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Boa tarde Excelentíssimo Desembargador Presidente

Danilo Rinaldi
Excelentíssima Desembargadora Relatora Celita
Excelentíssima Desembargadora Kananda
Excelentíssimo Senhor Promotor do Ministério Público
Eliomar
E senhores servidores

DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA

Excelências, estamos diante de um caso que fere


um importante princípio, o princípio da insignificância.
E agora, com a máxima vênia à Desembargadora
Relatora Celita, que fez um brilhante relatório expondo
os fatos principais do caso, me permito pontuar fatos
específicos que mostram a violação do tal princípio.
No dia 10 de novembro de 2011, em uma
quinta-feira, Rita, uma senhora de 60 anos arrebentou
a fechadura do armário de uma loja de uma grande
rede farmacêutica e subtraiu 5 tintas de cabelos no
valor total de 49 reais e 95 centavos (R$49,95) que foi
registrada pela câmera de segurança do
estabelecimento.
Excelências, quero destacar aqui a insignificância
do valor, visto que 49 reais e 95 centavos é um valor
muito irrisório para um estabelecimento desse
tamanho, uma grande rede farmacêutica.
Esse é um caso insignificante aos olhos do Direito
Penal, e portanto sua tipicidade deve ser destituída,
isentando a Ré da ação da pena. Dessa forma, não há
de se falar em uma pena de reclusão de 04 anos para
algo que se encaixa perfeitamente no princípio da
insignificância.

São 04 os condições de aplicabilidade da bagatela:


1 - A mínima ofensividade da conduta
2 - A inexistência de periculosidade social do ato
3 - O reduzido grau de reprovabilidade do
comportamento
4 - A inexpressividade da lesão provocada.

Vejam Excelências, o crime praticado pela Ré se


enquadra perfeitamente nas 04 condições e ,portanto,
peço então a aplicabilidade do princípio no referido
caso.

DA REINCIDÊNCIA

Excelências o crime ocorreu em 2011, mais


especificamente em 10 de novembro. Acontece que na
fase de dosimetria da pena, o magistrado entendeu por
bem elevar a pena base em patamar acima do mínimo,
com o argumento de que uma outra conduta
criminosa que teve seu trânsito em julgado no dia 15 de
Maio de 2012, 2012.

O artigo 63 do Código Penal diz que a reincidência


só será aplicada quando o agente comete novo crime
após o trânsito em julgado da sentença.
O trânsito em julgado se deu após a conduta do
furto, portanto deve ser afastada o agravamento da
pena por reincidência.

Por tudo isso, requer-se que a apelante seja


absolvida, pois os fatos não constituem infração
penal diante da incidência do princípio da
insignificância.

Que seja aplicada a pena em seu mínimo legal,


diante do afastamento do agravamento de pena por
reincidência.

Caso Vossa Excelências não reconheça o


princípio da insignificância, peço para que seja
reconhecido o furto privilegiado, nos termos do
parágrafo 2° do art. 155 do CP.

AINDA QUE TENHA PRATICADO O FURTO


QUALIFICADO, A QUALIFICADORA DE ROMPIMENTO
DE OBSTÁCULO É DE NATUREZA OBJETIVA,
DESCRITO NA SÚMULA 511 DO SUPERIOR TRIBUNAL
DE JUSTIÇA.

É o que se pede Excelências, muito obrigado.

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