Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Especial
Professores:
Pedro Franco
e
Vinicius Rios
2014
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.................................................................................... 5
1.1 Conceitos .................................................................................... 5
1.2 Sujeitos do Crime ....................................................................... 5
1.3 Conduta criminosa ..................................................................... 7
2. CRIMES CONTRA A VIDA ................................................................. 10
2.1 Homicídio ................................................................................. 10
2.1.1Conceito de Homicídio .......................................................... 10
2.1.2 Objeto Jurídico ................................................................... 10
2.1.3 Sujeitos do Crime ................................................................ 10
2.1.4 Modalidades ........................................................................ 10
2.1.5 Conduta Criminosa ............................................................. 20
2.1.6 Elemento Subjetivo ............................................................. 20
2.1.7 Consumação e Tentativa ..................................................... 21
2.2 Participação em suicídio ........................................................... 21
2.2.1 Conceito de Suicídio ................ Error! Bookmark not defined.
2.2.2 Conceito do crime ................... Error! Bookmark not defined.
2.2.3 Objetividade Jurídica .......................................................... 22
2.2.4 Sujeitos do Crime ................................................................ 22
2.2.5 Condutas criminosas .......................................................... 22
2.2.6 Elemento Subjetivo ............................................................. 22
2.2.6 Consumação e Tentativa ..................................................... 22
2.2.7 Figuras Agravadas .............................................................. 23
2.3 Infanticídio ............................................................................... 23
2.3.1 Conceito.................................. Error! Bookmark not defined.
2.3.2 Objetividade jurídica ........................................................... 24
2.3.3 Sujeitos do crime ................................................................ 24
2.3.4 Conduta criminosa.............................................................. 24
2.3.5 Elemento Subjetivo ............................................................. 25
2.3.6 Consumação e Tentativa ..................................................... 25
2.3.7 Participação de terceiro ....................................................... 25
2.4 Aborto ...................................................................................... 26
2.4.1 Conceito de Aborto .................. Error! Bookmark not defined.
2.4.2 Objetividade Jurídica .............. Error! Bookmark not defined.
2.4.3 Sujeitos do Crime ................................................................ 27
2.4.4 Conduta .............................................................................. 27
2.4.5 Consumação e Tentativa ..................................................... 27
2.4.6 Espécies de Aborto .............................................................. 27
1. INTRODUÇÃO
Esse primeiro idem, trata-se de um roteiro de estudos que pode ser utilizado para
qualquer tipo penal (Direito Penal parte Especial e Legislação Penal Especial).
1.1 Conceitos
A- Conceito do Crime: é definido pela própria lei (previsão legal). Assim, o conceito
está sempre no texto da lei, isto é, a lei penal quando descreve a conduta criminosa ao
mesmo tempo está conceituando o crime nela contida. Porém, às vezes é preciso
resumir ou aprimorar tal conceito com ajuda da doutrina, por exemplo.
Porque é preciso compreender isso? Porque não há crime sem ofensa ou perigo de
ofensa a um bem juridicamente tutelado pelo direito penal. A inexistência do bem
jurídico faz desaparecer a conduta criminosa.
Crime comum: é aquele que tem como sujeito ativo qualquer pessoa (a lei não
impõe nenhuma condição especial para alguém ser sujeito ativo do delito).
Crime próprio: é aquele que não pode ser praticado por qualquer pessoa (a lei
exige requisito especial para ser sujeito ativo).
Crime comum: o tipo penal não exige qualidade ou condição especial do agente.
Nestes crimes são admitidas coautoria e participação.
Crime próprio: o tipo penal exige qualidade/ condição especial do agente. Apesar
de o tipo exigir qualidade ou condição especial não impedi a coautoria e a
participação.
Crime de mão própria: o tipo penal exige qualidade/ condição especial do agente,
porem não admite coautoria, somente admite participação pois é um crime de
conduta infungível.
Morto pode ser vítima de crime? Não sendo titular de direitos, não e sujeito
passivo de crimes. No entanto existe previsão legal dos crimes cometidos contra os
mortos, onde a vítima e coletividade.
