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novco cle Megan bnese Ciovernader AVISO N.° 20/GBM/2017 Maputo, 11 de Dezembro de 2017 ASSUNTO: Normas ¢ Procedimentos Cambiais © estigio actual da economia nacional, caracterizado pela multiplicago da rede de relagdes entre investidores estrangeiros ¢ nacionais, determinou um aumento de fluxos financeiros entre 0 pais e 0 estrangeiro, realidade que impée As autoridades em geral e ao Banco de Mogambique em especial o dever de monitoramento ajustado das operagses. Este fendmeno, aliado a press cambial vivida pelo pais nos dltimos tempos, demonstrou a necessidade de criagio, manutengio ¢ actualizagio de normas € instrumentos de intervengtio cambial flexiveis, capazes de assegurar 0 efectivo exercicio pelo Banco de Mocambique da sua fungao de autoridade cambial, nos termos do artigo 28 da Lei n° 1/92, de 3 de Janeiro ~ Lei Organica do Banco de Mogambique. Assim, no uso da competéncia que Ihe & conferida pelo artigo 5 do Deoreto n.° 49/2017, de 11 de Setembro, que procede & revisto do Regulamento da Lei Cambial, 0 Banco de Mogambique determina: CAPITULO I DISPOSICOES GERAIS _SECCAOT OBJECTO, AMBITO E DEFINICOES: Artigo 1 (Objecto) © presente Aviso estabelece as normas ¢ os procedimentos a observar na real cambiais, como tal definidas nos termos da Lei n.° 11/2009, de 11 de Margo, Lei Cambial. 0 de operagies Artigo 2 (Ambito) O presente Aviso aplica-se a todos os intervenientes em operagdes cambiais realizadas ao abrigo da Lei Cambial, bem assim As entidades responsaveis pela garantia da observancia das respectivas normas, nomeadamente: Ay. Para efeitos do pres a) b) 9 4d) °) hy dD lanco de Maccemnbigue Clouernador Pessoas singulares ou colectivas titulares de direitos © obrigagdes no ambito da realizagio dos referidos actos, negécios, transacgdes ¢ operagdes; Entidades autorizadas a realizar operagdes cambiais; Entidades reguladoras, fiscalizadoras e de administragdo da justiga, no Ambito das competéncias que Ihes sto conferidas por Lei Artigo 3 Wefinigdes) nnte Aviso, entende-se por: Arbitragem de taxas de edmbio: fixagdio do valor em moeda nacional que deve ser pago ou recebido na aquisigao ou alienagao de moeda estrangeira; Autoridade Cambial: 0 Banco de Mogambique, nos termos estabelecidos pela Lei n.” 1/92, de 3 de Janeiro ~ Lei Organica do Banco de Mogambique; Banco: espécie de instituigao de crédito, como tal qualificada pela lei que rege 0 estabelecimento © 0 exercicio da actividade das instituigdes de crédito e sociedades financeiras; Bens: tudo aquilo que, sendo tangivel ou nao, possa ser objecto de comércio internacional; Boletim de Autorizagio Cambial: documento, em formato fisico ou electrénico, através do qual © Banco de Mogambique concede ao requerente a permisstio para a realizagdo de uma operagdo cambial; Boletim de Registo Cambial: documento, em formato fisico ou electrénico, através do qual o Banco de Mogambique formaliza e certfica o registo de determinada operagio cambial; Certificados de participagio em organismos de investimentos coleetivos: acces © outros titulos de participagiio, obrigagdes e demais titulos ¢ instrumentos normalmente transaccionados nos mercados financeiros; Comércio parcial de cémbios: realizacdo, a titulo profissional, de operagdes de compra e venda de moeda estrangeira, estritamente relacionada com uma actividade principal, néo financeira, nos termos autorizados pelo Banco de Mogambique; Consignagio: acto de entrega de bens ou mercadorias pelo consignante a favor do consignatario;, Consignante: pessoa singular ou colectiva, ou seu agente, fornecedora do bem ou mercadoria; A Bunce de Mocamt k) Consignatario; pessoa singular ou colectiva, indicada no documento de transporte, que tem direito de reclamar os bens ou mercadorias ao transportador, no destino, presumindo-se, para efeitos legais, ser 0 proprictirio da carga; 1) Crédito de cardeter pessoal: operagdes de miituo caracterizadas pelo facto de o mutuante n&io exercer fungées de crédito a titulo profissional, visando ou nfo o lucro; m) Crédito documentrio: compromisso irrevogavel assumido por um banco (Banco Emitente), a pedido e por instrugdes de um seu cliente Importador (Ordenador), de efectuar um pagamento a um Exportador (Beneficiério), através de um Banco Intermedirio, contra a apresentago dos documentos estipulados, desde que todos os termos ¢ condigées tenham sido cumpridos; n) Crédito financeiro: operagdes de miituo envolvendo instituig6es financeiras que nelas intervém a titulo profissional e com fim lucrativo; 0) Documento de identificagiio: documento admitido pela legislagao aplicavel para a identificagao de pessoas singulares e colectivas intervenientes em operagdes através de instituigies de crédito € sociedades financeiras; p) Documento Unico: formulério de declaragdo aduaneira confirmativa da entrada ou saida de bens ‘ou mereadorias no territério aduaneiro nacional; q) Entidade de Objecto Especifico: qualquer entidade que tenha objecto especifico, constituida directa ou indirectamente por uma concessionétia; 1) Exportagao: saida de bens ou mercadorias ¢ servigos do territ6rio aduaneiro nacional; s) Factura Comercial: documento e formaliza uma transacgio comercial; itido pelo exportador, importador ow fornecedor que 1) Factura Pré-forma: documento emitido pelo exportador, com cardcter preliminar, a pedido do importador, para providenciar o inicio da efectivagdo da importagdio, contendo os elementos de factura definitiva, mas que néo gera a obrigacao de pagamento por parte do comprador; u) Franquia: quota-parte prevista na apélice de seguro como encargo directo do segurado, em caso de sinistro, para além do qual a seguradora assume, nos limites acordados, 0 valor da indemnizagao; ¥) Fretamento: contrato em que uma das partes, proprietirio ou armador do navio, aeronave, transportes ferroviério e rodovidrio - o fretador — se obriga a ceder a outra ~ afretador ou carregador ~ 0 uso de todo 0 navio, aeronave, transporte ferrovidrio ¢ rodovirio ou parte deles, para fins de navegago maritima, aétea, ferrovidria ¢ rodoviéria, mediante uma retribuigio pecuniria denominada frete; w) Identificagao (dos sujeitos, intervenientes ou partes): nome ou denominagio, morada, bem como outros elementos relevantes constantes do documento de identificagao; Banco de Megambigue x) Importagio consignada: operagdo em que uma entidade residente, designada consignataria, recebe do exterior, de uma outra entidade ndo residente, designada consignante, bens ou mercadorias, para que os venda por conta prépria e em seu proprio nome, em certo