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Jorge Reis Lima

Como publicar
monografias e trabalhos
académicos

Versão Preliminar (em desenvolvimento)


Quinta-feira, 13 de Janeiro de 2005
Normas de publicação de monografias e trabalhos académicos Preâmbulo

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Objectivos. A invenção da imprensa por Gutenberg

Índice
1. PREÂMBULO ........................................................................................................ 8

2. INTRODUÇÃO ÀS MONOGRAFIAS .............................................................. 11

2.1 OBJECTIVOS..................................................................................................... 11

2.2 O QUE É UMA MONOGRAFIA............................................................................ 13

2.3 COMUNICAR A ESCREVER ................................................................................ 14

2.4 DE GUTENBERG AO COMPUTADOR PESSOAL ................................................... 14

2.4.1 A invenção da imprensa por Gutenberg................................................. 14

2.4.2 A revolução industrial: vapor, molde de linhas, moldes automáticos (de


1870-95 a 1950-65) ................................................................................................ 15

2.4.3 Fotocomposição (Intertipo et al. de 1950-60 a 1975-85) ...................... 15

2.4.4 Digital (início 1973-83).......................................................................... 16

2.5 AS REGRAS DE APRESENTAÇÃO ...................................................................... 18

2.6 PRINCÍPIOS GERAIS NORMALIZADORES ........................................................... 19

2.7 NORMAS .......................................................................................................... 19

2.7.1 As normas da ISO TC 46/SC 9 ............................................................... 19

3. MONOGRAFIAS. ASPECTOS FORMAIS ...................................................... 20

3.1 UM LIVRO ........................................................................................................ 20

3.1.1 O que é um livro? ................................................................................... 20

3.1.2 Tipos de livros ........................................................................................ 22

3.2 A CONSISTÊNCIA OU UNIFORMIDADE .............................................................. 23

3.3 O CONTEÚDO OU INFORMAÇÃO ....................................................................... 26

3.4 A ORGANIZAÇÃO OU ESTRUTURA ................................................................... 27

4. MONOGRAFIAS. ASPECTOS PRÁTICOS..................................................... 29

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Normas de publicação de monografias e trabalhos académicos Preâmbulo

4.1 TIPOS DE DOCUMENTOS .................................................................................. 29

4.2 ESTRUTURA INTERNA. AS PARTES ESSENCIAIS ............................................... 31

4.3 PAPEL. FOLHAS. PÁGINA. FRENTE. VERSO ...................................................... 34

4.4 PRELIMINARES ................................................................................................. 34

4.4.1 Anterrosto ............................................................................................... 34

4.4.2 Folha de Rosto ou Página de Título....................................................... 35

4.4.3 Página dos Direitos de Autor ................................................................. 36

4.4.4 Dedicatória............................................................................................. 36

4.4.5 Epígrafe .................................................................................................. 36

4.4.6 Índice ...................................................................................................... 37

4.4.7 Listas....................................................................................................... 37

4.4.8 Prefácio ou Apresentação ...................................................................... 40

4.4.9 Preâmbulo ou Prólogo. Agradecimentos ............................................... 41

4.4.10 Outros Preliminares ............................................................................... 41

4.4.11 Resumo ................................................................................................... 42

4.4.12 Sumário................................................................................................... 43

4.4.13 Legislação............................................................................................... 44

4.5 TEXTO PRINCIPAL ............................................................................................ 44

4.5.1 Volumes .................................................................................................. 45

4.5.2 Partes...................................................................................................... 45

4.5.3 Capítulos................................................................................................. 45

4.5.4 Secções ................................................................................................... 46

4.5.5 Posfácio .................................................................................................. 48

4.5.6 Epílogos .................................................................................................. 48

4.5.7 Conclusão ............................................................................................... 48

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Objectivos. A invenção da imprensa por Gutenberg

4.6 PARTE FINAL.................................................................................................... 49

4.6.1 Anexos..................................................................................................... 49

4.6.2 Apêndices................................................................................................ 49

4.6.3 Glossário ................................................................................................ 50

4.6.4 Bibliografia............................................................................................. 50

4.6.5 Índices..................................................................................................... 51

4.6.6 Abreviaturas. Acrónimos. Siglas ............................................................ 53

4.6.7 Errata ou corrigenda.............................................................................. 56

4.6.8 Colofão ou cólofon ................................................................................. 57

4.7 ESTRUTURA EXTERIOR OU PARTE COMPLEMENTAR ........................................ 57

4.7.1 Capa ....................................................................................................... 58

4.7.2 Contracapa ............................................................................................. 58

4.7.3 Cobertura. Badanas ............................................................................... 58

4.7.4 Lombada ................................................................................................. 59

5. ASPECTOS GERAIS........................................................................................... 60

5.1 ESTILO DE LINGUAGEM ................................................................................... 60

5.2 NUMERAÇÃO ................................................................................................... 60

5.3 PAGINAÇÃO ..................................................................................................... 60

5.4 DATAS ............................................................................................................. 61

5.4.1 Hora do Dia............................................................................................ 62

5.5 TAMANHO DO PAPEL ........................................................................................ 62

5.5.1 Tamanhos de Papel ISO ......................................................................... 63

5.5.2 Tamanhos para Retroprojectores........................................................... 64

5.5.3 Tamanhos para Monitores ..................................................................... 64

5.5.4 Outros Tamanhos de Papel .................................................................... 64

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5.5.5 Orientação dos Livros ............................................................................ 65

5.6 DISPOSIÇÃO OU PLANO DE PÁGINA.................................................................. 65

5.6.1 O Estilo de uma Monografia .................................................................. 66

5.6.2 Espaçamento ou Entrelinhas.................................................................. 67

5.6.3 Margens .................................................................................................. 67

5.7 ENCADERNAÇÃO. ACABAMENTO ..................................................................... 67

6. CONCLUSÃO....................................................................................................... 68

7. ANEXO 1. GLOSSÁRIO ISO ............................................................................. 69

8. ANEXO 2. LINGUAGENS DE MARCAÇÃO DE TEXTO. SGML............... 72

8.1 A MARCAÇÃO ................................................................................................. 72

8.2 VANTAGENS DO SGML ................................................................................... 73

8.2.1 Estrutura................................................................................................. 73

8.2.2 Conteúdo................................................................................................. 73

8.3 OBJECTIVOS DO SGML ................................................................................... 73

9. ANEXO 3. ISO TC46/SC9 ................................................................................... 75

9.1 NORMAS DESENVOLVIDAS PELO ISO TC46/SC9 ............................................ 75

10. ANEXO 4. DECRETO-LEI N.º 362/86 DE 28 DE OUTUBRO, DECRETO-


LEI N.º 74/82 DE 3 DE MARÇO ................................................................................ 76

11. APÊNDICE 1. A ORGANIZAÇÃO LÓGICA DO TEXTO ........................ 77

11.1 OBJECTIVOS..................................................................................................... 77

11.2 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 77

11.3 REVISÃO DA LITERATURA (OU ESTADO DA ARTE)........................................... 77

11.4 METODOLOGIA ................................................................................................ 78

11.5 DESENVOLVIMENTO ........................................................................................ 78

11.6 RESULTADOS ................................................................................................... 78

11.7 CONCLUSÃO .................................................................................................... 78


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Objectivos. A invenção da imprensa por Gutenberg

12. BIBLIOGRAFIA .............................................................................................. 80

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Normas de publicação de monografias e trabalhos académicos Preâmbulo

1. Preâmbulo
A arte de bem escrever e comunicar, a correcta estruturação de um trabalho, o
planeamento de uma investigação, a escrita de um relatório quer técnico quer descritivo de
modo exacto ou uma comunicação científica dele emergente, são matérias que
tradicionalmente os alunos de todos os graus de ensino e jovens investigadores têm
dificuldade em dominar e aprender. Esses problemas tem vindo a agravar-se com a
introdução crescente das novas tecnologias da informação e comunicação, TIC. A partir
das décadas de oitenta a noventa do século 20, as TIC trouxeram não só grande valor
acrescentado relativamente às técnicas mais tradicionais e métodos até então utilizados mas
também a necessidade de as aprender a utilizar e uma mudança de mentalidade e atitude
quanto à escrita e produção de obras e os seus custos de produção.

O aparecimento e expansão das TIC é uma causa próxima pois a mais importante causa
remota desta falta de capacidade de escrever está na crescente falta do domínio dos
mínimos básicos da língua materna. E este domínio, ou melhor a sua falta, é a principal
causa da evidente falta de rendimento de muitos dos alunos. Se alguém não se sabe
exprimir-se num idioma ou se não entende a sua sintaxe e semântica ou se o vocabulário
que tem é insuficiente, como pode entender o que ouve, lê ou tem que escrever? Tudo são
“portantos” e “coisos” e classes genéricas (tais como árvores — pássaros — papéis, ... , em
vez de, por exemplo, castanheiro, sobreiro, salgueiro, oliveira, ... — pardal, pintassilgo,
canário, melro ... — livro, revista, brochura, jornal, ... )

Apesar da publicação de numerosos trabalhos nesta área tentando cada um melhorar os


textos anteriores, os alunos e muitos professores continuam a ficar perplexos em virtude
das numerosas regras e conselhos por vezes contraditórios que precisam lembrar e
correlacionar para a escrita, com razoável legibilidade, de uma comunicação ou monografia.
E muitos destes conselhos aparecem por vezes com carácter de juízo normativo quando
têm carácter subjectivo. Acresce a todos estes problemas as dificuldades do carácter
diferente de apresentação nas áreas humanísticas e nas de ciência e tecnologias apesar de
existir uma grande identidade entre as áreas de qualquer tipo. Por outro lado a existência de
várias interpretações de termos e recentes mudanças nas regras, por exemplo, de citação
juntamente com a implantação da informática e do uso generalizado e indispensável da
Internet, como fonte de informação e acesso ao conhecimento, tem contribuído para
muitas das dificuldades experimentadas pelos alunos.

De um modo geral tenho verificado e identificado, nesta como noutras áreas pelo menos
os seguintes tipos de dificuldades em várias gerações de alunos do ensino secundário ao de
pós-graduação:

• A inexistência de regras sistemáticas que possam ser seguidas passo a passo para
minorar os problemas de planeamento, escrita, estruturação, comunicação ou relato
de um dado trabalho reportado a uma determinada investigação.
Isto resulta dos muitos princípios, regras, convenções que podem estar envolvidas
nestas questões. Por outro lado tentar prescrever simplisticamente um conjunto de
regras a seguir passo a passo e as suas numerosas variações possíveis
provavelmente seria mais complicado do que resolver o problema directamente
com algumas tentativas e versões por imitação do que já existe publicado. Além
disso a escrita no seu aspecto de comunicar informação e conhecimento tem muito
de arte e está longe de ser uma mera técnica.

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Objectivos. A invenção da imprensa por Gutenberg

• Muitos dos textos existentes frequentemente apresentam princípios ou boas


práticas ou normas em algumas páginas escritas por um profissional, que tem um
domínio aprofundado desses temas o qual não é partilhado pelos leitores alunos.
Muitas vezes são apresentadas afirmações que não são suficientemente
pormenorizadas e explicadas para fazer compreender ao aluno a vasta gama de
aplicações e diferentes aspectos do que se está a estudar. Um aluno médio é
obrigado a aprender e redescobrir aquilo que há muito é sabido e praticado mas não
publicado e suficientemente explanado.
• Geralmente os exemplos que acompanham as explicações de um dado tópico são
poucos e simplistas não dando ao aluno um bom domínio da matéria.
• Muitos exemplos são apresentados de uma forma muito abreviada e não comentada
requerendo que o aluno derive o que foi omitido contrariamente ao que deve ser
um exemplo.
• Frequentemente os exemplos são escritos de modo confuso.
Não explicitam o problema e apresentam a solução. Muitas vezes são mais uma
discussão geral sem revelar o que se pretende resolver ou evitar.
• Os exemplos nem sempre apresentam imagens quando apropriado dificultando a
simplificação e organização do pensamento do leitor.
• Os alunos só aprendem um assunto fazendo eles próprios exercícios adequados
posteriormente corrigidos.
• Ao encetar uma investigação e ao escrever as respectivas comunicações, relatórios,
etc., os alunos descobrem que necessitam dedicar muito mais tempo ao
planeamento e clarificação de objectivos e à escrita e à formatação adequada do
material escrito do que inicialmente tinham pensado.
Provavelmente a frase mais ouvida em apresentações é “faltou-me tempo...”
particularmente para um trabalho ou monografia mal escrita e pior impressa.
Muitas vezes técnicas, métodos ou programas (ou simples comandos e opções
disponíveis. Os truques...) que permitiam obter os resultados pretendidos de modo
muito simples ou automático com enorme economia de tempo, só são descobertos
por tentativas ou conversas com colegas ou só na apresentação quando se identifica
a falta de consistência e erros de apresentação e formato do trabalho.
• Demasiadas vezes concentrados em apresentar correctamente o conteúdo e mostrar
que o compreenderam e interiorizaram os alunos esquecem a sua organização e
formato prejudicando seriamente a apreciação que irá ser feita do seu trabalho
frequentemente com consequências seriamente desastrosas.
Quem, a não ser por obrigação (e devoção...), lê um trabalho mal apresentado,
inconsistente, mal escrito, e fica no final satisfeito com o esforço inglório que teve
que despender ou não se irrita com a falta de respeito que o autor evidenciou com
quem o vai ler e avaliar?

Este livro, aqui em Versão Preliminar (em desenvolvimento), nascido de sucessivas


expansões e cursos e inumeráveis repetições dos mesmos conselhos a muitos grupos de
alunos pretende ajudar não apenas alunos mas qualquer pessoa que tem necessidade de
escrever qualquer coisa.

Parte-se do princípio que exemplos nunca são de mais, embora vão aumentar
drasticamente o número de páginas desta obra, de modo a permitir ao leitor rever os
princípios apresentados e a sua aplicação no seu ritmo e de modo auto-suficiente.

Na versão final espera-se ter exemplos quanto baste. Para já têm sido dados nas aulas.

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Normas de publicação de monografias e trabalhos académicos Preâmbulo

Sempre que o leitor quiser informação sobre uma determinada questão ou problema deve
poder rapidamente localizá-lo pelo uso de índices de referência ou folheando a obra graças
ao aspecto gráfico e formatação utilizadas.

O leitor ajuizará do grau de concretização destes objectivos (na versão final da monografia).

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Objectivos. A invenção da imprensa por Gutenberg

2. INTRODUÇÃO ÀS MONOGRAFIAS

2.1 Objectivos.
É difícil ensinar as regras de apresentação de uma boa monografia (Taylor, P., 1998). É
algo que se aprende melhor pelo estudo crítico e observação de muitas obras publicadas de
boa qualidade. Provavelmente é este o melhor conselho que se pode dar: há tantos
elementos de composição a considerar numa monografia que é melhor adoptar um estilo já
existente e com provas dadas do que tentar logo inventar um só para fazer diferente. Por
isso deve começar-se por utilizar e estudar os diversos esquemas de página, templates, que
vem associados com os modernos processadores de texto, ou a extensa galeria
disponibilizada na Web, e só depois pensar em alterá-los.

Acresce que não é intenção desta obra tratar exaustivamente o problema da composição
profissional de um livro incluindo os problemas de um editor e de todos os tipos de
questões que se põe quando se publica num mundo global. Por exemplo, não são
discutidas questões como tratamento adequado das diferentes linguagens ou variantes
como o português antigo e medieval ou as diferenças ente o português de Portugal e o do
Brasil ou de outros PALOP ou as africanas, ameríndias, bálticas, célticas, holandês e
africanas, sânscrito e indianas, escandinavas, eslavas e russo [ (Ritter, R. M., 2002), p.235].
O seu correcto uso levanta vários problemas em matéria de ortografia, pontuação,
diacríticos (sinais gráficos com que se notam os caracteres alfabéticos para lhe dar um valor
especial), sintaxe e tipografia.

Para tal aconselha-se as referências autoritárias nesta área (Council of Biology Editors,
1994, (Ritter, R. M., 2002, (The University of Chicago Press, 1993). Igualmente há
problemas específicos nas ciência exactas tais como a astronomia, biologia, computação,
física, química, matemática, áreas tecnológicas, que utilizam correntemente práticas
diferentes das usadas nas humanidades e ciências sociais, particularmente nos textos
escritos para leitores especializados [ (Ritter, R. M., 2002), p.371]. Iremos discutir apenas os
elementos essenciais de composição que terão que ser considerados por um autor ou
criador; isto é, aquele a quem se deve uma obra literária, científica ou artística (Do lat.
auctóre, «autor; criador; promotor»). Particularmente serão de especial interesse os
problemas no mundo da educação, que emergem ao produzir uma monografia que pode ir
de um pequeno trabalho de uma disciplina até uma tese de doutoramento ou outro
trabalho científico de maior fôlego.

Assim, para além dos editores profissionais, também não nos dirigimos a quem vai enviar
os seus trabalhos para uma gráfica que se encarregará da produção da obra. Dirigimo-nos
isso sim à imensa maioria de pessoas que tipicamente vão elaborar o seu trabalho sozinhas
ou, quando muito, mandar fazê-lo ou batê-lo num processador do texto. É bem sabido de
inúmeros inquéritos que o processamento de texto é de longe a aplicação mais usada nos
computadores com centenas de milhões de unidades instaladas no Mundo e por isso deve
ter atenção prioritária.

A aproximação ao tema tenderá a ser pragmática procurando dar regras claras sempre que
possível e desde que existam e sejam geralmente aceites. Porém devemos atender à
evolução técnica e à enorme sofisticação que atingiram os mais recentes processadores de

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Normas de publicação de monografias e trabalhos académicos INTRODUÇÃO ÀS MONOGRAFIAS

texto, word processors, (Microsoft Word 2003, WordPerfect) e os programas de publicação


assistida, desk top publishing, (Quark Xpress 5.0, Adobe InDesign 2.0). O seu teor de
automatização faz com que a maioria dos trabalhos publicados seja normalmente fruto da
parametrização definida por defeito ou omissão nesses programas. Diga-se que isso é bom
comparado com os resultados pavorosos que se vêm quando “iniciados” tentam inovar
numa área que nunca estudaram, a composição tipográfica, que tipicamente se limitaram a
tomar como “garantida” ou óbvia e sem necessidade de grande consideração.

Numa primeira fase excluiremos deste trabalho o tratamento matemático, o uso de


notações científicas, variáveis, unidades de grandezas, usos particulares da biologia, química
sob pena de alargar-se demasiado o âmbito.

Também o tratamento de citações, em particular do contexto português e na era digital já


foi objecto de publicação separada e também não será aqui incluído. Os aspectos
completos de estilo da nossa língua materna e outras, particularmente o inglês, melhor
ficam a cargo da vasta bibliografia, e boa, que nesta matéria há (Bergstrom, M.Reis, N.,
1998).

Porquê então esta obra? Porque muitos dos trabalhos gerados nos diferentes graus de
ensino e em particular no nosso ensino superior, pelos motivos mais variados, não
obedecem aos cânones e normas gerais, dificultando por isso a sua divulgação,
referenciação, catalogação, depósito legal, a sua argumentação.

É uma obra mais sobre a forma e estrutura e menos sobre o conteúdo. Não são também
de momento tratadas profundamente as questões metodológicas da investigação científica
nas suas diferentes áreas. Trata-se da apresentação, normas de publicação, com alguns
comentários à estruturação ou organização lógica do conteúdo propriamente dito e à sua
elaboração. Com efeito repare-se que a ordem de apresentação não é a ordem de escrita.
Por exemplo, a introdução no princípio do texto é a última parte a ser escrita
definitivamente por ser uma súmula das questões tratadas.

Nas actividades do ensino secundário ao de pós-graduação, progressão de carreira, etc., os


alunos ou candidatos tem que escrever vários trabalhos académicos. Contudo raramente
são informados sobre o modo correcto de redigi-los e organizá-los. Aliás é um paradoxo
global do nosso ensino. Os alunos são supostos sê-lo a tempo inteiro e raramente são
ensinados profissionalmente como estudar, memorizar, tirar apontamentos, apresentar,
comunicar, etc. isto é, aquilo que é a essência do seu trabalho no dia a dia.

Modernamente, dado que as facilidades de composição e impressão são tão generalizadas,


até ao nível individual, é comum as pessoas partirem de hipóteses sobre a estrutura e
organização de documentos que erroneamente julgam correctas, por mera falta de
informação e verem demasiados maus exemplos.

Os chamados documentos académicos tentam concretizar objectivos diferentes a níveis de


comunicação variados. De um modo geral visam difundir diferentes avanços científicos ou
cumprir obrigações escolares. Em função da sua natureza, possuem algumas características
de normalização peculiares a cada tipo de documento e outras, comuns a todos eles.

De entre os trabalhos académicos, pelo tempo e recursos que envolvem e importância até
prevista em Portugal nos Decreto-lei n.º 74/82 de 3 de Março e Decreto-lei n.º 362/86 de
28 de Outubro destaca-se a dissertação. A dissertação é uma exposição minuciosa, oral ou

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O que é Uma Monografia A invenção da imprensa por Gutenberg

escrita, de um assunto doutrinário, discurso, trabalho escrito para obtenção de certo grau
académico em escola superior; o m. q. Tese (Do lat. dissertatióne-, «id.»). Tese, no campo
universitário, é um trabalho original escrito para obtenção do grau de mestre ou doutor
(Do gr. thésis, «acto de pôr», pelo lat. these-, «tese; proposição»), isto é, proposição sustentada
publicamente, numa escola superior ou universidade, por um candidato ao mestrado ou ao
doutoramento;( (Fernandes, A. J., 1995), p. 143 e 144: teses e dissertações etc.,).

Por exemplo, no Reino Unido é comum ao nível de mestrado ser exigida uma dissertação a
quem fez parte escolar enquanto que a tese, que já deve conter resultados originais, é o que
se exige a quem faz o mestrado por investigação ou um doutoramento.

Por exemplo, a diferença entre tese e dissertação no caso brasileiro refere-se ao grau de
profundidade e originalidade exigido. Segundo o Parecer 977/65 do CFE, "a dissertação
deverá evidenciar conhecimento da literatura existente e a capacidade de investigação do
candidato, podendo ser baseada em trabalho experimental, projecto especial ou
contribuição técnica" e, segundo o parecer 77/69 do CFE, "A tese de doutorado deverá ser
elaborada com base em investigação original devendo representar trabalho de real
contribuição para o tema escolhido. O preparo de uma dissertação dá-se para a obtenção
do grau de ‘Mestre’, enquanto a elaboração de uma tese constitui exigência para a obtenção
do grau de ‘Doutor’."

O principal foco deste trabalho são os documentos académicos. O ênfase é posto nas
formas e estrutura dos conteúdos que assumem.

