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JulioCSN DISSERT PDF
JulioCSN DISSERT PDF
CENTRO DE TECNOLOGIA – CT
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA – CCET
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E ENGENHARIA DE
PETRÓLEO - PPGCEP
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
RESUMO
ABSTRACT
The multiphase flow occurrence in the oil and gas industry is common throughout fluid
path, production, transportation and refining. The multiphase flow is defined as flow
simultaneously composed of two or more phases with different properties and
immiscible. An important computational tool for the design, planning and optimization
production systems is multiphase flow simulation in pipelines and porous media,
usually made by multiphase flow commercial simulators. The main purpose of the
multiphase flow simulators is predicting pressure and temperature at any point at the
production system. This work proposes the development of a multiphase flow simulator
able to predict the dynamic pressure and temperature gradient in vertical, directional
and horizontal wells. The prediction of pressure and temperature profiles was made by
numerical integration using marching algorithm with empirical correlations and
mechanistic model to predict pressure gradient. The development of this tool involved
set of routines implemented through software programming Embarcadero C++
Builder® 2010 version, which allowed the creation of executable file compatible with
Microsoft Windows® operating systems. The simulator validation was conduct by
computational experiments and comparison the results with the PIPESIM®. In general,
the developed simulator achieved excellent results compared with those obtained by
PIPESIM and can be used as a tool to assist production systems development.
Keywords: Multiphase flow. Pressure Gradient. Temperature Gradient. Multiphase
flow Simulator. Empirical correlations. Mechanistic model.
DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, José Milton e Irenilde, pelo apoio incondicional e por serem os
alicerces de todas as minhas conquistas.
ÍNDICE GERAL
CAPÍTULO I
1 Introdução geral .................................................................................................... 18
CAPÍTULO II
2 Aspectos teóricos ................................................................................................... 23
2.1 Escoamento monofásico em dutos ................................................................... 23
2.1.1 Equação da conservação de massa ............................................................... 23
2.1.2 Equação da conservação do momento ......................................................... 24
2.1.3 Conservação da energia ................................................................................ 25
2.1.4 Transferência de calor no poço .................................................................... 27
2.1.5 Equação do gradiente de temperatura .......................................................... 30
2.2 Escoamento multifásico em dutos ................................................................... 31
2.2.1 Equação do Gradiente de pressão multifásico.............................................. 32
2.2.2 Propriedades dos Fluidos ............................................................................. 32
2.2.3 Variáveis do escoamento multifásico ........................................................... 33
2.2.4 Padrões de escoamento................................................................................. 36
CAPÍTULO III
3 Estado da arte ........................................................................................................ 40
3.1 Modelos para determinação do gradiente multifásicos em dutos .................... 40
3.1.1 Modelos Mecanicistas .................................................................................. 42
3.2 Propriedades térmicas dos fluidos ................................................................... 43
3.2.1 Coeficiente de transferência de calor por convecção bifásico ..................... 43
3.2.2 Coeficiente de Joule Thompson ................................................................... 44
3.3 Modelos para avaliação do desempenho de fluxo no reservatório .................. 45
3.4 IPR subsaturada ............................................................................................... 46
3.5 IPR saturada ..................................................................................................... 47
3.6 IPR Futura ........................................................................................................ 49
3.7 Analise Nodal – IPR e TPR ............................................................................. 51
CAPÍTULO IV
4 Desenvolvimento do simulador ............................................................................ 55
4.1 Discretização da tubulação .............................................................................. 55
4.2 Algoritmo para solução acoplada dos gradientes de pressão e temperatura .... 56
4.3 Cálculo da pressão disponível na cabeça e da pressão requerida no fundo do
poço 60
4.4 Correlações empíricas para a determinação das propriedades PVT ................ 61
4.5 Estrutura do SEMPP ........................................................................................ 62
4.6 Simulador comercial PIPESIM® ..................................................................... 67
4.6.1 Cálculo do perfil de temperatura no PIPESIM............................................. 68
CAPÍTULO V
5 Resultados e discussões ......................................................................................... 71
5.1 Experimentos computacionais ......................................................................... 71
5.1.1 Poço 1 ........................................................................................................... 71
5.1.2 Poço 2 ........................................................................................................... 72
5.1.3 Poço 3 ........................................................................................................... 74
5.2 Validação do simulador ................................................................................... 75
5.2.1 Correlações empíricas: Beggs & Brill Revisada (BBR) e Mukherjee & Brill
(MB) 77
5.2.2 Modelo Mecanicista: Gomez, Shoham & Schmidt (GSS) ........................... 86
5.3 Aplicações práticas .......................................................................................... 92
5.3.1 Comparação entre o desempenho das correlações ....................................... 92
5.3.2 Previsão das IPR futuras do poço ................................................................. 94
5.3.3 Análise de sensibilidade do diâmetro e RGO............................................... 95
CAPÍTULO VI
6 Conclusões e recomendações .............................................................................. 100
6.1 Conclusões ..................................................................................................... 100
6.2 Recomendações ............................................................................................. 101
Referências bibliográficas .......................................................................................... 102
Apêndice A .................................................................................................................. 106
Apêndice B .................................................................................................................. 112
Apêndice C .................................................................................................................. 119
LISTA DE FIGURAS
Figura 27. Comparação das curvas de TPR do poço 3. Beggs & Brill Revisada e
Mukherjee & Brill .......................................................................................................... 85
Figura 28. Poço 1. (a) perfil de pressão; (b) perfil de temperatura. Modelo de Gomez,
Shoham & Schmidt......................................................................................................... 87
Figura 29. Poço 2. (a) perfil de pressão; (b) perfil de temperatura. Modelo de Gomez,
Shoham & Schmidt......................................................................................................... 88
Figura 30. Poço 3. (a) perfil de pressão; (b) perfil de temperatura Modelo de Gomez,
Shoham & Schmidt......................................................................................................... 88
Figura 31. Comparação das curvas de TPR do poço 1. Modelo de Gomez, Shoham &
Schmidt ........................................................................................................................... 90
Figura 32. Comparação das curvas de TPR do poço 2. Modelo de Gomez, Shoham &
Schmidt ........................................................................................................................... 91
Figura 33. Comparação das curvas de TPR do poço 3. Modelo de Gomez, Shoham &
Schmidt ........................................................................................................................... 91
Figura 34. IPR versus TPR do poço 1. Tela de visualização de resultados do SEMPP . 93
Figura 35. IPR Futura versus TPR. Tela de visualização de resultados do SEMPP ...... 94
Figura 36. Análise de sensibilidade do diâmetro. TPR de BBR, IPR de Vogel e IPR
futura de Eickmeier. Tela de visualização de resultados do SEMPP ............................. 96
Figura 37. Análise de sensibilidade da RGO – diâmetro de 2 3/8 in. TPR de BBR, IPR
IPR futura de Eickmeier. Tela de visualização de resultados do SEMPP ...................... 97
Figura 38. Análise de sensibilidade RGO – diâmetro igual 2 7/8 in. TPR de BBR, IPR
LISTA DE TABELAS
NOMENCLATURAS E ABREVIAÇÕES
Abreviações
Nomenclaturas
Letras gregas
Subscritos
b – bolha
c – revestimento
ci – revestimento interno
cime – cimentação
co – revestimento externo
e – formação
f – fluido
g – gás
i – inicial
L – líquido
m – mistura
n – sem escorregamento
o – óleo
pc – pseudocritica
res – reservatório
s – com escorregamento
SG – superficial de gás
SL– superficial de líquido
t – parede da coluna de produção
ti – raio interno da coluna
to – raio externo da coluna
w – cimentação
w – água
wf – fundo do poço;
wh – cabeça do poço;
TP – bifásico
1 Introdução geral
A presença de escoamento multifásico em tubulações é bastante frequente em
diferentes atividades industriais, como a indústria química, de geração de vapor para
conversão em energia elétrica, de petróleo, entre outras.