prazo ou, nao 08 vendendo, faga sua devolugao sem receber qualquer vantagem; y) Importagio ¢ exportagio fisica de valores: entrada no territério aduaneiro nacional ou saida do mesmo, de notas ou moedas metilicas estrangeiras ou nacionais em circulagio, meios de pagamento externos, letras, livrangas ¢ extractos de factura, acgdes, obrigagSes, cupoes, titulos de divida publica, quer nacionais quer estrangeiros, realizada por entidades autorizadas a exercer 0 comércio de cambios; 2) Importagao: entrada de bens ou mercadorias ¢ de rvigos no territério aduaneiro nacional; aa) Intermediario Autorizado: pessoas singulares ou colectivas piiblicas ou privadas legalmente habilitadas a exercer nos mercados de valores mobiliérios a titulo profissional alguma actividade de intermediagao financeira; bb) Investimento de Carteira: investimento em acgdes ou quaisquer outras formas de participagto no capital, bem assim em obrigagSes e outros titulos e instrumentos financeiros; cc) Investimento Directo Estrangeiro (IDE): qualquer forma de contribuigéo do capital estrangeiro susceptivel de avaliagdo pecunidria, que constitua capital ou recurso proprio ou sob conta e risco de investidor estrangeiro, proveniente do exterior ¢ destinado sua incorporagao no investimento para a realizago de um projecto de actividade econdmica, através de uma empresa registada e a operar a partir do pais; dd) Investimento Imobilidrio: operagdes de aquisigio, alienagao ou arrendamento de bens imobilidrios entre residentes e no residentes, no Pais ou no estrangeir ce) Janela Unica Electréniea (JUE): sistema informético de gest aduancira ¢ de interligagio entre os intervenientes do processo de desembarago aduaneiro: ff) Liquidagdo da Transacedo: pagamento ou outra forma de extingdo de uma obrigagéio; 22) Mercadorias: bens méveis objecto de transacgio comercial; hh) Moeda Estrangeira Escritural: valor monetério destituido de suporte fisico em nota ou metal de banco; io: ii) Moeda Estrangeira Fisica: notas e moedas metilicas estrangeiras em circula jj) Moeda Estrangeira: notas e moedas metilicas com curso legal nos paises de emissio quaisquer outros meios de pagamento sobre o estrangeiro expressos em moeda ou em unidades de conta utilizadas em compensagdes ou pagamentos internacionais; eO Ge weorncacler kk) Operagéo Cambial: qualquer acto, negécio ou transacg&o realizado entre residente © no residente e que resulte ou possa resultar em pagamentos ou recebimentos sobre o exterior, ou que simplesmente seja qualificada por lei como cambial; Il) Operagées de Bolsa; as realizadas junto de uma bolsa de valores nacional ou estrangeira ou com elas relacionadas; mm) Operagdes de Capitais: as operagdes enumeradas no n° 5 do artigo 6 da Lei Cambial; nn) Operagées de Mercadorias: actos ou negécios entre residentes ¢ nao residentes que envolvam a transmissio do direito de propriedade sobre bens méveis destinados ao comércio; 00) Operador de Comércio Parcial de Cambios: entidade autorizada pelo Banco de Mogambique a realizar, a titulo profissional, operacdes de compra ¢ venda de moeda estrangeira, estritamente relacionada com uma actividade comercial principal no financeira; pp) Pagamento Antecipado: liquidagao total ou parcial, efectuada por residente a nfo residente & vice-versa, por importagio ou exportagao de bens ou servigos, antes da sua efectiva entrega ou prestago integral; qq) Pagamento Directo: modalidade de pagamento em que o importador recebe dircotamente do exportador os documentos relativos & transacgdo, promove o desembarago da mercadoria na alffindega e, posteriormente, providencia a remessa da quantia respectiva para 0 exportador, através do seu banqueiro; ir) Pagamento Postecipado: liquidagio total ou parcial, efectuada por residente a no residente © \portagdo ou exportagdo de bens ou servigos, apés a sua efectiva entrega ou vice-versa, por prestagdo integral; ss) Receita: retorno positivo de uma venda ou de um investimento realizado por uma pessoa singular ou colectiva; tt) Registo Cambial: recolha, processamento e manutengao da informagio relativa a uma operagdo cambial, incluindo o arquivamento clectrénico e fisico dos documentos que Ihe servem de base; uu) Repatriamento de Receitas: remessa ou envio para Mogambique, através do sistema baneétio, de rendimentos gerados no exterior por entidades residentes; vv) Remessa ou Cobranga Documentéria: modalidade de pagamento nas operages de importagio ¢ exportagao de bens ¢ mercadorias que consiste na remessa de documentos, nomeadamente, factura comercial, conhecimento de embarque, saque ou outros designados de acordo com as normas ¢ priticas do comércio internacional, em cobranga ao banco do importador, para entrega mediante aceite no saque reconhecendo a divida (cobranga a prazo) ou pagamento imediato (cobranga a vista); QL he Mesammbigue ww) Remessas de Emigrantes Mogambieanos: todas as operagdes de recebimento de fundos do exterior no Pais, ordenadas por emigrantes mogambicanos; xx) Resseguro: contrato pelo qual uma seguradora ou resseguradora faz segurar, por sua vez, parte dos riscos que assume: yy) Servigos: prestagio de uma actividade econémica por um néo residente a um residente ou vice- versa, incluindo a utilizago de um bem em andlogas circunstincias sem que haja transferéneia da propriedade do bem material; zz) Spread: diferencial entre a taxa de compra e a de venda de notas e moedas estrangeiras; aaa) Subcontratado Principal: qualquer entidade contratada, através de contrato principal, por uma Coneessionéria ou entidade de Objecto Especifico, para o forecimento de servigos de engenharia, fornecimento de bens ¢ servigos de construgiio; bbb) Termo de Compromisso: documento emitido pelo banco intermedidrio de uma operagio de importagdo ou de exportagaio para ser presente & autoridade aduancira, no qual o banco certifica que o importador ou exportador é seu cliente e que esté a intermediar a operacdo de exportagio em causa, bem ainda onde o imporiador ou exportador assume o compromisso irrevogével de remeter os documentos relevantes ou as receitas de exportagiio para o mesmo banco, nos prazos definidos para 0 efeito: coe) Transacgdes Correntes: quaisquer pagamentos ou recebimentos em moeda estrangeira, que nao sejam para efeitos de transferéncia de capitais, nomeadamente, pagamentos ou recebimentos em conexto com o coméreio externo, transferéncias unilaterais sem contraprestagio ou outras nao sujeitas a prévia autorizagio do Banco de Mogambique nos termos da Lei e do presente Aviso; ddd) Transporte por Condutas: transportes efectuados através de oleodutos, gasodutos ou corrente de transmissdo de energia eléctrica, __SECCAO TI PRINCIPIOS EF DEVERES GERAIS Subseceao I Principios gerais Axtigo 4 (Liberalizagio das transaegées correntes) As transacgdes correntes sio livres de autorizagio do Banco de Mogambique, sem prejuizo da obrigatoriedade de registo, nos termos do disposto no artigo 6 do presente Aviso. © Banco de Mogambique estabelece, para efeitos operacionais, a tabela classificativa das operagdes cambiais, que contém a classificagdo detalhada das transacgdes correntes e indica os respectivos cédigos computarizados e definigdes das categorias e subcategorias classificativas. Artigo § (Autorizagao prévia) . As operagdes de capitais, como tal qualificadas nos termos do n. 5 do artigo 6 da Lei Cambial, estio sujeitas a prévia autorizagao do Banco de Mogambique. Carecem igualmente de prévia autorizagao do Banco de Mogambique as operagdes cambiais que, nao sendo qualificadas como operagées de capitais, constam do n.