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DIAGRAMA DE POTÊNCIA

-A potência de entrada do diagrama é a potência elétrica fornecida pela rede pra máquina
funcionar como motor. A potência de saída é a potência mecânica entregue à carga, produto
final da conversão eletromecânica

-Potência de entrada: P = 3*Vf*If*cos(phi) = sqrt(3)*Vl*Il (Vf é Tensão de fase e If é corrente


de fase. Phi é o ângulo entre Vf e If)

-1ª perda: Perda por efeito Joule na resistência do enrolamento do circuito de campo,
presentes no estator, dada por P = 3*Rs*Is²

-2ª perda: Perdas no núcleo do estator: Histerese (perdas que ocorrem na orientação e
reorientação cíclicas dos domínios magnéticos do núcleo) e correntes de Foulcault (o núcleo
ferromagnético está submetido a um campo alternado. Como o material magnético é
condutor – aço -, surgem correntes circulares induzidas no núcleo. Tenta-se diminuir essas
correntes laminando o núcleo – transformando-o em chapas que recebem um tratamento
superficial (com verniz). Além disso, o núcleo não é de aço puro. É uma mistura de aço com
silício para aumentar a resistividade da chapa)

-Depois das perdas no estator, sobra a potência de entreferro, ou potência de entrada do


rotor. É a potência que atravessa o entreferro, dada por Pg = (3*R’r*I’r²)/s. Nessa potência,
estão embutidas perda por efeito Joule e potência mecânica. Potência mecânica desenvolvida
internamente no motor: Pmec = (3*R’r*I’r²)*(1-s)/s. 3ª perda: Perda Joule: Pj = 3*R’r*I’r²

-A potência mecânica Pmec não é, de fato, a potência entregue à carga, conhecida como
potência mecânica líquida, potência mecânica resultante ou potência na ponta do eixo.

- 4ª perda: perdas por atrito e ventilação

- A potência que sobra é Plíq=Tmec*w, sendo Tmec o conjugado produzido pela máquina e w,
a velocidade do rotor

CAMPO GIRANTE

-Quando se aplica uma tensão senoidal nos terminais de uma bobina, gera-se um campo
magnético pulsante.

-No motor de indução trifásico, têm-se 3 bobinas deslocadas no espaço de 120° entre si
percorridas por correntes senoidais defasadas no tempo de 120°. Dessa forma, cada uma gera
um campo magnético pulsante. A soma desses campos resulta num campo de intensidade
constante igual a (3/2)*Hf (Hf é o campo de cada fase), que gira a uma velocidade ns =
120*faplicada/p, sendo p o número de polos
METODOLOGIA DE CÁLCULO DOS PARÂMETROS DO CIRCUITO EQUIVALENTE DO MOTOR DE
INDUÇÃO TRIFÁSICO

-NO ENSAIO A VAZIO, aplica-se a tensão nominal e medem-se a tensão, a corrente e a potência
ativa trifásica. Nessas condições, a simplificação do circuito é a desenhada na folha. Não se
coloca o ramo do rotor porque o escorregamento é 0, levando a uma impedância de rotor que
tende ao infinito.

-Explicação física: Uma vez que o rotor gira praticamente com a velocidade de rotação do
campo girante, as linhas de campo deste são quase estacionárias em relação às barras do
rotor. Logo, não há indução de tensão no enrolamento presente no rotor.

-As tensões nominais do motor do laboratório são 380V para ligação em estrela e 220V para
ligação em delta. Como a tensão de linha fornecida pela rede é de 220V, o motor do
laboratório no momento do ensaio, estava ligado em delta

-A convenção do circuito equivalente do motor é por fase (FASE-NEUTRO). Como o motor


estava ligado em delta, os valores de tensão usados para calcular os parâmetros são V =
Vmedido/sqrt(3). Como as correntes medidas eram correntes de linha, provenientes de cada
fase, I = Imedido

-A potência medida pelo wattímetro no ensaio a vazio P0 contabiliza perdas Joules nos
enrolamentos, perdas no núcleo (histerese e correntes de Foulcault) e perdas por atrito e
ventilação, pois o rotor gira, praticamente, à velocidade do campo girante. Como não há carga
sendo acionada, não há trabalho, só perdas

-NO ENSAIO DE ROTOR BLOQUEADO, aplica-se a tensão necessária para que circule, na
máquina, a sua corrente nominal. Nas condições desse ensaio, despreza-se o ramo de
magnetização (Xm) porque a tensão aplicada é baixa, logo, Im é uma corrente muita pequena
comparada à parcela da corrente que vai para o ramo do rotor, com impedância
consideravelmente mais baixa, inclusive, é a menor possível porque o escorregamento é 1 (já
que o rotor está parado).

