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Aula 03

Direito Administrativo p/ XX Exame de Ordem - OAB


Professores: Érica Porfírio, Erick Alves
Direito Administrativo para XX Exame OAB 2016
Teoria e exercícios comentados
Prof. Erick Alves Aula 03

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AULA 03

Olá pessoal!

Na aula de hoje estudaremos os consórcios públicos, as agências


reguladoras e as entidades paraestatais.

Dos assuntos da aula, os consórcios públicos é que possuem maior


histórico de cobrança nas provas da OAB, seguidos pelas OSCIP, no
âmbito das entidades paraestatais. Portanto, redobre a atenção nesses
temas.

Nosso sumário é o seguinte:

SUMÁRIO

Consórcios públicos ....................................................................................................................................................... 3


Entidades paraestatais.............................................................................................................................................. 20
Serviços sociais autônomos ................................................................................................................................... 22
Organizações sociais (OS)....................................................................................................................................... 27
Organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIP) ............................................................... 35
Principais distinções entre OS e OSCIP ............................................................................................................. 43
Agências reguladoras................................................................................................................................................. 47
RESUMÃO DA AULA ..................................................................................................................................................... 63
Jurisprudência da aula .............................................................................................................................................. 66
Questões comentadas na aula ............................................................................................................................... 72
Gabarito ............................................................................................................................................................................. 82

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Preparados? Aos estudos!

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CONSÓRCIOS PÚBLICOS

Como já adiantado na aula passada, os consórcios públicos, quando


constituídos com personalidade jurídica de direito público, integram a
Administração Indireta dos entes consorciados, sob a forma de
associações públicas. Contudo, a doutrina diverge sobre se essas
associações integrariam a Administração Indireta como uma quinta
espécie de entidade, ao lado de autarquias, fundações, empresas públicas
e sociedades de economia mista, ou, tão somente, como uma subdivisão
do gênero autarquia. Vejamos.
Os consórcios públicos são figuras administrativas previstas
originalmente no art. 241 da Constituição Federal, o qual estabelece:

Art. 241 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios


disciplinarão por meio de lei os consórcios públicos e os convênios de
cooperação entre os entes federados, autorizando a gestão associada de
serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de encargos,
serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos.

Com suporte no art. 241 da CF, a Lei 11.107/2005 foi editada para
estabelecer normas gerais para que a União, os Estados, o DF e os
Municípios contratassem consórcios públicos para a realização de objetivos
de interesse comum, promovendo a gestão associada a que alude o
citado mandamento constitucional.
Regulamentando a matéria, o Decreto 6.017/2007 define consórcio
público da seguinte forma:

Consórcio público: pessoa jurídica formada exclusivamente por


entes da Federação, para estabelecer relações de cooperação federativa,
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inclusive a realização de objetivos de interesse comum, constituída como


associação pública, com personalidade jurídica de direito público e
natureza autárquica, ou como pessoa jurídica de direito privado sem fins
econômicos.

Consórcio público, portanto, é pessoa jurídica formada


exclusivamente por entes federados (União, Estados, DF e Municípios)
com a finalidade de cooperação federativa (realização de objetivos de
interesse comum). Diferem-se dos convênios pelo fato de que estes, ao
contrário dos consórcios, são despersonificados, ou seja, não possuem
personalidade jurídica; ademais, os convênios podem ser celebrados entre

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entidades públicas e privadas (pessoa física ou jurídica). Já o consórcio


público é formalizado necessariamente entre entes políticos/federados.
O objeto dos consórcios públicos, ressalte-se, consiste na realização
de atividades e metas de interesse comum das pessoas federativas
consorciadas. A ideia é que determinados serviços públicos, por sua
natureza ou extensão territorial, demandam a presença de mais de uma
pessoa pública para que sejam efetivamente executados.
Pode haver, por exemplo, um consórcio entre dois Estados, entre um
Estado e o Distrito Federal, entre a União e vários Estados. Não poderá,
contudo, haver consórcio público constituído unicamente pela União e
Municípios. Deve haver sempre a participação do Estado em cujo
território estejam situados os Municípios consorciados 1. Também não pode
haver consórcio público celebrado entre um Estado e Município de
outro Estado. Entretanto, podem ser celebrados consórcios públicos
entre o Distrito Federal e Municípios.
O consórcio público será constituído por contrato. Carvalho Filho
esclarece que há dois requisitos formais prévios à formação do
consórcio:
1) Subscrição prévia de protocolo de intenções.
2) Ratificação do protocolo por lei.
Primeiramente, deve haver a prévia subscrição de protocolo de
intenções (Lei 11.107/2005, art. 3º). Esse protocolo é uma espécie de
“contrato preliminar”, que representa a manifestação formal da vontade
do ente estatal para participar do negócio público. Na verdade, o protocolo
de intenções corresponde ao próprio conteúdo do ajuste, devendo já
conter as cláusulas que definam a atuação dos entes estatais e as formas
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de consecução de seus objetivos.


Firmado o protocolo, deverá este ser ratificado por lei (art. 5º).
Assim, o Poder Legislativo de cada ente da Federação consorciado deverá
editar uma lei a título de ratificação do protocolo de intenções; esta,
porém, será dispensada se a entidade pública, ao momento do protocolo,
já tiver editado lei disciplinadora de sua participação no consórcio (art. 6º,
§2º).

1 Lei art A União somente participará de consórcios públicos em que também


façam parte todos os Estados em cujos territórios estejam situados os Municípios consorciados .

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Após ser ratificado pelos entes da Federação interessados, mediante


lei, o protocolo de intenções converte-se no contrato do consórcio
público.
O consórcio público adquirirá personalidade jurídica (art. 6º):
 de direito público, no caso de constituir associação pública,
mediante a vigência das leis de ratificação do protocolo de
intenções;
 de direito privado, mediante o atendimento dos requisitos da
legislação civil.

Assim, quanto à formalização do consórcio, exige-se que as partes


constituam uma pessoa jurídica, sob a forma de associação pública ou
de pessoa jurídica de direito privado.
Quando assumir a forma de associação pública, terá personalidade
jurídica de direito público e integrará a Administração Indireta das
pessoas federativas consorciadas. É o que dispõe o art. 6º, §1º da
Lei 11.107/2005:

§ 1o O consórcio público com personalidade jurídica de direito público


integra a administração indireta de todos os entes da Federação
consorciados.

Nesse caso, terá todas as prerrogativas e privilégios próprios das


pessoas jurídicas de direito público.
No que concerne ao enquadramento das associações públicas na
Administração Indireta, existem posicionamentos diversos na
doutrina: parte entende que são uma espécie de autarquia, no caso,
uma autarquia interfederativa, e parte entende que são uma
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nova entidade da Administração Indireta que, à semelhança das


autarquias, têm personalidade jurídica de direito público e autonomia
administrativa e financeira. Carvalho Filho comunga do primeiro
entendimento e Maria Sylvia Di Pietro, do segundo.
Exemplo de associação pública é a Autoridade Pública Olímpica –
APO, consórcio formado pela União, Estado e Município do Rio de Janeiro
com vistas à preparação e realização dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos
de 20162.
Por outro lado, caso se institua como pessoa jurídica de direito
privado, assumirá a forma de associação civil e, em princípio, estará
2 Lei 12.396/2011

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fora da Administração Indireta. Parte da doutrina, contudo, entende que a


entidade representativa do consórcio público se incluirá na Administração
Indireta dos entes federativos consorciados mesmo se for constituída com
personalidade jurídica de direito privado, uma vez que seu objeto é a
prestação de serviços públicos de forma descentralizada por pessoa
jurídica formada exclusivamente por pessoas da federação.
Quanto à alteração ou extinção do consórcio, o art. 12 da lei
determina que dependerá de instrumento aprovado pela assembleia
geral, ratificado mediante lei por todos os entes consorciados. Nos
termos do §2º do art. 12, “até que haja decisão que indique os
responsáveis por cada obrigação, os entes consorciados responderão
solidariamente pelas obrigações remanescentes, garantindo o direito de
regresso em face dos entes beneficiados ou dos que deram causa à
obrigação.”
O regime jurídico do consórcio com personalidade jurídica de direito
privado é híbrido. Seu quadro de pessoal terá regime trabalhista,
submetido às normas da CLT. Todavia, o consórcio público de direito
privado deve observar as normas de direito público no que concerne a
realização de licitação, celebração de contratos, prestação de
contas e admissão de pessoal mediante concurso público (art. 6º, §2º).
Para o cumprimento de seus objetivos, o consórcio público poderá
firmar convênios, contratos, acordos de qualquer natureza, além de
receber auxílios, contribuições e subvenções sociais ou econômicas
de outras entidades e órgãos do governo. Havendo previsão no contrato,
o consórcio também poderá promover desapropriações e instituir
servidões administrativas. Pode ainda o consórcio ser contratado
mediante dispensa de licitação pela administração direta ou indireta dos
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entes da Federação consorciados (art. 2º, §1º).


A lei admite, ainda, que os consórcios públicos arrecadem tarifas e
outros preços públicos no caso de ser prestado algum serviço ou quando
administrarem bens públicos cujo uso seja remunerado (art. 2º, §2º).
Os entes consorciados se comprometem a fornecer recursos
financeiros ao consórcio público para realização de suas despesas
mediante um instrumento chamado contrato de rateio, formalizado em
cada exercício financeiro e com prazo de vigência não superior ao das
dotações que o suportam, com exceção dos contratos que tenham por
objeto exclusivamente projetos consistentes em programas e ações

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contemplados em plano plurianual ou a gestão associada de serviços


públicos custeados por tarifas ou outros preços públicos.
Ademais, poderá ser firmado contrato de programa entre o
consórcio e um de seus consorciados, a fim de que este último assuma a
obrigação de prestar serviços por meio de seus próprios órgãos
(Administração Direta) ou por meio de entidades da Administração
Indireta (art. 4º, XI, d).
O representante legal do consórcio público obrigatoriamente
deverá ser eleito dentre os Chefes do Poder Executivo dos entes da
Federação consorciados. A forma de sua eleição e a duração de seu
mandato devem estar previstas no protocolo de intenções (art. 4º, VIII).
Por fim, importante ressaltar que o consórcio público está sujeito à
fiscalização contábil, operacional e patrimonial pelo Tribunal de Contas
competente para apreciar as contas do Chefe do Poder Executivo
representante legal do consórcio, inclusive quanto à legalidade,
legitimidade e economicidade das despesas, atos, contratos e renúncia de
receitas. No entanto, isso não afasta o controle externo a ser exercido
pelos Tribunais de Contas responsáveis pela fiscalização dos demais entes
consorciados, em razão dos recursos disponibilizados nos contratos de
rateio.

1. (FGV – OAB 2016) O Estado X e os Municípios A, B e C subscreveram


protocolo de intenções para a constituição de um consórcio com personalidade
jurídica de direito privado para atuação na coleta, descarte e reciclagem de lixo
produzido no limite territorial daqueles municípios. Com base no caso apresentado,
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assinale a afirmativa correta.


A) Por se tratar de consórcio a ser constituído entre entes de hierarquias diversas, a
saber, Estado e Municípios, é obrigatória a participação da União.
B) O consórcio de direito privado a ser constituído pelo Estado e pelos Municípios
não está alcançado pela exigência de prévia licitação para os contratos que vier a
celebrar.
C) O consórcio entre o Estado e os Municípios será constituído por contrato e
adquirirá personalidade jurídica mediante o atendimento dos requisitos da legislação
civil.
D) Por se tratar de consórcio para atuação em área de relevante interesse coletivo,

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não se admite que seja constituído com personalidade de direito privado.


Comentário: Vamos analisar cada alternativa:
a) ERRADA. Não é obrigatória a participação da União em consórcios
celebrados entre Estados e Municípios. O que a lei prescreve, na verdade, é
que “a União somente participará de consórcios públicos em que também
façam parte todos os Estados em cujos territórios estejam situados os
Municípios consorciados” (Lei 11.107/2005, art. 1º, §2º). Ou seja, se a União
quiser celebrar consórcio com algum Município, necessariamente deverá
haver a participação do Estado correspondente.
b) ERRADA. Conforme o art. 6º, §2º da Lei 11.107/2005, o consórcio
público de direito privado deve observar as normas de direito público no que
concerne a realização de licitação, celebração de contratos, prestação de
contas e admissão de pessoal mediante concurso público.
c) CERTA. Segundo o art. 3º da Lei 11.107/2005, “o consórcio público será
constituído por contrato cuja celebração dependerá da prévia subscrição de
protocolo de intenções”. Por sua vez, o art. 6º da lei prescreve que o o
consórcio público adquirirá personalidade jurídica:
I – de direito público, no caso de constituir associação pública, mediante
a vigência das leis de ratificação do protocolo de intenções;
II – de direito privado, mediante o atendimento dos requisitos da
legislação civil.
d) ERRADA. A lei não impõe restrições em relação ao objeto dos
consórcios públicos com personalidade jurídica de direito privado. A escolha
do regime jurídico do consórcio é um ato discricionário do Poder Público.
Gabarito: alternativa “c”

2. (FGV – OAB 2011) A Lei 11.107, de 6 de abril de 2005, dispõe sobre normas
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gerais para a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios contratarem


consórcios públicos para a realização de objetivos de interesse comum. A respeito
do regime jurídico aplicável a tais consórcios públicos, assinale a alternativa correta.
(A) É vedada a celebração de contrato de consórcio público cujo valor seja inferior a
R$ 20.000.000,00 (vinte milhões) de reais.
(B) Os consórcios públicos na área de saúde, em razão do regime de gestão
associada, são dispensados de obedecer aos princípios que regulam o Sistema
Único de Saúde.
(C) É vedada a celebração de contrato de consórcio público para a prestação de
serviços cujo período seja inferior a 5 (cinco) anos.
(D) A União somente participará de consórcios públicos em que também façam parte

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todos os Estados em cujos territórios estejam situados os Municípios consorciados.


Comentários: vamos analisar cada assertiva:
a) ERRADA. A Lei 11.107/2005 não impõe limite de valor para a celebração
de consórcios públicos.
b) ERRADA. Segundo o art. 1º, §3º da Lei 11.107/2005, “os consórcios
públicos, na área de saúde, deverão obedecer aos princípios, diretrizes e
normas que regulam o Sistema Único de Saúde – SUS”.
c) ERRADA. A Lei 11.107/2005 não impõe limite de prazo para o contrato
de consórcio público.
d) CERTA. Não poderá haver consórcio público constituído unicamente
pela União e Municípios. Deve haver sempre a participação do Estado em cujo
território estejam situados os Municípios consorciados. É o que prevê o art. 1º,
§2º da Lei 11.107/2005:
§ 2o A União somente participará de consórcios públicos em que também façam parte
todos os Estados em cujos territórios estejam situados os Municípios consorciados.
Gabarito: alternativa “d”

3. (FGV – OAB 2012) Quatro municípios celebram um consórcio público para


desenvolverem um projeto comum para o tratamento industrial de lixo coletado em
suas respectivas áreas, criando uma pessoa jurídica para gerenciar as atividades do
consórcio. À luz da legislação aplicável, assinale a alternativa correta.
(A) Como se trata de atividade tipicamente estatal, essa pessoa jurídica
administrativa deverá ser obrigatoriamente uma autarquia, criada por lei oriunda do
maior município celebrante do pacto.
(B) O ordenamento jurídico brasileiro admite, no caso, tanto a criação de uma
pessoa jurídica de direito público (a chamada associação pública) quanto de direito
privado. 89144404190

(C) O ordenamento jurídico brasileiro não admite a criação de uma entidade desse
tipo, pois as pessoas jurídicas integrantes da Administração Indireta são apenas as
indicadas no art. 5º do Decreto-Lei 200/67.
(D) A pessoa jurídica oriunda de um consórcio público não poderá ser, em hipótese
alguma, uma pessoa jurídica de direito privado, pois isso não é admitido pela
legislação aplicável.
Comentários: vamos analisar cada alternativa:
a) ERRADA. A gestão associada de serviços públicos entre entes
políticos distintos deve ser promovida pela celebração de convênios ou pela
formação de consórcios públicos, e não pela criação de autarquia única. Com
efeito, a jurisprudência do STF veda a criação de autarquias interestaduais ou