° 3 do artigo 6 da Lei Cambial. Artigo 6 (Registo Cambial) Todas as operagdes cambiais estio sujeitas a registo. Salvo disposigdo expressa em contrério, compete as instituigdes de erédito sociedades financeiras registar as operagdes. O registo cambial é efectuado por via electrénica em tempo real e compreende cumulativamente: a) A recolha de toda a informagiio sobre 2 operagiio cambial, nomeadamente identificagao dos sujeitos, a natureza da operago, o montante, a finalidade e a legitimidade; b) 0 processamento da informagaio; ©) O arquivamento de cépias dos documentos de suporte; & 4) A emissio do respectivo boletim de registo cambial Artigo 7 (Declaracio de Actives Cambiais) Todas as entidades residentes sto obrigadas a declarar, junto do Banco de Mogambique, os seus valores ¢ direitos gerados, adquiridos, ou detidos no estrangeito. . A declaragio a que se refere o nlimero anterior é prestada através de formulério instituido pelo Banco de Mogambique, por uma das seguintes vias: a) Formato electrénico, através do enderego a fornecer pelo Banco de Mogambiqu b) Entrega fisica junto das agéncias dos bancos ou junto do Banco de Mogambique; ©) Correio postal, com aviso de recepgao, dirigido ao Banco de Mogambique; PEE Cvesrizes d) Outras vias a indicar pelo Banco de Mogambique, nos casos em que as altemnativas referidas nas alineas anteriores nao sejam praticéveis. A informagao prestada deve ser objecto de actualizagao anual ou no prazo de noventa dias a contar da data da ocorréncia de qualquer alteragdo significativa, Artigo 8 (Repatriamento de Receitas) Todas as entidades residentes so obrigadas a repatriar as receitas de exportagiio de bens e servigos ¢ 0s rendimentos de investimento no estrangeiro. repatriamento a que se refere o ntimero anterior deve ser efectuado no prazo de noventa dias contados a partir: a) Do embarque, no caso de exportagio de bens; b) Do recebimento do prego ou dos honoririos pelos residentes decorrentes de servigos por si prestados nos termos contratuais; ou ©) Do recebimento de rendimentos, no caso de investimento no estrangeiro. repatriamento de receitas de exportagiio de bens e servigos ¢ de rendimentos de investimento no estrangeiro é efectuado por transferéncia bancéria para uma conta especifica de receitas, e os fundos podem ser mantidos na totalidade em moeda estrangeira nas referidas contas, tituladas pelos exportadores ou investidores. Os exportadores e os investidores titulares das referidas contas sio obrigados a usar primeiramente {ais fundos quando pretendam liquidar qualquer operago com o exterior. Da conta especifica de receitas referida no n° 3 s6 podem ser feitas transferéneias para contas da mesma natureza. As receitas ¢ os rendimentos referidos no n.° 3 so convertidos em moeda nacional A medida que so efectuados pagamentos a entidades residentes. © Banco de Mogambique pode, caso a caso, dispensar residentes do cumprimento da obrigagio prevista no n° I, autorizando a reteng&o no exterior de parte das receitas nele referidas, nas seguintes situagdes: a) Amortizagao de dividas e cumprimento de outras obrigagdes no exterior, incluindo as fiscais, ‘mediante prova dos valores a pagar; b) Pagamentos de cardcter urgente as empresas de transporte internacional ¢ actividades afins, nomeadamente agenciamento, aié ao limite a ser estabelecido periodicamente pelo Banco de Mocambique; QU4 Lone de Merambigu ©) Pagamentos relacionados com a manutengao de contas cumprimento de obrigagdes imediatas no exterior pelas entidades prestadoras de servigos de hotelaria ¢ turismo; d) Outros casos devidamente fundamentados. Subseegio IL Deveres gerai Artigo 9 (Dever de verificagio) 1. As entidades autorizadas a realizar operagdes cambiais devem, previamente a sua efectivagio, verificar a identidade e a legitimidade dos sujeitos, a legalidade, a natureza, ¢ a fundamentagio econémica da operagio, solicitando para o efeito os necessdrios suportes documentais. 2. Sem prejuizo do disposto no mimero anterior, as entidades autorizadas a realizar operagdes cambiais esto sujeitas aos deveres de identificagto e diligéncia previstos na legislagao sobre prevent combate ao branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo. 3. As entidades referidas nos niimeros anteriores devem abster-se de realizar a operagiio sempre que as informagdes necessérias nao sejam prestadas ou falte a apresentagdio dos documentos justificativos da operagao solicitada pelo cliente. 4, Para efeitos do disposto no n.° 1, as entidades af referidas devem organizar de forma criteriosa os documentos apresentados ¢ estabelecer a numeragdo sequencial da operagao, bem como a indicago da data a que esta respeita. A informagio a que se refe 6 niimero anterior deve estar permanentemente actualizada ¢ disponivel. Artigo 10 (Dever de informagao e conservacio de documentos) 1. As entidades autorizadas a realizar operagdes cambiais devem efectuar o registo das operagé ‘cambiais e enviar ao Banco de Mogambique as informagdes sobre as mesmas, 2. Devem as mesmas entidades conservar os elementos necessarios 4 verificago da natureza ¢ realidade das suas operagSes nos termos estabelecidos na lei comercial, lei fiscal e demais legislagdo aplicivel Artigo 11 (Dever de utilizagao exclusiva do sistema banedi io) operagées cambiais que envolvam pagamentos ou recebimentos sobre o exterior devem ser realizadas exclusivamente através de bancos autorizados a operar no pais. CaPiTULO II COMERCIO DE CAMBIOS SECCAO I REQUISITOS E PROCEDIMENTOS DE LICENCIAMENTO E REGISTO Subseccio 1 Realizagiio do coméreio de edmbios por bancos e casas de cambio Artigo 12 (Termos e condigdes para o exereicio do comércio de cambios por bancos ¢ casas de cimbio) Sem prejuizo do disposto em legislagdo especifica sobre a constituigdo ¢ 0 funcionamento das instituigdes de crédito © sociedades financeiras, 0 exercicio do comércio de edmbios por bancos € casas de cambio deve observar os termos ¢ condigdes definidos no presente Aviso O exercicio do comércio de cémbios pelas casas de cémbio circunscreve-se & compra e venda de moeda estrangeira a pessoas singulares. ‘A venda de moeda estrangeira referida no nimero anterior destina-se exclusivamente a viagens ao exterior e no deve ultrapassar o montante de USD 5000,00 (cinco mil délares dos Estados Unidos da América) ou seu equivalente, por viajante. As operagdes cambiais que néio estejam compreendidas no ntimero anterior s6 podem ser realizadas por bancos. Subseegiio Il Realizagio do comércio de efmbios por outras entidades Artigo 13 (Entidades abrangidas e condigdes para o exercicio do comércio parcial de efimbios) Podem exercer 0 comércio parcial de cambios, mediante autorizago prévia do Banco de Mogambique: a) As agéncias de viagem ou similares; b) As entidades prestadoras de servigos de hotelaria e turismo ou similares; ©) As entidades ou casos que gozam de tratamento especial, conforme estabelecido no artigo 28 da Lei Cambial; d) Outras entidades ou instituigdes que vierem a ser definidas por lei. 04). 2. As entidades autorizadas nos termos do nimero anterior sé podem exercer comércio parcial de cambios quando relacionado com os servigos que prestam e nos termos fixados na respectiva autorizagao, 3. Os valores recebidos pelas entidades autorizadas devem ser depositados num banco no prazo de quarenta ¢ oito horas. Artigo 14 (Licenciamento do comércio parcial de cambios) Para efeitos de licenciamento das entidades referidas no n° 1 do artigo anterior, os interessados devem instruir junto do Banco de Mogambique os pedidos de concesstio de licenga, acompanhados de c6pia ‘ada do alvara da actividade comercial principal que exercem ou documento equivalente. Artigo 15 (Registo ¢ informagao de operacées realizadas) As entidades que exercem 0 comércio parcial de cambios devem efectuar 0 registo das operagées, cambiais que realizam ¢ remeter ao. Banco de Mogambique as informagées de forma agregada, observando os modelos instituidos para 0 efeito. CAPITULO UI TRANSACCOES CORRENTES SECCAO DISPOSICOES GERAIS Artigo 16 (Documentos procedimentos) 1. Para efeitos de verificagio da legalidade e do registo das transacgSes correntes, os intervenientes devem apresentar 0s documentos comprovativos da sua identificago, legitimidade © da caracterizagao da operacao realizada, nos termos impostos pelo presente Aviso. el Hccambiguee A liquidagio de transacgées correntes esti condicionada & apresentagao pelos intervenientes de documentos comprovativos de que foram efectivamente prestados os correspondentes servigos ou fornecidos os bens. Quando se esté perante uma obrigagio de pagamento antecipado, deve-se apresentar os documentos comprovativos da prestago dos referidos servigos ou fornecimento de bens, no prazo de noventa dias, contados da data da efectivagao do pagamento, excepto nos casos previstos no n.° 2 do artigo 28. Artigo 17 (Procedimentos de Controlo) As entidades autorizadas a realizar operagdes cambiais devem, no momento da realizagdo da operagio, verificar a existéncia de todos os elementos de informagao ou de prova necessérios para a identificagao dos sujeitos intervenientes, a completa caracterizagao juridico-econémica da operagdo € a determinago do valor da operagao e a forma de cumprimento da obrigagé Sem prejuizo do cumprimento do dever de verificagio estabelecido nos termos da legislagao cambial e da legislagdo sobre prevengio © combate ao branqueamento de capitais, no momento da realizagao das transacgdes correntes deve tomar-se em consideragiio os factores de suspeita de ocorréncia de actos de branqueamento de capitais, nomeadamente a confirmagdo da legitimidade da posse dos fundos apresentados e dos beneficisrios finais das transacgées. SECCAO IL PAGAMENTOS DE RESIDENTES ‘Subsecedo I Pagamentos para a importagio de bens Artigo 18 Quaisquer pagamentos ao exterior relativos A importagdo de bens devem ser efectuados através dos bancos. A realizagio de qualquer pagamento ao exterior para efeitos de importagdo de bens depende da apresentagao pelo importadot dos documentos comprovativos de: a) Entrada da mercadoria em territ6rio aduaneiro nacional; ou b) Embarque de mercadoria para o territério aduaneiro nacional, nos casos em que a modalidade de pagamento é 0 Crédito Documentaio. Ui Excepcionalmente, podem ser efectuados pagamentos ao exterior relacionados com a importagio de bens sem a apresentacdio dos documentos de entrada ou embarque de mercadorias nos seguintes casos: 1) Pagamentos adiantados no ambito do Crédito Documentdrio, em que 0 infcio da importago esteja condicionado ao adiantamento de uma percentagem do prego; b) Pagamentos directos antecipados, quando estejam reunidas, no minimo, as seguintes condig6es: (i) Compromisso escrito do importador de proceder a entrega dos documentos comprovativos da entrada de mercadoria em territ6rio aduaneiro nacional; (ii) Contrato vatido entre o fornecedor e o beneficiério de bens ou servigos; (iii) Factura pré-forma; (iv) importador nfo ter nenhuma situagao de incumprimento de prazos por regularizar. Os bancos so responsdveis por assegurar 0 cumprimento do prazo de entrega postecipada de comprovativos. Os bancos devem remeter informagao relevante sobre o grau de cumprimento de prazos de remessa de documentagdo de suporte dos pagamentos antecipados ao Banco de Mogambique, o qual a centraliza e partilha com os bancos. Artigo 19 (Pagamentos proibidos) E proibida a realizagio de pagamentos que se destinem a liquidar importagdes que tenham resultado de desembolsos sob a forma de bens, de linhas de crédito de fomento & exportagao, cujo reembolso deva ocorrer no dmbito da amortizagao das mesmas. E igualmente proibida a liquidagtio de mercadorias provenientes de doagdes, ajudas de emergéncias ‘ou outras, cuja documentago expressamente dispense de liquidagao cambial. Artigo 20 (Documentos obrigatérios) Independentemente da modalidade adoptada, para qualquer importagdo de mercadoria, os bancos devem exigir os seguintes documentos: a) Factura comercial, em conformidade com as prescrigdes da Camara de Comércio Internacional; b) Documentos de transporte, de conformidade com as prescrigdes da Camara do Comércio Internacional; ©) Documento Unico emitido pela entidade aduaneira competente. D Govern Relativamente ao transporte, devem ser exigidos os seguintes documentos: a) Conhecimento de embarque, se o transporte for maritimo: b) Carta de Porte Aéreo, se 0 transporte for aéreo; ©) Nota de expedigo, ou outro documento equiparado, se 0 transporte for ferroviario; 4) Nota de consignagao e manifesto de carga, se o transporte for rodovisrio. Artigo 21 (Elementos relevantes da faetura comercial) Para efeitos do disposto na alinea a) do n.