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Como publicar
monografias e trabalhos
académicos
17-01-2005 12:15:46
baseado no template Normal.dot
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Objectivos. A invenção da imprensa por Gutenberg
Índice
1. PREÂMBULO ........................................................................................................ 8
2.1 OBJECTIVOS..................................................................................................... 11
4.4.4 Dedicatória............................................................................................. 36
4.4.7 Listas....................................................................................................... 37
4.4.12 Sumário................................................................................................... 43
4.4.13 Legislação............................................................................................... 44
4.5.2 Partes...................................................................................................... 45
4.5.3 Capítulos................................................................................................. 45
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Objectivos. A invenção da imprensa por Gutenberg
4.6.1 Anexos..................................................................................................... 49
4.6.2 Apêndices................................................................................................ 49
4.6.4 Bibliografia............................................................................................. 50
4.6.5 Índices..................................................................................................... 51
5. ASPECTOS GERAIS........................................................................................... 60
6. CONCLUSÃO....................................................................................................... 68
8.2.1 Estrutura................................................................................................. 73
8.2.2 Conteúdo................................................................................................. 73
11.1 OBJECTIVOS..................................................................................................... 77
1. Preâmbulo
A arte de bem escrever e comunicar, a correcta estruturação de um trabalho, o
planeamento de uma investigação, a escrita de um relatório quer técnico quer descritivo de
modo exacto ou uma comunicação científica dele emergente, são matérias que
tradicionalmente os alunos de todos os graus de ensino e jovens investigadores têm
dificuldade em dominar e aprender. Esses problemas tem vindo a agravar-se com a
introdução crescente das novas tecnologias da informação e comunicação, TIC. A partir
das décadas de oitenta a noventa do século 20, as TIC trouxeram não só grande valor
acrescentado relativamente às técnicas mais tradicionais e métodos até então utilizados mas
também a necessidade de as aprender a utilizar e uma mudança de mentalidade e atitude
quanto à escrita e produção de obras e os seus custos de produção.
O aparecimento e expansão das TIC é uma causa próxima pois a mais importante causa
remota desta falta de capacidade de escrever está na crescente falta do domínio dos
mínimos básicos da língua materna. E este domínio, ou melhor a sua falta, é a principal
causa da evidente falta de rendimento de muitos dos alunos. Se alguém não se sabe
exprimir-se num idioma ou se não entende a sua sintaxe e semântica ou se o vocabulário
que tem é insuficiente, como pode entender o que ouve, lê ou tem que escrever? Tudo são
“portantos” e “coisos” e classes genéricas (tais como árvores — pássaros — papéis, ... , em
vez de, por exemplo, castanheiro, sobreiro, salgueiro, oliveira, ... — pardal, pintassilgo,
canário, melro ... — livro, revista, brochura, jornal, ... )
De um modo geral tenho verificado e identificado, nesta como noutras áreas pelo menos
os seguintes tipos de dificuldades em várias gerações de alunos do ensino secundário ao de
pós-graduação:
• A inexistência de regras sistemáticas que possam ser seguidas passo a passo para
minorar os problemas de planeamento, escrita, estruturação, comunicação ou relato
de um dado trabalho reportado a uma determinada investigação.
Isto resulta dos muitos princípios, regras, convenções que podem estar envolvidas
nestas questões. Por outro lado tentar prescrever simplisticamente um conjunto de
regras a seguir passo a passo e as suas numerosas variações possíveis
provavelmente seria mais complicado do que resolver o problema directamente
com algumas tentativas e versões por imitação do que já existe publicado. Além
disso a escrita no seu aspecto de comunicar informação e conhecimento tem muito
de arte e está longe de ser uma mera técnica.
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Objectivos. A invenção da imprensa por Gutenberg
Parte-se do princípio que exemplos nunca são de mais, embora vão aumentar
drasticamente o número de páginas desta obra, de modo a permitir ao leitor rever os
princípios apresentados e a sua aplicação no seu ritmo e de modo auto-suficiente.
Na versão final espera-se ter exemplos quanto baste. Para já têm sido dados nas aulas.
Sempre que o leitor quiser informação sobre uma determinada questão ou problema deve
poder rapidamente localizá-lo pelo uso de índices de referência ou folheando a obra graças
ao aspecto gráfico e formatação utilizadas.
O leitor ajuizará do grau de concretização destes objectivos (na versão final da monografia).
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Objectivos. A invenção da imprensa por Gutenberg
2. INTRODUÇÃO ÀS MONOGRAFIAS
2.1 Objectivos.
É difícil ensinar as regras de apresentação de uma boa monografia (Taylor, P., 1998). É
algo que se aprende melhor pelo estudo crítico e observação de muitas obras publicadas de
boa qualidade. Provavelmente é este o melhor conselho que se pode dar: há tantos
elementos de composição a considerar numa monografia que é melhor adoptar um estilo já
existente e com provas dadas do que tentar logo inventar um só para fazer diferente. Por
isso deve começar-se por utilizar e estudar os diversos esquemas de página, templates, que
vem associados com os modernos processadores de texto, ou a extensa galeria
disponibilizada na Web, e só depois pensar em alterá-los.
Acresce que não é intenção desta obra tratar exaustivamente o problema da composição
profissional de um livro incluindo os problemas de um editor e de todos os tipos de
questões que se põe quando se publica num mundo global. Por exemplo, não são
discutidas questões como tratamento adequado das diferentes linguagens ou variantes
como o português antigo e medieval ou as diferenças ente o português de Portugal e o do
Brasil ou de outros PALOP ou as africanas, ameríndias, bálticas, célticas, holandês e
africanas, sânscrito e indianas, escandinavas, eslavas e russo [ (Ritter, R. M., 2002), p.235].
O seu correcto uso levanta vários problemas em matéria de ortografia, pontuação,
diacríticos (sinais gráficos com que se notam os caracteres alfabéticos para lhe dar um valor
especial), sintaxe e tipografia.
Para tal aconselha-se as referências autoritárias nesta área (Council of Biology Editors,
1994, (Ritter, R. M., 2002, (The University of Chicago Press, 1993). Igualmente há
problemas específicos nas ciência exactas tais como a astronomia, biologia, computação,
física, química, matemática, áreas tecnológicas, que utilizam correntemente práticas
diferentes das usadas nas humanidades e ciências sociais, particularmente nos textos
escritos para leitores especializados [ (Ritter, R. M., 2002), p.371]. Iremos discutir apenas os
elementos essenciais de composição que terão que ser considerados por um autor ou
criador; isto é, aquele a quem se deve uma obra literária, científica ou artística (Do lat.
auctóre, «autor; criador; promotor»). Particularmente serão de especial interesse os
problemas no mundo da educação, que emergem ao produzir uma monografia que pode ir
de um pequeno trabalho de uma disciplina até uma tese de doutoramento ou outro
trabalho científico de maior fôlego.
Assim, para além dos editores profissionais, também não nos dirigimos a quem vai enviar
os seus trabalhos para uma gráfica que se encarregará da produção da obra. Dirigimo-nos
isso sim à imensa maioria de pessoas que tipicamente vão elaborar o seu trabalho sozinhas
ou, quando muito, mandar fazê-lo ou batê-lo num processador do texto. É bem sabido de
inúmeros inquéritos que o processamento de texto é de longe a aplicação mais usada nos
computadores com centenas de milhões de unidades instaladas no Mundo e por isso deve
ter atenção prioritária.
A aproximação ao tema tenderá a ser pragmática procurando dar regras claras sempre que
possível e desde que existam e sejam geralmente aceites. Porém devemos atender à
evolução técnica e à enorme sofisticação que atingiram os mais recentes processadores de
Porquê então esta obra? Porque muitos dos trabalhos gerados nos diferentes graus de
ensino e em particular no nosso ensino superior, pelos motivos mais variados, não
obedecem aos cânones e normas gerais, dificultando por isso a sua divulgação,
referenciação, catalogação, depósito legal, a sua argumentação.
É uma obra mais sobre a forma e estrutura e menos sobre o conteúdo. Não são também
de momento tratadas profundamente as questões metodológicas da investigação científica
nas suas diferentes áreas. Trata-se da apresentação, normas de publicação, com alguns
comentários à estruturação ou organização lógica do conteúdo propriamente dito e à sua
elaboração. Com efeito repare-se que a ordem de apresentação não é a ordem de escrita.
Por exemplo, a introdução no princípio do texto é a última parte a ser escrita
definitivamente por ser uma súmula das questões tratadas.
De entre os trabalhos académicos, pelo tempo e recursos que envolvem e importância até
prevista em Portugal nos Decreto-lei n.º 74/82 de 3 de Março e Decreto-lei n.º 362/86 de
28 de Outubro destaca-se a dissertação. A dissertação é uma exposição minuciosa, oral ou
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O que é Uma Monografia A invenção da imprensa por Gutenberg
escrita, de um assunto doutrinário, discurso, trabalho escrito para obtenção de certo grau
académico em escola superior; o m. q. Tese (Do lat. dissertatióne-, «id.»). Tese, no campo
universitário, é um trabalho original escrito para obtenção do grau de mestre ou doutor
(Do gr. thésis, «acto de pôr», pelo lat. these-, «tese; proposição»), isto é, proposição sustentada
publicamente, numa escola superior ou universidade, por um candidato ao mestrado ou ao
doutoramento;( (Fernandes, A. J., 1995), p. 143 e 144: teses e dissertações etc.,).
Por exemplo, no Reino Unido é comum ao nível de mestrado ser exigida uma dissertação a
quem fez parte escolar enquanto que a tese, que já deve conter resultados originais, é o que
se exige a quem faz o mestrado por investigação ou um doutoramento.
Por exemplo, a diferença entre tese e dissertação no caso brasileiro refere-se ao grau de
profundidade e originalidade exigido. Segundo o Parecer 977/65 do CFE, "a dissertação
deverá evidenciar conhecimento da literatura existente e a capacidade de investigação do
candidato, podendo ser baseada em trabalho experimental, projecto especial ou
contribuição técnica" e, segundo o parecer 77/69 do CFE, "A tese de doutorado deverá ser
elaborada com base em investigação original devendo representar trabalho de real
contribuição para o tema escolhido. O preparo de uma dissertação dá-se para a obtenção
do grau de ‘Mestre’, enquanto a elaboração de uma tese constitui exigência para a obtenção
do grau de ‘Doutor’."
O principal foco deste trabalho são os documentos académicos. O ênfase é posto nas
formas e estrutura dos conteúdos que assumem.
• Uma publicação não série, isto é, uma publicação quer completa numa parte, ou
completa ou pretendida completar num número finito de partes separadas [ISO
5123:1984].
• Publicação num ou mais volumes, de conteúdo unitário, composto por um
texto e/ou ilustrações, apresentando-se sempre numa forma completa (Regras
Portuguesas de Catalogação: 1984, 110).
• Item bibliográfico não série, isto é, um item quer completo numa parte ou
completo (ou pretendido completar-se) num número finito de partes separadas
[ISO 690:1987, ISO 690-2:1997].
• Uma unidade não série [ISO 10234:1997].
• Unidade não série: unidade bibliográfica que é uma unidade com uma só parte
ou partes múltiplas [ISO 10324:1997].
