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DEFESA PESSOAL POLICIAL

Jorge Luiz Peixoto de Mattos

Na atual conjuntura, em que a truculência da lugar à técnica no combate ao crime,


vemos que algumas vertentes do ensino das forças policiais vem privilegiando técnicas
de artes marciais, em detrimento à realidade da ação policial, que deve sempre visar a
eficácia, devemos analisar. Um policial bem treinado, quando se depara com uma
situação de conflito, após ter esgotado todas as possibilidades dentro do uso progressivo
da força, aplicaria esta força de forma controlada, técnica e menos lesiva possível ao
agressor desarmado de instrumento letal.

Estampam-se nos jornais, vídeos e telejornais várias situações de descontrole de agentes


da lei, não só no Brasil mas em países considerados de Primeiro Mundo. Excessos e
ações que põem em risco o próprio agente policial são cometidos em público, mostras
de despreparo e descontrole físico e emocional, por vezes cenas chocantes e hilárias que
envergonham toda a classe policial.

A Defesa Pessoal Policial eficiente é aquela que não ensina aos alunos um determinado
tipo de defesa pessoal, ou um determinado tipo de luta marcial. O instrutor deve, através
de um mix destas artes e defesas, apresentar ao policial aquela que melhor deve ser
aplicada num determinado momento da ação policial. As academias de policia devem
dar atenção ao tipo de aprendizado que seus integrantes estão recebendo dentro de seus
centros de treinamento.

Por exemplo,um professor de Krav Maga, que não é uma arte marcial mas sim uma
prática de defesa pessoal, utiliza em seus ensinamentos técnicas de fuga de situações de
ataque como dedos nos olhos, torções de articulações, socos e chutes em áreas
consideradas mortais, como garganta e pescoço.

Nesta esteira, se pegarmos individualmente cada defesa ou arte marcial, estas por si só,
nas mãos de uma pessoa ou policial, com poucos meses de treinamento serão
ineficientes e descontroladas.

Portanto, o ensinamento moderno do uso da força legal dentro da defesa pessoal policial
deve ser matéria de extrema importância e o uso progressivo da força deve prevalecer
antes da necessidade do uso da arma de fogo, nas premissas da formação dos novos
policiais. E o treinamento exaustivo das forças policiais nesse sentido seria essencial.

O agente representante da lei, assim, se valerá das técnicas adquiridas na academia de


policia, no treinamento contínuo e no aperfeiçoamento, para controlar uma situação de
forma rápida e eficiente, valorizando ainda mais esta profissão tão digna que é a de ser
um policial.

Jorge Luiz Peixoto de Mattos – investigador de Polícia e Instrutor de defesa


pessoal policial da Escola Superior de Policia Civil do Parana.

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