B- Sujeito passivo: é a pessoa (física ou jurídica) contra quem a ação típica é realizada.
O sujeito passivo do crime é aquele que sofre a ação típica do sujeito ativo, vindo a
atingir o bem jurídico tutelado. Portanto, o sujeito passivo é o titular do bem jurídico
violado (titular da objetividade jurídica).
Próprio: quando o tipo exige condição especial do ofendido. Como por exemplo, o
Infanticídio, onde o sujeito necessariamente deve ser neonato ou nascente.
Condutas Criminosas são as ações nucleares ou físicas prevista no tipo penal, em outras
palavras é a conduta criminosa, ou seja, é a postura do sujeito ativo na prática do crime.
A doutrina designa esse item de “análise do núcleo do tipo penal”, que nada mais é do
que a identificação e interpretação do verbo do tipo penal, como por exemplo, no
homicídio, que a ação nuclear é “matar alguém”.
Atenção: a regra geral é a de que ainda que o sujeito ativo realize mais de uma conduta
descrita em crime de ação múltipla, ele responde por um único crime.
Crime de forma livre: é aquele que a lei não indica como deve ser realizada a
conduta criminosa, ou seja, a conduta pode ser executada de qualquer maneira.
Art. 18, § único do CP “Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por
fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente”.
Dolo: é a vontade livre e consciente de praticar ato que se sabe contrário ao direito
(art. 18, inciso I do CP).
Art. 18, inciso I do CP “Diz-se o crime: doloso, quando o agente quis o resultado ou
assumiu o risco de produzi-lo”.
Culpa: é o ato voluntário que produz um resultado antijurídico não desejado, mas
previsível de acontecer.
Em outras palavras, é o ato dotado de impudência (agir sem as devidas cautelas em uma
determinada situação), negligência (é o não agir quando deveria ter feito em
determinada circunstância) e imperícia (é a imprudência ou a negligência vinculada a
uma atividade profissional).
Art. 18, inciso II do CP “Diz-se o crime: culposo, quando o agente deu causa ao
resultado por imprudência, negligência ou imperícia”.
Art. 14, inciso I do CP “Diz-se o crime: consumado, quando nele se reúnem todos os
elementos de sua definição legal”.
Tentativa:
Art. 14, inciso II do CP “Diz-se o crime: tentado, quando, iniciada a execução, não se
consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. Parágrafo único - Salvo
disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime
consumado, diminuída de um a dois terços”.
Atenção: Nos crimes culposos não é admitido à modalidade culposa, assim como nos
crimes unissubsistente etc.
Iter criminis é o caminho do crime, que é o caminho que percorre o agente para a
consumação do delito.
A fase da cogitação tem relevância para o direito penal? Não, porque sequer põe em
risco o bem jurídico tutelado.
2.1 Homicídio
2.1.1Conceito de Homicídio
O bem jurídico tutelado é a vida. A vida é o estado que se encontra o ser humano
animado (dotado de movimentação), seja ele normal ou anormal.
Quando a vida tem início para fins de homicídio e tutela penal? Para o homicídio,
vida só existe após o nascimento com vida. Para o direito, a vida humana tem início
com o fenômeno chamado nidação.
A- Sujeito Passivo: O ser humano vivo, nascido de mulher é o Estado, basta nascer
vivo, ainda que não se tenha preenchido o requisito da vitalidade (ter condições de
progredir vivendo).
B- Sujeito Ativo: é crime comum, podendo ser sujeito ativo qualquer pessoa.
2.1.4 Modalidades
Art. 121, §1º do CP “Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante
valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta
provocação da vítima, ou juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço”.
Relevante Valor Moral: é aquele que diz respeito ao interesse do sujeito do crime e
que conta com o apoio médio da sociedade.
Exemplo: eutanásia.
Relevante Valor Social: é aquele que tem apoio da moral prática, ou seja, é aquele
valor que diz respeito ao interesse da sociedade e também do sujeito do crime,
porque este integra a sociedade.