Na indústria química, o escoamento multifásico ocorre em reatores, colunas de
destilação e absorção, caldeiras, trocadores de calor, atomizadores e linhas de processo.
Na indústria de geração de vapor, termoelétrica e nuclear, o escoamento multifásico
ocorre nos circuitos percorridos pelo fluido de trabalho, entre a geração de calor e a
expansão nas turbinas e, também, nas linhas de retorno (Shoham, 2006).
Na indústria do petróleo a ocorrência de escoamento multifásico é comum em
todo o percurso dos fluidos, produção e transporte. Esse tipo escoamento ocorre desde a
rocha reservatório até às unidades de separação, passando pela coluna de produção,
risers e linhas de transferência para unidades de refino (Shoham, 2006).
Escoamento multifásico pode ser definido como o escoamento simultâneo
composto duas ou mais fases com propriedades diferentes e imiscíveis em uma
tubulação. Nesse tipo de escoamento não se faz distinção rigorosa do conceito de fase e
componente, mas sim do número de interfaces presentes no escoamento. Por exemplo,
escoamento bifásico significa a presença de uma interface, e pode ser do tipo líquido-
líquido imiscíveis (óleo e água) ou líquido-gás (óleo e gás). No caso de escoamento
óleo-água-gás temos a presença de duas interfaces, líquido-líquido-gás (água, óleo e
gás), apesar, da mistura ser considerada bifásica (Costa e Silva, Borges Filho &
Pinheiro, 2000).
Na indústria do petróleo esse tipo de escoamento ocorre devido a redução de
pressão e temperatura, fazendo com que o gás antes dissolvido no óleo, dependendo da
composição química do petróleo, seja liberado e venha a ser produzido junto com óleo e
água proveniente da formação (Mukherjee & Brill, 1999).
O correto entendimento de como a mistura multifásica se comporta durante a
produção de poços de petróleo é de fundamental importância para as questões
relacionadas com o retorno econômico do campo como, por exemplo, determinação da
queda de pressão, fração de líquido, medição das vazões volumétricas dos fluidos,
2 Aspectos teóricos
∂( ρ v)
=0 (1)
∂L
p + ∂p
dL
A
dZ
p θ
v A
dX
∂ ( ρ v ²) ∂p πd
=− −τ − ρ gsenθ (2)
∂L ∂L Ap
f ρ v²
τ = (3)
8
dp f ρv² dv
=− − ρ gsenθ − ρv (4)
dL 2d dL
dp dp dp dp
= + + (5)
dL total dL fricção dL elevação dL aceleração
dp f ρv² dp
Onde, os termos =− , = − ρ gsenθ e
dL fricção 2d dL elevação
dp dv
= − ρv correspondem os gradientes de pressão por fricção, elevação e
dL fricção dL
aceleração, respectivamente.
A perda por fricção ocorre devido ao contato do fluido com as paredes da
tubulação corresponde 5 a 20% da perda total de pressão em dutos verticais e
inclinados. Além das características do fluido, a perda por fricção é função do diâmetro
e rugosidade da tubulação. O gradiente devido a elevação equivale ao peso da coluna
hidrostática do fluido dentro de duto. Normalmente é responsável por 80 a 95% da
perda de carga total em tubulações verticais. Por último, a perda por aceleração, ocorre
quando os fluidos variam de velocidade no interior da tubulação, é normalmente
desprezível tornando-se importante em escoamento de fluidos compressíveis com
pressões relativamente baixas (Beggs & Brill, 1978).
∂ ∂ p Qπ d
( ρe) = ρv e + ± (6)
∂t ∂L ρ gc J Ap
d p p d ρ v −Qπ d
ρv e + +e + = (7)
dL ρ gc J ρ g c J dL A
gLsenθ v²
e= + +u (8)
gc J 2 gc J
d gLsenθ v² p −Qπ d
ρv + +u + = (9)
dL g c J 2 gc J ρ gc J A
gsenθ ρ v ² dv dh −Qπ d
ρv + + ρv = (10)
gc J gc J dL dL A
p
Onde h = u + .
ρ
dh dh dh dh
= + + (12)
dL total dL trans.calor dL elevação dL aceleração
dh −Qπ d dh gsenθ
Onde, os termos = , =− e
dL transcalor w dL elevação gc J
dh vdv
=− correspondem a variação de entalpia devido a transferência de
dL aceleração dL
calor, elevação e aceleração, respectivamente.