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intermunicipais; portanto, essa não poderia ser a solução adotada no caso


concreto da questão.
b) CERTA. O art. 6º da Lei 11.107/2005 admite que os consórcios públicos
possuam personalidade jurídica de direito público ou de direito privado:
Art. 6o O consórcio público adquirirá personalidade jurídica:
I – de direito público, no caso de constituir associação pública, mediante a vigência
das leis de ratificação do protocolo de intenções;
II – de direito privado, mediante o atendimento dos requisitos da legislação civil.
c) ERRADA. A Lei 11.107/2005 “dispõe sobre normas gerais de
contratação de consórcios públicos e dá outras providências”. O art. 1º da lei
não deixa dúvidas a respeito da possibilidade de se formar um consórcio
público para que os Municípios desenvolvam um projeto comum para o
tratamento industrial de lixo coletado:
Art. 1o Esta Lei dispõe sobre normas gerais para a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios contratarem consórcios públicos para a realização de
objetivos de interesse comum e dá outras providências.
d) ERRADA. A Lei 11.107/2005 admite a criação de consórcio público
como pessoa jurídica de direito privado, conforme o art. 6º transcrito acima.
Tal possibilidade também está prevista no art. 1º, §1º:
§ 1o O consórcio público constituirá associação pública ou pessoa jurídica de direito
privado.
Gabarito: alternativa “b”

4. (FGV – OAB 2013) A União celebrou protocolo de intenções com o Estado A e


os Municípios X, Y e Z do Estado B, todos em regiões de fronteira, para a
constituição de um consórcio público na área de segurança pública.
Considerando a disciplina legislativa acerca dos consórcios públicos, assinale a
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afirmativa correta.
A) O consórcio público pode adquirir personalidade jurídica de direito público,
constituindo-se em uma associação pública.
B) O consórcio público representa uma comunhão de esforços, não adquirindo
personalidade jurídica própria.
C) A União não pode constituir consórcio do qual façam parte Municípios não
integrantes de Estado não conveniado.
D) O consórcio público adquire personalidade jurídica com a celebração do protocolo
de intenções.
Comentários:

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a) CERTA, nos termos do art. 6º, I da Lei 11.107/2005:


Art. 6o O consórcio público adquirirá personalidade jurídica:
I – de direito público, no caso de constituir associação pública, mediante a vigência
das leis de ratificação do protocolo de intenções;
II – de direito privado, mediante o atendimento dos requisitos da legislação civil.
b) ERRADA. Conforme se nota no caput do art. 6º transcrito acima, o
consórcio público adquirirá personalidade jurídica.
c) ERRADA. Segundo o art. 1º, §2º da Lei 11.107/2005, a União somente
participará de consórcios públicos em que também façam parte todos os
Estados em cujos territórios estejam situados os Municípios consorciados.
Assim, por exemplo, para a União participar de um consórcio com o Município
de Campo Grande, o Estado do Mato Grosso do Sul também deverá fazer parte
do ajuste.
d) ERRADA. Caso seja um consórcio público de direito público, a
personalidade jurídica será adquirida mediante a vigência das leis de
ratificação do respectivo protocolo de intenções. Caso seja um consórcio
público de direito privado, a personalidade jurídica será adquirida mediante o
atendimento dos requisitos da legislação civil.
Gabarito: alternativa “a”

5. (FGV – OAB 2014) Os municípios A, B e C formam o consórcio ABC, com


personalidade jurídica de direito privado, para a realização de objetivos de interesse
comum. Para o desempenho das atividades, o consórcio pretende promover
desapropriações, com vistas a obter terrenos, onde, futuramente casas populares
com recursos transferidos pelo Governo Federal.
Considerando a disciplina legislativa acerca dos consórcios públicos, assinale a
afirmativa correta. 89144404190

A) Os Municípios A, B e C não podem constituir consórcio que não se revista de


personalidade jurídica de direito público.
B) O consórcio público que tenha personalidade jurídica de direito privado, ainda que
constituído por entes públicos, não pode promover desapropriações.
C) A União poderá firmar convênios com o consórcio ABC para fins de transferência
voluntária de recursos.
D) Apenas os consórcios constituídos sob a forma de pessoas jurídicas de direito
público podem receber recursos transferidos pela União.
Comentários: vamos analisar cada alternativa:
a) ERRADA. O art. 6º da Lei 11.107/2005 admite a criação de consórcio

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público como pessoa jurídica de direito público ou de direito privado.


b) ERRADA. O art. 2º, §1º, II da Lei 11.107/2005 dá a entender que apenas
os consórcios de direito público podem promover desapropriações e instituir
servidões administrativas. Veja:
Art. 2o Os objetivos dos consórcios públicos serão determinados pelos entes da
Federação que se consorciarem, observados os limites constitucionais.
§ 1o Para o cumprimento de seus objetivos, o consórcio público poderá:
I – firmar convênios, contratos, acordos de qualquer natureza, receber auxílios,
contribuições e subvenções sociais ou econômicas de outras entidades e órgãos do
governo;
II – nos termos do contrato de consórcio de direito público, promover
desapropriações e instituir servidões nos termos de declaração de utilidade ou
necessidade pública, ou interesse social, realizada pelo Poder Público; e
III – ser contratado pela administração direta ou indireta dos entes da Federação
consorciados, dispensada a licitação.
Todavia, o Decreto 6.017/2007, que regulamenta a Lei 11.107/2005, dá
margem para que os consórcios de direito privado também tenham tais
competências, desde que previsto no contrato de programa:
Art. 10. Para cumprimento de suas finalidades, o consórcio público poderá:
I - firmar convênios, contratos, acordos de qualquer natureza, receber auxílios,
contribuições e subvenções sociais ou econômicas;
II - ser contratado pela administração direta ou indireta dos entes da Federação
consorciados, dispensada a licitação; e
III - caso constituído sob a forma de associação pública, ou mediante previsão
em contrato de programa, promover desapropriações ou instituir servidões nos
termos de declaração de utilidade ou necessidade pública, ou de interesse social.
Nessa linha, Maria Sylvia Di Pietro ensina que “independentemente da
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natureza pública ou privada” os consórcios públicos podem promover


desapropriações e instituir servidões.
c) CERTA. É o que prevê o art. 14 da Lei 11.107/2005:
Art. 14. A União poderá celebrar convênios com os consórcios públicos, com o
objetivo de viabilizar a descentralização e a prestação de políticas públicas em escalas
adequadas.

d) ERRADA. Como se nota no art. 2º da Lei 11.107/2005 e no art. 10 do


Decreto 6.017/2007, transcritos nos comentários às alternativas “a” e “b”
acima, os consórcios públicos podem firmar convênios, contratos, acordos de
qualquer natureza, receber auxílios, contribuições e subvenções sociais ou
econômicas de outras entidades e órgãos do governo. A professora Di Pietro

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ensina que tal faculdade assiste aos consórcios públicos “independentemente


da natureza pública ou privada”.
Gabarito: alternativa “c”

6. (Cespe – OAB 2010) Em cada uma das opções abaixo, é apresentada uma
situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada com relação à
organização da administração pública. Assinale a opção em que a assertiva está
correta.
A) Hélio pretende ingressar com ação ordinária de repetição de indébito, visando à
devolução do imposto de renda que fora pago, conforme alega, indevidamente.
Nessa situação, a ação deverá ser proposta em face da Receita Federal do Brasil.
B) A União qualificou uma instituição privada como organização social. Nessa
situação, essa instituição passará a integrar a administração indireta da União.
C) Jorge ingressou com reclamação trabalhista contra sociedade de economia mista
federal exploradora de atividade econômica, em regime de ampla concorrência.
Nessa situação, conforme o regime constitucional, os bens dessa empresa não
podem ser penhorados, já que ela integra a administração indireta da União.
D) Mediante previsão do contrato de consórcio público, foi firmado contrato de
programa entre a União e entidade que integra a administração indireta de um
estado consorciado. Nessa situação, esse contrato de programa será
automaticamente extinto caso o contratado deixe de integrar a administração indireta
do estado consorciado.
Comentários: vamos analisar cada alternativa:
a) ERRADA. A Receita Federal, na qualidade de órgão público da
administração direta federal, não possui capacidade processual, uma vez que
não possui personalidade jurídica. Portanto, no caso, Hélio deveria ingressar
com a ação em face da União, e não da Receita Federal.
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b) ERRADA. As instituições privadas qualificadas como organizações


sociais não passam a integrar a administração indireta da União. Tais
instituições são consideradas entidades paraestatais, pois são fomentadas
pelo Estado, mas sem a ele pertencerem.
c) ERRADA. Os bens das sociedades de economia mista exploradas de
atividade econômica são considerados bens privados. Em consequência, não
possuem as prerrogativas próprias de bens públicos, como a
impenhorabilidade.
d) CERTA, conforme previsto no art. 13, §6º da Lei 11.107/2005:
§ 5o Mediante previsão do contrato de consórcio público, ou de convênio de
cooperação, o contrato de programa poderá ser celebrado por entidades de direito

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público ou privado que integrem a administração indireta de qualquer dos entes da


Federação consorciados ou conveniados.
§ 6o O contrato celebrado na forma prevista no § 5o deste artigo será
automaticamente extinto no caso de o contratado não mais integrar a
administração indireta do ente da Federação que autorizou a gestão associada
de serviços públicos por meio de consórcio público ou de convênio de
cooperação.

Gabarito: alternativa “d”

7. (Cespe – AGU 2013) Embora o consórcio público possa adquirir personalidade


jurídica de direito público ou de direito privado, em ambas as hipóteses a
contratação de pessoal deverá ser regida pela Consolidação das Leis do Trabalho,
pois a legislação veda a admissão de pessoal no regime estatutário.
Comentário: A questão está errada. A Lei 11.107/2005 estabelece que o
pessoal dos consórcios públicos com personalidade jurídica de direito privado
deverá ser regido pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT:
§ 2o No caso de se revestir de personalidade jurídica de direito privado, o
consórcio público observará as normas de direito público no que concerne à realização
de licitação, celebração de contratos, prestação de contas e admissão de pessoal,
que será regido pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT.
Quanto aos consórcios de direito público, não há impedimento para que
sejam admitidos no regime estatutário.
Gabarito: Errado

8. (ESAF – SUSEP 2010) Em nossos dias, embora sequer sejam citadas(os) pelo
Decreto-Lei n. 200/1967, também integram a administração indireta as(os):
a) Organizações Sociais de Interesse Público.
b) Organizações Não-Governamentais sem fins lucrativos.
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c) Organizações Sociais.
d) Consórcios Públicos com personalidade jurídica de direito público.
e) Parceiros Público-Privados sem fins lucrativos.
Comentários: Nos termos da Lei 11.107/2005, que dispõe sobre normas
gerais de contratação de consórcios públicos:
Art. 6o O consórcio público adquirirá personalidade jurídica:
I – de direito público, no caso de constituir associação pública, mediante a vigência
das leis de ratificação do protocolo de intenções;
II – de direito privado, mediante o atendimento dos requisitos da legislação civil.
§ 1o O consórcio público com personalidade jurídica de direito público integra a

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administração indireta de todos os entes da Federação consorciados.

Portanto, correta a alternativa “d”.


As entidades referidas nas opções “a”, “b” e “c”, Organizações Sociais
de Interesse Público, Organizações Não-Governamentais e Organizações
Sociais, respectivamente, são consideradas entidades paraestatais, isto é,
entes privados que colaboram com o Estado no desempenho de atividades de
interesse público, mas que não integram a Administração formal, direta ou
indireta. Já os Parceiros Público-Privados (opção “e”), embora prestem
serviços públicos por delegação do Poder Púbico, também não são
considerados integrantes da Administração Pública direta ou indireta.
Gabarito: alternativa “d”

9. (ESAF – AFRFB 2014) Em se tratando dos Consórcios públicos, Terceiro Setor


e o disposto na Instrução Normativa SLTI/MP n. 02 de 2008, é correto afirmar:
a) a lei que rege os consórcios públicos prevê dois tipos de contratos a serem
firmados pelos entes consorciados: o contrato de rateio e o contrato de cooperação.
b) o serviço deverá ser executado obrigatoriamente pelos cooperados, vedando-se
qualquer intermediação, quando se tratar da contratação de cooperativas.
c) o terceiro setor compreende as entidades da sociedade civil de fins públicos e
lucrativos coexistindo com o primeiro setor, que é o Estado, e o segundo setor, que é
o mercado.
d) é vedado ao consórcio público a possibilidade de ser contratado pela
administração direta ou indireta dos entes da Federação consorciados, com
dispensa de licitação.
e) no caso de extinção do consórcio público, os entes consorciados responderão
subsidiariamente pelas obrigações remanescentes, até que haja decisão que indique
os responsáveis por cada obrigação. 89144404190

Comentários: Vamos analisar cada alternativa:


a) ERRADA. A Lei 11.107/2005, que rege os consórcios públicos, prevê
dois tipos de contratos a serem firmados pelos entes consorciados, a saber:
contrato de rateio e contrato de programa. Portanto, a assertiva erra ao falar
em “contrato de cooperação”.
Contrato de rateio é o instrumento pelo qual os entes consorciados se
comprometem a aportar recursos financeiros para a realização das despesas
do consórcio público (art. 8º).
Já contrato de programa é o instrumento pelo qual devem ser
constituídas e reguladas as obrigações que um ente da Federação, inclusive
sua administração indireta, tenha para com outro ente da Federação, ou para

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com consórcio público, no âmbito da prestação de serviços públicos por meio


de cooperação federativa (art. 13).
Por outro lado, a lei não prevê a figura de contrato de cooperação. O que
existe são os convênios de cooperação, conforme previsto no art. 241 da CF:
Art. 241. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinarão por meio
de lei os consórcios públicos e os convênios de cooperação entre os entes
federados, autorizando a gestão associada de serviços públicos, bem como a
transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à
continuidade dos serviços transferidos.

Como se vê, consórcios públicos e convênios de cooperação têm por


objetivo promover a gestão associada de serviços públicos; porém, são
institutos jurídicos distintos.
De fato, convênios de cooperação são pactos firmados exclusivamente
por entes da Federação, com o objetivo de autorizar a gestão associada de
serviços públicos, desde que ratificado ou previamente disciplinado por lei
editada por cada um deles (Decreto 6.017/2007, art. 1º, VIII). Nos convênios,
não há a criação de pessoa jurídica. Há um mero acordo de cooperação. Nos
consórcios públicos, por sua vez, há uma reunião exclusiva de entes políticos,
e a formação de uma nova pessoa jurídica, com a personalidade jurídica de
direito público (associação pública) ou de direito privado.
b) CERTA. A assertiva trata das disposições da IN SLTI 2/2008, que dispõe
sobre regras e diretrizes para a contratação de serviços, continuados ou não.
A norma prevê que a contratação de sociedades cooperativas somente poderá
ocorrer quando, pela sua natureza, o serviço a ser contratado puder ser
executado com autonomia pelos cooperados, de modo a não demandar
relação de subordinação entre a cooperativa e os cooperados, nem entre a
Administração e os cooperados (art. 4º, I). Ademais, o art. 5º da IN prevê o
seguinte: 89144404190

Art. 5º Não será admitida a contratação de cooperativas ou instituições sem fins


lucrativos cujo estatuto e objetivos sociais não prevejam ou não estejam de acordo
com o objeto contratado.
Parágrafo único. Quando da contratação de cooperativas ou instituições sem fins
lucrativos, o serviço contratado deverá ser executado obrigatoriamente pelos
cooperados, no caso de cooperativa, ou pelos profissionais pertencentes aos
quadros funcionais da instituição sem fins lucrativos, vedando-se qualquer
intermediação ou subcontratação.
c) ERRADA. Segundo a doutrina predominante, o primeiro setor
compreende o Estado com sua missão de realizar a atividade administrativa
para satisfazer as necessidades da coletividade. O segundo setor compreende
o mercado no qual vale a livre iniciativa e tem como paradigma o lucro. O

