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CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR REINALDO RAMOS - CESREI

FACULDADE REINALDO RAMOS - FARR


CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO

DEYBSON NAQUE
2012.1.001.00034

CRÉDITOS ADICIONAIS

Campina Grande-PB
2017
CRÉDITOS ADICIONAIS

(Especiais, Extraordinário e Suplementares)

Iniciando com uma breve introdução, tem-se que o orçamento é um instrumento


de planejamento das atividades a serem desenvolvidas pelos órgãos da Administração
Pública, através do qual o gestor público irá colocar em práticas seus planos de governo,
através de ações. Isso só é possível, portanto, após aprovada a Lei Orçamentária, que
autoriza a utilização dos créditos orçamentários, ou seja, permite que possam ser
executados, os quais também podem ser denominados créditos iniciais.

No entanto, no transcorrer do exercício financeiro podem surgir novas situações


e fatos, imprevistos ou não previstos adequadamente, que necessitam ser realizados pela
Administração Pública. Essa flexibilização e possibilidade de nova realocação de
créditos orçamentários somente é possível devido ao instituto dos créditos adicionais, pois
exercem exatamente essa função.

Os créditos adicionais são tão importantes que o legislador assegurou, na Lei que
dispõe sobre as normas de direito financeiro, em um capítulo especial, a disciplina sobre
esse instituto. São autorizações de despesa não computadas ou insuficientemente dotadas
na Lei Orçamentária Anual, conforme dispõe o art. 40 da Lei n° 4.320/64.

Os créditos adicionais comportam três espécies ou tipos: suplementares, especiais


e extraordinários, conforme prevê a própria legislação. Os suplementares, são os
destinados a reforço de dotação orçamentária; Especiais, os destinados a despesas para as
quais não haja dotação orçamentária específica; Extraordinários, os destinados a despesas
urgentes e imprevistas, em caso de guerra, comoção intestina ou calamidade pública”.

A legislação prevê a utilização de créditos suplementares nos casos de reforço à


dotação orçamentária já existente, especiais para as despesas que não possuam dotação
específica consignada no orçamento e extraordinários para despesas urgentes e
imprevistas, ou seja, excepcionais, a serem utilizadas em casos de guerra, comoção
intestina ou calamidade pública, em consonância com os dispostos nos incisos I, II e III
do art. 41 da Lei n° 4.320/64.

Quanto à autorização legislativa e formalização para abertura, destaca-se o


seguinte: os créditos suplementares e especiais necessitam de autorização legal, ou seja,
do Poder Legislativo, e são abertos por meio de Decreto Executivo. O crédito suplementar
é destinado a suplementar uma dotação que já existe no orçamento, deve ser autorizado
por lei e aberto por decreto do Poder Executivo. Tem vigência até o orçamento em vigor.

Cumpre mencionar, ainda, que os limites para abertura de créditos suplementares


são estabelecidos na própria Lei Orçamentária Anual pelo Executivo e aprovados pelo
Legislativo, juntamente com o orçamento, visando desburocratizar sua utilização, uma
vez que consiste apenas na realocação de recursos já existentes e autorizados. É o que
dispõe a Lei 4.320/64 no seu art. 7°, I, ao afirmar que a Lei Orçamentária poderá conter
autorização ao Executivo para abrir créditos suplementares até determinada importância
obedecidas as disposições do artigo 43 (existência de recursos disponíveis).
Nesse sentido, ressalta-se que tanto a abertura de créditos suplementares quanto
a de especiais está sujeita à disponibilidade de recursos e justificativa, prevista no art. 43
da Lei 4.320/64. Entendem-se como recursos disponíveis os seguintes: superávit
financeiro, excesso de arrecadação, anulação parcial ou total de dotação, operações de
créditos, veto/emenda e reserva de contingência, nos termos do próprio art. 43, em seu §
1°.
Além disso, a vigência dos créditos suplementares é restrita ao orçamento
vigente, ou seja, devem ser utilizados dentro do exercício financeiro em que forem
instituídos ou serão cancelados no encerramento do exercício. Entretanto, a mesma regra
é aplicada aos créditos especiais e extraordinários, no entanto, se estes forem utilizados
nos últimos quatro meses do exercício financeiros, poderão ser reabertos no exercício
seguinte, no limite de seus saldos. É o que dispõe a Carta Magna, em seu art. 167, §2º,
aduz que os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em
que forem autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro
meses daquele exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão
incorporados ao orçamento do exercício financeiro subsequente.

Desse modo, percebe-se que é possível a reabertura dos saldos de créditos


especiais e extraordinários no exercício subsequente, porém, somente se a Lei que os
autorizou os tenha instituído nos últimos quatro meses do exercício.

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