JORNAL DA ALERJ

A S S E M B L É I A L E G I S L AT I VA D O E S TA D O D O R I O D E J A N E I R O
Ano V N° 162 – Rio de Janeiro, de 16 a 31 de outubro de 2007
Divulgação CBF

Mulheres
na mira
do gol
 NESTE NÚMERO Deputados se mobilizam e buscam democratizar o acesso das atletas
ao futebol, valorizando a modalidade por meio de projetos de lei

M
Lei e projetos visam
à diminuição do
número de acidentes esmo com os excelentes resul- sobre o tema, que são analisados neste número
automobilísticos tados das últimas competições, do JORNAL DA ALERJ, tramitam na Casa.
PÁGINAS 4 e 5 ainda falta muito para que o A mobilização dos deputados é louvada por
futebol feminino se firme como modalidade quem trabalha para formar as profissionais da
Exposição Itinerante esportiva de peso na pátria onde as chuteiras bola. “As coisas só funcionam por lei e, nesse
leva informações são um privilégio quase exclusivo dos homens. sentido, a Alerj pode ajudar muito. Por que não
sobre a Alerj ao Após o vice-campeonato na Copa do Mundo de fazer com que todo clube mantenha uma equipe
interior do estado 2007, na China, as jogadoras puseram a boca no de futebol feminino da mesma forma que precisa
PÁGINA 9 trombone e fizeram valer o peso de um futebol manter uma equipe de juniores para ter um
que tem sido comparado ao futebol-arte pratica- time profissional?”, sugere o responsável pelas
Tucalo fala sobre do por craques históricos como Pelé, Garrincha e atletas do Fluminense, Michael Marcondes. As
sua atuação em outros. Sem apoio das federações e com diárias idéias são muitas para o desenvolvimento do
Maricá e revela e prêmios inferiores aos masculinos, as meni- esporte. As jogadoras, principais interessadas,
paixão pelo futebol nas chegaram a redigir um manifesto para se pedem pressa para que não se esqueça tudo
PÁGINA 12 fazerem ouvir. Na Alerj, a vontade de reconhecer que fizeram com os pés pelo País.
o valor das atletas é inequívoca: cinco projetos PÁGINAS 6, 7 e 8
 2 Rio de Janeiro, de 16 a 31 de outubro de 2007 Rio de Janeiro, de 16 a 31 de outubro de 2007 3

FRASES CONSULTA POPULAR EXPEDIENTE

DESENVOLVIMENTO

“ É absurdo,
no século XXI,
encontrarmos
 Os agricultores do Estado do Rio de Janeiro
dependem de boas estradas para escoar a produção.
O que está sendo feito a respeito?* Força para o resseguro no Rio
lugares sem água *Pergunta respondida com freqüência pela comissão.
ALERJ
Fabiano Veneza
na nossa cidade. Deputado defende agilidade na
Sem esgoto, nem se propondo a realização de con- ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA
DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
implantação do pólo e ressalta
fala, mas sem água vênios entre o Estado do Rio e que o momento é de se pensar
é um verdadeiro os municípios produtores de Presidente em incentivos para o setor
Jorge Picciani
absurdo e motivo Deputado hortifrutigranjeiros para este

”
U
1ª Vice-presidente
de indignação Rogério mesmo fim. O estado entraria Coronel Jairo E VERTON S ILVALIMA
Cabral com o material necessário 2º Vice-presidente
Pedro Paulo (PSDB), sobre a indicação
legislativa de sua autoria, que prevê (PSB) (massa asfáltica, brita, pe- Gilberto Palmares m dos mercados que têm
a construção de um reservatório de dras) e caberia aos municípios 3º Vice-presidente experimentado a maior ex-
água na Estrada da Chácara, Pedro Fernandes Neto
na Praça Seca, em Jacarepaguá. fornecer os equipamentos e a pansão dos últimos tempos,
 Como pequeno produ- mão-de-obra. 4º Vice-presidente
Gerson Bergher
responsável por uma movimentação de

“
tor rural em Nova Friburgo e O convênio especifica a U$ 15 bilhões por ano, ganhou mais um
De fato, a presidente da Comissão de indicação precisa da estra-
1ª Secretária
Graça Matos forte motivo para continuar crescendo.
situação da Agricultura da Alerj, sei da da e do trecho que requer 2º Secretário No último dia 15 de outubro, após ter
meia-entrada estava importância de construir mais melhorias, além de fixar o Zito
seu veto ao projeto original do deputado
muito bagunçada e estradas vicinais e melhorar prazo de realização da obra. 3º Secretário
João Pedro (DEM) derrubado no plenário
esta Casa respondeu as que já existem, para que Isso permitirá aos municípios,
Dica
da Alerj, o governador Sérgio Cabral
ao clamor da os produtos possam chegar à que hoje têm dificuldades
4ª Secretário
Fabio Silva sancionou a Lei 5.107/07 que cria o Pólo
sociedade, tanto mesa do consumidor. Entre- financeiras para manter a sua 1a Suplente Internacional de Seguros e Resseguros
sob o ponto de vista guei ao ministro da Agricultu- malha viária, atender melhor Renata do Posto
do Estado do Rio. Convencido pelo
do jovem como do ra, Reinhold Stephanes, ofício a população, dando ao homem 2 o Suplente
parlamentar sobre os benefícios que a
ponto de vista do solicitando que a União firme do campo plenas condições
Armando José
criação trará para o mercado financeiro
empresário da 3º Suplente