Quando há definições legais ou normativas, essas são sempre preferidas. Igualmente a


preferência vai sempre para o caso português, embora se cite por vezes o brasileiro e
inevitavelmente o americano pela sua prevalência na actividade científica e papel
preponderante nas tecnologias de informação e comunicação, e os europeus pela nossa
inserção no espaço da UE. Aliado ao rigor terminológico apresenta-se geralmente a versão
inglesa de todos os termos.

De um modo conciso “Como publicar monografias e trabalhos académicos” apresentam os


princípios e disposições orientadores e normalizadores a seguir na apresentação de
monografias. Mas, o que é realmente uma monografia?

2.2 O que é Uma Monografia


A monografia entendida como um tratado ou estudo de um ponto particular de uma
ciência ou arte, define-se como uma “Publicação” contendo texto ou ilustrações
apresentadas em suportes destinados a leitura visual, completa num único volume, ou a ser
completada num determinado número de volumes” [NP 405-1, p. 8 de 49].
Outras definições de monografia são:

• Uma publicação não série, isto é, uma publicação quer completa numa parte, ou
completa ou pretendida completar num número finito de partes separadas [ISO
5123:1984].
• Publicação num ou mais volumes, de conteúdo unitário, composto por um
texto e/ou ilustrações, apresentando-se sempre numa forma completa (Regras
Portuguesas de Catalogação: 1984, 110).

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Normas de publicação de monografias e trabalhos académicos INTRODUÇÃO ÀS MONOGRAFIAS

• Item bibliográfico não série, isto é, um item quer completo numa parte ou
completo (ou pretendido completar-se) num número finito de partes separadas
[ISO 690:1987, ISO 690-2:1997].
• Uma unidade não série [ISO 10234:1997].
• Unidade não série: unidade bibliográfica que é uma unidade com uma só parte
ou partes múltiplas [ISO 10324:1997].

NOTA – Uma unidade não série pode estar em qualquer forma física ou meio.

2.3 Comunicar a Escrever


Qualquer profissional ao longo da sua vida tarde ou cedo terá necessidade de
consubstanciar em letra de forma os seus pensamentos, ideias e contribuições ou sínteses
numa dada área de conhecimento, quer para dar a conhecer aos seus pares investigadores
os resultados do seu trabalho quer por necessidade de cumprir com requisitos de avaliação
ou de progressão de carreira ou da natureza do seu trabalho, etc.

Em particular na vida académica, quer de discentes quer de docentes há vários momentos


que impõem essa escrita.

Durante muitos anos foram os meios académicos, particularmente do ensino superior


guiando-se por normas quase centenárias que se encontram, por exemplo, bem clarificadas
em (The University of Chicago Press, 1993).

Este panorama mudou profundamente com o advento das TIC. Vejamos então, e
sucintamente, os principais aspectos dessa mudança.

2.4 De Gutenberg ao Computador Pessoal


As quatro revoluções:

• Gutenberg (ca. 1450-1480) e o impacto da imprensa


• A revolução industrial: vapor, molde de linhas, moldes automáticos (de 1870-
95 a 1950-65)
• Fotocomposição (Intertipo et al. de 1950-60 a 1975-85)
• Digital (início 1973-83)

2.4.1 A invenção da imprensa por Gutenberg

A expansão do material escrito sem necessidade de copistas começou devido ao génio de


Johann Gensfleisch zum Gutenberg nascido em Mongúncia, cerca de 1400. Inventou a
impressão com caracteres móveis ou seja a produção mecânica de livros. Iniciou a
impressão de bulas, calendários e folhetos sobre temas efémeros assentando assim as bases
da publicidade moderna através da palavra impressa. Gutenberg também aperfeiçoou uma
tinta que aderia aos tipos metálicos. A prensa aperfeiçoada por Gutenberg continuou em
uso, sem maiores modificações, durante mais de três séculos. Morreu em 3 de Fevereiro de
1468. [REF]. Inventor do tipo móvel e da impressão tipográfica (cerca de 1455) como os
conhecemos hoje. Embora antecedido pelos chineses e coreanos (cerca de 705 DC)

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De Gutenberg ao Computador Pessoal A revolução industrial: vapor, molde de linhas, moldes automáticos (de 1870-95 a 1950-65)

Guttenberg é lembrado como o pai da produção em massa e da era da máquina.


http://www.imprensa.ufmg.br/ - indice.

Há obras impressas que datam da origem da Imprensa. Estes livros impressos durante os
primeiros cinquenta anos da invenção da imprensa e que correspondem à infância da
imprensa, ou seja anteriores ao ano de 1500 (século 15), denominam-se incunábulos. Do
latim incunabulum, berço.

Aldus Manutius, um Humanista italiano que por volta de 1493 debatendo-se com
dificuldades para ensinar sem edições académicas dos clássicos em formatos práticos,
decidiu exercer a arte de Gutenberg e montou um oficina de impressão em Veneza. Em
1494 publicou - Sófocles, Aristóteles, Platão, Tucídides, Virgílio, Horácio, Ovídio. Em
1501 publicou uma colecção de livros de bolso in-octavo - metade do tamanho de um in-
quarto - foi tão bem sucedida que foi imitada por toda a Europa. Faleceu em 1515

Este fluxo de publicações tem origem remota na invenção da imprensa por Gutenberg1, em
1450, e sofreu uma grande alteração com a invenção, em 1870, da máquina de escrever ou
seja uma máquina composta por caracteres móveis associados a teclas, que permite
imprimir letras e símbolos directamente sobre um papel. O seu uso generalizado fez com
que qualquer documento de relevância, até uma simples carta, fosse manualmente
dactilografada libertando o leitor da terrível e muitas vezes ingrata tarefa de decifrar a letra
do autor do escrito e permitindo-lhe concentrar-se naquilo que verdadeiramente interessa:
o conteúdo e a transmissão de informação ou conhecimento a ele associado.

2.4.2 A revolução industrial: vapor, molde de linhas, moldes


automáticos (de 1870-95 a 1950-65)
O uso generalizado da máquina de escrever em particular na preparação de originais de
trabalhos académicos tornou-se um hábito e mormente no século 20 produziu um tipo de
publicações académicas ‘estilo tese’ que é essencialmente reflexo não só das poucas
capacidades de produção de material impresso, recorrendo apenas à máquina de escrever,
mas também das dificuldades inerentes à sua alteração após dactilografado.

2.4.3 Fotocomposição (Intertipo et al. de 1950-60 a 1975-85)


O aparecimento de técnicas de reprodução em massa, que não fossem a tipografia com a
sua necessidade de redactilografar todo o texto para a produção do molde em chumbo
[tipografia] etc., tais como o uso do estêncil (do Ing. Stencil s. m., neol., papel parafinado
onde se gravam letras ou desenhos de modo tal que sejam fielmente reproduzidos ao fazer
passar o papel entre um rolo de tinta e uma folha de papel em branco) e mais recentemente
a fotocópia não alteraram de um modo substantivo o aspecto das publicações produzidas
com as máquinas de escrever. Mesmo a fotocópia que passou a dar mais qualidade às
cópias do documento original, libertando a dactilografia da complicação das cópias a papel
químico e originais manchados de tinta correctora, não alterou muito o estilo geralmente
utilizado, embora facilita-se muitíssimo a sua divulgação e reprodução.

1 Gutenberg, Johannes "Encyclopædia Britannica” <http://www.britannica.com/eb/article?eu=39381>

[citado em 2002-05-02].

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Normas de publicação de monografias e trabalhos académicos INTRODUÇÃO ÀS MONOGRAFIAS

Tradicionalmente, e basta ir a qualquer biblioteca particularmente do ensino superior para o


ver, encontram-se publicações, num ou mais volumes, de conteúdo unitário com texto ou
ilustrações com o aspecto ‘característico’ de ‘tese’ da maior parte do século 20: publicação
impressa numa só página (a frente) por folha, com o tipo de letra típico das
máquinas de escrever como o aqui apresentado nestas
palavras na fonte estilo máquina de escrever, invariavelmente
monótono de aparência e reflectindo muitas vezes as imperfeições mecânicas da máquina
ou da violência com que por vezes as teclas eram batidas. Essencialmente são o fruto da
tentativa de produzir originais a baixo custo. É de referir que a introdução da máquina
eléctrica e em particular a IBM eléctrica com margarida e depois esfera de impressão
substituíveis e permitindo novos tipos de letras (como o Elite O tipo de máquina de
escrever de menor tamanho: tem 12 caracteres por polegada, enquanto as outras têm dez)
marcou pela positiva muitas destas publicações dos anos sessenta a oitenta. Porém o preço
destes equipamentos, particularmente em Portugal, faziam que a sua utilização se limitasse
geralmente a uso institucional, sendo raro o seu uso individual mormente ao nível de
alunos e professores.

Tipicamente a maioria das instituições de ensino superior, nacionais ou estrangeiras,


apresentavam e ainda apresentam normas ou disposições para os trabalhos académicos
nelas realizados ou sujeitos a avaliação. Uma leitura dessas recomendações REF ou normas
mostra que geralmente indicavam ou indicam o tamanho do papel (invariavelmente A4), o
espaçamento de linhas (tipicamente 1.5 ou 2), o sistema de numeração das páginas
(geralmente sistema de numeração árabe usado consecutivamente em todas as páginas
incluindo eventuais páginas em branco, aceitando a numeração romana para os
preliminares) e o tamanho das margens (margens esquerda, direita, superior e inferior, por
exemplo, 3.5 cm, 2.0 cm, 4.0 cm, 3.5 cm). Acrescentam por vezes algumas referências à
estrutura da tese, à capa (por exemplo, título, autor, instituição, departamento, ano de
entrega) e à disposição destes elementos. Normalmente completava-se com o modo de
encadernação (por exemplo, técnica de colagem) e material e cor das capas (por exemplo
cartolina azul) e número de exemplares (ou melhor cópias pois são quase sempre
fotocópias).

2.4.4 Digital (início 1973-83)


O final dos anos oitenta e principalmente a última década do século 20 trouxeram consigo
uma tremenda revolução na capacidade de produção individual com qualidade quase-
profissional de documentos com o uso generalizado das TIC, tecnologias de informação e
comunicação, a chamada revolução digital.

Referência à revolução industrial e à fotocomposição.

Os computadores dando suporte electrónico ao texto permitem que este possa ter um uso
repetido e ser alterado de modo quase instantâneo. Ao texto original facilmente se pode
aplicar, e sem necessidade de tornar a dactilografar, uma infinidade de formatos que
posteriormente se podem imprimir. Estas impressões, com os avanços sempre crescentes
da técnica são cada vez mais baratas e de maior qualidade. Isto contrasta com a anterior
situação do mundo da máquina de escrever com o original escrito uma só vez em papel e a
partir desse documento reproduzido sem alteração a não ser quando muito de tamanho,
geralmente por redução.

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De Gutenberg ao Computador Pessoal Digital (início 1973-83)

Trata-se de uma mudança de paradigma em que o padrão de referência do texto produzido


deixa de ser a página dactilografada e praticamente imutável para passar a ser uma cadeia de
caracteres cujo formato se pode modificar estando apenas ao alcance de um clique.
Conhecemos o caso de uma bibliotecária, neófita na informática, que à semelhança do que
fazia no passado introduzia os registos bibliográficos em três bases de dados diferentes,
triplicando o trabalho de introdução de dados além dos erros cometidos, pois usava os
dados para imprimir etiquetas, fichas e listas! O conceito de dados e dos formatos que se
lhes podem aplicar (que além do tamanho de fontes e letra pode envolver cor, a linguagem,
hifenização, ...) não é intuitivo como é típico das mudanças de paradigma.

Como é normal acontecer com a introdução de novas tecnologias começou-se inicialmente


por encarar a impressão digital em termo das tecnologias então vigentes.

Isto é o normal na história da tecnologia, por exemplo, também ao primeiro automóvel se


chamou quadriciclo motorizado e era um misto de bicicleta e carruagem de cavalos com
um motor. Tardou a entender o seu impacte na nossa sociedade, desde um novo
urbanismo e um modo de vida permitindo trabalhar a distâncias até então impensáveis do
local de residência, etc., até ao seu impacte ambiental, sociológico ...

Igualmente não foram logo evidentes, para muitos, as profundas alterações que o
computador trouxe para a produção de monografias. Isso é mais patente em particular
quando se analisa o impacte das TIC sob a forma do uso generalizado de
microcomputadores pessoais, de modernas técnicas de impressão em cor, alta resolução e
frente e verso e o suporte da Internet com a facilidade de uso do serviço da ‘World Wide
Web’ e o admirável acesso que ela permite ao vasto repositório do conhecimento humano
que já nela se encontra disponível em linha sob a forma digital.

O impacte das TIC na criação, produção, eventual impressão, divulgação nacional e


internacional e global, revolucionou completamente o modo de produzir documentação, e
em particular trabalhos académicos, bem como a sua qualidade.

A todos os níveis, de pequenas monografias produzidas por alunos dos vários graus de
ensino para efeitos de avaliação em diferentes disciplinas ou concessão de grau, até aos
trabalhos de maior fôlego de estudos de pós-graduação como dissertação e teses, até
monografias apresentadas em provas públicas, por exemplo, para progressão de carreira
académica do ensino superior (ver p. 44, 4.4.13 Legislação) nota-se o recurso generalizado
às TIC nas formas referidas.

Infelizmente os normativos institucionais, muitas vezes pouco mais fazem do que repetir as
‘velhas normas’ do tempo da máquina de escrever, invariavelmente acrescentando agora, e
bem, que o tamanho de letra deve ser de 11 ou 12 e quase sempre, e mal, que o tipo de
letra deve ser Times Roman. Igualmente isso acontece frequentemente, entre outras, com
as regras de apresentação de comunicações em conferências, seminários, congressos, etc.
Infelizmente os exemplos abundam numa excelente demonstração de contaminação
cultural por inadaptação aos novos paradigmas.

A técnica moderna levanta problemas novos, alguns com pertinência crescente, tais como a
necessidade e dificuldade de adaptação às novas tecnologias, a compreensão das novas
possibilidades abertas, ou o crescente aumento do tamanho exagerado das monografias e
trabalhos académicos pela incorporação indiscriminada de transcrições ou anexos devido à

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Normas de publicação de monografias e trabalhos académicos INTRODUÇÃO ÀS MONOGRAFIAS

facilidade do processo de cópia e cola, copy and paste. Cada vez é mais necessário saber
sumariar.

Pior ainda é o crescente plágio a todos os níveis, sem qualquer esforço de citar
correctamente a fonte, ou ainda mais grave ocultando-a propositadamente, e que por vezes
é uma simples cópia descarada. http://www.plagiarism.org/

Por outro lado, há ainda muito pouca ajuda e informação sobre como se pode usar as TIC
de um modo eficiente, rápido, barato. Esse conhecimento permitirá produzir uma
monografia esteticamente atraente e que leve o leitor a poder concentrar-se no conteúdo
para se poder abstrair da forma. É esta a finalidade de qualquer monografia, principalmente
sendo um trabalho científico, onde o que importa não é o continente mas sim o conteúdo.
Porém não deve o continente ser tão mau que afecte e dificulte a compreensão do
conteúdo, precisamente o que tentamos evitar.

Acresce que raramente são dadas aos alunos as regras básicas essenciais a uma boa
elaboração de um trabalho monográfico. Normalmente estes desconhecem quer o método
científico de investigar ou desenvolver uma área de conhecimento quer o modo de
produzir uma comunicação científica, técnica, literária, artística, etc. Também raramente é
dada ao aluno ou candidato informação sobre a forma correcta de apresentação quer escrita
quer oral, sendo que esta última é com frequência um imperativo associado ao trabalho ou
provas em elaboração. Modernamente não é aceitável que esta exposição oral não recorra
aos meios de apresentação com suporte digital.

Igualmente as TIC, ao possibilitarem que qualquer pessoa e com custo reduzido e grande
facilidade possa produzir um documento, fazem com que se encontrem ‘tremendas
atrocidades impressas’ por ignorância de preceitos básicos da técnica e da arte de
composição gráfica ou de regras de simples bom senso.

Embora elas nunca tenham sido tão necessárias como agora, paradoxalmente os alunos
muitas vezes estão pouco receptivos a estas regras básicas porque o que querem é ‘publicar’
na Internet e na sua página da Web ou no ‘site’ institucional e minimizam quer o material
impresso em papel quer o seu aspecto de impressão. Claro que as regras gerais de
apresentação também se aplicam à publicação puramente electrónica na Web. Contudo as
dimensões e resolução diferentes do monitor ou as características do software utilizado —
para além das facilidades do uso de apontadores, hiperligação, e utilização generalizada não
só de texto mas também de imagens estáticas e dinâmicas, filmes e vídeos, animações e
grafismos, sons, etc. de modo integrado ou seja o multimédia — alteram muitíssimo o uso
específico e a disposição dos elementos relativamente à composição utilizada no material
impresso.

2.5 As Regras de Apresentação


Nesta monografia sobre “Como publicar monografias e trabalhos académicos”, já distribuída em
várias versões preliminares, pretende-se um efeito pedagógico e normalizador que melhore
a qualidade das contribuições apresentadas e melhor divulgue e preserve o nosso
património intelectual e documental. A normalização melhorará o tratamento técnico e
subsequente divulgação que as melhores monografias eventualmente tenham, para além de
ajudar a cumprir os preceitos legais e institucionais vigentes a nível nacional e global.

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Princípios Gerais Normalizadores As normas da ISO TC 46/SC 9

2.6 Princípios Gerais Normalizadores


Há na área da documentação e da informação várias normas e projectos de normas
nacionais e internacionais que pretendem verificar, validar e uniformizar os documentos
produzidos facilitando o seu acesso e consulta.

Estas orientações gerais apenas respeitam aos aspectos formais da documentação e não ao
seu conteúdo intrínseco quer científico, quer técnico, quer de linguagem ou estilo.

2.7 Normas
Uma norma é uma regra de procedimento; princípio; preceito; direcção; modelo; lei. Do lat.
norma, «norma; exemplo; modelo»).

2.7.1 As normas da ISO TC 46/SC 9

A Organização Internacional para a Normalização, ISO, International Organization for


Standardization, tem a Comissão Técnica para Normalização de Informação e
documentação, TC 46, ISO's Technical Committee (TC) for information and documentation
standards, e uma subcomissão que desenvolve e mantêm as normas ISO na identificação e
descrição de recursos de informação, SC 9, Subcommittee (SC) that develops and maintains ISO
standards on the identification and description of information resources.

Uma lista de normas desenvolvida pelo ISO TC46/SC9 é apresentado no Anexo 1.


Glossário ISO. Particularmente útil é um glossário desta subcomissão de termos e
definições de normas ISO para a identificação e descrição de recursos de informação2
sempre que possível usado nas definições apresentadas neste trabalho.

2 < http://www.nlc-bnc.ca/iso/tc46sc9/standard/glossary.htm > [citado em 2002-05-03].

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Normas de publicação de monografias e trabalhos académicos MONOGRAFIAS. ASPECTOS FORMAIS

3. MONOGRAFIAS. ASPECTOS FORMAIS


O uso generalizado de processadores de texto tem tido como consequência quer um gasto
exagerado em tempo de muitos autores, a tentar que a publicação “pareça bem” em vez de
se preocuparem prioritariamente se ela está factualmente correcta e está bem escrita, quer
uma preocupação exagerada com o aspecto da publicação, ou seja com os aspectos formais
em vez do conteúdo. Por exemplo, para ilustrar dois aspectos desta moderna obsessão com
o excessivo rigor da forma recorde-se a história narrada em (Feynman, R. P.Leighton, R.,
2001) por Richard Feynman sobre a escrita do relatório acerca do desastre do vaivém
espacial Colômbia e do martelar de palavras, “word hammering” conduzindo a 24 revisões...
Que o digam os relatores das comissões parlamentares, ou dos inúmeros grupos de
trabalho nas mais diversas instituições, os consultores ... Quem nunca por isto passou e na
tentação não caiu que atire a primeira pedra ... Durante muito tempo permaneceu
inexplicável o porquê de a introdução de facilidades de processamento de texto numa
organização não se traduzir num aumento substancial de produtividade das secretárias. O
problema passou a ser o perfeccionismo e as inúmeras versões, impossível de fazer quando
se tinha apenas o recurso de uma máquina de escrever e líquido corrector.

Diga-se contudo que a já referida, e cada vez pior, preparação evidenciada pelos alunos de
todos os níveis de ensino no domínio da língua materna, o Português, faz com que em
provas públicas, orais, etc., se tenha que gastar um tempo crescente em comentários à falta
de rigor da forma e ao mau uso da língua materna, evidenciado em muitos trabalhos até
presentes em provas de doutoramento ou agregação, e que dificulta sobremaneira a
compreensão da obra.

Por outro lado vão-se perpetuando e, pior ainda, tornando-se por vezes regras
institucionais, erros às vezes grosseiros de apresentação e isto porque cada candidato vai
essencialmente consultando os trabalhos anteriores e inconscientemente absorve os
frequentes erros de estilo. Pior ainda pensa que estão formalmente correctos porque os
alunos — no meio das publicações informais, policopiadas, fotocopiadas, e a profusão de
obras tal e qual saíram de meros processadores de texto (como aconteceu com edições
preliminares deste trabalho...) etc., em que o mundo do ensino é fértil — não são expostos
a bons exemplos de publicação em número suficiente para que os possam imitar e com eles
possam apreender.

Outra característica dos nossos tempos neste início de século e milénio é que há muitos
manuais sobre como introduzir texto e fazer a sua formatação, a famigerada informática na
óptica do utilizador, mas muito pouco sobre o design ou a concepção dos documentos.
Esta falta de bons exemplos e de guias tem dado origem ao aparecimento em número
crescente de más monografias ou trabalhos académicos neste aspecto.

3.1 Um livro
3.1.1 O que é um livro?

Um livro, isto é, uma reunião de cadernos, manuscritos ou impressos, cosidos


ordenadamente, formando um volume encadernado ou brochado constituindo uma obra
literária ou científica, em prosa ou verso, ou seja uma monografia, diferencia-se bem de
uma revista que representa o título de certas publicações periódicas, pela sua capa e
espessura de lombada, ligação das folhas, etc. Porém a mais importante diferença entre um

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Um livro O que é um livro?

livro e uma revista, do ponto de vista de estilo, é a uniformidade do texto de um livro. Esta
uniformidade é propícia a fazer a sua elaboração, modernamente, num processador de
texto, word processor. Já uma revista é caracterizada pela sua variedade de página para página e
é melhor elaborada em programas de publicação assistida, desk top publisher. Exactamente
um dos problemas académicos que se vai generalizando é que, pela natural necessidade e
crescente facilidade em usar outros elementos que não apenas textuais, cada vez mais se
devia usar programas de publicação assistida e não meros processador de texto. Aliás no
office XP da Microsoft além do processador de texto, Winword inclui-se um modesto mas
poderoso programa de publicação assistida, o Publisher.

