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Robson Lima Junior por Cezar Roberto Bitencourt
Sumário
Sumário 1
Prisão domiciliar 2
Progressão e regressão 2
Progressão 2
A progressão nos crimes hediondos 3
Regressão 4
Detração penal 4
Remição pelo trabalho e pelo estudo 5
Trabalho prisional 6
Autorizações de saída 6
Permissão de saída 7
Saída temporária 7
Outros roteiros: 8
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Robson Lima Junior por Cezar Roberto Bitencourt
Prisão domiciliar
Como já dissemos na parte I deste tema, o regime aberto subdivide-se em:
a. prisão-albergue
b. prisão em estabelecimento adequado
c. prisão domiciliar1, quando presentes os requisitos, que são:
IV - condenada gestante.2
O STF, porém, “relativizou” isso. Agora, aceita-se o cumprimento da pena em domicílio
particular enquanto não houver vagas em casa de albergado ou estabelecimento adequado. É
inadmissível, obviamente, que o condenado cumpra pena em regime mais gravoso pela falta
desses estabelecimentos.
Progressão e regressão
Progressão
Para acontecer a progressão, isto é, a evolução de um regime mais rigoroso para outro
menos rigoroso, é necessário3
1
Arts. 33, § 1º, c, do CP e 117 da LEP
2
Isso está no art. 117 da LEP
3
Art. 112 da LEP - A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência
para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos um
sexto da pena no regime anterior e ostentar bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do
estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a progressão.
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A ser certificado pelo diretor do estabelecimento penitenciário. Sim, é muito subjetivo e a lei não
estabelece o que seria esse “bom comportamento”
2
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2. Ter o condenado cumprido, ao menos, um sexto da pena no regime anterior
Surge aqui uma dúvida. A lei se refere a um sexto da pena total ou a um sexto do
restante?
Está claro que, na primeira vez que o sujeito progride, a única opção será calcular com
base no total, mas, a partir da segunda vez, a dúvida surge.
A interpretação mais favorável é que deverá ser calculada a partir da pena restante.
Imagine um sujeito que foi condenado a 10 anos de reclusão (120 meses), portanto em
regime fechado. Ele progride a primeira vez, pois o diretor do presídio entendeu que
ele teve bom comportamento, e ele já cumpriu 20 meses (um sexto). Agora ele está em
regime semiaberto (pois não pode progredir diretamente para o aberto), com 100
meses restantes. A sua próxima progressão deverá ser calculada com base nos 120
meses da pena total, ou dos 100 meses da pena restante? Se for calculada sobre pena
total, ele deverá cumprir mais tempo do que se fosse calculada sobre a pena restante.
Portanto, a interpretação mais favorável à liberdade deve prevalecer.
3. Para os casos de crimes contra a administração pública, reparação do dano
O apenado não pode passar direto do regime fechado para o aberto, sem passar,
anteriormente, pelo regime semiaberto. Porém, o condenado que não se adequar ao regime
aberto poderá regredir, diretamente, para o regime fechado.5
Para adentrar o regime aberto, porém, além dos requisitos anteriores, deverá o agente
que
II - apresentar, pelos seus antecedentes ou pelo resultado dos exames a que foi submetido,
fundados indícios de que irá ajustar-se, com autodisciplina e senso de responsabilidade, ao
novo regime.6
5
Art. 118 da LEP
6
Art. 114 da LEP
7
Art. 2º, § 2º da Lei dos Crimes Hediondos
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Praticados a partir de 29 de março de 2007
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2. a progressão nos crimes hediondos ocorrerá após o cumprimeiro de dois quintos, para
apenado primário, e três quintos, se for reincidente
3. em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá fundamentadamente se o réu poderá
apelar em liberdade
Regressão
É a transferência de um regime para outro mais rigoroso. Lembrando que, no caso da
regressão, pode o condenado em regime aberto ser transferido diretamente para o fechado, ou
semiaberto, assim como do semiaberto para o fechado.
Deverá ocorrer a regressão, para qualquer dos regimes mais gravosos, quando
a. o sentenciado pratica fato definido como crime doloso ou falta grave9, ou
b. sofre condenação por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em
execução, torna incabível o regime atual10
Detração penal
Trata-se do desconto, em pena ou medida de segurança, do tempo que o condenado
cumpriu antes da sentença condenatória. 12
As hipóteses são:
É a prisão processual, que pode ocorrer durante a fase processual, antes da
condenação transitar em julgado. As hipóteses em que isso pode ocorrer são: prisão
em flagrante delito, prisão temporária, prisão preventiva, prisão decorrente de
9
Os atos considerados como falta grave estão elencados no Art. 50 da LEP. São muitos e não caberiam
aqui (e não vêm ao caso)
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Art. 118 da LEP
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Art. 36, § 2º, do CP
12
Art. 42 do Código Penal
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b. Prisão administrativa
Internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico. Também vale para as
internações em casas de saúde, com finalidade terapêutica, além das interdições
temporárias de direitos.
Parte da doutrina e jurisprudência também admite a detração por prisão ocorrida em
outro processo, sem nexo processual, desde que por crime cometido anteriormente.