NOTA – Uma unidade não série pode estar em qualquer forma física ou meio.
Este panorama mudou profundamente com o advento das TIC. Vejamos então, e
sucintamente, os principais aspectos dessa mudança.
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De Gutenberg ao Computador Pessoal A revolução industrial: vapor, molde de linhas, moldes automáticos (de 1870-95 a 1950-65)
Há obras impressas que datam da origem da Imprensa. Estes livros impressos durante os
primeiros cinquenta anos da invenção da imprensa e que correspondem à infância da
imprensa, ou seja anteriores ao ano de 1500 (século 15), denominam-se incunábulos. Do
latim incunabulum, berço.
Aldus Manutius, um Humanista italiano que por volta de 1493 debatendo-se com
dificuldades para ensinar sem edições académicas dos clássicos em formatos práticos,
decidiu exercer a arte de Gutenberg e montou um oficina de impressão em Veneza. Em
1494 publicou - Sófocles, Aristóteles, Platão, Tucídides, Virgílio, Horácio, Ovídio. Em
1501 publicou uma colecção de livros de bolso in-octavo - metade do tamanho de um in-
quarto - foi tão bem sucedida que foi imitada por toda a Europa. Faleceu em 1515
Este fluxo de publicações tem origem remota na invenção da imprensa por Gutenberg1, em
1450, e sofreu uma grande alteração com a invenção, em 1870, da máquina de escrever ou
seja uma máquina composta por caracteres móveis associados a teclas, que permite
imprimir letras e símbolos directamente sobre um papel. O seu uso generalizado fez com
que qualquer documento de relevância, até uma simples carta, fosse manualmente
dactilografada libertando o leitor da terrível e muitas vezes ingrata tarefa de decifrar a letra
do autor do escrito e permitindo-lhe concentrar-se naquilo que verdadeiramente interessa:
o conteúdo e a transmissão de informação ou conhecimento a ele associado.
[citado em 2002-05-02].
Os computadores dando suporte electrónico ao texto permitem que este possa ter um uso
repetido e ser alterado de modo quase instantâneo. Ao texto original facilmente se pode
aplicar, e sem necessidade de tornar a dactilografar, uma infinidade de formatos que
posteriormente se podem imprimir. Estas impressões, com os avanços sempre crescentes
da técnica são cada vez mais baratas e de maior qualidade. Isto contrasta com a anterior
situação do mundo da máquina de escrever com o original escrito uma só vez em papel e a
partir desse documento reproduzido sem alteração a não ser quando muito de tamanho,
geralmente por redução.
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De Gutenberg ao Computador Pessoal Digital (início 1973-83)
Igualmente não foram logo evidentes, para muitos, as profundas alterações que o
computador trouxe para a produção de monografias. Isso é mais patente em particular
quando se analisa o impacte das TIC sob a forma do uso generalizado de
microcomputadores pessoais, de modernas técnicas de impressão em cor, alta resolução e
frente e verso e o suporte da Internet com a facilidade de uso do serviço da ‘World Wide
Web’ e o admirável acesso que ela permite ao vasto repositório do conhecimento humano
que já nela se encontra disponível em linha sob a forma digital.
A todos os níveis, de pequenas monografias produzidas por alunos dos vários graus de
ensino para efeitos de avaliação em diferentes disciplinas ou concessão de grau, até aos
trabalhos de maior fôlego de estudos de pós-graduação como dissertação e teses, até
monografias apresentadas em provas públicas, por exemplo, para progressão de carreira
académica do ensino superior (ver p. 44, 4.4.13 Legislação) nota-se o recurso generalizado
às TIC nas formas referidas.
Infelizmente os normativos institucionais, muitas vezes pouco mais fazem do que repetir as
‘velhas normas’ do tempo da máquina de escrever, invariavelmente acrescentando agora, e
bem, que o tamanho de letra deve ser de 11 ou 12 e quase sempre, e mal, que o tipo de
letra deve ser Times Roman. Igualmente isso acontece frequentemente, entre outras, com
as regras de apresentação de comunicações em conferências, seminários, congressos, etc.
Infelizmente os exemplos abundam numa excelente demonstração de contaminação
cultural por inadaptação aos novos paradigmas.
A técnica moderna levanta problemas novos, alguns com pertinência crescente, tais como a
necessidade e dificuldade de adaptação às novas tecnologias, a compreensão das novas
possibilidades abertas, ou o crescente aumento do tamanho exagerado das monografias e
trabalhos académicos pela incorporação indiscriminada de transcrições ou anexos devido à
facilidade do processo de cópia e cola, copy and paste. Cada vez é mais necessário saber
sumariar.
Pior ainda é o crescente plágio a todos os níveis, sem qualquer esforço de citar
correctamente a fonte, ou ainda mais grave ocultando-a propositadamente, e que por vezes
é uma simples cópia descarada. http://www.plagiarism.org/
Por outro lado, há ainda muito pouca ajuda e informação sobre como se pode usar as TIC
de um modo eficiente, rápido, barato. Esse conhecimento permitirá produzir uma
monografia esteticamente atraente e que leve o leitor a poder concentrar-se no conteúdo
para se poder abstrair da forma. É esta a finalidade de qualquer monografia, principalmente
sendo um trabalho científico, onde o que importa não é o continente mas sim o conteúdo.
Porém não deve o continente ser tão mau que afecte e dificulte a compreensão do
conteúdo, precisamente o que tentamos evitar.
Acresce que raramente são dadas aos alunos as regras básicas essenciais a uma boa
elaboração de um trabalho monográfico. Normalmente estes desconhecem quer o método
científico de investigar ou desenvolver uma área de conhecimento quer o modo de
produzir uma comunicação científica, técnica, literária, artística, etc. Também raramente é
dada ao aluno ou candidato informação sobre a forma correcta de apresentação quer escrita
quer oral, sendo que esta última é com frequência um imperativo associado ao trabalho ou
provas em elaboração. Modernamente não é aceitável que esta exposição oral não recorra
aos meios de apresentação com suporte digital.
Igualmente as TIC, ao possibilitarem que qualquer pessoa e com custo reduzido e grande
facilidade possa produzir um documento, fazem com que se encontrem ‘tremendas
atrocidades impressas’ por ignorância de preceitos básicos da técnica e da arte de
composição gráfica ou de regras de simples bom senso.
Embora elas nunca tenham sido tão necessárias como agora, paradoxalmente os alunos
muitas vezes estão pouco receptivos a estas regras básicas porque o que querem é ‘publicar’
na Internet e na sua página da Web ou no ‘site’ institucional e minimizam quer o material
impresso em papel quer o seu aspecto de impressão. Claro que as regras gerais de
apresentação também se aplicam à publicação puramente electrónica na Web. Contudo as
dimensões e resolução diferentes do monitor ou as características do software utilizado —
para além das facilidades do uso de apontadores, hiperligação, e utilização generalizada não
só de texto mas também de imagens estáticas e dinâmicas, filmes e vídeos, animações e
grafismos, sons, etc. de modo integrado ou seja o multimédia — alteram muitíssimo o uso
específico e a disposição dos elementos relativamente à composição utilizada no material
impresso.
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Princípios Gerais Normalizadores As normas da ISO TC 46/SC 9
Estas orientações gerais apenas respeitam aos aspectos formais da documentação e não ao
seu conteúdo intrínseco quer científico, quer técnico, quer de linguagem ou estilo.
2.7 Normas
Uma norma é uma regra de procedimento; princípio; preceito; direcção; modelo; lei. Do lat.
norma, «norma; exemplo; modelo»).
Diga-se contudo que a já referida, e cada vez pior, preparação evidenciada pelos alunos de
todos os níveis de ensino no domínio da língua materna, o Português, faz com que em
provas públicas, orais, etc., se tenha que gastar um tempo crescente em comentários à falta
de rigor da forma e ao mau uso da língua materna, evidenciado em muitos trabalhos até
presentes em provas de doutoramento ou agregação, e que dificulta sobremaneira a
compreensão da obra.
Por outro lado vão-se perpetuando e, pior ainda, tornando-se por vezes regras
institucionais, erros às vezes grosseiros de apresentação e isto porque cada candidato vai
essencialmente consultando os trabalhos anteriores e inconscientemente absorve os
frequentes erros de estilo. Pior ainda pensa que estão formalmente correctos porque os
alunos — no meio das publicações informais, policopiadas, fotocopiadas, e a profusão de
obras tal e qual saíram de meros processadores de texto (como aconteceu com edições
preliminares deste trabalho...) etc., em que o mundo do ensino é fértil — não são expostos
a bons exemplos de publicação em número suficiente para que os possam imitar e com eles
possam apreender.
Outra característica dos nossos tempos neste início de século e milénio é que há muitos
manuais sobre como introduzir texto e fazer a sua formatação, a famigerada informática na
óptica do utilizador, mas muito pouco sobre o design ou a concepção dos documentos.
Esta falta de bons exemplos e de guias tem dado origem ao aparecimento em número
crescente de más monografias ou trabalhos académicos neste aspecto.
3.1 Um livro
3.1.1 O que é um livro?
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Um livro O que é um livro?
livro e uma revista, do ponto de vista de estilo, é a uniformidade do texto de um livro. Esta
uniformidade é propícia a fazer a sua elaboração, modernamente, num processador de
texto, word processor. Já uma revista é caracterizada pela sua variedade de página para página e
é melhor elaborada em programas de publicação assistida, desk top publisher. Exactamente
um dos problemas académicos que se vai generalizando é que, pela natural necessidade e
crescente facilidade em usar outros elementos que não apenas textuais, cada vez mais se
devia usar programas de publicação assistida e não meros processador de texto. Aliás no
office XP da Microsoft além do processador de texto, Winword inclui-se um modesto mas
poderoso programa de publicação assistida, o Publisher.
Para além da consistência é fundamental manter sempre presente que a razão de ser de uma
monografia é o seu conteúdo ou seja a sua informação. Um bom desenho de uma
publicação deve ser como uma qualquer boa interface: quanto menos se der por ela, isto é,
quanto mais inconspícua e transparente, seamless, seja a interface, melhor.
Mais importante ainda é a estrutura lógica do livro (ver p. 31, 4.2 Estrutura Interna. As
Partes Essenciais).
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A Consistência ou Uniformidade Tipos de livros
As áreas em branco devem aparecer sempre no mesmo ponto da páginas em todas elas ou
seja, deve haver uniformidade de disposição, layout, na página. Na nossa escrita o carácter
espaço (ASCII 32 em decimal) é o mais usado e por isso a tecla dos espaços é sempre a
maior e uma referência nos teclados. Igualmente ao nível de uma página o espaço em
branco é o elemento mais importante e estruturante de uma página impressa. Muita
informação é transmitida automaticamente pelo espaço em branco. Por exemplo, mostra
onde terminam cabeçalhos, títulos, texto, linhas, parágrafos, etc.
As causas mais comuns destas variações são: uso de espaço inter letras para justificação
(alinhamento vertical) de texto, inconsistência no espaço entre dois ou mais blocos de texto
no mesmo tipo de letra, font, alterações de espaçamento ou tipo de letra. A solução para
estes problemas é simples: nunca usar espaçamento entre letras para alinhamento vertical
de texto a menos que seja tão subtil que o olho não o detecte. Manter o espaço entre dois
blocos de texto com a mesma fonte. Ao mudar de tipo atender ao contraste da área de
“tinta” e do espaço branco.
