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Um Breve Olhar Sobre A Historia Da Astronomia PDF
Um Breve Olhar Sobre A Historia Da Astronomia PDF
HISTORIA DA ASTRONOMIA
A Astronomia é a mais antiga das ciências. O homem primitivo se interessou em observar os
fenômenos que ocorriam à sua volta, bem como, tentar compreendê-los. Não só o deslocamento do
Sol em relação ao horizonte, e sua relação com claridade e escuridão, e as fases da Lua, foram
fenômenos notados pelos homens pré-históricos. Descobertas arqueológicas têm fornecido
evidências de observações astronômicas entre os povos pré-históricos.
Para muitos povos antigos, os astros eram deuses ou símbolos das divindades. Atribuíram-
lhes então influências sobre a vida na Terra, dando origem a seitas religiosas e ainda à Astrologia.
Desde a antiguidade, o homem percebeu que podia se utilizar das estrelas para orientar-se
em suas viagens, e com a regularidade de ocorrências de vários fenômenos celestes lhe permitia
marcar a passagem do tempo. Desde então, o céu vem sendo usado como mapa, calendário e
relógio. Os registros astronômicos mais antigos datam de aproximadamente 3000 a.C. e se devem
aos chineses, babilônios, assírios e egípcios. Naquela época, os astros eram estudados com
objetivos práticos, como medir a passagem do tempo (fazer calendários) para prever a melhor
época para o plantio e a colheita, ou com objetivos mais relacionados à astrologia, como fazer
previsões do futuro, já que acreditavam que os deuses do céu tinham o poder da colheita, da chuva
e mesmo da vida.
A Astronomia Pré-Histórica
Em várias regiões da Europa são encontrados megalíticos, menires e vários outros conjuntos
de rochas. Estudando os sítios megalíticos, tais como os de Callanish, na Escócia, o círculo de
Stonehenge, na Inglaterra, que data de 2500 a 1700 a.C., e os alinhamentos de Carnac, na
Bretanha, os astrônomos e arqueólogos, chegaram à conclusão de que os alinhamentos e círculos
serviam como marcos indicadores de referências e importantes pontos do horizonte, como por
exemplo, as posições extremas do nascer e ocaso do Sol e da Lua, no decorrer do ano. Esses
monumentos megalíticos são autênticos observatórios destinados à previsão de eclipses na Idade da
Pedra.
Em Stonehenge, cada pedra pesa em média 26 toneladas e a avenida principal que parte do centro do
monumento aponta para o local em que o Sol nasce no dia mais longo do verão.
Nessa estrutura, algumas pedras estão alinhadas com o nascer e o pôr do Sol no início do
verão e do inverno. Os maias, na América Central, também tinham conhecimentos de calendário e
de fenômenos celestes, e os polinésios aprenderam a navegar por meio de observações celestes.
A Astronomia na Mesopotâmia
Na Mesopotâmia (região situada entre os rios Tigre e Eufrates, no Oriente Médio, onde hoje
se localiza o Iraque) surgiram e se desenvolveram vários povos a partir de mais ou menos 3.500
a.C. Os sumérios foram os primeiros habitantes da região, e os primeiros a cultivar a astronomia.
Parece justo reconhecê-los como fundadores da astronomia, apesar de terem sido também os
criadores da astrologia. Realmente, a princípio, observavam os astros por motivos místicos, porém
com o tempo, deixaram as suas pretensões místicas para se limitarem a observar pela simples
observação. Assim fazendo, passaram de astrólogos a astrônomos. Tal mudança na análise dos
fenômenos celestes ocorreu no primeiro milênio antes de Cristo. Surgem, assim, as primeiras
aplicações de métodos matemáticos para exprimir as variações observadas nos movimentos da Lua
e dos planetas. A introdução da matemática na astronomia foi o avanço fundamental na história da
ciência na Mesopotâmia.
A Astronomia Chinesa
As pirâmides egípcias apresentam suas faces voltadas, com grande precisão, para os quatro
pontos cardeais, o que atesta seus conhecimentos astronômicos.
A Astronomia Grega
O ápice da ciência antiga se deu na Grécia, de 600 a.C. a 400 d.C., a níveis só ultrapassados
no século XVI. Do esforço dos gregos em conhecer a natureza do cosmos, e com o conhecimento
herdado dos povos mais antigos, surgiram os primeiros conceitos de Esfera Celeste, uma esfera de
material cristalino, incrustada de estrelas, tendo a Terra no centro. Desconhecedores da rotação da
Terra, os gregos imaginaram que a esfera celeste girava em torno de um eixo passando pela Terra.