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terceiro setor compreende entidades privadas sem fins lucrativos que exercem
atividades de interesse social e coletivo, razão pela qual recebem incentivos
do Estado a título de fomento. São exemplos as Organizações Sociais e as
Organizações da Sociedade Civil de Interessa Púbico. Há ainda, para alguns
doutrinadores, o quarto setor que compreende a economia informal. Portanto,
a assertiva erra ao afirmar que o terceiro setor abrange entidades de “fins
lucrativos”.
d) ERRADA, ante o disposto na Lei 11.107/2005:
Art. 2o Os objetivos dos consórcios públicos serão determinados pelos entes da
Federação que se consorciarem, observados os limites constitucionais.
§ 1o Para o cumprimento de seus objetivos, o consórcio público poderá:
I – firmar convênios, contratos, acordos de qualquer natureza, receber auxílios,
contribuições e subvenções sociais ou econômicas de outras entidades e órgãos do
governo;
II – nos termos do contrato de consórcio de direito público, promover desapropriações
e instituir servidões nos termos de declaração de utilidade ou necessidade pública, ou
interesse social, realizada pelo Poder Público; e
III – ser contratado pela administração direta ou indireta dos entes da Federação
consorciados, dispensada a licitação.
e) ERRADA. No caso, os entes consorciados responderão
“solidariamente”, e não “subsidiariamente”. É o que diz a Lei 11.107/2005:
Art. 12. A alteração ou a extinção de contrato de consórcio público dependerá de
instrumento aprovado pela assembléia geral, ratificado mediante lei por todos os entes
consorciados.
§ 1o Os bens, direitos, encargos e obrigações decorrentes da gestão associada de
serviços públicos custeados por tarifas ou outra espécie de preço público serão
atribuídos aos titulares dos respectivos serviços.
§ 2o Até que haja decisão que indique os responsáveis por cada obrigação, os
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entes consorciados responderão solidariamente pelas obrigações


remanescentes, garantindo o direito de regresso em face dos entes beneficiados ou
dos que deram causa à obrigação.
Gabarito: alternativa “b”

10. (ESAF – DNIT 2013) A respeito dos conceitos, constituição, formas e objetivos
dos consórcios públicos de que trata a Lei n. 11.107/2005, é correto afirmar, exceto:
a) a participação da União na formação dos consórcios públicos está condicionada à
participação de todos os Estados em cujos territórios estejam situados os municípios
consorciados.
b) a celebração de protocolo de intenções é condição necessária para a constituição

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do consórcio público.
c) para o cumprimento dos seus objetivos, os consórcios públicos podem receber
auxílios, subvenções e contribuições.
d) é vedado autorizar mediante contrato a permissão para que o consórcio público
promova a outorga, concessão e permissão de obras ou serviços públicos.
e) Pode ser constituído na forma de associação pública ou pessoa jurídica de direito
privado.
Comentários: Vamos analisar cada alternativa com base na Lei
11.107/2005:
a) CERTA, nos termos do art. 1º, §2º da Lei:
§ 2o A União somente participará de consórcios públicos em que também façam parte
todos os Estados em cujos territórios estejam situados os Municípios
consorciados.
Assim, não pode haver um consórcio formado exclusivamente pela União
e por um Município. No caso, o Estado ao qual pertence o Município também
deve participar.
b) CERTA, nos termos do art. 3º da Lei:
Art. 3o O consórcio público será constituído por contrato cuja celebração dependerá
da prévia subscrição de protocolo de intenções.

O protocolo de intenções é um contrato preliminar cujas cláusulas devem


conter todas as regras necessárias ao funcionamento do consórcio, por
exemplo (art. 4º): a denominação, a finalidade, o prazo de duração e a sede do
consórcio; a identificação dos entes da Federação consorciados; a indicação
da área de atuação do consórcio; a previsão de que o consórcio público é
associação pública ou pessoa jurídica de direito privado sem fins econômicos;
as normas de convocação e funcionamento da assembleia geral, inclusive para
a elaboração, aprovação e modificação dos estatutos do consórcio público; a
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forma de eleição e a duração do mandato do representante legal do consórcio


público que, obrigatoriamente, deverá ser Chefe do Poder Executivo de ente da
Federação consorciado.
Após ser ratificado pelos entes da Federação interessados, mediante lei,
o protocolo de intenções converte-se em contrato de consórcio público.
c) CERTA, nos termos do art. 2º, §1º da Lei:
§ 1o Para o cumprimento de seus objetivos, o consórcio público poderá:
I – firmar convênios, contratos, acordos de qualquer natureza, receber auxílios,
contribuições e subvenções sociais ou econômicas de outras entidades e órgãos
do governo;
d) ERRADA, pois os consórcios públicos poderão sim promover a

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outorga, concessão e permissão de obras ou serviços públicos, nos termos do


art. 2º, §3º da Lei:
§ 3o Os consórcios públicos poderão outorgar concessão, permissão ou
autorização de obras ou serviços públicos mediante autorização prevista no
contrato de consórcio público, que deverá indicar de forma específica o objeto da
concessão, permissão ou autorização e as condições a que deverá atender,
observada a legislação de normas gerais em vigor.

e) CERTA, nos termos do art. 6º da Lei:


Art. 6o O consórcio público adquirirá personalidade jurídica:
I – de direito público, no caso de constituir associação pública, mediante a vigência
das leis de ratificação do protocolo de intenções;
II – de direito privado, mediante o atendimento dos requisitos da legislação civil.

Gabarito: alternativa “d”

11. (Cespe – TJDFT 2013) Os consórcios públicos são ajustes firmados por
pessoas federativas, com personalidade de direito público ou de direito privado,
mediante autorização legislativa, com vistas à realização de atividades e metas de
interesse comum dos consorciados.
Comentários: A assertiva guarda perfeita consonância com a definição de
consórcio público presente do Decreto 6.017/2007:
Art. 2o Para os fins deste Decreto, consideram-se:
I - consórcio público: pessoa jurídica formada exclusivamente por entes da
Federação, na forma da Lei no 11.107, de 2005, para estabelecer relações de
cooperação federativa, inclusive a realização de objetivos de interesse comum,
constituída como associação pública, com personalidade jurídica de direito público
e natureza autárquica, ou como pessoa jurídica de direito privado sem fins
econômicos;
Lembrando que os consórcios públicos são constituídos por contrato
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firmado entre os entes da federação participantes, porém deverá ser ratificado


por lei aprovada por cada um dos entes consorciados. Daí estar correta a
expressão “mediante autorização legislativa” do enunciado.
Gabarito: Certo

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ENTIDADES PARAESTATAIS

Entidades paraestatais são aquelas pessoas jurídicas que atuam


ao lado e em colaboração com o Estado, sem com ele se confundirem.
Trata-se de pessoas privadas, vale dizer, instituídas por
particulares, sem fins lucrativos, que exercem função típica, embora
não exclusiva, do Estado, se sujeitando ao controle direto ou indireto
do Poder Público.
Maria Sylvia Di Pietro apresenta a seguinte conceituação:

Entidades paraestatais são pessoas privadas que colaboram com o


Estado desempenhando atividade não lucrativa e às quais o Poder Público
dispensa especial proteção, colocando a serviço delas manifestações do
seu poder de império, como o tributário, por exemplo.

Como exemplo de entidades paraestatais pode-se citar os serviços


sociais autônomos, as organizações sociais e as organizações da
sociedade civil de interesse público.
Tradicionalmente, as entidades paraestatais são consideradas
integrantes do denominado terceiro setor, assim entendido aquele que é
composto por entidades da sociedade civil sem fins lucrativos; esse
terceiro setor coexiste com o primeiro setor, que é o Estado, e o
segundo setor, que é o mercado, ou seja, o setor privado empresarial,
com fins lucrativos.

As entidades paraestatais não fazem parte


da Administração Indireta; elas integram o
terceiro setor.
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O terceiro setor caracteriza-se por prestar atividade de interesse


público, por iniciativa privada, sem fins lucrativos. Justamente pelo
interesse público da atividade, as entidades que integram o terceiro setor
podem receber incentivos do Estado, inclusive sob a forma de aportes de
recursos públicos. Tais incentivos é que compõem a atividade
administrativa de fomento. Por essa razão, as entidades paraestatais,
embora instituídas por particulares, se sujeitam a algumas normas de
direito público, como o controle pela Administração Pública e pelo
Tribunal de Contas.
Detalhe importante é que as entidades do terceiro setor não
precisam, necessariamente, manter qualquer vínculo com o Poder Público.

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Se mantiver – que seria o caso, por exemplo, de uma associação que se


qualifica como organização social para receber repasse de recursos
públicos – essa entidade do terceiro setor passa a ser considerada
entidade paraestatal. Por outro lado, se uma entidade privada
desenvolver atividade não econômica de interesse do Estado e, apesar
disso, não mantiver qualquer vínculo com o Estado, ela seria uma
entidade do terceiro setor, mas não uma paraestatal, qualificação que
pressupõe algum vínculo como Poder Público3.

Em suma, os principais atributos das entidades paraestatais são:


 Entidades privadas, ou seja, são instituídas por particulares;
 Desempenham serviços não exclusivos do Estado, porém em
colaboração com ele;
 Recebem algum tipo de incentivo do Poder Público (fomento);
 Se sujeitam ao controle da Administração Pública e do Tribunal
de Contas.
 Regime jurídico de direito privado, porém parcialmente
derrogado por normas de direito público;
 Não fazem parte da Administração Indireta;
 Integram o terceiro setor.

12. (Cespe – PC/BA 2013) Entidades paraestatais são pessoas jurídicas privadas
que colaboram com o Estado no desempenho de atividades não lucrativas, mas não
integram a estrutura da administração pública.
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Comentário: O quesito está correto, pois apresenta o exato conceito de


entidades paraestatais. Exemplos de entidades paraestatais são organizações
sociais (OS), organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIP) e
serviços sociais autônomos. Vale prestar atenção no fato de que as entidades
paraestatais, embora recebam fomento do Estado, não integram a estrutura
formal da Administração Pública, vale dizer, não são entidades da
Administração Indireta e muito menos órgãos da Administração Direta.
Gabarito: Certo

3 Lucas Furtado (2014, p. 181).

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Vejamos então um pouquinho mais sobre cada uma das entidades


paraestatais mais estudadas pela doutrina.

SERVIÇOS SOCIAIS AUTÔNOMOS

Os serviços sociais autônomos desempenham atividades de utilidade


pública, sem fins lucrativos, que beneficiam determinados
grupamentos sociais ou profissionais, usualmente direcionadas ao
aprendizado profissionalizante e à prestação de serviços
assistenciais.
São exemplos de serviços sociais autônomos as entidades do
“Sistema S”, dentre elas:
 SESC – Serviço Social do Comércio e SESI – Serviço Social da
Indústria, destinados à assistência social a empregados dos setores
comercial e industrial, respectivamente;
 SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial; SENAC –
Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial, destinados à
formação profissional e educação para o trabalho.
 SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas, que se destina à execução de programas de auxílio e
orientação a empresas de pequeno porte.
 SENAR – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, com o objetivo
de organizar, administrar e executar o ensino da formação
profissional rural e a promoção social do trabalhador rural;
 SEST – Serviço Social do Transporte e SENAT – Serviço Nacional
de Aprendizagem do Transporte, que incentivam a formação
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profissional dirigida aos serviços de transporte;


 SESCOOP – Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo,
que atua na formação profissional, desenvolvimento e promoção
social do trabalhador em cooperativa e dos cooperados.
Os serviços sociais autônomos possuem administração e
patrimônio próprios e são constituídos sob a forma de instituições
particulares convencionais (fundações, sociedades civis ou associações).
A criação dos serviços sociais autônomos depende de autorização
em lei, a exemplo do que ocorre com as pessoas da Administração
Indireta de direito privado. Assim, a aquisição de sua personalidade

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jurídica somente se dá com a inscrição dos seus atos constitutivos no


registro competente.
Porém, ao contrário das entidades da Administração Indireta, não é o
Poder Executivo quem usualmente recebe autorização para criar os
serviços sociais autônomos. Diferentemente, tal encargo geralmente é
conferido pela lei autorizadora a entidades representativas de
categorias econômicas, como a Confederação Nacional da Indústria –
CNI, a Confederação Nacional do Comércio – CNC, dentre outras.
Ressalte-se que, embora sejam criados por autorização dada em lei,
os serviços sociais autônomos, assim como as demais entidades
paraestatais, não integram a Administração Pública formal, direta ou
indireta.

Os serviços sociais autônomos, embora


criados por autorização em lei, não integram
a Administração Pública formal.

A necessidade de lei para autorizar a criação dos serviços sociais


autônomos decorre do fato de que suas atividades são mantidas,
predominantemente, por contribuições arrecadadas compulsoriamente de
determinados contribuintes, as chamadas contribuições parafiscais.
Tais recursos são arrecadados pela Receita Federal e repassados
diretamente às entidades, ou seja, não chegam a compor o erário ou
transitar pelo orçamento público. Apesar disso, são considerados
recursos públicos, afinal, as contribuições são compulsórias, ou seja,
pagas obrigatoriamente pelos contribuintes, a semelhança dos tributos.
Além disso, sua aplicação deve estar vinculada aos objetivos institucionais
89144404190

da entidade definidos na lei instituidora, sob pena de desvio de finalidade


passível de controle pelos órgãos públicos competentes.
Detalhe importante é que, segundo a jurisprudência do STF, a
instituição das contribuições parafiscais pode ser feita mediante
lei ordinária, sendo desnecessária a edição de lei complementar4.
Os contribuintes das contribuições parafiscais são as pessoas
jurídicas incluídas no setor econômico a que está vinculada a entidade.
Para o SENAI e o SESI, por exemplo, são contribuintes as empresas

4 RE 635.682/RJ

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inseridas no setor da indústria, ao passo que para o SESC e o SENAC


contribuem as empresas do comércio5.
O Supremo entende que a cobrança da contribuição é válida
independentemente de contraprestação direta em favor do
contribuinte. Para surgir a obrigação de recolher a contribuição, o que
importa é tão somente o setor econômico em que a empresa atua, e não
o fato de ser diretamente beneficiada pelo serviço prestado pela entidade
paraestatal.
Maria Sylvia Di Pietro esclarece que os serviços sociais autônomos
não prestam serviço público delegado pelo Estado, mas atividade
privada de interesse público (serviços não exclusivos do Estado).
Assim, não se trata de serviço público que incumbisse ao Estado e que ele
tenha transferido a outra pessoa jurídica, por meio da descentralização
(concessão, permissão ou autorização). Trata-se, sim, de atividade
privada de interesse público que o Estado resolveu incentivar e
subvencionar. A atuação estatal, no caso, é de fomento e não de
prestação de serviço público.
Os serviços sociais autônomos, por serem pessoas jurídicas de direito
privado, sujeitam-se, basicamente, às regras de direito privado.
Todavia, pelo fato de administrarem recursos públicos, também se
submetem a algumas normas de direito público, sobretudo no que toca
à utilização dos recursos, à prestação de contas e aos fins institucionais.
Com efeito, os serviços sociais autônomos se submetem a controle
pelo Poder Público, nos termos e condições estabelecidas na
legislação pertinente a cada entidade. É o que dispõe o Decreto-Lei
200/1967:
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Art. 183. As entidades e organizações em geral, dotadas de personalidade


jurídica de direito privado, que recebem contribuições para fiscais e
prestam serviços de interesse público ou social, estão sujeitas à
fiscalização do Estado nos termos e condições estabelecidas na legislação
pertinente a cada uma.

Assim, as leis instituidoras dessas entidades devem prever os meios


de controle a que se submetem.
Ainda quanto ao controle, vale destacar que os serviços sociais
autônomos estão sempre vinculados à supervisão do Ministério em

5 Também contribuem para o SESC e o SENAC as empresas prestadoras de serviço, salvo quando integram

outro serviço social (Súmula STJ 499).

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cuja área de competência estejam enquadrados. O SESI, SENAI, SESC e


SENAC, por exemplo, estão vinculados ao Ministério do Trabalho 6 .
Ademais, também devem prestar contas ao Tribunal de Contas da
União.
Detalhe importante é que, segundo a jurisprudência do TCU, os
serviços sociais autônomos não se submetem inteiramente à Lei de
Licitações. De fato, a Corte de Contas entende que tais entidades, nas
suas contratações, devem observar apenas os princípios da
Administração Pública, e não necessariamente os procedimentos
previstos na Lei 8.666/1993, podendo, em consequência, editar
regulamentos próprios para definir as regras relativas aos contratos
que venham a celebrar 7 . Todavia, ressalte-se que os serviços sociais
autônomos não podem inovar na ordem jurídica por meio de seus
regulamentos próprios, por exemplo, instituindo novas hipóteses de
dispensa e de inexigibilidade de licitação, haja vista que a matéria deve
ser disciplinada por norma geral, de competência privativa da União 8 .
Dessa forma, tais regulamentos devem conter apenas regras
procedimentais, como número mínimo de propostas, prazos, meios de
garantir a publicidade etc.
Por fim, vale destacar que o STF já deixou assente que as entidades
do Sistema “S” possuem natureza privada e não integram a administração
pública, direta ou indireta, razão pela qual elas não estão obrigadas a
realizar concurso público para contratar pessoal9.

