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Introdução

A partir da descoberta dos efeitos termoelétricos foram elaboradas algumas leis que
constituem a base da teoria utilizada nas medições de temperatura através de termopares,
ou seja, esta está fundamentada em três leis cujo proposito das mesmas é possibilitar o
entendimento dos fenômenos que ocorrem ao utilizar os termopares na obtenção de
valores de temperatura em um determinado processo. Em seguida serão enunciadas quais
são as leis citadas juntamente com a explicação de cada uma delas.

Lucas Yago Pereira Mendes 2014042810

Lei dos termopares

Lei do circuito homogêneo

Esta lei enuncia que a tensão gerada a partir de um circuito formado a partir de dois metais
diferentes com suas junções sujeitas a duas temperaturas T1 e T2, não depende do
gradiente de temperatura, ou seja, não depende da distribuição da mesma ao longo dos
fios. No entanto, a tensão citada depende apenas dos metais em questão (em virtude da
densidade de elétrons citada no artigo introdutório) e das temperaturas existentes nas
junções (desde que as estruturas dos condutores permaneçam homogêneas).

Figura 1 - Lei do circuito homogêneo


Considere a seguinte situação: A temperatura T1 está sendo medida em um determinado
processo através de um termopar, ou seja, sua junta quente está situada em um ponto
conveniente enquanto a junta de referência exposta a uma temperatura T2 (para
simplificar, estamos supondo que esta junta já possui o elemento responsável por medir
a tensão gerada bem como converter este valor para o relativo em temperatura e
apresentá-lo por meio de um indicador). Desta maneira é possível determinar a
temperatura T1. De acordo com a lei do circuito homogêneo, mesmo se houver algum
ponto em um dos condutores sujeito a uma terceira temperatura T3, a tensão gerada
indicada será a mesma do caso anterior. Ou seja, caso os condutores permaneçam com
suas estruturas homogêneas, o que importa é a diferença de temperatura entre as juntas.

Lei dos metais intermediários

Esta lei estabelece que em um circuito, composto de dois metais diferentes, a tensão
gerada não será modificada caso seja inserido um outro metal intermediário em
qualquer ponto do circuito, desde que as junções recém formadas sejam mantidas a uma
mesma temperatura devida. Isto ocorre devido ao fato de que a tensão gerada a partir
destas duas novas junções será igual a zero (como dito anteriormente, a tensão gerada
depende da existência de uma diferênça de temperatura entre as junções). Este princípio
por sua vez garante o uso de fios de extensão, bem como de conectores.

Figura 2 - Lei dos metais intermediários

Lei das temperaturas intermediárias


Esta Lei estabelece a correspondência entre a soma das tensões geradas por dois
termopares feitos de mesmos materiais, sendo que um encontra-se com suas junções
expostas às temperaturas T1 e T2 e o outro por sua vez está com as juntas às temperaturas
T2 e T3, como sendo a mesma tensão gerada caso um único termopar esteja com suas
junções situadas em pontos cujas temperaturas são T1 e T3.

Figura 3 - Lei das temperaturas intermediárias

Como consequência direta deste princípio, pode-se efetuar correções caso termopares
que foram calibrados a uma determinada temperatura de referência possam ser utilizados
em qualquer outra temperatura de referência.

Compensar temperatura em termopares

Apesar da alta repetibilidade do efeito termelétrico, está só é verificada caso a medição


(ou o processo) esteja sempre numa mesma temperatura ambiente. Como isto quase nunca
acontece, pois a temperatura ambiente varia ao longo de um período de trabalho e com as
estações do ano, a tendência é de se manifestarem erros de leitura que a maioria dos
processos industriais não pode absorver ou negligenciar.

De fato, a correção para este problema é conhecida desde que o fenômeno foi aproveitado,
e reside no próprio efeito termelétrico: monta-se duas junções termopares iguais, porém
numa das extremidades (de cada uma) conectadas entre si (importante: em sentidos
inversos!); enquanto as duas junções se mantiverem numa mesma temperatura, o
resultado medido entre as extremidades livres (as desconectadas!) Será rigorosamente
zero (Volts). Com isto, passa a se ler tensão (e temperatura) diferencial (em lugar da
absoluta). Em termos práticos: uma das junções (denominada junta fria) deve então
permanecer constantemente imersa na atmosfera ambiente, e a outra junção deve ser
exposta ao processo. A leitura diferencial assim monitorada deixa de ser afetada pelo
ambiente, e o resultado da medição passa a ser idêntico, esteja o circuito de medição
operando próximo ao equador, ou no polo sul (no auge do inverno), etc.

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