A revolução digital, que transformou a produção, impressão e distribuição dos livros,


aumentou substancialmente o número de livros em circulação. Agora outros media
concorrem com o livro como fonte de informação incluindo a televisão, computadores e
bases de dados em linha. Assim a definição de um livro como uma colecção de folhas de
papel tem sido desafiada pois os livros gravados em fita áudio, CD ou DVD-ROM,
e-livros, tem-se tornado mais comuns e já há um número apreciável de livros electrónicos
com visualizadores portáteis para tinta electrónica ou para agendas pessoais electrónicas
http://www.encyclopedia.com/html/section/book-ent_ModernBookProduction.asp
[citado em 2002-05-02]

A uniformidade ou consistência de uma monografia é legitimamente esperada pelo leitor e


é uma regra que não deve ter excepções. Deve-se sempre ser consistente, isto é, usar
sempre as mesmas convenções, os mesmos estilos, sempre nos mesmos sítios de página,
etc. Esta é aliás a regra mais importante de qualquer interface quer escrito quer electrónico:
consistência.

Para além da consistência é fundamental manter sempre presente que a razão de ser de uma
monografia é o seu conteúdo ou seja a sua informação. Um bom desenho de uma
publicação deve ser como uma qualquer boa interface: quanto menos se der por ela, isto é,
quanto mais inconspícua e transparente, seamless, seja a interface, melhor.

Para além da consistência e do conteúdo é fundamental a estrutura ou organização. Uma


monografia bem estruturada pode ser acedida de um modo sistemático e organizado. Por
exemplo, deve existir um índice geral, table of contents, além dos outros elementos
preliminares, texto principal e parte final (ver p. 37 secção 4.4.6).

Um livro tem uma estrutura física :

Quadro 1 Os elementos físicos de um livro

Mancha Conjunto de texto e imagens da página, constituindo a sua parte


impressa.
Lombo Margem interior de uma página, localizada entre a lombada e a
mancha.
Margem Espaço branco que envolve a mancha. Podem distinguir-se quatro
margens: cabeça ou superior; pé ou inferior; de corte ou exterior; de
lombo ou interior.
Cinta
Sobrecapa Capa decorativa e protectora de papel ou outro material flexível
colocada a envolver o livro encadernado que serve também para

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Normas de publicação de monografias e trabalhos académicos MONOGRAFIAS. ASPECTOS FORMAIS

fins promocionais. Geralmente envolve a capa de um documento


para maior protecção
Capa Parte que envolve os diferentes cadernos do livro ou brochura, já
ordenados e constituindo o seu miolo.
Guardas Folhas dobradas que se põem no início e no fim do livro
encadernado, unindo a capa ao volume. São páginas com grande
gramatura, (os papéis usados são normalmente mais encorpados
que o papel do miolo do livro) às vezes decoradas.
Anterrosto É a primeira página da folha que precede o frontispício de um livro
e que, geralmente, só contém o título. Também é designada página
de falso título
Rosto folha de rosto ou parte dianteira ou frente, é a página do livro que
tem o título e o nome do autor. Também chamada página de título
contém os elementos essenciais à identificação da obra
Badanas Cobertura, Cover o que serve para cobrir; elemento superior de uma
construção (Do lat. coopertura-, «id.»).

Badana Extensão das capas ou sobrecapas de um livro que se


dobram para o interior
Miolo Conjunto de folhas que constituem o interior de um livro ou
publicação.

Mais importante ainda é a estrutura lógica do livro (ver p. 31, 4.2 Estrutura Interna. As
Partes Essenciais).

3.1.2 Tipos de livros


Há diferentes tipos de livros. Vários dos mais correntes são caracterizados na tabela
seguinte:

Quadro 2 — Alguns tipos de livros. http://www.imprensa.ufmg.br/ - indice

Livreto Um pequeno livro, normalmente encadernado com papel para


capas. Usado normalmente com finalidades promocionais ou
de propaganda.
Livro consumível Livro educacional planeado para ser anotado, escrito, cortado
ou utilizado de qualquer outra forma durante o uso.
Livro de amostras Livro de amostras oferecido pelos fabricantes de tintas para os
sistemas de combinações de cores (como o Pantone Matching
System) mostrando todas as cores disponíveis. Na edição para
os planeadores gráficos, as cores são numeradas, para
identificação; na edição para o impressor, incluem-se também
as instruções para a mistura de tintas. Os livros contem
igualmente amostras de papéis.
Livro didáctico Livro criado predominantemente para uso na educação formal
e com características educacionais, tal como sumários e
questões de teste.
Livro instantâneo Livro de grande interesse de momento, escrito, produzido e

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A Consistência ou Uniformidade Tipos de livros

comercializado com grande velocidade.


Livro Publicação impressa que consiste num conjunto mínimo de 50
páginas de miolo e respectivas capas. Os elementos que
compõem um livro são os seguintes: mancha, cabeça, pé,
lombo, margem, cinta, sobrecapa, capa, guardas, anterrosto,
rosto, colofon, badanas e miolo.
Livros de horas Devocionários, género de publicação religiosa (as orações do
dia).
Livros de interesse geral Títulos criados predominantemente para o consumidor geral e
comercializados através de livrarias.
Livros de programação Esquema de venda directa por correio em que o consumidor se
contínua compromete a aceitar envios periódicos de livros em série
podendo cancelar o seu compromisso em qualquer época.
Livros de referência Enciclopédias (geralmente de muitos volumes) ou dicionários
comercializados predominantemente junto ao consumidor
através de venda domiciliária.
Livros eruditos Livros em áreas altamente especializadas de conhecimento e de
investigação avançada.
Livros escolares Livros didácticos para ensino primário e secundário
Livros profissionais Livros criados predominantemente como instrumentos de
trabalho para profissionais e comerciantes.
Livros religiosos Bíblias, testamentos, hinários, livros de orações e outros
trabalhos que tratem de temas religiosos.
Livro-texto consumível Livro didáctico completo projectado para nele se escrever e ser
completamente consumido pelo aluno e que não depende de
qualquer outro livro ou material. Um livro-texto consumível
deve ser usado por apenas um aluno durante o período lectivo
e então descartado, ao contrário de um livro-texto não-
consumível.
Livro-texto não- Livro didáctico que deve, ser usado e reutilizado.
consumível

3.2 A Consistência ou Uniformidade


Quando olhamos para uma publicação desfocando os olhos, por exemplo, franzindo o
sobrolho, apercebemo-nos essencialmente de uma mancha cinzenta, a “tinta” numa
impressão a preto e branco, enquadrada por espaço em branco. Ver Quadro 1 Os
elementos físicos de um livro: mancha.

As áreas em branco devem aparecer sempre no mesmo ponto da páginas em todas elas ou
seja, deve haver uniformidade de disposição, layout, na página. Na nossa escrita o carácter
espaço (ASCII 32 em decimal) é o mais usado e por isso a tecla dos espaços é sempre a
maior e uma referência nos teclados. Igualmente ao nível de uma página o espaço em
branco é o elemento mais importante e estruturante de uma página impressa. Muita
informação é transmitida automaticamente pelo espaço em branco. Por exemplo, mostra
onde terminam cabeçalhos, títulos, texto, linhas, parágrafos, etc.

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Normas de publicação de monografias e trabalhos académicos MONOGRAFIAS. ASPECTOS FORMAIS

O espaço em branco e a mancha cinzenta estão interligados e são complementares.


Devemos lembrar-nos que o olho humano é extremamente sensível a pequenas variações
deste cinzento ou mancha de tinta, e se esta variar numa página ou de uma página para
outra há uma enorme sensação de desconforto para quem lê. A vista é muito eficaz a
detectar, por exemplo, variações de alinhamento ou seja na colocação de letras ou palavras
na mesma linha horizontal ou vertical.

As causas mais comuns destas variações são: uso de espaço inter letras para justificação
(alinhamento vertical) de texto, inconsistência no espaço entre dois ou mais blocos de texto
no mesmo tipo de letra, font, alterações de espaçamento ou tipo de letra. A solução para
estes problemas é simples: nunca usar espaçamento entre letras para alinhamento vertical
de texto a menos que seja tão subtil que o olho não o detecte. Manter o espaço entre dois
blocos de texto com a mesma fonte. Ao mudar de tipo atender ao contraste da área de
“tinta” e do espaço branco.

O domínio do espaço em branco é o elemento mais importante na estruturação formal de


uma monografia.

Quadro 3 Elementos de estilo. Disposição na página http://www.imprensa.ufmg.br/ -


indice

Decisões de fim de linha Refere-se geralmente à hifenização e justificação (H/F). Estas


decisões podem ser feitas pelo operador do teclado ou pelo
computador.
Grelha Estrutura geralmente ortogonal, formada por retículos, onde se
compõe texto e imagem para organizar as páginas.
Justificar O acto de meter ou tirar espaços, procurando reparti-los com
igualdade para se pôr a linha à medida que se deseja. Ajustar as
linhas de texto num espaço determinado (que pode ser uma
coluna), podendo ser à direita ou à esquerda.
Kerning Ajuste do espaço entre letras em que parte de uma se pode
estender sobre o corpo da próxima. Este ajustamento extra do
espaço entre duas letras permite compensar o excesso ou
escassez de espaço entre as mesmas, derivado do próprio
desenho desses caracteres em particular. Não confundir com
"tracking". As letras kerned são comuns nas fontes em grifo,
manuscritas (script) e largas. No tipo metálico, o kerning é feito
cortando-se o corpo do tipo para um ajuste mais apertado. Na
fotocomposição, é feito pelo retroespaçamento, e a
composição feita desta forma é chamada frequentemente de
"composição apertada" ou composição com menos
espaçamento entre letras.
Layout Esboço de um projecto de paginação. Plano preliminar feito à
mão ou cópia heliográfica dos elementos básicos de um
projecto mostrados na sua posição antes de fazer um layout
compreensivo (v. verbete). Pode também mostrar os tamanhos
e tipo do texto, ilustrações, espaçamento e estilo geral como
guia para o impressor.
Linha A série de palavras compostas e impressas sobre uma mesma
linha horizontal.

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A Consistência ou Uniformidade Tipos de livros

Legibilidade Qualidade do texto, de seu espaçamento e composição, que


afecta a velocidade da percepção: quanto mais rápida, mais fácil
e mais acurada a percepção mais legível será o texto.
Opacidade Qualidade de uma folha de papel que evita que o texto ou
imagem impressa de um lado apareça do outro lado: quanto
mais opaca a folha, menor a transparência.
Recorrer Compor sem quebras de parágrafos ou inserir novo original
sem ter que fazer um novo parágrafo.
Recorrido Operação de ajuste de algumas páginas, ora aumentando o seu
tamanho, ora reduzindo-o. A parte da composição em que se
efectua esta operação.
Rede Trama para reprodução de imagens produzida por processos
fotográficos ou afins.
Tracking Ajustamento do espaço entre as letras, mas não particularmente
entre pares de letras para correcção ("kerning"). O tracking
pode ser normal, solto ou apertado, consoante a distância que
as letras passam a ter entre si.
Viúva Final de um parágrafo ou de uma coluna de matéria de leitura
indesejavelmente curto: uma única e curta palavra; ou o fim de
uma palavra hifenizada como "te".

Outro problema que se coloca deriva de imprimir-se frente e verso e o papel que se usa. A
transparência do papel faz com que, quando o verso da folha é iluminado por luz intensa,
possamos ler, embora numa reflexão tipo espelho à moda de Leonardo de Vinci, o material
impresso no outro lado. Como as duas páginas de uma folha são entidades lógicas distintas
há que tentar prevenir o desajustamento das manchas de cinzento da frente e do verso.
Uma boa estruturação ou disposição na página, layout, pode minorar este problema.

Outra dificuldade em manter a consistência resulta das páginas pares e ímpares terem um
plano ou organização ou disposição, page setup ou layout, distintas para manter o balanço
entre elas quando o livro se abre.

Figura 1 Elementos de composição de páginas pares e ímpares

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Normas de publicação de monografias e trabalhos académicos MONOGRAFIAS. ASPECTOS FORMAIS

A consistência ou uniformidade é um problema recorrente em todos os elementos de


desenho de um livro como, por exemplo, títulos, títulos de capítulos, cabeçalhos, citações,
transcrições, parágrafos, tipos, etc. Todos eles devem poder ser identificados sem esforço
consciente pelo leitor. O melhor conselho e mais geral que se pode dar nesta matéria é usar
o princípio de Ockham's Razor http://http://en.wikipedia.org/wiki/Occam's_Razor , isto
é, preferir uma aproximação minimalista ou reducionismo metodológico, ou seja, usar
sempre o mínimo de variações, o mínimo de tipos, de diferentes tamanhos e espaçamentos
de títulos, etc.

3.3 O Conteúdo ou Informação


O conteúdo da publicação é normalmente a sua razão de ser e, por isso, a estética do
desenho deve servir o propósito de transmitir bem o conteúdo ao leitor e não distraí-lo
desta finalidade.

Alguns autores enquanto compositores e tentando ser diferentes e modernos, “prá frente”,
esquecem este aspecto essencial: o livro é para ser lido e de preferência de uma forma linear
e ininterrupta e sem nos preocuparmos com quem o desenhou. Cuidado com as modas.
Por exemplo, nos anos trinta do século passado houve uma voga de usar tipos sem serifas,
serif,3 — um pequeno traço feito nas extremidades dos traços principais de muitos
caracteres alfanuméricos de certos tipos. (ISO 9544:1988)(Faria, Maria Isabel, Dicionário
do Livro, Guimarães Editores, 1988, p66).( s. f., Inform., Tip., linhas pequenas, decorativas,
na ponta de fundo e de topo nos caracteres de uma fonte tipográfica;
patilha.) — porque eram mais modernos com muitos autores a usá-los na totalidade da
publicação. O efeito no leitor do uso de tipos sem serifas é provocar o cansaço e perda de
concentração. Isto acontece porque as serifas conduzem o olho de um modo natural ao
longo da linha de texto evitando vacilações entre duas linhas vizinhas e reduzindo os
retrocessos do movimento dos olhos numa linha. A inclusão das serifas dá mais
estabilidade e alinhamento às letras. Assim, modernamente e com ajuda da fisiologia e da
psicologia está estabelecido que o texto corrido deve fazer sempre uso de tipos com serifas,
serif font.

Os psicólogos (Taylor, P., 1999) mostraram que o número óptimo de caracteres por linha
é entre 40 e 70, preferivelmente nos valores altos desta gama. Isto significa usando papel
A4 com margens normais (da ordem de 2,5 cm), que o tamanho do tipo deve ser 12; pode-
se ir a 11 mas nunca 10. O uso do tamanho A4 no papel é generalizado no mundo do
ensino, empresarial, etc., até por imperativo da normalização europeia (ver p. 63, 5.5.1
Tamanhos de Papel ISO). Diga-se então que o correcto era usar pelo menos duas colunas
de texto quando se usa papel tamanho A4 como é corrente nas revistas. Porém, qual é o
aluno que quer usar duas colunas de texto e impresso frente e verso? O trabalho seria mais
ecológico e económico ao poupar muito papel mas diminuiria drasticamente o aspecto de
“parecer grande, quase um livro”, a que quase todos os autores e júris de avaliação não
conseguem resistir, embora digam que a qualidade não se mede ao quilo!

3 Os gregos como respeitadores da ordem e do equilíbrio, deram qualidade arquitectónica à escrita. Um


reforço rectangular (serifa), necessário ao bom alinhamento dos textos, aparece na extremidades das letras.
Devido ao trabalho do cinzelador na pedra, tornou-se ela triangular, de aparência nobre, menos dura, e assim
passou para o latim, sendo adoptada em suas inscrições monumentais.
http://www.caligrafia.com.br/evolucao.asp [citado em 2002-05-03].

p. 26 de 80
A Organização ou Estrutura Tipos de livros

Se for usado um tamanho inferior a A4, e a obra for impressa em A4, o papel excedente na
folha deve ser guilhotinado pois de outro modo, psicologicamente, a página é vista como
um todo com margens desproporcionadas.

3.4 A Organização ou Estrutura


Admitimos que um trabalho académico representando frequentemente um trabalho que,
percentualmente pode equivaler em duração ou peso de cinco até cem por cento da
duração de um ano lectivo de um curso superior, tendencialmente terá uma estrutura
semelhante a uma tese ou equivalente, isto é, uma monografia, que normalmente envolve
mais de um ano na sua execução.

Uma monografia bem desenhada deve poder ser acedida ou pesquisada de um modo
directo, quase aleatório, e não apenas sequencial. Para isso deve a monografia estar
dividida, conforme necessário, em volumes, partes, capítulos, secções, globalmente
estruturadas nos chamados preliminares, texto principal, parte final.

Na maior parte dos casos a divisão mais importante é em capítulos. Um problema


recorrente em muitas monografias mal desenhadas é que há um índice, table of contents, que
referencia a página inicial de um capítulo e nessa página não há número de página
obrigando o leitor a andar para a frente e para trás e fazer contas para ver qual é o número
correcto da página de início de capítulo! Isto resulta da disposição da primeira página do
capítulo ser normalmente diferente das seguintes e acaba por ficar sem numeração. Uma
solução é utilizar a numeração da página em fólio descendente ou seja um número de
página centrado ocupando uma parte do rodapé.

Outro mecanismo usado para facilitar o acesso directo a partes de um livro é usar no
cabeçalho um título recorrente, isto é que ocorre em todas ou quase todas as páginas
(exceptuam-se as primeiras páginas de capítulo e as páginas em branco ou só com uma
figura) embora o conteúdo deste título varie de página para página, por exemplo,
acompanhando as secções. Não faz sentido ter sempre o mesmo cabeçalho, por exemplo, o
nome da monografia ou do autor pois não variando deixa de ser estruturante e indexador.
Um moderno processador de texto faz este cabeçalho recorrente automaticamente.

Cabeçalho(Cabeça) Título de jornal, capítulo ou artigo (De cabeça+-alho). Parte


superior de uma página ou livro podendo conter alguma
informação. Oposta a pé. Denominado ''header'' em inglês
Rodapé (Pé): Composição tipográfica que se coloca no fundo da página dos
livros, revistas, etc.; (De rodar+pé). Margem inferior de uma página
impressa. Também se denomina pé, a parte inferior de uma letra.

Muitas vezes o verso da página, ímpar, tem informação mais significativa ou de mais alto
nível (nome ou número do capítulo) que a frente, par, (nome ou número da secção). Se a
numeração ocorrer no rodapé e sendo, como devem, os nomes dos capítulos e secções
curtos pode-se, por exemplo (Ver Figura 2 Páginas par e ímpar podem ter elementos
diferentes numa disposição espelhada para manter a simetria.):

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Normas de publicação de monografias e trabalhos académicos MONOGRAFIAS. ASPECTOS FORMAIS

• colocar no verso da página (página par, E) no cabeçalho e à esquerda, EE, o


nome ou número do capítulo e à direita, ED, o nome ou número da secção
com espaço bem claro a demarcá-los;
• colocar na frente da página (página ímpar, D) no cabeçalho e à esquerda,
DE, o nome ou numero da subsecção e à direita, DD o nome ou número
da sub-subsecção.
• Colocar a numeração, #, no rodapé também espelhada. Se for centrada
obviamente esta questão não se põe.

EE
DD

ED DE

#
E D #

Figura 2 Páginas par e ímpar podem ter elementos diferentes numa disposição espelhada
para manter a simetria.

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Tipos de Documentos Tipos de livros

4. MONOGRAFIAS. ASPECTOS PRÁTICOS


Num trabalho académico definido como “documento que apresenta uma investigação e os seus
resultados, proposto para apreciação, pelo seu autor, em princípio destinado à obtenção de um grau
académico ou de uma qualificação profissional” (NP 405-1) consideraremos principalmente os
tópicos que devem ser incluídos e as partes essenciais da estrutura interna do documento
bem como a sua impressão final.

4.1 Tipos de Documentos

Quadro 4. Tipos de documentos académicos

Documento Caracterização
Artigo Texto com autoria declarada que representa e discute ideias,
métodos, técnicas, processos e resultados nas diversas áreas do
conhecimento, destinado à divulgação, através de periódicos.
Artigo científico Trata de determinado assunto resultante de pesquisa científica,
destinado à divulgação através de uma publicação científica, sujeita
à sua aceitação por julgamento de pares, referee.
Crítica Documento no qual é apreciado o mérito de uma obra literária,
artística, científica, etc.
Dissertação Documento que representa o resultado de um trabalho
experimental ou exposição de um estudo científico recapitulativo,
de tema único e bem delimitado em sua extensão, com o objectivo
de reunir, analisar e interpretar informações. Deve evidenciar o
conhecimento da literatura existente sobre o assunto e a
capacidade de sistematização do candidato. É feito sob a
orientação de um investigador ou supervisor, visando à obtenção
do título de Mestre.
Ensaio Documento relatando um estudo sobre determinado assunto,
porém menos aprofundado ou menor que um tratado formal e
acabado, expondo ideias e opiniões sem base em pesquisa
empírica.
Livros e Folhetos Livros e folhetos são publicações avulsas, formadas por um
conjunto sequencial de folhas impressas e revestidas por capas. O
folheto distingue-se do livro pelo número de páginas, deve ter, no
mínimo 5 e, no máximo, 48 páginas.
Monografia Documento que descreve um estudo minucioso sobre tema
relativamente restrito. Frequentemente solicitado como "trabalho
de formatura" ou "trabalho de conclusão" em cursos de graduação
ou de pós-graduação "latu-senso".
Paper (artigo) Pequeno artigo científico, texto elaborado sobre determinado
tema ou resultados de um projecto de pesquisa para comunicações

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Normas de publicação de monografias e trabalhos académicos MONOGRAFIAS. ASPECTOS PRÁTICOS

em congressos e reuniões científicas, sujeitos à sua aceitação por


julgamento de pares, referee.
Projecto de pesquisa Documento que descreve os planos, fases e procedimentos de um
processo de investigação científica a ser realizado.
Publicações Periódicas Publicações periódicas são editadas em intervalos prefixados, por
tempo indeterminado, com a colaboração de diversos autores, sob
a responsabilidade de um editor ou comissão editorial. Inclui
assuntos diversos, segundo um plano definido.
Relatório técnico- Documento que relata formalmente os resultados ou progressos
científico obtidos numa acção de pesquisa e desenvolvimento, ou que
descreve a situação de uma questão técnica ou científica.
Resenha É uma comunicação de pequeno porte relatando o resultado da
avaliação sobre uma nova publicação (livro ou revista).
Sinopse Apresentação concisa de um artigo, obra ou documento.
Tese Documento que representa o resultado de um trabalho
experimental ou teórico de tema específico e bem delimitado.
Deve ser elaborado com base em investigação original,
constituindo-se em real contribuição para a especialidade em
questão. Visa à obtenção do título de Doutor sob orientação de
um investigador ou supervisor (ou de Livre-Docente. Brasil)
Trabalho didáctico Pequenos textos exigidos nos cursos de graduação, sobre estudos
realizados pelos alunos, com o objectivo de induzir e fixar o que
se aprendeu.