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A Consistência ou Uniformidade Tipos de livros
Outro problema que se coloca deriva de imprimir-se frente e verso e o papel que se usa. A
transparência do papel faz com que, quando o verso da folha é iluminado por luz intensa,
possamos ler, embora numa reflexão tipo espelho à moda de Leonardo de Vinci, o material
impresso no outro lado. Como as duas páginas de uma folha são entidades lógicas distintas
há que tentar prevenir o desajustamento das manchas de cinzento da frente e do verso.
Uma boa estruturação ou disposição na página, layout, pode minorar este problema.
Outra dificuldade em manter a consistência resulta das páginas pares e ímpares terem um
plano ou organização ou disposição, page setup ou layout, distintas para manter o balanço
entre elas quando o livro se abre.
Alguns autores enquanto compositores e tentando ser diferentes e modernos, “prá frente”,
esquecem este aspecto essencial: o livro é para ser lido e de preferência de uma forma linear
e ininterrupta e sem nos preocuparmos com quem o desenhou. Cuidado com as modas.
Por exemplo, nos anos trinta do século passado houve uma voga de usar tipos sem serifas,
serif,3 — um pequeno traço feito nas extremidades dos traços principais de muitos
caracteres alfanuméricos de certos tipos. (ISO 9544:1988)(Faria, Maria Isabel, Dicionário
do Livro, Guimarães Editores, 1988, p66).( s. f., Inform., Tip., linhas pequenas, decorativas,
na ponta de fundo e de topo nos caracteres de uma fonte tipográfica;
patilha.) — porque eram mais modernos com muitos autores a usá-los na totalidade da
publicação. O efeito no leitor do uso de tipos sem serifas é provocar o cansaço e perda de
concentração. Isto acontece porque as serifas conduzem o olho de um modo natural ao
longo da linha de texto evitando vacilações entre duas linhas vizinhas e reduzindo os
retrocessos do movimento dos olhos numa linha. A inclusão das serifas dá mais
estabilidade e alinhamento às letras. Assim, modernamente e com ajuda da fisiologia e da
psicologia está estabelecido que o texto corrido deve fazer sempre uso de tipos com serifas,
serif font.
Os psicólogos (Taylor, P., 1999) mostraram que o número óptimo de caracteres por linha
é entre 40 e 70, preferivelmente nos valores altos desta gama. Isto significa usando papel
A4 com margens normais (da ordem de 2,5 cm), que o tamanho do tipo deve ser 12; pode-
se ir a 11 mas nunca 10. O uso do tamanho A4 no papel é generalizado no mundo do
ensino, empresarial, etc., até por imperativo da normalização europeia (ver p. 63, 5.5.1
Tamanhos de Papel ISO). Diga-se então que o correcto era usar pelo menos duas colunas
de texto quando se usa papel tamanho A4 como é corrente nas revistas. Porém, qual é o
aluno que quer usar duas colunas de texto e impresso frente e verso? O trabalho seria mais
ecológico e económico ao poupar muito papel mas diminuiria drasticamente o aspecto de
“parecer grande, quase um livro”, a que quase todos os autores e júris de avaliação não
conseguem resistir, embora digam que a qualidade não se mede ao quilo!
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A Organização ou Estrutura Tipos de livros
Se for usado um tamanho inferior a A4, e a obra for impressa em A4, o papel excedente na
folha deve ser guilhotinado pois de outro modo, psicologicamente, a página é vista como
um todo com margens desproporcionadas.
Uma monografia bem desenhada deve poder ser acedida ou pesquisada de um modo
directo, quase aleatório, e não apenas sequencial. Para isso deve a monografia estar
dividida, conforme necessário, em volumes, partes, capítulos, secções, globalmente
estruturadas nos chamados preliminares, texto principal, parte final.
Outro mecanismo usado para facilitar o acesso directo a partes de um livro é usar no
cabeçalho um título recorrente, isto é que ocorre em todas ou quase todas as páginas
(exceptuam-se as primeiras páginas de capítulo e as páginas em branco ou só com uma
figura) embora o conteúdo deste título varie de página para página, por exemplo,
acompanhando as secções. Não faz sentido ter sempre o mesmo cabeçalho, por exemplo, o
nome da monografia ou do autor pois não variando deixa de ser estruturante e indexador.
Um moderno processador de texto faz este cabeçalho recorrente automaticamente.
Muitas vezes o verso da página, ímpar, tem informação mais significativa ou de mais alto
nível (nome ou número do capítulo) que a frente, par, (nome ou número da secção). Se a
numeração ocorrer no rodapé e sendo, como devem, os nomes dos capítulos e secções
curtos pode-se, por exemplo (Ver Figura 2 Páginas par e ímpar podem ter elementos
diferentes numa disposição espelhada para manter a simetria.):
EE
DD
ED DE
#
E D #
Figura 2 Páginas par e ímpar podem ter elementos diferentes numa disposição espelhada
para manter a simetria.
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Tipos de Documentos Tipos de livros
Documento Caracterização
Artigo Texto com autoria declarada que representa e discute ideias,
métodos, técnicas, processos e resultados nas diversas áreas do
conhecimento, destinado à divulgação, através de periódicos.
Artigo científico Trata de determinado assunto resultante de pesquisa científica,
destinado à divulgação através de uma publicação científica, sujeita
à sua aceitação por julgamento de pares, referee.
Crítica Documento no qual é apreciado o mérito de uma obra literária,
artística, científica, etc.
Dissertação Documento que representa o resultado de um trabalho
experimental ou exposição de um estudo científico recapitulativo,
de tema único e bem delimitado em sua extensão, com o objectivo
de reunir, analisar e interpretar informações. Deve evidenciar o
conhecimento da literatura existente sobre o assunto e a
capacidade de sistematização do candidato. É feito sob a
orientação de um investigador ou supervisor, visando à obtenção
do título de Mestre.
Ensaio Documento relatando um estudo sobre determinado assunto,
porém menos aprofundado ou menor que um tratado formal e
acabado, expondo ideias e opiniões sem base em pesquisa
empírica.
Livros e Folhetos Livros e folhetos são publicações avulsas, formadas por um
conjunto sequencial de folhas impressas e revestidas por capas. O
folheto distingue-se do livro pelo número de páginas, deve ter, no
mínimo 5 e, no máximo, 48 páginas.
Monografia Documento que descreve um estudo minucioso sobre tema
relativamente restrito. Frequentemente solicitado como "trabalho
de formatura" ou "trabalho de conclusão" em cursos de graduação
ou de pós-graduação "latu-senso".
Paper (artigo) Pequeno artigo científico, texto elaborado sobre determinado
tema ou resultados de um projecto de pesquisa para comunicações
Note-se que nesta classificação, tal como nas NP 405-1, há que distinguir entre um trabalho
académico, que é um documento em princípio destinado à obtenção de um grau académico
ou de uma qualificação profissional do seu autor, e uma monografia, que é uma publicação
num ou mais volumes, de conteúdo unitário, composto por um texto ou ilustrações numa
forma completa, constituindo um item bibliográfico não série, e, por exemplo, um artigo
científico (vulgo “paper”) etc. Estes documentos têm uma estrutura distinta e alguns
elementos constitutivos devem ser apresentados por uma ordem diferente.
Começaremos por tratar em mais pormenor o caso da monografia, o livro, que é o mais
geral e apresenta, nos seus casos mais complexos, todos os elementos. Por outro lado, sem
prejuízo de se pretender ser suficientemente completo, vários aspectos mais relevantes para
os livros a publicar em editora são mencionados mas não exaustivamente explorados. Não
estamos a aconselhar casas editoras mas autores de edições próprias e de tiragem muito
reduzida, tipicamente numa impressora laser, e muitas vezes reproduzidos por fotocópia
(ou por várias impressões na medida em que as fotocopiadoras também são digitais e
funcionam igualmente como impressoras) como é típico do ambiente de ensino. Claro que
todas as regras discutidas, essencialmente de bom senso, se aplicam para composições mais
ambiciosas. Contudo aí o melhor conselho é ouvir os profissionais da área com experiência
e seguir os conselhos da casa editora.
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Estrutura Interna. As Partes Essenciais Tipos de livros
Se quisermos considerar todas as partes estruturais lógicas (as físicas estão na p. 21 Quadro
1 Os elementos físicos de um livro) de um livro e seguindo a autoridade do CMS (The
University of Chicago Press, 1993), podemos analisar o Quadro 5. As divisões de um livro,
The Parts of a Book, onde estão todas essas partes e respectivas designações inglesas.
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Estrutura Interna. As Partes Essenciais Tipos de livros
Uma página, page, é um dos lados de uma folha. É qualquer das duas faces de uma folha de
papel ou de uma folha vegetal, ou o que está escrito num dos lados de uma folha
O lado da frente, o lado que fica à direita de uma publicação aberta, é chamada página de
frente, recto. É a parte anterior ou dianteira da folha. (Do lat. fronte-, «id.», pelo cast. frente,
«id.») [Porto Editora, #12]. Página da direita; página de numeração ímpar.
O outro lado da folha, o lado que fica à esquerda de uma publicação aberta, é chamada a
página do verso, verso. É o lado oposto ou página oposta à da frente tal como se designa a
face posterior de qualquer objecto (Do lat. versu-, «id.») [Porto Editora, #12]. Página da
esquerda; página de numeração par.
As frentes tem numeração de página ímpar e os versos tem numeração de página par
normalmente com colocação espelhada.
4.4 Preliminares
Os preliminares são também chamados parte pré-textual ou preliminar ou prévia ou
princípios ou começo. Representam aquilo que precede o assunto principal para o
esclarecer. (Do lat. prae-, «antes» +limîne-, «soleira da porta», pelo fr. préliminaire, «id.»).
Contém os elementos do chamado paratexto, ou seja, aqueles que não fazem parte do texto
propriamente dito (Santos, F. D.).
Normalmente compreendem capa, folha de rosto, errata, resumo, prefácio, sumário, lista
de ilustrações e tabelas (quadros), lista de abreviaturas, símbolos, glossário.
4.4.1 Anterrosto
A página de anterrosto é a primeira página da folha que precede o rosto ou frontispício
de um livro e que, geralmente, só contém o título ou o nome da secção, composto
normalmente em tipos maiores. (De ante-+rosto) DET. Também é designada página de falso
título, em inglês pode também ser chamado half-title page ou bastard title. Usa-se
essencialmente em livros onde é a primeira página numerada mas sem fólio expresso, isto é,
sem o número de página aparecer explicitamente. Não tem subtítulo nem o nome do autor.
Frequentemente o seu verso está em branco. Esta página de um livro, que só leva a
impressão do título, é colocado a seguir às guardas que são páginas de grande gramagem
(papéis normalmente mais encorpados que o papel do miolo do livro), às vezes decoradas,
postas no início e no fim dos livros encadernados.
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Preliminares Folha de Rosto ou Página de Título
A folha de rosto ou parte dianteira ou frente, é a página do livro que tem o título e o nome
do autor. Também chamada página de título contém os elementos essenciais à
identificação da obra, conforme se refere a seguir.