O sujeito ativo deve reagir imediatamente após ser provocado pelo sujeito passivo.
Exemplo: Pedro é casado com sua espoja há 30 anos, e que nunca tive nenhuma
desconfiança sobre a fidelidade de sua esposa. Ao chegar do trabalho em sua residência,
constada que sua espoja estava na cama com um vizinho. Pedro vai até seu escritório,
pega seu revolver e desfere seis disparos com sua arma de fogo nos amantes,
ocasionando a morte dos dois.
Exemplo: Pedro é casado com sua espoja há 30 anos, e que nunca tive nenhuma
desconfiança sobre a infidelidade de sua esposa. Ao chegar do trabalho em sua
residência, constada que sua espoja estava na cama com um vizinho. Pedro resolve
passar a noite na casa de seu irmão, e pela manha vai até a sua residência, pega seu
revolver e desfere seis disparos com sua arma de fogo em sua esposa.
Atenção: Não confundir o privilégio previsto no art. 121, §1º do CP, com a atenuante
genérica prevista no art. 65, inciso III, alínea “c” do CP. No privilégio, o agente está sob
o domínio de violenta emoção, enquanto na atenuante está sob mera influência. Além
disso, o privilégio tem como requisito a reação imediata, o que não ocorre com a
atenuante.
Art. 121, § 2°, inciso I do CP “Se o homicídio é cometido: mediante paga ou promessa
de recompensa, ou por outro motivo torpe. Pena - reclusão, de doze a trinta anos”.
Motivo torpe é aquele motivo abjeto (que gera indignação, nojo), repugnante etc.
Art. 121, § 2°, inciso II do CP “Se o homicídio é cometido: por motivo fútil. Pena -
reclusão, de doze a trinta anos”.
Motivo Fútil: Segundo a exposição de motivos, no item 38, entende-se por fútil
aquilo que detém mínima importância, não sendo causa suficiente para o crime. É a
pequenez, insignificante motivação do crime.
Art. 121, § 2°, inciso III do CP “Se o homicídio é cometido: com emprego de veneno,
fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa
resultar perigo comum: Pena - reclusão, de doze a trinta anos”.
Fogo ou explosivo: para está qualificadora o individuo utiliza o fogo para matar sua
vítima.
Exemplo: O sujeito ativo do crime espera sua vítima dormir e coloca fogo na casa do
individuo; Ou coloca uma bomba no veículo de sua vítima.
Atenção: Vale lembrar que a Lei 9.455/97 instituiu a tortura como crime autônomo. A
diferença está no elemento subjetivo do sujeito ativo (dolo do agente). se o agente
emprega a tortura com dolo de matar, há homicídio qualificado pela tortura (homicídio
doloso, crime de competência do júri). se o agente emprega tortura e culposamente
provoca a morte, há crime preterdoloso (dolo na tortura e culpa na morte), que se chama
tortura qualificada pela morte, prevista no art. 1º, §3º da Lei 9.455/97 (competência do
juiz singular).
Traição material ou física: é aquela que revela ataque abrupto do sujeito ativo
atingindo o sujeito passivo normalmente pelas costas.
Exemplo: Sujeito espira alguma coisa nos olhos de sua vítima para facilitar o
cometimento do homicídio.
Art. 121, § 2°, inciso V do CP “Se o homicídio é cometido: para assegurar a execução,
a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime: Pena - reclusão, de doze a
trinta anos”.
A finalidade é assegurar a execução, ocultação, impunidade ou vantagem de outro
crime.
Alguns autores chamam essa hipótese de homicídio conexivo, pois haverá conexão
entre o homicídio e outro crime, uma vez que se mata para executar, ocultar, tonar
impune ou obter vantagem de outro crime (não pode ser contravenção).
Quem pratica crime de homicídio para assegurar algo, não esta agindo de forma
abjeta ou repugnante? Não seria motivação torpe? Sim. Mas então porque há a
previsão do inciso Art. 121, §2º, inciso V do CP? Há duas posições:
1ª Posição: Sustenta que o inciso art. 121, §2º, inciso V do CP configura motivo torpe
e, portanto, este inciso deve ser extinto.
