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Atos Administrativos – Capítulo 5 Matheus Carvalho

Fato = Acontecimento Ato = Manifestação de Vontade

Atos Administrativos x Atos da Administração


Atos Políticos Exercício da função política, pelos poderes Executivo, Legislativo e
ou de Governo Judiciário.
Ex: veto de lei, declaração de guerra.
Regidos pelo direito privado.
Atos Privados Ex: exploração de atividade econômica por EP e SEM, doação sem
encargos legais.
Atos Materiais Atos de mera execução de atividade.
ou Fatos Ex: Autorização para demolir um prédio (ato administrativo), mas a
Administrativos demolição em si, é mero fato administrativo, podendo, inclusive, ser
delegado para particular.
Ato jurídico, unilateral, praticado pela Administração Pública (agente
Ato público em sentido amplo, ou seja, incluindo particulares), sob regime de
Administrativo direito público, manifestando vontade do poder público em casos concretos
ou de forma geral.

ATOS VINCULADOS = ATUAÇÃO OBJETIVA = RESTRITA A LEI.


A norma legal estabelece todos os elementos do ato administrativo, sem deixar qualquer margem
de opção acerca da melhor atuação para o agente do Estado.

ATOS DISCRICIONÁRIOS = OPORTUNIDADE E CONVENIÊNCIA = MÉRITO


ADMINISTRATIVO
É aquele ato determinado em lei, no qual o dispositivo legal confere margem de escolha ao
administrador público, mediante análise da oportunidade e conveniência (mérito administrativo).
Ex: Lei que permite a Administração Pública utilizar a concorrência ou o leilão como modalidade
licitatória em determinados casos.
Em alguns casos, a margem de escolha não está estampada expressamente no dispositivo legal,
que se utiliza de conceitos jurídicos vagos ou indeterminados, fazendo com que o agente, no
caso concreto, com base no seu juízo de conveniência e oportunidade, analise a incidência da
norma legal ou não.
Ex: O agente deve acabar com uma passeata em caso de confusão generalizada: o termo
confusão generaliza é vago/indeterminado, então vai depender do caso concreto e da análise do
agente público.

CONTROLE JUDICIAL DOS ATOS ADMINISTRATIVOS = CONTROLE DE LEGALIDADE


O controle exercido pelo Judiciário sobre atos administrativos se limita à análise de legalidade,
ou seja, se o ato foi praticado em conformidade com a lei.
NÃO PODE HAVER INVASÃO DO MÉRITO ADMINISTRATIVO
Apenas é possível o Judiciário controlar os limites do mérito administrativo, quando se tratar de
conceitos jurídicos vagos ou indeterminados, em razão dos princípios da razoabilidade e
proporcionalidade.

Isso acontece quando o agente extrapola a margem de escolha conferida pela lei, logo, se o
agente pratica ato desproporcional, o judiciário, ao ser provocado, pode anular a atuação, uma
vez que a norma desproporcional é ilegal.

O JUDICIÁRIO NÃO SUBSTITUI A ATUAÇÃO DO AGENTE PÚBLICO, APENAS ANULA A


ATUAÇÃO – PODE OBRIGAR O AGENTE A PRÁTICAR DETERMINADO ATO.

ELEMENTOS/REQUISITOS DO ATO ADMINISTRATIVO =


COMPETÊNCIA, FINALIDADE, FORMA, MOTIVO E OBJETO.

COMPETÊNCIA = SEMPRE ELEMENTO VINCULADO DO ATO ADMINITRATIVO


Agente Público com capacidade para praticar o ato,
Agente Público amplamente considerado = toda e qualquer pessoa em que atua em nome do
Estado (agentes públicos, políticos, particulares, mesário na eleição, jurado em tribunal do júri).
TODA COMPETÊNCIA É LIMITADA PELA LEI.

CARACTERÍSTICAS DA COMPETÊNCIA = PODER-DEVER – IMPOSIÇÃO DE ATUAÇÃO.


Não pode ser atribuída ao agente público pelo fato de ter praticado ato para
Improrrogável o qual não tinha atribuição (oposto da prorrogação de competência relativa
no Processo Civil).
Obrigatório Não pode ser modificada pela vontade do agente.
Irrenunciável Salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos.
Imprescritível Não se extingue pela inércia do agente.

DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA = EXTENSÃO DA COMPETÊNCIA – ATO PRECÁRIO


É a extensão temporária e excepcional da competência para outro agente de mesma hierarquia
ou nível hierárquico inferior, para o exercício de terminados atos especificados no instrumento
de delegação.

Não implica renúncia de competência em razão da cláusula de reserva (implícita ou explicita) e


pode ser revogada a qualquer momento.
Súmula 510 do STF: Praticado o ato por autoridade, no exercício de competência delegada,
contra ela cabe o mandado de segurança ou medida judicial. QUEM PRATICA O ATO =
RESPONSÁVEL.
AVOCAÇÃO DE COMPETÊNCIA = CHAMAR PARA SI – SUBORDINAÇÃO
Agente público chama para si competência de outro agente subordinado, só pode avocar de
agente de hierarquia inferior.

LEI VEDA DELEGAÇÃO E AVOCAÇÃO DE COMPETÊNCIA PARA OS SEGUINTES ATOS


Competência exclusiva, definida em lei
Decisão de recurso hierárquico
Edição de atos Normativos*
*Existe uma exceção, segundo a qual o Presidente da República pode delegar algumas
atribuições para Ministros de Estado, AGU e PGR, como por exemplo, para a edição decretos
regulamentares.

FINALIDADE = ELEMENTO VINCULADO – OBJETIVO DO ATO


Finalidade Genérica: presente em todos os atos administrativos = atender o interesse público;
Finalidade Específica: é defina em lei e estabelece qual a finalidade de cada ato
especificamente.

A atuação estatal desvirtuando a finalidade definida em lei configura abuso de poder, na espécie
desvio de poder/ou finalidade e enseja a nulidade da conduta praticada.

Mesmo que a finalidade genérica seja respeita, a violação da finalidade específica configura
o desvio de finalidade.
EXCEÇÃO
TREDESTINAÇÃO LÍCITA: quando a Após efetivação da desapropriação de um terreno
alteração do fim originário do ato tenha privado, ao invés de construir uma escola, conforme
se dado para satisfação do interesse determinava expressamente o ato, o agente público
público. decide construir um hospital.
TREDESTINAÇÃO ILÍCITA: Após efetivação da desapropriação de um terreno
privado, ao invés de construir uma escola, o agente
público decide não fazer nada, não constrói nem
escola nem hospital.
RETROCESSÃO é o instituto por meio do qual ao expropriado é lícito pleitear as
consequências pelo fato de o imóvel não ter sido utilizado para os fins declarados no decreto
expropriatório.

FORMA = ELEMENTO VINCULADO – PODE SER SANÁVEL


Não basta a manifestação de vontade, é necessário a formalização do ato na forma prescrita em
lei. O desrespeito a formalidades especificas definidas na lei geram a ilegalidade do ato, devendo
ser anulado.
Princípio da Solenidade: exigência de forma para a prática dos atos da Administração Pública.
Regra geral: devem ser escritos e em língua portuguesa.
Exceção: semáforo, que se manifesta por sinais (vermelho, amarelo e verde).

SILÊNCIO ADMINISTRATIVO = NÃO PRODUZ EFEITO, VIA DE REGRA


Só produz efeitos quando o próprio texto legal determinar o dever de agir do poder público,
definindo que a ausência de conduta ensejará a aceitação tácita – ex: art. 25 Estatuto da Cidade.

Lei estipula prazo para manifestação e a Administração não se manifesta: após o transcurso do
prazo, a omissão é abusiva, passível de controle, mediante mandado de segurança;

A Lei não estipula prazo para manifestação da Administração, que demora em dar resposta,
também configura irregularidade, que deve ser sanada pela própria administração ou o judiciário,
que, a luz do princípio da razoabilidade, devem estabelecer um prazo para a resposta.

VÍCIO NO ELEMENTO FORMA = ILEGALIDADE – SANÁVEL


O desrespeito às formalidades estipuladas configura ilegalidade passível de anulação da
conduta, pela administração pública ou pelo judiciário.