Tf
Tri Tro
Tci Tco
Tw
Te
Revestimento
Cimentação
Formação
Anular
Tubo
rti
rto
rci
rco
rcw
h f dti
Nu = (15)
kf
∂T
Q = −2π rk f ∆L (16)
∂r
2π kt (Tri − Tro ) ∆L
Q= (17)
r
ln to
rti
Na parede do revestimento,
2π kc (Tci − Tco ) ∆L
Q= (18)
r
ln co
rci
Na cimentação,
2π ke (Tw − Te ) ∆L
Q= (23)
f (t )
αt
t Dw = (25)
rw2
(
t Dw ≤ 1, 5 → f (t ) = 1,1281 t Dw 1 − 0, 3 t Dw ) (26)
0,6
( )
t Dw > 1,5 → f (t ) = 0, 4063 + 0,5ln t Dw 1 +
t Dw
(27)
r r r
ln to ln co ln w
Q 1 rti rci rco f ( t )
T f − Te = + + + + (28)
2π rti h f kt kc k cime ke
∂h ∂h ∂h
dh = dT + dp = C p dT + dp (30)
∂T p ∂p T ∂p T
dh dT
= −C p = −C pη (31)
dT T dp h
dT T f Te 1 dp
+ = + φ (32)
dL A A J ρC p dL
Cpw
A= (33)
Uπ d
Onde, Cp é capacidade calorífica do fluido, ϕ é um fator de correção
adimensional calculado por:
dp ρ gsenθ ρ vdv
J ρη C p dL − g +
dL
φ = c
(34)
dp
dL
dT Tei T f Lsenθ 1 dp
= − − + φ (36)
dL A A A J ρ C p dL
dp ftp ρn,svm2 ρ v dv
=− − ρ s ,n gsenθ − s ,n m (37)
dL 2d dL
Onde, ftp é fator de atrito bifásico, vm é a velocidade média da mistura e o
subscrito s indica que as propriedades da mistura são calculadas considerando o
escorregamento entre a fase líquida e gasosa, enquanto que n indica que tais
propriedades foram calculadas sem considerar o escorregamento entre estas fases.
qo = qLstd (1 − WC ) Bo (38)
qw = qLstdWCBw (39)
VL A
HL = ≈ L (41)
Vt Ap
Considerando que o gás escoe com a mesma velocidade do líquido, ou seja, sem
escorregamento entre as fases. O liquid holdup sem escorregamento, λL é calcula por:
qL
λL = (42)
qL + q g
Quando óleo e água escoam com ou sem a presença do gás é possível que ocorra
escorregamento entre o óleo e água. No entanto, este escorregamento é pequeno quando
comparado com o escorregamento gás-líquido, podendo ser importante nos casos onde
ocorram baixas vazões (Mukherjee & Brill, 1999).
A fração de óleo dentro da fase líquida pode ser calculada através:
qo
fo = (43)
qo + qw
fw =1− fo (44)
qL
vSL = (45)
Ap
qg
vSG = (46)
Ap
qL + q g
vm = = vSL + vSG (47)
Ap
vSL
vL = (48)
HL
vSg
vg = (49)
1− HL
vS = vg − vL (50)
ρL = ρo fo + ρw fw (51)
ρn = ρLλL + ρg (1 − λL ) (54)
Para mistura sem
escorregamento
µn = µLλL + µg (1 − λL ) (55)
ρ S = ρ L H L + ρ g (1 − H L ) (56)
Para mistura com
escorregamento µS = µ L H L + µ g (1 − H L ) (57)
escorregamento, este tipo de regime pode se apresentar de duas formas: Bolhas e Bolhas
dispersas. Neste escoamento o gradiente de pressão sofre pequena influência da
presença do gás. É comum sua ocorrência em escoamento com baixas velocidades
superficiais de gás.
Bolha – Neste regime, o efeito gravitacional faz com que bolhas discretas se
dispersem em direção ao topo da tubulação com a fase líquida continua.
Nevoeiro – Este regime ocorre quando temos escoamento de gás e líquido com
altas velocidades superficiais. Todo o líquido encontra-se disperso no núcleo gasoso e
as gotículas formadas pelo líquido viajam com a mesma velocidade da fase gasosa.
3 Estado da arte
Correlações empíricas
As variáveis utilizadas na construção das correlações empíricas incluem: vazão
de líquido e gás, propriedades físicas dos fluidos, diâmetro, inclinação, rugosidade,
pressão, padrões de escoamento. Em alguns casos, o escoamento é considerado
homogêneo, ou seja, admite-se que o líquido e o gás escoem com mesma velocidade.
Segundo Beggs & Brill (1978) baseado no enfoque tomado no desenvolvimento
das correlações empíricas, estas podem ser classificas em três tipos:
Correlação do tipo A
Caracteriza-se por não considerar o escorregamento entre as fases. Não
considera os padrões de escoamento e utiliza uma única correlação para o cálculo da
fração de líquido. Nesta categoria destacam-se os trabalhos propostos por Poetmann &
Carpenter, Baxendell & Thomas e Fancher & Brown todos para escoamento ascendente
vertical.
Correlação do tipo B
O tipo dois considera o escoamento o escorregamento entre as fases, mas não
considera os padrões de escoamento. Utiliza correlações para o cálculo da fração de
líquido e fator de fricção. Três correlações destacam-se nessa categoria: Hagedorn &
Brown, Gray e Asheim.
Correlação do tipo C
O escoamento é não homogêneo, consideram os padrões de escoamento, a fração
de líquido e o fator de fricção são determinados por correlações que podem não incluir o
padrão de escoamento. As correlações desta categoria diferem-se umas das outras em
como são determinados os padrões de escoamento e como, dentro de cada padrão de
escoamento são determinados o fator de fricção e a fração de líquido. Os principais
modelos são: Duns & Ros, Orkiszewski, Aziz, Govier & Fogarasi, Beggs & Brill e
Mukherjee & Brill.
Beggs e Brill (1973) desenvolveram a primeira correlação que considera em
todas as inclinações da tubulação. Os experimentos foram conduzidos em tubo de
acrílico de diâmetro de 1 e 1 ½ polegada e comprimento de 90 pés, sustentado por um
guincho que fez o tubo variar sua inclinação entre -90 e 90 graus, escoamento
descendente e ascendente, respectivamente. Os fluidos utilizados foram água e ar, nas
vazões de até 1000 barris por dia e 300 mil pés cúbicos por dia, respectivamente. Para
cada diâmetro variou-se as vazões dos fluidos, e na horizontal foram observados os
padrões de escoamento. Com o fluxo estabilizado para cada padrão escoamento
ajustado, variou-se o ângulo do tubo onde tornou-se possível observar a influencia da
inclinação na fração de líquido e no gradiente de pressão. A correlação considera apenas
os padrões de escoamento na horizontal, e utiliza um fator de correção para o
escoamento inclinado. Ainda no método de Beggs & Brill (1973) duas modificações
foram introduzidas por Payne et al. (1979). Eles identificaram que o método proposto
por Beggs & Brill subestimou o fator de fricção ao serem utilizados tubos sem
rugosidade, eles recomendaram um fator de atrito normalizado obtido a partir diagrama
de Moody. Eles ainda identificaram que o método superestimou a fração de líquido em
ambos os casos, descendente e ascendente, e recomendaram fatores de correção para
estes casos.