° 1 do artigo anterior, stio elementos relevantes da factura comercial, quando aplicavel, os seguintes: a) Fornecedor/exportador: nome, enderego completo, pais, telefone © enderego electronic, havendo-o; b) Consignatirio/importador: nome, enderego completo, pais, telefone e enderego elect havendo-o, Numero Unico de Identificagao Tributéria (NUIT) e numero de importador, se aplicavel; ©) Data de emiss4o da factura comercial respectivo néimero; d) Descrig&o exacta das mercadorias, ©) Quantidades, marcas, modelos, niimeros de série, unidades, peso bruto ¢ liquido, volume ou metragem e outras especificagdes de acordo com o tipo de bens ou mercadorias; 1) Pregos unitérios, valor da transacgZo e moeda em que so expressos os valores; & g) Termos de entrega e pagamento. Artigo 22 (Elementos relevantes do documento de transporte) Sao elementos relevantes do documento de transporte os seguintes: a) O nome do transportador ou agente autorizado; b) Assinatura e carimbo de recepgio ou outras indicagdes similares de terem sido recebid: mercadorias para embarque; ©) Indicago do local de embarque e desembarque das mercadorias; d) Numero de originais emitidos, no caso de se tratar de conhecimentos de embarque; ©) Certificagio da existéncia ou no de concordancia entre a quantidade e a descrigéio da mercadoria constante na factura; 1) A identificagdo do meio de transporte; 2) Outros requisitos exigidos na modalidade de pagamento adoptada. — Bines oe Mepaentique:— Gpowernado Artigo 23 (Documentos para utilizagio bancéria) 1. Para efeitos do disposto na alinea c) do n° 1 do artigo 20, os documentos a submeter ao banco para efeitos de pagamento de importagdes devem ser acompanhados pelo respectivo Documento Unico (DU) ou Termo de Compromisso. 2. Nos casos de pagamento parcial de facturas, 0 banco deve registar 0 montante ja pago © 0 remanescente no DU ou Termo de Compromisso, devendo os restantes pagamentos ser efectuados no mesmo banco. 3. Exceptuam-se do disposto no niimero anterior as situagdes em que as modalidades de pagamento utilizadas sejam o Crédito Documentério ou a Remessa Documentaria. Artigo 24 (Procedimentos de Controlo) 1. Os documentos a que se refere a presente subsecgao devem ser rigorosamente conferidos pelos bancos, tendo em conta a modalidade de pagamento usada. 2. Apés a conferéncia ¢ liquidagao, os documentos so endossados e entregues ao importador. 3, Para cada operagao de importagéio, o banco deve constituir um processo individual no qual se incluara obrigatoriamente os seguintes documentos: a) Via original do DU para uso bancétio, se aplicdvel; b) Carta de erédito documentdrio e respectivas alteragdes dos termos, se aplicével; ©) Factura comercial; 4) Documento de transporte; e) Carta de remessa, se aplicavel; 1) Bordereau de liquidagao e/ou de pagamento; 2) Outra correspondéncia relacionada com a operagao. 4, Os bancos devem registar e organizar as operagdes cambiais que realizam de uma forma criteriosa, devendo para cada modalidade de pagamento haver uma numeracao sequencial e a indicago do ano a que respeitam, 5. A informagio a que se refere o nimero anterior deve estar sempre actualizada e disponivel. AL ZL Artigo 25 (Modalidades de pagamento) 1, Na liquidagao de transacgées relativas a importago de bens, sfio admitidas as seguintes modalidades de pagamento em ordem de preferéncia: a) Crédito Documentério; b) Remessa Documentéria; ¢) Pagamento directo, antecipado ou postecipado. 2. As caracteristicas ¢ o aleance de cada uma das modalidades acima indicadas so definidos nos termos do artigo 3 Artigo 26 (Crédito documentirio) 1. Quando se use a modalidade de crédito documentério, a iniciativa de abertura do crédito pertence a0 importador, devendo incluir obrigatoriamente as seguintes informagées: a) Nome completo do beneficiério e respectivo enderego; b) Montante e moeda do crédito; ©) Tipo de crédito; 4) Condigies de reembolso; e) Breve descrigdo da mercadoria, incluindo quantidades ¢ prego unitério, conforme indicado na factura pré-forma; 1) Descrig&o sumédria dos documentos requeridos; g) Local de embarque e destino das mercadorias; h) Embarques parciais permitidos ou nao; i) Transbordos permitidos ou nao; j) Validade para embarque (se aplicével); k) Validade do crédito; 1) Forma de notificagao ao beneficiério. 2. Na utilizagdo da modalidade a que se refere o presente artigo deve-se ter em conta os costumes banearios ¢ as melhores priticas, nomeadamente as regras € usos uniformes emitidos pela Camara de Comércio Internacional. — Banoo he Mr Artigo 27 (Remessa documentai ia) © disposto no artigo anterior aplica-se, com as necessirias adaptagbes, aos casos de pagamentos antecipados de importagdo na modalidade de Remessa Documentiria. Artigo 28 (Pagamento directo antecipado) 1. E permitida a antecipagao de pagamento directo, total ou parcial, desde que observado o disposto na alinea b) do n.°3 e no n.° 4, ambos do artigo 18. 2. Nos casos de importagio de bens cuja produgo nao esteja ainda concluida na data do pagamento antecipado, 0 prazo de noventa dias para o cumprimento da obrigagdo de entrega de documentos comprovatives da entrada de bens em territério aduaneiro nacional conta a partir da data contratualmente prevista para a conclusio da produgio dos referidos bens. 3. Para todos os pagamentos antecipados de valor superior ao equivalente a USD 250.000,00 (duzentos € cinquenta mil délares dos Estados Unidos da América) deve ser exigida uma garantia de boa execugdo de igual valor, a ser prestada por um banco estrangeiro reconhecido pelo banco do importador. 4, O disposto no néimero anterior & igualmente aplicavel aos pagamentos antecipados parciais de valor individual inferior ao equivalente a USD 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil délares dos Estados Unidos da América), mas que sejam relativos 4 mesma factura pré-forma, ou a um mesmo proceso de importagdo, cujo valor acumulado seja superior aquele limite, 5. Em qualquer dos casos acima referidos, salvo havendo raz6es ponderosas, 0 no cumprimento do prazo de entrega dos documentos comprovativos de entrada de bens no territério aduaneiro nacional no prazo Fegulamentar, enquanto tal facto prevalecer, determina a recusa por parte dos bancos da realizagio no futuro de operagdes da mesma natureza. Artigo 29 (Importagdes consignadas) 1. Quando se trate de importagao consignada, 0 pagamento ao consignante esti dependente da apresentagao pelo importador consignatério, ao banco, no termo do prazo de venda dos bens acordado com 0 consignante, de: a) Documentos obrigatérios a que se refere 0 n.