2ª posição: Entende que o art. 121, §2º, inciso V do CP deve ser mantido, porque no
inciso art. 121, §2º, inciso I do CP é utilizado o critério da exemplificação, que é
seguido de uma generalização. Quando o legislador, como faz no inciso I, usa o critério
da exemplificação seguido da generalização, é preciso que o motivo da generalização
guarde similitude com aquele simplificado (o que não ocorre no inciso V).
Atenção: O homicídio pode ser qualificado por mais de uma circunstância, como por
exemplo, um homicídio qualificado fútil e praticado com o emprego de veneno. Em
havendo mais de uma qualificadora em crime de homicídio, a primeira o qualifica e as
demais servem como causa de aumento.
O homicídio qualificado, consumado ou tentado, é sempre hediondo. As consequências
da hediondez têm maiores contornos processuais e na execução da pena, do que para o
direito penal.
Feminicídio:
Art. 121, § 2°, inciso VI do CP “Se o homicídio é cometido: contra a mulher por razões
da condição de sexo feminino: Pena - reclusão, de doze a trinta anos”.
O feminicídio (Art. 121, § 2°, inciso VI do CP) foi acrescentado pela Lei 13.104/15 no
Código Penal, assim como o art. 121, § 2o-A do CP, que foi acrescentado para
esclarecer quando a morte da mulher deve ser considerada em razão da condição do
sexo feminino.
Vale ressaltar ainda que a Lei 13.104/15 também acrescentou no art. 121, § 7º do CP,
que é uma majorante que eleva de um terço até a metade a pena do feminicídio, quando
o crime for prática nas hipóteses previstas.
Art. 121, § 2°, inciso VII do CP “Se o homicídio é cometido: contra autoridade ou
agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema
prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em
decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até
terceiro grau, em razão dessa condição: Pena - reclusão, de doze a trinta anos”.
Exemplo: Zé Pequeno mata Mévio, por ser ele é filho do policial Nascimento, o qual
havia prendido seu parceiro de crime Cabeleira. Traficante que mata o Policial Neto,
porque identificou ele como policial do BOPE.
É importante destacar que esta circunstância qualificadora tem natureza subjetiva, que é
incompatível com o privilégio.
Art. 121, 6o do CP “A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for
praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou
por grupo de extermínio”.
E- Homicídio Culposo:
Homicídio Culposo Simples: consiste em dar causa a morte de alguém por ato de
imprudência, negligência ou imperícia.
Art. 121, §3º do CP “Se o homicídio é culposo: Pena - detenção, de um a três anos”.
Art. 121, § 4o do CP “No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se
o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o
agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as
conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o
homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa
menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos”.
Perdão Judicial:
Art. 121, § 5º do CP “Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar
a pena, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave
que a sanção penal se torne desnecessária”.
O perdão judicial pode ser reconhecido pela seguinte rubrica: “o juiz pode deixar de
aplicar pena; o juiz não aplicará pena”.
Exemplo: art. 140, §1º, CP “O juiz pode deixar de aplicar a pena: I - quando o
ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria; II - no caso de retorsão
imediata, que consista em outra injúria”.
Art. 107, inciso IX do CP “Extingue-se a punibilidade: pelo perdão judicial, nos casos
previstos em lei”.
Art. 302 do CTB “Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor: Penas
- detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou
a habilitação para dirigir veículo automotor”.
2ª corrente: Entende que pode, conforme o art. 291 do CTB, pois o instituto jurídico do
perdão está inserido nas normas gerais (causa extintiva da punibilidade), bem como a
norma do art. 302 do CTB é considerada crime remetido. Pois o conceito de homicídio
culposo remete o Código Penal, e no CP é aplicado no perdão judicial.