-Explicando fisicamente: Como o rotor está parado, as linhas de fluxo do campo cortam as
barras do rotor com toda a sua velocidade, ou seja, a velocidade relativa entre eles é a
velocidade do campo. Logo, induz-se muita corrente nos enrolamentos presentes no rotor. Por
isso prefere-se aplicar uma tensão tão baixa, obtendo apenas a corrente nominal.

-Como não há potência mecânica desenvolvida (rotor parado), só há perdas por efeito Joule
sendo contabilizadas. As perdas no núcleo foram desconsideradas por julgar que a corrente de
magnetização é baixa. Logo, Rbl = Rs + R’r

-Para descobrir Rs, faz-se O ENSAIO CC. Não havendo ohmímetro na escala adequada, aplica-se
uma tensão constante entre duas fases do motore mede-se a corrente que circula nesses
terminais. Calcula-se, então, R’s, primeiro parâmetro CALCULADO

-Categoria do motor: Diz respeito à curva de conjugado que a máquina apresenta em função
da velocidade. Essa relação depende da resistência do rotor e das reatâncias (melhor dizendo,
da relação entre elas, de (Xs + X’r) em relação a Xbl. Segundo à norma, pode-se considerar que,
no motor categoria N, mais comum, e no motor de rotor bobinado, Xs = X’r = 0,5*Xbl

-Outra categoria: um é 0,3*Xbl e o outro, 0,7*Xbl

CURVAS DE CONJUGADO E CORRENTE NA MÁQUINA DE INDUÇÃO

-A corrente em questão é a corrente de entrada da máquina = corrente de estator = Is

-Na condição de rotor parado (partida ou rotor travado/bloqueado), a corrente que circula na
máquina é grande.

-Explicando do ponto de vista matemático: uma vez que a velocidade é nula e, dessa forma, o
escorregamento é o maior possível (s = 1), o R’r/s é o menor possível, ou seja, a impedância do
rotor e, consequentemente, a impedância da máquina são as menores possíveis. Nessa
situação, a corrente será a maior possível

-Explicando do ponto de vista físico: estando o rotor da máquina parado, seus condutores (as
barras do rotor) ficam submetidas à maior variação de campo possível. Em outras palavras, a
velocidade relativa entre as barras do rotor e as linhas do campo girante é a velocidade
síncrona. Portanto, induz-se a maior tensão possível no rotor, que gera a maior corrente
possível. E, uma vez que a corrente de rotor reflete no estator da máquina, a corrente de
entrada é alta – 6 a 8 vezes a corrente nominal

-À medida em que a máquina acelera, o rotor fica submetido a uma variação de campo cada
vez menor. Dessa forma, induz-se uma tensão cada vez menor

-Considerando, agora, que o rotor gire à mesma velocidade do campo girante, sabe-se que as
barras estão estacionárias às linhas desse campo. Logo, não se induz tensão no rotor e,
consequentemente, a corrente no rotor é zero. No entanto, há corrente circulando no estator
e ela corresponde à corrente de magnetização, que é a corrente a vazio – 0,25 a 0,6 vezes a
corrente nominal.

-A corrente de magnetização é considerável por causa do entreferro. A relutância do ar é


milhares de vezes maior que a do material ferromagnético. Logo, precisa-se de uma força
magnetomotriz muito maior para que o fluxo vença essa relutância, ou seja, precisa-se de uma
corrente de magnetização alta para induzir campo magnético através do entreferro

-Rotor a vazio. Velocidade do rotor próxima à do campo girante e a corrente é a corrente de


magnetização. O conjugado produzido é pequeno, apenas o suficiente para vencer os
conjugados de atrito e ventilação.

Aplicando uma carga ao motor: a velocidade começa a reduzir e, à medida que isso acontece,
maior é o escorregamento e a velocidade relativa entre as barras e as linhas de campo e,
portanto, mais corrente é induzida no rotor. Dessa forma, maior é o fluxo no rotor. Esse maior
fluxo interagindo com o fluxo do estator dá origem ao conjugado que aumenta. Isso acontece
até que o conjugado do motor se iguale ao conjugado da carga e o conjugado resultante seja
nulo
-O equipamento elétrico só funciona bem se a isolação estiver íntegra. Os fios que compõem a
máquina são isolados com um verniz isolante.

-Um dos maiores inimigos dessa isolação é a temperatura. Quando muito alta, a vida útil da
isolação cai drasticamente. Deve-se, portanto, dimensionar o motor e a isolação para que as
perdas e o calor gerado não ultrapassem a temperatura máxima permitida

-As máquinas também são classificadas conforme a temperatura. A classificação é a CLASSE DE


ISOLAÇÃO, que define a máxima temperatura que as bobinas e sua isolação podem atingir sem
diminuir a vida útil da maquina. F (até 130°), B (até 155°) e H (até 180°) são as mais comuns.