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6 Decreto 74.296/1976, art. 4º.


7 Acórdão 526/2013-TCU-Plenário
8 TCU: Informativo de Licitações e Contratos 159/2013
9 RE 789.874

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13. (FGV – OAB 2013) Determinada entidade de formação profissional, integrante


dos chamados Serviços Sociais Autônomos (também conhecidos como “Sistema
S”), foi, recentemente, questionada sobre a realização de uma compra sem prévia
licitação. Assinale a alternativa que indica a razão do questionamento.
A) Tais entidades, vinculadas aos chamados serviços sociais autônomos, integram a
Administração Pública.
B) Tais entidades, apesar de não integrarem a Administração Pública, são dotadas
de personalidade jurídica de direito público.
C) Tais entidades desempenham, por concessão, serviço público de interesse
coletivo.
D) Tais entidades são custeadas, em parte, com contribuições compulsórias
cobradas sobre a folha de salários.
Comentários: vamos analisar cada alternativa:
a) ERRADA. Os serviços sociais autônomos são considerados entidades
paraestatais e, como tal, não integram a Administração Pública.
b) ERRADA. Os serviços sociais autônomos são dotados de
personalidade jurídica de direito privado.
c) ERRADA. Os serviços sociais autônomos não desempenham serviço
público delegado pelo Estado, ou seja, não atuam sob regime de concessão,
permissão ou autorização. Ao contrário, são entidades que desempenham
atividade privada de interesse público, fomentada pelo Estado.
d) CERTA. De fato, os serviços sociais autônomos são custeados, em
parte, por contribuições compulsórias cobradas das pessoas jurídicas
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incluídas no setor econômico a que estão vinculados. São as chamadas


contribuições parafiscais, que são consideradas recursos públicos e, por isso,
fazem com que tais entidades se submetam a algumas normas de direito
público quanto à utilização desses recursos, a exemplo da necessidade de
observar os princípios da Administração Pública nas suas contratações.
Gabarito: alternativa “d”

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Prof. Erick Alves Aula 03

ORGANIZAÇÕES SOCIAIS (OS)

Maria Sylvia Di Pietro assim define as organizações sociais:

Organização social é a qualificação jurídica dada a pessoa jurídica


de direito privado, sem fins lucrativos, instituída por iniciativa de
particulares, e que recebe a delegação do Poder Público, mediante
contrato de gestão, para desempenhar serviço público de natureza
social.

Conforme ensina a professora, nenhuma entidade nasce com o


nome de organização social; a entidade é criada como associação ou
fundação privada e, habilitando-se perante o Poder Público, recebe a
qualificação; trata-se de título jurídico outorgado e cancelado pelo Poder
Público.
Assim, ao invés de montar um hospital público ou posto de saúde, o
Poder Público pode buscar no setor privado alguma entidade privada sem
fim lucrativo que atua nesse setor, a qualificar como organização social e
repassar à entidade privada os recursos públicos necessários à prestação
dos serviços à população10.
As organizações sociais não são uma
categoria de pessoa jurídica. Trata-se,
apenas, de uma qualificação atribuída pelo
Poder Público a determinadas entidades
privadas.

No âmbito da Reforma do Estado, as organizações sociais foram


idealizadas para substituir a Administração Pública em determinadas
áreas, mediante a “absorção” das atividades exercidas por órgãos e
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entidades administrativas a serem extintos, processo este denominado de


publicização.
Na esfera federal, as organizações sociais são regidas pela
Lei 9.637/1998.
A aludida Lei prescreve que o Poder Executivo poderá qualificar
como organizações sociais as pessoas que observem três fundamentos
principais:

10 Lucas Furtado (2014, p. 182).

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1. Devem ter personalidade jurídica de direito privado;

2. Não podem ter fins lucrativos;

3. Devem desenvolver atividades dirigidas ao ensino, à pesquisa


científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e
preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde (art. 1º)

A qualificação como organização social é ato discricionário do Poder


Público, dependendo da aprovação do Ministério competente para
supervisionar ou regular a área de atividade correspondente ao objeto
social da entidade (art. 2º, II). Dessa forma, a qualificação não é
conferida a toda e qualquer entidade que atenda aos requisitos legais, e
sim depende do juízo de conveniência e oportunidade da autoridade
competente.
As entidades qualificadas como OS são declaradas como entidades
de interesse social e utilidade pública, para todos os efeitos legais
(art. 11).
A habilitação da entidade privada como OS é feita mediante a
assinatura de contrato de gestão11 com o Poder Público. É no contrato
de gestão que estarão discriminadas as atribuições, responsabilidades e
obrigações do Poder Público e da organização social. Tal instrumento é
elaborado de comum acordo entre o órgão representante do Poder
Público e a entidade qualificada.
O órgão de deliberação superior das organizações sociais, seu
Conselho de Administração, deve ter representantes do Poder Público e
de membros da comunidade, de notória capacidade profissional e
idoneidade moral (art. 3º).
À semelhança dos serviços sociais autônomos, as OS também não
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prestam serviço público delegado pelo Estado, mas sim atividade


privada de interesse público (serviços não exclusivos do Estado), em
seu próprio nome, com incentivo (fomento) do Estado.
Conforme previsto na Lei 9.637/1998, o fomento às organizações
sociais pode ocorrer das seguintes formas:

11O contrato de gestão celebrado entre o Poder Público e as OS é diferente do previsto no art. 37, §8º da
CF, o qual é celebrado entre o Poder Público e entidades da Administração Indireta ou órgãos da
Administração Direta, com a finalidade de ampliar a sua autonomia gerencial, orçamentária e financeira, e
sobre o qual falaremos quando estudarmos as agências executivas

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 Destinação de recursos orçamentários.


 Destinação de bens públicos necessários ao cumprimento do
contrato de gestão, dispensada a licitação, mediante permissão
de uso, consoante cláusula expressa do contrato de gestão.
 Cessão especial servidor, devendo o órgão de origem arcar com a
sua remuneração.
Um ponto importante é que, quando Administração Pública (de
qualquer esfera, federal, estadual, distrital ou municipal) contrata serviços
a serem prestados pelas organizações sociais, a licitação é dispensável,
desde que aquele serviço esteja previsto no contrato de gestão celebrado
pela organização social (Lei 8.666/1993, art. 24, inciso XXIV12).

Quando constatado o descumprimento das disposições contidas no


contrato de gestão, o Poder Executivo poderá proceder à
desqualificação da entidade como organização social (art. 16).
A desqualificação será precedida de processo administrativo,
assegurado o direito de ampla defesa, respondendo os dirigentes da
organização social, individual e solidariamente, pelos danos ou prejuízos
decorrentes de sua ação ou omissão.
A desqualificação importará reversão ao Poder Público dos bens e
dos valores entregues à utilização da organização social, sem prejuízo de
outras sanções cabíveis.

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12 Art. 24. É dispensável a licitação:


XXIV - para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações sociais, qualificadas
no âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no contrato de gestão.

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Foi ajuizada uma ADI contra diversos dispositivos da Lei 9.637/98 e também
contra o art. 24, XXIV, da Lei 8.666/93, que prevê a dispensa de licitação nas
contratações de organizações sociais.
O Plenário do STF não declarou os dispositivos inconstitucionais, mas deu
interpretação conforme a Constituição para deixar explícitas as seguintes
conclusões:
a) o procedimento de qualificação das organizações sociais deve ser conduzido
de forma pública, objetiva e impessoal
do art. 37 da CF, e de acordo com parâmetros fixados em abstrato segundo o
disposto no art. 20 da Lei 9.637/98;
b) a celebração do contrato de gestão deve ser conduzida de forma pública,
objetiva e impessoal CF
c) as hipóteses de dispensa de licitação para contratações (Lei 8.666/1993, art.
24, XXIV) e outorga de permissão de uso de bem público (Lei 9.637/1998, art. 12, §
3º) são válidas, mas devem ser conduzidas de forma pública, objetiva e impessoal,
CF
d) a seleção de pessoal pelas organizações sociais deve ser conduzida de forma
pública, objetiva e impessoal
da CF, e nos termos do regulamento próprio a ser editado por cada entidade; e
e) qualquer interpretação que restrinja o controle, pelo Ministério Público e
pelo Tribunal de Contas da União, da aplicação de verbas públicas deve ser
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afastada.
STF. Plenário. ADI 1923/DF, rel. orig. Min. Ayres Britto, red. p/ o acórdão Min. Luiz Fux, julgado em
15 e 16/4/2015 (Info 781).

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14. (ESAF – AFRFB 2005) Assinale entre o seguinte rol de entidades de


cooperação com o Poder Público, não-integrantes do rol de entidades
descentralizadas, aquela que pode resultar de extinção de entidade integrante da
Administração Pública Indireta.
a) Organização social.
b) Fundação previdenciária.
c) Organização da sociedade civil de interesse público.
d) Entidade de apoio às universidades federais.
e) Serviço social autônomo.
Comentário: Trata-se das organizações sociais (opção “a”). Conforme
ensina Carvalho Filho, a necessidade de ser ampliada a descentralização na
prestação de serviços públicos levou o Governo a instituir o Programa
Nacional de Publicização, através da Lei 9.637/1998, pelo qual algumas
atividades de caráter social, hoje exercidas por entidades e órgãos
administrativos de direito público, poderão ser posteriormente absorvidas por
pessoas de direito privado, segundo consta expressamente do art. 20:
Art. 20. Será criado, mediante decreto do Poder Executivo, o Programa Nacional de
Publicização - PNP, com o objetivo de estabelecer diretrizes e critérios para a
qualificação de organizações sociais, a fim de assegurar a absorção de atividades
desenvolvidas por entidades ou órgãos públicos da União, que atuem nas
atividades referidas no art. 1o, por organizações sociais (...)
A absorção implicará, naturalmente, a extinção daqueles órgãos e
entidades, assim como a descentralização dos serviços para a execução sob
regime de parceria. 89144404190

Gabarito: alternativa “a”

15. (FCC – DP/AM 2013) As Organizações Sociais são pessoas jurídicas de direito
privado, qualificadas pelo Poder Executivo, nos termos da Lei Federal no 9.637/98,
com vistas à formação de parceria para execução de atividades de interesse público.
NÃO está entre as características das Organizações Sociais, nos termos da referida
lei,
a) a necessidade de aprovação de sua qualificação, por meio de ato vinculado do
Ministro ou titular de órgão supervisor ou regulador da área de atividade
correspondente ao seu objeto social e do Ministro do Planejamento, Orçamento e
Gestão.

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b) a previsão de participação, no órgão colegiado de deliberação superior, de


representantes do Poder Público e de membros da comunidade, de notória
capacidade profissional e idoneidade moral.
c) a proibição de distribuição de bens ou de parcela do patrimônio líquido em
qualquer hipótese, inclusive em razão de desligamento, retirada ou falecimento de
associado ou membro da entidade.
d) o desempenho de atividades relacionadas a pelo menos um dos seguintes
campos: ensino, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, proteção e
preservação do meio ambiente, cultura e saúde.
e) a atuação com finalidade não-lucrativa, com a obrigatoriedade de investimento de
seus excedentes financeiros no desenvolvimento das próprias atividades.
Comentário: Vamos analisar cada alternativa:
a) ERRADA. O ato de qualificação das organizações sociais é
discricionário, e depende da aprovação, quanto à conveniência e
oportunidade, do Ministro ou titular de órgão supervisor ou regulador da área
de atividade correspondente ao seu objeto social e do Ministro do
Planejamento, Orçamento e Gestão.
b) CERTA. Nos termos do art. 3º da Lei 9.637/1998, as OS devem ter um
Conselho de Administração, o qual deve ser composto por representantes do
Poder Público e de entidades da sociedade civil:
Art. 3o O conselho de administração deve estar estruturado nos termos que
dispuser o respectivo estatuto, observados, para os fins de atendimento dos requisitos
de qualificação, os seguintes critérios básicos:
I - ser composto por:
a) 20 a 40% (vinte a quarenta por cento) de membros natos representantes do Poder
Público, definidos pelo estatuto da entidade;
b) 20 a 30% (vinte a trinta por cento) de membros natos representantes de entidades
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da sociedade civil, definidos pelo estatuto;


c) até 10% (dez por cento), no caso de associação civil, de membros eleitos dentre
os membros ou os associados;
d) 10 a 30% (dez a trinta por cento) de membros eleitos pelos demais integrantes do
conselho, dentre pessoas de notória capacidade profissional e reconhecida
idoneidade moral;
e) até 10% (dez por cento) de membros indicados ou eleitos na forma estabelecida
pelo estatuto;
c) CERTA, nos termos do art. 2º, I, “h” da Lei 9.637/1998:
Art. 2o São requisitos específicos para que as entidades privadas referidas no artigo

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anterior habilitem-se à qualificação como organização social:


I - comprovar o registro de seu ato constitutivo, dispondo sobre:
(...)
h) proibição de distribuição de bens ou de parcela do patrimônio líquido em
qualquer hipótese, inclusive em razão de desligamento, retirada ou falecimento
de associado ou membro da entidade;
Uma vez que as OS não podem ter fins lucrativos, a lei proíbe que seu
patrimônio seja distribuído aos sócios da entidade.
d) CERTA, nos termos do art. 1º da Lei 9.637/1998:
Art. 1o O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas
jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao
ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e
preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde, atendidos aos requisitos
previstos nesta Lei.
e) CERTA, nos termos do art. 2º, I, “b” da Lei 9.637/1998:
Art. 2o São requisitos específicos para que as entidades privadas referidas no artigo
anterior habilitem-se à qualificação como organização social:
I - comprovar o registro de seu ato constitutivo, dispondo sobre:
(...)
b) finalidade não-lucrativa, com a obrigatoriedade de investimento de seus
excedentes financeiros no desenvolvimento das próprias atividades;
Gabarito: alternativa “a”

16. (FCC – SEAD/PI 2013) Em novembro de 2007, a Associação Piauiense de


Habilitação, Reabilitação e Readaptação − Associação Reabilitar firmou parceria
com o Estado do Piauí para, dentre outras obrigações, administrar o Centro
Integrado de Reabilitação − CEIR, Centro este responsável hoje pelo atendimento
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mensal de mais de 35 mil pacientes deficientes de todo o Estado. Sabe-se que a


referida Associação é instituição não governamental sem fins lucrativos, com
personalidade jurídica de direito privado e qualificada pelo Poder Executivo como
Organização Social. Sabe-se também que existe repasse de recursos estaduais à
Associação, a título de contrapartida. Diante do exposto, deduz-se que o negócio
jurídico celebrado entre o Estado do Piauí e a Associação Reabilitar consiste em
típico
a) protocolo de intenções, o qual dispensa a entidade privada de sujeitar-se à
fiscalização do Tribunal de Contas do Estado, dada a inexistência de fins lucrativos
nas operações realizadas dentro do escopo do negócio jurídico.
b) termo de cooperação, no qual se estabelece o modo de desempenho de um

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serviço não exclusivo do Estado e que, em razão dessa não exclusividade, a


entidade privada fica dispensada de controle da Administração pública.
c) contrato de gestão, no qual se especificam o programa de trabalho proposto, as
metas, os prazos de execução, bem como os critérios objetivos de avaliação de
desempenho.
d) contrato de parceria público-privada, na modalidade de concessão administrativa,
no qual o Estado do Piauí, por meio de sua Secretaria de Saúde, figura como
usuário indireto do serviço público prestado.
e) consórcio público, o qual, por ser relacionado à área da saúde, deverá obedecer
aos princípios, diretrizes e normas que regulam o Sistema Único de Saúde − SUS.
Comentário: Correta a alternativa “c”. Segundo a Lei 9.637/1998, o Poder
Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas de
direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino,
à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e
preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde. A formação de parceria
entre as partes para fomento e execução dessas atividades ocorre mediante a
celebração de contrato de gestão entre o Poder Público e a entidade
qualificada como organização social (art. 5º).
O contrato de gestão discriminará as atribuições, responsabilidades e
obrigações do Poder Público e da organização social (art. 6º). Além disso,
especificará o programa de trabalho proposto pela organização social, a
estipulação das metas a serem atingidas e os respectivos prazos de execução,
bem como previsão expressa dos critérios objetivos de avaliação de
desempenho a serem utilizados, mediante indicadores de qualidade e
produtividade (art. 7º). Para o cumprimento do contrato de gestão o Poder
Público poderá destinar recursos orçamentários e bens públicos, bem como
ceder servidores às organizações sociais (art. 12 e 14).
Gabarito: alternativa “c”
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ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO (OSCIP)

Maria Sylvia Di Pietro assim define as organizações da sociedade civil


de interesse público (Oscip):

Organização da sociedade civil de interesse público (Oscip) é a


qualificação jurídica dada a pessoas jurídicas de direito privado, sem fins
lucrativos, instituídas por iniciativa de particulares, para desempenhar
serviços sociais não exclusivos do Estado com incentivo e fiscalização pelo
Poder Público, mediante vínculo jurídico instituído por meio de termo de
parceria.