Note-se que nesta classificação, tal como nas NP 405-1, há que distinguir entre um trabalho
académico, que é um documento em princípio destinado à obtenção de um grau académico
ou de uma qualificação profissional do seu autor, e uma monografia, que é uma publicação
num ou mais volumes, de conteúdo unitário, composto por um texto ou ilustrações numa
forma completa, constituindo um item bibliográfico não série, e, por exemplo, um artigo
científico (vulgo “paper”) etc. Estes documentos têm uma estrutura distinta e alguns
elementos constitutivos devem ser apresentados por uma ordem diferente.

Começaremos por tratar em mais pormenor o caso da monografia, o livro, que é o mais
geral e apresenta, nos seus casos mais complexos, todos os elementos. Por outro lado, sem
prejuízo de se pretender ser suficientemente completo, vários aspectos mais relevantes para
os livros a publicar em editora são mencionados mas não exaustivamente explorados. Não
estamos a aconselhar casas editoras mas autores de edições próprias e de tiragem muito
reduzida, tipicamente numa impressora laser, e muitas vezes reproduzidos por fotocópia
(ou por várias impressões na medida em que as fotocopiadoras também são digitais e
funcionam igualmente como impressoras) como é típico do ambiente de ensino. Claro que
todas as regras discutidas, essencialmente de bom senso, se aplicam para composições mais
ambiciosas. Contudo aí o melhor conselho é ouvir os profissionais da área com experiência
e seguir os conselhos da casa editora.

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Estrutura Interna. As Partes Essenciais Tipos de livros

4.2 Estrutura Interna. As Partes Essenciais


Segundo a ISO 7144, toda a monografia deve ter as seguintes partes: preliminares, texto
principal, parte final. Estas três grandes divisões de qualquer monografia podem englobar,
quando há necessidade, as seguintes subdivisões:

• Preliminares ou pré-texto: capa, folha de rosto, errata, resumo, prefácio,


sumário, lista de ilustrações e tabelas (quadros), lista de abreviaturas,
símbolos, glossário.
• Texto principal: Introdução, corpo do texto, conclusões, bibliografia,
anexos.
• Parte final ou Pós-texto: Índices, apêndices, currículo do autor, material
acompanhante.

Considera-se ainda por vezes a estrutura exterior ou parte complementar, constituída


pela capa, lombada, contracapa e, eventualmente em livros, a cobertura ou sobrecapa com
as orelhas ou badanas. Outras vezes estes elementos da estrutura exterior são incluídos nos
preliminares.

Se quisermos considerar todas as partes estruturais lógicas (as físicas estão na p. 21 Quadro
1 Os elementos físicos de um livro) de um livro e seguindo a autoridade do CMS (The
University of Chicago Press, 1993), podemos analisar o Quadro 5. As divisões de um livro,
The Parts of a Book, onde estão todas essas partes e respectivas designações inglesas.

Quadro 5. As divisões de um livro, The Parts of a Book

Plano de Divisões, Outline of Divisions

• Pré-texto, Front Matter


o Anterrosto ou Página de Falso Título, Half-Title Page
o Verso de Página de Falso Título, Verso of Half-Title Page
o Rosto ou Página de título, Title Page
o Página dos direitos de autor, Copyright Page
ƒ Declaração dos direitos de autor, Copyright Notice
ƒ História de publicação, Publishing History
ƒ Endereço do editor, Publisher’s Address
ƒ Data do CIP, CIP Data
ƒ ISBN, ISBN
ƒ ISSN, ISSN
ƒ Publicação anterior, Autorizações e Agradecimentos, Prior
Publication, Permissions and Acknowledgments
ƒ Declaração de Longevidade do papel, Paper Durability Statement
o Dedicatória, Dedication
o Epígrafe, Epigraph
o Índice, Table of Contents
o Lista de Ilustrações, List of Illustrations
o Lista de Quadros, List of Tables
o Prefácio ou apresentação, Foreword

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Normas de publicação de monografias e trabalhos académicos MONOGRAFIAS. ASPECTOS PRÁTICOS

o Preâmbulo ou prólogo e Agradecimentos, Preface and Acknowledgments


o Introdução, Introduction
o Outros Preliminares, Other Front Matter
ƒ Lista de Abreviaturas, List of Abbreviations
ƒ Método de edição, Editorial Method
ƒ Lista de Contribuições, List of Contributors
ƒ Cronologia, Chronology
• Texto, Text
ƒ Capítulos, Chapters
ƒ Partes, Parts
ƒ Outras Divisões, Other Divisions
ƒ Subtítulos, Subheads
ƒ Epílogos, Posfácios e Conclusões, Epilogues, Afterwords and
Conclusions
• Pós-texto, Back Matter
ƒ Apêndice, Appendix
ƒ Notas, Notes
ƒ Glossário, Glossary
ƒ Bibliografia ou Lista de Referências, Bibliography or Reference List
ƒ Índice, Index
ƒ Colofão, Colophon
• Estrutura exterior, Exterior Structure
ƒ Cobertura, Cover
ƒ Capa e contracapa, Jacket or Dust Wrapper

A demarcação entre estas divisões não é inteiramente rígida.

Os elementos que compõem a estrutura de diversas publicações podem ver-se no Quadro


6. Estrutura de publicações científicas. Os elementos, a seguir descritos, dizem respeito
apenas às dissertações e teses, apesar de fazerem parte de outros tipos de documentos
académicos.

Quadro 6. Estrutura de publicações científicas. A numeração em coluna, após cada


elemento, corresponde à sugestão para a sua ordem no documento.

Elementos Dissertações e Livros e Relatórios Artigos


teses folhetos técnico- Científicos
científicos
ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS
- Sobrecapa 1
- Capa 1 2 1
- Lombada 3
- Orelhas (ou badanas) 4
- Anterrosto 5

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Estrutura Interna. As Partes Essenciais Tipos de livros

Elementos Dissertações e Livros e Relatórios Artigos


teses folhetos técnico- Científicos
científicos
- Errata 6
- Folha de rosto 2 7 2
- Dedicatória 3 8
- Agradecimentos 4 9 10
- Epígrafe 5 10
- Prefácio(ou apresentação) 11 3
- Sumário 6 12 7
- Lista de ilustrações 7 5
(tabelas, figuras e quadros)
- Listas de símbolos, 8 6
abreviaturas e convenções
- Resumo e/ou abstracto 9 13 4 1
ELEMENTOS TEXTUAIS
- Introdução 10 14(*) 2
- Revisão de literatura 11 3
- Metodologia 12 4
- Desenvolvimento 13 15(*) 8
- Resultados 14 5
- Discussão dos resultados 15 6
- Conclusão 16 16(*) 7
ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS
- Anexos ou Apêndices 17 17 9 9
- Glossário 18 11
- Bibliografia ou 18 19 12 8
Referências bibliográficas
- Índice 20 20 13
- Ficha de identificação 14

(*)a cada capítulo.

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Normas de publicação de monografias e trabalhos académicos MONOGRAFIAS. ASPECTOS PRÁTICOS

4.3 Papel. Folhas. Página. Frente. Verso


Papel é a substância formada de matérias vegetais ou de trapos reduzidos a massa, e
disposta em folhas, para se escrever, embrulhar, etc.; documento escrito (Do lat. papüru-,
«papiro», pelo cat. papel, «id.»).

Os pedaços rectangulares de papel cujas duas faces constituem páginas consecutivas de um


livro ou obra semelhante são designadas por folhas, leaves. Também se chama folha a um
pedaço de papel rectangular que é dobrado ao meio quando faz parte de um caderno. (Do
lat. folîa-, pl. de folîu-, «folha»). DET.

Uma página, page, é um dos lados de uma folha. É qualquer das duas faces de uma folha de
papel ou de uma folha vegetal, ou o que está escrito num dos lados de uma folha

O lado da frente, o lado que fica à direita de uma publicação aberta, é chamada página de
frente, recto. É a parte anterior ou dianteira da folha. (Do lat. fronte-, «id.», pelo cast. frente,
«id.») [Porto Editora, #12]. Página da direita; página de numeração ímpar.

O outro lado da folha, o lado que fica à esquerda de uma publicação aberta, é chamada a
página do verso, verso. É o lado oposto ou página oposta à da frente tal como se designa a
face posterior de qualquer objecto (Do lat. versu-, «id.») [Porto Editora, #12]. Página da
esquerda; página de numeração par.

As frentes tem numeração de página ímpar e os versos tem numeração de página par
normalmente com colocação espelhada.

4.4 Preliminares
Os preliminares são também chamados parte pré-textual ou preliminar ou prévia ou
princípios ou começo. Representam aquilo que precede o assunto principal para o
esclarecer. (Do lat. prae-, «antes» +limîne-, «soleira da porta», pelo fr. préliminaire, «id.»).
Contém os elementos do chamado paratexto, ou seja, aqueles que não fazem parte do texto
propriamente dito (Santos, F. D.).

Normalmente compreendem capa, folha de rosto, errata, resumo, prefácio, sumário, lista
de ilustrações e tabelas (quadros), lista de abreviaturas, símbolos, glossário.

4.4.1 Anterrosto
A página de anterrosto é a primeira página da folha que precede o rosto ou frontispício
de um livro e que, geralmente, só contém o título ou o nome da secção, composto
normalmente em tipos maiores. (De ante-+rosto) DET. Também é designada página de falso
título, em inglês pode também ser chamado half-title page ou bastard title. Usa-se
essencialmente em livros onde é a primeira página numerada mas sem fólio expresso, isto é,
sem o número de página aparecer explicitamente. Não tem subtítulo nem o nome do autor.
Frequentemente o seu verso está em branco. Esta página de um livro, que só leva a
impressão do título, é colocado a seguir às guardas que são páginas de grande gramagem
(papéis normalmente mais encorpados que o papel do miolo do livro), às vezes decoradas,
postas no início e no fim dos livros encadernados.

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Preliminares Folha de Rosto ou Página de Título

No Brasil é comum colocar-se o nome do reitor da Universidade, do director e do chefe de


departamento da faculdade onde o trabalho será defendido.

4.4.2 Folha de Rosto ou Página de Título


( (Azevedo, C. A. M.Azevedo, A. G. D., 1994) p. 54)

A folha de rosto ou parte dianteira ou frente, é a página do livro que tem o título e o nome
do autor. Também chamada página de título contém os elementos essenciais à
identificação da obra, conforme se refere a seguir.

• Título com eventual complemento de título


o O título aqui deve estar completo e deve indicar sem ambiguidade o
conteúdo. Frequentemente o complemento de título ou subtítulo,
quando existe, é escrito numa fonte mais pequena, caso em que não
é separado por vírgula ou outro sinal de pontuação do título. Quase
sempre é centralizado.
• Nome dos autores
o O nome é escrito sem abreviaturas e é o nome completo. Não se
colocam títulos académicos. Em caixa-alta (caracteres de letra
maiúscula).
• A instituição
o Nome da instituição ou casa editora, ou menção «edição de autor».
Nome da disciplina e do seu docente em trabalhos académicos.
• O nome do Professor orientador ou supervisor
• Declaração
o Nota explicativa, a 3 cm do título ou subtítulo, a 9 cm da borda
lateral esquerda. Refere-se à natureza do trabalho, ao seu objectivo
académico e aos respectivos dados de orientação.
• O local e data
o Nome da cidade; ano do trabalho logo abaixo da nota explicativa.
• O ISBN

Se existir anterrosto é a página três, senão será a primeira página da obra.

A portada ou frontispício é a página inicial de um livro, que contém o título, o nome do


autor, etc. (Do lat. tard. frontispicîu-, «o que se vê de face»), isto é, é a página onde se
repetem todos os elementos não icónicos da capa, e a que se acrescentam facultativamente
os subtítulos, morada do editor, etc. e obrigatoriamente a data, se omissa na capa. Página
do início do livro, normalmente com planeamento visual especial, contendo o título do
livro e nomes do autor e da editora. A primeira ou terceira página do livro, na qual vai o
título da obra, nome do autor e tradutor, nome da tipografia ou casa editora. Página no
começo do livro, que se segue ao anterrosto e na qual figura o título da obra, nome do
autor, editor e outros dados, que se faz acompanhar com uma ilustração. Foi muito usado
nos séculos XVII e XVIII.

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Normas de publicação de monografias e trabalhos académicos MONOGRAFIAS. ASPECTOS PRÁTICOS

4.4.3 Página dos Direitos de Autor

A página dos direitos de autor, copyright, normalmente só aparece em livros. Está no


verso da página do título ou seja é a quatro. Existindo, terá os elementos seguintes:

ƒ Declaração dos direitos de autor, Copyright Notice


• Copyright pode abreviar-se copr. ou ©. Não usar © e Copyright
simultaneamente.
ƒ História de publicação, Publishing History
ƒ Endereço do editor, Publisher’s Address
ƒ Data do CIP, CIP Data
• CIP é o Library of Congress Cataloguing-in-Publication.
• No caso português o número de Depósito Legal
o É atribuído pela Biblioteca Nacional.
ƒ ISBN, ISBN
• ISBN é o International Standard Book Number.
o É atribuído pela Associação Portuguesa de Editores
e Livreiros. ( (Azevedo, C. A. M.Azevedo, A. G. D.,
1994), p.55)
ƒ ISSN, ISSN
• ISSN é o International Standard Serial Number.
ƒ Publicação anterior, Autorizações e Agradecimentos, Prior
Publication, Permissions and Acknowledgments
• Se porções da obra já foram publicadas deve aqui constar.
• Permissões de uso de material com direitos de autor.
• Agradecimentos de bolsas, subsídios, ajuda mas sem
duplicar os do prefácio ou folha de agradecimentos dos
preliminares.
ƒ Declaração de longevidade do papel, Paper Durability Statement

4.4.4 Dedicatória
A dedicatória, dedication, é a inscrição ou palavras com que se dedica ou oferece a alguém a
produção literária ou artística ou científica. É um elemento facultativo. A dedicatória pode
incluir um parentesco, um professor ou alguma relação sentimental, mas deverá excluir
deuses, criaturas mitológicas e fantásticas e animais domésticos (Santos, F. D., 2005).

A existir é a página cinco e o seu verso, a página seis, será em branco. Sugere-se que o título
“Dedicado a” é desnecessário bastando “Para”. Não é necessário identificar ou dar o nome
completo da pessoa a quem a obra é dedicada ou datas de falecimento de pessoas já
desaparecidas.

4.4.5 Epígrafe
A epígrafe, epigraph, é quer uma inscrição em local destacado de um edifício, quer o título
de um escrito ou sentença ou divisa anteposta no início de um livro ou capítulo, quer o
título ou frase que serve de tema a um assunto (Do gr. epigraphé, «inscrição»).

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Preliminares Índice

A epígrafe é uma página opcional que alguns autores gostam de incluir no início da obra. É
uma citação que deve ser pertinente e apresentar uma relação evidente com o tema do
trabalho. Deverá evitar-se citações de puro efeito retórico ou anedótico. Se existir página de
dedicatória, a epígrafe pode seguir-se numa nova folha constituindo a página sete. Há quem
goste de utilizar epígrafes no início de capítulos.

A fonte da citação que constitui a epígrafe é dada na linha seguinte e normalmente


encostada (justificada) à direita, sem parêntesis de qualquer tipo embora por vezes
precedida por um travessão. Basta indicar o nome do autor e, se ele for bem conhecido, é
suficiente apenas o último nome e, normalmente, o título da referência. Como não é parte
do texto nunca deve ter uma referência para a bibliografia. Querendo dar esclarecimentos
adicionais sobre a epígrafe, estes podem ser incluídos no prefácio ou outros preliminares. A
epígrafe não deve estar entre aspas.

4.4.6 Índice
O índice (Do lat. indîce-, «o que indica») (Do fr. liste, «id.»), table of contents, é também
designado índice geral ou tabela de conteúdos ou tábua de matérias. É uma lista de
matérias, capítulos ou termos contidos no trabalho. Apresenta normalmente a forma de
uma lista ou rol ordenada de assuntos de que trata uma obra pela ordem de apresentação
dos elementos que são referenciados para transmitir a sua rápida localização no trabalho. É
ordenados por páginas e pode aparecer no início ou no final de um livro. A sua função
principal é sempre a visão num relance das matérias tratadas e a sua remissão para os locais
relevantes onde esses materiais estão expostos no texto sempre de um modo rápido e
eficiente.

Nos trabalhos científicos e de investigação é corrente incluir o índice nos preliminares


como é também o caso das obras alemãs, inglesas ou americanas. Já nas obras espanholas,
francesas e italianas aparecem na parte final, sendo esta também a sua posição tradicional
no livro português, após os índices especiais e antes do cólofon (Santos, F. D., 2005).

Quando o índice ou índex é colocado no início da obra nos preliminares deverá ser a
página cinco, se não houver dedicatória ou epígrafe, caso em que passa a sete ou nove, para
poder incluir todo o material preliminar a seguir discutido.

O índice deve incluir o título e o número da página inicial de cada secção da monografia.
Deve apresentar as principais divisões do trabalho indicando claramente os capítulos e
sub-capítulos bem como a sua correcta paginação. A numeração deve ser contínua e em
algarismos árabes. As subdivisões devem ser numeradas consecutivamente com os grupos
de algarismos separados por pontos.

Um moderno processador de texto cria automaticamente um índice bastando para tal, por
exemplo, marcar os diferentes títulos de secções com um formato de cabeçalho, heading,
com o nível apropriado ou seja um, dois, ...

O índice é um elemento obrigatório.

4.4.7 Listas
Uma lista, list, representa um rol ou ementa ou catálogo (Do fr. liste, «id.»). Modernamente
é frequente o uso do termo listagem para designar o acto ou efeito de listar ou alistar;

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Normas de publicação de monografias e trabalhos académicos MONOGRAFIAS. ASPECTOS PRÁTICOS

conjunto de listas. É um neologismo que na informática significa apresentação de


programas ou dados em ordem numérica ou segundo as posições que ocupam na memória
do computador (Do fr. listage, «id.»).

Pode nos preliminares incluírem-se as diversas listas eventualmente elaboradas e que


ajudam a referenciar e indexar a informação apresentada.

É o caso das listas de ilustrações ou figuras, a lista de tabelas ou quadros, a lista de


abreviaturas, a lista de símbolos, a lista de siglas e acrónimos, a lista de experiências, a lista
de exemplos, etc.

São elementos recomendados.

4.4.7.1 Lista de Ilustrações

Uma parte importante de uma publicação e que tem um tratamento especial no desenho da
página é toda a problemática das inserções ou, como também é conhecida, material
flutuante. De um modo genérico trata-se de entidades gráficas, embora possam ter um
conteúdo que é puro texto. Aquilo que melhor as caracteriza é que são invariavelmente
referenciadas indirectamente, isto é, são referenciadas pelo autor, por exemplo, em termos
de Ver Fig. 7 ou Ver Tabela 3.5 em vez de serem referenciadas implicitamente como, por
exemplo, ver abaixo. Pela natureza da sua referenciação indirecta podem estar localizadas
fisicamente num sítio muito distante do ponto da sua referência. A colocação deste material
flutuante é um dos principais saberes do desenho de página.

A regra fundamental de colocação destas inserções é que devem poder ser vistas do ponto
onde se lhes faz referência. Este é um dos muitos méritos de modernos programas de
publicação assistida por computador; por exemplo, só em casos muito patológicos é que
uma nota de rodapé inserida automaticamente por um moderno processador de texto ficará
numa página diferente daquela onde está referenciada.

Infelizmente enquanto as notas de rodapé são bem tratadas pelo software já não é o caso
para outras inserções do tipo de ilustrações como figuras, gráficos, tabelas, fotografias,
diagramas, etc. que são essencialmente entidades indivisíveis. Claro que elas podem flutuar
na página, isto é, podem ser deslocadas e por vezes aumentarem ou diminuírem de
tamanho mas há muitos casos em que simplesmente aplicar regras não resolve o problema
e tem-se que ou rescrever o texto ou intervir manualmente no desenho. (Taylor, P., 1998).

As ilustrações são componentes destacados graficamente num texto, que têm por objectivo
apresentar informação de um modo condensado que permita a inteligibilidade imediata ao
leitor. Servem para elucidar, explicar e simplificar o entendimento de um texto. São por
vezes a parte artística de um texto na forma de gravuras, desenhos. (Do lat. illustratióne-,
«acção de esclarecer»).

A lista de ilustrações, list of illustrations, reúne ilustrações existentes no texto, na ordem em


que aparecem, com indicação da página. Deve ter o mesmo formato, isto é, tipo de letra,
estilo, do índice. No caso de haver diferentes tipos de ilustrações, a lista pode dividir-se em
secções intituladas, por exemplo, figuras, figures, mapas, maps, fotografias, photographs,
gravuras, plates.

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Preliminares Listas

A lista de ilustrações é um índice de tabelas, de quadros, de gráficos ou de gravuras que


figuraram quer na parte textual quer em extratexto (quando não são tidos em conta na
sequência da paginação); estes índices podem também surgir logo após o índice geral em
livros germânicos (Santos, F. D., 2005).

Como regra prática podemos dizer que é recomendado que sejam feitas listas separadas
para cada tipo particular de ilustração, desde que haja pelo menos mais de cinco elementos
a serem referenciados na monografia. Claro que é uma regra indicativa, isto é, não é
taxativo que com quatro ilustrações nunca se faça e que com seis faça-se sempre uma lista
para esse tipo de ilustração. Como em tudo é o bom senso e a vontade de ser claro para o
leitor, e o ajudar a concentrar-se no conteúdo ou a encontrar com rapidez os elementos em
que esteja interessado, que deve prevalecer.

Os números de página devem ser indicados para todas as ilustrações e são contados na
paginação, mesmo quando os fólios não estão expressos. Se as ilustrações forem extratexto,
por exemplo, se foram adicionadas depois de a monografia estar preparada e não estão
contadas na paginação, a sua localização deve ser referenciada na lista de ilustrações pela
expressão “À face da página xxx” ou “A seguir à página xxx” conforme se trata de
ilustrações em uma folha ou mais de uma.

Os títulos apresentados na lista de ilustrações não precisam ser exactamente as legendas


impressas nas ilustrações. Contudo, sendo feita a lista automaticamente como deve, não se
põe tal questão.

Associado a cada ilustração vem sempre uma legenda. É um texto explanatório que
acompanha as ilustrações. Este texto, que explica e acompanha uma imagem, normalmente
é composto num corpo de letra mais pequeno que o do texto principal.