4.4.4 Dedicatória
A dedicatória, dedication, é a inscrição ou palavras com que se dedica ou oferece a alguém a
produção literária ou artística ou científica. É um elemento facultativo. A dedicatória pode
incluir um parentesco, um professor ou alguma relação sentimental, mas deverá excluir
deuses, criaturas mitológicas e fantásticas e animais domésticos (Santos, F. D., 2005).
A existir é a página cinco e o seu verso, a página seis, será em branco. Sugere-se que o título
“Dedicado a” é desnecessário bastando “Para”. Não é necessário identificar ou dar o nome
completo da pessoa a quem a obra é dedicada ou datas de falecimento de pessoas já
desaparecidas.
4.4.5 Epígrafe
A epígrafe, epigraph, é quer uma inscrição em local destacado de um edifício, quer o título
de um escrito ou sentença ou divisa anteposta no início de um livro ou capítulo, quer o
título ou frase que serve de tema a um assunto (Do gr. epigraphé, «inscrição»).
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Preliminares Índice
A epígrafe é uma página opcional que alguns autores gostam de incluir no início da obra. É
uma citação que deve ser pertinente e apresentar uma relação evidente com o tema do
trabalho. Deverá evitar-se citações de puro efeito retórico ou anedótico. Se existir página de
dedicatória, a epígrafe pode seguir-se numa nova folha constituindo a página sete. Há quem
goste de utilizar epígrafes no início de capítulos.
4.4.6 Índice
O índice (Do lat. indîce-, «o que indica») (Do fr. liste, «id.»), table of contents, é também
designado índice geral ou tabela de conteúdos ou tábua de matérias. É uma lista de
matérias, capítulos ou termos contidos no trabalho. Apresenta normalmente a forma de
uma lista ou rol ordenada de assuntos de que trata uma obra pela ordem de apresentação
dos elementos que são referenciados para transmitir a sua rápida localização no trabalho. É
ordenados por páginas e pode aparecer no início ou no final de um livro. A sua função
principal é sempre a visão num relance das matérias tratadas e a sua remissão para os locais
relevantes onde esses materiais estão expostos no texto sempre de um modo rápido e
eficiente.
Quando o índice ou índex é colocado no início da obra nos preliminares deverá ser a
página cinco, se não houver dedicatória ou epígrafe, caso em que passa a sete ou nove, para
poder incluir todo o material preliminar a seguir discutido.
O índice deve incluir o título e o número da página inicial de cada secção da monografia.
Deve apresentar as principais divisões do trabalho indicando claramente os capítulos e
sub-capítulos bem como a sua correcta paginação. A numeração deve ser contínua e em
algarismos árabes. As subdivisões devem ser numeradas consecutivamente com os grupos
de algarismos separados por pontos.
Um moderno processador de texto cria automaticamente um índice bastando para tal, por
exemplo, marcar os diferentes títulos de secções com um formato de cabeçalho, heading,
com o nível apropriado ou seja um, dois, ...
4.4.7 Listas
Uma lista, list, representa um rol ou ementa ou catálogo (Do fr. liste, «id.»). Modernamente
é frequente o uso do termo listagem para designar o acto ou efeito de listar ou alistar;
Uma parte importante de uma publicação e que tem um tratamento especial no desenho da
página é toda a problemática das inserções ou, como também é conhecida, material
flutuante. De um modo genérico trata-se de entidades gráficas, embora possam ter um
conteúdo que é puro texto. Aquilo que melhor as caracteriza é que são invariavelmente
referenciadas indirectamente, isto é, são referenciadas pelo autor, por exemplo, em termos
de Ver Fig. 7 ou Ver Tabela 3.5 em vez de serem referenciadas implicitamente como, por
exemplo, ver abaixo. Pela natureza da sua referenciação indirecta podem estar localizadas
fisicamente num sítio muito distante do ponto da sua referência. A colocação deste material
flutuante é um dos principais saberes do desenho de página.
A regra fundamental de colocação destas inserções é que devem poder ser vistas do ponto
onde se lhes faz referência. Este é um dos muitos méritos de modernos programas de
publicação assistida por computador; por exemplo, só em casos muito patológicos é que
uma nota de rodapé inserida automaticamente por um moderno processador de texto ficará
numa página diferente daquela onde está referenciada.
Infelizmente enquanto as notas de rodapé são bem tratadas pelo software já não é o caso
para outras inserções do tipo de ilustrações como figuras, gráficos, tabelas, fotografias,
diagramas, etc. que são essencialmente entidades indivisíveis. Claro que elas podem flutuar
na página, isto é, podem ser deslocadas e por vezes aumentarem ou diminuírem de
tamanho mas há muitos casos em que simplesmente aplicar regras não resolve o problema
e tem-se que ou rescrever o texto ou intervir manualmente no desenho. (Taylor, P., 1998).
As ilustrações são componentes destacados graficamente num texto, que têm por objectivo
apresentar informação de um modo condensado que permita a inteligibilidade imediata ao
leitor. Servem para elucidar, explicar e simplificar o entendimento de um texto. São por
vezes a parte artística de um texto na forma de gravuras, desenhos. (Do lat. illustratióne-,
«acção de esclarecer»).
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Preliminares Listas
Como regra prática podemos dizer que é recomendado que sejam feitas listas separadas
para cada tipo particular de ilustração, desde que haja pelo menos mais de cinco elementos
a serem referenciados na monografia. Claro que é uma regra indicativa, isto é, não é
taxativo que com quatro ilustrações nunca se faça e que com seis faça-se sempre uma lista
para esse tipo de ilustração. Como em tudo é o bom senso e a vontade de ser claro para o
leitor, e o ajudar a concentrar-se no conteúdo ou a encontrar com rapidez os elementos em
que esteja interessado, que deve prevalecer.
Os números de página devem ser indicados para todas as ilustrações e são contados na
paginação, mesmo quando os fólios não estão expressos. Se as ilustrações forem extratexto,
por exemplo, se foram adicionadas depois de a monografia estar preparada e não estão
contadas na paginação, a sua localização deve ser referenciada na lista de ilustrações pela
expressão “À face da página xxx” ou “A seguir à página xxx” conforme se trata de
ilustrações em uma folha ou mais de uma.
Associado a cada ilustração vem sempre uma legenda. É um texto explanatório que
acompanha as ilustrações. Este texto, que explica e acompanha uma imagem, normalmente
é composto num corpo de letra mais pequeno que o do texto principal.
Nos casos extremos, quer de uma monografia com muito poucas ilustrações fortemente
incorporadas no texto quer de uma com muitíssimas ilustrações, a lista não precisa estar
nos preliminares.
A lista de quadros, list of tables e a de tabelas coloca-se a seguir ao índice ou, se há lista de
ilustrações a seguir a esta. É essencialmente usada e útil em publicações técnicas com
muitas tabelas com frequentes referências a elas. Note-se que de novo modernamente e
com a capacidade automática de referenciação a qualquer elemento em qualquer ponto da
obra, e citando automaticamente ou a página ou secção etc. da tabela, a lista servirá mais
para quem vai ler o trabalho avaliar a sua profundidade nesta vertente mais facilmente.
Tabelas são ilustrações, com dados numéricos, caracterizadas graficamente por serem
fechadas nos lados direito e esquerdo e fechadas nos lados superior e inferior, não se
colocando traços horizontais e verticais separando os dados numéricos. São uma lista ou
rol como, por exemplo, uma lista de preços ou um horário ou lista de estatísticas (Do lat.
tabella-, «tabuinha»).
Entende-se por figura uma imagem, símbolo ou desenho que ilustra um texto (Do lat.
figöra, «id.»). As figuras são todas as outras formas de ilustrações que não sejam quadros e
tabelas, por exemplo, desenhos, fotografias, esquemas ou diagramas como os fluxogramas,
organogramas, gravuras, mapas, modelos etc.
A indicação das ilustrações pode integrar o texto ou localizar-se entre parêntesis no final da
frase. Modernamente esta referenciação faz-se automaticamente num processador de texto
ou com um programa automático de tratamento de citações.
4.4.7.1.1 Apresentação
As ilustrações numeram-se com uma sequência própria para cada tipo de ilustração, ao
longo do texto, com numeração árabe. Cada sequência deve ser única e independente da
numeração progressiva das páginas da publicação. Como opção, em trabalhos muito
extensos, com muitos capítulos, as ilustrações podem ser numeradas pelo sistema de dupla
numeração, isto é, com dois números separados por um ponto, sendo o primeiro número o
do capítulo e o segundo o número da ordem daquela ilustração no capítulo. Por exemplo,
quadro 12.7 significa que é o quadro número 7 do capítulo 12.
O título da ilustração deve ser breve, porém explicativo. Deve começar pela palavra Figura
(ou Tabela, Quadro, Gravura, Mapa, Diagrama, ...) seguida do seu número e ponto. O
título da ilustração deve ser escrito em letras minúsculas, excepto a letra inicial da frase ou
palavras que devam ter iniciais maiúsculas.
4.4.7.1.2 Localização
As ilustrações devem ser centradas na página e impressas em local tão próximo quanto
possível do trecho do texto onde são mencionadas. Quando em grande número ou em
tamanho maior, podem ser agrupadas no final do trabalho. Devem ser enquadradas nas
mesmas margens adoptadas para o texto.
O trabalho escrito pelo autor acerca da obra chama-se o preâmbulo ou prólogo, preface. Em
muitos trabalhos académicos técnicos é frequente ver-se chamar prefácio ao que é um
preâmbulo. Aliás o dicionário apresenta-os na mesma lista de sinónimos: introdução,
prefação, preâmbulo (Do lat. praefatîo, (nom.), «prefácio; preâmbulo») DET.
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Preliminares Preâmbulo ou Prólogo. Agradecimentos
O preâmbulo ou prólogo (Do gr. prólogos, «o que se diz antes», pelo lat. prològu-, «prólogo»)
deve tratar a natureza, objectivos, conteúdos, necessidade e oportunidade da obra ou
trabalho que se apresenta e propõe à leitura. O preâmbulo normalmente inclui os motivos
de realização do trabalho, o método de investigação se tal for relevante para a compreensão
do texto pelo leitor. Deve apresentar os objectivos do trabalho, os meios utilizados para a
sua execução, as limitações encontradas e outras restrições ou dificuldades e problemas
experimentados.
O material muito importante para o texto, e que deva ser lido antes do texto do livro não
pertence ao preâmbulo mas sim a uma introdução no início do texto. A matéria do texto
não deve ser misturada com agradecimentos, metodologia ou a história do projecto de
investigação ou outra informação relativa à escrita do livro. O preâmbulo não deve incluir
referências directas ao tema tratado no texto.
A lista dos símbolos apresenta uma lista dos símbolos e convenções do texto e o seu
significado. É recomendável quando há mais de cinco elementos a serem relacionados. Em
livros com muitas referências, especialmente quando muitas respeitam a poucas fontes
abreviadas, é preferível ter a lista na parte pré-textual em vez de a ter na parte pós-textual.
Se a lista não exceder a extensão de uma página pode ser colocada no verso face à primeira
página do texto.
Uma lista muito longa de abreviaturas, particularmente usadas em notas e bibliografia e por
vezes no texto, é preferivelmente colocada no pós-texto ou parte final antes das notas.