Da mesma forma que as organizações sociais, as Oscip não


constituem uma categoria de entidades, e sim uma qualificação
conferida pelo Poder Público a determinadas pessoas privadas, sem fins
lucrativos, que exercem atividade social ou de utilidade pública.
Na esfera federal, as Oscip são regidas pela Lei 9.790/1999.
Segundo a referida lei, as Oscip deverão atuar em pelo menos uma
das seguintes finalidades (art. 3º):
 Promoção da assistência social, da cultura, defesa e conservação do
patrimônio histórico e artístico;

 Promoção gratuita da educação e da saúde;


 Promoção da segurança alimentar e nutricional;
 Defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do
desenvolvimento sustentável;
 Promoção do voluntariado;
 Promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza;
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 Experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio-produtivos e de


sistemas alternativos de produção, comércio, emprego e crédito;
 Promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria
jurídica gratuita de interesse suplementar;

 Promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da


democracia e de outros valores universais;

 Estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção


e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos que
digam respeito às atividades antes mencionadas.

Além de atuar em algum dos segmentos acima, a lei estabelece que


só podem se qualificar como OSCIP as pessoas jurídicas de direito privado

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sem fins lucrativos que tenham sido constituídas e se encontrem em


funcionamento regular há, no mínimo, 3 (três) anos (art. 1º, caput).
Além disso, a Lei 9.790/1999 enumerou um rol de entidades que não
poderão ser qualificadas como Oscip, ainda que se dediquem de
qualquer forma às atividades anteriormente descritas. São elas (art. 2º):
 Sociedades comerciais;

 Sindicatos, as associações de classe ou de representação de categoria


profissional;
 Instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos, cultos,
práticas e visões devocionais e confessionais;

 Organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas fundações;


 Entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar bens ou serviços a
um círculo restrito de associados ou sócios;

 Entidades e empresas que comercializam planos de saúde e assemelhados;


 Instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas mantenedoras;
 Escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gratuito e suas
mantenedoras;

 Organizações sociais;
 Cooperativas;

 Fundações públicas;
 Fundações, sociedades civis ou associações de direito privado criadas por
órgão público ou por fundações públicas;
 Organizações creditícias que tenham quaisquer tipo de vinculação com o
sistema financeiro nacional.
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A entidade privada interessada em obter a qualificação como


organização da sociedade civil de interesse público deverá formalizar
requerimento perante o Ministério da Justiça (art. 5º). Assim, a
qualificação é sempre concedida pelo Ministério da Justiça, e não pelo
Ministério correspondente à área de atuação da entidade.
A outorga da qualificação de Oscip é ato vinculado ao cumprimento
dos requisitos instituídos pela Lei 9.790/1999, ou seja, o Ministério da
Justiça só poderá indeferir o pedido no caso de a pessoa jurídica
requerente desatender a algum desses requisitos (art. 1º, §2º; art. 6º,
§3º).
Aliás, essa é uma diferença relevante entre as Oscip e as OS, uma
vez que a qualificação como organização social constitui

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ato discricionário, cabendo ao Ministro de Estado ou titular do órgão


supervisor correspondente à área de atuação da entidade decidir quanto à
conveniência e oportunidade de sua qualificação (Lei 9.637/1998, art. 2º,
inciso II).

A qualificação como organização social é


ato discricionário. Já a qualificação como
Oscip é ato vinculado.

O vínculo de cooperação entre o Poder Público e as entidades


qualificadas como Oscip se dá mediante a celebração de termo de
parceria.
No termo de parceria devem estar previstos os direitos e as
obrigações das partes signatárias, tais como o objeto do ajuste, as metas,
os prazos de execução, os critérios de avaliação de desempenho, a
previsão de receitas e despesas e a obrigatoriedade de apresentação de
relatório anual demonstrando os resultados alcançados, acompanhado da
respectiva prestação de contas.
É possível a vigência simultânea de dois ou mais termos de
parceria, ainda que com o mesmo órgão estatal, desde que a Oscip tenha
capacidade operacional para executar seus objetos.
Embora a qualificação seja conferida pelo Ministério da Justiça, a
execução do objeto do termo de parceria será acompanhada e fiscalizada
por órgão do Poder Público da área de atuação correspondente à
atividade fomentada, e pelos Conselhos de Políticas Públicas das
áreas correspondentes de atuação existentes, em cada nível de
governo (art. 11). 89144404190

Os resultados atingidos com a execução do termo de parceria devem


ser analisados por comissão de avaliação, composta de comum acordo
entre o órgão parceiro e a Oscip. A comissão deverá apresentar à
autoridade competente um relatório conclusivo sobre a avaliação
procedida (art. 11).
Os responsáveis pela fiscalização do termo de parceria, ao tomarem
conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade na utilização de
recursos ou bens de origem pública pela organização parceira, darão
imediata ciência ao Tribunal de Contas respectivo e ao Ministério
Público, sob pena de responsabilidade solidária (art. 12).

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Além disso, sem prejuízo dessa comunicação, os responsáveis pela


fiscalização representarão ao Ministério Público e à Advocacia-Geral
da União para que requeiram ao juízo competente a decretação da
indisponibilidade dos bens da entidade e o sequestro dos bens dos seus
dirigentes, bem como de agente público ou terceiro, que possam ter
enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público (art. 13).
Detalhe é que, diferentemente do que ocorre com as OS, a
Lei 8.666/1993 não prevê hipótese de dispensa de licitação para que a
Administração Pública contrate uma Oscip. Vale dizer, o fato de uma
entidade ser qualificada como Oscip não é, por si só, fundamento para
que o Poder Público dispense a licitação caso pretenda contratar essa
entidade para prestar algum serviço.
A Lei de Licitações não permite que a
Administração contrate OSCIP por dispensa
de licitação; permite apenas a contratação de
OS.

Na hipótese de posterior descumprimento dos requisitos legais, a


perda da qualificação como Oscip ocorrerá mediante decisão proferida
em processo administrativo, instaurado no Ministério da Justiça, de
ofício ou a pedido da entidade interessada, ou judicial, de iniciativa
popular ou do Ministério Público, nos quais serão assegurados a ampla
defesa e o contraditório (Decreto 3.100/1999, art. 4º).
Na hipótese do pedido de desqualificação ser proveniente de iniciativa
popular, a Lei veda o anonimato e estabelece que o pedido deva ser
amparado em fundadas evidências de erro ou fraude (art. 8º).
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17. (FGV – OAB 2011) A qualificação como Organizações da Sociedade Civil de


Interesse Público (OSCIPs) de pessoas jurídicas de direito privado, sem fins
lucrativos, cujos objetivos sociais e normas estatutárias atendam aos requisitos
previstos na respectiva lei é ato
(A) vinculado ao cumprimento dos requisitos estabelecidos em lei.
(B) complexo, uma vez que somente se aperfeiçoa com a instituição do Termo de
Parceria.
(C) discricionário, uma vez que depende de avaliação administrativa quanto à sua
conveniência e oportunidade.

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(D) composto, subordinando-se à homologação da Chefia do Poder Executivo.


Comentário: A resposta está no art. 1º, §2º da Lei 9.790/1999:
Art. 1o Podem qualificar-se como Organizações da Sociedade Civil de Interesse
Público as pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos que tenham sido
constituídas e se encontrem em funcionamento regular há, no mínimo, 3 (três)
anos, desde que os respectivos objetivos sociais e normas estatutárias atendam aos
requisitos instituídos por esta Lei.
§ 1o Para os efeitos desta Lei, considera-se sem fins lucrativos a pessoa jurídica de
direito privado que não distribui, entre os seus sócios ou associados, conselheiros,
diretores, empregados ou doadores, eventuais excedentes operacionais, brutos ou
líquidos, dividendos, bonificações, participações ou parcelas do seu patrimônio,
auferidos mediante o exercício de suas atividades, e que os aplica integralmente na
consecução do respectivo objeto social.
§ 2o A outorga da qualificação prevista neste artigo é ato vinculado ao
cumprimento dos requisitos instituídos por esta Lei.
De se destacar a previsão do caput do art. 1º no sentido de que a entidade
privada, para se qualificar como OSCIP, deve estar em funcionamento regular
há, no mínimo, 3 anos.
Gabarito: alternativa “a”

18. (FGV – OAB 2014) Numerosos professores, em recente reunião da categoria,


queixaram-se da falta de interesse dos alunos pela cultura nacional. O Sindicato dos
Professores de Colégios Particulares do Município X apresentou, então, um plano
para ampliar o acesso à cultura dos alunos com idade entre 10 e 18 anos, obter a
qualificação de “Organização da Sociedade Civil de Interesse Público” (OSCIP) e
celebrar um termo de parceria com a União, a fim de unir esforços no sentido de
promover a cultura nacional.
Considerando a proposta apresentada e a disciplina existente sobre o tema, assinale
a afirmativa correta.
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A) O sindicato não pode se qualificar como Organização da Sociedade Civil de


Interesse Público, uma vez que tal qualificação, de origem doutrinária, não tem
amparo legal.
B) O sindicato não pode se qualificar como OSCIP, em virtude de vedação expressa
da lei federal sobre o tema.
C) O sindicato pode se qualificar como OSCIP, uma vez que é uma entidade sem
fins lucrativos e o objetivo pretendido é a promoção da cultura nacional.
D) O sindicato pode se qualificar como OSCIP, mas deve celebrar um contrato de
gestão e não um termo de parceria com o poder público.

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Comentários: vamos analisar cada alternativa:


a) ERRADA. A qualificação de entidades privadas como OSCIP não
possui origem puramente doutrinária. Ao contrário, esse tipo de qualificação é
previsto expressamente na Lei 9.790/1999, daí o erro. Contudo, importante
ressaltar que a lei veda a qualificação de sindicatos (art. 2º, II).
b) CERTA. Como informado, o art. 2º, II da Lei 9.790/1999 veda
expressamente a qualificação como OSCIP de “sindicatos, as associações de
classe ou de representação de categoria profissional”.
c) ERRADA. Pelas mesmas razões da alternativa “b” acima.
d) ERRADA. Pelas mesmas razões da alternativa “b” acima.
Gabarito: alternativa “b”

19. (FGV – OAB 2014) A ONG “Festivus”, uma associação de caráter assistencial,
qualificada como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP),
celebrou Termo de Parceria com a União e dela recebeu R$ 150.000,00 (cento e
cinquenta mil reais) para execução de atividades de interesse público. Uma revista
de circulação nacional, entretanto, divulgou denúncias de desvio de recursos e de
utilização da associação como forma de fraude.
Com base na hipótese apresentada, considerando a disciplina constitucional e legal,
assinale a afirmativa correta.
A) O Tribunal de Contas da União não tem competência para apurar eventual
irregularidade, uma vez que se trata de pessoa jurídica de direito privado, não
integrante da Administração Pública.
B) O Tribunal de Contas da União tem competência para apurar eventual
irregularidade praticada pela OSCIP, por tratar de pessoa jurídica integrante da
administração indireta federal.
C) O Tribunal de Contas da União tem competência para apurar eventual
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irregularidade praticada pela OSCIP, por se tratar de recursos públicos federais.


D) O controle exercido sobre a utilização dos recursos repassados à OSCIP é
realizado apenas pela própria Administração e pelo Ministério Público Federal.
Comentários: Como a OSCIP em questão recebeu recursos da União para
a execução de atividades de interesse público, o Tribunal de Contas da União
(TCU) possui competência para apurar eventual irregularidade na aplicação
desses recursos. É o que diz o art. 12 da Lei 9.790/1999:
Art. 12. Os responsáveis pela fiscalização do Termo de Parceria, ao tomarem
conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade na utilização de recursos
ou bens de origem pública pela organização parceira, darão imediata ciência ao
Tribunal de Contas respectivo e ao Ministério Público, sob pena de responsabilidade

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solidária.

Destaca-se que a competência do TCU é atraída pela aplicação de


recursos públicos federais, não importando, no caso, se quem está aplicando
o recurso é uma entidade privada. Portanto, correta a alternativa “c”.
Quanto às demais alternativas, o erro da opção “a” é dizer que o TCU não
tem competência para apurar eventual irregularidade na aplicação dos
recursos federais pela OSCIP, pois ele tem, independentemente da natureza
privada da entidade. Na opção “b”, o erro é dizer que a OSCIP pertence à
administração indireta, pois ela é uma entidade paraestatal, portanto, não
integra a administração pública formal. Por fim, a alternativa “d” erra, pois o
controle sobre os recursos repassados à OSCIP também pode ser efetuado
pelo Tribunal de Contas, assim como pela própria Administração e pelo
Ministério Público.
Gabarito: alternativa “c”

20. (Cespe – TCDF 2012) Uma OSCIP que receba recursos financeiros oriundos
de termo de parceria com o governo do DF estará obrigada a seguir a Lei de
Licitações da administração pública para comprar com esses recursos.
Comentário: Conforme estabelece a Lei 9.790/1999:
Art. 14. A organização parceira fará publicar, no prazo máximo de trinta dias, contado
da assinatura do Termo de Parceria, regulamento próprio contendo os
procedimentos que adotará para a contratação de obras e serviços, bem como
para compras com emprego de recursos provenientes do Poder Público,
observados os princípios estabelecidos no inciso I do art. 4o desta Lei.
Isso significa que a OSCIP, em regra, ao utilizar recursos públicos em
suas aquisições de bens e serviços, deverá observar os princípios da
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, economicidade e
eficiência. Entretanto, ela não precisará seguir os procedimentos da
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Lei 8.666/1993, e sim o seu regulamento próprio.


Gabarito: Errado

21. (Cespe – AGU 2012) Para que sociedades comerciais e cooperativas


obtenham a qualificação de organizações da sociedade civil de interesse público, é
preciso que elas não possuam fins lucrativos e que tenham em seus objetivos
sociais a finalidade de promoção da assistência social.
Comentário: É certo que a qualificação de OSCIP somente será conferida
às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujos objetivos
sociais tenham pelo menos uma das finalidades listadas no art. 3º da Lei
9.790/1999, dentre as quais, a “promoção da assistência social” (inciso I).
Entretanto, nos termos do art. 2º da mesma lei, “sociedades comerciais” e

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“cooperativas”, dentre outras entidades, não são passíveis de qualificação


como OSCIP, daí o erro.
Gabarito: Errado

22. (ESAF – CGU 2008) Sobre as Organizações da Sociedade Civil de Interesse


Público - OSCIP, julgue as assertivas a seguir:
I. a outorga da qualificação como OSCIP é ato discricionário.
II. as entidades de beneficio mútuo destinadas a proporcionar bens ou serviços a um
círculo restrito de associados ou sócios são passíveis de qualificação como OSCIP
prevista na lei.
III. a promoção da segurança alimentar e nutricional é uma das finalidades exigidas
para a qualificação como OSCIP, instituída pela lei.
IV. as organizações sociais são passíveis de qualificação como OSCIP.
V. as fundações, sociedades civis ou associações de direito privado criadas por
órgão público ou por fundações públicas não poderão ser qualificadas como OSCIP.
Assinale a opção correta.
a) I, II e III são verdadeiras e IV e V são falsas.
b) II e III são falsas e I, IV e V são verdadeiras.
c) I e III são verdadeiras e II, IV e V são falsas.
d) I, III e V são verdadeiras e II e IV são falsas.
e) I, II e IV são falsas e III e V são verdadeiras.
Comentários: Vamos analisar cada afirmativa:
I. FALSA. A outorga da qualificação como OSCIP é ato vinculado, vale
dizer, o Ministério da Justiça, responsável pela qualificação, só poderá
indeferir o pedido no caso de a pessoa jurídica requerente desatender a algum
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dos requisitos previstos na Lei 9.790/1999. Caso contrário, deverá atende-lo e


qualificar a entidade.
II. FALSA. A Lei 9.790/1999 enumerou um rol de entidades que não
poderão ser qualificadas como Oscip. Vejamos:
Art. 2o Não são passíveis de qualificação como Organizações da Sociedade Civil
de Interesse Público, ainda que se dediquem de qualquer forma às atividades
descritas no art. 3o desta Lei:
I - as sociedades comerciais;
II - os sindicatos, as associações de classe ou de representação de categoria
profissional;
III - as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos, cultos,

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práticas e visões devocionais e confessionais;


IV - as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas fundações;
V - as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar bens ou serviços
a um círculo restrito de associados ou sócios;
VI - as entidades e empresas que comercializam planos de saúde e assemelhados;
VII - as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas mantenedoras;
VIII - as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gratuito e suas
mantenedoras;
IX - as organizações sociais;
X - as cooperativas;
XI - as fundações públicas;
XII - as fundações, sociedades civis ou associações de direito privado criadas
por órgão público ou por fundações públicas;
XIII - as organizações creditícias que tenham quaisquer tipo de vinculação com o
sistema financeiro nacional a que se refere o art. 192 da Constituição Federal.
III. VERDADEIRA. A promoção da segurança alimentar e nutricional é uma
das finalidades exigidas para a qualificação como OSCIP, conforme art. 3º,
inciso V da Lei 9.790/1999.
IV. FALSA. As organizações sociais não são passíveis de qualificação
como OSCIP, nos termos do art. 2º, inciso IX da Lei 9.790/1999 acima
transcrito.
V. VEDADEIRA, nos termos do art. 2º, inciso XII da Lei 9.790/1999 acima
transcrito.
Gabarito: alternativa “e”

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PRINCIPAIS DISTINÇÕES ENTRE OS E OSCIP

As organizações sociais (OS) e as organizações da sociedade


civil de interesse público (Oscip) possuem regimes jurídicos bastante
parecidos. Em ambos os casos, temos pessoas privadas, sem fins
lucrativos, que exercem atividades de interesse social ou de utilidade
pública e recebem uma qualificação do Poder Público, observadas as
exigências legais. Uma vez qualificadas, as entidades passam a receber
algum auxílio por parte do Estado, dentro da atividade de fomento.