Nos casos extremos, quer de uma monografia com muito poucas ilustrações fortemente
incorporadas no texto quer de uma com muitíssimas ilustrações, a lista não precisa estar
nos preliminares.

As ilustrações compreendem: quadros, tabelas, figuras e outros.

Lista de Quadros. Tabelas

Quadros, Tables, são ilustrações apresentando informações qualitativas e normalmente sob


forma textual, dispostas em linhas ou colunas caracterizadas graficamente por terem os
quatro lados fechados. São um panorama ou resenha ou tabela e representam uma
disposição metódica de objectos ou de factos para se apreciarem em globo (Do lat. quadru-,
«um quadrado»).

A lista de quadros, list of tables e a de tabelas coloca-se a seguir ao índice ou, se há lista de
ilustrações a seguir a esta. É essencialmente usada e útil em publicações técnicas com
muitas tabelas com frequentes referências a elas. Note-se que de novo modernamente e
com a capacidade automática de referenciação a qualquer elemento em qualquer ponto da
obra, e citando automaticamente ou a página ou secção etc. da tabela, a lista servirá mais
para quem vai ler o trabalho avaliar a sua profundidade nesta vertente mais facilmente.

Tabelas são ilustrações, com dados numéricos, caracterizadas graficamente por serem
fechadas nos lados direito e esquerdo e fechadas nos lados superior e inferior, não se

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Normas de publicação de monografias e trabalhos académicos MONOGRAFIAS. ASPECTOS PRÁTICOS

colocando traços horizontais e verticais separando os dados numéricos. São uma lista ou
rol como, por exemplo, uma lista de preços ou um horário ou lista de estatísticas (Do lat.
tabella-, «tabuinha»).

Entende-se por figura uma imagem, símbolo ou desenho que ilustra um texto (Do lat.
figöra, «id.»). As figuras são todas as outras formas de ilustrações que não sejam quadros e
tabelas, por exemplo, desenhos, fotografias, esquemas ou diagramas como os fluxogramas,
organogramas, gravuras, mapas, modelos etc.

A indicação das ilustrações pode integrar o texto ou localizar-se entre parêntesis no final da
frase. Modernamente esta referenciação faz-se automaticamente num processador de texto
ou com um programa automático de tratamento de citações.

4.4.7.1.1 Apresentação

As ilustrações numeram-se com uma sequência própria para cada tipo de ilustração, ao
longo do texto, com numeração árabe. Cada sequência deve ser única e independente da
numeração progressiva das páginas da publicação. Como opção, em trabalhos muito
extensos, com muitos capítulos, as ilustrações podem ser numeradas pelo sistema de dupla
numeração, isto é, com dois números separados por um ponto, sendo o primeiro número o
do capítulo e o segundo o número da ordem daquela ilustração no capítulo. Por exemplo,
quadro 12.7 significa que é o quadro número 7 do capítulo 12.

O título da ilustração deve ser breve, porém explicativo. Deve começar pela palavra Figura
(ou Tabela, Quadro, Gravura, Mapa, Diagrama, ...) seguida do seu número e ponto. O
título da ilustração deve ser escrito em letras minúsculas, excepto a letra inicial da frase ou
palavras que devam ter iniciais maiúsculas.

O título é colocado na parte superior da ilustração em quadros e tabelas e na parte inferior


em figuras.

4.4.7.1.2 Localização

As ilustrações devem ser centradas na página e impressas em local tão próximo quanto
possível do trecho do texto onde são mencionadas. Quando em grande número ou em
tamanho maior, podem ser agrupadas no final do trabalho. Devem ser enquadradas nas
mesmas margens adoptadas para o texto.

4.4.8 Prefácio ou Apresentação

O prefácio ou apresentação, foreword, não é da responsabilidade do autor mas de outra


pessoa, frequentemente uma personalidade eminente na área, e que o autor escolheu
tipicamente para dar um esclarecimento, uma justificação ou para fazer a apresentação do
autor e da obra. Normalmente só se usa em livros.

O trabalho escrito pelo autor acerca da obra chama-se o preâmbulo ou prólogo, preface. Em
muitos trabalhos académicos técnicos é frequente ver-se chamar prefácio ao que é um
preâmbulo. Aliás o dicionário apresenta-os na mesma lista de sinónimos: introdução,
prefação, preâmbulo (Do lat. praefatîo, (nom.), «prefácio; preâmbulo») DET.

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Preliminares Preâmbulo ou Prólogo. Agradecimentos

O prefácio não é parte integrante do texto propriamente dito ao contrário da introdução.


Representa um discurso preliminar no princípio de uma obra, para explicar o seu motivo
ou justificar os processos que vão ser utilizados.

4.4.9 Preâmbulo ou Prólogo. Agradecimentos


O preâmbulo ou prólogo, preface, é da responsabilidade do autor, sendo uma espécie de
exórdio ou pequeno discurso que antecede ou precede um discurso ou uma obra (Do lat.
praeambûlu, «o que caminha na frente»). Um exórdio é a primeira parte de um discurso onde
se dá uma ideia geral do assunto que se vai tratar; (Do lat. exordîu, «princípio»)

O preâmbulo ou prólogo (Do gr. prólogos, «o que se diz antes», pelo lat. prològu-, «prólogo»)
deve tratar a natureza, objectivos, conteúdos, necessidade e oportunidade da obra ou
trabalho que se apresenta e propõe à leitura. O preâmbulo normalmente inclui os motivos
de realização do trabalho, o método de investigação se tal for relevante para a compreensão
do texto pelo leitor. Deve apresentar os objectivos do trabalho, os meios utilizados para a
sua execução, as limitações encontradas e outras restrições ou dificuldades e problemas
experimentados.

O preâmbulo pode incluir os agradecimentos. Se os agradecimentos forem muito longos


podem ser colocados numa secção a seguir ao preâmbulo. Se o preâmbulo consiste só de
agradecimentos o seu título deve ser mudado para agradecimentos e normalmente é
centrado na página. Os agradecimentos são preferencialmente feitos a personalidades do
mundo académico, colegas ou mesmo discípulos, bem como a mecenas e patrocinadores
que apoiaram significativamente a elaboração da monografia ou tenham suportado de
modo relevante a realização e preparação do trabalho.

O material muito importante para o texto, e que deva ser lido antes do texto do livro não
pertence ao preâmbulo mas sim a uma introdução no início do texto. A matéria do texto
não deve ser misturada com agradecimentos, metodologia ou a história do projecto de
investigação ou outra informação relativa à escrita do livro. O preâmbulo não deve incluir
referências directas ao tema tratado no texto.

O preâmbulo não deve exceder duas páginas.

O preâmbulo é um elemento facultativo.

4.4.10 Outros Preliminares


4.4.10.1 Lista de Símbolos, Abreviaturas e Convenções

A lista dos símbolos apresenta uma lista dos símbolos e convenções do texto e o seu
significado. É recomendável quando há mais de cinco elementos a serem relacionados. Em
livros com muitas referências, especialmente quando muitas respeitam a poucas fontes
abreviadas, é preferível ter a lista na parte pré-textual em vez de a ter na parte pós-textual.
Se a lista não exceder a extensão de uma página pode ser colocada no verso face à primeira
página do texto.

Uma lista muito longa de abreviaturas, particularmente usadas em notas e bibliografia e por
vezes no texto, é preferivelmente colocada no pós-texto ou parte final antes das notas.

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Normas de publicação de monografias e trabalhos académicos MONOGRAFIAS. ASPECTOS PRÁTICOS

4.4.10.2 Método Editorial ou Advertência

Entende-se por Edição a versão específica de um livro, que pode diferir de outras versões
devido ao conteúdo, formato ou mercado (por exemplo: edição revisada, edição para clube
de livro, edição didáctica).

A advertência pode descrever o método da edição ou a discussão de textos variantes.


Deverá referir possíveis condições adversas de redacção do trabalho, dificuldades gráficas,
as diferenças entre edições sucessivas, ou então referir pormenores técnicos como o critério
adoptado para a transliteração de idiomas estrangeiros, etc. Comentários curtos como, por
exemplo, referir que a ortografia e uso de maiúsculas foi modernizado, devem ser
incorporados no preâmbulo do autor e não colocados numa secção especial.

4.4.10.3 Cronologia ou Cronografia

Cronografia é o tratado das datas históricas e sucessão dos acontecimentos ou a descrição


das circunstâncias temporais (Do gr. khronographia, «anais; cronologia»). Cronologia é o
mesmo que Cronografia (Do gr. khronología, «ciência do tempo»).

Uma lista cronológica de eventos relevantes — ou na vida de uma pessoa ou de um certo


período ou de certos desenvolvimentos — também pode aparecer nos preliminares.

Em livros técnicos modernos por vezes aparece no verso da capa e contracapa.

4.4.11 Resumo
O resumo, por vezes designado resumo analítico ou abstracto ou sinopse ou sumário, deve
indicar de forma clara e concisa as questões tratadas no texto. Não deve exceder uma folha
e pode ser apresentado em várias línguas. É uma “Curta representação do conteúdo de um
documento sem interpretação ou criticismo” [ISO 4:1997] ou “… uma representação
abreviada e precisa do conteúdo de um documento com interpretações ou criticismo
adicionais e sem distinção de quem escreveu o abstracto” [ISO 214:1976].

Há vários termos por vezes quase sobreponívéis e até intermutáveis que convém distinguir:

Resumo acto ou efeito de resumir; exposição rápida; compêndio; sumário; epítome;


sinopse; apanhado.

Apanhado resumo; sinopse; conjunto de elementos recolhidos de um ou mais livros com o


fim de se obter um resultado geral ou esclarecedor (Part. pass. de apanhar).

Epítome resumo de um livro de ciência em que se incluem as partes principais e


substanciais; compêndio; (Do gr. epitomé, «abreviação», pelo lat. epitòme-, «resumo»)

Sinopse tratado, em síntese, de uma ciência; epítome; resumo; síntese; resenha; sumário;
compêndio; (Do gr. sünopsis, «id.», pelo lat. synopse-, «id.»)

Além da versão em português deve apresentar-se de preferência o resumo analítico ou


abstracto em mais duas línguas. Uma dessas línguas deve ser a inglesa sendo a versão em
inglês encabeçada pela palavra abstract. A outra língua deverá ser uma considerada língua

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Preliminares Sumário

científica na especialidade em questão. Entende-se por língua científica de uma dada


disciplina o idioma em que foram e são produzidos contributos significativos para o seu
desenvolvimento quer quantitativo quer qualitativo. Por exemplo, o alemão é língua
científica em filosofia, o inglês em informática e matemática, o francês em estudos literários
e artísticos. Actualmente no mundo global é o inglês a língua franca mundial. Facilita a
divulgação no exterior e a divulgação na Web.

Um idioma é a linguagem de uma nação, considerada nos seus caracteres especiais; língua;
dialecto; expressão (Do gr. idíoma, «particularidade de estilo», pelo lat. tard. idióma, -atis,
«idioma»). A língua é o vocabulário de um idioma e suas regras gramaticais; idioma; sistema
abstracto de signos e de regras gramaticais que possibilita a produção e a compreensão dos
actos linguísticos (Do lat. lingûa-, «id.»). A língua mãe é a língua de que outra deriva. A
língua materna é a língua adquirida por um falante na primeira infância. A linguagem é o
conjunto de sons em cuja produção intervém a língua; qualquer sistema ou conjunto de
sinais, fonéticos ou visuais, que servem para a expressão do pensar e do sentir (Do prov.
lenguatge, «id.»).

O resumo é um elemento sempre recomendado, sobretudo em teses, e exigido em muitas


escolas superiores e em publicações periódicas.

O resumo ou abstracto deve ser a apresentação consistente e selectiva de um texto. Deve


apresentar, de um modo claro e sintético, a natureza do trabalho, os seus principais
resultados e as conclusões mais importantes. Deve redigir-se claro, preciso e conciso,
seguindo a estrutura da monografia com menção só das suas informações mais
significativas. Não deve ser uma simples enumeração de tópicos. A primeira frase deve ser
significativa e explicar o tema principal do trabalho, evitando-se o uso de parágrafos, frases
negativas, símbolos, tabelas, quadros, figuras e ilustrações, fórmulas e equações ( (Azevedo,
C. A. M.Azevedo, A. G. D., 1994), p. 55).

Para a elaboração do resumo analítico consultar a NP 418, 1988.

Recomenda-se que os resumos tenham um limite máximo de 500 palavras no caso de teses
e dissertações, de 250 palavras no caso de monografias e artigos, e de 100 palavras no caso
de notas e comunicações breves (Mattar, F. N.: Fowler, F. R.: Tavares, M. C.Pieren, R. W.).

4.4.12 Sumário

O sumário é uma enumeração das principais divisões, capítulos, secções, subsecções e


outras partes de um documento, na mesma ordem e na mesma forma gráfica em que
aparecem no documento, com o respectivo número de página onde aparecem ou se iniciam
(Mattar, F. N. [et al.]).

O sumário deve ser distinguido de índice, listas ou resumo. O sumário só inclui, as partes
da obra que lhe sucedem (resumo, texto, anexos, referências bibliográficas, índice). É
identificado pela palavra SUMÁRIO, escrita em letras maiúsculas, centrada, e a esta segue-
se, exactamente com a mesma grafia, a indicação de numeração de secções primárias
(capítulos), secundárias etc., e as páginas onde se localizam no corpo do trabalho (Mattar,
F. N. [et al.]).

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Normas de publicação de monografias e trabalhos académicos MONOGRAFIAS. ASPECTOS PRÁTICOS

4.4.13 Legislação

A enunciação do quadro legal relevante ao trabalho e seus elementos enquadradores, isto é,


a legislação, ou seja, o conjunto de preceitos legais que regulam certa matéria (Do fr.
législation, «id.»), é um elemento facultativo.

Pela sua relevância para todo o mundo do ensino superior, no Anexo 4. Decreto-lei n.º
362/86 de 28 de Outubro, Decreto-lei n.º 74/82 de 3 de Março, apresenta-se o Decreto-lei
n.º 362/86, que completa nesta matéria o Decreto-lei n.º 74/82. Este Decreto-lei impõe a
lei do depósito legal na Biblioteca Nacional e estabelece a responsabilidade dos
estabelecimentos de ensino superior no depósito legal de teses de doutoramento e de
mestrado, trabalhos de síntese das provas de aptidão pedagógica e capacidade científica do
ECDU, Estatuto da Carreira Docente Universitária, e estudos e dissertações de concursos
de ECDEP, Estatuto da Carreira Docente do Ensino Politécnico.

4.5 Texto Principal


Um texto é uma sequência finita e ordenada de elementos seleccionados de entre as
possibilidades oferecidas por um sistema de signos e que constitui a unidade fundamental
do processo comunicativo. São as palavras tais quais se lêem em algum livro ou escrito, ou
as palavras que se citam para demonstrar alguma coisa (Do lat. textu-, «tecido», part. pass.
de texâre, «tecer; entrelaçar»)

A parte pré-textual ou preliminar é um guia para o conteúdo e a natureza da monografia e a


parte pós-texto ou final apresenta o material de referência. O texto propriamente dito, isto
é, a parte textual ou corpo principal da monografia, deve conter tudo o que é necessário
para o leitor compreender o que o autor lhe apresenta, incluindo as ilustrações ou figuras e
tabelas ou quadros mais importantes, assim como a lista da bibliografia consultada. A
organização ou estrutura do texto pode ajudar ou dificultar a compreensão do texto.
Vamos apresentar aqui os elementos mais comuns das monografias e a sua típica
organização lógica reservando para a secção 5 ASPECTOS GERAIS o tratamento a dar
aos elementos específicos como as citações, ilustrações, tabelas, expressões matemáticas,
notas, etc.

Se os preliminares forem muito extensos, pode colocar-se também aqui uma página de
anterrosto (a que é a primeira página da monografia) e que será a primeira página de texto
embora sem o fólio expresso (sem o número de página escrito explicitamente) e com o
verso em branco e também sem número, sendo a página dois. A primeira página do
capítulo um será a terceira do texto. Porém, se os preliminares tiverem n páginas então, a
primeira página do capítulo um, será a página n+3.

O texto deve ser estruturado ou organizado, ou seja, deve ser dividido de acordo com um
plano previamente elaborado em agregados lógicos compactos: volumes, partes, capítulos,
secções, subsecções. Cada uma destas divisões deve ter mais ou menos o mesmo tamanho
que as outras divisões equivalentes.

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Texto Principal Volumes

4.5.1 Volumes

Um volume é um conjunto de folhas impressas encadernadas juntas e formando parte ou a


totalidade de uma obra ou de várias obras (Ritter, R. M., 2002). Um volume (do Lat.
Volumine, s. m., objecto que ocupa certo espaço) por vezes entende-se como livro, tomo.

Cada livro de uma mesma obra publicada em vários volumes deve ter a sua paginação,
índice geral, bibliografia, etc. se for para ser utilizado independente dos outros volumes. Se
formam uma parte subsidiária de uma obra podem partilhar algumas características.

4.5.2 Partes

Se o texto puder ou dever ser dividido logicamente em partes maiores que capítulos, os
capítulos podem ser agrupados em partes.

O número da parte e o seu título devem aparecer na frente de uma página precedendo a
primeira página do capítulo dessa parte e com o verso em branco.

Os capítulos dentro de partes devem ser numerados consecutivamente ao longo da


monografia e não começar do número um em cada parte. As páginas de títulos de partes e
seus versos contam para a paginação mesmo sem fólios expressos.

Cada parte pode ter uma introdução, regra geral curta e intitulada, por exemplo,
“Introdução à Parte 2”, e que começará na frente de uma nova página. Para conservar
espaço esta introdução pode aparecer no verso da página do título da parte, ou com uma
separação de espaço vertical conveniente, na página do título da parte.

A introdução a um texto dividido em partes deve anteceder a primeira parte ou parte um e


não deve ter página de parte a antecedê-la. Igualmente não é necessário preceder a parte
final ou pós-textual de um livro dividido em partes por um título. Porém os títulos das
partes podem ser usados para cada secção da parte final como os apêndices, notas,
bibliografia, índice.

4.5.3 Capítulos
Geralmente a primeira divisão de um texto é em secções primárias que recebem o nome de
capítulos e que têm em regra, mas não necessariamente, um comprimento
aproximadamente igual. Os títulos dos capítulos devem ser simples e curtos e dar uma ideia
clara do que se vai ler no capítulo. Para muitos leitores é só o que vão ler, no índice, se não
ficarem interessados no resto da obra.

Numa monografia cada capítulo geralmente começa numa nova página, frente ou verso,
com fólio descendente (no rodapé) e sem cabeçalho. Se o título tiver duas ou mais linhas, o
que deve ser evitado pois deve ser curto, a pontuação deve ser omitida no fim do título a
menos que seja indispensável para a compreensão. Notas de rodapé e símbolos não devem
aparecer em títulos de capítulos ou secções. Se uma nota se refere a todo o capítulo deve
ficar sem número e aparecer antes das notas numeradas no sítio onde elas estejam.

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Normas de publicação de monografias e trabalhos académicos MONOGRAFIAS. ASPECTOS PRÁTICOS

Note-se que quando se planeia tirar separatas, offprints ou fazer reimpressões, reprints cada
capítulo deve-se começar numa página frente para evitar um rearranjo posterior, sob pena
de encontrar depois páginas frente com numeração par.

4.5.4 Secções
Uma secção é a parte (porção) que se separa de um todo (acto ou efeito de cortar) (Do lat.
sectióne-, «corte») e uma subsecção é uma subdivisão de uma secção ou seja um grupo
taxionómico inferior à secção.

Em matérias complexas ou monografias científicas ou técnicas, devem dividir-se os


capítulos em secções para melhor orientar o leitor e proporcionar pontos naturais de pausa
ou interrupção. Os subtítulos devem ser curtos e significativos e todos do mesmo estilo.

Em obras científicas e técnicas é comum ir-se para além de divisão de primeiro nível e ter
de usar-se subsecções e sub-subsecções, etc. isto é, cada capítulo pode ser dividido em
secções secundárias, estas em ternárias, estas em secções quaternárias, etc. Não se
recomenda subdivisão excessiva de um texto, ou seja, que ultrapasse a subdivisão ternária.
Só em trabalhos extremamente complexos é necessário ir para mais de três níveis de
divisão.

Quando uma secção de texto é subdividida deverá haver pelo menos duas secções. Uma só
aparece ilógica e assimétrica e é sintoma de um mau título de secção.

Os subtítulos colocam-se todos numa linha separada do texto, excepto a níveis inferiores
de divisão. Os subtítulos de níveis inferiores aparecem por vezes no princípio do parágrafo,
em itálico e seguidos de um ponto.

Os níveis devem diferenciar-se pelo tipo e colocação conforme o estilo escolhido


previamente.

O número de divisões deve ser adaptado ao capítulo ou seja, nem todos os capítulos
necessitam do mesmo número de subdivisões.

Se as secções são referenciadas em pontos do texto devem ser numeradas. Geralmente os


subtítulos são mais úteis como referências para o leitor. Modernamente um bom
processador de texto faz esta referenciação, cross-referencing, automaticamente e com a
inclusão de quaisquer elementos de referência, incluindo o número de página, que se
pretendam.

A numeração de títulos deve ser sempre usada em trabalhos científicos e técnicos onde são
um guia adicional para o leitor.

Parágrafos são um ou mais períodos que tratam do mesmo assunto. Representam uma
pequena divisão de um discurso, de um texto, capítulo ou artigo. O sinal gráfico dessa
divisão é tradicionalmente § ou, no processador de texto WinWord, ¶). A expressão abrir
parágrafo significa deixar a linha em que se escrevia e começar na seguinte, um pouco
dentro (Do gr. parágraphos, «escrito ao lado», pelo lat. paragràphu-, «id.»). Pode iniciar-se com
um espaço à entrada da primeira linha (parágrafo português) ou não (parágrafo alemão).

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Texto Principal Secções

Uma boa regra para definir o tamanho dos parágrafos é que cada parágrafo não deve
apresentar mais de uma ideia.

4.5.4.1 Títulos de Secção


Um título é uma palavra ou frase que serve de nome ou designação de um livro, capítulo,
jornal, artigo, publicação, obra ou partes dessa mesma obra, e que geralmente indica a
matéria de que se trata. É um letreiro ou rótulo (Do lat. titûlu-, «id.»).

Um subtítulo é o título posto por baixo de outro; é um título secundário relacionado com
o principal (De sub-+título). Um título representa frequentemente o nome de um livro ou
um livro específico no catálogo de uma editora.

É importante considerar o título corrente que é a linha que se costuma colocar no alto de
cada página e que identifica o livro, partes ou capítulos. É o cabeçalho da página, page
header.

Os títulos das secções devem ter um destaque gráfico e são geralmente apresentados em
letras maiúsculas (ou de caixa-alta) para as secções primárias e letras minúsculas (excepto a
inicial) para as demais secções.