Entende-se por Edição a versão específica de um livro, que pode diferir de outras versões
devido ao conteúdo, formato ou mercado (por exemplo: edição revisada, edição para clube
de livro, edição didáctica).
4.4.11 Resumo
O resumo, por vezes designado resumo analítico ou abstracto ou sinopse ou sumário, deve
indicar de forma clara e concisa as questões tratadas no texto. Não deve exceder uma folha
e pode ser apresentado em várias línguas. É uma “Curta representação do conteúdo de um
documento sem interpretação ou criticismo” [ISO 4:1997] ou “… uma representação
abreviada e precisa do conteúdo de um documento com interpretações ou criticismo
adicionais e sem distinção de quem escreveu o abstracto” [ISO 214:1976].
Há vários termos por vezes quase sobreponívéis e até intermutáveis que convém distinguir:
Sinopse tratado, em síntese, de uma ciência; epítome; resumo; síntese; resenha; sumário;
compêndio; (Do gr. sünopsis, «id.», pelo lat. synopse-, «id.»)
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Preliminares Sumário
Um idioma é a linguagem de uma nação, considerada nos seus caracteres especiais; língua;
dialecto; expressão (Do gr. idíoma, «particularidade de estilo», pelo lat. tard. idióma, -atis,
«idioma»). A língua é o vocabulário de um idioma e suas regras gramaticais; idioma; sistema
abstracto de signos e de regras gramaticais que possibilita a produção e a compreensão dos
actos linguísticos (Do lat. lingûa-, «id.»). A língua mãe é a língua de que outra deriva. A
língua materna é a língua adquirida por um falante na primeira infância. A linguagem é o
conjunto de sons em cuja produção intervém a língua; qualquer sistema ou conjunto de
sinais, fonéticos ou visuais, que servem para a expressão do pensar e do sentir (Do prov.
lenguatge, «id.»).
Recomenda-se que os resumos tenham um limite máximo de 500 palavras no caso de teses
e dissertações, de 250 palavras no caso de monografias e artigos, e de 100 palavras no caso
de notas e comunicações breves (Mattar, F. N.: Fowler, F. R.: Tavares, M. C.Pieren, R. W.).
4.4.12 Sumário
O sumário deve ser distinguido de índice, listas ou resumo. O sumário só inclui, as partes
da obra que lhe sucedem (resumo, texto, anexos, referências bibliográficas, índice). É
identificado pela palavra SUMÁRIO, escrita em letras maiúsculas, centrada, e a esta segue-
se, exactamente com a mesma grafia, a indicação de numeração de secções primárias
(capítulos), secundárias etc., e as páginas onde se localizam no corpo do trabalho (Mattar,
F. N. [et al.]).
4.4.13 Legislação
Pela sua relevância para todo o mundo do ensino superior, no Anexo 4. Decreto-lei n.º
362/86 de 28 de Outubro, Decreto-lei n.º 74/82 de 3 de Março, apresenta-se o Decreto-lei
n.º 362/86, que completa nesta matéria o Decreto-lei n.º 74/82. Este Decreto-lei impõe a
lei do depósito legal na Biblioteca Nacional e estabelece a responsabilidade dos
estabelecimentos de ensino superior no depósito legal de teses de doutoramento e de
mestrado, trabalhos de síntese das provas de aptidão pedagógica e capacidade científica do
ECDU, Estatuto da Carreira Docente Universitária, e estudos e dissertações de concursos
de ECDEP, Estatuto da Carreira Docente do Ensino Politécnico.
Se os preliminares forem muito extensos, pode colocar-se também aqui uma página de
anterrosto (a que é a primeira página da monografia) e que será a primeira página de texto
embora sem o fólio expresso (sem o número de página escrito explicitamente) e com o
verso em branco e também sem número, sendo a página dois. A primeira página do
capítulo um será a terceira do texto. Porém, se os preliminares tiverem n páginas então, a
primeira página do capítulo um, será a página n+3.
O texto deve ser estruturado ou organizado, ou seja, deve ser dividido de acordo com um
plano previamente elaborado em agregados lógicos compactos: volumes, partes, capítulos,
secções, subsecções. Cada uma destas divisões deve ter mais ou menos o mesmo tamanho
que as outras divisões equivalentes.
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Texto Principal Volumes
4.5.1 Volumes
Cada livro de uma mesma obra publicada em vários volumes deve ter a sua paginação,
índice geral, bibliografia, etc. se for para ser utilizado independente dos outros volumes. Se
formam uma parte subsidiária de uma obra podem partilhar algumas características.
4.5.2 Partes
Se o texto puder ou dever ser dividido logicamente em partes maiores que capítulos, os
capítulos podem ser agrupados em partes.
O número da parte e o seu título devem aparecer na frente de uma página precedendo a
primeira página do capítulo dessa parte e com o verso em branco.
Cada parte pode ter uma introdução, regra geral curta e intitulada, por exemplo,
“Introdução à Parte 2”, e que começará na frente de uma nova página. Para conservar
espaço esta introdução pode aparecer no verso da página do título da parte, ou com uma
separação de espaço vertical conveniente, na página do título da parte.
4.5.3 Capítulos
Geralmente a primeira divisão de um texto é em secções primárias que recebem o nome de
capítulos e que têm em regra, mas não necessariamente, um comprimento
aproximadamente igual. Os títulos dos capítulos devem ser simples e curtos e dar uma ideia
clara do que se vai ler no capítulo. Para muitos leitores é só o que vão ler, no índice, se não
ficarem interessados no resto da obra.
Numa monografia cada capítulo geralmente começa numa nova página, frente ou verso,
com fólio descendente (no rodapé) e sem cabeçalho. Se o título tiver duas ou mais linhas, o
que deve ser evitado pois deve ser curto, a pontuação deve ser omitida no fim do título a
menos que seja indispensável para a compreensão. Notas de rodapé e símbolos não devem
aparecer em títulos de capítulos ou secções. Se uma nota se refere a todo o capítulo deve
ficar sem número e aparecer antes das notas numeradas no sítio onde elas estejam.
Note-se que quando se planeia tirar separatas, offprints ou fazer reimpressões, reprints cada
capítulo deve-se começar numa página frente para evitar um rearranjo posterior, sob pena
de encontrar depois páginas frente com numeração par.
4.5.4 Secções
Uma secção é a parte (porção) que se separa de um todo (acto ou efeito de cortar) (Do lat.
sectióne-, «corte») e uma subsecção é uma subdivisão de uma secção ou seja um grupo
taxionómico inferior à secção.
Em obras científicas e técnicas é comum ir-se para além de divisão de primeiro nível e ter
de usar-se subsecções e sub-subsecções, etc. isto é, cada capítulo pode ser dividido em
secções secundárias, estas em ternárias, estas em secções quaternárias, etc. Não se
recomenda subdivisão excessiva de um texto, ou seja, que ultrapasse a subdivisão ternária.
Só em trabalhos extremamente complexos é necessário ir para mais de três níveis de
divisão.
Quando uma secção de texto é subdividida deverá haver pelo menos duas secções. Uma só
aparece ilógica e assimétrica e é sintoma de um mau título de secção.
Os subtítulos colocam-se todos numa linha separada do texto, excepto a níveis inferiores
de divisão. Os subtítulos de níveis inferiores aparecem por vezes no princípio do parágrafo,
em itálico e seguidos de um ponto.
O número de divisões deve ser adaptado ao capítulo ou seja, nem todos os capítulos
necessitam do mesmo número de subdivisões.
A numeração de títulos deve ser sempre usada em trabalhos científicos e técnicos onde são
um guia adicional para o leitor.
Parágrafos são um ou mais períodos que tratam do mesmo assunto. Representam uma
pequena divisão de um discurso, de um texto, capítulo ou artigo. O sinal gráfico dessa
divisão é tradicionalmente § ou, no processador de texto WinWord, ¶). A expressão abrir
parágrafo significa deixar a linha em que se escrevia e começar na seguinte, um pouco
dentro (Do gr. parágraphos, «escrito ao lado», pelo lat. paragràphu-, «id.»). Pode iniciar-se com
um espaço à entrada da primeira linha (parágrafo português) ou não (parágrafo alemão).
p. 46 de 80
Texto Principal Secções
Uma boa regra para definir o tamanho dos parágrafos é que cada parágrafo não deve
apresentar mais de uma ideia.
Um subtítulo é o título posto por baixo de outro; é um título secundário relacionado com
o principal (De sub-+título). Um título representa frequentemente o nome de um livro ou
um livro específico no catálogo de uma editora.
É importante considerar o título corrente que é a linha que se costuma colocar no alto de
cada página e que identifica o livro, partes ou capítulos. É o cabeçalho da página, page
header.
Os títulos das secções devem ter um destaque gráfico e são geralmente apresentados em
letras maiúsculas (ou de caixa-alta) para as secções primárias e letras minúsculas (excepto a
inicial) para as demais secções.
Esta numeração é sugerida principalmente, para teses e dissertações. Cada divisão recebe
um grupo numérico chamado indicativo de secção que facilita a sua localização no texto.
Para a numeração dos capítulos é utilizada numeração árabe. O indicativo da secção
secundária é formado pelo número do capítulo, acrescido do número de cada parte (ambos
separados por um ponto), de acordo com a subdivisão proposta. Aplica-se o mesmo
procedimento às secções ternárias, quaternárias e quinárias. REF ANEXO 2.
Num título ou subtítulo de secção nunca devem aparecer quer dentro quer no fim
quaisquer referências a notas, que devem estar numa localização apropriada no texto.
A primeira frase do texto a seguir a um subtítulo não deve conter pronomes referindo-se a
suas palavras. Por exemplo deve escrever-se:
Lista de Ilustrações
e não:
Lista de Ilustrações
4.5.5 Posfácio
O posfácio, afterwords, é um esclarecimento que se faz no fim de um livro (Do lat. *postfatîo,
«conclusão; nota final», por analogia com praefatîo, «prefácio»)
O posfácio não é da responsabilidade do autor. Pode ser, por exemplo, uma nota do editor
— isto é, aquele que edita (Do lat. editóre-, «id.») ou publica a obra de um autor e assume as
despesas de composição, impressão e difusão que essa publicação ocasionar — sobre as
condições de divulgação da obra, se estes elementos não constavam da advertência.
4.5.6 Epílogos
O epílogo, epilogue, é a conclusão resumida de um livro, discurso, etc. Representa um
resumo, recapitulação, fecho (Do gr. epílogos, «peroração», pelo lat. epilògu-, «epílogo»).
O epílogo, é da responsabilidade do autor. Pode ser, por exemplo, uma nota do autor sobre
a sua recepção e crítica.
Epílogo e posfácio, são secções relativamente curtas com que se pode terminar o texto.
Não têm números de capítulo. Podem começar em páginas frente ou verso.
O posfácio, alheio, ou o epílogo, do autor, não devem confundir-se com a conclusão que
tende a ser mais extensa e normalmente deve assumir o significado e proporções de um
capítulo final com ou sem numeração.