° | do artigo 20; b) Factura comercial relativa as vendas efectuadas, com a especificagdo das quantidades ¢ demais medidas ou, se for caso disso, declaragao ou comprovativo da sua perda ou deterioragdio; bhaneo de Mocambigue — 7 Governed . Caso a venda nao tenha sido realizada e haja lugar a devolugdo da mercadoria, o importador consignatério deve apresentar comprovativos do embarque dos bens remanescentes a devolver ao consignante Subseceao I ‘Termo de Compromisso Artigo 30 (Operacionalizagao da importagao de bens) Sempre que seja iniciada uma operag&o de importagdo de bens, deve ser emitido o respectivo Termo de Compromisso para intermediagao bancéiia. Quando a modalidade usada seja o pagamento directo antecipado, o banco que efectua o pagamento deve monitorar o cumprimento do prazo de entrada dos bens no territério nacional ¢ exigir do importador a entrega das cépias dos documentos obrigatérios de importagao previstos no artigo 20, no prazo de noventa dias. ‘A emissiio do termo de compromisso deve ser sempre precedida do cumprimento do dever de verificagdo a que estio sujeitas as entidades autorizadas a exercer 0 comércio de cambios, nos termos previstos na legislagdo cambial vigente. Artigo 31 (Processamento do Termo de Compromisso) a através da Janela Unica Electronica . © Termo de Compromisso & processado por via electré (UE) processamento do termo é efectuado pelo importador quando pretenda iniciar uma importago ¢ cabe ao banco intermediario proceder & sua validagao na JUE. © importador deve, no processamento do Termo de Compromisso, indicar em campo apropriado, para cada consignagiio, o Niimero Unico de Consignagao previamente obtido para o efeito junto da SUE. A validago do Termo de Compromisso efectuada por um determinado banco intermediério toma~ 0 co-responsavel pela transacgio. banco intermediirio procede a validago do Termo de Compromisso no prazo de setenta e duas horas, contadas a partir do momento da recepgéo do pedido. ey Artigo 32 (ever de informagao) Para efeitos do disposto no artigo 10, os bancos devem manter actualizada a informagio sobre cada ‘Termo de Compromisso emitido, com vista ao apuramento do estado de cumprimento das obrigag respectivas. SubseccHo IM Pagamentos para a importacao de servigos Artigo 33 (Ambito) 1. A presente subsecgdo estabelece as normas a observar nas operagées cambiais de pagamento de servigos prestados por entidades nao residentes a favor de residentes, 2. Os servigos a que se refere 0 mimero anterior abrangem, nomeadamente: a) Fretamento de navios e aeronaves; b) Fretamento de transporte ferrovidrio ¢ rodovidrio; ©) Transporte por conduta, através de oleodutos € gasodutos; 4) Transporte por conduta de transmissio de electricidade; ©) Agenciamento de navios; 1) Servigos portuérios ¢ aeroportuérios; 2) Servigos ferrovidrios © rodovidrios; hh) Outros que nao se enquadrarem em nenhuma das categorias acima indicadas. 3. Nos casos de pagamentos directos antecipados na importagio de servigos aplica-se, com as necessirias adaptagdes, 0 disposto no presente Aviso relativamente’ @ pagamentos directos na importagao de bens. Artigo 34 (Documentos e procedimentos) Para efeitos de registo cambial, os bancos que intervenham na liquidagio de operagdes cambiais de pagamento sobre o exterior do prego devido a servigos prestados por ndo residentes devem obter dos seus clientes informagées necessérias para a correcta classificagdo das operagdes, nomeadamente a descrigo da natureza da operago realizada e solicitar dos mesmos a apresentac&o dos seguintes elementos: a) Documento comprovativo de identificagao das partes; b) Factura comercial ou nota de débito; ¢) Documento de transporte admissivel nos termos das normas internacionais do comércio, quando se trate de servigo de transporte ou a ele relacionados Rl Bianco de Maocambigue d) Contrato de prestagdo de servigo ou outro documento equivalente, contendo os termos & condigdes da prestagao do servigo, se as caracteristicas ou natureza do servigo em causa 0 Jjustificar; ¢) Documento comprovativo do cumprimento de obrigagdes fiscais. Artigo 35 (Pagamentos de prémio de seguro no exterior) As operagdes cambiais realizadas com vista a0 pagamento de seguros contratados no exterior pelo préprio segurado ou tomador de seguro carecem da apresentagao de prova pelos interessados de ter sido obtida a necesséria anuéncia da entidade nacional competente, para a colocagio do seguro no exterior, nos termos da legislagao aplicével, Artigo 36 (Pagamentos de servigos em geral) 1. © pagamento por entidade residente de servigos prestados por entidade nfio residente é efectuado mediante apresentago aos bancos dos seguintes elementos: 2. a) Identificagao das partes; b) Contrato de prestagio de servigos, na forma legalmente exigivel; ©) Factura comercial ou nota de débito; 4) Comprovativo da prestagio dos servigos, salvo tratando-se de pagamentos adiantados ou pagamentos directos antecipados; ©) Comprovativo do cumprimento das obrigagdes fiscais relativas & transacgao. 3. O banco deve efectuar o registo cambial e atribuir uma sequéncia numérica que serve de referéneia tinica nas operagdes de pagamento subsequentes relacionadas com o mesmo. Artigo 37 Transferéncia de salarios de nao residentes) A transferéncia de saldrios de entidades nao residentes é efectuada mediante apresentayo aos bancos dos a) Documentos de identificagio do trabalhador da entidade empregadora; b) Contrato de trabalho, devidamente aprovado pelo Ministério do Trabalho, nos casos em que Iegalmente necessario, ou comprovativo de dispensa da aprovagao do contrato pelo Ministério do Trabalho, nos casos em que a legislagao laboral o permita; ©) Carta da entidade empregadora discriminando os valores a que o trabalhador tem direitos 4) Comprovativo do cumprimento de obrigagdes fiscais relativas a transacgao. Outros pagamentos de importagio Artigo 38, (Pagamentos devidos pela utilizagio dos direitos de uso de propriedade industrial e intelectual) 1. © pagamento devido pelo direito de utilizagao de patentes, direitos de autor, franquias, marcas comerciais e outros direitos de propriedade industrial ¢ intelectual ¢ efectuado mediante apresentagdo aos bancos dos seguintes elementos: a) Identificagao das partes; b) Contrato de cedéncia da utilizagio dos direitos, na forma legalmente exigivel; ©) Comprovativo da autorizagao legalmente exigivel nos termos da legislagfo sobre di propriedade industrial e intelectual; 4) Comprovativo do cumprimento das obrigagdes fiscais relativas & transacgio. 