-Se aplicarmos uma carga ao motor tal que ela esteja associada a uma corrente que leva a
perdas que não elevem a temperatura acima da permitida, o motor pode operar
normalmente. Essa corrente e essa carga são as nominais, e mantêm a temperatura no limiar
do permitido

-Conjugado de rotor bloqueado = Conjugado de partida é o conjugado relacionado à


velocidade nula

-Na região instável da curva de conjugado x velocidade, o conjugado decresce, mesmo com o
aumento da corrente. Por que isso acontece?

A tensão induzida no rotor está atrasada de 90° em relação ao campo girante (produzido pelas
bobinas do estator), e as correntes, em relação ao campo girante, podem estar atrasadas de
algum ângulo entre 90° e 180° porque a porção resistiva do ramo do rotor é variável. Dessa
forma, o ângulo da impedância do rotor varia entre 0 e 90°, fazendo com que a corrente fique
atrasada, em relação à tensão induzida no rotor, de 0 a 90°

Em vazio, o rotor é praticamente resistivo e o valor da impedância é muito alto. Portanto, a


corrente está em fase com a tensão induzida, mas é pequena.

À medida que a velocidade reduz, mais corrente é induzida. No entanto, maior é o ângulo
dessa corrente em relação à tensão induzida, afinal, o escorregamento cresce com a
diminuição da velocidade, tornando o ramo do rotor menos resistivo e com um valor de
impedância menor.

A expressão do conjugado eletromagnético produzido pela máquina é

T = k*PHIs*PHIr*sen(theta), sendo theta o ângulo entre o campo girante (PHIs) e o campo


gerado pelas correntes induzidas no rotor (PHIs).

Quanto mais carga se aplica, mais a velocidade diminui e, portanto, mais o fluxo do rotor
aumenta. No entanto, aumenta-se o theta, diminuindo sen(theta). Na região estável, o
aumento do fluxo do rotor supera a diminuição do termo sen(theta). Em contrapartida, na
região instável, isso não acontece, o que culmina na diminuição do conjugado.
CONTROLE DE VELOCIDADE DA MÁQUINA DE INDUÇÃO

-1º método: Controle de velocidade por meio da variação de tensão aplicada.

A máquina cc é um dispositivo cujo controle de velocidade é muito simples. A variação da


tensão aplicada é um controle eficiente dessa máquina. Já a máquina de indução é totalmente
não-linear. Cada escorregamento leva a um ângulo diferente entre os campos, enquanto que
na máquina cc os campos estão sempre defasados entre si em 90°.

-2º método: Acréscimo de resistência do circuito do rotor.

Possível em máquina de rotor bobinado. Tem-se acesso aos terminais das bobinas.

-Ambos os controles citados não são eficazes porque não se baseiam no princípio de
funcionamento da máquina de indução.

-Um bom controle de velocidade pra máquina de indução deve variar a frequência, já que a
velocidade do campo girante e, consequentemente, do rotor, acompanha a variação desta.
Isso é possível com um conversor de frequência

-Conversor de frequência: Ponte retificadora trifásica + barramento cc (banco de capacitores)


+ inversor de tensão.

Esse dispositivo obtém, da rede, uma frequência fixa, retifica e, por meio de uma modulação
PWM, transforma essa tensão cc numa tensão alternada com a frequência desejada.

-Ao se variar a frequência, deve-se variar, também, o valor RMS da tensão. Para que o fluxo da
máquina seja mantido aproximadamente constante, a relação V/f deve ser mantida.

No entanto, essa relação só seria exata se não houvesse queda de tensão no estator. Portanto,
trata-se de uma aproximação que se torna muito grosseira em baixas frequências, quando a
queda de tensão no estator se torna relevante tendo em vista os valores RMS da tensão nesses
pontos.

-No circuito equivalente, separa-se a resistência do rotor em duas pra separar a perda por
aquecimento devido à circulação de correntes elétricas nos enrolamentos e a potência
mecânica desenvolvida internamente.

Obtém-se, portanto, a potência mecânica que é dada por:

Pmec = 3*(1-s)*R’r*(I’r)²/s = Tmec*w -> Tmec = 3*R’r*(I’r)²/we*s, sendo we = 2*pi*f

Deve-se descobrir I’r, o que é complicado resolvendo o circuito equivalente tal como
apresentado. Faz-se, então, uma aproximação: despreza-se a queda de tensão nos
enrolamentos do estator, ou seja, desloca-se o ramo de magnetização para antes do circuito
do estator, fazendo com que (Rs + jXs) fique em série com (R’r + jX’r).