”
área da Cultura
Rodrigo Dantas (DEM), sobre o
projeto de lei, do qual ele é um dos
autores, que regula a meia-entrada em
estabelecimentos culturais e de lazer
convênios com os estados e
municípios visando ao atendi-
mento desse pleito. Apresen-
tei o projeto de lei 784/2007,
de escoar sua produção e de
ter acesso à educação e à
saúde, pois também para isso
existem as estradas.
Pedro Augusto fluminense, que hoje perde espaço para
4º Suplente o mercado paulista, o chefe do Executivo
Edino Fonseca
abraçou a idéia de conceder incentivos Prédio da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro (BVRJ), na Praça XV, poderá sediar o pólo
JORNAL DA ALERJ para que as empresas do setor se ins-
Publicação quinzenal Rafael Wallace
talem no Rio. “Estamos contribuindo um protocolo de intenções

do Estado do Rio de Janeiro.
Rafael Wallace
“
do Departamento de
Comunicação Social da para trazer mais investimentos para o para a criação de um pro- Estamos
 Fui a um posto de saúde procurar o remédio Assembléia Legislativa do
Estado do Rio de Janeiro
nosso estado e o País. O Brasil e a Costa jeto de instalação do pólo contribuindo
Sirolimus 1mg e me informaram que o remédio está Rica eram as duas únicas nações que internacional no estado. O para trazer mais
em falta. A Comissão de Saúde da Alerj pode fazer Jornalista responsável
ainda mantinham o monopólio estatal presidente da Federação investimentos
Fernanda Pedrosa (MT-13511)
alguma coisa no caso de falta de medicamentos em do resseguro”, alerta Pedro. Nacional das Seguradoras para o nosso
postos de saúde? Wagner Rodrigues, Inhaúma Coordenação: Geiza Rocha
Dessa forma, quem mais ganha (Fenaseg), João Elisio Fer- estado e para

mento excepcional, e por

isso compete ao Estado do
Reportagem: Everton Silvalima,
Luciana Ferreira e Fernanda Porto

Estagiários: Ana Beatriz Couto,

são as resseguradoras – o resseguro
é a distribuição parcial do risco as-
sumido pela seguradora, quando ela
raz de Campos, acredita
que o novo pólo do Rio será
um importante passo para
todo o País
Deputado João
Pedro (DEM)
”
Bruno Fernandes, Camila de Paula,
Deputado Rio de Janeiro o forneci- Carla Boechat, Fabiano Veneza,
transfere para outros parte de sua se destravar um dos setores
Átila mento do referido medica- responsabilidade, ou seja, é o seguro que pode desempenhar um

“
Karina Moura, Marcela Maciel,
O resultado é Nunes mento (por fazer parte da Natalia Alves, Sérgio Jardim,
Zô Guimarães
do seguro. “O monopólio do resseguro papel fundamental no de-
menos poluição de (DEM) PT/GM 2.577, republicada era todo do Governo federal, através senvolvimento do estado.
nossos rios e mais no DOU de 13/11/2006, que Fotografia: Rafael Wallace
do Instituto de Resseguros do Brasil No último balanço social
saúde para nossa atualizou a lista dos medi- Diagramação: Daniel Tiriba (IRB), cuja sede, inclusive, fica no do mercado, em 2006, a en-
população. Está camentos excepcionais). A Telefones: (21) 2588-1404/1383
Rio. Isso acabou quando o presidente tidade contabilizou 40.399 O avanço do setor já pode ser no-
comprovado que a  Grande parte das re- secretaria nos informou que Fax: (21) 2588-1404 Lula sancionou a Lei Complementar pessoas trabalhando para o setor no tado no número de representações de
falta de esgotamento clamações que a Comissão o estoque do medicamento Rua Primeiro de Março s/nº sala 406
CEP-20010-090 – Rio de Janeiro/RJ
126/07 e abriu o mercado”, salienta o País. “A abertura do resseguro no final resseguradoras internacionais no País:
sanitário traz de Saúde recebe é referente já está normalizado. Assim Email: dcs@alerj.rj.gov.br democrata, para quem o exemplo de de 2006 pôs fim a mais de seis décadas nove. “Precisamos atrair esse mercado
doença e morte para a casos como o seu, de falta sendo, você já pode se di- www.alerj.rj.gov.br
Dublin, na Irlanda, serve de parâmetro. de monopólio estatal e nos colocou ao ascendente para o nosso estado e,
muitas crianças, de medicamentos excepcio- rigir a um posto do estado Impressão: Gráfica da Alerj “Os irlandeses expandiram o mercado lado das economias mais desenvolvidas, mais especificamente, para o Centro
principalmente em nais. Enviamos um ofício para retirar seu remédio. Coordenação: Leandro Pinho
Montagem: Bianca Marques e
para as seguradoras e resseguradoras como as da Inglaterra e dos Estados da capital, que tem que resgatar sua
nosso País. Essa é a Secretaria de Estado de A Comissão de Saúde nacionais e internacionais e, com isso, Unidos, que têm no setor de seguros auto-estima, resgatar os espaços que