1
hTP
= ( H L ) 3 → ReSL ≤ 2000
−
hL
(58)
hTP
= ( H L ) → ReSL > 2000
−0,8
hL
0,125k f Re SL Pr f SL
hL = (59)
1
2
2
f
d 1, 07 + 12, 7 SL
Pr − 1
3
8
Onde, d é diâmetro do tubo, Pr é o número de Prandtl, ReSL é número de
Reynolds do líquido, calculado por:
ρLvSL d
ReSL = (60)
µL
E fSL é fator de fricção do líquido, função da rugosidade e do ReSL.
1 T ∂Z
ηg = Z ∂T (61)
ρ g Cpg
1
ηo = − (62)
ρoCpo
1
ηw = − (63)
ρ wCpw
wo = ρoqo (66)
wg = ρ g q g (67)
O fluxo mássico total corresponde à soma dos fluxos mássicos de cada fase,
w = ww + wo + wg (68)
q = J ( P − Pwf ) (70)
Modelo b
Vogel (1968) −0,2
Fetkovich (1973) 0
Klins (1989) −0,1225
Wiggins (1992a) −0,72
Wiggins (1992b) −0,52
Fonte: Prado (2008)
Estes modelos são válidos apenas nos casos em que P encontra-se abaixo da
Pb. Nos casos onde P está acima de Pb e Pwf é maior ou menor do que a Pb utiliza-se a
IPR de composição combinada (IPR subsaturada e IPR saturada), com modelo linear
para Pwf igual ou superior a Pb e uma das correlações mostradas nesta seção, quando a
Pwf igual ou inferior a Pb, conforme Figura 7.
2
qL − qb P P
= 1 + b wf − (1 + b ) wf (72)
qmáx − qb Pb Pb
Onde, qb corresponde à vazão no ponto de bolha, calculada por:
qb = J * ( P − Pb ) (73)
J * Pb
q máx = qb + (74)
2+b
J P*2P
= F 2
*
(75)
J P1 P1
Na Equação (75) P1 é pressão média de depleção inicial de análise e P2
J P*2 P
Método *
= F 2
JP1 P1
2
P2
Eickmeier (1968)
P1
P2
Fetkovich (1973)
P1
P
Wiggins (1992a) 0,16 + 0,84 2
P1
P
Wiggins (1992b) 0,6 + 0, 4 2
P1
Fonte: Prado (2008)
P
A função F 2 é obtida na Tabela 2, de acordo com a correlação utilizada.
P1
IPR é obtida pela Equação (70). Quando Pwf encontra-se abaixo Pb utiliza-se a Equação
(72).
4 Desenvolvimento do simulador
3. Estima-se Pi+E1 = Pi ;
Pi+E1 + Pi
4. Calcula-se a pressão média no segmento P = ;
2
5. Estima-se Ti+E1 = Ti ;
Ti+E1 + Ti
6. Calcula-se a temperatura média no segmento T = ;
2
7. Determina-se com ( P , T ) as propriedades PVT;
dT
8. Calcula-se o gradiente de temperatura pela Equação (36);
dL mi
dT
E seguida, determina-se Ti+1 = Ti +
C
9. dL .
dL mi
Ti +E1 − Ti C+1
C
< 10 −3 , caso seja menor que a tolerância a convergência é alcançada, e
Ti +1
o algoritmo pula para próximo passo. Se não, o algoritmo retorna para o passo 5
e, estima Ti+E1 = Ti+C1 até garantir a convergência;
dp
11. Determina-se o gradiente de pressão por uma das correções empíricas
dL mi
programadas;
dp
Em seguida, calcula-se Pi+1 = Pi +
C
12. dL ;
dL mi
Pi+E1 − Pi+C1
C
< 10−3 , caso seja menor que a tolerância a convergência é alcançada, e
Pi+1
o algoritmo pula para próximo passo. Senão, o algoritmo retorna para o passo 6
e, estima Pi+E1 = Pi+C1 até que a convergência seja atingida;
Entrada de dados
Estimar Pi +E1 = P
Pi+E1 + Pi
P=
2
Pi +E1 = Pi +C1
Estimar Ti +E1 = T
Ti + Ti +1 ( E )
T =
2
Calcular dT
dL mi
dT
Ti +C1 = Ti + dLm
dL mi
Não
Ti +E1 − Ti+C1
< 10−3 Ti +E1 = Ti +C1
Ti +C1
Sim
Calcular dp
dL mi
dp
Pi +C1 = Pi + dLm
dL mi
Não
Pi +E1 − Pi +C1
< 10 − 3
Pi C+1
Sim
P = Pi +C1 ; T = Ti +C1 ;
L = Li + dLm
Não Sim
i = i +1 L = Ltotal Imprime Resultados
Pwhmedido − Pwhcalculado
3. Compara-se < tolerancia . Se a convergência é alcançada o
Pwhmedido
As propriedades físicas (PVT) do óleo, gás e água são calculadas com base no
modelo black-oil. Na Tabela 3 são listadas as correlações empíricas empregadas no
neste simulador. Para maiores detalhes sobre estas correlações consultar Mukerjee &
Brill,1999; e PIPESIM, 2009.
Figura 14. Tela de entrada de dados e saída de resultados módulo Gradiente de Pressão e Temperatura
Figura 15. Tela de entrada de dados e visualização de resultados do menu Análise Nodal
• Análise Nodal;
wwhw + wo ho + wg hg
h= (82)
w
Resumidamente, o balanço de entalpia realizado pelo PIPESIM, consistem em:
1. Com Pi e Ti da condição inicial calcula-se hi pela Equação (82);
3. Calcula-se P e T ;
dh
4. Determina-se o pela Equação (11);
dL
dh
5. Calcula-se hiC+1 = hi + dL ;
dL
5 Resultados e discussões
5.1.1 Poço 1
Temperatura ambiente 60 °F
Temperatura do reservatório 170 °F
Diâmetro interno da coluna 2, 875 in
Diâmetro externo da coluna 3,375 in
Rugosidade da coluna 0,001 in
Diâmetro interno do revestimento 4,435 in
Diâmetro externo do revestimento 5,583 in
Diâmetro externo da cimentação 8 in
Pressão na cabeça do poço 950 psia
Pressão de bolha* 2373,84 psia
* Pressão de bolha obtida pela correlação de Standing
5.1.2 Poço 2
O poço 2 trata-se de um poço direcional do tipo I (Figura 17) que produz por
elevação natural, o ponto de ganho de ângulo (KOP) esta localizado na profundidade
vertical 7500 ft, inclinação de 61° até atingir a zona reservatório na profundidade 11000
ft. A coluna possui comprimento total de 11500 ft. os dados de produção são
apresentados na Tabela 5.