Há muito mais o que falar, principalmente assuntos concernentes às questões
processuais, porém, como este arquivo tem a intenção de ser um resumo facilitador para a
feitura da prova, acredito não caber aqui.
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Ensino fundamental, médio, profissionalizante ou não, superior, ou ainda de requalificação profissional
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Deve ser dividida ao menos em três dias. Tanto faz se é 9 horas num dia, 2 horas em outro e 1 hora em
outro, ou se é dividido igualmente, mas a frequência deve ser dividida, ao menos, em 3 dias.
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Trabalho prisional15
A LEP estabelece que o trabalho do condenado, “como dever social e condição de
dignidade humana, terá finalidade educativa e produtiva”16
Trata-se de um direito-dever (portanto obrigatório, exceto para os condenados por crimes
políticos17 e para os presos provisórios) e será sempre remunerado.
● A jornada normal de trabalho não pode ser inferior a 6 nem superior a 8 horas diárias;
● Deve ter repouso aos domingos e feriados;
● Não poderá ter remuneração inferior a ¾ do salário mínimo;
● Não está sujeito à CLT;
● Porém estão asseguradas as garantias e os benefícios da previdência social, inclusive a
aposentadoria.
a. Indenização dos danos causados pelo crime, desde que determinados judicialmente e
não reparados por outros meios
b. Assistência à família
c. Pequenas despesas pessoais
d. Ressarcimento do Estado pelas despesas realizadas com a manutenção do condenado,
proporcionalmente
e. O saldo restante, se houver, deve ser depositado em caderneta de poupança para
formação de pecúlio, que será entregue ao condenado quando sair da prisão
Autorizações de saída19
A LEP fala, a partir de seu Art. 120, sobre as autorizações de saída, gênero cujas duas
espécies são a 1) permissão de saída e a 2) saída temporária.
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Arts. 28-37 da LEP
16
Art. 28 da LEP
17
Hm.
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Art. 29 da LEP
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Bitencourt não fala sobre isso. Portanto, trata-se de uma doutrina originalmente robsiana (risos)
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Permissão de saída
É um instituto garantido aos condenados em regime fechado ou semiaberto (já que no
regime aberto não é necessário, pois, em teoria, só seriam recolhidos durante o repouso noturno
e os dias de folga), além dos presos provisórios. As permissões para sair do estabelecimento
serão concedidas pelo diretor ou diretora do estabelecimento mediante escolta, e terá a duração
necessária à finalidade da saída. Poderá ser concedido esse benefício quando houver
a. falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou
irmão, ou
b. quando houver necessidade de tratamento médico
i. que é quando o estabelecimento penal não estiver aparelhado para prover a
assistência médica necessária20
Saída temporária
É um benefício cujos titulares são os apenados em regime semiaberto, que serão
autorizados a deixar temporariamente o presídio sem vigilância direta. Será concedida por, no
máximo, 7 dias, podendo ser renovada por mais quatro vezes durante o ano. O juiz da execução
poderá determinar a utilização de monitoração eletrônica. Ocorrerá nos seguintes casos:
a. visita à família
i. Nesse caso, deverá haver o fornecimento do endereço onde reside a família a ser
visitada ou onde poderá ser encontrado o preso, com obrigação de se recolher a
essa residência no período noturno.
b. frequência a curso supletivo profissionalizante, ensino médio ou superior, na Comarca do
Juízo da Execução
i. O tempo de saída deverá ser o necessário para o cumprimento dessas atividades
c. participação em atividades que concorram para o retorno ao convívio social
A autorização deverá ser concedida por ato motivado do Juiz da execução, ouvidos os
Ministério Público e a administração penitenciária. Os requisitos materiais são:
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Art. 14 da LEP
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1. comportamento adequado
2. cumprimento mínimo de um sexto da pena para condenados primários e um quarto
para reincidentes
3. compatibilidade do benefício com os objetivos da pena
Com exceção do caso de frequência a cursos profissionalizantes, ensino médio ou
superior, as “autorizações de saída”, como o § 3º do Art. 124 chama, somente poderão ser
concedidas com prazo mínimo de 45 dias de intervalo entre uma e outra. Aqui há um problema.
Apesar de estar situado na subseção referente à espécie saída temporária, o diploma parece se
referir a esse prazo de forma assistemática, indistintamente entre a saída temporária e a
permissão de saída, pelo uso do termo genérico “autorizações de saída”, título da Seção III da
qual fazem parte as duas subseções específicas. Entendemos dever ser feita uma interpretação
restritiva para aplicar a necessidade do prazo de 45 dias apenas para as saídas temporárias em
sentido estrito, pois condicioná-lo também às permissões de saída, que ocorrem por fatos
excepcionalíssimos e irregulares, iria de encontro ao fim ressocializador e ao princípio da
humanidade da pena21.
Outros roteiros:
1. Concurso de pessoas: autoria, participação, teoria do domínio do fato;
2. Penas privativas de liberdade: detenção e reclusão, regimes penais (fechado,
semiaberto, aberto) regime inicial;
3. Penas privativas de liberdade II: prisão domiciliar, progressão e regressão, detração
penal, remição, trabalho prisional, autorizações de saída.
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Art. 5º, XLIX, CF - “é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral”
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