”
a preocupação
Inês Pandeló (PT), sobre os projetos
aprovados pelo BNDES, totalizando
mais de R $ 1 bilhão, para serem
investidos em projetos de
saneamento básico.
Rodrigo Graciosa
Saúde e Defesa Civil que recebe denúncias e recla- Tiragem: 2 mil exemplares
houve um boom que trouxe mais em- um indicador confiável do grau de bem hoje estão quase ociosos”, defende o
nos informou que o medi- mações através do Alô, Alerj pregos e investimentos para a cidade”, estar de sua população. A abertura do deputado João Pedro, que irá sugerir
camento Sirolimus 1mg é (0800 22 00 08) e do e-mail ERRAMOS aponta. As entidades fluminenses que resseguro representa a conquista de ao Governo do estado que o pólo in-
considerado um medica- atilanunes@alerj.rj.gov.br Edição 161, página 5 representam a classe perceberam que uma antiga reivindicação em favor da ternacional seja instalado no prédio
O partido do deputado esse boom também pode acontecer no modernização do mercado segurador da Bolsa de Valores do Rio (BVRJ),
Dúvidas, denúncias e reclamações: 0800 22 00 08 Alessandro Molon é o PT Rio e assinaram no dia 25 de outubro brasileiro”, declara João Elísio. na Praça XV.
 4 Rio de Janeiro, de 16 a 31 de outubro de 2007
ACIDENTES
O bê-a-bá do trânsito
Cartilhas distribuídas nas
escolas, em cumprimento a
lei estadual, buscam diminuir
alto índice de acidentes por
meio da educação
E
K ARINA MOURA
m setembro, quando o Código
de Trânsito Brasileiro (CTB)
completou dez anos, o Mi-
nistério da Saúde divulgou que 35 mil
pessoas, a maioria jovens, morreram em
acidentes nas estradas e ruas do País em
2007. No Rio, onde 41% dos acidentes são
causados por excesso de velocidade, um
novo antídoto contra essa tragédia parece
ter surgido a partir dos primeiros passos
dados pelo Governo para pôr em prática a
Lei 4.864/06, de autoria do presidente da
Alerj, deputado Jorge Picciani (PMDB),
que dispõe sobre a criação das discipli-
nas Noções de Trânsito e Educação para
o Trânsito, para alunos dos ensinos médio
e fundamental. “A preocupação com o
trânsito é uma questão de cidadania.
Possuímos altos índices de acidentes
devido à falta de um processo educativo
sistemático que induza à responsabilida-
de e à prevenção. Precisávamos de um
dispositivo que assegurasse a melhoria
da qualidade de vida de milhares de
Rio de Janeiro, de 16 a 31 de outubro de 2007 5
Rafael Wallace
ACIDENTES
Fotos: Rafael Wallace
a obrigatoriedade do uso da frase “Se
Deputado
beber, não dirija” em todos os cardápios Domingos
Deputado
e propagandas de bares, restaurantes e Alessandro Brazão
Molon
boates do estado. “Quanto maior for a
divulgação sobre o risco de dirigir após
a ingestão de bebidas alcoólicas, mais
eficaz será a prevenção de acidentes entre
os jovens”, justifica o parlamentar.
A necessidade de chamar atenção
para a mistura perigosa entre álcool e Deputado
Jorge Picciani
direção também motivou o deputado
Alessandro Molon (PT) a criar o projeto
de lei 458/07, que proíbe a venda e o
consumo de bebidas alcoólicas em pos-
tos de combustíveis e estabelecimentos Deputado
comerciais em estradas estaduais. “A Paulo Ramos
relação de consumo pode ser tratada
pelo legislador estadual. Não podem
os deputados desta Casa esquecer
que têm que agir sobre esse caso. A
Constituição Federal nos reconhece
esse direito”, defende o petista. O Go-
verno estadual seguiu a sugestão de
Molon e enviou à Alerj um projeto de
lei (999/07) sobre as mesmas restrições
– tal medida já foi adotada pelo Governo
federal ao editar uma medida provisória
proibindo a venda de bebidas alcoólicas
Deputado
Jorge Babu
Deputado
Átila Nunes
crianças e jovens”, avalia Picciani. manual aos 70 mil professores de todas nas estradas da União.
Dando início a essa mobilização, o as disciplinas do currículo escolar. O Deputado que apresentou seis pro- assunto são as ações do Departamento Guarda Municipal. Os quatro projetos
presidente do Departamento de Transpor- material começa a ser distribuído ainda jetos sobre o assunto, o peemedebista Estadual de Trânsito (Detran-RJ). “Hoje do deputado Jorge Babu (PT) referem-
tes Rodoviários (Detro), Rogério Onofre, este ano para as 1.646 escolas da rede Domingos Brazão acredita que o CTB o cidadão recebe multas com infrações se, no geral, às multas aplicadas. “Não
solicitou em maio à secretaria de Edu- estadual. “O que estamos fazendo no tem que sofrer algumas adequações. que não cometeu. O código não deve ser é razoável imaginar que os motoristas
cação a implantação do projeto “Educa- Rio não é feito em âmbito nacional. “O código deveria ser mais específico, tratado como forma de arrecadação”, de- sejam multados por ultrapassar de
ção para o Trânsito começa na escola”, Agradeço o apoio institucional da Alerj. separando o condutor que dirige um fende. O deputado Paulo Ramos (PDT), madrugada a velocidade máxima de-
tirando a lei do papel. Nos dias 22 e 23 Aprimorar e cumprir a legislação de carro, por exemplo, do motorista de com sete projetos, crê que o mais im- terminada e fiscalizada por lombadas
de setembro, o Conselho Estadual de transporte, estimular e orientar campa- ônibus”, explica. Brazão é da mesma portante é que a Polícia Militar volte a eletrônicas e pardais, da mesma forma
Trânsito do Estado do Rio (Cetran/RJ), nhas educativas de trânsito são ações opinião de outros deputados quando o atuar na fiscalização de trânsito junto à que se exige de dia”, aponta.
em parceria com a Secretaria estadual que irão difundir os ensinamentos a
de Educação, começou a capacitar os milhares de alunos”, explica o presi- TIPO DE MULTA JAN FEV MAR ABR MAI JUN TOTAL
professores da rede pública para dar dente do Cetran/RJ, Sérgio Damasceno.
Velocidade superior 96.608 31.103 61.293 66.386 74.269 63.866 393.525
aulas sobre o tema utilizando o Manual “O manual irá nos ajudar a buscar as até 20% da permitida
de Orientações Pedagógicas. A cartilha, informações certas para cada situação”,
que tem seis capítulos, foi apresentada ressalta uma das professoras da Coor- Desobedecer sinal vermelho 15.257 8.004 14.608 10.108 17.943 12.864 78.784
ou parada obrigatória
durante o seminário “Educação de Trân- denadoria Metropolitana de Educação
sito na Rede Pública de Ensino do Estado III (capital), Valéria Magalhães. Velocidade superior em mais 16.783 5.823 10.163 13.774 14.512 12.494 73.549
de 20% e até 50% da permitida
do Rio” e contém informações sobre as Além do elevado índice de mortes,
principais regras de circulação e conduta só em 2007, cem mil pessoas adquiri- Não efetuar o registro do veículo 5.675 6.169 9.784 8.008 10.639 9.063 49.338
previstas no CTB, sugerindo atividades ram deficiências temporárias ou per- Estacionar veiculo sobre a
9.321 5.044 8.244 5.438 7.291 4.392 39.730
para serem aplicadas em sala de aula. manentes e 400 mil ficaram feridas em calçada ou faixa de pedestre
“Parte dos municípios já trabalha com acidentes envolvendo veículos. Fatores Dirigir veículo utilizando 8.833 5.252 6.246 4.745 6.284 4.738 36.098
educação no trânsito. Esse manual vai que têm motivado os parlamentares telefone celular
explicar como o professor irá aplicar as fluminenses a apresentar projetos em Condutor ou passageiro
10.664 5.040 4.615 4.145 5.362 2.724 32.550
leis de trânsito à sua disciplina”, disse a favor de uma legislação de trânsito mais sem cinto de segurança
autora da cartilha, e chefe de gabinete da eficiente. Nesta legislatura, 79 projetos Estacionar fora das 7.638 3.902 5.527 3.661 4.576 3.752 29.056
autarquia Niterói Transportes e Trânsito de lei tiveram o trânsito como tema. O condições em estacionamento
(NitTrans), Adriana Scovino. campeão de projetos, com nove textos Estacionar em local e hora 5.649 3.084 4.852 3.564 4.664 2.798 24.611