5.1.3 Poço 3
C − C PIPESIM
% E = SEMPP 100 (83)
C PIPESIM
Onde C é a quantidade física medida, pressão ou temperatura, prevista pelo
SEMPP e pelo PIPESIM.
Para que os resultados dos simuladores pudessem ser comparados buscou-se
alimentar os dois modelos com os mesmos parâmetros de entrada. Na Tabela 8 são
mostradas as correlações empíricas utilizadas por cada simulador no cálculo das
propriedades dos fluidos.
5.2.1 Correlações empíricas: Beggs & Brill Revisada (BBR) e Mukherjee &
Brill (MB)
-3500 -3500
-4500 -4500
-5500 -5500
-6500 -6500
-7500 -7500
-8500 -8500
900 1300 1700 2100 2500 2900 3300 900 1300 1700 2100 2500 2900 3300
Pressão (psia)
Pressão (psia) (b)
(a)
Profundidade (ft)
-4500 -4500
-5500 -5500
-6500 -6500
-7500 -7500
-8500 -8500
-9500 -9500
-10500 -10500
-11500 -11500
400 900 1400 1900 2400 2900 3400 3900 400 900 1400 1900 2400 2900 3400 3900
Pressão (psia) Pressão (psia)
(a) (b)
-2500 -2500
-3500 -3500
-4500 -4500
-5500 -5500
-6500 -6500
100 300 500 700 900 1100 1300 1500 1700 100 300 500 700 900 1100 1300 1500 1700
Pressão (psia) Pressão (psia)
(a) (b)
ocorre sob fluxo multifásico, para correlação de MB esse percentual é de 76%. No poço
2, o escoamento multifásico esta presente em 79 e 84% do comprimento da coluna de
produção correlação de BBR e MB, respectivamente.
Tabela 10. Diferença percentual relativa quanto a previsão das pressões de fundo do
poço para discretizaçoes e comparação com o PIPESIM
Profundidade (ft)
-3500 -3500
-4500 -4500
-5500 -5500
-6500 -6500
-7500 -7500
-8500 -8500
60 80 100 120 140 160 180 60 80 100 120 140 160 180
Profundidade (ft)
-4500 -4500
-5500 -5500
-6500 -6500
-7500 -7500
-8500 -8500
-9500 -9500
-10500 -10500
-11500 -11500
60 80 100 120 140 160 180 200 220 60 80 100 120 140 160 180 200 220
Temperatura (°F) Temperatura (°F)
(a) (b)
-500 -500
-1500 -1500
Profundidade (ft)
Profundidade (ft)
-2500 -2500
-3500 -3500
6000
5500
5000
4500
Pwf (psia)
4000
3500
SEMPP BBR
3000 PIPESIM BBR
SEMPP MB
2500
PIPESIM MB
2000
0 2000 4000 6000 8000 10000 12000
Vazão de óleo (stb/dia)
Figura 25. Comparação das curvas de TPR do poço 1. Beggs & Brill Revisada e
Mukherjee & Brill
6000
5500
5000
4000
3500
SEMPP BBR
3000 PIPESIM BBR
2500 SEMPP MB
PIPESIM MB
2000
0 2000 4000 6000 8000 10000 12000
Vazão de óleo (stb/dia)
Figura 26. Comparação das curvas de TPR do poço 2. Beggs & Brill Revisada e
Mukherjee & Brill
2600
SEMPP BBR
2400 PIPESIM BBR
SEMPP MB
2200
PIPESIM MB
2000
Pwf (psia)
1800
1600
1400
1200
1000
0 2000 4000 6000 8000 10000 12000
Vazão de líquido (stb/dia)
Figura 27. Comparação das curvas de TPR do poço 3. Beggs & Brill Revisada e
Mukherjee & Brill
Ansari-PIPESIM Ansari-PIPESIM
-1500 -1500 BBR-SEMPP
BBR-SEMPP
Geotérmica
-2500 -2500
Profundidade (ft)
Profundidade (ft)
-3500 -3500
-4500 -4500
-5500 -5500
-6500 -6500
-7500 -7500
-8500 -8500
900 1300 1700 2100 2500 2900 3300 60 80 100 120 140 160 180
Pressão (psia) Temperatura (°F)
(a) (b)
Figura 28. Poço 1. (a) perfil de pressão; (b) perfil de temperatura. Modelo de Gomez,
Shoham & Schmidt
Profundidade (ft)
-4500 -4500
-5500 -5500
-6500 -6500
-7500 -7500
-8500 -8500
-9500 -9500
-10500 -10500
-11500 -11500
400 900 1400 1900 2400 2900 3400 3900 60 80 100 120 140 160 180 200 220
Pressão (psia) Temperatura (°F)
(a) (b)
Figura 29. Poço 2. (a) perfil de pressão; (b) perfil de temperatura. Modelo de Gomez,
Shoham & Schmidt
GSS-SEMPP
-500 -500
Ansari-Xiao-PIPESIM
-2500 -2500
-3500 -3500
-4500 -4500
GSS-SEMPP
Ansari-Xiao-PIPESIM
-5500 -5500 BBR-SEMPP
Geotérmica
-6500 -6500
100 300 500 700 900 1100 1300 1500 1700 60 80 100 120 140 160 180 200
Pressão (psia) Temperatura (°F)
(a) (b)
Figura 30. Poço 3. (a) perfil de pressão; (b) perfil de temperatura Modelo de Gomez,
Shoham & Schmidt
0 - 5865 Golfada
0 - 11000 Golfada 5865 - 7475 Bolha
7475 - 11000 Golfada
Gomez, Shoham & Schmidt - SEMPP Ansari/Xiao - PIPESIM
Poço 3
6000
5500
5000
4500
Pwf (psia)
4000
3500
GSS-SEMPP
3000
Ansari-PIPESIM
2500
BBR-SEMPP
2000
0 2000 4000 6000 8000 10000 12000
Vazão de óleo (stb/dia)
Figura 31. Comparação das curvas de TPR do poço 1. Modelo de Gomez, Shoham &
Schmidt
6000
5500
5000
4500
Pwf (psia)
4000
3500
GSS-SEMPP
3000
Ansari-PIPESIM
2500
BBR-SEMPP
2000
0 2000 4000 6000 8000 10000 12000
Vazão de óleo (stb/dia)
Figura 32. Comparação das curvas de TPR do poço 2. Modelo de Gomez, Shoham &
Schmidt
2600
GSS-SEMPP
2400
Ansari-Xiao-PIPESIM
2200 BBR-SEMPP
2000
Pwf (psia)
1800
1600
1400
1200
1000
0 2000 4000 6000 8000 10000 12000
Vazão de líquido (stb/dia)
Figura 33. Comparação das curvas de TPR do poço 3. Modelo de Gomez, Shoham &
Schmidt
A IPR que será apresentada nesta seção foi obtida utilizando como dado de
entrada as informações hipotéticas de um teste de produção da Tabela 14.
