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Índice
[esconder]
• 1 História
• 2 Epidemiologia e distribuição geográfica
• 3 Transmissão
• 4 Sinais e sintomas
• 5 Diagnóstico
• 6 Tratamento
• 7 Prevenção ou Profilaxia
• 8 Referências
• 9 Bibliografia
• 10 Leituras
• 11 Ligações externas
[editar] História
A história da descoberta da doença de Chagas tem início em 1902[2], quando o jovem
estudante da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, Carlos Chagas, foi interpelado
por Miguel Couto a frequentar o órgão de pesquisa Instituto Soroterápico, criado em
1900 pelo Barão de Pedro Afonso[2].
No ano de 1907, Carlos Chagas, solicitado agora por Oswaldo Cruz, segue para Estrada
de Ferro Central do Brasil, em um pequeno vilarejo chamado Lassance, localizado ao
norte de Minas Gerais, para controlar o surto de malária entre operários[2]. Em 1903,
escolhera "These Inaugural", com o tema "Estudos hematológicos no impaludismo" e
uma monografia, em 1906, "Prophylaxia do Impaludismo"[2], em que já alertava a
"destruição domiciliária dos culicídios alados" como medida para controlar a malária[2].
Descoberta em 1909 pelo médico brasileiro Carlos Chagas, a doença não foi vista como
problema até à década de '60. Estudos desenvolvidos pelo Instituto Oswaldo Cruz no
município de Bambuí, Minas Gerais, possibilitaram dimensionar a moléstia como
problema de saúde pública. O nome de Tripanossoma cruzi ao agente causador foi dado
por Chagas em homenagem ao epidemiologista Oswaldo Cruz.
Uma passagem do diário de Charles Darwin levou à suposição de que ele sofresse da
doença de Chagas, em consequência da picada de um inseto, e esta seria a causa do
declínio de sua saúde depois da viagem no Beagle. Testes feitos com técnicas PCR em
seus restos mortais foram improfícuos.
Estima-se que existam até 18 milhões de pessoas com esta doença, entre os 100 milhões
que constituem a população de risco, distribuída por 18 países americanos. Dos
infectados, cerca de 20 000 morrem a cada ano.
A doença afecta muitos outros vertebrados além do Homem: cães, gatos, roedores, tatus
e gambás podem ser infectados e servir de reservatório do parasita.
[editar] Transmissão
A infestação também pode ser por transfusão de sangue ou transplante de órgãos, ou por
via placentária.
Notícia de março de 2005 relatava uma forma alternativa, oral, de infecção, abre um
campo de pesquisa ainda não explorado sobre novas formas de infestação. No entanto
esta forma de transmissão é, quase certamente, rara. Embora exista uma descrição de
megaesôfago por T. cruzi em Santa Catarina em 2003[3], não há evidência de infestação
oral. Em SC, o T. cruzi, apesar de encontrado na proporção de 21 a 45% em um de seus
reservatórios naturais, o gambá (Didelphis marsupialis), existe nesta espécie sob uma
forma menos infectante que a encontrada em Minas Gerais, onde a doença de Chagas é
endêmica. Há ainda casos recentes no Pará que podem estar ligados ao consumo de açaí,
estão sendo pesquisados para comprovar essa ligação, pois a fruta pode ser tirada junto
com o inseto transmissor e o preparo do alimento talvez não seja seguro[4].
A doença tem uma fase aguda, de curta duração, que em alguns doentes progride para
uma fase crônica.
O caso crônico permanece assintomático durante dez a vinte anos. No entanto neste
período de bem-estar geral, o parasita está a reproduzir-se continuamente em baixos
números, causando danos irreversíveis em órgãos como o sistema nervoso e o coração.
O fígado também é afectado mas como é capaz de regeneração, os problemas são raros.
O resultado é apenas aparente após uma ou duas décadas de progressão, com
aparecimento gradual de demência (3% dos casos iniciais), cardiomiopatia (em 30% dos
casos), ou dilatação do trato digestivo (megaesófago ou megacólon (6%), devido à
destruição da inervação e das células musculares destes órgãos, responsável pelo seu
tónus muscular. No cérebro há frequentemente formação de granulomas. Neste estágio a
doença é frequentemente fatal, mesmo com tratamento, geralmente devido à
cardiomiopatia (insuficiência cardíaca). No entanto o tratamento pode aumentar a
esperança e qualidade de vida (ver mais abaixo secção sobre tratamento).
[editar] Diagnóstico
O diagnóstico pode ser:
[editar] Tratamento
Na fase inicial aguda, a administração de fármacos como nifurtimox, alopurinol e
Benzonidazol curam completamente ou diminuem a probabilidade de cronicidade em
mais de 80% dos casos.
O uso do insecticida extremamente eficaz mas tóxico DDT está indicado em zonas
endémicas, já que o perigo dos insectos transmissores é muito maior.
Referências
1. ↑ Fundação Oswaldo Cruz Acessado em 2 de maio de 2008
2. ↑ a b c d e NEVES, BRENER, Zigman. A descoberta (Homenagem aos 80 anos da
descoberta da Doença de Chagas). Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, Rio de
Janeiro, v.84, p.1-6, nov. 1989.
3. ↑ [1]
4. ↑ Jornal O Liberal 22.08.2007
5. ↑ NEVES. David Pereira. Parasitologia Humana. São Paulo:Atheneu, 2000.
6. ↑ Claudia Antonia Ussui, Rubens Antonio da Silva (2001). Doença de Chagas.
Página visitada em 2008-01-09.
[editar] Bibliografia
• Autochthonous Chagas' disease in Santa Catarina State, Brazil: report of the first
case of digestive tract involvement
• Doença de Chagas: 90 anos da descoberta
[editar] Leituras
• Brener, Z., Andrade, Z. e M Barral-Neto (eds.). Trypanosoma cruzi e doença
de Chagas, 2.ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan Ed., 2000.
• Dias, J.C.P. & Coura, J.R. (eds.). Clínica e Terapêutica da Doença de Chagas:
um manual para o clínico geral. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 1997.
• Gontijo, E.D. e Rocha, M.°C. (eds.).Manejo clínico em doença de Chagas.
Brasília: Fundação Nacional de Saúde, Ministério da Saúde, 1998.
• Storino, R. & Milei, J. (eds.).Enfermedad de Chagas. Buenos Aires: Doyma
Argentina, 1994.
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