O trabalho será feito através de tramitando, é o deputado Átila Nunes em desacordo com sinalização
multiplicadores. Ao todo, 58 coordena- (DEM). Ele destaca o de número 936/07, Efetuar transporte 4.440 2.037 3.221 2.313 3.392 1.885 17.288
dores serão responsáveis por repassar o que dispõe sobre remunerado sem licença
Fonte: Departamento de Trânsito do Estado do Rio de Janeiro (Detran-RJ)
6 Rio de Janeiro, de 16 a 31 de outubro de 2007
CAPA
Toque feminino
com cara de gol
Projetos que tramitam na Casa valorizam o
trabalho das jogadoras de futebol e ampliam a
procura pela modalidade nas escolinhas
Q
E VERTON S ILVALIMA , S ÉRGIO JARDIM,
M ARCELA M ACIEL E K ARINA MOURA
ue o Brasil é o País do futebol, muitos
já sabem. Mas o que só agora grande
parte da população começa a perceber
é que o Brasil também pode ser o País
do futebol feminino. Depois das ótimas
atuações das meninas da seleção brasileira, que ganharam
a medalha de ouro nos Jogos Pan-americanos do Rio 2007 e
foram as vice-campeãs do último torneio mundial, os olhos
dos brasileiros se voltaram para atletas como Marta, eleita
a melhor jogadora do mundo, Pretinha e Formiga. Na Alerj,
os deputados têm se mostrado solidários à força do futebol
feminino e, nesta Legislatura, já há cinco projetos sobre o
tema tramitando na Casa. “O papel da Assembléia nessa luta
é estimular o esporte e não deixar que essas meninas sejam
esquecidas”, ressalta a presidente da Comissão de Defesa da
Mulher, deputada Inês Pandeló (PT).
A parlamentar também é autora do projeto de lei 912/07 e
do projeto de resolução 206/07 que, respectivamente, tratam
de cotas para mulheres nos programas de esporte no estado
e da concessão da Medalha Tiradentes para a seleção bra-
sileira que competiu no Pan. “As jogadoras vêm mostrando
que têm potencial suficiente para sermos o País do futebol
feminino. O que falta é apoio e o que prejudica é a discrimi-
nação. O esforço delas está mostrando ao Brasil e ao mundo
que as mulheres são capazes de atuar, e bem, nessa área
também”, defendeu a petista. Pandeló realizou, no dia 24 de
setembro, uma audiência pública da comissão que contou
com a presença de representantes de várias entidades que
buscam valorizar as jogadoras de futebol.
Durante o encontro, o secretário de Estado de Turismo,
Esporte e Lazer, Eduardo Paes, anunciou a realização de
um campeonato estadual de futebol feminino, apoiado pelo
Governo, a ser realizado em 2008. “O futebol já é um esporte
consagrado entre os homens. Agora, temos que pensar de
que forma poderemos desenvolver essa atividade para as
mulheres”, ressalva. A iniciativa, apesar de não ser pioneira,
já que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) realizará
um campeonato nacional ainda em 2007, é bem-
vinda. A Federação de Futebol do Estado do
Rio (Fferj) também já realiza, através da Liga
Niteroiense de Desportos, um campeonato
feminino desde 2004. O responsável pelas
competições é Flávio Rangel, que ressaltou
a importância dos primeiros passos em prol
da estruturação do setor estarem sendo
dados na direção da criação de leis para
o reconhecimento do esporte.
“A boa vontade dos deputados pode
ajudar a valorizar uma modalidade
que, cada vez mais, está sendo pra-
ticada por mulheres”, reconhece
Rangel. Somente esse ano, a
liga inscreveu 311 atletas para
competições de nível adulto
e 172 no sub-17. “Tivemos
oito times competin-
do em 74 jogos e o
vitorioso foi
o Cepe de
Caxias,
equipe
que já ce-
deu muitas
jogadoras para
a seleção”, informa. Rangel lembra que a tônica das dis-
cussões que hoje estão sendo levantadas por dirigentes,
jogadoras e poder público refere-se, entre outras coisas, à
realização da final do campeonato feminino no Maracanã.
A idéia obteve o apoio do secretário Paes que, durante
vinda à Alerj, destacou que uma das maiores bilheterias
do estádio em 2007 – 70 mil pagantes – foi na partida onde
as meninas ganharam a medalha de ouro no Pan.
A idéia de realizar jogos da categoria no Maracanã
também contagiou os deputados. O presidente da
Alerj, deputado Jorge Picciani (PMDB), e
o líder do Governo na Casa, deputado
Paulo Melo (PMDB), são autores do pro-
jeto de lei 694/07 que dispõe sobre a
realização de partidas de futebol femi-
nino nas preliminares dos jogos oficiais
masculinos. “É um canal de integração
entre os municípios do estado, com foco nas
mulheres. A atuação da seleção brasileira
Rio de Janeiro, de 16 a 31 de outubro de 2007 7
OS PROJETOS
Projeto de lei 912/07
(deputada Inês Pandeló)
Estabelece cota de, no mínimo, 30% para
as mulheres nos programas de incentivo
ao esporte mantidos ou fi nanciados pelo
Governo do estado. Está sendo avaliado
pelas comissões técnicas.
Projeto de lei 694/07 (deputados
Jorge Picciani e Paulo Melo)
Obriga a realização de partidas de futebol
feminino nas preliminares de
todas as partidas oficiais
de futebol profissional
realizadas no Maracanã.
Se a determinação não
for cumprida, a Fferj será
multada em 5% da renda obtida nas partidas e a quantia revertida para a difusão da prática do
futebol feminino. Está sendo avaliado pelas comissões técnicas.
Projeto de lei 742/07 (deputada Renata do Posto)
Autoriza o Poder Executivo a fi rmar convênios com entidades esportivas, federações de futebol e a
iniciativa privada para a criação do Campeonato Estadual de Futebol Feminino. Está sendo avaliado
pelas comissões técnicas.
Projeto de resolução 206/07 (deputada Inês Pandeló)
Concede a Medalha Tiradentes às meninas do futebol que venceram a partida fi nal dos Jogos
Pan-americanos. Aprovado em plenário.
Indicação legislativa 235/07 (deputado Jorge Babu)
Solicita ao governador envio de mensagem de concessão de incentivo fi scal, correspondente a 4% do
ICMS a recolher em cada período de patrocínio, para empresas que incentivarem o futebol feminino
no estado. Está sendo avaliado pelas comissões técnicas.
no Pan comprovou que precisamos apoiar Esses incentivos não estão longe do que desejam os
essas meninas que tanto nos orgulham”, deputados e constam do projeto de lei 742/07, da deputada
declarou Melo. Para a ex-goleira da seleção Renata do Posto (PAN), e da indicação legislativa 235/07,
Meg, que parou de jogar em 2001, primeiro de autoria do deputado Jorge Babu (PT). “Ao longo dos anos
é necessário profi ssionalizar o esporte temos visto o crescimento do futebol feminino no Brasil.
para se pensar em partidas oficiais de Essas meninas já têm reconhecimento internacional, mas, no
grande visibilidade. “A oportunidade País, elas ainda não têm garantidas as mesmas conquistas
de disputar partidas prelimina- dos homens”, avalia Renata, cujo projeto autoriza o Poder
res é ótima para proporcionar Executivo a firmar convênios com entidades esportivas e a
mais contato entre o público e iniciativa privada para a criação do Campeonato Estadual de
o futebol feminino. Mas, para Futebol Feminino. Já o petista Babu sugere ao governador
oferecermos um espetáculo Sérgio Cabral que seja enviada à Alerj uma mensagem con-
bonito, ainda nos faltam cedendo incentivos fiscais para empresas que patrocinarem
Sa m LeVa n patrocínios e incenti- a modalidade no Rio.
vos”, reivindica. Apoio é também o principal tema que a presidente da
Associação de Futebol Feminino do Estado do Rio, a técnica
Rose do Rio, destaca. Para ela, as ações básicas que precisam
ser tomadas para alavancar a modalidade são a criação de
um departamento de futebol feminino na CBF e a alocação
de recursos das secretarias estadual e municipais para
a implantação de projetos de fomento da área. “Espero
que o que discutimos na audiência que houve na Alerj
e esses projetos dos deputados não resultem apenas em
promessas. Precisamos agir rápido”, enfatiza.
 8 Rio de Janeiro, de 16 a 31 de outubro de 2007 Rio de Janeiro, de 16 a 31 de outubro de 2007 9