Observaram que todas as estrelas giram em torno de um ponto fixo no céu e consideraram esse
ponto como uma das extremidades do eixo de rotação da esfera celeste.
Os Astrônomos da Grécia Antiga
Heraclides de Pontus (388-315 a.C.) propôs que a Terra girava diariamente sobre seu
próprio eixo, que Vênus e Mercúrio orbitavam o Sol, e a existência de epiciclos.
Aristarcos de Samos (310-230 a.C.) foi o primeiro a propor a Terra se movia em volta do
Sol, antecipando Copérnico em quase 2.000 anos. Entre outras coisas, desenvolveu um método para
determinar as distâncias relativas do Sol e da Lua à Terra e mediu os tamanhos relativos da Terra,
do Sol e da Lua. Na obra de Plutarco encontra-se menção sobre Aristarcos, o qual havia proposto o
duplo movimento da Terra: rotação em torno de seu eixo polar e translação ao redor do Sol. Todas
as obras de Aristarcos se perderam, com exceção de uma, "Sobre os Tamanhos e Distâncias do Sol
e da Lua". Ainda segundo algumas fontes, Aristarcos teria elaborado uma classificação das estrelas
quanto ao brilho, estabelecendo três "grandezas", e admitiu que as estrelas se encontram a
diferentes distâncias da Terra.
Hiparco de Nicéia (160-125 a.C.), considerado o maior astrônomo da era pré-cristã,
construiu um observatório na ilha de Rodes, onde fez observações durante o período
de 160 a 127 a.C. Como resultado, ele compilou um catálogo com a posição no céu e
a magnitude de 850 estrelas. A magnitude, que especificava o brilho da estrela, era
dividida em seis categorias, de 1 a 6, sendo 1 a mais brilhante, e 6 a mais fraca
visível a olho nu. Hiparco deduziu corretamente a direção dos pólos celestes, e até
mesmo a precessão, que é a variação da direção do eixo de rotação da Terra devido à
influência gravitacional da Lua e do Sol, que leva 26.000 anos para completar um
ciclo. Para deduzir a precessão, ele comparou as posições de várias estrelas com aquelas
catalogadas por Timocharis e Aristyllus 150 anos antes (cerca de 300 a.C.). Estes eram membros da
Escola Alexandrina do século III a.C. e foram os primeiros a medir as distâncias das estrelas de
pontos fixos no céu (coordenadas eclípticas). Foram, também, dos primeiros a trabalhar na
Biblioteca de Alexandria, que se chamava Museu, fundada pelo rei do Egito, Ptolémée Sôter Ier, em
305 a.C. Hiparco também deduziu o valor correto de 8/3 para a razão entre o tamanho da sombra
da Terra e o tamanho da Lua e também que a Lua estava a 59 vezes o raio da Terra de distância; o
valor correto é 60. Ele determinou a duração do ano com uma margem de erro de 6 minutos.
Em 1252, Afonso X, o Sábio, Rei de Castela (Espanha), que em 1256 foi proclamado
rei e no ano seguinte imperador do Sacro Império Romano, convocou 50 astrônomos
para revisar as tabelas astronômicas calculadas por Ptolomeu, que incluíam as
posições dos planetas no sistema geocêntrico, publicado por Ptolomeu em 150 d.C.,
no Almagesto. Os resultados foram publicados como as Tabelas Alfonsinas. Os dados
e comentários que se foram anexando ao Almagesto formaram as fontes essenciais
para o primeiro livro-texto de astronomia do Ocidente, o Tratado da esfera de
Johannes de Sacrobosco.
John Holywood (1200 - 1256) Sua obra foi várias vezes reeditada, ampliada e comentada.
Foi o principal texto de instrução acadêmica até o tempo de Galileu.
Nicolau Cusano (1401 - 1464), matemático e astrônomo. É interessante ressaltar que suas
idéias sobre o universo infinito e sobre a investigação quantitativa da natureza brotaram de
reflexões teológicas e religiosas.
Johannes Kepler (1571 - 1630) descobriu as três leis que regem o movimento planetário.