de Standing (Tabela 3), a vazão e pressão de bolha estão representadas no gráfico pelo
ponto vermelho e possuem valor de 9000 stb/dia e 2400 psia. Os pontos azul e verde,
indicam respectivamente as pressões de vazões do teste 1 e 2.
No gráfico da Figura 34, pode-se observar que todas as IPRs apresentaram o
mesmo desempenho para vazão e pressão abaixo da condição do teste 2, caso o poço
venha a produzir com vazão e pressão acima do teste 2 não importa qual IPR utilizar, as
correlações preveem os mesmo resultados. O desempenho de cada correlação passa a
ser importante quando a vazão e pressão possuem valores bem acima daqueles obtidos
no teste 2, pode-se ver que IPR de Fetkovich foi a que apresentou resultados mais
conservadores, qmáx igual a 12500 stb/dia, e a TPR de Wiggins (1992a) foi que
apresentou previsão mais otimista, qmáx igual 13750 stb/dia, diferença entre os dois
modelos de 10%. Ainda na Figura 34, agora analisando os desempenhos das correlações
do escoamento multifásico de BBR, MB e do modelo mecanicista de GSS, percebe-se
que no ponto de intersecção da TPR com a IPR, a pressão e vazão de operação são,
respectivamente, 3500 psia e 5250 stb/dia método de BBR e GSS e 3250 psia e 5750
stb/dia correlação de MB, pode-se concluir que a correlação de MB mostrou resultados
mais otimistas em relação à correlação de BBR.
Figura 34. IPR versus TPR do poço 1. Tela de visualização de resultados do SEMPP
Figura 35. IPR Futura versus TPR. Tela de visualização de resultados do SEMPP
Figura 36. Análise de sensibilidade do diâmetro. TPR de BBR, IPR de Vogel e IPR
futura de Eickmeier. Tela de visualização de resultados do SEMPP
Figura 37. Análise de sensibilidade da RGO – diâmetro de 2 3/8 in. TPR de BBR, IPR
IPR futura de Eickmeier. Tela de visualização de resultados do SEMPP
Na Figura 38, como na Figura 37, observa-se que quanto maior a RGO menores
são as perdas de carga por elevação e maiores as perdas por atrito, já que para as
menores RGOs têm-se maiores perdas por elevação e menores perdas por atrito. Com
diâmetro de 2 7/8 in e RGO igual a 3000 scf/stb o poço produz até P igual a 3230 psia.
Figura 38. Análise de sensibilidade RGO – diâmetro igual 2 7/8 in. TPR de BBR, IPR
IPR futura de Eickmeier. Tela de visualização de resultados do SEMPP
Com base apenas nos resultados mostrados nos gráficos e tabelas, conclui-se
que:
6 Conclusões e recomendações
6.1 Conclusões
6.2 Recomendações
Referências bibliográficas
dp dp
+
dp dL elevação dL fricçao
= (A.1)
dL 1 − EK
f ρnvm ²
dp
ρs g s enθ +
= 2d (A.2)
dL 1 − EK
vm vSG ρn
Ek = (A.3)
p
qL
λL = (A.4)
qL + q g
vm ²
NFr = (A.5)
gd
L1 = 316λL0,302 (A.6)
L2 = 0,000925λL−2,4684 (A.7)
L3 = 0,10λL−1,4516 (A.8)
L4 = 0,5λL−6,738 (A.9)
A identificação pode ainda ser feita através do teste lógico, ilustrado na Equação
(A.10).
aλLb
H L (0) = c
(A.11)
N Fr
Padrão de escoamento a b c
Segregado 0,980 0,4846 0,0868
Intermitente 0,845 0,5351 0,0173
Distribuído 1,065 0,5824 0,0609
Fonte: Beggs & Brill (1973)
E C é definido pela Equação (A.14), e deve ser sempre superior a zero, caso C
seja menor que zero este assumirá valor zero.
C = (1 − λL ) ln ( eλLf N Lvg N Fr
h
) (A.14)
ρL
N Lv = 1,938vSL 4 (A.15)
σL
L3 − N Fr
Onde: A =
L3 − L2
Fator de Fricção
Beggs & Brill propuseram uma correlação para determinação do fator de fricção
bifásico, dado pela expressão:
f
fTP = f n (A.17)
fn
16
1
A = 2, 457 ln
7 0,9 ε
+ 0, 27
Re d
16
37530
B=
Re
ρnvm d
N Re = (A.19)
µn
f
= es (A.20)
fn
ln y
s= (A.21)
−0,0523 + 3,182ln y − 0,8725 ( ln y ) + 0,01853 ( ln y )
2 4
λL
Y= 2
(A.22)
H L (θ )
s = ln ( 2, 2Y − 1, 2 ) (A.23)
Payne et al., (1979) identificaram que o método de Beggs & Brill subestimou o
fator de fricção ao considerar a tubo sem rugosidade, por isso eles propuseram que fosse
utilizada a rugosidade referente ao tubo em análise no cálculo do fator de fricção
normalizado Equação (A.18).
A segunda modificação proposta por Payne et al., é em relação ao liquid holdup.
Eles concluíram que o método superestimou os valores de liquid holdup, tanto no fluxo
ascendente quanto descendente. Por esse motivo eles propuseram as seguintes
modificações: caso fluxo ascendente Equação (A.24); caso fluxo seja descendente
Equação (A.25).