CAPA TRANSPARÊNCIA
 Para deputados é preciso estimular formação de times femininos
Fotos: Rafael Wallace

Legislativo mostra sua cara

Fotos: Rafael Wallace
Exposição Itinerante leva à
população informações sobre
pioneirismo e serviços da Casa

A
NATALIA A LVES

Alerj deu mais um passo na

direção da transparência ao
inaugurar a Exposição Iti-
nerante, no último dia 23, na Rodoviária
Novo Rio. Composta por nove painéis
com informações sobre a importância
“Com os resultados do “O Brasil, no último Pan, se “Apreciados por crianças, “São cinco milhões de histórica do Palácio Tiradentes, sede da
Pan-americano e da Copa, curvou diante do espetáculo adultos, jovens, velhos, jogadoras no mundo. Um Alerj, o pioneirisimo da instituição e os
novamente a mídia vem da seleção feminina de homens e mulheres, não ponto significativo é a serviços prestados por meio das comissões
dando ênfase ao assunto. futebol. As meninas há justificativa para a maneira como elas encaram permanentes e telefones 0800, a mostra
A Comissão de Defesa dos mostraram a capacidade da exclusão ou discriminação os treinos: as atletas, falando percorrerá inicialmente 15 municípios.
Direitos da Mulher levantou mulher brasileira de superar dos times de mulheres mais no aspecto físico, não “Esta exposição é uma prestação de contas
essa bandeira porque não dificuldades. Temos visto nos campeonatos, tanto deixam a desejar. De uns e faz parte de um projeto de transparência
quer que o assunto morra o crescimento do futebol regionais quanto nacionais tempos para cá, o futebol total, que envolve a interiorização das
e que esqueçamos dessas feminino e nada mais justo e internacionais. A seleção ganhou novas vertentes e ações da Alerj por meio de eventos que
meninas. Homenageá-las é do que apoiá-lo. É por feminina comprovou que outras possibilidades de possam mostrar à população o trabalho do
uma das formas de ir contra isso que precisamos pode ser tão importante se firmar como um esporte Legislativo”, explica o presidente da Alerj,
o preconceito que elas incentivar para que as quanto qualquer agremiação praticado pelas garotas. deputado Jorge Picciani (PMDB).
enfrentam em uma cultura jogadoras mostrem sua força masculina. Entendo que o Temos que sair do Logo nos primeiros momentos após a
que ainda pensa que e arte nos campeonatos esporte é mais um canal de discurso e dar mais força inauguração, uma opinião unânime tomou
futebol é coisa de homem.” em todo o País.” difusão do nome do Rio.” a essas jogadoras.” conta dos visitantes: a de que, a partir de
agora, os fluminenses poderão exercer
Deputada Inês Deputada Renata do Deputado Paulo Melo Deputado Roberto melhor a cidadania depois de conhecer
Pandeló (PT) Posto (PAN) (PMDB) Dinamite (PMDB) o funcionamento da Casa. “Nunca tive a
oportunidade de visitar a Alerj, mas essa
exposição nos permite acompanhar um
Escolinhas mostram que futebol também é coisa de meninas pouco o trabalho dos deputados e o que
está acontecendo naquela Casa. Assim
Desde as Olimpíadas de Atlanta (EUA), em 1996, quando o minense, em Laranjeiras, Zona Sul, vive momento parecido. podemos cobrar as promessas feitas no mo-
futebol feminino foi incluído como modalidade oficial, ainda não se Michael Marcondes, professor do clube, comemora os projetos mento de campanha”, afirmou a arquiteta
tinha visto um incremento tão grande no número de praticantes do Legislativo e faz coro com os demais promotores do esporte Ana Maria Barbosa, de 43 anos.
do esporte no Brasil. Com os prêmios obtidos no Pan e na Copa, as em prol dos incentivos fiscais. “Toda vez que pedimos patro- Na Exposição Itinerante da Alerj o ci- Os nove painéis permitem que a população interaja com a Alerj e conheça os canais que
ela tem para se comunicar com os parlamentares e fazer reivindicações
escolinhas de futebol para meninas deram um salto. Na Mangueira, cínio para uma empresa, o representante logo pergunta sobre dadão pode conhecer a história do Palácio
Zona Norte do Rio, o número de atletas pulou de 20 para 88 só este os descontos que terá com impostos”, revela. Presidente da Tiradentes, inaugurado em 1926 para se- o palácio. Já o assistente administrativo universo de situações em que pode atuar
ano. “Com mais alunas, Comissão de Esportes da Alerj, o deputado Roberto Dinamite diar a Câmara dos Deputados, e saber que Adilson de Lima, de 65 anos, achou boa o Legislativo. Procuramos mostrar o que
as meninas passaram (PMDB) conhece bem o problema. “Com o destaque, as equipes ele está aberto à visitação pública, que a iniciativa de prestação de contas do a Casa faz e os canais de comunicação
a disputar mais entre passaram a disputar campeonatos nacionais, regionais e a pode ser agendada por grupos e escolas trabalho do Legislativo a partir de uma ex- que existem para que a população possa
elas, porque a concor- ter algum patrocínio, o que já é muito difícil. O que ajuda a através do telefone (21) 2588-1251. “Além posição gratuita. “Muitas vezes, não temos interagir com os deputados e com as co-
rência aumenta, tanto vencer essas barreiras são a determinação e a força de vontade de aprendermos um pouco mais sobre a tempo de acompanhar o que os deputados missões”, comentou o chefe de gabinete
para jogar quanto que as atletas demonstram”, observa. História que está guardada no Palácio estão fazendo. Essa exposição é uma forma da Presidência da Alerj, Aloysio Neves,
nas notas do Força que faz muitas meninas deixarem de lado o precon- Tiradentes, é interessante perceber que de o povo saber o que os parlamentares idealizador da exposição. Após quatro
colégio, já que ceito que cerca o esporte. Aluna da Mangueira, a pequena lá existem pessoas preocupadas em fazer têm feito a favor dele”, concluiu Adilson, dias na Rodoviária Novo Rio, a exposição
também cobra- Raphaella Monteiro da Silva (foto), de 12 anos, sente a discri- alguma coisa pela população”, ressaltou que descobriu, na mostra, que a Alerj seguiu para a cidade de Valença e irá em
e
Wa ll ac