As duas primeiras foram resultados de árdua computação trigonométrica, na qual usou as
observações de Marte, realizadas por Tycho Brahe. Em 1619 Kepler publicou Harmonices Mundi, em
que as distâncias heliocêntricas dos planetas e seus períodos estão relacionados pela Terceira Lei,
que diz que o quadrado do período é proporcional ao cubo da distância média do planeta ao Sol.
Esta lei foi descoberta por Kepler em 15 de maio de 1618.
Por suas afirmações, Galileo foi julgado e condenado por heresia em 1633. Sentenciado ao
cárcere, Galileo, aos setenta anos, renega suas conclusões de que a Terra não é o centro do
Universo e imóvel. Apenas em 1822 foram retiradas do Índice de livros proibidos as obras de
Copérnico, Kepler e Galileo, e em 1980, o Papa João Paulo II ordenou um reexame do processo
contra Galileo, o que eliminou os últimos vestígios de resistência, por parte da igreja Católica, à
revolução Copernicana.
Não se deve esquecer que foram os grandes observadores e teóricos dessa época, como
Hevelius, Huygens e Halley, que ajudaram a erguer a nova astronomia.
A Nova Astronomia
Sir Isaac Newton (1643 - 1727) Sua obra monumental fixa as bases da mecânica
teórica. Da combinação de suas teorias com sua lei de gravitação, surge a
confirmação das leis de Kepler e, num só golpe, o estabelecimento, em bases
científicas, da mecânica terrestre e celeste. No domínio da óptica, Newton inventou o
telescópio refletor, discutiu o fenômeno da interferência, desenvolvendo as idéias
básicas dos principais ramos da física teórica, nos dois primeiros volumes do Principia,
com suas leis gerais, mas também com aplicações a colisões, o pêndulo, projéteis,
fricção do ar, hidrostática e propagação de ondas. Somente depois, no terceiro
volume, Newton aplicou suas leis ao movimento dos corpos celestes. O Principia é reconhecido como
o livro científico mais importante escrito.
Os trabalhos astronômicos de Newton são apenas comparáveis aos de Gauss, que contribuiu
para a astronomia com a teoria da determinação de órbitas, com trabalhos importantes de mecânica
celeste, de geodésica avançada e a criação do método dos mínimos quadrados. Nunca outro
matemático abriu novos campos de investigação com tanta perícia, na resolução de certos
problemas fundamentais, como Gauss.
São dessa época os notáveis trabalhos de mecânica celeste desenvolvidos por Euler,
Lagrange e Laplace, e os dos grandes observadores como F.W. Herschel, J.F.W. Herschel, Bessel,
F.G.W. Struve e O.W. Struve. Vale a pena lembrar uma data histórica para a astronomia - a da
primeira medida de paralaxe trigonométrica de uma estrela e, conseqüentemente, da determinação
de sua distancia, por Bessel (61 Cygni) e F.G.W. Struve (Vega), em 1838. Este notável feito da
técnica de medida astronômica é basicamente o ponto de partida para o progresso das pesquisas do
espaço cósmico.
A Astronomia Moderna
A pesquisa espacial deu não só à cartografia, mas a todos os estudos das ciências na Terra e,
em especial, aos levantamentos dos recursos naturais do planeta, um novo dimensionamento.
Alfabeto Grego
Abreviaturas
ascensão reta
declinação
h horas
min minutos de tempo
s segundos de tempo