Art. 291 do CTB “Aos crimes cometidos na direção de veículos automotores, previstos
neste Código, aplicam-se as normas gerais do Código Penal e do Código de Processo
Penal, se este Capítulo não dispuser de modo diverso, bem como a Lei nº 9.099, de 26
de setembro de 1995, no que couber. § 1o Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão
corporal culposa o disposto nos arts. 74, 76 e 88 da Lei no 9.099, de 26 de setembro de
1995, exceto se o agente estiver: I - sob a influência de álcool ou qualquer outra
substância psicoativa que determine dependência; II - participando, em via pública, de
corrida, disputa ou competição automobilística, de exibição ou demonstração de
perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade
competente; III - transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via em
50 km/h (cinqüenta quilômetros por hora). § 2o Nas hipóteses previstas no § 1o deste
artigo, deverá ser instaurado inquérito policial para a investigação da infração penal”.
A conduta criminosa consiste em “matar”, que é o ato de por fim a vida humana alheia.
Trata-se de crime de forma livre, porque pode ser executado de qualquer maneira (por
ação ou omissão). Quando o crime de homicídio é comissivo (ação), pode ser praticado
por:
Meios Diretos: são aqueles que atingem a estrutura da pessoa, ceifando sua vida;
Exemplo: afogamento.
O dolo pode ser direto (quando se quer o resultado) ou indireto (quando assume o risco
de produzir o resultado).
2.1.7 Consumação e Tentativa
De acordo com o art. 3º da Lei 9.434/97, para efeitos jurídicos, constata-se a morte com
a ocorrência da morte encefálica (morte cerebral).
Suicídio é matar a si próprio; por fim a própria existência humana. O suicídio e sua
tentativa não é crime.
Por que não se pune a tentativa? Para não gerar um aumento do desgosto pela vida de
quem quer se matar.
Portanto, suicídio é a supressão voluntária e direta da própria vida. Em que pese não
seja criminoso, o suicídio é considerado ato ilícito, conforme se depreende do art. 146,
§3º, II do CP bem como art. 798 do CC/02. É bom notar que nos aspectos religiosos
também o suicídio se mostra ilícito, como por exemplo, os judeus e católicos.
Art. 798 do CC/02 “O beneficiário não tem direito ao capital estipulado quando o
segurado se suicida nos primeiros dois anos de vigência inicial do contrato, ou da sua
recondução depois de suspenso, observado o disposto no parágrafo único do artigo
antecedente”.
C- Sujeitos do Crime:
Sujeito passivo: também qualquer pessoa, desde que tenha capacidade para
entender o ato de suicídio e possa ser levado a ele, sob pena de cometer crime de
homicídio.
Induzir: é incutir (criar) no pensamento de alguém uma ideia ainda não existente.
Agora, para que a conduta auxiliar possa configurar o art. 122 do CP é preciso que o
auxílio (ajuda) seja anterior ao ato de execução do suicídio, uma vez que o auxílio
prestado em ato de execução do suicídio, gera a responsabilidade ao agente pelo crime
de homicídio.
E- Elemento Subjetivo: O elemento subjetivo do suicídio é a vontade livre e
consciente de participar de suicídio alheio.
Porém, não havendo morte nem lesão corporal grave e, portanto, se dá participação
resulta lesão leve, o fato é atípico.
Por outro lado, Paulo José da Costa Júnior, que orienta a posição majoritária, entende
que não há tentativa no crime do art. 122 do CP. Isso porque o momento consumativo é
duplo, bem como não existe previsão de punição de crime tentado no preceito
secundário.
G- Figuras Agravadas:
Motivo egoístico: é aquele que revela desprezo pela vida humana alheia quando se
quer impor interesse próprio sobre interesse de terceiro. Normalmente ocorre
quando há concorrência entre pessoas.
Atenção: No entanto, esse critério deve ser casuisticamente analisado, pois em algumas
hipóteses a vítima pode ter um desenvolvimento psicológico avançado.
Art. 26, § único do CP “A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em
virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou
retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse entendimento”.
2.3 Infanticídio
A- Conceito:
Art. 123 do CP “Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o
parto ou logo após: Pena - detenção, de dois a seis anos”.