mos disciplina minação dentro da própria casa. “Meu pai não me apóia. Ele o técnico em tratamento da Companhia foi pioneira ao extinguir o jetom e o voto seguida para as cidades de Volta Redonda,
na escola”, conta acha que futebol é só para homens. Nos dias de treino, minha Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) secreto, proibir a contratação de parentes Barra Mansa, Duque de Caxias, Cabo Frio,
R a fae

Jarlei Ferreira, há mãe me pega, e, se precisar dele, ele não vem”, desabafa. Na Enilton Thomé, de 49 anos, que conferiu os e diminuir o recesso parlamentar. Campos dos Goytacazes, Porciúncula, Ma-
dez anos responsável hora de entrar em campo, Raphaella, que joga como goleira, painéis na rodoviária. Ele acrescentou que “Nossa preocupação foi retratar as caé, Itaperuna, Nova Friburgo e Cordeiro.
pelo curso. garante que não tem tempo para pensar nos problemas, só pretende trazer crianças do município de diversas atividades que são realizadas na Outros dois módulos permanecerão no Pa-
A escolinha do Flu- no sonho de um dia ser uma grande jogadora. Rio das Ostras, onde reside, para conhecer Alerj, para que o cidadão possa conhecer o lácio Tiradentes e na Central do Brasil.
10
12
 CURTAS
Rafael Wallace
Terapia radical
Para evitar problemas com o ca-
ótico trânsito do Centro do Rio, o
operador de controle mestre da TV
Alerj (canal 12 da Net), Ricardo
Fontoura, mais conhecido como
Pequeno, utiliza uma ferramenta
radical: o seu inseparável skate.
Pequeno começou a andar sobre as
rodinhas com onze anos de idade,
por influência de seu irmão, e não
parou mais. “Venho de skate para
a Alerj, toda segunda e sexta-feira.
Moro no Leblon e aproveito para
parar na pista da Lagoa, no fim
da tarde. Para mim, é como uma
terapia. Chego ao trabalho com a
cabeça ótima”, explicou.
Vitória da comissão
O Centro de Línguas Estrangeiras
Modernas (Celemo), que funciona
no Colégio Estadual Liceu Nilo Pe-
çanha, em Niterói, ganhou a ajuda
da Comissão de Educação da Alerj,
que conseguiu evitar o seu fecha-
mento antes do término do ano
letivo. Um Termo de Ajustamento
de Conduta (TAC) assinado entre
o Ministério Público e a Secretaria
estadual de Educação determinava
seu fechamento até o dia 5 de outu-
bro. A comissão foi a campo, visitou
o curso e realizou na Alerj uma
audiência conjunta com a Comissão
de Trabalho para buscar soluções
para a questão. Um novo TAC, in-
termediado pelo deputado Marcelo
Freixo (PSol), membro da Comissão
de Educação, permitiu que o curso
funcionasse até o final do ano.
CIDADANIA
São Gonçalo terá Conselho
Municipal do Negro
Comissão quer fomentar
ações governamentais de
combate ao racismo
A
K ARINA MOURA
Comissão de Combate às Dis-
criminações e Preconceitos
de Raça, Cor, Etnia, Religião
e Procedência Nacional da Assembléia
Legislativa do Rio realizou, no dia 26, no
Plenário Prefeito Joaquim de Almeida, em
São Gonçalo, a primeira audiência pública
itinerante sobre ações governamentais
de enfretamento ao racismo. Após fazer
um mapeamento, a comissão enviou, em
setembro deste ano, um ofício para cada
município, a fim de verificar se existem
conselhos e movimentos regionais de
valorização de afro-descendentes. O ob-
jetivo do trabalho é ampliar a criação de
conselhos municipais do negro. “Dos
92 municípios, apenas dez responde-
ram que possuem coordenadorias de
promoção de igualdade social. É muito
importante estabelecer uma união entre
a comissão e as enti-
dades para combater
a questão do racismo.
Temos que organizar
a sociedade e dizer
não ao preconceito
contra os negros, por-
que foi através deles
que formamos nossa
cultura”, afirmou a
presidente da comis-
são, deputada Beatriz
Santos (PRB).
O Conselho Mu-
nicipal do Negro (Co- Debate em São Gonçalo foi liderado pela deputada Beatriz Santos
negro), proposto pela
comissão, tem por finalidade trabalhar
para criar meios que assegurem à popu-
lação negra o exercício pleno de sua par- sustentou este País. O conselho é bom,
ticipação e interação no desenvolvimento
econômico, social, político e cultural e
construção de sua cidadania. Segundo a
deputada, o Conegro será constituído por
12 membros titulares, do poder público
municipal, e seus respectivos suplentes,
que serão representantes de cada um dos
Rio de Janeiro, de 16 a 31 de outubro de 2007
grupos organizados da comunidade negra
e de entidades estabelecidas. Segundo a
representante da Secretaria de Educação
do município, Mariléia Santiago, há mais
de dez anos que os movimentos de São
Gonçalo lutam pela criação desse conselho.
“Que país é esse que precisa fazer uma lei
para que o povo conheça nossa história?
Temos que mudar também o sistema de
ensino para que o povo conheça realmente
a luta do negro no Brasil”, afirmou.
De acordo com o representante do Con-
selho de Entidades Negras do interior do
estado, Arildo Mendes, as prefeituras não
contribuem para que esses movimentos
cresçam. “Estamos avançando com a
realização dessas audiências. Não quero
discutir mais a questão do negro como
racismo; quero investir na cultura dos
negros e recuperar os 300 anos da nossa
história que foram roubados”, ressaltou.
O presidente do Centro de Estudo Brasil-
África, Heimar Batista, falou das dificul-
dades que o negro sofre nos dias de hoje
e ressaltou a importância da escolha de
São Gonçalo como primeiro município a
implantar o conselho: “Mais de 60% da
Zô Guimarães
população deste município é composta
de negros. Foi o nosso leite negro que
mas temos que nos preocupar com a
periferia, ver o que tem de bom e ruim lá
dentro. Temos que ampliar esse projeto
e fazer com que ele seja aplicado o mais
rápido possível”. Os próximos municípios
visitados serão: Itaboraí, Cabo Frio, Maricá
e Nova Friburgo.
Rio de Janeiro, de 16 a 31 de outubro de 2007
FISCALIZAÇÃO
Saúde presta contas a comissão
Em audiência considerada
um marco pelos deputados,
secretário afirma que está
investindo na humanização
M
NATALIA A LVES
esmo com cortes nos gas-
tos do Governo, o secre-
tário estadual de Saúde
e Defesa Civil, Sérgio Côrtes, declarou,
durante audiência pública promovida
pela Comissão de Saúde da Assembléia
Legislativa do Rio, no dia 19 de outubro,
que sua pasta continua investindo para
melhorar a qualidade da saúde pública
no estado. Côrtes esteve na Alerj para
prestar contas sobre as despesas da se-
cretaria no primeiro semestre de 2007. A
audiência foi classificada pelo secretário
como um marco. “Nunca foi feita a pres-
tação de contas da pasta da Saúde neste
estado. Isso demonstra a transparência
do Governo. Reconheço que temos muito
a melhorar e que estamos longe do ideal
da saúde que pretendemos. Sabemos que
a transparência é a melhor maneira de
a população acompanhar nossas ações”,
classificou, comentando que pretende
transformar essa prestação de contas
em uma prática trimestral. “Percebemos
que a equipe da secretaria está muito
empenhada em melhorar as condições
de saúde pública do estado, mesmo com
o arrocho imposto pela Secretaria de Fa-
zenda, e isso é uma boa notícia”, declarou
o presidente da comissão de Saúde da
Alerj, deputado Átila Nunes (DEM).
De acordo com os dados apresenta-
dos pelo secretário aos parlamentares,
foram gastos, de janeiro a julho de 2007,
R$ 366 milhões para atender 79 mil
pacientes em 38 diferentes procedimen-
tos básicos, tais como atendimentos
emergenciais e exames de laboratório.
Côrtes anunciou que a secretaria está
trabalhando para saldar uma dívida
que chega a R$ 200 milhões com forne-
cedores de medicamentos e insumos.
“Também percebemos o quanto o se-
cretário está trabalhando para saldar as
dividas com fornecedores e regularizar
o fornecimento dos medicamentos, bem
como renegociar os contratos”, destacou
o presidente da comissão da Alerj. O
“ Reestruturamos
a gestão das
unidades, abrimos
novas vagas e
estamos fazendo
readequação do
espaço físico
dos prédios para
atender melhor a
população
Sérgio Côrtes
”
secretário também informou que dois
projetos já foram implantados por sua
pasta esse ano: o Saúde na Área, que
transfere recursos aos municípios para
qualificar o programa Saúde da Família,
e a implantação de duas Unidades de
Pronto Atendimento 24h (UPA), sendo
uma na Favela da Maré e outra em Irajá,
ambas na Zona Norte do Rio. “O Saúde
na Área já foi levado a 24 municípios do
estado. O total de recursos destinado ao
projeto, por ano, será de R$ 2 milhões”,
explicou Côrtes, acrescentando que R$
3,5 milhões serão repassados aos 92
municípios fluminenses para a compra
de medicamentos.
Quanto às UPAs, o secretário afir-
mou que, até 2010, 38 delas estarão
em funcionamento em todo o estado.
“A média de atendimento diário nas
UPAs é de 510 pacientes. Desde que foi
inaugurada em maio, a UPA da Maré
atendeu cerca de 53 mil pessoas”,
informou. Para o líder do Governo na
Alerj, deputado Paulo Melo (PMDB),
as unidades de atendimento 24h de-
vem ser qualificadas como projetos
de Estado e não de Governo. “Esse é
um projeto inovador que precisa ser
mantido por outras legislaturas, por
isso acho que ele tem de ser um projeto
de Estado. É inaceitável que pacientes
com dor de cabeça sejam atendidos
em meio a pacientes com ferimento a
bala”, afirmou o peemedebista. Côrtes
destacou ainda que, nos 28 hospitais
11
Fabiano Veneza
da rede estadual, só no primeiro se-
mestre do ano, foram realizadas 41.947
internações, sendo 947 nas unidades
de Tratamento Intensivo (UTI), e cerca
de 20 mil cirurgias. “Estamos inves-
tindo na recuperação dos hospitais e
na humanização do atendimento ao
paciente. Reestruturamos a gestão
das unidades, abrimos novos leitos,
estamos fazendo readequação do es-
paço físico dos prédios para atender
melhor a população”, ressaltou, acres-
centando que, só com as internações,
foram gastos R$ 6 milhões.
Questionado pelo deputado Luiz
Paulo (PSDB) sobre a dívida do estado
com os fornecedores de medicamentos,
o secretário esclareceu que estão sendo
feitos acordos e que alguns forneci-
mentos já foram regularizados. “A falta
de alguns medicamentos e insumos
decorre, em muitos casos, de dívidas
antigas da secretaria. Estamos fazendo
acordos com esses fornecedores e ten-
tando regularizar os pagamentos para
voltarmos a ter bom nome na praça,
conseguir rever os contratos e fazer
economia”, apontou Côrtes. A audiência,
que foi realizada na sala 311 do Palácio
Tiradentes, sede da Alerj, contou com a
presença de todo o primeiro e o segundo
escalões da Secretaria de Saúde. O se-
cretário foi sabatinado pelos deputados
Graça Matos (PMDB), João Pedro (DEM),
Sheila Gama (PDT), Paulo Ramos (PDT)
e Wilson Cabral (PSB).
12 Rio de Janeiro, de 16 a 31 de outubro de 2007