Entretanto, o vício de forma é sanável quando não gerar prejuízo ao interesse público nem a
terceiros desde que mantido o interesse público.

Em alguns casos, o vício de forma é insanável por atingir diretamente o próprio conteúdo do ato.
Ex: Expedição de Instrução Normativa declarando utilidade pública de um bem imóvel para fins
de desapropriação. Nesse caos, a lei exige a prática de um decreto, expedido pelo Presidente
da República e o desrespeito à forma atinge diretamente os direitos e garantias do particular
atacado pelo ato.

MOTIVO = RAZÕES DE FATO E DE DIREITO – ELEMENTO DISCRICIONÁRIO


Pressuposto jurídico que se configura pela norma do ordenamento jurídico que prevê um
determinado fato que precipitará a prática do ato administrativo;
Pressuposto de fato que se trata das circunstâncias ocorridas no plano fático, justificando a
conduta estatal.

Deve haver adequação entre o motivo que deu ensejo à prática do ato e o resultado a ser obtido
pela atuação estatal.
Motivo: Situação prevista em lei que ocorre, de fato, justificando o ato administrativo.
É a real intenção do agente público quando pratica a conduta estatal. Se a vontade
Móvel: real do agente não for o interesse da coletividade, ato deverá ser anulado. Relevante
nos atos discricionários.
Ato praticado sem a motivação devida contém um vício no elemento forma.
Motivo: requisito do ato administrativo, constitui-se na demonstração da situação fática e jurídica
que justificam a prática do ato;
Motivação: exteriorização do motivo, ou seja, explicação por escrito, expondo as razões que
ensejaram a execução do ato.

Motivação Aliunde: ao invés de expor os motivos que deram ensejo à pratica do ato, o
administrador público remete sua motivação aos fundamentos apresentados por um ato
administrativo anterior que o justificou – CONCORDAR COM O PARECER.

Exceção: a lei pode elencar situações que o ato não precisa ter motivação, por exemplo,
exoneração de servidor público comissionado, de livre nomeação e exoneração.

TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES: os motivos apresentados como justificadores da


prática do ato administrativo vinculam este ato e, caso os motivos apresentados sejam viciados,
o ato será ilegal, até mesmo quando a motivação não é necessária. MOTIVOU = VINCULOU

OBJETO = EFEITO – ELEMENTO DISCRICIOSÁRIO


É o efeito causado pelo ato administrativo no mundo jurídico.
Ato administrativo de aplicação de multa, o objeto é a efetiva punição.

ELEMENTO DISCRICIONÁRIOS E VINCULANTES


COMPETÊNCIA, FINALIDADE E FORMA = SEMPRE VINCULANTES
MOTIVO E OBJETO – SEMPRE DISCRICIONÁRIOS
Só deixam de ser vinculantes quanto a lei regulamenta de forma objetiva.

ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO = PRERROGATIVAS

PRESUNÇÃO DE VERIDADE = FATO


Até que se prove o contrário, o ato administrativo estampa uma situação de fato real, o ato goza
de fé pública e os fatos apresentados em sua prática presumem-se verdadeiros.
Presunção não é absoluta, mas gera a inversão do ônus da prova.

PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE = CONFORME A LEI


Trata-se de uma presunção jurídica, até que se prove o contrário, que o ato foi editado conforme
a lei. Não diz respeito a fatos, mas sim com a adequação da conduta com à norma jurídica posta.
Inversão do ônus da prova, ato legitimo até que se prove o contrário.

IMPERATIVIDADE = CRIA OBRIGAÇÕES/DEVERES


Ato impõe obrigações, independente da vontade do particular.
Característica presente apenas em atos administrativos que dispõe acerca de obrigações e
deveres ao particular.
Atos que definem direitos e vantagens = não são imperativos.
Enquanto não declarada a ilegalidade do ato, o particular deve cumprir as regras nele impostas.

EXIGIBILIDADE = EXECUÇÃO INDIRETA


Diante do descumprimento, o ente estatal se valerá de meios coercitivos, não executando
diretamente a norma imposta pelo ato.
Caso o particular não respeite a exigência imposta pelo ato, está sujeito a sofrer penalidade de
multa. Não dispensa o devido processos legal, contraditório e ampla defesa.

