSÃO DE ACÇÕES
• As acções tituladas são aquelas que têm representação
em papel (46.º n. 1 CVM). Os títulos podem representar
uma ou mais acções (98.º)
• A gerência pode ser singular e plural. No primeiro caso não se colocam problemas
particulares uma vez que as competências e a vinculação da sociedade são
exercidas pelo único gerente. Será plural se o contrato o determinar.
• Normalmente o gerente é designado sem prazo (256.º), pelo que podemos ter
gerentes “para sempre” (ao contrário das sociedades anónimas). Nada impede,
todavia, que o mandato seja limitado a um determinado prazo pelo próprio contrato
de sociedade ou no próprio acto de designação.
• Os gerentes não se podem fazer representar no exercício das suas funções (252.º n.
5). Mas podem delegar entre si a prática de determinados actos, tal como podem,
enquanto órgão nomear mandatário (252.º n. 5 e n. 6).
GERÊNCIA
• Este é o regime supletivo, mas nada impede que se estabeleça outra coisa no
contrato, como a obrigatoriedade de assinatura de um determinado gerente para a
obrigação da sociedade.
• A gerência será remunerada, fixada pelos sócios, excepto se outra coisa for referida
no contrato (255.º n. 1). A remuneração não poderá ser constituída por participação
nos lucros, excepto se o contrato autorizar (255.º n. 3).
• Se se tratar do direito especial à gerência (não pode ser alterado sem consentimento
do próprio), só com justa causa e destituição judicial (257.º n. 3).
GERÊNCIA
• A renúncia do gerente é um acto unilateral pelo qual se põe termo à situação jurídica
da gerência. Será possível a todo o tempo.
• Tem de ser comunicada por escrito à sociedade (258º. n.1) e é um acto recipiendo
(sem ter sido recebida pela sociedade não é eficaz perante ela). Tem de ser dirigida
a outro gerente (260.º n. 5).
• Sendo comunicada torna-se efectiva oito dias depois da comunicação (258.º n. 1).
• O prazo de oito dias aplica-se a qualquer situação, mas pode não ser suficiente.
Com efeito, o 258.º n. 2 estabelece que o gerente é obrigado a indemnizar a
sociedade pelos prejuízos causados quando não tem justa causa para a renúncia, a
não ser que tenha avisado com a antecedência conveniente, que, consoante os
casos, pode ser bem superior a oito dias.
FISCALIZAÇÃO
• A designação e a cessação de funções (por qualquer causa que não seja o mero
decurso do tempo) estão sujeitas a registo [3.º, al. m) CRCom].
ASSEMBLEIA GERAL
• Apesar desta remissão geral há aspectos próprios para as sociedades por quotas,
designadamente tratados no mesmo 248.º:
• Existe uma regra geral de impedimento de voto: “O sócio não pode votar nem por si,
nem por representante, nem em representação de outrem, quando, relativamente à
matéria da deliberação, se encontre em situação de conflito de interesses com a
sociedade”.
• Este princípio geral é concretizado nas alíneas do 251.º n. 1 que são meramente
exemplificativas, mas são imperativas (251.º n. 2).
• A jurisprudência tem concretizado a cláusula geral. O sócio pode: tomar parte da sua
eleição como gerente; tomar parte na fixação do seu vencimento na gerência; tomar
parte na aprovação das contas anuais, mesmo sendo sócio-gerente; tomar parte na
amortização da própria quota. O sócio não pode votar a sua própria exclusão.
ASSEMBLEIA GERAL
• As deliberações são tomadas pela maioria dos votos emitidos, não se contanto as
abstenções, salvo disposição diversa da lei ou do contrato (250 n.º 3).
• São nulas as deliberações (art. 411.º n. 1): tomadas em conselho não convocado
(salvo presença ou representação de todos); cujo conteúdo não esteja sujeito a
deliberação deste órgão; cujo conteúdo seja ofensivo dos bons costumes ou de
normas imperativas.