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Contudo, OS e Oscip apresentam muitas diferenças. Para destacar as


principais, vamos elaborar um quadro comparativo13:

OS OSCIP

Foram idealizadas para substituir órgãos e Não foram idealizadas para substituir órgãos
entidades da Administração Pública, que e entidades da Administração Pública.
seriam extintos e teriam suas atividades
O“

Formalizam parceria com o Poder Público Formalizam parceria com o Poder Público
mediante contrato de gestão. mediante termo de parceria.

Qualificação é ato discricionário. Qualificação é ato vinculado.

Qualificação depende de aprovação pelo Qualificação concedida pelo Ministério da


Ministro de Estado ou titular de órgão Justiça.
supervisor ou regulador da área de
atividade correspondente ao objeto social
da OS.

A lei exige que a OS possua um Conselho de A lei exige que a Oscip tenha um
Administração, do qual participem Conselho Fiscal; não exige que a Oscip tenha
representantes do Poder Público; não exige um Conselho de Administração. Não há
que a OS tenha Conselho Fiscal. exigência de que existam representantes do
Poder Público em algum órgão da entidade.

É hipótese de licitação dispensável a Não existe hipótese de licitação dispensável


contratação de OS pelo Poder Público, para para a contratação de Oscip pelo Poder
o desempenho de atividades contempladas Público. 89144404190

no contrato de gestão.

A desqualificação como OS pode ser feita A desqualificação como Oscip pode ser feita
pelo Poder Executivo, em processo a pedido da própria entidade, por iniciativa
administrativo, assegurado o contraditório e de qualquer cidadão ou do Ministério
a ampla defesa. Público, em processo administrativo ou
judicial, assegurado o contraditório e a
ampla defesa.

13 Adaptado de Alexandrino, M. e Paulo, V (2014, p. 155).

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Por fim, ressalte-se que uma entidade não pode ser qualificada
como OS e OSCIP ao mesmo tempo.

23. (Cespe – TRF5 2013) Assinale a opção correta, considerando a execução de


serviços públicos por OSs e OSCIPs, em regime de parceria com o poder público.
a) Denomina-se contrato de gestão o instrumento passível de ser firmado entre o
poder público e as OSCIPs destinado à formação de vínculo de cooperação para o
fomento e a execução de atividades de interesse público.
b) As empresas que tenham interesse em obter o qualificativo de OSs devem estar
em funcionamento a pelo menos dois anos e dedicar-se a uma das seguintes
atividades: ensino, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, proteção e
preservação do meio ambiente, cultura e saúde.
c) Para se qualificarem como OSCIPs, as pessoas jurídicas interessadas devem ser
regidas por estatutos cujas normas disponham expressamente sobre a observância
dos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, eficiência e
universalização do serviço.
d) Uma OS pode qualificar-se como OSCIP, desde que não tenha fins lucrativos, ao
passo que uma OSCIP não é passível de qualificação como OS.
e) Para serem consideradas OSs ou OSCIPs, as instituições não devem ter fins
lucrativos, ou seja, não podem distribuir entre os seus sócios, conselheiros,
diretores, empregados ou doadores, eventuais excedentes operacionais, dividendos,
bonificações, participações ou parcelas do seu patrimônio, auferidos mediante o
exercício de suas atividades, os quais devem ser aplicados integralmente na
consecução de seu objeto social.
Comentários: 89144404190

a) ERRADA. O instrumento firmado entre o Poder Público e as OSIPS é o


termo de parceria, e não o contrato de gestão. Este último é firmado com as
OS.
b) ERRADA. Não há um prazo mínimo de funcionamento para que as
entidades sem fins lucrativos possam obter a qualificação de OS.
c) ERRADA. Nos termos do art. 4º da Lei 9.790/1999, para qualificarem-se
como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, exige-se que as
pessoas jurídicas interessadas sejam regidas por estatutos cujas normas
expressamente disponham sobre a observância dos princípios da legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade, economicidade e da eficiência.
Portanto, o estatuto não precisa tratar do princípio da universalização dos

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serviços, daí o erro. Ressalte-se, contudo, que o princípio da universalização


dos serviços deve orientar a qualificação de OSCIPs, nos termos do art. 3º da
aludida lei, mas não precisa ser observado no estatuto. Eis os dispositivos
legais:
Art. 3o A qualificação instituída por esta Lei, observado em qualquer caso, o princípio
da universalização dos serviços, no respectivo âmbito de atuação das
Organizações, somente será conferida às pessoas jurídicas de direito privado, sem
fins lucrativos, cujos objetivos sociais tenham pelo menos uma das seguintes
finalidades (...)
Art. 4o Atendido o disposto no art. 3o, exige-se ainda, para qualificarem-se como
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, que as pessoas jurídicas
interessadas sejam regidas por estatutos cujas normas expressamente disponham
sobre:
I - a observância dos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade, economicidade e da eficiência;
d) ERRADA. Nos termos do art. 2º, inciso IX da Lei 9.709/1999, as
organizações sociais não são passíveis de qualificação como OS.
e) CERTA. Para serem consideradas OS e OSCIP, as entidades privadas
não podem ter fins lucrativos, ou seja, eventual saldo positivo de suas
operações deve ser apropriado como superávit e integralmente reaplicado na
execução de seus objetivos institucionais.
Gabarito: alternativa “e”

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AGÊNCIAS REGULADORAS

Agências reguladoras, em sentido amplo, seriam órgãos ou entidades


com função de regular a matéria específica que lhe está afeta. No caso,
regular significa organizar determinado setor afeto à agência, bem como
controlar as entidades que atuam nesse setor.
Na Aula 2 já vimos alguma coisa sobre as agências reguladoras.
Vimos, em especial, que geralmente são instituídas sob a forma de
autarquias sob regime especial.
Portanto, as agências reguladoras, assim como as demais entidades
estudadas nesta aula, também não são novas entidades jurídicas
acrescentadas à Administração Pública formal. São, isto sim, uma
espécie de autarquia, dotadas de maior autonomia que as autarquias
comuns, sobretudo em relação à estabilidade relativa de seus dirigentes.
Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo propõem o seguinte conceito
para as agências reguladoras:

Agências reguladoras – trata-se de entidades administrativas com


alto grau de especialização técnica, integrantes da estrutura formal da
administração pública, instituídas como autarquias sob regime especial,
com a função de regular um setor específico de atividade econômica ou
um determinado serviço público, ou de intervir em certas relações
jurídicas decorrentes dessas atividades, que devem atuar com a maior
autonomia possível relativamente ao Poder Executivo e com
imparcialidade perante as partes interessadas (Estado, setores regulados
e sociedade).

Exemplos de agências reguladoras que se enquadram nesse conceito


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são a ANATEL – Agência Nacional de Telecomunicações; a ANP – Agência


Nacional do Petróleo; a ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica; a
ANAC – Agência Nacional de Aviação Civil; a ANTT – Agência Nacional de
Transportes Terrestres, a ANVISA – Agência Nacional de Vigilância
Sanitária; a ANA – Agência Nacional de Águas, dentre outras.
Os autores ressaltam que essa definição foi construída a partir das
características estabelecidas nas leis instituidoras das agências
reguladoras atualmente existentes, haja vista não existir uma lei que
discipline as agências reguladoras de uma forma geral. Desse modo, é
possível existirem agências que não se enquadrem em um ou outro
aspecto apresentado no conceito.

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Por exemplo, embora todas as agências reguladoras até hoje


instituídas na esfera federal tenham adotado a forma de autarquia sob
regime especial, não há obrigatoriedade de que seja sempre assim. Em
tese, elas poderiam, inclusive, serem órgãos despersonalizados
integrantes da Administração Direta. No entanto, costuma-se adotar a
forma de autarquia sob regime especial em razão das atividades exercidas
pela entidade, típicas do Poder Público (regulação, poder de polícia,
aplicação de sanções etc.), o que demanda a natureza jurídica de
direito público. Ademais, as autarquias sob regime especial são dotadas
de maior autonomia em relação ao Poder Executivo do que os órgãos da
Administração Direta e até mesmo do que as autarquias comuns,
característica essencial para o tipo de atividade que exercem.
Pode-se considerar a existência de dois tipos de agências reguladoras
no direito brasileiro:
 As que exercem típico poder de polícia, com a imposição de
limitações administrativas, fiscalização e repressão; é o caso, por
exemplo, da Anvisa, da ANS e da ANA.
 As que regulam e controlam as atividades que constituem objeto
de concessão, permissão ou autorização de serviço público
(telecomunicações, energia elétrica, transportes etc.) ou de
concessão para exploração de bem público (petróleo,
rodovias); é o caso, por exemplo, da ANATEL, ANEEL, ANP e da
ANTT.
Detalhe interessante é que, de todas as agências reguladoras, apenas
a ANATEL e a ANP possuem previsão específica na Constituição, sob a
expressão “órgão regulador” (art. 21, XI e art. 177, §2º, inciso III,
respectivamente14). As demais têm base exclusivamente nas leis que as
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criaram.
As agências reguladoras exercem uma função típica de Estado,
relacionada à regulação de serviços públicos e de atividades econômicas

14 Art. 21. Compete à União:


XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de
telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um
órgão regulador e outros aspectos institucionais;
Art. 177. Constituem monopólio da União:
I - a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos;
II - a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro;
§ 2º A lei a que se refere o § 1º disporá sobre:
III - a estrutura e atribuições do órgão regulador do monopólio da União;

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delegadas para a iniciativa privada. A regulação é uma das formas


possíveis de intervenção do Estado no domínio econômico (intervenção
indireta). A outra forma é a intervenção direta, por intermédio das
empresas estatais.
No exercício da função regulatória, as agências reguladoras podem
editar normas, exercer fiscalização sobre as empresas concessionárias,
aplicar sanções, solucionar conflitos entre as empresas e os clientes e
solucionar reclamações dos consumidores.

24. (Cespe – TCU – AUFC 2011) As agências reguladoras, no que se refere à


concessão, permissão e autorização de serviço público, não possuem a atribuição
de definir o valor da tarifa, por se tratar de matéria adstrita à atuação do próprio
poder concedente.
Comentário: O item está errado. As agências reguladoras que atuam no
controle e fiscalização das concessões, permissões e autorizações de serviços
públicos possuem sim atribuição de definir o valor da tarifa cobrada dos
consumidores.
Segundo ensina Maria Sylvia Di Pietro, “as atribuições das agências
reguladoras, no que diz respeito à concessão, permissão e autorização de
serviço público resumem-se ou deveriam resumir-se às funções que o poder
concedente exerce nesses tipos de contratos ou atos de delegação:
regulamentar os serviços que constituem objeto da delegação, realizar o
procedimento licitatório para escolha do concessionário, permissionário ou
autorizatário, celebrar o contrato de concessão ou permissão ou praticar ato
unilateral de outorga da autorização, definir o valor da tarifa e da sua revisão
ou reajuste, controlar a execução dos serviços, aplicar sanções, encampar,
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decretar a caducidade, intervir, fazer a rescisão amigável, fazer a reversão de


bens ao término da concessão, exercer o papel de ouvidor de denúncias e
reclamações dos usuários, enfim, exercer todas as prerrogativas que a lei
outorga ao Poder Público na concessão, permissão e autorização”.
Veja, por exemplo, competência atribuída à ANATEL pela Lei 9.742/1997
na regulação dos serviços de telecomunicações:
Art. 19. À Agência compete adotar as medidas necessárias para o atendimento do
interesse público e para o desenvolvimento das telecomunicações brasileiras, atuando
com independência, imparcialidade, legalidade, impessoalidade e publicidade, e
especialmente:
VII - controlar, acompanhar e proceder à revisão de tarifas dos serviços

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prestados no regime público, podendo fixá-las nas condições previstas nesta


Lei, bem como homologar reajustes;
Art. 103. Compete à Agência estabelecer a estrutura tarifária para cada
modalidade de serviço.
§ 1° A fixação, o reajuste e a revisão das tarifas poderão basear-se em valor que
corresponda à média ponderada dos valores dos itens tarifários.
§ 2° São vedados os subsídios entre modalidades de serviços e segmentos de
usuários, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 81 desta Lei.
§ 3° As tarifas serão fixadas no contrato de concessão, consoante edital ou proposta
apresentada na licitação.
§ 4° Em caso de outorga sem licitação, as tarifas serão fixadas pela Agência e
constarão do contrato de concessão.
Quanto às agências que atuam no exercício de poder de polícia (ex:
ANVISA e ANS), as atribuições são aqueles inerentes a esse poder, tais como
as de normatizar as atividades (nos limites legais), fiscalizar o cumprimento
das normas e aplicar sanções.
Gabarito: Errado

Como se vê, além de exercerem atribuições administrativas


ordinárias, próprias do Poder Executivo, as agências reguladoras também
desempenham competências assemelhadas às funções legislativa (editar
normas) e judiciária (solução de conflitos). Por essa razão, existem
autores que consideram difícil enquadrá-las na tripartição clássica de
Poderes.
Todavia, mesmo quando exercem funções assemelhadas às funções
legislativa e judicial, suas decisões não perdem a natureza
administrativa, vale dizer, não são atos legislativos, capazes de criar
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direito novo, não previsto em lei anterior, nem são atos judiciais, dotados
de definitividade. Além disso, não se pode perder de vista que as agências
reguladoras pertencem à Administração Indireta do Poder Executivo.
Em relação à solução de conflitos, é importante destacar que as
agências reguladoras, diferentemente do Poder Judiciário, que só age
quando provocado, também devem atuar de forma prévia e sistemática
no acompanhamento da atuação das empresas reguladas, buscando
prevenir o surgimento de controvérsias.
Lembrando que a atuação das agências reguladoras de forma alguma
afasta a possibilidade de apreciação do Poder Judiciário acerca de
qualquer lesão ou ameaça de lesão a direito.