4.5.7 Conclusão
p. 48 de 80
Parte final Anexos
É a última parte do texto. Deve ser breve, directa e exacta e tipicamente incluir:
4.6.1 Anexos
Um anexo, annex, attachment , é um elemento incorporado na obra e que é dependente ou
acessório (Do lat. annexu-, «junção; junto; unido»). É um documento que geralmente não é
do autor e serve para fundamentar, comprovar ou ilustrar a obra ou suas partes.
4.6.2 Apêndices
Um apêndice, appendix, representa um suplemento no fim de uma obra; é uma parte anexa
ou prolongamento (Do lat. appendîce-, «apêndice»). É um documento autónomo da
responsabilidade do autor que visa complementar a argumentação principal do estudo. São
os suplementos no fim da obra e constituídos por elementos que não figuram no corpo do
trabalho.
Anexos, alheios, e apêndices, do autor, são partes que expandem e elaboram o texto,
destacados deste para evitar interrupções na sequência lógica das secções ou capítulos. Não
são uma parte essencial do texto, mas ajudam o leitor que quer ser mais elucidado sobre o
texto. Podem ser, por exemplo, textos de documentos, legislação, listas compridas,
questionários de inquéritos ou gráficos ou tabelas, ilustrações, descrições, modelos de
formulários e impressos, leis, decretos, etc., com a finalidade de complementar,
documentar, esclarecer, provar ou confirmar ideias expressas no texto, relevantes ou
necessárias à maior compreensão do mesmo. Não devem ser um repositório para dados em
bruto que o autor foi incapaz de tratar no texto.
Quando há dois ou mais apêndices na monografia devem ser numerados como capítulos
(Apêndice 1, Apêndice 2, etc.) ou eventualmente com letras maiúsculas consecutivas
(Apêndice A, Apêndice B, etc.). Cada um deve ter um título. O primeiro apêndice
normalmente começa numa página da frente e os seguintes frente ou verso.
4.6.3 Glossário
O Glossário, glossary, é quer um vocabulário em que se dá a explicação de certas palavras
antigas ou pouco conhecidas quer um dicionário de termos técnicos de uma arte ou ciência
(Do lat. glossarîu, «id.»).
É útil, por exemplo, num livro com muitos termos estrangeiros, ou de uma área específica
científica ou técnica ou artística, com termos próprios. Tem fins pedagógicos e permite que
a obra possa ser lida e entendida por uma audiência mais vasta que especialistas da área.
As palavras a ser incluídas num glossário devem ser ordenadas alfabeticamente estando
cada uma numa linha separada e seguida da respectiva definição ou significado.
4.6.4 Bibliografia
A bibliografia deve assumir a forma de uma lista ordenada elaborada nos termos e de
acordo com as normas portuguesas e internacionais.
http://ibw-www.uia.ac.be/ibw/vakken/ggs/DST_Files/BFS.htm
(http://forum.diodati.org/messaggi.asp?f=6&id=316).
http://www.burioni.it/forum/ors-bfs9/text/6e12400-46.html
4.6.5 Índices
Os índices são uma lista de matérias, capítulos ou termos contidos no trabalho.
Apresentam frequentemente a forma de uma tabela ou rol alfabetado ou de uma lista
ordenada por um certo critério dos elementos que são referenciados para transmitir a sua
rápida localização no trabalho. São um elemento essencial de qualquer obra séria. A área da
obra e o seu objectivo determinam quais as questões que são pertinentes e quais são
periféricas. Os índices devem trazer um valor acrescentado e não ser uma simples lista de
concordâncias ou de localizações. Não confundir com sumário.
O índice, ou o primeiro de vários índices, geralmente começa numa página frente. Os mais
vulgares são os índices de nomes e de assuntos devendo, quando há os dois, ser primeiro o
índice de nomes. Normalmente apresentam-se a duas colunas por página e numa fonte
menor que a do texto. Com um moderno processador de texto são feitos e formatados,
automaticamente ou com muito pouco trabalho.
São a principal subdivisão de um índice. Uma entrada simples consiste num cabeçalho,
heading, e num localizador, locator. O cabeçalho identifica o assunto de cada entrada e o
localizador indica onde se encontra no texto a matéria relativa a esse assunto [ (The
University of Chicago Press, 1993) cap. 17].
¾ Alfabéticos
o Quando as entradas são ordenadas alfabeticamente.
¾ Sistemáticos
o Quando as entradas são ordenadas de acordo com um sistema de
classificação de assunto.
¾ Cronológicos
o Quando as entradas são ordenadas por data de ocorrência.
¾ Especiais
o Quando contém entradas específicas separadas para um tipo de
informação, tais como um índice onomástico que reúne
alfabeticamente personagens e autoridades citadas ao longo do
texto. Por exemplo, índice de autores, índice de assuntos, índice de
empresas etc.
¾ Gerais
o Quando combinam numa única ordenação, duas ou mais das
categorias indicadas anteriormente.
¾ Em linhas
o Quando se utiliza uma linha para cada informação.
¾ Em parágrafos
o Quando as informações referentes a uma entrada são agrupadas em
parágrafos.
Os índices especiais, por mais abundantes e exaustivos que sejam, jamais substituem o
índice geral. Entre outros, podem ser:
¾ Analítico
o De ideias que indica, para além das respectivas localizações, as
diferentes acepções de um mesmo termo; p. ex.: CIÊNCIA - como
discurso, p. 27; conceitos divergentes de C., p. 43; a História como
C. humana, p. 74 (Santos, F. D., 2005).
¾ Remissivo simples
p. 52 de 80
Parte final Abreviaturas. Acrónimos. Siglas
A sua função principal é sempre a visão num relance das matérias tratadas e a sua remissão
para os locais relevantes onde esses materiais estão expostos no texto. Esta remissão deve
ser feita sempre de um modo rápido e eficiente e sem fazer perder tempo ao leitor em
buscas difíceis ou infrutíferas.
Um índice, que não deve ser confundido com um sumário, pode ser construído conforme
o arranjo, o conteúdo e a forma. Deve ser situado no final da obra.
Acrónimo é um vocábulo formado pelas letras iniciais ou sílabas de várias palavras e que se
pronuncia como uma palavra normal (Do gr. ákron, «extremidade» +ónyma, «nome»).
Sigla é um sinal gráfico convencional que utiliza as letras iniciais de uma instituição ou
entidade e que pode funcionar como monograma ou logótipo. Era uma letra inicial que se
usava como abreviatura nos manuscritos e monumentos antigos. Pode ser a expressão
abreviada de uma firma, geralmente de composição anagramática (Do lat. sigla,
«abreviaturas»), que identifica graficamente uma instituição, empresa ou marca, estando
geralmente acompanhada de logótipo.
Abreviaturas e siglas são as formas abreviadas de nomes (Bergstrom, M.Reis, N., 1998).
Utilizam-se para evitar a repetição de palavras e expressões frequentemente utilizadas no
texto. Quando uma sigla ou abreviatura for apresentada pela primeira vez no texto, deve
ser precedida do nome por extenso.
Há normas e convenções já consagradas e que devem ser respeitadas. ISO. Por exemplo,
unidades de peso e medida são abreviadas quando por extenso: grama, mililitro,
percentagem.
Não se usa plural para as formas abreviadas de palavras. Por exemplo, editores: ed.;
organizadores: org.
Os meses do ano são abreviados pelas três primeiras letras, com excepção de Maio que não
se abrevia. Usam-se as iniciais minúsculas para meses em língua portuguesa e maiúsculas
quando em língua inglesa e alemã.
p. 54 de 80
Parte final Abreviaturas. Acrónimos. Siglas
¾ apud
o Citado por, conforme, segundo.
¾ ibidem ou ibid.
o Na mesma obra.
¾ idem ou id.
o Igual à anterior.
¾ opus citatum ou op. cit.
o Obra citada.
¾ passim
o Aqui e ali.
¾ sequentia ou et seq.
o Seguinte ou que se segue.
¾ loc. cit.
o No lugar citado.
¾ c.f.
o Confira.
§ parágrafo DELFIM
cf. supra p. 2, § 4 confira acima na página 2, parágrafo 4 (parágrafos DELFIM
ou páginas anteriores ao texto)
cf. infra p. 115, l. 8 confira abaixo na página 115, linha 8 (linhas ou DELFIM
páginas posteriores ao texto)
cf. nota 3 confira a nota 3 DELFIM
ud. (uide) veja DELFIM
ut supra, ut dictum como acima foi dito DELFIM
supra
ms., mss. (manu escrito(s) à mão DELFIM
scriptum, scripti)
pass. (passim) em vários passos da obra DELFIM
pp. (paginis) nas páginas DELFIM
pp. ss. ou p. 4 e ss. nas páginas seguintes ou na página 4 e seguintes DELFIM
s. u. (sub uoce) sob o lema (entrada) lexical, usado em enciclopédias DELFIM
e dicionários
n. b. (nota bene) atenção a esta nota DELFIM
p. s. (post scriptum) escrito depois DELFIM
incipit início de um texto, que não deve ser confundido DELFIM
com o título e os subtítulos ou cabeçalhos
explicit final de um texto, que não deve ser confundido com DELFIM
o cólofon
Uma errata é o conjunto das emendas de erros num livro, num impresso, etc.; corrigenda;
(Do lat. erráta, «coisas erradas», part. pass. neut. pl. de erráre, «errar; andar ao acaso; cometer
erro»). Corrigenda erros a corrigir num livro; errata; admoestação (Do lat. corrigenda, «coisas
que devem ser corrigidas», ger. neut. pl. subst. de corrigâre, «corrigir»).
A errata lista os erros e as suas correcções. Normalmente toma a forma de umas folhas
soltas de papel ou juntas de um modo simples.
Uma folha de errata não é uma parte normal de uma monografia. Nunca deve ser utilizada
apenas para corrigir erros ortográficos, que nem deviam existir em primeiro lugar com o
bom uso de um moderno processador de texto com corrector ortográfico FLIP. Porém,
caso existam, devem ser corrigidos numa impressão posterior. É frequente em trabalhos
académicos, após a sua defesa, que o exemplar “final” do trabalho que vai para a biblioteca
da instituição seja corrigido desses erros, para além de incorporar eventuais modificações
ditadas pelo júri de avaliação.
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Estrutura Exterior ou Parte Complementar Colofão ou cólofon
A errata não deve ser utilizada para inserir adições ou revisões do texto impresso que
devem ir para um posfácio. Só deve ser utilizada em casos extremos onde o erro possa
causar incompreensão ou interpretação completamente errónea do texto e tenha sido
detectado antes da encadernação e seja de todo impossível reimprimir em particular as
páginas com os erros. Por exemplo, pode ser o caso de trocar a autoria de uma obra ou
negar o que é verdadeiro.
A inclusão de uma errata pode ser justificada se, por exemplo, toda ou uma parte da
monografia for reproduzida fotograficamente onde há alguns erros facilmente corrigíveis.
Deve haver um cabeçalho a explicar a questão.
A errata, caso exista, pode ser colocada no fim dos preliminares ou no fim da monografia e
deve estar mencionada no índice.
O colofão ou cólofon representa as notas de impressão onde consta o local, data, número
de exemplares, nome e morada da tipografia e mesmo o lema do impressor. Nas obras
antigas a dedicatória ou louvor a personagem religiosa era colocada no final do cólofon. É a
inscrição que pode estar no fim ou início do livro e que contém a informação sobre o
título, autor, editor, gráfico, tipografia, local e data de impressão, entre outros.
