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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MICROELETRÔNICA

CONVERSORES NOS DOMÍNIOS TEMPO E


FREQUÊNCIA

RELATÓRIO PARA DISCIPLINA MIC78 – CONVERSORES DE


SINAIS ANALÓGICOS E DIGITAIS CMOS

VANESSA FURTADO DE LIMA

Porto Alegre, RS, Brasil


2018
SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 2


CAPÍTULO 2 SINAL ORIGINAL .................................................................................................... 2
CAPÍTULO 3 SINAL ORIGINAL + RUÍDO ................................................................................... 5
CAPÍTULO 4 SINAL ORIGINAL + QUANTIZAÇÃO ................................................................ 10
CAPÍTULO 5 SINAL ORIGINAL + DISTORÇÃO ...................................................................... 13
CAPÍTULO 6 SINAL ORIGINAL + RUÍDO + QUANTIZAÇÃO + DISTORÇÃO .................. 20
CAPÍTULO 7 CONCLUSÃO........................................................................................................... 24
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 25
2

CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO

Conversores A/D (Analógico/Digital) e D/A (Digital/Analógico) são a base de todo o


interfaceamento eletrônico entre o mundo analógico e o mundo digital. Estão presentes na
grande maioria dos instrumentos de medida atuais e são os responsáveis pelo aumento
significativo nos níveis de precisão e exatidão.
Os conversores necessitam ser caracterizados em um elevado número de parâmetros
estáticos e dinâmicos, normalmente obtidos utilizando diversos testes no domínio do tempo
ou das frequências. Testes que são de fundamental importância para o aprendizado do
comportamento do sistema e também para definição de suas limitações de performance.
Este relatório, portanto, tem como objetivo apresentar simulações no domínio do
tempo e frequência para compreensão de características inerentes aos sistemas de conversão
A/D e D/A.

CAPÍTULO 2 SINAL ORIGINAL

Com o software Octave foi utilizado a função “seno” para criar um sinal composto
pela soma de três senóides de diferentes frequências e amplitudes. As senóides possuem
frequências de 51Hz, 83Hz e 127Hz respectivamente, e com amplitudes de 0,4Vp, 0,6Vp e
1Vp.
Estes sinais estão presentes na Figura 1, onde o sinal de 51Hz é representado pela
curva azul, o sinal de 83Hz pela curva vermelha e o sinal de 127Hz pela curva verde. Estes
sinais foram amostrados com fs=1000S/s para atender o critério de Nyquist, que estabelece os
limites do processo de discretização temporal para que não resulte em distorção.
Posteriormente os sinais foram somados, conforme Figura 2.
3

Figura 1

Figura 2
Neste sinal composto da Figura 2 foi aplicado uma FFT (Fast Fourier Transform) com
N = 1000 amostras para análise da resposta em frequência deste sinal, que resultou na Figura
3.
4

Figura 3

Devido a limitação do número de amostras, surgem erros no espectro no entorno dos


harmônicos. Assim, para minimizar este erro pode-se utilizar um número grande de amostras
do sinal no domínio do tempo. Portanto, o mesmo sinal composto da Figura 2 foi amostrado
com N = 10000 amostras, conforme Figura 4, onde foi possível observar que o erro diminuiu.
Para verificar o aumento do erro, o mesmo sinal foi amostrado com N = 100 amostras,
conforme Figura 5.

Figura 4
5

Figura 5

CAPÍTULO 3 SINAL ORIGINAL + RUÍDO

Com o gerador de números randômicos foi somado um ruído de amplitude unitária ao


sinal composto, conforme Figura 6. Posteriormente, foi aplicado uma FFT com 1000 amostras
ao sinal com ruído, presente na Figura 7. Também foi realizada uma variação no número de
amostras da FFT, foi alterado para 10000 e o resultado é representado pela Figura 8.

Figura 6
6

Figura 7

Figura 8
Novamente foi somado um ruído ao sinal composto, porém com uma amplitude 3
vezes maior que a do ruído inicialmente gerado. A resposta em função do tempo pode ser
observada na Figura 9 e em função da frequência (com 1000 amostras) na Figura 10. A Figura
11 mostra a resposta em frequência com um número maior de amostras (10000). A partir das
imagens geradas, pode-se concluir que quanto maior o número de amostras mais fiel será a
representação do sinal original. Também se nota que o aumento do ruído tem bastante
impacto tanto na resposta no tempo quanto na resposta em frequência. O processo de
aumentar o número de amostras “empurra” o ruído para baixo na mesma magnitude do ganho
de processamento.
7

Figura 9

Figura 10

Figura 11
Outra vez foi somado um ruído ao sinal composto, porém com uma amplitude de 0,1.
A resposta em função do tempo pode ser observada na Figura 12 e em função da frequência
8

(com 1000 amostras) na Figura 13. A Figura 14 mostra a resposta em frequência com um
número maior de amostras (10000).

Figura 12

Figura 13
9

Figura 14
Por fim, foi somado um ruído ao sinal composto com uma amplitude de 0,5. A
resposta em função do tempo pode ser observada na Figura 15 e em função da frequência
(com 1000 amostras) na Figura 16. A Figura 17 mostra a resposta em frequência com um
número maior de amostras (10000).

Figura 15
10

Figura 16

Figura 17

CAPÍTULO 4 SINAL ORIGINAL + QUANTIZAÇÃO

Foi aplicada ao sinal composto uma quantização. O processo de quantização ocorre


com certo número de bits, onde o valor de fundo-de-escala é 10% maior que a soma das
amplitudes dos três sinais. A quantização com 2 bits é mostrada no domínio do tempo na
Figura 18, onde o sinal vermelho é o sinal quantizado e o sinal azul o sinal composto original.
O resultado no domínio da frequência (1000 amostras) está na Figura 19.
Duas especificações para quantificar a performance dinâmica de conversores foram
calculadas, o SINAD (signal-to-noise-and-distortion ratio) e o ENOB (effective number of
bits). Para o cálculo destas especificações foram usadas as Equações 1 e 2 [1]. Onde S
representa o sinal, N o ruído e D a distorção.
11

𝑆
𝑆𝐼𝑁𝐴𝐷 = 20log⁡(𝑁+𝐷) Eq. 1
𝑆𝐼𝑁𝐴𝐷−1.76𝑑𝐵
𝐸𝑁𝑂𝐵 = Eq. 2
6.02

Para este caso, o SINAD resultou em 9.631dB e o ENOB em 1.3075 bits.

Figura 18

Figura 19
Uma nova quantização com 4 bits é realizada no domínio do tempo na Figura 20, onde
o sinal vermelho é o sinal quantizado e o sinal azul o sinal composto original. O resultado no
domínio da frequência (1000 amostras) está na Figura 21.
Para este caso, o SINAD resultou em 22.036dB e o ENOB em 3.3681 bits.
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Figura 20

Figura 21

Outra quantização com 8 bits é realizada no domínio do tempo na Figura 22, onde o
sinal vermelho é o sinal quantizado e o sinal azul o sinal composto original. O resultado no
domínio da frequência (1000 amostras) está na Figura 23. O processo de quantização distorce
o sinal original, o que é conhecido como erro de quantização. A partir das figuras pode-se
concluir que o erro de quantização está diretamente relacionado a resolução do conversor,
onde o conversor com maior número de bits consegue quantizar um sinal com menor número
de erros.
Para este caso, o SINAD resultou em 45.773dB e o ENOB em 7.311 bits.
13

Figura 22

Figura 23

CAPÍTULO 5 SINAL ORIGINAL + DISTORÇÃO

Uma distorção foi aplicada sobre o sinal composto original, multiplicando a amplitude
do sinal por uma função não linear (1+ a1.x + a2.x2 + a3.x3), onde a1 = a2 = a3 = 1. A
resposta no tempo encontra-se na Figura 24 e na frequência (1000 amostras) na Figura 25.
Observa-se que com as funções não lineares o sinal original é modificado, acrescentando
harmônicos e caracterizando uma distorção.
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Figura 24

Figura 25
Neste caso também foi variado o “peso” da distorção, utilizando um valor 10 vezes
maior que o anterior no coeficiente a1 (a1 = 10) , 5 vezes maior no coeficiente a2 (a2 = 5) e
a3 = 1. A resposta no tempo encontra-se na Figura 26 e na frequência (1000 amostras) na
Figura 27. Ao analisar a amplitude do sinal com distorção neste caso, é possível verificar que
a mesma aumentou ao longo do tempo em relação a amplitude do sinal original sem distorção.
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Figura 26

Figura 27
Novamente foi variado o “peso” da distorção, utilizando um valor 10 vezes maior que
o anterior no coeficiente a3 (a3 = 10) e os coeficientes a1 e a2 com valores unitários. A
resposta no tempo encontra-se na Figura 28 e na frequência (1000 amostras) na Figura 29.
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Figura 28

Figura 29

Outra distorção foi aplicada sobre o sinal composto original, multiplicando a


amplitude do sinal por uma função não linear (x2). A resposta no tempo encontra-se na Figura
30 e na frequência (1000 amostras) na Figura 31.
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Figura 30

Figura 31

Como o harmônico é de difícil visualização no domínio da frequência pois sua


amplitude pode ser confundida com o noise floor, aumentou-se o tamanho da amostra (10000
amostras) para melhor verificação do harmônico, conforme Figura 32.
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Figura 32

Outra distorção foi aplicada sobre o sinal composto original, multiplicando a


amplitude do sinal por uma função não linear (x3). A resposta no tempo encontra-se na Figura
33 e na frequência (1000 amostras) na Figura 34. Observa-se na resposta em frequência e no
tempo que o valor do sinal fundamental quando aplicado uma distorção cúbica é menor que
quando aplicado uma distorção quadrática.

Figura 33
19

Figura 34
Por fim, uma função linear foi aplicada sobre o sinal composto original, multiplicando
a amplitude do sinal por uma função de offset+ganho (x+1). A resposta no tempo encontra-se
na Figura 35 e na frequência (1000 amostras) na Figura 36. Neste caso, observa-se que o sinal
original é modificado, porém não surgem novos harmônicos, não caracterizando uma
distorção.

Figura 35
20

Figura 36

CAPÍTULO 6 SINAL ORIGINAL + RUÍDO + QUANTIZAÇÃO


+ DISTORÇÃO

Nesta análise foi realizada a soma do sinal composto original com ruído unitário,
distorção (função não linear x2) e quantização de 2 bits. A resposta no tempo encontra-se na
Figura 37 e na frequência (1000 amostras) na Figura 38, onde o sinal vermelho é o sinal
quantizado e o sinal azul o sinal composto original com ruído, distorção.

Figura 37
21

Figura 38
O tamanho da amostra foi alterado para 10000, para melhor verificação do gráfico,
com resultado presente na Figura 39.

Figura 39
Neste caso, foi feita a soma do sinal composto original (3 vezes maior) com ruído
unitário, distorção (função não linear x2) e quantização de 2 bits. A resposta no tempo
encontra-se na Figura 40 e na frequência (1000 amostras) na Figura 41.
22

Figura 40

Figura 41
Finalmente, foi feita a soma do sinal composto original com ruído de amplitude 3,
distorção (função não linear x3) e quantização de 8 bits. A resposta no tempo encontra-se na
Figura 42, na frequência (1000 amostras) na Figura 43 e na frequência com 10000 amostras
na Figura 44 .
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Figura 42

Figura 43

Figura 44
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CAPÍTULO 7 CONCLUSÃO

Através dos processos de discretizações dos conversores é possível verificar que erros
como ruído e distorção harmônica são acrescidos no sistema, o que interfere diretamente nas
especificações e desempenho dos mesmos. Com esses erros acrescidos ao sistema conseguiu-
se identificar e exercitar aspectos importantes do processo de conversão nos domínios de
tempo e frequência.
Primeiramente foi observado o erro no espectro dos harmônicos decorrente do número
limitado de amostras da FFT, que pode ser contornado utilizando um número maior de
amostras. Além disso, a utilização de um maior número de amostras se mostrou importante
quando foram adicionados ruído e distorção ao sistema, pois tem efeito sobre o “noise-floor”,
onde o mesmo é “empurrado” para baixo.
Ao realizar a quantização do sinal é visível através dos gráficos que ao aumentar o
número de bits da quantização o sinal quantizado fica mais próximo do sinal original.
Por fim, a distorção adicionada utilizando termos de segunda ordem e superiores
demonstram o acréscimo de harmônicos ao sinal original. No caso dos termos constante e de
primeira ordem, estes não são considerados distorção pois são lineares e apenas representam
um acréscimo de offset e ganho ao sinal original.
25

REFERÊNCIAS

[1] Kester, W., “Understand SINAD, ENOB, SNR, THD + N and SFDR so You Don’t Get
Lost in the Noise Floor,” Analog Devices website, http://www.analog.com/media/en/training-
seminars/tutorials/MT-003.pdf

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