4.5.4.2 Numeração de Títulos de Secções


Há vários sistemas de numeração possíveis para os diferentes títulos e subtítulos.
Modernamente é algo feito automaticamente pelo processador de texto. O sistema
preferido tem as secções numeradas em sequência nos capítulos, as subsecções numeradas
sequencialmente dentro das secções e as sub-subsecções numeradas sequencialmente
dentro das subsecções. O número de cada divisão é precedido pelos números das divisões
superiores separados por pontos finais. Por exemplo, 4.5.1. significa a primeira subsecção
da quinta secção do capítulo quarto. Este sistema de numeração deve igualmente ser o
utilizado para ilustrações, tabelas, equações matemáticas.

Esta numeração é sugerida principalmente, para teses e dissertações. Cada divisão recebe
um grupo numérico chamado indicativo de secção que facilita a sua localização no texto.
Para a numeração dos capítulos é utilizada numeração árabe. O indicativo da secção
secundária é formado pelo número do capítulo, acrescido do número de cada parte (ambos
separados por um ponto), de acordo com a subdivisão proposta. Aplica-se o mesmo
procedimento às secções ternárias, quaternárias e quinárias. REF ANEXO 2.

Num título ou subtítulo de secção nunca devem aparecer quer dentro quer no fim
quaisquer referências a notas, que devem estar numa localização apropriada no texto.

A primeira frase do texto a seguir a um subtítulo não deve conter pronomes referindo-se a
suas palavras. Por exemplo deve escrever-se:

Lista de Ilustrações

A lista de ilustrações reúne ...

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Normas de publicação de monografias e trabalhos académicos MONOGRAFIAS. ASPECTOS PRÁTICOS

e não:

Lista de Ilustrações

Esta lista reúne ...

Exemplo 4 — 4.1. Não usar pronomes a seguir a títulos.

Em vez de subtítulos, para marcar divisões de texto ou assinalar mudanças de assunto ou


para dar ênfase, pode-se utilizar espaço vertical extra ou ornamentos separadores.
Geralmente uma linha em branco extra é suficiente. Porém é necessário usar ornamentos se
esta divisão cair no fim de uma página, pois um ornamento preserva a divisão de texto
evitando que se dilua na mudança de página.

4.5.5 Posfácio
O posfácio, afterwords, é um esclarecimento que se faz no fim de um livro (Do lat. *postfatîo,
«conclusão; nota final», por analogia com praefatîo, «prefácio»)

O posfácio não é da responsabilidade do autor. Pode ser, por exemplo, uma nota do editor
— isto é, aquele que edita (Do lat. editóre-, «id.») ou publica a obra de um autor e assume as
despesas de composição, impressão e difusão que essa publicação ocasionar — sobre as
condições de divulgação da obra, se estes elementos não constavam da advertência.

4.5.6 Epílogos
O epílogo, epilogue, é a conclusão resumida de um livro, discurso, etc. Representa um
resumo, recapitulação, fecho (Do gr. epílogos, «peroração», pelo lat. epilògu-, «epílogo»).

O epílogo, é da responsabilidade do autor. Pode ser, por exemplo, uma nota do autor sobre
a sua recepção e crítica.

Epílogo e posfácio, são secções relativamente curtas com que se pode terminar o texto.
Não têm números de capítulo. Podem começar em páginas frente ou verso.

O posfácio, alheio, ou o epílogo, do autor, não devem confundir-se com a conclusão que
tende a ser mais extensa e normalmente deve assumir o significado e proporções de um
capítulo final com ou sem numeração.

Tipograficamente têm o mesmo tratamento que capítulos, prefácio ou prólogo.

O posfácio ou o epílogo são elementos facultativos.

4.5.7 Conclusão

Conclusão, conclusion, é o acto ou efeito de concluir, o acabamento, o termo, a


consequência ou dedução ou proposição final de um raciocínio; é uma tese científica ou
moral (Do lat. conclusióne-, «acção de acabar»).

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Parte final Anexos

Na conclusão o autor faz afirmações finais sobre o assunto apresentado, a investigação


conduzida, as decisões ou conclusões retiradas, as implicações do estudo, as questões que
convidem ou recomendem a investigação futura. Pode começar frente ou verso.

A conclusão é indispensável e fundamental. Um trabalho sem conclusões perde muito do


seu valor.

É a última parte do texto. Deve ser breve, directa e exacta e tipicamente incluir:

¾ A síntese do conteúdo do trabalho.


¾ As observações críticas e principais resultados alcançados.
¾ O ponto de vista do autor com indicação de perspectivas de trabalho futuro
que se justifique face aos resultados apresentados.

4.6 Parte final


A parte final, ou parte pós-textual ou parte referencial, é constituída pelos índices,
apêndices, anexos. Pode eventualmente incluir o currículo do autor e também material
acompanhante a apresentar como, por exemplo, vídeos, disquetes, CD ou DVD-ROM,
transparências, etc.

Os elementos pós-textuais têm forma própria de apresentação e destinam-se a


complementar ou explicar o texto, no seu todo ou em parte, sem contudo integrarem o
mesmo.

4.6.1 Anexos
Um anexo, annex, attachment , é um elemento incorporado na obra e que é dependente ou
acessório (Do lat. annexu-, «junção; junto; unido»). É um documento que geralmente não é
do autor e serve para fundamentar, comprovar ou ilustrar a obra ou suas partes.

Os anexos incorporados, ou dependentes do texto principal, aparecem a seguir a este e


muitas vezes constituem uma parte muito importante do texto.

Possibilitam fornecer elementos adicionais ou informações mais completas, englobando


documentação auxiliar e utilizada na elaboração do trabalho mas cuja inclusão no corpo do
texto poderia quebrar a continuidade das linhas de desenvolvimento do texto. Podem
incluir, por exemplo, pormenores de demonstrações, desenvolvimentos matemáticos,
tabelas de estatística, legislação, normas, descrição de aparelhagem e equipamento, etc.

4.6.2 Apêndices

Um apêndice, appendix, representa um suplemento no fim de uma obra; é uma parte anexa
ou prolongamento (Do lat. appendîce-, «apêndice»). É um documento autónomo da
responsabilidade do autor que visa complementar a argumentação principal do estudo. São
os suplementos no fim da obra e constituídos por elementos que não figuram no corpo do
trabalho.

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Normas de publicação de monografias e trabalhos académicos MONOGRAFIAS. ASPECTOS PRÁTICOS

Os apêndices representam materiais de apoio ao texto elaborados e trabalhados pelo


próprio autor. Anexo, é a designação usada quando se trata de documentos auxiliares
alheios. Frequentemente verifica-se que esta distinção não é feita como deve.

Anexos, alheios, e apêndices, do autor, são partes que expandem e elaboram o texto,
destacados deste para evitar interrupções na sequência lógica das secções ou capítulos. Não
são uma parte essencial do texto, mas ajudam o leitor que quer ser mais elucidado sobre o
texto. Podem ser, por exemplo, textos de documentos, legislação, listas compridas,
questionários de inquéritos ou gráficos ou tabelas, ilustrações, descrições, modelos de
formulários e impressos, leis, decretos, etc., com a finalidade de complementar,
documentar, esclarecer, provar ou confirmar ideias expressas no texto, relevantes ou
necessárias à maior compreensão do mesmo. Não devem ser um repositório para dados em
bruto que o autor foi incapaz de tratar no texto.

Quando há dois ou mais apêndices na monografia devem ser numerados como capítulos
(Apêndice 1, Apêndice 2, etc.) ou eventualmente com letras maiúsculas consecutivas
(Apêndice A, Apêndice B, etc.). Cada um deve ter um título. O primeiro apêndice
normalmente começa numa página da frente e os seguintes frente ou verso.

Os apêndices devem ser identificados através do identificador e respectivo título.

Os apêndices devem aparecer a seguir aos índices.

4.6.3 Glossário
O Glossário, glossary, é quer um vocabulário em que se dá a explicação de certas palavras
antigas ou pouco conhecidas quer um dicionário de termos técnicos de uma arte ou ciência
(Do lat. glossarîu, «id.»).

O glossário é um elemento recomendado em que se lista e dá o significado ou explicação


de certas palavras, em particular dos termos técnicos do domínio artístico ou científico da
obra, e utilizadas no trabalho.

É útil, por exemplo, num livro com muitos termos estrangeiros, ou de uma área específica
científica ou técnica ou artística, com termos próprios. Tem fins pedagógicos e permite que
a obra possa ser lida e entendida por uma audiência mais vasta que especialistas da área.

As palavras a ser incluídas num glossário devem ser ordenadas alfabeticamente estando
cada uma numa linha separada e seguida da respectiva definição ou significado.

O glossário deve estar colocado antes da bibliografia.

4.6.4 Bibliografia

Todos os trabalhos de pesquisa e investigação devem citar as fontes de informação,


documentais ou outras, que foram utilizadas para a sua elaboração.

A bibliografia, bibliography, deve apresentar uma correcta e completa enumeração de todas


as fontes utilizadas. É sempre um elemento obrigatório. Preferencialmente deve ser crítica,
tendo um breve comentário ao contributo e interesse específico de cada obra referenciada
no contexto da obra apresentada.
p. 50 de 80
Parte final Índices

A bibliografia deve assumir a forma de uma lista ordenada elaborada nos termos e de
acordo com as normas portuguesas e internacionais.

Tradicionalmente a bibliografia era uma descrição ou conhecimento dos livros quanto à


edição, papel e tipo; notícia acerca das obras de determinado autor ou assunto (Do gr.
bibliografia, «transcrição de livros», pelo fr. bibliographie, «bibliografia»). Porém com o advento
da Internet e o seu fantástico ritmo de desenvolvimento e integração nos nossos hábitos
quotidianos, é muitas vezes substituída pelo termo fontes de informação pois nos tempos
de hoje dificilmente se publicará sem o recurso a fontes de informação não monográficas.
Por exemplo, o uso de referências a páginas de Web aparece já correntemente como uma
Webgrafia, para distinguir a eventual volatilidade e natureza dinâmica da referência
existente em suporte digital relativamente àquela existente em edição publicada em papel.

http://ibw-www.uia.ac.be/ibw/vakken/ggs/DST_Files/BFS.htm

4.6.4.1 Referências Bibliográficas

As referências bibliográficas compreendem um conjunto de elementos que permitem a


identificação, no todo ou em parte, de documentos impressos ou registados em diversos
tipos de materiais. Podem estar localizadas em notas de rodapé, notas de fim de texto e em
lista bibliográfica sinalética ou analítica. Adiante, nesta obra, as referências bibliográficas
serão abordadas de forma mais específica (Lima, J. R.Costa, P. S., 1997).

(http://forum.diodati.org/messaggi.asp?f=6&id=316).

http://www.burioni.it/forum/ors-bfs9/text/6e12400-46.html

4.6.5 Índices
Os índices são uma lista de matérias, capítulos ou termos contidos no trabalho.
Apresentam frequentemente a forma de uma tabela ou rol alfabetado ou de uma lista
ordenada por um certo critério dos elementos que são referenciados para transmitir a sua
rápida localização no trabalho. São um elemento essencial de qualquer obra séria. A área da
obra e o seu objectivo determinam quais as questões que são pertinentes e quais são
periféricas. Os índices devem trazer um valor acrescentado e não ser uma simples lista de
concordâncias ou de localizações. Não confundir com sumário.

O índice, ou o primeiro de vários índices, geralmente começa numa página frente. Os mais
vulgares são os índices de nomes e de assuntos devendo, quando há os dois, ser primeiro o
índice de nomes. Normalmente apresentam-se a duas colunas por página e numa fonte
menor que a do texto. Com um moderno processador de texto são feitos e formatados,
automaticamente ou com muito pouco trabalho.

4.6.5.1 Entradas de Índices

São a principal subdivisão de um índice. Uma entrada simples consiste num cabeçalho,
heading, e num localizador, locator. O cabeçalho identifica o assunto de cada entrada e o

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Normas de publicação de monografias e trabalhos académicos MONOGRAFIAS. ASPECTOS PRÁTICOS

localizador indica onde se encontra no texto a matéria relativa a esse assunto [ (The
University of Chicago Press, 1993) cap. 17].

4.6.5.2 Tipos de Índices


Dependendo do tipo de temas e trabalho realizado os índices poderão ser de diferentes
tipos. Por exemplo, os índices podem ser analíticos, cumulativos, ideográficos,
onomásticos, toponímicos, remissivos, etc.

Há diferentes critérios de classificação dos índices.

Quanto ao seu arranjo, os índices podem ser:

¾ Alfabéticos
o Quando as entradas são ordenadas alfabeticamente.
¾ Sistemáticos
o Quando as entradas são ordenadas de acordo com um sistema de
classificação de assunto.
¾ Cronológicos
o Quando as entradas são ordenadas por data de ocorrência.

Quanto ao conteúdo, os índices podem ser:

¾ Especiais
o Quando contém entradas específicas separadas para um tipo de
informação, tais como um índice onomástico que reúne
alfabeticamente personagens e autoridades citadas ao longo do
texto. Por exemplo, índice de autores, índice de assuntos, índice de
empresas etc.
¾ Gerais
o Quando combinam numa única ordenação, duas ou mais das
categorias indicadas anteriormente.

Quanto à forma, os índices podem-se apresentar:

¾ Em linhas
o Quando se utiliza uma linha para cada informação.
¾ Em parágrafos
o Quando as informações referentes a uma entrada são agrupadas em
parágrafos.

Os índices especiais, por mais abundantes e exaustivos que sejam, jamais substituem o
índice geral. Entre outros, podem ser:

¾ Analítico
o De ideias que indica, para além das respectivas localizações, as
diferentes acepções de um mesmo termo; p. ex.: CIÊNCIA - como
discurso, p. 27; conceitos divergentes de C., p. 43; a História como
C. humana, p. 74 (Santos, F. D., 2005).
¾ Remissivo simples

p. 52 de 80
Parte final Abreviaturas. Acrónimos. Siglas

o Apenas com a indicação do termo indexado; que remete para outro


ponto; que faz referência a (Do lat. remissïvu-, «id.»).
¾ Onomástico
o relativo aos nomes próprios (Do gr. onomastikós, «que serve para dar
nome») que se pode dividir em
ƒ Teonímico
• De deuses.
ƒ Antroponímico
• De pessoas. referente a nome de pessoa (De
antropónimo+-ico). Um antropónimo é o nome
próprio, sobrenome ou apelido de homem ou
mulher (Do gr. ánthropos, «homem» +ónyma, por
ónoma, «nome»)
• De personagens, etc.
¾ Toponímico
o Um topónimo é o nome de uma localidade, de um lugar, de um
sítio (Do gr. tópos, «lugar» +ónyma, «nome»). A toponímia é o
conjunto de topónimos; estudo da etimologia e explicação dos
topónimos; de tópos, «lugar»+-ónyma, por ónoma, «nome»,+-ia).
Toponímico é relativo à toponímia; de toponímia+-ico).
o De lugares, países e nações.
ƒ geográfico relativo à geografia;
• (Do gr. geographikós, «id.», pelo lat. geographîcu-, «id.»)
¾ De autores ou obras citadas
¾ De locais
o Passagens de obras.
¾ Escriturário
o Quando se trata de citações bíblicas.
¾ Tábua cronológica de acontecimentos ou lista de governantes.
¾ Didascálico
o o m. q. Didáctico (Do gr. didaskalikós, «relativo ao ensino», pelo lat.
didascalîcu-, «didáctico»)
o didáctico
¾ Etc.

A sua função principal é sempre a visão num relance das matérias tratadas e a sua remissão
para os locais relevantes onde esses materiais estão expostos no texto. Esta remissão deve
ser feita sempre de um modo rápido e eficiente e sem fazer perder tempo ao leitor em
buscas difíceis ou infrutíferas.

Um índice, que não deve ser confundido com um sumário, pode ser construído conforme
o arranjo, o conteúdo e a forma. Deve ser situado no final da obra.

4.6.6 Abreviaturas. Acrónimos. Siglas

É boa norma a realização de um glossário de termos e uma lista de acrónimos [ (Bergstrom,


M.Reis, N., 1998) , p. 90].

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Acrónimo é um vocábulo formado pelas letras iniciais ou sílabas de várias palavras e que se
pronuncia como uma palavra normal (Do gr. ákron, «extremidade» +ónyma, «nome»).

Sigla é um sinal gráfico convencional que utiliza as letras iniciais de uma instituição ou
entidade e que pode funcionar como monograma ou logótipo. Era uma letra inicial que se
usava como abreviatura nos manuscritos e monumentos antigos. Pode ser a expressão
abreviada de uma firma, geralmente de composição anagramática (Do lat. sigla,
«abreviaturas»), que identifica graficamente uma instituição, empresa ou marca, estando
geralmente acompanhada de logótipo.

Abreviatura é um sinal constituído por uma só letra ou por um grupo de letras, em


substituição de uma palavra ou mesmo de uma expressão, ou é o sinal indicador de
supressão de letra ou letras numa só palavra (Do it. abbreviatura, «id.»).

Abreviaturas e siglas são as formas abreviadas de nomes (Bergstrom, M.Reis, N., 1998).
Utilizam-se para evitar a repetição de palavras e expressões frequentemente utilizadas no
texto. Quando uma sigla ou abreviatura for apresentada pela primeira vez no texto, deve
ser precedida do nome por extenso.

Há um frequente abuso de abreviaturas que modernamente não se justifica pois qualquer


processador de texto facilmente as expande a todas. Para tal basta um simples processo de
procura e substituição. Só deverá considerar-se o seu uso se for utilizada mais de cinco
vezes no texto ou quando é extremamente comum na área de conhecimento que se está a
tratar. Por exemplo IP, para Internet Protocol, ou HTML para Hyper Text Markup Language
numa obra onde a informática é proeminente.

Não se devem empregar abreviaturas nos títulos e resumos dos trabalhos.

Há normas e convenções já consagradas e que devem ser respeitadas. ISO. Por exemplo,
unidades de peso e medida são abreviadas quando por extenso: grama, mililitro,
percentagem.

Não se usa ponto nas abreviaturas de unidades de medida e nas siglas.

Não se usa plural para as formas abreviadas de palavras. Por exemplo, editores: ed.;
organizadores: org.

Não se abreviam nomes geográficos, a não ser quando se tratar de abreviaturas


universalmente aceitas como EUA ou USA. Escreve-se sempre por extenso: São Paulo e
não S.P.

Os meses do ano são abreviados pelas três primeiras letras, com excepção de Maio que não
se abrevia. Usam-se as iniciais minúsculas para meses em língua portuguesa e maiúsculas
quando em língua inglesa e alemã.

As abreviaturas específicas do trabalho e siglas desconhecidas


devem constar de lista prévia, ordenadas alfabeticamente pelas
siglas, seguidas dos nomes por extenso. Quando em pequeno
número podem ser registradas no próprio texto separadas por um
hífen da sua forma p

p. 54 de 80
Parte final Abreviaturas. Acrónimos. Siglas

¾ apud
o Citado por, conforme, segundo.
¾ ibidem ou ibid.
o Na mesma obra.
¾ idem ou id.
o Igual à anterior.
¾ opus citatum ou op. cit.
o Obra citada.
¾ passim
o Aqui e ali.
¾ sequentia ou et seq.
o Seguinte ou que se segue.
¾ loc. cit.
o No lugar citado.
¾ c.f.
o Confira.

Quadro 7. Lista das abreviaturas utilizadas - normalmente de obras frequentemente citadas


ao longo do texto e de periódicos científicos da especialidade (por vezes estes indicam
como deve ser abreviado o seu próprio título, mas existem repertórios de siglas,
organizados por áreas de investigação, que evitam a duplicação de referências).

Abreviatura Significado Referência


aauu. (auctores uarii) vários autores DELFIM4
aka (also known as) também conhecido como ... (indicação de um DELFIM
pseudónimo)
© - copyright direitos de autor para ... DELFIM
ex. exemplo DELFIM
et al. (et alii) e outros DELFIM
id. (idem) o mesmo (autor) DELFIM
ibid. (ibidem) na mesma obra DELFIM
id, ibid. (idem, o mesmo autor, na mesma obra DELFIM
ibidem)
eod. loc. (eodem loci) no mesmo lugar, na mesma página da mesma obra DELFIM
antes citada
op. cit. (opere citato) obra citada DELFIM
ob. cit. obra citada DELFIM
r (reprint) reedição - ano da, suprascrito após a respectiva data DELFIM
(por limitações técnicas substituídas aqui por
parênteses).
ap. (apud) conforme citação em ... DELFIM
in em, na obra DELFIM
cf. (confer) confira DELFIM
col.(cols.) coluna(s) DELFIM

4 http://www.delfim.info/documentologia/monog.htm [citado em 2002-05-03]

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Normas de publicação de monografias e trabalhos académicos MONOGRAFIAS. ASPECTOS PRÁTICOS

§ parágrafo DELFIM
cf. supra p. 2, § 4 confira acima na página 2, parágrafo 4 (parágrafos DELFIM
ou páginas anteriores ao texto)
cf. infra p. 115, l. 8 confira abaixo na página 115, linha 8 (linhas ou DELFIM
páginas posteriores ao texto)
cf. nota 3 confira a nota 3 DELFIM
ud. (uide) veja DELFIM
ut supra, ut dictum como acima foi dito DELFIM
supra
ms., mss. (manu escrito(s) à mão DELFIM
scriptum, scripti)
pass. (passim) em vários passos da obra DELFIM
pp. (paginis) nas páginas DELFIM
pp. ss. ou p. 4 e ss. nas páginas seguintes ou na página 4 e seguintes DELFIM
s. u. (sub uoce) sob o lema (entrada) lexical, usado em enciclopédias DELFIM
e dicionários
n. b. (nota bene) atenção a esta nota DELFIM
p. s. (post scriptum) escrito depois DELFIM
incipit início de um texto, que não deve ser confundido DELFIM
com o título e os subtítulos ou cabeçalhos
explicit final de um texto, que não deve ser confundido com DELFIM
o cólofon

N. B. - em latim ao <V> maiúsculo corresponde o <u> minúsculo.


Casos especiais de pontuação: A dupla pontuação jamais pode ser usada: se o texto, nota ou
referência bibliográfica terminam por uma sigla, omite-se o ponto final.
Ex: O caso seria pois arquivado pelo tribunal do Trabalho, após todas as partes terem sido
ouvidas pelos juízes do TT.
Contudo, certas abreviaturas estrangeiras não são grafadas com pontos mas sim como palavras
compactas: asap (as soon as possible), aka (also known as), etc.

4.6.7 Errata ou corrigenda

Uma errata é o conjunto das emendas de erros num livro, num impresso, etc.; corrigenda;
(Do lat. erráta, «coisas erradas», part. pass. neut. pl. de erráre, «errar; andar ao acaso; cometer
erro»). Corrigenda erros a corrigir num livro; errata; admoestação (Do lat. corrigenda, «coisas
que devem ser corrigidas», ger. neut. pl. subst. de corrigâre, «corrigir»).