Pode-se fazer isso porque o valor de Xm (reatância de magnetização) é muito maior que as
reatâncias de dispersão da máquina. Logo, a corrente que passa pelo ramo de magnetização é
muito pequena, o que faz com que Is seja aproximadamente I’r. Além disso, a queda de tensão
no estator é pequena, o que implica que o ramo de magnetização vai receber quase a mesma
tensão que a aplicada nos terminais da máquina.

Tendo, isso, pode-se calcular a corrente pela fórmula aproximada anotada em aula.

-Na região linear/estável do gráfico, o torque varia linearmente com a velocidade. O motor
opera nessa região na maior parte dos casos por dois motivos:

*quer-se um escorregamento baixo, porque escorregamento alto culmina em correntes altas


e, consequentemente, em aquecimento elevado.

*a região de operação é estável. Mesmo com uma perturbação momentânea, volta-se para o
ponto de equilíbrio inicial. Na região instável, não se sabe, ao certo, o que vai acontecer com a
máquina quando esta sofrer uma perturbação.

-Por meio do Teorema da máxima transferência de potência, afirma-se que a máxima potência
mecânica, ou seja, a máxima potência em R’r*(1-s)/s ocorre quando R’r/s = |Rs + j(Xs + X’r)|.
Tira-se, daí, a expressão para o conjugado máximo e, assim, 3 conclusões sobre ele:

*Tmax é proporcional a Vs²

*Tmax NÃO depende da resistência rotórica (não muda com a variação de R’r)

*smax (escorregamento para se obter Tmax) só depende dos parâmetros da máquina –


inclusive R’r

-Tmax está relacionado à capacidade de reserva porque, ao se aproximar dele, aproxima-se da


região não linear da curva de conjugado x velocidade

-No método de controle de velocidade por meio do acréscimo da resistência rotórica, há a


vantagem de aumentar o torque de partida, adequado para cargas de grande inércia e/ou que
demandam alto torque de partida. Pode-se, inclusive, fazer com que o torque de partida seja
próximo ao torque máximo do rotor.

-Diminuindo a frequência e mantendo o valor RMS da tensão não faz com que o fluxo
aumente, pois este satura, como ocorre com qualquer material ferromagnético.

CONVERSOR DE FREQUÊNCIA

-Na ponte inversora, se a chave de cima estiver fechada, a de baixo deve estar
obrigatoriamente aberta e vice-versa, para evitar curto-circuito no barramento

-P101 (tempo ou rampa de desaceleração): Tempo que o conversor leva para reduzir a
frequência definida para o campo girante até a menor frequência possível – 3 Hz -, levando o
motor à imobilidade.

-Quando se ajusta esse parâmetro a um valor excessivamente baixo, o rotor, devido à sua
inércia – e, em alguns casos, à inércia da carga mecânica acoplada ao eixo -, não acompanha a
queda de velocidade do campo girante. Então, instantaneamente, a velocidade do rotor é
maior que a do campo girante, implicando escorregamento negativo e, consequentemente,
potência negativa. Portanto, a máquina, nesse momento, opera como gerador, caracterizando
um processo de frenagem regenerativa, na qual o motor entrega potência à rede.

-Qual o problema?

A corrente sai do motor e vai em direção ao conversor de frequência, em cujos terminais se


encontra a ponte inversora, cujos IGBTs estão posicionados de uma forma que não permite
passagem de corrente no sentido inverso. No entanto, em paralelo com esses IGBTs, há diodos
de roda livre que permitem a passagem dessa corrente. Assim, a corrente passa por esses
diodos e, devido à ponte retificadora que também não permite passagem de corrente no
sentido reverso, essa corrente acaba por carregar os capacitores. Isso provoca uma elevação
da tensão no barramento cc.

Se o tempo de aceleração for muito curto e a frenagem do campo girante for brusca, o rotor
apresentará dificuldade em acompanhar essa frenagem, podendo obter uma velocidade
consideravelmente superior à do campo, levando a um elevado escorregamento negativo.
Dessa forma, a corrente gerada será alta, o que provocará uma grande elevação na tensão dos
capacitores, havendo o risco de danificá-los. (No caso dos conversores da WEG – presentes no
lab – essa tensão máxima é de 380V. A partir disso, atua a proteção que retira o conversor de
operação, desligando sua parte de potência e deixando de fornecer tensão à máquina.)

Erro01 = Proteção contra sobretensão no circuito intermediário: Mensagem de erro que


aparece quando essa proteção atua.

-E se eu precisar de uma frenagem brusca?

2 métodos:

-Banco de resistores de potência. Resistores de frenagem que ficam em paralelo com o


capacitor quando a tensão sobre ele atingiu seu limiar. Dissipa-se toda a energia por esses
resistores.

-Alguns conversores possuem uma segunda ponte retificadora em antiparalelo para permitir
que a corrente no sentido inverso vá para a rede, que é um barramento infinito e a absorve
com facilidade.

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