O infanticídio é modalidade de homicídio privilegiado. Configura homicídio, porque é
matar alguém. Considera-se privilegiado por ter tratamento penal mais benevolente,
bem como levam-se em conta as condições pessoais do sujeito ativo.
B- Objetividade jurídica:
O art. 123 do CP, o qual é nomeado de infanticídio tem como objetividade jurídica a
vida humana do nascente ou neonato.
C- Sujeitos do crime:
Atenção: O infanticídio é classificado como crime próprio, porque a lei exige requisito
especial do sujeito, que nesta hipótese é “matar o próprio filho”.
Tanto é verdade que o estado puerperal existe em toda mulher em trabalho de parto,
pois há decisões jurisprudenciais no sentido de se reconhecer o estado puerperal como
uma presunção.
Atenção: esse estado não retira a capacidade psíquica do sujeito ativo, mas apenas a
diminui.
O estado puerperal avança logo após o parto? Até quanto pode durar o referido
estado? O estado puerperal avança logo após o parto, mas não se sabe o tempo de
duração, que pode variar de mulher para mulher.
Porém, podemos afirmar que está encerrado o crime de infanticídio quando surge o
estado de bonança, que é o estado maternal em que a mulher demonstra os primeiros
sinais de afetividade para com o filho. Após o estado de bonança, qualquer prática
delituosa tendente a suprimir a vida configurará crime de homicídio.
E- Elemento Subjetivo: Trata-se de crime doloso, que consistente na vontade livre e
consciente de matar o próprio filho durante ou logo após o estado puerperal.
A mãe responde por infanticídio e o terceiro responde também pelo art. 123 do CP,
se não concorreu na pratica dos atos de execução da morte do sujeito passivo.
A- Conceito: A doutrina faz uma crítica à denominação do crime, porque não deveria
chamar aborto, mas abortamento, uma vez que aborto é produto do abortamento. Ocorre
que a crítica não prosperou, porque houve inúmeras reformas no CP sem nenhuma
alteração.
Observação: Gravidez normal é a gravidez uterina (é a gravidez que deve ser normal, e
não o produto dela), porque quando a gravidez é anormal pode ensejar o aborto
necessário.
Atenção: O art. 129, §2º, V do CP prevê a figura da lesão corporal dolosa gravíssima,
cujo resultado é o aborto. Esta modalidade é a única hipótese em que o resultado de um
crime preterdoloso é imputado ao sujeito ativo a título de culpa.
D- Sujeitos do Crime:
Regra geral, aborto é crime comum (sujeito ativo pode ser qualquer pessoa). Porém, na
hipótese do art. 124 do CP o aborto é classificado como crime próprio.
Art. 124 do CP “Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque:
Pena - detenção, de um a três anos”.
O Aborto é crime de forma livre, isto é, o meio empregado para provocar o aborto deve
ser meio idôneo, porque crendices populares, desde que não haja contato invasivo na
gestante, não são meios idôneos.
A pílula do dia seguinte também não é considerada atividade abortiva, mas meio
anticonceptivo. Os meios empregados para provocar o aborto podem ser: meios físicos
(agulha) e meios químicos (citotec).
É possível aborto por omissão? Sim. Como por exemplo, o médico (apaixonado e
abandonado) detentor do dever de agir para com a gestação, dolosamente deixa de agir,
resultando na morte do feto.
F- Consumação e Tentativa: O momento consumativo é a morte do produto da
concepção (morte intrauterina). Trata-se de crime material e, portanto, cabe tentativa
(inicia-se a prática do aborto, não se consumando por circunstâncias alheias à vontade
do agente).
Art. 124 do CP “Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque:
Pena - detenção, de um a três anos”.
O auto aborto é a única modalidade de aborto classificada como crime próprio, cujo
sujeito ativo é a gestante ou terceiro.
Isso porque, o coautor do art. 124 será autor (sujeito ativo) do art. 125 ou 126 do CP,
dependo da validade do consentimento da gestante (a grávida responderá pelo art. 124
do CP).