 ENTREVISTA TUCALO (PSC)

Zô Guimarães

“Temos o dever
de representar a
população”

E
A NA BEATRIZ COUTO

leito com 28.036 votos, o deputado Ayrthon Carlos

Maiatto Dias, mais conhecido como Tucalo (PSC), se
define como um municipalista. “Como legisladores
temos o dever de representar a população, que, no interior,
tem muita dificuldade de acesso ao Governo do estado e às
secretarias”, ressalta. Natural de Niterói, Tucalo é um dos
autores do projeto que instituiu o dia 12 de novembro como o
Dia do Fluminense. Nesta entrevista, o parlamentar declara
sua grande paixão pelo futebol e revela que seus maiores ídolos
no esporte são seus dois filhos, de 13 e 12 anos de idade. “Eles
já chegaram num patamar que me dá prazer ficar lá torcendo.
Era tão fascinado por eles que já tive minha foto exposta em
uma escolinha de futebol em Olaria como exemplo de mau pai,
porque cobrava demais. Isso foi bom, pois me fez aprender a
lidar com a situação”, reflete.

Como começou sua traje-
tória política?
Minha vida política teve início
em Maricá. Eu trabalhava em
cartório e foi lá que surgiu
a oportunidade de me filiar
ao Partido Verde (PV). Achei
interessante, pela ideologia, e
entrei. Aí comecei a ouvir mais
sobre política, me identificar
e fui convidado a assumir a
tativa sobre a chegada da
Lei Orçamentária Anual
(LOA)? O senhor já está
pensando em emendas?
Minha área de atuação está
ligada à educação e à saúde,
e, para essas áreas, nunca falta passam.
demanda. Minha intenção é le-
var ambulâncias e laboratórios
de informática para Cambuci
e uma UTI móvel
passam por necessidades. Eu
sou da Comissão de Defesa
dos Portadores de Deficiência
(PPD), por isso passei a fre-
qüentar mais essas entidades
e ver as dificuldades que elas
Como está sendo essa ex-
periência na Comissão de
Defesa da Pes-
ser discutida hoje, para que
amanhã não precisemos dis-
cutir a acessibilidade.
O senhor criou o Dia do
Fluminense. Como se ex-
plica essa paixão pelo fu-
tebol?
Sempre tive uma grande
paixão pelo futebol, e, princi-
palmente, pelo Fluminense.

presidência do partido. Quan-
do isso aconteceu, vi que não
tinha mais como recuar. Co-
mo tinha uma grande relação
com outras cidades, percebi
que para atender todas elas,
como político, teria que ser
parlamentar. Me candidatei
a deputado em 2002 e tive
20.521 votos, sendo 7.500 em
Maricá, mas não entrei. O
prefeito de Maricá me con-
vidou para ser vice dele em
2004. Aceitei, fomos para uma
eleição difícil e vencemos por
uma diferença de 800 votos, e
em 2006 concorri novamente
ao Parlamento estadual.
Considerando que o senhor
se auto-intitula um munici-
palista, qual a sua expec-
“
para Itaocara. São soa Portadora Não sou jogador, mas sempre
coisas pequenas A educação no de Deficiência me diverti, ainda mais com
para os grandes trânsito precisa (PPD)? meus dois filhos. Os dois
centros, mas ser discutida hoje Na verdade sempre são muito bons jogadores.
para as cidades para que não tive uma ligação Tenho uma história bem
pequenas não. precisemos debater com a questão por- curiosa. Estava num clube
Vou direcionar a acessibilidade que tenho pessoas com meu filho e tinha um
emendas para as amanhã
cidades que real-
mente precisam
” com deficiência na
família. Já queria
participar desta
repórter que precisava fazer
uma matéria sobre pais que
cobravam demais dos filhos
de uma assistência maior. Ho- comissão antes mesmo de no esporte. Conversando co-
je, com os royalties, é possível conversar sobre o assunto. migo ele viu que eu era o
expandir os benefícios para as Na comissão, me deparei com que ele precisava e fez a
cidades. Até mesmo Niterói, questões importantes, como a matéria. Minha foto foi parar
que é uma cidade maior e acessibilidade, por exemplo, em escolinha de futebol em
tem mais representantes aqui que eu não estava inteirado. Olaria como mau exemplo.
na Casa, passou também a Outra questão importante, O bom exemplo era a mãe
ser beneficiada. Existem en- que tem que ser discutida, é do Guga (jogador de tênis).
tidades, como a Pestalozzi e o número de pessoas que se Isso foi bom, pois me serviu
a Associação Fluminense de tornam deficientes em virtude como lição. Hoje o amor que
Reabilitação, que precisam de de acidentes de trânsito. A eles sentem pelo futebol é o
uma representatividade, pois educação no trânsito precisa mesmo que eu sinto.