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25. (Cespe – TCU 2011) As decisões definitivas das agências, em regra, não são
passíveis de apreciação por outros órgãos ou entidades da administração pública.
Comentário: O item está correto. Em regra, as decisões definitivas das
agências nas matérias de sua competência constituem a última instância de
natureza administrativa. E isso ocorre, primeiramente, pela própria natureza
jurídica das agências que, como entidades da Administração Indireta, não
estão subordinadas a alguma instância superior para a qual se possa
apresentar recurso hierárquico.
Outro fator é a alta complexidade das matérias que geram os conflitos
solucionados pelas agências reguladoras, o que faz com que seu corpo
técnico, altamente especializado nessas matérias, seja percebido pelas partes
diretamente interessadas como o foro natural de mediação e solução dos
conflitos.
Apesar disso, parte da doutrina sustenta que, excepcionalmente, as
decisões das agências reguladoras podem ser reapreciadas pela
Administração Direta (leia-se: Ministério supervisor), especialmente nas
hipóteses em que a agência pratica atos ilegais. É o chamado recurso
hierárquico impróprio. Daí o “em regra” do enunciado.
Gabarito: Certo

Quanto ao poder regulamentar das agências reguladoras, os


regulamentos por elas expedidos são conhecidos como regulamentos
delegados ou regulamentos autorizados, uma vez que, nas matérias
de natureza estritamente técnica, eles não se limitam a dar fiel
execução à lei, mas podem complementá-la, desde que observem as
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diretrizes e os limites nela traçados. A possibilidade de sua edição,


contudo, deve estar expressamente prevista em lei, vale dizer, as
agências não podem editar normativos inteiramente autônomos, sem lei
que os autorize. Ademais, as agências, mesmo sendo dotadas de amplos
poderes normativos, não podem criar obrigações novas, que não
contem com previsão legal.

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26. (Cespe – ANATEL 2012) A ANATEL, por ser agência reguladora integrante da
administração indireta, exerce o poder regulamentar com maior vigor, podendo
inovar na ordem jurídica com a edição de atos normativos primários e regulamentos
autônomos.
Comentário: Embora o poder normativo das agências reguladoras seja
considerado bastante amplo, possibilitando que elas, inclusive,
complementem a lei em determinados aspectos de natureza técnica, em
hipótese alguma as agências podem inovar na ordem jurídica com a edição de
atos normativos primários e regulamentos autônomos. Com efeito, a atuação
normativa das agências reguladoras, complementando as disposições da lei,
depende de expressa autorização dada pela própria lei, vale dizer, consiste na
edição de regulamentos delegados ou autorizados.
Gabarito: Errado

Aspecto relevante do tema diz respeito à necessária autonomia da


atuação das agências reguladoras, característica tomada como a mais
importante a ser conferida a essas entidades.
É que, para desempenharem sua função de controle e fiscalização
com imparcialidade e rigor técnico, a atuação das agências não pode ser
influenciada pelo interesse das empresas reguladas, e nem mesmo pelos
interesses do próprio Governo ou dos consumidores. A autonomia deve
existir perante todos.
Essa relação entre as agências reguladoras e as demais partes
interessadas é objeto de estudo da teoria da captura, pela qual se busca
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impedir uma vinculação promíscua entre a agência, de um lado, e o


governo instituidor ou os entes regulados, de outro, com flagrante
comprometimento da independência da pessoa reguladora (o chamado
“risco de captura”).
No que tange ao risco de captura da agência pelas empresas do setor
regulado, geralmente dotadas de grande poderio econômico, a doutrina
ensina que um dos instrumentos mais eficazes para evita-lo é proibir que
o ex-dirigente do órgão regulador, nos meses seguintes à sua exoneração,
seja contratado por empresas do setor por ele regulado. Essa
“quarentena” é uma forma de evitar que o ex-dirigente se utilize de
informações privilegiadas para beneficiar a empresa regulada.

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No Brasil, a Lei 9.986/2000, que dispõe sobre a gestão de recursos


humanos das agências reguladoras, estabelece a obrigatoriedade de
quarentena dos ex-dirigentes, nos seguintes termos:

Art. 8o O ex-dirigente fica impedido para o exercício de atividades ou


de prestar qualquer serviço no setor regulado pela respectiva
agência, por um período de quatro meses, contados da exoneração ou do
término do seu mandato.
§ 1o Inclui-se no período a que se refere o caput eventuais períodos de
férias não gozadas.

§ 2o Durante o impedimento, o ex-dirigente ficará vinculado à agência,


fazendo jus a remuneração compensatória equivalente à do cargo de
direção que exerceu e aos benefícios a ele inerentes.
§ 3o Aplica-se o disposto neste artigo ao ex-dirigente exonerado a pedido,
se este já tiver cumprido pelo menos seis meses do seu mandato.
§ 4o Incorre na prática de crime de advocacia administrativa, sujeitando-se
às penas da lei, o ex-dirigente que violar o impedimento previsto neste
artigo, sem prejuízo das demais sanções cabíveis, administrativas e civis.

§ 5o Na hipótese de o ex-dirigente ser servidor público, poderá ele optar


pela aplicação do disposto no § 2o, ou pelo retorno ao desempenho das
funções de seu cargo efetivo ou emprego público, desde que não haja
conflito de interesse.

Além da quarentena dos ex-dirigentes das agências reguladoras, que


possui previsão legal, a jurisprudência também não tem aceitado a
realização do movimento inverso, ou seja, do dirigente de empresa do
setor que vai ocupar cargo nos órgãos diretivos das agências.
Como exemplo, o TRF da 5ª Região já impediu a nomeação para
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vagas de Conselheiro Consultivo da ANATEL, destinadas à representação


dos usuários, de determinadas pessoas que haviam ocupado cargos em
empresas concessionárias, tendo-se fundado a decisão na evidente
suspeição que o desempenho de tais agentes poderia ocasionar15.
De um modo geral, os autores apontam a previsão de
mandatos fixos para os dirigentes como um dos mais importantes e
mais utilizados mecanismos para assegurar a imparcialidade das agências
reguladoras.

15 TRF5: Ap. Cível 342.739

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No Brasil, atualmente, os dirigentes de todas as agências federais


possuem mandato fixo, a teor do art. 9º da Lei 9.986/2000:

Art. 9o Os Conselheiros e os Diretores somente perderão o mandato em


caso de renúncia, de condenação judicial transitada em julgado ou de
processo administrativo disciplinar.

Parágrafo único. A lei de criação da Agência poderá prever outras


condições para a perda do mandato.

Ressalte-se que, como dispõe o parágrafo único do dispositivo acima,


além da renúncia, da condenação judicial transitada em julgado ou de
processo administrativo disciplinar, a lei de criação de cada agência
poderá prever outras condições para a perda do mandato.
Outros instrumentos teóricos para conferir autonomia às agências
reguladoras seriam o estabelecimento de fontes próprias de recursos,
provenientes do próprio exercício da função regulatória, a não
subordinação hierárquica a qualquer instância de governo e a indicação de
dirigentes pautada em critérios técnicos, sendo preferível que sua
indicação não seja ato exclusivo do Poder Executivo, e sim um ato que
conte com a participação do Poder Legislativo.
Quanto a este último ponto, cumpre salientar que os dirigentes das
agências reguladoras federais são nomeados conforme o procedimento
previsto no art. 52, III, “f” da CF, ou seja, o Presidente da República
escolhe a pessoa para ser dirigente de agência reguladora, mas só pode
nomeá-la após aprovação do Senado Federal. Ademais, os indicados
devem preencher certos critérios técnicos, além de possuir reputação
ilibada. É o que diz a Lei 9.986/2000:
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Art. 5o O Presidente ou o Diretor-Geral ou o Diretor-Presidente (CD I) e os


demais membros do Conselho Diretor ou da Diretoria (CD II) serão
brasileiros, de reputação ilibada, formação universitária e elevado
conceito no campo de especialidade dos cargos para os quais serão
nomeados, devendo ser escolhidos pelo Presidente da República e por
ele nomeados, após aprovação pelo Senado Federal, nos termos da
alínea f do inciso III do art. 52 da Constituição Federal.

Cumpre observar que as agências reguladoras são dirigidas em


regime de colegiado, por um Conselho Diretor ou Diretoria composta
por Conselheiros ou Diretores, sendo um deles o seu Presidente ou o
Diretor-Geral ou o Diretor-Presidente.

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As agências reguladoras, na sua condição de autarquias, são


vinculadas à Administração Direta; no âmbito federal, elas se vinculam
ao Ministério correspondente à sua área de atuação. Por exemplo, a
ANATEL é vinculada ao Ministério das Comunicações e a ANP, ao Ministério
das Minas e Energia. Portanto, as agências reguladoras se submetem ao
controle finalístico (tutela administrativa) efetuado pelo respectivo
Ministério supervisor.
As leis instituidoras de algumas agências reguladoras preveem a
obrigatoriedade de celebrarem contrato de gestão com o Poder
Executivo, hipótese em que sua autonomia em relação ao órgão
supervisor se vê ampliada ainda mais, sendo o controle direcionado para o
alcance de metas e resultados.
Além da tutela administrativa, as agências reguladoras também se
submetem aos controles judicial e legislativo, este último incluindo o
controle exercido pelo Tribunal de Contas. Nesses casos, o controle
sobre as agências não possui qualquer particularidade em relação ao que
é exercido sobre as demais entidades integrantes da Administração
Pública.
Por fim, vale observar que as leis instituidoras das atuais agências
reguladoras estabelecem, em alguns casos, instrumentos específicos de
participação popular, com destaque para a consulta pública e a
audiência pública. Esses institutos, de maneira geral, permitem a
manifestação dos agentes econômicos e dos consumidores sempre que
possa ser editado um ato ou tomada uma decisão que possa afetar o
direito deles.

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27. (FGV – OAB 2015) O Governador do Estado Y criticou, por meio da imprensa,
o Diretor-Presidente da Agência Reguladora de Serviços Delegados de Transportes
do Estado, autarquia estadual criada pela Lei nº 1.234, alegando que aquela
entidade, ao aplicar multas às empresas concessionárias por supostas falhas na
prestação do serviço, “não estimula o empresário a investir no Estado”. Ainda, por
essa razão, o Governador ameaçou, também pela imprensa, substituir o Diretor-
Presidente da agência antes de expirado o prazo do mandato daquele dirigente.
Considerando o exposto, assinale a afirmativa correta.
A) A adoção do mandato fixo para os dirigentes de agências reguladoras contribui
para a necessária autonomia da entidade, impedindo a livre exoneração pelo chefe

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do Poder Executivo.
B) A agência reguladora, como órgão da Administração Direta, submete-se ao poder
disciplinar do chefe do Poder Executivo estadual.
C) A agência reguladora possui personalidade jurídica própria, mas está sujeita,
obrigatoriamente, ao poder hierárquico do chefe do Poder Executivo.
D) Ainda que os dirigentes da agência reguladora exerçam mandato fixo, pode o
chefe do Poder Executivo exonera-los, por razões políticas não ligadas ao interesse
público, caso discorde das decisões tomadas pela entidade.
Comentários: Vamos analisar cada alternativa:
a) CERTA. Conforme ensina Hely Lopes Meireles, todas as agências
reguladoras brasileiras foram criadas como “autarquias sob regime especial,
considerando-se o regime especial como o conjunto de privilégios específicos
que a lei outorga à entidade para a consecução de seus fins. No caso das
agências reguladoras até agora criadas no âmbito da Administração Federal
esses privilégios caracterizem-se basicamente pela independência
administrativa, fundamentada na estabilidade de seus dirigentes (mandato
fixo), autonomia financeira (renda própria e liberdade de sua aplicação) e
poder normativo (regulamentação das matérias de sua competência). Assim,
tem-se que o mandato fixo dos dirigentes é uma forma de assegurar a
independência da agência em relação ao Poder Executivo, a fim de que sua
atuação não seja influenciada por pressões políticas. Detalhe é que, em regra,
os dirigentes só podem perder o cargo em caso de renúncia, condenação
transitada em julgado ou processo administrativo disciplinar. Porém, a lei
instituidora de cada agência pode fixar outras possibilidades.
b) ERRADA. O enunciado informa que a Agência Reguladora de Serviços
Delegados de Transportes do Estado é uma autarquia estadual, portanto,
integrante da Administração Indireta, e, como tal, não pode estar sujeita ao
poder disciplinar do chefe do Poder Executivo estadual.
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c) ERRADA. De fato, a agência reguladora possui personalidade jurídica


própria, pois é uma autarquia, integrante da Administração Indireta. Porém,
justamente por isso, ela não está sujeita ao poder hierárquico do chefe do
Poder Executivo, pois inexiste relação de subordinação entre a Administração
Direta e a Indireta.
d) ERRADA. A previsão de mandatos fixos para os dirigentes é
considerada um dos mais importantes e mais utilizados mecanismos para
assegurar a imparcialidade e a tecnicidade das agências reguladoras. Tal
prerrogativa serve justamente para evitar que os dirigentes percam seus
cargos por razões políticas não ligadas ao interesse público, o que lhes
permite atuar com maior independência. Assim, seria incoerente a lei prever

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mandato fixo, mas ainda deixar espaço para o chefe do Poder Executivo
exonerar livremente os dirigentes.
Gabarito: alternativa “a”

28. (FGV – OAB 2010) No Direito Público brasileiro, o grau de autonomia das
Agências Reguladoras é definido por uma independência
(A) administrativa total e absoluta, uma vez que a Constituição da República de 1988
não lhes exige qualquer liame, submissão ou controle administrativo dos órgãos de
cúpula do Poder Executivo.
(B) administrativa mitigada, uma vez que a própria lei que cria cada uma das
Agências Reguladoras define e regulamenta as relações de submissão e controle,
fundado no poder de supervisão dos Ministérios a que cada uma se encontra
vinculada, em razão da matéria, e na superintendência atribuída ao chefe do Poder
Executivo, como chefe superior da Administração Pública.
(C) legislativa total e absoluta, visto que gozam de poder normativo regulamentar,
não se sujeitando assim às leis emanadas pelos respectivos Poderes legislativos de
cada ente da federação brasileira.
(D) política decisória, pois não estão obrigadas a seguir as decisões de políticas
públicas adotadas pelos Poderes do Estado (executivo e legislativo).
a) ERRADA. Embora possuam alto grau de autonomia administrativa, as
agências reguladoras não estão totalmente livres do controle administrativo
dos órgãos de cúpula do Poder Executivo. Com efeito, na qualidade de
entidades da Administração Indireta, as agências se sujeitam à tutela do
Ministério Supervisor, que seria uma espécie de controle finalístico.
b) CERTA. Como afirmado, as agências reguladoras, no direito público
brasileiro, foram criadas sob a forma de autarquias e, nessa qualidade, estão
vinculadas (mas não subordinadas) ao respectivo órgão setorial da
Administração Direta, para fins de tutela administrativa ou controle finalístico.
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Ademais, como entidades integrantes da Administração Pública, estão sujeitas


à superintendência atribuída ao chefe do Poder Executivo, como chefe
superior da Administração Pública. Afinal, em última instância, é o chefe do
Poder Executivo quem comanda as autoridades responsáveis pela supervisão
das agências.
c) ERRADA. O poder normativo regulamentar das agências é limitado,
pois deve obedecer às diretrizes e aos limites traçados nas leis emanadas pelo
Poder Legislativo.
d) ERRADA. As agências reguladoras estão sim obrigadas a seguir as
decisões de políticas públicas adotadas pelos Poderes do Estado (executivo e
legislativo). Afinal, tais entidades pertencem à Administração Pública e, por

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isso, estão sujeitas às orientações dos governantes eleitos. As agências,


assim como as demais entidades e órgãos da Administração, constituem os
instrumentos que o chefe do Executivo possui para implementar as políticas
públicas que foram prometidas na campanha e aprovadas pelo povo nas urnas
ou por seus representantes por intermédio das leis. Tanto é verdade que Celso
Antônio Bandeira de Mello chega a defender que os mandatos dos dirigentes
das agências coincidam com o mandato do chefe do Executivo. Com isso,
evita-se que o governante atual estenda sua influência para além da duração
do seu próprio mandato e abre-se espaço para que o novo chefe imprima, com
a escolha de novos dirigentes, a orientação política e administrativa que lhe
fez vencedor nas urnas. Segundo o autor, a hipótese de mandatos não
coincidentes seria, em última instância, uma fraude contra o próprio povo.
Gabarito: alternativa “b”