A errata lista os erros e as suas correcções. Normalmente toma a forma de umas folhas
soltas de papel ou juntas de um modo simples.

Uma folha de errata não é uma parte normal de uma monografia. Nunca deve ser utilizada
apenas para corrigir erros ortográficos, que nem deviam existir em primeiro lugar com o
bom uso de um moderno processador de texto com corrector ortográfico FLIP. Porém,
caso existam, devem ser corrigidos numa impressão posterior. É frequente em trabalhos
académicos, após a sua defesa, que o exemplar “final” do trabalho que vai para a biblioteca
da instituição seja corrigido desses erros, para além de incorporar eventuais modificações
ditadas pelo júri de avaliação.

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Estrutura Exterior ou Parte Complementar Colofão ou cólofon

A errata não deve ser utilizada para inserir adições ou revisões do texto impresso que
devem ir para um posfácio. Só deve ser utilizada em casos extremos onde o erro possa
causar incompreensão ou interpretação completamente errónea do texto e tenha sido
detectado antes da encadernação e seja de todo impossível reimprimir em particular as
páginas com os erros. Por exemplo, pode ser o caso de trocar a autoria de uma obra ou
negar o que é verdadeiro.

Normalmente com as modernas facilidades de criação de documentos com toda a cadeia de


produção digital, e em trabalhos académicos com impressão muito flexível que permite
alterações até ao momento de impressão, só terá sentido fazer uma errata para erros
detectados após a entrega e antes da defesa do trabalho. Se entre a entrega do trabalho e a
sua apresentação surgirem informações consideradas relevantes ou se forem detectadas
erros de conteúdo, pode ser apresentado um posfácio e uma errata a incluir após as
conclusões.

A errata deverá ter o seguinte formato:

Quadro 8. Exemplo de errata.

Página Linha Em vez de Ler


15 7 Grace Hope Donald Knuth
22 3 Segue a lei Não segue a lei

A inclusão de uma errata pode ser justificada se, por exemplo, toda ou uma parte da
monografia for reproduzida fotograficamente onde há alguns erros facilmente corrigíveis.
Deve haver um cabeçalho a explicar a questão.

A errata, caso exista, pode ser colocada no fim dos preliminares ou no fim da monografia e
deve estar mencionada no índice.

4.6.8 Colofão ou cólofon

O colofão ou cólofon representa as notas de impressão onde consta o local, data, número
de exemplares, nome e morada da tipografia e mesmo o lema do impressor. Nas obras
antigas a dedicatória ou louvor a personagem religiosa era colocada no final do cólofon. É a
inscrição que pode estar no fim ou início do livro e que contém a informação sobre o
título, autor, editor, gráfico, tipografia, local e data de impressão, entre outros.

Alpha, Internet 2000. Regras Portuguesas de Catalogação. http://beam.to/di [citado em


2002-05-03].

4.7 Estrutura Exterior ou Parte Complementar


Parte complementar, ou contracapa e badanas.

Caderno

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Normas de publicação de monografias e trabalhos académicos MONOGRAFIAS. ASPECTOS PRÁTICOS

Folhas impressas dobradas, normalmente com dezasseis ou 32 páginas.

Conjunto de folhas ordenadas, dobradas e cosidas, cujo conjunto constitui o miolo


do livro.

Quadro 9

Miolo: Conjunto de folhas que constituem o interior de um livro ou


publicação.

4.7.1 Capa

Capa peça que forma a lombada e as faces anterior e posterior de uma publicação; o que
envolve ou cobre qualquer coisa; invólucro; protecção; aparência (Do gr. kápa, «capote»,
pelo lat. tard. cappa-, «manto; toucado»)

Capa e contracapa, Jacket, or Dust Wrapper

Deverá incluir:

• O título da obra.
o Se houver subtítulos, utilizar tipo menor de impressão;
• O nome do autor ou autores da monografia.
o O nome completo do autor
• O nome da instituição e a data de conclusão.
o No caso de instituição de ensino, incluir a Universidade, Faculdade
e Departamento
• O local onde foi realizada e entregue.
o Nome da cidade

4.7.2 Contracapa
A contracapa é a face posterior de livro ou revista (De contra-+capa).

4.7.3 Cobertura. Badanas

Cobertura, Cover o que serve para cobrir; elemento superior de uma construção (Do lat.
coopertura-, «id.»).

Badana. Extensão das capas ou sobrecapas de um livro que se dobram para o interior.

As badanas ou orelhas, dobras internas da capa e contracapa, cada uma das partes da capa
de uma brochura que dobram para dentro, podem conter um extracto do prefácio ou do
prólogo, ou um breve apontamento biográfico sobre o autor acompanhado ou não de
fotografia ou gravura.

p. 58 de 80
Estrutura Exterior ou Parte Complementar Lombada

4.7.4 Lombada

A lombada é a parte da encadernação de um livro sobreposta ao topo em que os cadernos


desse livro estão cosidos uns aos outros (De lombo+-ada).

Lombo, dorso. Na encadernação de livros e revistas, a parte que une a frente à traseira da
capa. O lado de brochuras, livretos, revistas, folhetos, etc. onde está a costura, colagem ou
grampo, oposto ao corte da frente. Lombo ou dorso é mais empregado para o lado oposto
ao da frente em livros, no seu aspecto final

Quadro 10 http://www.imprensa.ufmg.br/ - indice

Lombada O dorso do livro, onde a capa é costurada ou colada.


Lombada Lombo, dorso. Na encadernação de livros e revistas, a parte
que une a frente à traseira da capa. O lado de brochuras,
livretos, revistas, folhetos, etc. onde está a costura, colagem ou
grampo, oposto ao corte da frente. Lombo ou dorso é mais
empregado para o lado oposto ao da frente em livros, no seu
aspecto final.
Lombada canoa Lombada arredondada, cuja encadernação geralmente é feita
mediante o emprego de grampos metálicos que atravessam a
lombada dos cadernos. (Quase sempre a lombada canoa é
utilizada em folhetos de poucas páginas).
Lombada quadrada Tipo de lombada que não é arredondada; lombo chato.
Lombada quadrada Método de encadernação relativamente barato no qual as
páginas são agrupadas e fixadas à capa por meio de cola. Usada
largamente para brochuras, livros-texto, catálogos telefónicos,
revistas.
Lombada: Parte do livro oposta ao corte da frente, onde se cosem ou
colam os cadernos com a capa.
Lombo: Margem interior de uma página, localizada entre a lombada e a
mancha.

O dorso do livro, onde a capa é costurada ou colada.

Parte do livro oposta ao corte da frente, onde se cosem ou colam os cadernos com a capa.

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Normas de publicação de monografias e trabalhos académicos ASPECTOS GERAIS

5. ASPECTOS GERAIS
As recomendações a seguir são geralmente aplicáveis a todos os documentos académicos.
Será dada mais atenção aos que são componentes de teses, dissertações e artigos científicos.

5.1 Estilo de Linguagem


Normalmente é redigido na terceira pessoa do singular (fez-se, estudou-se, concluiu-se,...)
embora seja aceitável o uso da primeira pessoa do singular ou do plural.

Deve a prosa ser clara, precisa e concisa, bem referenciada e usando terminologia actual e
própria da área de estudo. O estilo não pode esquecer os destinatários usando frases e
parágrafos curtos. Aproveitar as métricas de uso e grau de dificuldade e os correctores
gramaticais de que dispõem os modernos processadores de texto para controlar aspectos de
concordância verbal, ortografia, uso de pontuação, etc.

5.2 Numeração
A razão fundamental para a divisão de uma monografia em preliminares, texto principal,
parte final diz respeito à numeração e ao modo como historicamente estas partes eram
preparadas para edição. Numeração é o acto ou efeito de numerar, a aposição de números
(Do lat. numeratióne-, «id.»). Os preliminares são tradicionalmente numerados com
numeração romana em letras minúsculas enquanto o texto principal é normalmente
numerado com numeração árabe. A parte final normalmente é numerada com a mesma
sequência e estilo do texto principal.

Com um moderno processador de texto pode-se facilmente numerar as três divisões


sequencialmente, evitando o uso da numeração romana que é um arcaísmo que já não se
justifica continuar a usar (tente-se fazer operações aritméticas elementares em numeração
romana ...), e obter um índice eficaz e claro do conteúdo.

A numeração sucessiva das secções de uma obra tem por objectivo proporcionar o seu
desenvolvimento lógico, hierarquizado e coerente e facilitar a localização de cada uma de
suas partes.

Idem para a numeração sucessiva das notas de rodapé que qualquer processador de texto
numera automaticamente.

5.3 Paginação
A paginação é o acto ou efeito de paginar (De paginar+-ção). Paginar é numerar
ordenadamente as páginas de um original ou dispor a composição ou as provas de um
original para formar as páginas (De página+-ar). Antigamente era feita pelo paginador, o
tipógrafo especializado em serviços de paginação, que reduzia a páginas a composição que
está em granel ou galeão.

Usa-se o termo fólio para o número de página. Folha de quatro páginas de impressão. O
fólio substantivo masculino. Livro comercial numerado por folhas e não por páginas; as

p. 60 de 80
Datas Lombada

duas páginas de uma folha; algarismo designativo do fólio de um livro manuscrito; livro
impresso em formato de in-fólio (Do lat. folîu-, «folha»). In-fólio do Lat. in, pref. + foliu,
folha adj. e s. m., formato de um livro em que cada folha de impressão é dobrada em duas;
livro com esse formato.

Há convenções relativamente a quais os elementos que devem aparecer ou iniciar-se na


frente ou no verso das folhas e quais devem ser precedidos ou sucedidos por uma página
em branco.

Na numeração típica, com os números ímpares a numerar as páginas de frente e os


números pares a numerar os versos, indica-se estas convenções no Quadro 11. Página onde
se devem iniciar os diferentes elementos de uma monografia.

Quadro 11. Página onde se devem iniciar os diferentes elementos de uma monografia.

Numeração Elemento da monografia Página onde ocorrem


1 Anterrosto ou página de Meio título Frente
2 Em branco
3 Rosto ou página de Título completo Frente
4 Catalogação, direitos de autor, colofão
5 Prefácio da edição Frente (preferivelmente)
6 Prefácio geral
7 Idem, continuação
8 Em branco
9 Índice geral (tabela de conteúdo) Frente
10 Idem, continuação
11 Glossário
12 Em branco
13 Primeiro capítulo Frente
... ... ...
Primeiro apêndice Frente

5.4 Datas
A data época precisa em que um facto acontece; indicação dessa época precisa (Do lat. data-
, «dada», part. pass. fem. de dáre, «dar»).

A data5, particularmente depois dos problemas que se passaram na mudança do milénio,


bem como qualquer data mencionada na monografia, deve obedecer à norma ISO
8601:2000. De acordo com esta norma a notação internacional normalizada de uma data é
AAAA-MM-DD, onde AAAA é o ano do habitual calendário gregoriano, MM é o mês do
ano entre 01 (Janeiro) e 12 (Dezembro) e DD o dia do mês entre 01 e 31. Por exemplo, a
data de 7 de Maio de 2002 escrita normalizada é 2002-05-07.

5 http://www.cl.cam.ac.uk./~mgk25/iso-time.html [citado em 2001-07-04].

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Normas de publicação de monografias e trabalhos académicos ASPECTOS GERAIS

As vantagens da notação da data normalizada pela ISO 8601, comparadas com as variantes
que tantas vezes se vêem, são muitas. Com efeito quando escritas respeitando estas normas
as datas são:

• facilmente legíveis e escritas por software (acabam as tabelas Jan., Fev.,...);


• facilmente comparáveis e ordenáveis;
• independentes do idioma;
• não pode ser confundida com outras notações usadas;
• consistente com o sistema de contagem do tempo em 24h, onde as
unidades mais significativas (horas) são escritas à frente das menos
significativas (minutos e segundos);
• alfanuméricas contendo uma data seguida por um tempo também são
facilmente comparadas e ordenadas (por exemplo, 2002-05-05 22:40:50). A
notação é curta e tem comprimento constante facilitando a entrada de
dados e disposição em tabelas;
• é idêntica à notação chinesa (que representam mais de 25% da população
do planeta ...) além de largamente usada em muitos outros países como
Japão, Coreia, para além da União Europeia.

A norma ISO 8601 só especifica as notações numéricas mas não inclui datas e tempos onde
se usam palavras na representação nem pretende substituí-las. Por exemplo, 7 de Maio de
2002 continua a usar-se, mas não se deve utilizar 7/5/02.

A norma ISO 8601 especifica ainda formatos alternativos para requisitos especiais. Os
hífenes podem ser omitidos se a representação compacta for mais importante que a
legibilidade humana, por exemplo, 20020507. Nos casos onde a informação sobre o século
não é necessária pode-se usar uma representação de dois dígitos para o ano: 02-05-07 ou
020507.

A norma cobre ainda a escrita e definição da semana do ano (a semana 01 do ano é por
definição a primeira semana que tem uma quinta-feira nesse ano).

5.4.1 Hora do Dia

A notação internacional para a hora do dia é: hh:mm:ss onde hh é o número de horas


completas decorridas desde a meia noite entre 00 e 24, mm é o número de minutos
completos decorridos desde o início da hora entre 00 e 59 e ss é o número completo de
segundos decorridos desde o início do minuto entre 00 e 59. Se a hora é 24 então o valor
dos minutos e segundos deve ser 00.

5.5 Tamanho do papel


O tamanho ISO A4 (210 mm x 297 mm) é hoje praticamente usado em todo o mundo6.

Ver 4.3 Papel. Folhas. Página. Frente. Verso

6 Marcus Kuhn, http://www.cl.cam.ac.uk/~mgk25/iso-paper.html [citado em 2002-05-03].

p. 62 de 80
Tamanho do papel Tamanhos de Papel ISO

5.5.1 Tamanhos de Papel ISO

No sistema de tamanhos de papel ISO, todas as páginas têm uma razão altura sobre largura
(aspecto) igual à raiz quadrada de dois (1:1,4142). A vantagem desta normalização reflecte-
se de inúmeros modos. Por exemplo, se colocarmos lado a lado duas folhas com esse
aspecto ou, alternativamente, se cortarmos uma folha paralelamente ao seu lado mais curto
em duas partes iguais, então a folha resultante terá o mesmo aspecto (1:1,4142).

Todos os tamanhos ISO são baseados no sistema métrico. A área das folhas foi definida
para ter um valor arredondado ou melhor inteiro, simplificando o cálculo do peso de um
documento conhecida a densidade (designada por gramagem do papel) em g/m2.

A norma ISO 216 define a série A de papel como se segue:

• a altura dividida pela largura de todos os formatos é a raiz quadrada


de dois, 1,4142;
• o formato A0 tem uma área de 1 m2;
• o formato A1 é o A0 cortado em duas partes iguais ou seja a altura
de A1 é a largura do A0 e A1 têm de largura metade da altura do
A0;
• todos os formatos mais pequenos da série são definidos do mesmo
modo cortando o formato imediatamente maior na série
paralelamente ao seu lado mais pequeno em duas partes iguais;
• a altura e largura normalizadas dos formatos do papel são um
número arredondado (inteiro)de milímetros.

Para as aplicações onde a série ISO A não proporciona um formato adequado, há a série B.
A série C de formatos foi definida para envelopes. Na tabela seguinte apresentam-se as
principais aplicações dos formatos mais populares:

Quadro 12. Formatos ISO de papel mais utilizados

Tamanhos Aplicações
A0, A1 Desenhos técnicos, cartazes, posters
A2, A3 Desenhos, diagramas, tabelas grandes
A4 Cartas, revistas, impressos, catálogos, saídas de impressão de
impressoras laser e fotocopiadoras
A5 Blocos de notas
A6 Postais
B5, A5, B6, A6 Livros
C4, C5, C6 Envelopes para cartas A4: sem dobras C4, dobrado uma vez C5,
dobrado duas vezes C6
B4, A3 Jornais, muitas fotocopiadoras e impressoras para além do A4
B8, A8 Cartas de jogar

Exemplo de uso: quer-se fotocopiar uma revista com um formato A4. Para economizar
papel pretende-se ter duas folhas de revista por fotocópia. Abrindo a revista as duas
páginas abertas tem um tamanho A3. Colocando a ampliação da fotocopiadora em 71%

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Normas de publicação de monografias e trabalhos académicos ASPECTOS GERAIS

(raiz quadrada de 1/2) ou seleccionando o botão, quase sempre existente, A3ÆA4, ambas
as páginas da revista ajustam-se exactamente na fotocópia A4 ou seja, cada folha
reproduzida tem agora tamanho A5. Não há margens desperdiçadas no papel, nenhuma
parte do texto fica cortado, não é preciso andar a experimentar com as ampliações. O
mesmo se aplica para livros em formato B5 ou A5.

Os passaportes da U.E. são B7, os bilhetes de identidade A7, as microfichas de biblioteca


A6 (que é também a medida de algum papel higiénico ...).

A ISO 623 especifica o tamanho de pastas e capas destinadas a receber folhas A4, etc.

A ISO 838 especifica que para efeitos de arquivo pode-se fazer duas perfurações de
6±0.5mm nas folhas; os centros das duas perfurações devem distar 80±0.5 mm e estar a
uma distância de 12±1 mm à borda mais próxima do papel. As perfurações devem ser
feitas simetricamente em relação ao eixo da página ou da folha. Qualquer formato, até pelo
menos o tamanho A7, pode ser arquivado com este sistema.

5.5.2 Tamanhos para Retroprojectores

Para quem não usa já câmaras de documentação de vídeo e tem ainda que usar
retroprojectores ou seja projectores que reproduzem as imagens num ecrã situado por trás
da pessoa que utiliza este aparelho, como ainda acontece na maioria das nossas escolas, e se
tiver dúvidas sobre qual a área da folha que se tem disponível para usar, há a norma ISO
7943-1. Ela especifica dois tamanhos normalizados para áreas úteis de imagem: tipo A, 250
x 250 mm (com os cantos arredondados com um raio menor que 60 mm) e tipo B, 285 x
285 mm (com os cantos arredondados com um raio menor que 40 mm ou cortados
diagonalmente não mais de 40 mm). Por isso quando se usa transparências tamanho A4
deve-se deixar pelo menos uma margem de 30 mm no topo e no fundo.

5.5.3 Tamanhos para Monitores

Muitos visores de computadores tem o mesmo aspecto (razão altura sobre largura) que as
tradicionais televisão 4:3=640:480=800:600=1024:768=1280:960.

Ao preparar slides para apresentação, por exemplo, usando um programa de apresentação


como o Power Point, deve-se usar uma disposição ou plano, layout, dentro de um campo
280 x 210 mm e deixar pelo menos 20 mm de margem nos lados esquerdo e direito. Deste
modo acomoda-se o aspecto da TV e projector VGA garantindo simultaneamente que se
pode imprimir em transparências A4 de modo a que qualquer retroprojector normalizado
mostrará todas as partes dos slides.

5.5.4 Outros Tamanhos de Papel


Pela sua importância convém referir que os EUA e Canadá são as únicas nações
industrializadas onde não são utilizados oficialmente os tamanhos de papel ISO. Os EUA
usam comercialmente os tamanhos “Carta, letter”, (216 x 279 mm), “Legal, legal”, (216 x 356
mm), “Executivo, executive”, (190 x 254 mm), “Bloco/Jornal, ledger/tabloid”, (279 x 432
mm). Os formatos “letter”, “legal”, “tabloid” entre outros são definidos numa norma ANSI
X3.151-1987. Estes formatos não têm as vantagens acima referidas para os tamanhos ISO.
Por isso muitas empresas, universidades e outras organizações americanas já usam os

p. 64 de 80
Disposição ou Plano de Página Orientação dos Livros

tamanhos ISO para correspondência fora dos EUA e, praticamente, todas as impressoras e
fotocopiadoras americanas podem trabalhar com A4.

Porém o facto do ISO A4 ser 6 mm mais estreito e 18 mm mais alto que o “letter”, ainda
causa muitos problemas de impressão. Muitos documentos oriundos dos EUA não podem
frequentemente ser impressos sem perda de texto, ou tem que ser reformatados, ou deixam
demasiada margem em branco no topo ou no fundo da página, ou a impressora recusa-se a
imprimir porque o software (às vezes a configuração do servidor!) seleccionou tamanho
“letter” e este não está disponível! Os documentos tem que ser impressos com uma
ampliação de 94% para caberem no papel 6% mais baixo, e os documentos “letter” tem que
ser impressos com 97% redução para caberem no tamanho A4 que é 3% mais estreito. No
software moderno de edição de texto há várias opções para resolver automaticamente o
problema de criar um original para imprimir em diferentes tamanhos de papel, ampliar ou
reduzir, configurar a impressora para um papel e converter os outros tamanhos para este,
(Word: Tools, Options, Print) etc.

5.5.5 Orientação dos Livros


Usando medidas diferentes de A4, a maioria dos livros têm um tamanho entre 18 cm x 10
cm (42 pc x 24 pc) e 35 cm x 25 cm (80 pc x 64 pc) com as unidades em centímetros ou em
picas mais tradicional na impressão. Quase todos os livros são impressos em formato
vertical ou tipo retrato, portrait, que contrasta com a aspecto dos monitores usuais e
modernos televisores, mais tipo horizontal ou paisagem, landscape. Porém já são frequentes
monitores modernos, de cristais líquidos, que se podem rodar de 90º ficando também com
esta orientação. Por isso os tipos de letras tem de ser diferentes nestes medias.

Normalmente os editores tem os seus tamanhos preferenciais de livros em função do papel


que normalmente utilizam e do equipamento de impressão. Claro que a disposição da
página, em particular as margens, é fortemente condicionada por esta escolha.

Lombada. Escrita descendente. Norma ISO.

Para os trabalhos “feitos em computador”, como vulgarmente se diz ou, mais


correctamente usando um processador de texto, e destinados a ser impressos em
impressoras laser ou jacto de tinta deverá ser usado o formato A4, com exclusão de todos
os outros. Com impressoras com duplex e usando bom papel, mínimo de 80 gr/m2 e de
preferência com 90 ou 100 gr/m2 pode-se também usar o seu verso. Haverá que
configurar a disposição do texto para tal. Já os trabalhos impressos em offset, isto é,
usando o processo de impressão, derivado da litografia, em que os caracteres são gravados
numa folha de zinco ou alumínio e depois transferidos para o papel por meio de um
cilindro de borracha (Do ing. offset, «transporte») gozam de total liberdade formal.

5.6 Disposição ou Plano de Página


A disposição ou plano de página, layout ou setup.