O consentimento pode ser revogado? Sim. Sendo revogado, qual o efeito jurídico?
Depende. Para saber as consequências jurídicas, devemos verificar o momento em que
terceiro poderá responder pelo art. 125 do CP.
Desse modo, a revogação do consentimento para produzir efeito jurídico deve ocorrer
até o momento que antecede a primeira manobra abortiva na pessoa da gestante.
Art. 127 do CP “As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um
terço, se, em consequência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a
gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer
dessas causas, lhe sobrevém a morte”.
Caso a gestante sofra lesão corporal, o partícipe responderá pela prática do art. 124 do
CP em concurso com o 129, §6º do CP.
Nesta hipótese, Maria responde pela prática do art. 124 do CP. Pedro como participe da
prática do art.124 do CP e João pela prática do art. do CP 126.
D- Aborto Legal:
Aborto Legal:
Art. 128, I do CP “Não se pune o aborto praticado por médico: se não há outro meio
de salvar a vida da gestante”.
Mas e se ela não puder mais gerar? Ela pode ter filho antecedente que precise do
cuidado maternal.
E se ela não tem filho? Mesmo que não possa gerar nem ter filho, ela tem o direito de
exercer a maternidade por meio do instituto da adoção.
Essa modalidade de aborto não precisa de autorização (consentimento) da gestante,
porque o aborto é necessário (o juízo de valor é do profissional – médico ou não). Sendo
médico, haverá isenção total de responsabilidade penal. Contudo, caso não seja médico,
a conduta estará acobertada pelo estado de necessidade (art. 24 do CP).
Art. 128, II do CP “Não se pune o aborto praticado por médico: se a gravidez resulta
de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de
seu representante legal”.
Se a própria gestante realiza o autoaborto, ela pode ser punida pelo art.
124, CP.
Por outro lado, o juiz negar, pois isso é aborto, em razão de ausência de
pressuposto legal (as decisões que negam a interrupção da gravidez têm
como fundamento na inexistência de amparo legal).
3.1 Introdução
A- Conceito:
C-Objeto Material:
D- Sujeitos do Crime:
Art. 168, §2º do CPP “Se o exame tiver por fim precisar a
classificação do delito no art. 129, § 1o, I, do Código
Penal, deverá ser feito logo que decorra o prazo de 30
dias, contado da data do crime”.
4.1 Introdução
A- Conceito:
D- Sujeitos do Crime:
I- Modalidades:
A- Conceito:
D- Sujeitos do Crime:
A- Conceito:
Art. 132 do CP “Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo
direto e iminente: Pena - detenção, de três meses a um ano,
se o fato não constitui crime mais grave”.
D- Sujeitos do Crime:
H- Consumação e Tentativa:
I- Modalidade Majorada:
A- Conceito:
D- Sujeitos do Crime:
Sujeito Ativo: é aquele que tem o dever de zelar pela vítima. Trata-
se de delito próprio, exigindo-se uma relação de dependência entre o
sujeito ativo e a vítima do abandono.
I- Modalidades:
Qualificada:
Lesão grave:
Morte:
Majorada:
Art. 133, § 3º do CP “As penas cominadas neste artigo
aumentam-se de um terço: I - se o abandono ocorre em lugar
ermo; II - se o agente é ascendente ou descendente,
cônjuge, irmão, tutor ou curador da vítima. III – se a
vítima é maior de 60 anos”.
A- Conceito:
D- Sujeitos do Crime:
I- Modalidades:
D- Sujeitos do Crime:
C- Sujeitos do Crime:
G- Modalidade agravada:
A- Conceito:
C-Objeto Material:
D- Sujeitos do Crime:
I- Modalidades:
Qualificada:
Lesão grave:
Morte:
Majorada:
5. RIXA
A- Conceito:
B- Objeto Jurídico:
C-Objeto Material:
D- Sujeitos do Crime:
Sujeito Ativo:
Sujeito Passivo:
H- Consumação e Tentativa:
I- Modalidades:
Simples:
Qualificada: