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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS


CAMPUS CATALÃO
Curso de Administração

PROCESSO DE SUBSTITUIÇÃO
DE IMPORTAÇÕES

Adriano Lima
Ana Paula Nascimento
Clarice Fernandes
Diego Bezerra
Graziela Custódio
Juliana Souza
Laise Nery
Lucas Pereira
Maria Inês Tomé
Paulo Emílio
Renan Mascarenhas
Vanessa Marinho
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Catalão-GO
2013-1
Adriano Lima
Ana Paula Nascimento
Clarice Fernandes
Diego Bezerra
Graziela Custódio
Juliana Souza
Laise Nery
Lucas Pereira
Maria Inês Tomé
Paulo Emílio
Renan Mascarenhas
Vanessa Marinho

PROCESSO DE SUBSTITUIÇÃO
DE IMPORTAÇÕES

Trabalho apresentado ao curso de


Administração da Universidade Federal
de Goiás, Campus Catalão, como
requisito parcial para aprovação na
disciplina de Economia Brasileira.
Professor: Naasson Almeida
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Catalão-GO
2013-1
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................4
2 PROCESSO DE SUBSTITUIÇÃO DE IMPORTAÇÕES...........................................5
2.1 Caracterização do modelo......................................................................................5
2.2 Limites ao PSI........................................................................................................7
2.2.1 Tendência ao desequilíbrio externo....................................................................7
2.2.2 Aumento da participação do Estado....................................................................7
2.2.3 Aumento do grau de concentração de renda......................................................8
2.2.4 Escassez de fontes de financiamento.................................................................8
3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................10
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1. INTRODUÇÃO

O modelo de substituição de importações é um modelo de industrialização


tardia que caracteriza os países latino-americanos, entre 1930 e 1960,
aproximadamente. É um modelo de industrialização que se origina do
estrangulamento externo e que se caracteriza pela redução persistente do
coeficiente de importações. Toda estrutura da economia e da sociedade se modifica,
à medida que a indústria se instala, que a sociedade se urbaniza, que aumenta a
participação relativa da indústria na renda e no emprego. E profundas
transformações políticas e sociais acompanham as transformações econômicas.
Surgem novas classes – principalmente a dos empresários industriais e dos
trabalhadores urbanos. Uma terceira nova classe começa a definir-se no final do
processo: a classe tecnoburocratica. O estado oligárquico mercantil é substituído
pelo estado populista.
As indústrias inicialmente substitutivas são as produtoras de bens de
consumo simples. A primeira fase do modelo de substituição de importações, que se
desenrola durante os anos trinta e quarenta, corresponde, assim, à fase final de
implantação do “setor tradicional” da economia, que definiremos na segunda parte
deste livro, ao realizarmos a análise do modelo de subdesenvolvimento
industrializado. Os empresários são nacionais, a tecnologia é simples, as dimensões
das empresas são ainda relativamente reduzidas, embora algumas grandes
empresas já se formem, os bens produzidos são principalmente bens de consumo
simples ou bens de salário. Só em uma segunda fase, a partir dos anos cinquenta,
com a entrada em massa das empresas multinacionais manufatureiras, começam a
instalar-se a indústria de bens de consumo durável e a indústria automobilística.
Temos então a instalação de uma indústria tecnologicamente sofisticada,
dotada de grandes economias de escala, oligopolista, que corresponde à
implantação do “setor moderno” do modelo de subdesenvolvimento industrializado
em gestação. As indústrias de insumos básicos e as indústrias de bens de capital
são instaladas durante todo o período, com crescentes índices de sofisticação
tecnológica. Nos insumos básicos, principalmente aço e petroquímica, a participação
do Estado é preponderante, devido aos grandes investimentos necessários. Em
relação aos bens de capital, a iniciativa cabe geralmente a empresários locais, que
passam a produzir equipamentos sob encomenda e máquinas-ferramentas a partir
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de pequenas oficinas metalúrgicas, que ao poucos vão se ampliando. Em um outro


momento, temos também a entrada das multinacionais nesse setor e no dos
insumos básicos, no qual, entretanto, o Estado tende a manter o papel dominante.

2. PROCESSO DE SUBSTITUIÇÃO DE IMPORTAÇÕES

O Processo de Substituição de Importações surge do declínio cafeeiro, uma


vez quem o país dependia das exportações e o bom resultado era ligado às
condições do mercado internacional do café, incluindo seu preço, as oscilações do
crescimento mundial e crises de outros países. Como o café era a principal
exportação do país, quando houve a crise na economia mundial, o governo teve que
agir para que não houvesse mais perdas.
A prioridade deixou de ser do modelo agrário exportador e passou a ser de
um novo modelo, o de Substituição de Importações, que era baseado na instalação
de indústrias no país e mais voltado ao mercado interno, pois devido ao
estrangulamento externo que foi gerado pela crise decorrente da quebra da Bolsa de
Nova York, houve a necessidade que produzir internamente o que antes era
importado, com a intenção de proteger a atividade econômica nacional.

2.1 Caracterização do modelo

- Estrangulamento externo, que é a queda do valor da exportação com


manutenção da demanda interna, mantendo a demanda por importações, gera
escassez de divisas;
- Taxa de câmbio desvalorizada, que aumenta a competitividade e a
rentabilidade da produção doméstica, devido ao aumento do preço dos produtos
importados;
- Gera-se uma onda de investimentos nos setores substituidores de
importação, produzindo-se internamente parte do que antes era importado
aumentando a renda e consequentemente a demanda;
- Observa-se novo estrangulamento externo, dado que parte dos
investimentos e do aumento de renda se traduziram em importações, retomando-se
o processo.
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Neste sentido, percebe-se que o setor dinâmico do PSI era o


estrangulamento externo, recorrente e relativo. Este funciona como estímulo e limite
ao investimento industrial. Tal investimento, substituindo as importações, passou a
ser a variável chave para determinar o crescimento econômico. Todavia, conforme o
investimento e a produção avançavam em determinado setor, geravam pontos de
estrangulamento em outros. A demanda pelos bens destes outros setores era
atendida através de importações. Com o correr do tempo, estes bens passam a ser
objeto de novas ondas de investimentos no Brasil, substituindo as importações
ditaria a sequência dos setores objeto dos investimentos industriais.
Percebe-se assim que o PSI se caracterizava pela ideia de "construção
nacional", ou seja, alcançar o desenvolvimento e a autonomia com base na
industrialização, de forma a superar as restrições externas e a tendência à
especialização na exportação de produtos primários.
O estrangulamento externo pode ser absoluto ou relativo. É absoluto quando
a capacidade de importar é estagnada ou declinante, como acontece nas crises. E é
relativo quando a capacidade de importar cresce, mas em ritmo inferior ao da renda,
uma tendência de longo prazo das economias especializadas na exportação de
produtos primários. Esta diferença não é apenas formal: se o estrangulamento
externo for absoluto pode inviabilizar a própria substituição de importações, pois
impede que o país adquira do exterior, máquinas, equipamentos, insumos e outros
itens indispensáveis à produção industrial. Por isso, pode-se dizer que o
estrangulamento externo não é apenas o incentivo e a razão de ser da substituição
de importações, mas pode-se transformar em seu limite, pois será barreira ao
crescimento industrial caso atinja uma magnitude tal que impeça manter o fluxo
mínimo de importações necessárias ao processo produtivo industrial. Essa dupla
face do estrangulamento externo, ser simultaneamente fator desencadeador e
limitante, remete diretamente ao que significa substituição de importações. Trata-se
de um processo de desenvolvimento que, antes de reduzir o quantum das
importações, altera sua pauta, mudando o perfil do setor externo. Este deixa de ser
o responsável último pela dinâmica econômica — pela determinação da renda e do
emprego, como no modelo agroexportador, mas passa a ter uma nova função
crucial, a de garantir o fluxo de divisas necessário para importar outros produtos,
desta vez os necessários a garantir a produção industrial. O termo substituição de
importações, por isso, pode gerar equívocos e até ser impróprio, pois pode dar a
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entender que se trata de um modelo ou estilo de desenvolvimento que visa levar os


países à autarcia, quando, na verdade, para se substituir algumas importações
precisa-se partir para outras, fruto da demanda derivada, sem contar o2.2.2
Aumento da participação do Estado
s novos itens que vão aparecendo internacionalmente e que tendem a ingressar na
pauta de importação dos países de industrialização tardia, pois sua indústria não
acompanha o mesmo ritmo da inovação dos países centrais. Dessa forma, pode-se
dizer que no modelo de substituição de importações o problema da busca de divisas
será constante, e o estrangulamento externo, antes de ser solucionado, reaparece
em cada conjuntura, o que estimula que sejam implementadas novas ondas de
substituição.

2.2 Limites ao PSI

2.2.1 Tendência ao desequilíbrio externo


- Valorização cambial: visava estimular o investimento industrial, com isto,
haveria uma transferência de renda da agricultura para a indústria, levando ao
desestímulo das exportações dos produtos agrícolas.
- A indústria visava atender somente ao mercado interno, desencadeando a
falta de competitividade.
- Elevada demanda por importações devido ao investimento industrial e ao
aumento de renda.

2.2.2 Aumento da participação do Estado


A participação do Estado na industrialização do país se deu por meio das
seguintes atribuições:
- Concepção de normas legais e órgãos voltados ao objetivo da
industrialização. Foi estabelecida a CLT, definindo direitos e obrigações dos
trabalhadores e empresários. Foram instituídas agências estatais para dirigir o
processo tais como o Departamento Administrativo do Setor Público (DASP), o
Conselho Técnico de Economia e Finanças, a Comissão de Financiamento a
Produção e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico;
- Investimento em infraestrutura, sobretudo transporte e energia;
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- Fornecimento de insumos básicos. Foi instituído o Setor Produtivo Estatal


(SPE) composto pela CSN, Vale do Rio Doce, CNA (Cia nacional de Álcalis),
Petrobrás e hidrelétricas;
- Captação e distribuição de poupança. Devido à ausência de um mercado
financeiro desenvolvido, o Estado assumiu o papel de intermediador financeiro
através do Banco do Brasil e o BNDES.
Esta ampla participação estatal causava uma tendência ao déficit público e
forçava o recurso o financiamento inflacionário, na ausência de fontes adequadas de
financiamento.

2.2.3 Aumento do grau de concentração de renda


O processo de substituição de importações era concentrador em termos de
renda em função do:
- Êxodo rural decorrente do desincentivo à agricultura, com falta de
investimentos no setor, associado à estrutura fundiária, que não gerava empregos
suficientes no setor rural, e à legislação trabalhista, restrita ao trabalhador urbano,
constituindo um forte estímulo a vir para a cidade;
- Caráter capital intensivo do investimento industrial, que não permitia grande
geração de emprego no setor urbano;
Esses dois pontos geravam excedente de mão-de-obra e, consequentemente,
baixos salários. Por outro lado, a ausência de concorrência permitia preços elevados
e altas margens de lucro para as indústrias.

2.2.4 Escassez de fontes de financiamento


- Quase inexistência de um sistema financeiro em decorrência da “Lei da
Usura”, que desestimulava a poupança. O sistema restringia-se aos bancos
comerciais, a algumas financeiras e aos agentes financeiros oficiais, com destaque
para o Banco do Brasil e ao BNDE, sendo que este último operava com recursos de
empréstimos compulsórios (um adicional de 10% sobre o Imposto de Renda,
instituído para sua criação);
- Ausência de uma reforma tributária ampla. A arrecadação continuava
centrada nos impostos de comércio exterior e era difícil ampliar a base tributária; já
que a indústria deveria ser estimulada, a agricultura não poderia ser mais
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penalizada, e os trabalhadores, além de sua baixa remuneração, eram parte da base


de apoio dos governos do período.
Neste quadro, não restava alternativa de financiamento ao Estado, que teve
que se valer das poupanças compulsórias, dos recursos provenientes da recém-
criada Previdência Social, dos ganhos no mercado de câmbio com a introdução das
taxas de câmbio múltiplas, além do financiamento inflacionário e do endividamento
externo, feito a partir de agências oficiais.
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3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

OLIVEIRA, Larissa S. O Processo de substituição de Importações: da crise de


1930 a II PND. 2006. Disponível em: <http://www.zemoleza.com.br/carreiras/sociais-
aplicadas/servico-social/trabalho/27410-o-processo-de-substituicao-de-importacoes-
da-crise-de-1930-a-ii-pnd.html>. Acesso em: 02 maio 2013.

GREMAUD, Amaury P. VASCONCELLOS, Marco Antônio S. JUNIOR, Rudinei T.


Economia brasileira contemporânea. São Paulo, 2007.

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