2. O banco deve efectuar o registo cambial e atribuir uma numeragio que serve de referéncia tinica nas operagées de pagamentos subsequentes relacionados com o mesmo pagamento. Artigo 39 (Pagamentos por importagdo para fins filatél € numismaticos) 1. A realizagio de pagamentos por importagdo de selos para fins filatélicos aplicam-se, com as necessétias adaptagSes, as normas gerais sobre importagdio de bens previstas no presente Aviso. 2. O disposto no niimero anterior aplica-se igualmente aos casos de importagao de notas ¢ moedas para fins numisméticos. Artigo 40 (Pagamentos para subscrigao de publicacées) © pagamento por entidade residente do prego relativo A subserigilo de publicagdes no estrangeiro € efectuado mediante apresentagdo aos bancos dos seguintes elementos: a) Identificagio das partes; b) Factura comercial ou nota de débito. A- te Morambugue Subseceaio V Outros pagamentos Artigo 41 (Pagamento de custas em tribunais no estrangeiro) © pagamento por entidade residente de custas em tribunais no estrangeiro é efectuado mediante apresentagdo aos bancos dos seguintes elementos: a) Identificagao dos intervenientes; b) Comprovativos emitidos pelo tribunal da causa. Artigo 42 (Pagamento de multas, imposigdes fiscais ¢ indemnizagées) © pagamento por entidade residente de multas, imposigdes fiscais ¢ indemnizagdes é efectuado mediante apresentagiio aos bancos dos seguintes elementos: a) [dentificagao dos intervenientes; b) Comprovativo da obrigagao de pagamento emitido pela entidade competente. SECCAO IL RECEBIMENTOS DE RESIDENTES Subsecgio I Reeeitas de exportagio de bens Artigo 43 (Modalidades de pagamento) Para feitos do disposto no n.° 2 do artigo 9 da Lei Cambial, a realizagao de qualquer operagio de exportagdio de bens deve ser efectuada através de bancos, obedecendo as seguintes modalidades: a) Crédito Documentério; b) Remessa Documentiria; ©) Pagamento directo, antecipado ou postecipado. pl Banco de Me Artigo 44 (Documentos obrigatérios) 1. Para qualquer exportagao de bens sio exigidos os seguintes documentos: a) Via, original, do DU destinada ao uso bancério; b) Factura comercial; ©) Documento de transporte, excepto no caso de pagamento antecipado; 4) Cépia do Termo de Compromisso de intermediagao bancéria para a exportagiio de bens. 2. O disposto no nimero anterior nao se aplica aos casos de exportagiio em que a modalidade de pagamento seja a Remessa Documentitia ou o pagamento antecipado Artigo 45 (Constituigao do processo ¢ arquivo) Para cada operagiio de exportagio devem os bancos constituir um processo individual no qual se ineluam obrigatoriamente os seguintes documentos: a) Via do DU e Termo de Compromisso; b) Carta de crédito documentirio e respectivas alteragdes dos termos, se aplicavel; ©) Carta de remessa ao banco do importador, se aplicavel; 4) Factura comercial; e) Documento de transporte; f) Bordereau de liquidagao; £) Outra correspondéncia relacionada com a operagao; h) Confirmativo de pagamento; Certificado de inspecgo pré-embarque, quando aplicavel. Artigo 46 (Crédito documenta 1. Compete aos bancos assistir adequadamente os exportadores na observancia rigorosa dos termos condigées do Crédito Documentério para a liquidago imediata da exportagdo. 2. Antes de notificar 0 Crédito Documentario ao beneficidrio exportador, os bancos devem assegurar que os termos e condigées de crédito estlio de acordo com a legislagao cambial do pais e que estes sdo susceptiveis de serem cumpridos dentro do prazo estabelecido. Seance de Moca pucrnealer Na eventualidade de existir alguma cléusula que ndo possa ser cumprida, 0 banco deve recomendar a0 seu cliente que solicite ao importador alteragdes, devendo as mesmas ser comunicadas pelo banco do importador ao banco do exportador antes do embarque das mercadorias. Quando as condigdes se mostrarem cumpridas pelo beneficiério exportador, o banco reclama o reembolso nos termos previstos no Crédito Documentaiio. Se as condigdes néo tiverem sido cumpridas, 0 banco tem uma das alternativas seguintes: a). Solicitar ao exportador que proceda as alteragdes nos documentos de acordo com as exigéneias do Crédito Documentirio; b) Solicitar ao banco emitente ou confirmador a autorizagdo para pagar ou negociar com as discrepancias enumeradas: ©) Enviar os documentos ao banco emitente ou confirmador para sua decisao sobre © pagamento. Artigo 47 (Remessa documentaria) Quando a modalidade usada para pagamento da exportagio é a Remessa Documen documentos devem ser examinados pelo banco tendo em conta as boas priticas bancérias relativas &s ‘operagées do comércio internacional, nomeadamente as regras © costumes uniformes emitidos pela Camara do Comércio Internacional. Se os documentos estiverem em ordem, sto remetidos para o banco indicado pelo exportador (banco apresentador) a coberto de uma carta de remessa onde so incluidas também as condigdes de reembolso. Os bancos devem provar a entrada da receita de exportago no pais no prazo de noventa dias apés o embarque da mereadoria. Artigo 48 (Procedimentos de controlo) ‘Os bancos devem manter um registo para cada tipo de operagdo onde constem os seguintes dados: a) Namero sequencial da operagaio ineluindo a indicagao do ano da sua realizagtio; b) Nome do ordenador; ©) Montante da operagao; d) Nome do beneficisrio; €) Banco negociador, se aplicavel; f) Banco confirmador, se aplicivel; 8) Situagdo do crédito (cancelado, liquidado ou prorrogado), se aplicavel;, el Banco de Mogambigue Governor h) Referéncia ¢ data da via do DU; i) Referéncia ¢ data do Termo de Compromisso. O registo ¢ a organizagao das operagdes cambiais no Ambito das exportagdes devem ser realizados de uma forma criteriosa, obedecendo a uma numeragio sequencial, pot modalidade e com indicagio do ano a que respeitam. As informagées resultantes dos registos a que se refere 0 presente artigo devem ser actualizadas disponibilizadas ao Banco de Mogambique, sempre que este solicitar. Subsec¢io II ‘Termo de Compromisso Artigo 49 (Operacionalizacio da exportagio de bens) Sem prejuizo dos procedimentos fixados no presente Aviso para as operagdes de exportagtio de bens, sempre que seja iniciada uma operagdo de exportagdo deve ser emitido