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Normas de publicação de monografias e trabalhos académicos ASPECTOS GERAIS

5.6.1 O Estilo de uma Monografia

Estilo, maneira especial ou característica de dizer, escrever, compor, pintar, esculpir, etc.;
costume; pragmática; ponteiro com que se escrevia antigamente (Do lat. stilu-, «ponteiro
com que se escrevia em tábuas enceradas»).

5.6.1.1 O que é um Estilo? (Microsoft Word)


Um estilo é um conjunto de características de formatação que se pode aplicar a um texto
num documento mudando instantaneamente a sua aparência. Quando se aplica um estilo,
aplica-se um grupo de formatos de uma só vez. Por exemplo, querendo formatar o título
de um relatório para o fazer salientar, em vez de executar três passos ou tarefas separadas
para formatar o título como 16 pt, Arial, e alinhado ao centro, pode-se obter o mesmo
resultado num passo só aplicando o estilo de Título.

5.6.1.2 O que são Estilos de Parágrafo e de Carácter?


Um estilo de parágrafo controla todos os aspectos da aparência de um parágrafo, tais como
o alinhamento de texto, pontos de tabulação, espaçamento de linhas, e bordas, e pode
incluir formatação de caracteres. Pretendendo que um parágrafo tenha uma combinação
particular de atributos que não há num estilo existente (por exemplo, um título em tipo
negrito, itálico, alinhado ao centro na fonte Arial estreita), pode-se criar um novo estilo de
parágrafo.

Um estilo de carácter afecta o texto seleccionado dentro de um parágrafo, como a fonte e


tamanho de texto, e tipo negrito e formatos itálicos. Caracteres dentro de um parágrafo
podem ter o seu próprio estilo até mesmo se um estilo de parágrafo é aplicado ao parágrafo
como um todo. Querendo dar a certos tipos de palavras ou frases o mesmo tipo de
formatação que não há num estilo existente, pode criar um estilo novo de carácter.

5.6.1.3 Aplicar um Estilo Diferente a Texto

Querendo mudar o estilo de texto, pode aplicar-se um estilo existente, também conhecido
como um estilo embutido. Se não há um estilo com as características pretendidas, pode-se
criar um estilo novo, e então aplicá-lo.

5.6.1.4 Modificar um Estilo


Para mudar rapidamente todo o texto que está formatado com um determinado estilo,
pode-se redefinir o estilo. Por exemplo, se os títulos principais são 14 pt Arial, alinhado à
esquerda, e tipo negrito, e pretende-se que os títulos passem a ser 16 pt, Arial Narrow, e
centrados, não é preciso reformatar todos os títulos principais do documento. Ao invés,
basta mudar as propriedades daquele estilo.

Note-se que ao mudar um elemento de formatação do estilo básico num documento, todos
os estilos com origem nesse estilo básico naquele documento também reflectirão a
mudança.

O estilo de uma monografia ou a disposição numa página são os elementos mais sujeitos a
regras institucionais.

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Encadernação. Acabamento Espaçamento ou Entrelinhas

Os elementos essenciais a considerar na escrita de qualquer monografia como dissemos são


três: a uniformidade ou consistência, a informação ou conteúdo e a estrutura ou
organização.

5.6.2 Espaçamento ou Entrelinhas


Todos os textos devem ser espacejados a 1,5 ou 2 linhas.

5.6.3 Margens

Margem parte branca aos lados de uma página manuscrita ou impressa; cercadura (Do lat.
margîne-, «id.»)

Quadro 13 VER Quadro 3 Elementos de estilo. Disposição na página

Deve ser respeitada uma margem suficiente em cima, em baixo e nos lados, geralmente 3,5
cm à esquerda e 2 cm à direita, de modo a que uma eventual encadernação não dificulte a
leitura integral do texto.

5.7 Encadernação. Acabamento


O trabalho tem de ser agrafado, encadernado ou colado por forma a evitar a perda de
elementos. As encadernações em espiral ou barbelas, metálicas ou plásticas, apesar de
económicas são de manuseamento pouco agradável.

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Normas de publicação de monografias e trabalhos académicos Conclusão

6. Conclusão

Considerações finais

O presente trabalho está a ser escrito com o objectivo de prestar algumas orientações
relacionadas ao conteúdo, à redacção e à normalização de documentos académicos.

Procura-se colocar em relevo apenas os aspectos que mais geram dúvidas.

Algumas questões também importantes, mas restritas a determinados segmentos


académicos foram deixadas de fora por uma questão de limitação de espaço.

É importante uma consulta às normas e autores, no sentido de se obter uma maior


aproximação às recomendações mais apropriadas ao tipo de trabalho que se pretenda
desenvolver.

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Encadernação. Acabamento Margens

7. Anexo 1. Glossário ISO


ISO/TC 46/SC 9

Abreviatura

Abstracto

Folha de abstracto

Material acompanhante

Acrónimo

Anexo

Anotação

Título de lombada ascendente

Autor

Unidade bibliográfica

Bibliografia

Legenda

Código

Cólofon ou colofão

Programa de computador

Contribuição

Autor colectivo

Referência cruzada ou reenvio

Titulo de lombada descendente

Documento

Título marginal?

Edição

Documento electrónico

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Normas de publicação de monografias e trabalhos académicos Anexo Glossário ISO

Numeração

Ficheiro

Nota de rodapé

Meio? Título

Página de meio título

Cabeçalho

Ilustração

Impressão

Índice

Entrada de índice

Indexação

ISBN

ISSN

Título chave

Monografia

Monografia multivolume

Notação

Local de publicação

Publicação

Editor

Sinal ortográfico

Registo

Rosto ou frente?

Título de secção

“Ver também”

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Encadernação. Acabamento Margens

“Ver”

Série

Lombada

Título de lombada

Direitos de autor

Data de edição

Objectivo

Responsabilidade secundária

Subtítulo

Sumário

Tabela

Etiqueta

Relatório técnico

Tese; dissertação

Título

Folhas de título

Página de título

Ecrã de título

Título de lombada transverso

Versão

Verso

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Normas de publicação de monografias e trabalhos académicos Anexo Linguagens de Marcação de Texto. SGML

8. Anexo 2. Linguagens de Marcação de Texto. SGML


SGML, Standard Generalized Markup Language, é a Linguagem Normalizada Estendida de
Marcação ou Linguagem Padrão de Marcações Genéricas (ISO 8879:1985), a norma
internacional para definir descrições da estrutura de tipos diferentes de documentos
electrónicos. <http://xml.coverpages.org />.

A SGML é poderosa e complexa, e tem sido muito usada quer industrial quer
comercialmente na última década, havendo por isso não só um bom conhecimento dela
mas também muito software nela produzido. XML é uma versão reduzida da SGML que
mantém o bastante da sua funcionalidade para ser útil mas que remove todas as opções que
tornam a SGML muito complexa para programar num ambiente de Web.

A HTML, Hyper Text Markup Language, é uma linguagem de autor para criar documentos na
Web que é parecida com a SGML embora não sendo exactamente um subconjunto desta.
Com HTML (que, para além do texto, tem comandos para introdução de imagens,
formulários, alteração de fontes, etc.) podem-se definir páginas que contenham informação
nos mais variados formatos: texto, som, imagens e animações.

HTML define a estrutura e plano ou disposição de um documento de Web usando para


esse efeito uma variedade de etiquetas e atributos. A estrutura correcta para um documento
HTML começa com <HTML><HEAD> (colocar aqui sobre o que é o documento)
</HEAD><BODY> e termina com </BODY></HTML >. Toda a informação que se
pretenda incluir na página Web coloca-se entre as etiquetas <BODY> e </BODY>.

8.1 A Marcação
Uma marcação7 num documento é tudo aquilo que não lhe acrescenta conteúdo.
Originalmente as marcações referiam-se às anotações feitas a mão pelos autores e designers
ao texto escrito, por exemplo, indicando que tipo de letra se deveria usar. Esta é a
marcação conhecida como marcação de procedimentos e é usado pela maioria dos sistemas
de publicação electrónica.

Nestes sistemas normalmente os formatos dos ficheiros são proprietários como os .doc e
.xls dos Microsoft Word e Excel. Uma marcação por procedimentos define o modo como
o documento aparece num meio específico, por exemplo, uma apresentação Power Point
ou um relatório impresso do Word. Dificilmente ficam bons numa plataforma diferente da
originalmente pensada.

Outro sistema de marcações é o de marcações descritivas onde o autor não se preocupa


com a aparência do texto mas sim com as entidades que eles representam. Enquanto num
sistema de procedimentos definiríamos o tamanho da letra, o tipo de fonte etc., num
sistema descritivo dizemos que aquela porção do texto representa o título do documento,
outra porção de texto representa o nome de um capítulo e assim por diante. Num sistema
descritivo, a plataforma onde o texto será divulgado não afecta o resultado final, já que a
preocupação é com o conteúdo.

7 http://lie-br.conectiva.com.br/godoy/sgml-1.html .

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Vantagens do SGML Estrutura

Um sistema de marcações por procedimentos tem também a desvantagem de tornar a


documentação obsoleta muito rapidamente, pois é isto o que acontece com as máquinas e
programas nos quais os documentos são gerados.

8.2 Vantagens do SGML


A SGML permite a criação de documentos independentes do tipo de máquina e dos
programas usados já que, como é um padrão internacional, é portável. Pode-se trocar
informações entre utilizadores em diferentes sistemas e plataformas sem alterações.

Um documento SGML pode ser dividido em três camadas: estrutura, conteúdo, e estilo. A
SGML lida principalmente com as inter-relações entre estrutura e conteúdo num
documento.

8.2.1 Estrutura
No centro de uma aplicação SGML está o ficheiro DTD, Definição do Tipo de
Documento, Document Type Definition, que descreve a estrutura de um documento. Um
DTD disponibiliza não só uma base para os elementos (capítulos, títulos de capítulos,
secções e tópicos) que constituem um documento mas também especifica regras para a
relação entre os diversos elementos. Por exemplo, um título de capítulo deve ser o primeiro
elemento de início de um novo capítulo. As regras definidas pelo DTD asseguram a
estrutura lógica e consistente do documento.

8.2.2 Conteúdo

O conteúdo de um documento é a própria informação contida pelo mesmo. O conteúdo


inclui títulos, parágrafos, listas, tabelas, gráficos e áudio. A identificação do conteúdo num
DTD é feito pela inserção de tags parêntesis do conteúdo, assinalando o início e o fim de
uma determinada parte da estrutura. As ferramentas de autor em SGML permitem a
entrada das marcações fazendo clique em menus que mostram apenas as opções válidas
naquele contexto.

Estilo?

8.3 Objectivos do SGML


O objectivo da linguagem SGML é processar grandes volumes de informações que
precisem ser acedidas durante muito tempo e de diversas máquinas e plataformas
diferentes.

A linguagem SGML aumenta a produtividade. A abordagem estruturada dos documentos


permite manter o conteúdo separado do estilo, possibilitando a elaboração de um guia de
estilos centralizado que permite aos autores centrarem-se no conteúdo e esquecer a
aparência do documento.

A eficiência também aumenta porque se mantém apenas uma cópia da informação que será
reutilizada por muitos utilizadores. Por outro lado, como as marcações são interpretáveis

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Normas de publicação de monografias e trabalhos académicos Anexo Linguagens de Marcação de Texto. SGML

pelos computadores, pode-se gerir e manter os diferentes usos da tarefa a partir de uma
fonte única.

O formato SGML é simples e segue um padrão. A informação incorpora as informações


necessárias para se criar um documento. Por isso não há necessidade de converter
documentos quando um hardware ou software se tornar obsoleto; a informação permanece
utilizável e disponível. Há longevidade da informação.

A integridade de dados é melhorada pois a estrutura dos documentos ajuda a garantir que a
informação correcta esteja no lugar certo estruturando melhor a informação. Como o
SGML elimina a tradução de dados reduz-se o risco de perder informações durante a
filtragem de dados de um formato para outro.

O controlo de dados é melhorado porque o SGML permite definir os elementos de


informação em qualquer nível de pormenor.

O utilizador pode compartilhar as informações sem duplicá-las e com uma informação


portátil.

Há maior flexibilidade porque a informação criada pode ser usada futuramente de qualquer
outra forma. Um documento SGML pode ser formatado para diversos formatos como, por
exemplo, páginas de Web, bancos de dados, sistemas periciais, correio electrónico,
documentos em hipertexto, CD-ROM, manuais técnicos, etc.

p. 74 de 80
Normas Desenvolvidas pelo ISO TC46/SC9 Conteúdo

9. Anexo 3. ISO TC46/SC9

< http://www.nlc-bnc.ca/iso/tc46sc9/standard/glossary.htm > [citado em 2002-05-03].

9.1 Normas Desenvolvidas pelo ISO TC46/SC9


Please note that ISO standards are not available from the ISO TC 46/SC 9 Secretariat.
Information on how to order ISO standards is available from the ISO Central Secretariat.

• ISO 4:1997, Information and documentation - Rules for the abbreviation of title words and titles
of publications. Third edition.
• ISO 690:1987, Documentation -- Bibliographic references - Content, form and structure.
Second edition.
• ISO 690-2:1997, Information and documentation -- Bibliographic references -- Part 2:
Electronic documents or parts thereof. First edition.
[Également disponible en français]
• ISO 832:1994, Information and documentation -- Bibliographic description and references -
Rules for the abbreviation of bibliographic terms. Second edition.
• ISO 999:1996, Information and documentation - Guidelines for the content, organization and
presentation of indexes. Second edition.
• ISO 2108:1992, Information and documentation - International Standard Book Numbering
(ISBN). Third edition.
• ISO 2788:1986, Documentation - Guidelines for the establishment and development of
monolingual thesauri. Second edition.
• ISO 3297:1998, Information and documentation - International Standard Serial Number
(ISSN). Third edition.
• ISO 3901:2001, Information and documentation - International Standard Recording Code
(ISRC). Second edition.
• ISO 5963:1985, Documentation - Methods for examining documents, determining their subjects,
and selecting indexing terms. First edition.
• ISO 5964:1985, Documentation - Guidelines for the establishment and development of
multilingual thesauri. First edition.
• ISO 10324:1997, Information and documentation - Holdings statements - Summary level. First
edition.
• ISO 10444:1997, Information and documentation - International standard technical report
number (ISRN). First edition.
• ISO 10957:1993, Information and documentation - International Standard Music Number
(ISMN). First edition.
• ISO 15707:2001, Information and documentation - International Standard Musical Work
Code (ISWC). First edition.
• Glossary of terms and definitions in ISO standards for the identification and
description of information resources [under development].

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Normas de publicação de monografias e trabalhos académicos Anexo 4. Decreto-lei n.º 362/86 de 28 de Outubro, Decreto-lei n.º 74/82 de 3 de Març

Anexo 4. Decreto-lei n.º 362/86 de 28 de Outubro,


10.
Decreto-lei n.º 74/82 de 3 de Março
http://www.apel.pt/default.asp?s=12163&ctd=37

Depósito Legal

O Depósito Legal, regulado até 1982 pelo Decreto nº 19 952 de 27 de Junho de 1931, é
actualmente regulado pelo Decreto-Lei nº 74/82 de 3 de Março e pelo Decreto-Lei nº
362/86 de 28 de Outubro.

A Biblioteca Nacional é a entidade responsável pela administração deste serviço.


Informações mais detalhadas e formulários estão disponíveis em

http://www.bn.pt/servicos-ao-publico/sp-deposito-legal.html.

Decreto-Lei 362/86
http://www.bn.pt/servicos-ao-publico/imagens-alvaras-dl/dec-lei-362-
86.pdf
[teses de doutoramento/mestrado; 1064 KB]

Decreto-Lei 74/82
http://www.bn.pt/servicos-ao-publico/imagens-alvaras-dl/dec-lei-74-
82.pdf
[1530 KB]

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Objectivos Conteúdo

11. Apêndice 1. A Organização Lógica do Texto


O texto constitui a essência do trabalho e de um ponto de vista lógico compõe-se
normalmente de várias partes: introdução, revisão da literatura (ou estado da arte),
metodologia, desenvolvimento, resultados e conclusão. Estes elementos textuais possuem
características próprias e objectivos específicos devendo ser intimamente relacionados
numa estrutura lógica e coerente.

Note-se que esta divisão lógica a seguir apresentada não tem os aspectos formais
vinculativos das aspecto formais apresentados e representam apenas uma orientação para o
autor do trabalho organizar o seu pensamento e se tornar mais claro para os leitores.

11.1 Objectivos
Devem ser definidos cuidadosamente e na intenção de produzir algo de novo.

A exposição dos argumentos deve ser sempre referenciada, com a indicação correcta e
completa das fontes de informação consultadas, e da sua localização exacta.

11.2 Introdução
A introdução, background, resume de um modo sucinto os objectivos da monografia, as
razões de sua elaboração e as relações com outros trabalhos existentes. Expõe o status
quaestionis antes da intervenção do autor. Não se deve repetir ou parafrasear o resumo nem
se deve antecipar as conclusões e recomendações existentes ou resultantes do trabalho.
Embora figure no início do trabalho, é frequentemente a última parte a ser redigida em
definitivo, por ser uma síntese didáctica das ideias e temas tratados. Deverá contextualizar o
tema tratado, indicando os antecedentes, tendências, pontos críticos, preocupações,
justificações e razões do trabalho. Depois deve colocar os problemas de investigação ou
questões a serem respondidas, e as possíveis contribuições e implicações esperadas do
estudo.

11.3 Revisão da Literatura (ou Estado da Arte)


A revisão da literatura, ou como hoje em dia num mundo com a Internet se prefere dizer a
revisão das fontes de informação, às vezes é designada o estado da arte, do inglês state of art.
Será talvez preferível utilizar a designação situação actual. Deve referir, analisar e
perspectivar o que se conhece até à data de elaboração do trabalho, publicado em qualquer
suporte, sobre o tema. Fundamenta-se assim teoricamente e de um modo sólido a
investigação que não pode ser um conjunto arbitrário de afirmações mas tem que estar
alicerçada naquilo que investigadores credenciados anteriormente demonstraram e
concluíram na área. A citação correcta da fonte é essencial bem como é fundamental citar
fontes credíveis e não qualquer coisa só porque existe publicada na Net. Dá o
enquadramento, e uma medida da credibilidade, alcance da investigação. Compreende uma
busca das fontes tão exaustiva quanto possível mas sintética. Modernamente é ainda mais
importante sintetizar e evitar a tentação de exagerar no corte e cola condensando os
estudos relacionados com o problema em investigação.

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Normas de publicação de monografias e trabalhos académicos Apêndice 1. A Organização Lógica do Texto

As ideias das diferentes fontes devem ser inter-relacionadas e confrontadas, principalmente


se antagónicas. A revisão deve ser estruturada de uma forma lógica em função dos pontos
importantes do problema em investigação, não necessariamente cronológica.

11.4 Metodologia
A metodologia deve definir o objectivo do estudo e a sua relação com o referencial teórico
existente, as questões e hipóteses do estudo e a descrição e justificação de metodologias
utilizadas. Havendo trabalho de campo ou experimental e uma abordagem quantitativa
deve definir a população, o objecto de estudo, a amostra, o processo de amostragem, a
forma e técnica de obtenção de dados e informações, as técnicas estatísticas empregadas na
análise. Pormenores de desenvolvimentos matemáticas ou procedimentos experimentais, se
forem necessários, devem ir para anexos.

11.5 Desenvolvimento
Normalmente é a parte mais importante e mais extensa do texto. A sua estrutura deve
normalmente basear-se no bom senso e usos da área em estudo. Deve seguir uma
sequência lógica e tentar facilitar ao máximo o entendimento do leitor.

11.6 Resultados
Destinam-se a fundamentar todas as questões levantadas usando quer análises quantitativas
quer qualitativas das informações e dados coligidos. Deve sempre relacionar-se esses
resultados com os objectivos, questões e hipóteses em investigação e dando-lhes
significado no contexto do referencial teórico utilizado. É essencial discutir os resultados
em função dos objectivos propostos no estudo.

11.7 Conclusão
Deve apresentar de um modo claro e objectivo os resultados tirados da investigação ou
colocados ao longo da discussão da matéria, devendo ser o fecho do trabalho. Deve
representar sinteticamente as ideias principais e os pormenores mais importantes do
estudo, já apresentados na introdução, face às contribuições proporcionadas pelo trabalho
de investigação.

Não deve abordar pormenores operacionais dos conceitos utilizados. Nunca deve
extrapolar os resultados do estudo para além do que a metodologia e abrangência utilizadas
o permitir. Deve ressalvar sempre as limitações do estudo. Deve recomendar métodos para
sua implementação e sugerir outras futuras investigações adicionais e complementares.

Como preâmbulo ao texto deve sempre ser um elemento enquadrador e dar a


contextualização.

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Conclusão Conteúdo

Deve começar por anunciar o tema e enumerar claramente os objectivos.

Deve situar o tema e delinear o seu sentido e a sua importância.

Deve justificar a sua escolha.

Deve apresentar os elementos essenciais para a sua compreensão.

Deve definir a metodologia adoptada no desenvolvimento do tema.

Deve incluir o plano de desenvolvimento do trabalho.

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Normas de publicação de monografias e trabalhos académicos Bibliografia

12. Bibliografia
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Práticos Para a Elaboração De Trabalhos Académicos. Porto: C. Azevedo.
1994. 154 p. I S B N 972 9114 10 2.

BERGSTROM, M.REIS, N. − Prontuário Ortográfico E Guia Da Língua Portuguesa.


35, Lisboa: Editorial Notícias. 1998. 369 p. Colecção Linguística. I S B N 972 46
0840 9.

COUNCIL OF BIOLOGY EDITORS − Scientific Style and Format the Cbe Manual
for Authors, Editors, and Publishers. 6, Cambridge: Cambridge University Press.
1994. p. I S B N 0 521 47154 0 Hardback.

FERNANDES, A. J. − Métodos E Regras Para Elaboração De Trabalhos


Académicos E Científicos. 2, Porto: Porto Editora, LDA. 1995. 224 p. Colecção
Educação. I S B N 972 0 34204 8.

FEYNMAN, R. P.LEIGHTON, R. − What Do You Care What Other People Think:


Further Adventures of a Curious Character. W.W. Norton & Company;
(January 2001). 2001. 256 pages ; Dimensions (in inches): 0.76 x 8.26 x 5.52 p. I S
B N 0393320928.

RITTER, R. M. − Oxford Guide to Style. The Style Bible for All Writers, Editors, and
Publishers. Hart's Rules for the 21st Century. 2nd, Oxford: Oxford University
Press. 2002. 623 p. I S B N 019 869175 0.

THE UNIVERSITY OF CHICAGO PRESS − The Chicago Manual of Style: The


Essential Guide for Writers, Editors, and Publishers (14th Edition). 14th
edition, Chicago 60637: The University of Chicago Press. 1993. 921 p. I. I S B N
0226103897.

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