graus
minutos de arco
segundos de arco
N norte
S sul
E este
W oeste
latitude
L longitude
TU tempo universal
Constantes
Unidade
Unidades de distância Quilômetro Ano-luz Parsec
astronômica
-9 -13
Quilômetro 1 6,684 * 10 1,056 * 10 3,240 * 10-14
8 -5
Unidade astronômica 1,496 * 10 1 1,581 * 10 4,847 * 10-6
12 4
Ano-luz 9,461 * 10 6,324 * 10 1 3,065 * 10-1
13 5
Parsec 3,086 * 10 2,062 * 10 3,261 1
Distância Distância
Nome Mag V Const Ascensão reta Declinação
(parsecs) (anos-luz)
Próxima Centauri 1,30 4,24 11,10 Cen 14 22 48.0 -62 15 00
Alfa Centauri A 1,33 4,35 -0,01 Cen 14 32 48.0 -60 25 00
Alfa Centauri B 1,33 4,35 1,34 Cen 14 32 48.0 -60 25 00
Estrela de Barnard 1,83 5,98 9.54 Oph 17 52 54.0 +04 25 00
Wolf 359 2,39 7,78 13,46 Leo 10 51 36.0 +07 37 00
Lalande 21185 2,53 8,26 7,48 UMa 10 57 52.3 +36 38 25
Sírius A 2,62 8,55 -1,46 CMa 06 40 44.5 -16 34 43
Sírius B 2,62 8,55 8,44 CMa 06 40 44.5 -16 34 43
Luyten 726-8A 2,68 8,73 12,56 Cet 01 33 49.0 -18 28 28
Luyten 726-8B (UV Ceti) 2,68 8,73 12,52 Cet 01 33 49.0 -18 28 28
Ross 154 2,90 9,45 10,45 Sgr 18 43 36.0 -23 57 00
Ross 248 3,16 10,32 12,27 And 23 37 00.0 +43 39 00
Epsilon Eridani 3,28 10,70 3,73 Eri 03 28 13.0 -09 47 47
Ross 128 3,35 10,94 11,11 Vir 11 42 36.0 +01 23 00
Luyten 789-6 3,45 11,27 12,32 Aqr 22 33 00.0 -15 52 00
Epsilon Indi 3,46 11,27 4,69 Ind 21 55 42.7 -57 11 48
61 Cygni A 3,49 11,37 5,21 Cyg 21 02 25.5 +38 15 20
61 Cygni B 3,49 11,37 6,03 Cyg 21 02 25.5 +38 15 20
Prócion A 3,49 11,38 0,38 CMi 07 34 04.0 +05 28 53
Prócion B 3,49 11,38 10,70 CMi 07 34 04.0 +05 28 53
G 227-046 3,51 11,44 8,90 Dra 18 41 39.8 +59 28 40
Groombridge 34 3,55 11,57 8,07 And 00 12 40.1 +43 27 21
Lacaille 9352 3,59 11,71 7,34 Gru 22 59 24.5 -36 25 44
TAU Ceti 3,62 11,80 3,50 Cet 01 39 25.3 -16 27 50
G 051-015 3,63 11,83 14,81 Cnc 08 23 51.0 +27 07 00
Luyten 725-32 (YZ Ceti) 3,72 12,13 12,05 Cet 01 07 24.0 -17 32 00
G 089-019 3,77 12,29 9,82 CMi 07 22 00.0 +05 32 00
Lacaille 8760 3,86 12,60 6,68 Mic 21 11 24.0 -39 15 12
Estrela de Kapteyn 3,90 12,71 8,89 Pic 05 07 41.7 -44 58 51
Kruger 60 A 3,98 12,97 9,85 Cep 22 24 25.8 +57 11 46
Kruger 60 B 3,98 12,97 9,59 Cep 22 24 25.8 +57 11 46
Ross 614 4,10 13,36 11,14 Mon 06 24 18.0 -02 44 00
G 153-058 4,10 13,37 10,08 Oph 16 24 42.0 -12 25 00
Van Maanen 4,30 14,03 12,38 Psc 00 43 54.0 +04 55 00
G 012-043 A 4,39 14,31 12,44 Vir 12 28 24.0 +09 34 00
G 012-043 B 4,39 14,31 13,04 Vir 12 28 24.0 +09 34 00
L 1159-16 4,45 14,51 12,26 Ari 01 54 36.0 +12 34 24
L 143-23 4,49 14,66 13,87 Car 10 40 49.0 -60 42 49
LPP 731-58 4,54 14,81 15,60 Sex 10 43 12.0 -10 47 18
G 208-044 4,54 14,81 13,41 Cyg 19 50 40.0 +44 09 30
G 267-025 4,56 14,87 8,54 Scl 23 59 30.6 -37 50 57
G 240-063 4,56 14,89 9,18 Dra 17 37 00.0 +68 25 50
L 145-141 4,58 14,94 11,44 Cen 11 40 12.0 -64 17 00
CPD-46 8664 4,61 15,04 9,37 Ara 17 21 06.0 -46 47 00
CI 20-1290 4,68 15,25 8,68 Ind 21 26 53.0 -49 25 41
G 158-027 4,69 15,31 13,74 Cet 00 01 38.0 -08 04 36
G 156-057 4,72 15,39 10,17 Aqr 22 47 54.0 -14 47 00
CI 20-1046 4,75 15,48 10,96 Ara 17 29 48.0 -44 14 00
Groombridge 1618 4,83 15,75 6,61 UMa 10 05 14.9 +49 57 37
G 054-023 4,89 15,94 9,4 Leo 10 14 11.1 +20 22 21