Caderno
Quadro 9
4.7.1 Capa
Capa peça que forma a lombada e as faces anterior e posterior de uma publicação; o que
envolve ou cobre qualquer coisa; invólucro; protecção; aparência (Do gr. kápa, «capote»,
pelo lat. tard. cappa-, «manto; toucado»)
Deverá incluir:
• O título da obra.
o Se houver subtítulos, utilizar tipo menor de impressão;
• O nome do autor ou autores da monografia.
o O nome completo do autor
• O nome da instituição e a data de conclusão.
o No caso de instituição de ensino, incluir a Universidade, Faculdade
e Departamento
• O local onde foi realizada e entregue.
o Nome da cidade
4.7.2 Contracapa
A contracapa é a face posterior de livro ou revista (De contra-+capa).
Cobertura, Cover o que serve para cobrir; elemento superior de uma construção (Do lat.
coopertura-, «id.»).
Badana. Extensão das capas ou sobrecapas de um livro que se dobram para o interior.
As badanas ou orelhas, dobras internas da capa e contracapa, cada uma das partes da capa
de uma brochura que dobram para dentro, podem conter um extracto do prefácio ou do
prólogo, ou um breve apontamento biográfico sobre o autor acompanhado ou não de
fotografia ou gravura.
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Estrutura Exterior ou Parte Complementar Lombada
4.7.4 Lombada
Lombo, dorso. Na encadernação de livros e revistas, a parte que une a frente à traseira da
capa. O lado de brochuras, livretos, revistas, folhetos, etc. onde está a costura, colagem ou
grampo, oposto ao corte da frente. Lombo ou dorso é mais empregado para o lado oposto
ao da frente em livros, no seu aspecto final
Parte do livro oposta ao corte da frente, onde se cosem ou colam os cadernos com a capa.
5. ASPECTOS GERAIS
As recomendações a seguir são geralmente aplicáveis a todos os documentos académicos.
Será dada mais atenção aos que são componentes de teses, dissertações e artigos científicos.
Deve a prosa ser clara, precisa e concisa, bem referenciada e usando terminologia actual e
própria da área de estudo. O estilo não pode esquecer os destinatários usando frases e
parágrafos curtos. Aproveitar as métricas de uso e grau de dificuldade e os correctores
gramaticais de que dispõem os modernos processadores de texto para controlar aspectos de
concordância verbal, ortografia, uso de pontuação, etc.
5.2 Numeração
A razão fundamental para a divisão de uma monografia em preliminares, texto principal,
parte final diz respeito à numeração e ao modo como historicamente estas partes eram
preparadas para edição. Numeração é o acto ou efeito de numerar, a aposição de números
(Do lat. numeratióne-, «id.»). Os preliminares são tradicionalmente numerados com
numeração romana em letras minúsculas enquanto o texto principal é normalmente
numerado com numeração árabe. A parte final normalmente é numerada com a mesma
sequência e estilo do texto principal.
A numeração sucessiva das secções de uma obra tem por objectivo proporcionar o seu
desenvolvimento lógico, hierarquizado e coerente e facilitar a localização de cada uma de
suas partes.
Idem para a numeração sucessiva das notas de rodapé que qualquer processador de texto
numera automaticamente.
5.3 Paginação
A paginação é o acto ou efeito de paginar (De paginar+-ção). Paginar é numerar
ordenadamente as páginas de um original ou dispor a composição ou as provas de um
original para formar as páginas (De página+-ar). Antigamente era feita pelo paginador, o
tipógrafo especializado em serviços de paginação, que reduzia a páginas a composição que
está em granel ou galeão.
Usa-se o termo fólio para o número de página. Folha de quatro páginas de impressão. O
fólio substantivo masculino. Livro comercial numerado por folhas e não por páginas; as
p. 60 de 80
Datas Lombada
duas páginas de uma folha; algarismo designativo do fólio de um livro manuscrito; livro
impresso em formato de in-fólio (Do lat. folîu-, «folha»). In-fólio do Lat. in, pref. + foliu,
folha adj. e s. m., formato de um livro em que cada folha de impressão é dobrada em duas;
livro com esse formato.
Quadro 11. Página onde se devem iniciar os diferentes elementos de uma monografia.
5.4 Datas
A data época precisa em que um facto acontece; indicação dessa época precisa (Do lat. data-
, «dada», part. pass. fem. de dáre, «dar»).
As vantagens da notação da data normalizada pela ISO 8601, comparadas com as variantes
que tantas vezes se vêem, são muitas. Com efeito quando escritas respeitando estas normas
as datas são:
A norma ISO 8601 só especifica as notações numéricas mas não inclui datas e tempos onde
se usam palavras na representação nem pretende substituí-las. Por exemplo, 7 de Maio de
2002 continua a usar-se, mas não se deve utilizar 7/5/02.
A norma ISO 8601 especifica ainda formatos alternativos para requisitos especiais. Os
hífenes podem ser omitidos se a representação compacta for mais importante que a
legibilidade humana, por exemplo, 20020507. Nos casos onde a informação sobre o século
não é necessária pode-se usar uma representação de dois dígitos para o ano: 02-05-07 ou
020507.
A norma cobre ainda a escrita e definição da semana do ano (a semana 01 do ano é por
definição a primeira semana que tem uma quinta-feira nesse ano).
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Tamanho do papel Tamanhos de Papel ISO
No sistema de tamanhos de papel ISO, todas as páginas têm uma razão altura sobre largura
(aspecto) igual à raiz quadrada de dois (1:1,4142). A vantagem desta normalização reflecte-
se de inúmeros modos. Por exemplo, se colocarmos lado a lado duas folhas com esse
aspecto ou, alternativamente, se cortarmos uma folha paralelamente ao seu lado mais curto
em duas partes iguais, então a folha resultante terá o mesmo aspecto (1:1,4142).
Todos os tamanhos ISO são baseados no sistema métrico. A área das folhas foi definida
para ter um valor arredondado ou melhor inteiro, simplificando o cálculo do peso de um
documento conhecida a densidade (designada por gramagem do papel) em g/m2.
Para as aplicações onde a série ISO A não proporciona um formato adequado, há a série B.
A série C de formatos foi definida para envelopes. Na tabela seguinte apresentam-se as
principais aplicações dos formatos mais populares:
Tamanhos Aplicações
A0, A1 Desenhos técnicos, cartazes, posters
A2, A3 Desenhos, diagramas, tabelas grandes
A4 Cartas, revistas, impressos, catálogos, saídas de impressão de
impressoras laser e fotocopiadoras
A5 Blocos de notas
A6 Postais
B5, A5, B6, A6 Livros
C4, C5, C6 Envelopes para cartas A4: sem dobras C4, dobrado uma vez C5,
dobrado duas vezes C6
B4, A3 Jornais, muitas fotocopiadoras e impressoras para além do A4
B8, A8 Cartas de jogar
Exemplo de uso: quer-se fotocopiar uma revista com um formato A4. Para economizar
papel pretende-se ter duas folhas de revista por fotocópia. Abrindo a revista as duas
páginas abertas tem um tamanho A3. Colocando a ampliação da fotocopiadora em 71%
(raiz quadrada de 1/2) ou seleccionando o botão, quase sempre existente, A3ÆA4, ambas
as páginas da revista ajustam-se exactamente na fotocópia A4 ou seja, cada folha
reproduzida tem agora tamanho A5. Não há margens desperdiçadas no papel, nenhuma
parte do texto fica cortado, não é preciso andar a experimentar com as ampliações. O
mesmo se aplica para livros em formato B5 ou A5.
A ISO 623 especifica o tamanho de pastas e capas destinadas a receber folhas A4, etc.
A ISO 838 especifica que para efeitos de arquivo pode-se fazer duas perfurações de
6±0.5mm nas folhas; os centros das duas perfurações devem distar 80±0.5 mm e estar a
uma distância de 12±1 mm à borda mais próxima do papel. As perfurações devem ser
feitas simetricamente em relação ao eixo da página ou da folha. Qualquer formato, até pelo
menos o tamanho A7, pode ser arquivado com este sistema.
Para quem não usa já câmaras de documentação de vídeo e tem ainda que usar
retroprojectores ou seja projectores que reproduzem as imagens num ecrã situado por trás
da pessoa que utiliza este aparelho, como ainda acontece na maioria das nossas escolas, e se
tiver dúvidas sobre qual a área da folha que se tem disponível para usar, há a norma ISO
7943-1. Ela especifica dois tamanhos normalizados para áreas úteis de imagem: tipo A, 250
x 250 mm (com os cantos arredondados com um raio menor que 60 mm) e tipo B, 285 x
285 mm (com os cantos arredondados com um raio menor que 40 mm ou cortados
diagonalmente não mais de 40 mm). Por isso quando se usa transparências tamanho A4
deve-se deixar pelo menos uma margem de 30 mm no topo e no fundo.
Muitos visores de computadores tem o mesmo aspecto (razão altura sobre largura) que as
tradicionais televisão 4:3=640:480=800:600=1024:768=1280:960.
p. 64 de 80
Disposição ou Plano de Página Orientação dos Livros
tamanhos ISO para correspondência fora dos EUA e, praticamente, todas as impressoras e
fotocopiadoras americanas podem trabalhar com A4.
Porém o facto do ISO A4 ser 6 mm mais estreito e 18 mm mais alto que o “letter”, ainda
causa muitos problemas de impressão. Muitos documentos oriundos dos EUA não podem
frequentemente ser impressos sem perda de texto, ou tem que ser reformatados, ou deixam
demasiada margem em branco no topo ou no fundo da página, ou a impressora recusa-se a
imprimir porque o software (às vezes a configuração do servidor!) seleccionou tamanho
“letter” e este não está disponível! Os documentos tem que ser impressos com uma
ampliação de 94% para caberem no papel 6% mais baixo, e os documentos “letter” tem que
ser impressos com 97% redução para caberem no tamanho A4 que é 3% mais estreito. No
software moderno de edição de texto há várias opções para resolver automaticamente o
problema de criar um original para imprimir em diferentes tamanhos de papel, ampliar ou
reduzir, configurar a impressora para um papel e converter os outros tamanhos para este,
(Word: Tools, Options, Print) etc.
Estilo, maneira especial ou característica de dizer, escrever, compor, pintar, esculpir, etc.;
costume; pragmática; ponteiro com que se escrevia antigamente (Do lat. stilu-, «ponteiro
com que se escrevia em tábuas enceradas»).
Querendo mudar o estilo de texto, pode aplicar-se um estilo existente, também conhecido
como um estilo embutido. Se não há um estilo com as características pretendidas, pode-se
criar um estilo novo, e então aplicá-lo.
Note-se que ao mudar um elemento de formatação do estilo básico num documento, todos
os estilos com origem nesse estilo básico naquele documento também reflectirão a
mudança.
O estilo de uma monografia ou a disposição numa página são os elementos mais sujeitos a
regras institucionais.
p. 66 de 80
Encadernação. Acabamento Espaçamento ou Entrelinhas
5.6.3 Margens
Margem parte branca aos lados de uma página manuscrita ou impressa; cercadura (Do lat.
margîne-, «id.»)