EXECUTORIEDADE OU AUTOEXECUTORIEDADE = EXECUÇÃO DIRETA


O Estado executa o ato administrativo diretamente, frente ao descumprimento do particular. Um
carro guinchado por estar estacionado em uma calçada.
O ente público pratica o ato que seria obrigação do particular, sem precisar de participação deste
e sem auxílio do judiciário.
Não está presente em todos os atos administrativos, depende de previsão legal ou situação
de urgência – contraditório diferido.

TIPICIDADE = PREVISÃO LEGAL


Exigência de que todo ato administrativo esteja previsto em lei.

Fases da Constituição do Ato Administrativo

Perfeição ou Existência: decorre do cumprimento das etapas necessárias à formação do ato.


O ato perfeito é irretratável, mas pode ser revisado e até anulado diante da autotutela da
administração.
Validade: quanto todas as etapas realizadas estiverem de acordo com a Lei, é a
compatibilidade entre o ato jurídico (ato administrativo) e o disposto na normal legal. Só pode
analisar a validade de atos existentes.
Eficácia: aptidão para produção de efeitos concedida ao ato administrativo.

Atos Administrativos Pendentes: são atos perfeitos e válidos que, ainda, não estão aptos a
produzir efeitos.

Efeitos próprios do ato administrativo: típicos do ato, configurando objeto do ato.


O efeito principal ou próprio de um ato de desapropriação é a perda do bem público pelo
particular.
Efeitos impróprios do ato administrativo: efeitos atípicos, aqueles que decorrem de forma
indireta, da prática do ato:
a) efeito reflexo: gera consequências em relação a terceiros não previstos no ato praticado.
Ex: locatório de um imóvel desapropriado que figura como um terceiro não previsto na relação
jurídica instituída entre o ente público e o proprietário desapropriado;
b) Efeito Prodrômico: ou efeito preliminar, é o efeito por meio do qual se impõe uma nova
atuação administrativa diante do início do ato praticado.
Alguns atos administrativos só serão perfeitos após a manifestação de vontade de mais de uma
autoridade pública. Quando o primeiro órgão manifesta sua vontade, iniciando a formação do
ato, esta conduta tem como efeito impróprio obrigar a manifestação da vontade do segundo
órgão.

Atos após a formação

Perfeito, Válido e Eficaz: cumprida todas as etapas, apto a produzir efeitos e praticado dentro
dos limites legais.
Perfeito, Válido e Ineficaz: cumpriu todas as etapas, expedido conforme a lei, mas não apto a
produzir efeitos por dependem de termo ou condição (atos administrativos pendentes).
Perfeito, Inválido e Eficaz: não corresponde às normas legais para sua prática, mas produzira
efeitos até que seja declarado irregular.
Perfeito, Inválido e Ineficaz: sempre que a ilegalidade do ato for demonstrada, quanto então,
não poderá produzir efeitos contrários àqueles definidos na legislação que trata de sua edição.

CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINITRATIVOS

Quanto ao grau de liberdade: Atos vinculados e Discricionários;


QUANTO À FORMAÇÃO
Ato Simples Depende de uma única manifestação de vontade. (um único órgão, ainda
que se trata de órgão colegiado).
Ato Composto Depende de mais de uma manifestação de vontade – vontade principal (Ato
principal) e vontade que ratifica (ato acessório) – autoridades diversas,
dentro da mesma estrutura.
Ato Completo Depende de mais de uma manifestação de vontade, mas expedidas por
órgãos independentes.

QUANTO AOS DESTINATÁRIOS


Atos Gerais Não individualiza os sujeitos que pretende atingir.
Atos Individuais Individualiza os indivíduos que pretende atingir.
Atos Múltiplos: mais de um destinatário;
Atos Singulares: se destinam a um único sujeito definido na conduta.
QUANTO AO OBJETO
Atos de Império Administração atua com prerrogativa de Poder Público, impondo
obrigações, aplica penalidades, restrições.
Atos de Gestão Situação de igualdade com o particular; regido pelo direito privado
Atos de Expediente Praticados como forma de dar andamento à atividade administrativa.