Padrão de escoamento
1
N L = 0,15726 µ L 4 (B.1)
ρ Lσ L3
ρL
N gv = 1,938vSG 4 (B.2)
σL
Bolha-Golfada
A) Escoamento ascendente:
N Lv BS = 10x (B.3)
N gvSM = 10 y (B.4)
Onde:
Golfada-Anular
N gvSM = 10
(1,401−2,694 N 0,329
L + 0,521N L )
(B.5)
Estratificado
N LvST = 10 z (B.6)
Onde:
Ngv ≥ SIM
ANULAR
NgvSM
NÃO
NÃO
NÃO
(DESCENDENTE GOLFADA
E HORIZONTAL)
ESTRATIFIC NÃO NLv > NÃO |θ| > SIM Ngv > NÃO
BOLHA
ADO NLvST 30° NgvBS
SIM SIM
SIM NÃO
ESTRATIFIC
GOLFADA
ADO
Na Equação (B.7), três ajustes diferentes são utilizados para os valores das
constantes C1,C2,C3,C4,C5 e C6. Os valores são apresentados na Tabela B.1.
f ρ s vm2
+ ρ s senθ
dp
= 2d (B.8)
dL 1 − Ek
ρ s vm vSg
Ek = (B.9)
p
Escoamento Anular
No escoamento anular a Equação (B.8) é ligeiramente modificada para Equação
(B.10), pois não ocorre nenhum deslizamento entre as pequenas partículas de líquido e o
gás em alta velocidade.
f anular ρ n vm2
+ ρ s senθ
dp 2d
= (B.10)
dL 1 − Ek
fanular = fn f R (B.11)
HR fR
0,01 1,00
0,20 0,98
0,30 1,20
0,40 1,25
0,50 1,30
0,70 1,25
1,00 1,00
1,00 10,0
Fonte: Mukherjee & Brill (1999)
λL
HR = (B.12)
HL
Escoamento Estratificado
O escoamento estratificado irá ocorrer apenas em poços inclinados ou
horizontais. Neste padrão de escoamento, os autores resolveram estudar o gradiente de
pressão analisando o fluxo dos fluidos separadamente. A Figura B.2 apresenta o volume
de controle e todas as variáveis da metodologia aplicada.
= − (τ wg Pg + τ iWi ) − ( ρ g Ag senθ )
dp
Ag (B.13)
dL
dp
AL = − (τ wL PL + τ iWi ) − ( ρ L AL senθ ) (B.14)
dL
= − (τ wL PL + τ wg Pg ) − ( ρ L AL + ρ g Ag ) senθ
dp
A (B.15)
dL
dp P
= −τ wg g − ρ g senθ (B.16)
dL Ag
Os termos AL, Ag, Pg, PL são calculados em função da altura de líquido presente
no tubo hL e diâmetro da tubulação (Figura B.2).
A 1
HL = L = (δ − senδ ) (B.17)
A 2π
Onde:
h
δ = 2cos −1 1 − 2 L (B.18)
d
P = PL + Pg (B.19)
E,
δ
Pg = 1 − P (B.20)
2π
Os diâmetros hidráulicos para o líquido e gás são definidos por:
d hL = d
(δ − senδ ) (B.21)
δ
δ + 2 sen
2
2π − (δ − senδ )
d hg = d (B.22)
δ
2π − δ + 2 sen
2
f L ρ L vL2
τ wL = (B.23)
2g
f g ρ g vg2
τ wg = (B.24)
2g
ρ LvL dhL
N ReL = (B.25)
µL
ρ g vG d hg
N Reg = (B.26)
µg
ɶ
2 dAL
vG
2 1 dhɶL
F ≥1 (C.1)
(
1 − hɶ
L ) AɶG
Onde F é número adimensional cálculo por:
ρG VSG
F= (C.2)
( ρ L − ρG ) dg cos θ
Esta transição ocorre para altas vazões de líquido, quando o balanço de força de
turbulência supera a força causada pela tensão interfacial gás-líquido dispersando a fase
gasosa dentro de pequenas bolhas. O tamanho máximo dessas bolhas é calculado pela
equação,
vSG
0,5
σ 0,6 2 f v −0,4
d max = 4,15 + 0, 725
m m
(C.3)
vm ρ L d
ρLvm d
determinado pelo número de Reynolds, Rem = .
µL
3 ρL f m vm2
dCB = (C.5)
8 ( ρ L − ρG ) g cos θ
A transição de golfada para bolha dispersa irá ocorre quando o diâmetro máximo
de bolha calculado pela Equação (C.3) for menor que os diâmetros crítico dados pela
Equação (C.4) ou (C.5).
Os limites de transição dados pela Equação (C.6) são válidos para fração de gás
dentro do duto inferior a 0,52 ( α ≤ 0,52 ). Para frações de gás superior a este valor a
aglomeração de gás de ocorre independente das forças de turbulência, resultando na
transição para o padrão de golfadas, critério dado por:
vSG
α= = 0,52 (C.7)
vSG + vSL
Dois mecanismos são responsáveis pela transição de golfada para anular, está
transição ocorre quando a fase líquida deixa de bloquear o núcleo de gás que passar a
escoar livremente pelo centro do duto. Estes mecanismos de transição baseiam-se nas
características do filme de líquido entre a parede do duto e o núcleo de gás.
2 − 1,5 H L
Y≥ X2 (C.8)
H (1 − 1,5 H L )
3
L
Y=
( ρ L − ρG ) g s enθ (C.10)
dp
dL SG
H L corresponde a fração de líquido pode ser obtido numericamente pela solução
da Equação (C.11).
1 + 75H L X2
Y= − 3 (C.11)
(1 − H L ) 2,5H L H L
O segundo critério baseia-se na quantidade de liquido no filme, que contribui
para o crescimento de uma onda de liquido dentro do filme que abri caminho para
surgimento de golfadas dentro do tubo. Este critério é representado por:
A transição de bolhas para golfada irá ocorrer para baixas vazões de líquido.