Deve ser respeitada uma margem suficiente em cima, em baixo e nos lados, geralmente 3,5
cm à esquerda e 2 cm à direita, de modo a que uma eventual encadernação não dificulte a
leitura integral do texto.
6. Conclusão
Considerações finais
O presente trabalho está a ser escrito com o objectivo de prestar algumas orientações
relacionadas ao conteúdo, à redacção e à normalização de documentos académicos.
p. 68 de 80
Encadernação. Acabamento Margens
Abreviatura
Abstracto
Folha de abstracto
Material acompanhante
Acrónimo
Anexo
Anotação
Autor
Unidade bibliográfica
Bibliografia
Legenda
Código
Cólofon ou colofão
Programa de computador
Contribuição
Autor colectivo
Documento
Título marginal?
Edição
Documento electrónico
Numeração
Ficheiro
Nota de rodapé
Meio? Título
Cabeçalho
Ilustração
Impressão
Índice
Entrada de índice
Indexação
ISBN
ISSN
Título chave
Monografia
Monografia multivolume
Notação
Local de publicação
Publicação
Editor
Sinal ortográfico
Registo
Rosto ou frente?
Título de secção
“Ver também”
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Encadernação. Acabamento Margens
“Ver”
Série
Lombada
Título de lombada
Direitos de autor
Data de edição
Objectivo
Responsabilidade secundária
Subtítulo
Sumário
Tabela
Etiqueta
Relatório técnico
Tese; dissertação
Título
Folhas de título
Página de título
Ecrã de título
Versão
Verso
A SGML é poderosa e complexa, e tem sido muito usada quer industrial quer
comercialmente na última década, havendo por isso não só um bom conhecimento dela
mas também muito software nela produzido. XML é uma versão reduzida da SGML que
mantém o bastante da sua funcionalidade para ser útil mas que remove todas as opções que
tornam a SGML muito complexa para programar num ambiente de Web.
A HTML, Hyper Text Markup Language, é uma linguagem de autor para criar documentos na
Web que é parecida com a SGML embora não sendo exactamente um subconjunto desta.
Com HTML (que, para além do texto, tem comandos para introdução de imagens,
formulários, alteração de fontes, etc.) podem-se definir páginas que contenham informação
nos mais variados formatos: texto, som, imagens e animações.
8.1 A Marcação
Uma marcação7 num documento é tudo aquilo que não lhe acrescenta conteúdo.
Originalmente as marcações referiam-se às anotações feitas a mão pelos autores e designers
ao texto escrito, por exemplo, indicando que tipo de letra se deveria usar. Esta é a
marcação conhecida como marcação de procedimentos e é usado pela maioria dos sistemas
de publicação electrónica.
Nestes sistemas normalmente os formatos dos ficheiros são proprietários como os .doc e
.xls dos Microsoft Word e Excel. Uma marcação por procedimentos define o modo como
o documento aparece num meio específico, por exemplo, uma apresentação Power Point
ou um relatório impresso do Word. Dificilmente ficam bons numa plataforma diferente da
originalmente pensada.
7 http://lie-br.conectiva.com.br/godoy/sgml-1.html .
p. 72 de 80
Vantagens do SGML Estrutura
Um documento SGML pode ser dividido em três camadas: estrutura, conteúdo, e estilo. A
SGML lida principalmente com as inter-relações entre estrutura e conteúdo num
documento.
8.2.1 Estrutura
No centro de uma aplicação SGML está o ficheiro DTD, Definição do Tipo de
Documento, Document Type Definition, que descreve a estrutura de um documento. Um
DTD disponibiliza não só uma base para os elementos (capítulos, títulos de capítulos,
secções e tópicos) que constituem um documento mas também especifica regras para a
relação entre os diversos elementos. Por exemplo, um título de capítulo deve ser o primeiro
elemento de início de um novo capítulo. As regras definidas pelo DTD asseguram a
estrutura lógica e consistente do documento.
8.2.2 Conteúdo
Estilo?
A eficiência também aumenta porque se mantém apenas uma cópia da informação que será
reutilizada por muitos utilizadores. Por outro lado, como as marcações são interpretáveis
pelos computadores, pode-se gerir e manter os diferentes usos da tarefa a partir de uma
fonte única.
A integridade de dados é melhorada pois a estrutura dos documentos ajuda a garantir que a
informação correcta esteja no lugar certo estruturando melhor a informação. Como o
SGML elimina a tradução de dados reduz-se o risco de perder informações durante a
filtragem de dados de um formato para outro.
Há maior flexibilidade porque a informação criada pode ser usada futuramente de qualquer
outra forma. Um documento SGML pode ser formatado para diversos formatos como, por
exemplo, páginas de Web, bancos de dados, sistemas periciais, correio electrónico,
documentos em hipertexto, CD-ROM, manuais técnicos, etc.
p. 74 de 80
Normas Desenvolvidas pelo ISO TC46/SC9 Conteúdo
• ISO 4:1997, Information and documentation - Rules for the abbreviation of title words and titles
of publications. Third edition.
• ISO 690:1987, Documentation -- Bibliographic references - Content, form and structure.
Second edition.
• ISO 690-2:1997, Information and documentation -- Bibliographic references -- Part 2:
Electronic documents or parts thereof. First edition.
[Également disponible en français]
• ISO 832:1994, Information and documentation -- Bibliographic description and references -
Rules for the abbreviation of bibliographic terms. Second edition.
• ISO 999:1996, Information and documentation - Guidelines for the content, organization and
presentation of indexes. Second edition.
• ISO 2108:1992, Information and documentation - International Standard Book Numbering
(ISBN). Third edition.
• ISO 2788:1986, Documentation - Guidelines for the establishment and development of
monolingual thesauri. Second edition.
• ISO 3297:1998, Information and documentation - International Standard Serial Number
(ISSN). Third edition.
• ISO 3901:2001, Information and documentation - International Standard Recording Code
(ISRC). Second edition.
• ISO 5963:1985, Documentation - Methods for examining documents, determining their subjects,
and selecting indexing terms. First edition.
• ISO 5964:1985, Documentation - Guidelines for the establishment and development of
multilingual thesauri. First edition.
• ISO 10324:1997, Information and documentation - Holdings statements - Summary level. First
edition.
• ISO 10444:1997, Information and documentation - International standard technical report
number (ISRN). First edition.
• ISO 10957:1993, Information and documentation - International Standard Music Number
(ISMN). First edition.
• ISO 15707:2001, Information and documentation - International Standard Musical Work
Code (ISWC). First edition.
• Glossary of terms and definitions in ISO standards for the identification and
description of information resources [under development].
Depósito Legal
O Depósito Legal, regulado até 1982 pelo Decreto nº 19 952 de 27 de Junho de 1931, é
actualmente regulado pelo Decreto-Lei nº 74/82 de 3 de Março e pelo Decreto-Lei nº
362/86 de 28 de Outubro.
http://www.bn.pt/servicos-ao-publico/sp-deposito-legal.html.
Decreto-Lei 362/86
http://www.bn.pt/servicos-ao-publico/imagens-alvaras-dl/dec-lei-362-
86.pdf
[teses de doutoramento/mestrado; 1064 KB]
Decreto-Lei 74/82
http://www.bn.pt/servicos-ao-publico/imagens-alvaras-dl/dec-lei-74-
82.pdf
[1530 KB]
p. 76 de 80
Objectivos Conteúdo
Note-se que esta divisão lógica a seguir apresentada não tem os aspectos formais
vinculativos das aspecto formais apresentados e representam apenas uma orientação para o
autor do trabalho organizar o seu pensamento e se tornar mais claro para os leitores.
11.1 Objectivos
Devem ser definidos cuidadosamente e na intenção de produzir algo de novo.
A exposição dos argumentos deve ser sempre referenciada, com a indicação correcta e
completa das fontes de informação consultadas, e da sua localização exacta.
11.2 Introdução
A introdução, background, resume de um modo sucinto os objectivos da monografia, as
razões de sua elaboração e as relações com outros trabalhos existentes. Expõe o status
quaestionis antes da intervenção do autor. Não se deve repetir ou parafrasear o resumo nem
se deve antecipar as conclusões e recomendações existentes ou resultantes do trabalho.
Embora figure no início do trabalho, é frequentemente a última parte a ser redigida em
definitivo, por ser uma síntese didáctica das ideias e temas tratados. Deverá contextualizar o
tema tratado, indicando os antecedentes, tendências, pontos críticos, preocupações,
justificações e razões do trabalho. Depois deve colocar os problemas de investigação ou
questões a serem respondidas, e as possíveis contribuições e implicações esperadas do
estudo.
11.4 Metodologia
A metodologia deve definir o objectivo do estudo e a sua relação com o referencial teórico
existente, as questões e hipóteses do estudo e a descrição e justificação de metodologias
utilizadas. Havendo trabalho de campo ou experimental e uma abordagem quantitativa
deve definir a população, o objecto de estudo, a amostra, o processo de amostragem, a
forma e técnica de obtenção de dados e informações, as técnicas estatísticas empregadas na
análise. Pormenores de desenvolvimentos matemáticas ou procedimentos experimentais, se
forem necessários, devem ir para anexos.
11.5 Desenvolvimento
Normalmente é a parte mais importante e mais extensa do texto. A sua estrutura deve
normalmente basear-se no bom senso e usos da área em estudo. Deve seguir uma
sequência lógica e tentar facilitar ao máximo o entendimento do leitor.
11.6 Resultados
Destinam-se a fundamentar todas as questões levantadas usando quer análises quantitativas
quer qualitativas das informações e dados coligidos. Deve sempre relacionar-se esses
resultados com os objectivos, questões e hipóteses em investigação e dando-lhes
significado no contexto do referencial teórico utilizado. É essencial discutir os resultados
em função dos objectivos propostos no estudo.
11.7 Conclusão
Deve apresentar de um modo claro e objectivo os resultados tirados da investigação ou
colocados ao longo da discussão da matéria, devendo ser o fecho do trabalho. Deve
representar sinteticamente as ideias principais e os pormenores mais importantes do
estudo, já apresentados na introdução, face às contribuições proporcionadas pelo trabalho
de investigação.
Não deve abordar pormenores operacionais dos conceitos utilizados. Nunca deve
extrapolar os resultados do estudo para além do que a metodologia e abrangência utilizadas
o permitir. Deve ressalvar sempre as limitações do estudo. Deve recomendar métodos para
sua implementação e sugerir outras futuras investigações adicionais e complementares.
p. 78 de 80
Conclusão Conteúdo
12. Bibliografia
AZEVEDO, C. A. M.AZEVEDO, A. G. D. − Metodologia Científica: Contributos
Práticos Para a Elaboração De Trabalhos Académicos. Porto: C. Azevedo.
1994. 154 p. I S B N 972 9114 10 2.
COUNCIL OF BIOLOGY EDITORS − Scientific Style and Format the Cbe Manual
for Authors, Editors, and Publishers. 6, Cambridge: Cambridge University Press.
1994. p. I S B N 0 521 47154 0 Hardback.
RITTER, R. M. − Oxford Guide to Style. The Style Bible for All Writers, Editors, and
Publishers. Hart's Rules for the 21st Century. 2nd, Oxford: Oxford University
Press. 2002. 623 p. I S B N 019 869175 0.
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