QUANTO À ESTRUTA
Atos Concretos Resolvem uma situação específica, uma única aplicação. Ex: multa de
trânsito.
Atos Abstratos Definem uma regra genérica que deverá ser aplicada sempre que a
situação descrita ocorrer de fato. Ex: expedição de circular que define
horário de funcionamento de uma repartição pública.

QUANTO AOS EFEITOS


Atos Constitutivos Cria uma situação jurídica nova, previamente inexistente.
Atos Declaratórios Afirma um direito preexistente, previamente constituído.

QUANTO AOS RESULTADOS


Atos Ampliativos Atribuem direitos e vantagens aos seus destinatários.
Atos Restritivos Impõem obrigações ou aplicam penalidades aos destinatários.

QUANTO AO ALCANCE
Atos Internos Produzem efeitos dentro da estrutura da Administração Pública.
Atos Externos Produzem efeitos aos administrados.

ESPÉCIES DE ATOS ADMINITRATIVOS

ATOS NORMATIVOS: derivam do poder normativo, normas gerais para fiel execução da lei
Regulamento Ato normativo privativo do chefe do Poder Executivo. Decreto é a forma do
regulamento.
a) Regulamentos Executivos: editados para dar fiel execução as leis;
b) Regulamentos Autônomos: substituem a lei e inovam o ordenamento
jurídico – Art. 84 IV, CF.
Aviso Expedido por órgãos auxiliares diretos do Poder Executivo (Ministérios ou
Secretárias), ligados a atividade fim do órgão.
Instrução Dar execução de decretos e regulamentos, por exemplo, IN da Receita
Normativa Federal para estabelecer normas referentes a suas atividades.
Regimento Normas internas. Ex: Regimento Interno TJ/RS
Deliberações Expedido por órgãos colegiados, representando a vontade da maioria dos
agentes que representam.
Resolução Expedido por órgão colegiado, usado pelos Poderes Legislativo e
Judiciário, Agências Reguladoras, para disciplinar matéria de sua
competência específica.

ATOS ORDINATÓRIOS: Atos de ordenação e organização interna que decorrem do poder


hierárquico.
Portaria Ordens e determinações internas e estabelece normas que geram
direitos ou obrigações internas a indivíduos específicos, não tem
aplicação geral e abstrata. Ex: portaria remoção de servidores.
Circular Regras gerais, dentro da estrutura administrativa. Ex: Horário
funcionamento da repartição pública
Ordem de Serviço Finalidade de distribuir e ordenar o serviço interno do órgão. Ex: Setor
x, composto pelos servidores Y e Z, atividade A.
Despacho Pelo qual autoridades proferem decisões acerca de determinadas
situações específicas, de sua responsabilidade funcional. Ex: despacho
em Processo Administrativo.
Memorando Comunicação interna, entre agentes de um mesmo órgão público, troca
de informações e documentos relevantes.
Ofício Garantir a comunicação entre autoridades públicas ou entre estas e
particulares.

ATOS NEGOCIAIS: concede direitos pleiteados por particulares


Autorização Discricionário e precário em que a administração autoriza uso de bem
público por um particular de forma anormal ou privativa, que dependem de
fiscalização. Ex: autorização de porte de arma.
Autorização de Uso de Bem Público: para uso de forma anormal e privativa de determinado
bem público pelo particular. Ex: realizar casamento na praia, restringindo bem de uso comum.
Autorização de Polícia: necessário para o particular exercer atividades fiscalizadas pelo
Estado, por conta de sua relevância social ou perigo a coletividade. Ex: porte de arma.
Permissão Discricionário e precário, concede ao particular uso de determinado bem
público de forma anormal ou privativa; natureza de contrato; quando
houver mais de um interessado, deve haver licitação. Ex: banca de revistas
na praça/calçada.
Licença É ato de polícia, o Poder Público permite a realização de determinada
atividade sujeita à fiscalização. Ato Vinculado, particular preenche os
requisitos, adquire direito subjetivo à concessão. Ex: licença para construir
ou exercer atividade profissional.
A licença para construir, embora vinculado, excepcionalmente pode ser
revogada em razão do interesse público, devendo o ente estatal indenizar
o particular pelos prejuízos comprovados.
Admissão Ato unilateral e vinculado; Poder público permite que o particular usufrua
determinado serviço público prestado pelo Estado. Ex: admissão em
escola pública.
Aprovação Discricionário, para controle da atividade administrativa, por meio dela é
feito o controle de legalidade e de mérito de conduta anterior expedida
pelo órgão estatal.
Homologação Ato vinculado de controle de legalidade e de ato anteriormente expedido
pela própria administração. Não há controle de mérito, homologação é
editada após a aprovação.