um Termo de Compromisso para intermediagdo bancéria de exportago de bens, em que 0 banco certifica que o exportador é seu cliente e que esta a intermediar a operagdo de exportagao em causa, bem assim que 0 exportador assume 0 compromisso irrevogavel de remeter as receitas de exportagdo para o mesmo banco, nos prazos definidos para o ef A emissfio do Termo de Compromisso deve sempre ser precedida do cumprimento do dever de o a que estio sujeitas as entidades autorizadas a realizar operagdes cam! Quando se trate de exportagio de bens em que a modalidade usada seja 0 pagamento directo antecipado, o banco receptor da receita deve emitir 0 competente termo de compromisso logo que se certifique de que se trata de receita de exportagio de bens. |. O banco intermediério da operag’o deve, logo apés o desembarago aduaneiro dos bens, exigir do exportador a entrega das cépias dos documentos obrigatorios de exportago previstos no artigo 44, bem assim monitorar 0 cumprimento do prazo de remessa da receita. (© nao cumprimento do prazo de repatriamento da receita de exportagio de bens determina a recusa por parte dos bancos da realizagao de subsequentes operagées, enquanto tal facto prevalecer. Artigo 50 (Processamento do Termo de Compromisso) Aplicam-se 20 Termo de Compromisso de exportagao, com as necessérias adaptagées, as regras fixadas no artigo 31 P t Mesambigue Subsecedo TIT Receitas de exportacio de servigos Artigo 51 (Ambito) A presente subsecedo estabelece as normas a observar nas operagées de recebimento de receitas de exportagdo de servigos prestados por entidades residentes a favor de nao residentes. Os servigos a que se refere o niimero anterior abrangem, nomeadamente: a) Fretamento de navios ¢ aeronaves; b) Fretamento de transporte ferroviario ¢ rodovisrio; ¢) Transporte por conduta, através de oleodutos e gasodutos; d) Transporte por conduta, através transmissio de electricidade; ©) Agenciamento de navios: f) Servigos portudtios e acroportudrios; 8) Servigos ferrovidrios ¢ rodovidtios; h) Servigos de hoteleira ¢ turismo; i) Assisténcia técnica; {j) Outros que nfo se enquadrem em nenhuma das categori ‘a indicadas. Artigo 52 (Documentos € procedimentos) Para efeitos de registo cambial, os bancos que intervenham na liquidagdio de operagdes de recebimento de receitas de exportagéo de servigos devem obter dos seus clientes exportadores as informagées necessérias para a correcta classificagio das operagées, nomeadamente a descri¢ao da natureza da operagao realizada. Para além da informagio descritiva da operagao, os bancos a que se refere o niimero anterior devem solicitar aos seus clientes a apresentagaio dos seguintes elementos: a) Identificagao das partes; b) Copia da factura comercial emitida pelo exportador; ©) Contrato de prestagiio de servigos ou outro documento equivalente, contendo os termos € condigdes da prestagéio do servigo. Artigo 53 (Receitas de hotelaria ¢ turismo) Todos os recebimentos resultantes da prestagdo de servigos de hotelaria ¢ turismo por residentes, ainda que por intermédio de seus representantes no exterior, devem ocorrer através de contas domiciliadas em bancos a operar na Repiblica de Mogambique. Subsecgao IV Outras receitas de exportagio Artigo 54 (Receitas de aluguer ou utilizagao de direitos de propriedade industrial e intelectual) Para efeitos de registo cambial, bem assim de repatriamento de receitas, nos casos em que 0s respectivos pagamentos tenham ocorrido no estrangeiro, as entidades residentes que déem de aluguer ou utilizago por nao residente de patentes, dircitos de autor, franquias, marcas comerciais ¢ outros direitos de propriedade industrial e intelectual de que sejam titulares no pais, devem apresentar aos respectivos bancos os seguintes elementos: a) Identificagdo das partes; b) Factura comercial; ©) Contrato contendo os termos e condigdes em que o aluguer ou utilizagao ¢ efectuado. Artigo 55 (Exportagao para fins filatélicos) ‘A liquidagio da operagtio de exportagio de selos para fins filatélicos obedece, com as necessérias adaptagées, as normas gerais sobre exportagdo de bens previstas no presente Aviso. Artigo 56 (Exportagdo de notas e moedas de Metical para fins numismaticos ou de exposi¢io) 1. A exportagio de notas € moedas do Metical para fins numisméticos e de exposigéo piblica, feita por entidade residente ou nfo residente, esta sujeita a prévia autorizagao do Banco de Mogambique ¢ ‘obedece aos requisitos ¢ procedimentos para exportagio de bens nos termos previstos no presente Aviso. me 2. Para efeitos de autorizagdo, 0 exportador deve submeter 0 respectivo pedido, mediante o preenchimento de formulario de modelo prdprio, instituido pelo Banco de Mogambique, devidamente instrufdo com os seguintes elementos: a) Identificagdo dos intervenientes; b) Documentos comprovatives da previsio do evento expositivo ou da existéneia de condigées para a exposigao. _ SECCAO IV TRANSFERENCIAS DE RENDIMENTOS Artigo 57 Wisposigses gerais) 1. As disposigdes da presente secgiio aplicam-se As operagdes de transferéncia para 0 estrangeiro de rendimentos gerados a partir de operagdes de capitais previamente autorizadas pelo Banco de Mogambique, nomeadamente de: a) Investimento directo estrangeiro, na forma de lucros ou dividendos distribuidos; b) Investimento de carteira, na forma de juros, dividendos ou ganhos de capital; ¢) Créditos, incluindo suprimentos, na forma de juros; 4) Outras formas de investimento de capital 2. A realizagio da transferéncia de rendimentos a que se refere 0 niimero anterior n&o carece de autorizago do Banco de Mogambique. 3. Para efeitos de registo cambial, os interessados devem apresentar aos bancos intermediarios os documentos que caracterizam ¢ legitimam a operagio, conforme especificado na presente secgfio. 4. Os documentos a que se refere 0 niimero anterior sto apreciados pelo banco intermediério, devendo este remeter a informago colhida ao Banco de Mogambique. Artigo 58 (Transferéneia de rendimentos de investimento directo estrangeiro) ‘Oregisto cambial da transferéncia de rendimentos de investimento directo estrangeiro, na forma de lucros ou dividendos distribuidos, efectiva-se mediante a apresentag&o pelo interessado ao banco intermediario dos seguintes elementos: 1) Identificagao dos intervenientes; b) Comprovativo do registo do investimento no Banco de Mogambique; ©) Declaragao emitida pelo auditor independente confirmando que os lucros so resultantes do exercicio ou exercicios em causa ¢ resultam de operagSes relacionadas com a actividade da or

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