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Cage

Carta ao Doze
Por Lucas Bonetti

Em dezembro de 2016, cansados de se reunir em bares, picos e afins para discutir


projetos, eu e o Giovane acabamos alugando o sala número 12, entre algumas escolhas
que seriam a sala 6 ou a 11. O curioso é que nossa primeira tentativa foi na sala 6, porém
a chave quebrou dentro da porta e não conseguimos entrar. A outra opção então, foi o 12.

Quando nos deparamos com aquele espaço extremamente sujo, empoeirado e com lixo
hospitalar (sério, o antigo dono provavelmente era um tatuador, e resolveu deixar seu lixo
de uma década tomando sol e chuva na área externa), tivemos a certeza de que era isso
que queríamos... ou não. Só sei que precisávamos de um fiador para viabilizar nosso
projeto que era… na verdade... bom, nós não sabíamos mesmo o que seria do Doze.

Uma das idéias iniciais era um Estúdio, que foi o que nos orientou em chamar um
amigo/parceiro para um feedback, e quem sabe até mesmo uma parceria de longa data
rs. O Rob, então entrou a primeira vez no DOZE.
Após uma choradeira na imobiliária, apresentar o documento do meu carro, os holerites e
enfim, conseguimos fechar o contrato. Estava o Doze então, nascendo…

Cage
DEC.17
Cage
Os primeiros meses, fizemos absolutamente nada. Ficamos um mês sem luz. E após
alguns insights vindos de cobranças de nós mesmos, afinal de contas tínhamos (temos)
um filho pra criar, surgiram algumas idéias. Essas idéias foram testadas, prototipadas das
maneiras mais inusitadas e inúteis possíveis, e ao decorrer dos meses, fomos percebendo
que essas idéias na verdade, eram sistemas.

Quando essa percepção de que esses projetos seriam sistemas, acabaram despertando
em nós uma certa euforia. Afinal de contas, se todos os projetos forem sistemas, como
podemos iniciar todos? Ou como escolher qual optar? Quantos CNPJ’s precisamos ter?
Essa dúvida pairou por um tempo o Doze, e como sempre, mas sempre mesmo, as coisas
aconteceram do jeito que tinham que ser, e a solução apareceu. Em reuniões nos meados
de 2015, numa folha sulfite, eu e o Giovane já falamos sobre núcleo empresarial, e
novamente essa idéia voltou a tona pra dar a saída para os projetos.

Quando os pontos foram ligados, e mentalmente poderíamos enxergar o Doze como um


todo, decidimos que era a hora de agir. E o próximo passo, seria a semestral reforma. Foi
o que aconteceu, viemos aos poucos mexendo no espaço e alterando tudo conforme
nossos ideais, e aos poucos as coisas foram tomando forma, e felizmente as tarefas de
reforma também foram se extinguindo. Por exemplo, hoje dia 17 de Dezembro de 2017,
escrevo essa mensagem entre sujeiras de paiero do meu lado esquerdo e garrafas de
cerveja do meu lado direito. O chão está com cinzas, os móveis desordenados, têm coisas
no chão e a parede de lousa extremamente suja, ainda sem poder ser usada. Algumas
coisas ainda precisam ser feitas, mas meus caros, o Doze não promete nem mesmo
organização.

Cage
DEC.17
Cage

Quando falamos em promessa, estamos nos referindo ao futuro. A promessa então, é o


compromisso de que alguma coisa será feita no futuro, atendendo a pedidos do presente.
Se a promessa for cumprida, terá um impacto já esperado nos meios sociais pelos quais
aguardavam tal ação. Se a promessa não for cumprida, ela irá impactar de maneira não
esperada a quem aguardava aquela promessa, causando assim um dano maior quando
não cumprida, do que um benefício quando cumprida.

Acho que essa explicação não significa que estou tirando algumas responsabilidades do
Doze e justificando-as com filosofia. Apenas acho que o Doze é algo que ainda não
aconteceu, em lugar algum, em tempo nenhum. Prometer que algo será frutífero com
esses parâmetros, é coisa de alienado e sonhador.

O Doze não promete nada a ninguém.

Mas, o Doze, o espaço, e os projetos estão sendo ativados. Então qualquer resultado é
positivo, e
“todo esforço será recompensado”.

É com essas palavras que quero desejar a quem me ouve ou lê um próspero 2018, onde o
Doze enfim estará em nossas vidas.
Muito obrigado por serem parte desde 2017! 

Cage
DEC.17

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