ATOS ENUNCIATIVOS: estabelecem opiniões e conclusões


Atestado Comprova a existência de uma situação analisada pelo Estado.
Ex: perícia médica para averiguar doença de servidor.
Certidão A administração pública certifica determinado fato que já se encontra
previamente registrado no órgão – espelho do registro público.
Apostila/Averbação Acrescenta informações constantes em um registro público.
Parecer Se emite opinião, sobre assuntos técnicos ou de natureza jurídica,
concluindo pela atuação de determinada forma.
Pode ser facultativo e quando obrigatório é requisito de regularidade do
ato, sob pena de nulidade por vício de forma.
Mesmo que obrigatório, o parecer não tem natureza vinculante,
somente haverá responsabilidade do emissor do parecer se ele tiver
atuado de forma dolosa ou com erro grave.
Parecer Normativo Ocasiões em que o mesmo parecer pode tornar-se geral e ser
obrigatória a sua aplicação para todos os casos idênticos.

Atos Punitivos: aplicação de sanções em razão do cometimento de infrações administrativas


pelos servidores públicos ou por particulares. Decorrer do poder disciplinar para as sanções
aplicadas às pessoas com vínculo com a administração e poder de polícia repressivo contra
particulares sem vínculo com a administração. Deve ser observado o contraditório e a ampla
defesa.

EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINITRATIVOS

Extinção Natural: ocorre quando o ato já cumpriu todos os efeitos ou pelo advento do termo
final ou prazo ou esgotamento do conteúdo jurídico da conduta.
Cumprimento dos efeitos: decorrer da execução material da situação apresentada no ato
administrativo. Ex: licença para construir se extingue com o fim da construção.
Advento do termo final ou da condição resolutiva: extingue os atos sujeitos a prazo
determinado ou que dependam de evento futuro e incerto que deixe de produzir efeitos. Ex: porte
de arma concedido por 1 ano.
Esgotamento do Conteúdo Jurídico: férias do servidor que está extinta após exaurido os seus
efeitos, com o transcurso do prazo de 30 dias.

RENÚNCIA: somente para atos ampliativos, que geram direitos a particulares, uma vez que
impossível renunciar obrigação. Particular que o ato se destina abre mão do benefício. Servidor
pode renunciar nomeação para assumir função de chefia.

DESAPARECIMENTO DA PESSOA OU COISA SOBRE A QUAL O ATO RECAI: tombamento


de determinado casarão colonial que remonta a uma época histórica relevante, é extinto com a
demolição da casa e a nomeação de um servidor público, para assunção de cargo efetivo,
mediante concurso público não persiste após o falecimento do servidor.

RETIRADA: é a extinção de uma determinada conduta estatal, mediante a edição de ato


concreto que a desfaça; é a forma de extinção precoce do ato administrativo.

ANULAÇÃO
Atos Violam princípios básicos. Ex: autorização para exploração de trabalho
Inexistentes escravo, o ato não existe.
Atos Nulos São aqueles declarados em lei como tais, decorrer do desrespeito à lei,
ensejando a impossibilidade de convalidação*
Atos Anuláveis Aqueles que possuem vícios que admitem conserto, podem ser
convalidados.
Atos Irregulares Sofrem vício material irrelevante, não atinge a esfera jurídica dos
destinatários do ato.
*Apesar da anulação de ato praticado, poderão ser garantidos alguns efeitos pretéritos
produzidos em relação a terceiros de boa-fé, para se evitar prejuízos ou enriquecimento ilícito. A
retirada produzir efeito ex tunc, ou seja, retroativos.