• São anuláveis as deliberações (art. 411.º n. 2); que violem a lei e não caiba nulidade;
violem o contrato de sociedade
•
ADMINISTRAÇÃO
•
ADMINISTRAÇÃO
• Atribui-se um voto por cada acção, salvo disposição nos estatutos (384.º n. 1). Quem
não puder votar pode sempre reunir-se.
• Na deliberação sobre designação dos titulares dos órgãos sociais, se várias listas,
vence a mais votada (maioria relativa – 386.º n. 2)
• Qualquer referência ao capital entende-se como capital votante para não paralisar a
sociedade.
SOCIEDADES UNIPESSOAIS
SOCIEDADES UNIPESSOAIS
• A SUQ pode ter como sócio único uma pessoa singular ou colectiva
• Pode ser inicial ou superveniente (pela concentração das quotas num único
sócio, e mediante declaração de transformação desse sócio – 270.º-A n. 2
e n. 3)
• Cada pessoa singular só pode ser titular de uma SUQ e uma SUQ não
pode ter como sócio outra SUQ (270.º-C)
SOCIEDADES UNIPESSOAIS
o 56.º n. 2 CSC acrescenta (de forma algo infeliz porque exagerada) o que
deve ser considerado como AG não convocada
- aviso convocatório assinado por quem não tenha competência (presidente da
mesa ou, no seu impedimento, pelo secretário nas SA e por um gerente nas SQ)
- não constem desse aviso o dia, a hora e o local
- reunião em dia, hora ou local diverso dos que constam do aviso
a) Deliberações que violem o contrato ou a lei (nos casos em que não caiba
nulidade): Este é o critério geral, a nulidade é uma excepção
• Se não houver renovação ou se a sociedade não for citada para a acção judicial no
prazo de 2 meses, deverá o órgão de fiscalização promover imediatamente a
declaração judicial de nulidade dessa deliberação (deve propor também um sócio
para representar a sociedade) – 57.º n. 2 e n. 3. No caso de acção proposta pelo
órgão de fiscalização será a sociedade a suportar os encargos
• Também algumas deliberações nulas (aquelas cujo vício era de natureza formal –
tomadas em AG não convocada ou por voto escrito sem consulta prévia) podem ser
renovadas, uma vez que o vicio formal é de fácil correcção numa deliberação
posterior. A esta deliberação pode ser atribuída eficácia retroactiva (62.º n. 1).
• Logo a partir da citação não podem os órgãos da sociedade executar a deliberação, até ao
momento em que seja apreciado o pedido de suspensão (397.º n. 3 CPC)
• A providência cautelar pode deixar de ser decretada se o prejuízo resultante da suspensão for
superior ao que pode decorrer da sua execução (397.º n. 2 CPC).
• O procedimento cautelar depende da acção principal pelo que esta deve ser proposta no prazo
de 30 dias [a contar da deliberação se for anulável – já que este prazo não suspende com a
interposição da providencia -, a contar da decisão do procedimento cautelar se for nula – 389.º n.
1, al.a)CPC]. Caso contrário a providência vai caducar - 389.º n. 1, al.a) CPC.
PROCEDIMENTO JUDICIAIS
E REGISTO
• As acções de declaração de nulidade ou anulação de deliberações sociais, bem como os
procedimentos cautelares de suspensão estão sujeitos a registo [9, al. e) CRCom]. Só depois do
registo podem essas medidas judiciais ser apostas a terceiros
• O registo deve ser promovido pelo autor da acção ou pelo requerente da providência, trata-se de
um registo provisório por natureza [64.º n. 1, al. n)], sem prazo de caducidade (65.º n. 3 CRCom)
e efectuado com base em certidão do teor do articulado ou em duplicado deste com nota de
entrada na secretária judicial (43.º CRCom).
• A lei considera que o registo é obrigatório (15.º n. 5 CRCom), uma vez que sem prova da
requisição do registo a acção judicial não pode prosseguir após a fase de articulados e a decisão
do procedimento cautelar não pode ser proferida (168.º n. 5 CSC)