Sobre estas condições as forças de turbulência são desprezíveis, e a transição é causada
pela coalescência das bolhas de gás acima da fração crítica de gás igual a 0,25 (
αcrit = 0,25 ), o critério é então calculado da seguinte forma:
g ( ρ L − ρG ) σ
0,25
1 − α crit
vSL = vSG − 1, 53 senθ (C.13)
α crit ρ L2
O padrão do tipo bolha existe para tubulações com inclinação entre 60° e 90°,
baixas vazões de líquido como calculado pela Equação (C.13) e quando o diâmetro do
( ρ − ρ )σ
0,5
Perto do limite de transição de bolha para golfada e golfada para bolha dispersa,
a região que contém um pacote gás-líquido, LF, atrás de golfada de líquido torna-se
pequeno. Para valores de LF suficiente pequenos pode haver problema de convergência
no balanço de momento do padrão do tipo golfada. Quando este fenômeno ocorre pode-
se utilizar os seguintes critérios:
gradiente de pressão para o padrão tipo golfada. Para contorna esse problema, uma zona
de transição entre golfada e anular é criada com base na velocidade superficial do gás,
determinada pelo modelo de gotículas de usado por Taitel et al. (1980), pela seguinte
equação:
σ g s enθ ( ρ L − ρ G )
0,25
Padrão Estratificado
SL S 1 1
τ WL − τ WG G − τ I S I + + ( ρ L − ρ G ) gsenθ = 0 (C.19)
AL AG AL AG
A Equação (C.19) corresponde a equação implícita para a altura no nível de
líquido, hL , ou nível de líquido adimensional, ( hɶL = hL d ). A solução feita
numericamente e requer a determinação de variáveis geométricas presentes no
escoamento, velocidades físicas, tensão de cisalhamento. Para altas velocidade de gás e
líquido pode haver mais de uma solução, nestes casos, deve-se se utilizar o menor valor
para o hL .
2
( ) (
AL = 0, 25d 2 π − cos −1 2hɶL − 1 + 2hɶL − 1 1 − 2hɶL − 1
) ( ) (C.20)
2
( ) (
AG = 0, 25d 2 cos −1 2hɶL − 1 − 2hɶL − 1 1 − 2hɶL − 1
)
( ) (C.21)
(
SL = d π − cos−1 2hɶL −1 ( )) (C.22)
(
SG = d cos−1 2hɶL −1 ( )) (C.23)
2
(
S I = d 1 − 2hɶL − 1
) (C.24)
4 AL
dL = (C.25)
SL
4 AG
dG = (C.26)
SG + S I
Para as velocidades físicas tem-se:
AP
vL = vSL (C.27)
AL
AP
vG = vSG (C.28)
AG
As tensões de cisalhamento do líquido e do gás, respectivamente, são calculadas
por:
ρLvL2
τWL = f L (C.29)
2
ρGvG2
τWG = fG (C.30)
2
O número de Reynolds de cada fase é dado por:
ρ L vL d L
Re L = (C.31)
µL
ρG vG dG
ReG = (C.32)
µG
Os fatores de fricção do líquido e do gás são calculados pela correlação de
Liang, Bião & Aziz (1996), respectivamente.
0,0926
1, 6291 vSG
fL = (C.33)
Re 0,5161
L vSL
16
fG = para ReG ≤ 2300
ReG
1
(C.34)
4 ε 10 3
6
fG = 0,001375 1 + 2 E + para ReG > 2300
d ReG
A tensão de cisalhamento na interface é calculada por:
ρG ( vG − vL )
2
τ I = fI (C.35)
2
E, o fator de fricção fI é determinado pela correlação Baker et al. (1988).
HL = (C.36)
π
Padrão Golfada
LS L
vSL = vLLS H LLS + vLTB S (C.37)
LU LU
filme de líquido para determinada fração de líquido nesta região, H LTB . Na Equação
H LLS LS + H LTB LF
H LSU = (C.41)
LU
Usando as Equações (C.37), (C.38) e (C.40), a expressão para o cálculo da
fração de líquido torna-se
SF S 1 1
τ WF − τ WG G − τ I S I + + ( ρ L − ρ G ) gsenθ = 0 (C.43)
AF AG AF AG
A solução numérica da Equação (C.43) fornece a espessura do filme de líquido (
δL ) ou a fração de líquido, H LTB . As variáveis geométricas necessárias para solução da
equação são as mesmas apresentadas nas Equações (C.20) a (C.26).
O comprimento do filme de líquido é determinado pela expressão
LF = LU − LS (C.44)
(
− 0,45θ +2,48 E−6 ReLS )
H LLS = e (C.46)
ρ L vm d
Re LS = (C.47)
µL
Aplicação do balanço de momento na unidade da golfada da Figura C.2 fornece
a equação para o gradiente de pressão, desde que a espessura do filme de líquido
permaneça constante ao longo do volume de controle. Dessa forma, o gradiente de
pressão pode então ser calculado pela expressão
dp τ π d LS τ WF S F + τ WF S F LS
= − ρU gsenθ + S + (C.48)
dL Ap LU Ap LU
ρ SVm2
τ S = fs (C.50)
2
Padrão Anular
SF S dp
−τ WF + τ I I − − ρ L gsenθ = 0 (C.52)
AF AF dL F
S I dp
−τ I − − ρC gsenθ = 0 (C.53)
AF dL C
Combinando as Equações (C.52) e (C.53) elimina-se o gradiente e obtém-se
SF S 1 1
−τ WF +τ I I + + ( ρ L − ρ C ) gsenθ = 0 (C.54)
AF AF AF AC
π d 2 (1 − 2δɶL )
AC = (C.55)
4
(
AF = π d 2δɶL 1 − δɶL ) (C.56)
SF = π d (C.57)
S I = π (d − 2δɶL ) (C.58)
A fração de líquido, HL, está relacionado a espessura de filme de líquido pela
expressão:
vF = vSL
(1 − E ) d 2 (C.60)
4δ L ( d − δ L )
vC =
( vSG + vSL E ) d 2
(C.61)
( d − 2δ L )
2
vSG
αC = (C.62)
vSG + vSL E
ρC = ρGα C + ρ L (1 − α C ) (C.63)
µC = µGα C + (1 − α C ) µ L (C.64)
ρC ( vC − vF )
2
τ I = fI (C.65)
2
Para o fator de fricção fI, utiliza-se a correlação proposta por Alves et al. (1991),
fI = fSC I (C.66)
ρV d ε
f SC = f Re SC = C SC ; (C.67)
µC d
I H = 1+ 800FA (C.70)
Para dutos verticais, IV, é expresso por
IV = 1 + 300δɶL
FA é dado pela expressão,
Padrão Bolha
gσ ( ρ L − ρ G )
vO∞ = 1,53 (C.74)
ρ L2
Substituindo a Equação (C.74) na Equação (C.73) em termos de velocidade
superficial, tém-se
vSG
= CO vm + vO∞ senθ H L0,5 (C.75)
1− HL
A Equação (C.75) deve ser resolvida numericamente para determinação da
fração de líquido, HL. Determinado HL os gradientes de pressão por elevação e fricção
são determinados de maneira convencional.