A anulação é retirada do ato administrativo por motivo de ilegalidade, opera efeitos ex tunc,
ressalvado os direitos adquiridos de terceiros.

Teoria da Aparência: a nomeação de servidor sem concurso é nula, mas os atos praticados são
válidos, em atenção ao princípio da segurança jurídica.

Prazo decadência de 5 anos para anular atos administrativos, salvo no caso de má-fé.
Ato viciado praticado antes da Lei 9.784/99, o prazo prescricional de 5 anos começa a contar da
vigência do diploma legal.

Na anulação não há efeito repristinatório, ou seja, a declaração de nulidade do ato X que havia
anulado o ato Y, não gera o retorno do ato Y, salvo disposição expressa no ato de anulação do
ato X.

CONVALIDAÇÃO

É possível a correção de vício de ato administrativo quando for nulidade relativa. A correção do
vício e consequente manutenção do ato deve sempre atender ao interesse público.

Se o interesse público exigir e for sanável o vício, o ato administrativo pode ser convalidado, em
razão da oportunidade e conveniência, desde que a convalidação não cause prejuízos a
terceiros.

Nomeação feita por autoridade incompetente, caso de nulidade sanável, se for mais interessante
ao interesse público e causar menos prejuízo do que a sua anulação. Efeito ex tunc.

A Administração não poderá mais convalidar seus atos administrativos se estes já tiverem
sido impugnados pelo particular, exceto se tratar de irrelevante formalidade, pois neste caso
os atos são sempre convalidáveis.

CONFIRMAÇÃO: Convalidação efetivada por ato de outra autoridade


RATIFICAÇÃO: Convalidação efetivada por ato da mesma autoridade.

São passíveis de CONVALIDAÇÃO os atos que possuem VÍCIOS DE COMPETÊNCIA OU


FORMA, pois são sanáveis.

Conversão: ato administrativo que sofre de um vício de forma pode ser convertido em outro mais
simples, praticado para a produção dos mesmos efeitos jurídicos.

REVOGAÇÃO: extinção do ato administrativo válido por motivo de oportunidade e conveniência.


Efeito ex nunc.

NÃO SE ADMITE REVOGAÇÃO DE ATOS


Consumados Já produziram todos os efeitos
Irrevogáveis Declarados pela lei
Que geram direitos adquiridos Decorrente da irretroatividade do ato administrativo
revogado
Vinculados Não admite análise de oportunidade e conveniência
Enunciativos Mera opinião, não ensejando a produção direta de efeitos a
particulares
Controle Não geram direitos ou obrigações, somente incidindo na
vigência de outras normas
Complexos Não é possível que a vontade de um único agente retire este
ato do mundo jurídico.
CASSAÇÃO: Ato administrativo é extinto por ilegalidade superveniente em face do
descumprimento dos requisitos impostos para sua expedição pelo beneficiário.
Beneficiário ato deixa de cumprir os requisitos.

CADUCIDADE: extinção do ato administrativo por lei superveniente que impede a manutenção
do ato inicialmente válido.

COTRAPOSIÇÃO – DERRUBADA: um ato administrativo novo se contrapõe a um ato anterior


extinguindo seus efeitos. Não se fala em ilegalidade originária ou superveniente, mas tão
somente na impossibilidade de manutenção do ato, por colidir com o ato novo que trata da
matéria.

Estabilização dos Efeitos dos Atos Administrativos: não há convalidação do ato, ele continua
com os vícios que levariam à sua invalidação, mas, por outras questões, tais como o Princípio
da Segurança Jurídica e da proteção à boa-fé, ele permanece aplicável no ordenamento
jurídico e seus efeitos estabilizam-se.

STF ADOTA A TEORIA DO FUNCIONÁRIO DE FATO, considerando válidos os efeitos de atos


administrativos praticados por agentes públicos irregularmente investidos.

STJ já se manifestou negando a TEORIA DO FATO CONSUMADO mesmo diante de situações


já consolidadas em virtude de decisão liminar anterior que justificou a situação.

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