29. (ESAF – CGU 2006) Pelo sistema constitucional brasileiro, a categoria das
agências reguladoras apresentam competência de natureza:
a) legislativa e administrativa.
b) legislativa, administrativa e jurisdicional.
c) exclusivamente legislativa.
d) administrativa e jurisdicional.
e) exclusivamente administrativa.
Comentários: As agências reguladoras são entidades administrativas,
integrantes do Poder Executivo e, portanto, suas competências possuem
natureza administrativa (opção “e”).
É certo que algumas de suas competências possuem características
semelhantes às funções legislativa e jurisdicional, por exemplo, quando
editam regulamentos e quando solucionam conflitos entre empresas
concessionárias e usuários dos serviços públicos. Porém, frise-se, tais
competências são apenas semelhantes às funções legislativa e jurisdicional
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“típicas”, mas com elas não se confundem, por lhes faltar determinados
atributos. Com efeito, os regulamentos editados pelas agências reguladoras
não podem inovar no ordenamento jurídico, vale dizer, não podem criar
direitos e obrigações não previstos em lei. O poder regulamentar das agências,
embora seja considerado bastante amplo, não pode extrapolar os limites
estabelecidos pela lei. E quanto à solução de conflitos, as decisões tomadas
pelas agências não possuem o atributo da definitividade, podendo ser
apreciadas pelo Poder Judiciário, desde que provocado. Portanto, pode-se
afirmar que, mesmo quando editam normativos ou solucionam conflitos, as
agências reguladoras exercem competência de natureza administrativa.
Gabarito: alternativa “e”

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30. (Cespe – AGU 2012) As relações de trabalho nas agências reguladoras são
regidas pela CLT e pela legislação trabalhista correlata, em regime de emprego
público.
Comentário: O quesito está errado. Os servidores das agências
reguladoras federais são regidos pelo regime estatutário previsto na Lei
8.112/1990, e não pela CLT. Originariamente, o art. 1º da Lei 9.986/2000
estabeleceu o regime celetista para as agências. Todavia, a eficácia deste
dispositivo foi suspensa em razão de medida liminar deferida pelo STF no bojo
da ADI 2310, na qual o Supremo considerou o regime de emprego público
incompatível com a atividade a ser desenvolvida pelo pessoal das agências
reguladoras. Essa ADI acabou por perder seu objeto com a promulgação da
Lei 10.871/2004, cujo art. 6º prescreve que o regime jurídico do pessoal das
agências é o instituído pela Lei 8.112/1990, ou seja, o regime estatutário
aplicável aos servidores federais em geral, sendo esta a regra atualmente
vigente.
Ressalte-se que, nos termos do art. 3º, parágrafo único da
Lei 10.871/2004, aos servidores das agências reguladoras, no exercício das
atribuições de natureza fiscal ou decorrentes do poder de polícia, são
asseguradas as prerrogativas de promover a interdição de estabelecimentos,
instalações ou equipamentos, assim como a apreensão de bens ou produtos, e
de requisitar, quando necessário, o auxílio de força policial federal ou
estadual, em caso de desacato ou embaraço ao exercício de suas funções. De
fato, como se percebe, prerrogativas dessa espécie não se compatibilizam
com o regime celetista.
Gabarito: Errado

31. (ESAF – GDF 2007) No tocante às agências reguladoras no Direito Brasileiro:


I. As agências reguladoras são autarquias sob regime especial;
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II. Entre as atividades afetas à disciplina e controle de tais entidades destacam-se os


serviços públicos relacionados à energia elétrica, transportes terrestres, transportes
aquaviários, aviação civil, atividades de fomento e fiscalização de atividade privada;
III. A Constituição Federal de 1988 prevê expressamente a criação de um órgão
regulador;
IV. As agências reguladoras exercem a atividade de regulação, abrangendo
competência para estabelecer regras de conduta, para fiscalizar, reprimir, punir,
resolver conflitos, não só no âmbito da própria concessão, mas também nas
relações com outras prestadoras de serviço;
V. Nos termos da Lei n. 9.986/2000, as agências reguladoras podem utilizar o

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pregão para as contratações referentes a obras e serviços de engenharia.


A quantidade de itens incorretos é igual a:
a) 4
b) 2
c) 3
d) 1
e) 5
Comentários: Vamos analisar cada alternativa:
I) CERTO. No Brasil, embora não haja determinação constitucional,
adotou-se como prática instituir as agências reguladoras com a forma de
autarquias sob regime especial, pessoas jurídicas de direito público, dotadas
de autonomia administrativa e financeira.
II) CERTO. São exemplos de agências reguladoras no Brasil que
disciplinam e controlam serviços públicos relacionados à energia elétrica
(ANEEL), transportes terrestres (ANTT), transportes aquaviários (ANTAQ),
aviação civil (ANAC), atividades de fomento (ANCINE) e fiscalização de
atividade privada (ANS).
III) CERTO. Na CF, a criação de um órgão regulador está prevista em duas
partes, especificamente para disciplinar e controlar os setores de
telecomunicações (art. 21, inciso XI) e de petróleo (art. 177, §2º, inciso III):
Art. 21. Compete à União:
XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os
serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização
dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos institucionais.
Art. 177. Constituem monopólio da União:
§ 2º A lei a que se refere o § 1º disporá sobre:
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III - a estrutura e atribuições do órgão regulador do monopólio da União;


IV) CERTO. A assertiva apresenta uma definição exata do papel das
agências reguladoras, transcrevendo lições da Prof. Di Pietro.
V) ERRADA. Nos termos da Lei n. 9.986/2000, a aquisição de bens e a
contratação de serviços pelas Agências Reguladoras poderá se dar nas
modalidades de consulta e pregão, observado o disposto nos arts. 55 a 58 da
Lei no 9.472, de 1997, e nos termos de regulamento próprio. Todavia, tal
permissivo não se aplica às contratações referentes a obras e serviços de
engenharia, cujos procedimentos deverão observar as normas gerais de
licitação e contratação para a Administração Pública, daí o erro.
Gabarito: alternativa “d”

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32. (ESAF – CGU 2006) Com a transferência da execução de alguns serviços


públicos para o setor privado, tornou-se necessário criar, na administração pública,
agências especiais destinadas a regular, controlar e fiscalizar tais serviços no
interesse dos usuários e da sociedade. São aspectos comuns às agências
reguladoras de infraestrutura, exceto,
a) os seus quadros de servidores são regidos por regime jurídico estatuário peculiar.
b) os seus dirigentes são nomeados pelo Presidente da Republica, com prévia
aprovação do Senado Federal.
c) os seus administradores possuem mandatos fixos como fundamento de sua
independência administrativa.
d) os que possuem autonomia financeira, ou seja, contam com recursos próprios e
têm liberdade para aplicá-los.
e) os que possuem poder normativo, ou seja, podem editar sobre matérias de sua
competência.
Comentários: Vamos analisar cada alternativa:
a) ERRADA. Os servidores das agências reguladoras são regidos pelo
regime estatutário, sem qualquer peculiaridade em relação aos demais
servidores sujeitos ao mesmo regime, daí o erro.
Originariamente, o art. 1º da Lei 9.986/2000, que dispõe sobre a gestão de
recursos humanos das agências reguladoras, estabeleceu o regime celetista
para as agências. Todavia, a eficácia deste dispositivo foi suspensa em razão
de medida liminar deferida pelo STF no bojo da ADI 2310, na qual o Supremo
considerou o regime de emprego público incompatível com a atividade a ser
desenvolvida pelo pessoal das agências reguladoras. Essa ADI acabou por
perder seu objeto com a promulgação da Lei 10.871/2004, que dispõe sobre a
criação de carreiras e organização de cargos efetivos das autarquias especiais
denominadas agências reguladoras, cujo art. 6º prescreve que o regime
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jurídico do pessoal das agências é o instituído pela Lei 8.112/1990, ou seja, o


regime estatutário aplicável aos servidores federais em geral, sendo esta a
regra atualmente vigente.
b) CERTA, nos termos do art. 5º da Lei 9.986/2000:
Art. 5o O Presidente ou o Diretor-Geral ou o Diretor-Presidente (CD I) e os demais
membros do Conselho Diretor ou da Diretoria (CD II) serão brasileiros, de reputação
ilibada, formação universitária e elevado conceito no campo de especialidade dos
cargos para os quais serão nomeados, devendo ser escolhidos pelo Presidente da
República e por ele nomeados, após aprovação pelo Senado Federal, nos termos
da alínea f do inciso III do art. 52 da Constituição Federal.
c) CERTA. A estabilidade dos dirigentes no cargo é uma das formas de se

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garantir a autonomia das agências reguladoras. Estando eles imunes a


eventuais pressões de uma autoridade superior que lhes possa tirar o cargo,
espera-se que desempenhem suas atribuições com maior independência. Nos
termos do art. 6º da Lei 9.986/2000, “o mandato dos Conselheiros e dos
Diretores terá o prazo fixado na lei de criação de cada Agência” e “somente
perderão o mandato em caso de renúncia, de condenação judicial transitada
em julgado ou de processo administrativo disciplinar”, podendo a lei de
criação da agência prever outras condições para a perda do mandato.
d) CERTA. A autonomia financeira é característica comum a todas as
entidades da administração indireta, portanto, aplicável a todas as agências
reguladoras instituídas sob a forma de autarquia de regime especial.
e) CERTA. Característica importante das agências reguladoras é seu
poder normativo, o qual lhes permite editar regulamentos de natureza técnica a
serem observados pelo setor de sua área de competência. Ressalte-se, porém,
que as agências não podem editar regulamentos inteiramente autônomos, isto
é, que não tenham base em determinada lei. Ainda que o tema do ato
normativo tenha natureza estritamente técnica, deve sempre existir uma lei que
expressamente autorize a sua elaboração e que imponha os limites da
regulação. Dessa forma, a lei deve estabelecer as diretrizes básicas relativas
ao setor a ser regulado e essas diretrizes orientarão a edição, pela agência
reguladora, das normas específicas que as concretizem e as tornem efetivas.
Gabarito: alternativa “a”

33. (Cespe – PC/BA 2013) As agências reguladoras detêm o poder de definir suas
próprias políticas públicas e executá-las nos diversos setores regulados.
Comentário: O quesito está errado. As políticas públicas relativas ao
setor regulado pelas agências são definidas pelos órgãos estratégicos do
Estado, e não pelas agências. Cabe às agências, no âmbito de suas atribuições
de regulação, velar para que os objetivos dessas políticas sejam atingidos.
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Gabarito: Errado

*****
Por hoje é só pessoal!

Bons estudos!

Erick Alves
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RESUMÃO DA AULA

CONSÓRCIOS PÚBLICOS:
 Pessoa jurídica formada exclusivamente por entes federados (U, E, DF e M), com a finalidade de
cooperação federativa (realização de objetivos de interesse comum).
 Diferem-se dos convênios, pois estes são despersonificados.
 Não pode haver consórcio constituído unicamente pela União e Municípios. Deve haver participação do
Estado.
 Também não pode haver consórcio público celebrado entre um Estado e Município de outro Estado.
 Requisitos formais: (i) subscrição prévia do protocolo de intenções; (ii) ratificação do protocolo por lei.
 Personalidade jurídica:
 de direito público: associação pública - > integra a Adm. Indireta dos entes consorciados.
 de direito privado: associação civil (pessoal regido pela CLT, mas deve realizar concurso público)
 Para o cumprimento de seus objetivos, o consórcio público poderá:
 firmar convênios, contratos, acordos de qualquer natureza;
 receber auxílios, contribuições e subvenções;
 promover desapropriações e instituir servidões administrativas.
 arrecadar tarifas.
 ser contratado mediante dispensa de licitação pela Adm. direta ou indireta dos entes consorciados.
 Contrato de rateio: instrumento pelo qual os entes se comprometem a fornecer recursos financeiros ao
consórcio.
 Contrato de programa: firmado com um dos consorciados, para que este assuma a obrigação de prestar
serviços por meio de seus próprios órgãos.
 Representante legal: eleito dentre os Chefes do Poder Executivo dos entes consorciados.
 O consórcio público está sujeito à fiscalização do Tribunal de Contas competente para apreciar as contas
do Chefe do Poder Executivo representante legal do consórcio.

ENTIDADES PARAESTATAIS E TERCEIRO SETOR

 Terceiro Setor: entidades privadas, sem fins lucrativos.


- Primeiro setor: Estado
- Segundo setor: mercado, ou seja, setor privado empresarial, com fins lucrativos.
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 Entidades privadas, ou seja, são instituídas por particulares;


 Desempenham serviços não exclusivos do Estado, porém em colaboração com ele;
 Recebem algum tipo de incentivo do Poder Público (fomento);
 Sujeitam-se ao controle da Administração Pública e do Tribunal de Contas.
Entidades  Regime jurídico de direito privado, parcialmente derrogado pelo direito público;
paraestatais
 Não fazem parte da Administração Indireta;
 Integram do terceiro setor.
 Ex: serviços sociais autônomos, OS e OSCIP

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SERVIÇOS SOCIAIS AUTÔNOMOS:
 Criação autorizada por lei, efetuada por entidades representativas de categorias econômicas.
 Objeto: aprendizado profissionalizante e prestação de serviços assistenciais, que beneficiam determinados
grupamentos sociais ou profissionais.
 Arrecadam contribuições parafiscais (consideradas recursos públicos), que independem de contraprestação
direta em favor do contribuinte.
 Sujeitam-se à supervisão Ministerial e ao controle do Tribunal de Contas.
 Licitações: não se submetem à Lei de Licitações, mas apenas aos princípios da Administração Pública; podem
editar regulamentos próprios (para procedimentos), desde que não inovem na ordem jurídica (ex: prevendo
novas hipóteses de dispensa e inexigibilidade).

ORGANIZAÇÕES SOCIAIS:
 Pessoa privada, não integrante da Administração Pública, que recebe uma qualificação do Poder Público.
 Atua nas áreas de ensino, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, proteção e preservação do
meio ambiente, cultura e saúde.
 Foram idealizadas para substituir órgãos e entidades da Administração Pública, que seriam extintos e teriam
suas O“ publicização).
 Formalizam parceria com o Poder Público mediante CONTRATO DE GESTÃO CF
 Qualificação é ato discricionário, dependendo de aprovação do Ministério supervisor.
 A lei exige que a OS possua um Conselho de Administração, do qual participem representantes do Poder
Público; não exige que a OS tenha Conselho Fiscal.
 Podem receber do Estado (fomento): recursos orçamentários; bens públicos; cessão de servidor.
 É hipótese de licitação dispensável a contratação de OS pelo Poder Público, para o desempenho de
atividades contempladas no contrato de gestão.
 A desqualificação como OS pode ser feita pelo Poder Executivo, em processo administrativo, assegurado o
contraditório e a ampla defesa.

ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO:


 Pessoa privada, não integrante da Administração Pública, que recebe uma qualificação do Poder Público.
 Algumas entidades não podem ser qualificadas como OSCIP, dentre elas: sociedades comerciais, organizações
sociais, cooperativas, fundações públicas, hospitais e escolas privadas não gratuitos etc.
 Não foram idealizadas para substituir órgãos e entidades da Administração Pública.
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 Formalizam parceria com o Poder Público mediante TERMO DE PARCERIA.


 É possível a vigência simultânea de dois ou mais termos de parceria, ainda que com o mesmo órgão estatal,
desde que a Oscip tenha capacidade operacional para executar seus objetos.
 Qualificação é ato vinculado, concedida pelo Ministério da Justiça.
 A lei exige que a Oscip tenha um Conselho Fiscal; não exige que a Oscip tenha um Conselho de Administração.
Não há exigência de que existam representantes do Poder Público em algum órgão da entidade.
 Não existe hipótese de licitação dispensável para a contratação de Oscip pelo Poder Público.
 A desqualificação como Oscip pode ser feita a pedido da própria entidade, por iniciativa de qualquer
cidadão ou do Ministério Público, em processo administrativo ou judicial, assegurado o contraditório e a
ampla defesa.

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AGÊNCIAS REGULADORAS:
 Não é uma qualificação. São autarquias sob regime especial (não há obrigatoriedade).
 São entidades da Administração Indireta.
 Dois tipos: (i) as que exercem poder de polícia (ex: Anvisa); (ii) as que regulam atividades delegadas à iniciativa
privada, mediante concessão, permissão ou autorização (ex: ANATEL, ANELL).
 Exercem função típica de Estado: função regulatória.
 Podem editar normas, exercer fiscalização sobre as empresas concessionárias, revisar e fixar tarifas, aplicar
sanções, solucionar conflitos entre as empresas e os clientes e solucionar reclamações dos consumidores.
 Possuem poder normativo amplo, em assuntos de natureza técnica, mas não podem inovar na ordem jurídica
com a edição de atos normativos primários e regulamentos autônomos.
 Servidores se submetem ao regime estatutário.
 Dirigentes escolhidos pelo Presidente da República e aprovados pelo Senado Federal.
 Há previsão de quarentena dos ex-dirigentes (4 meses), período no qual não podem assumir cargos nas
empresas do setor regulado.
 Os dirigentes possuem mandato fixo, só podendo perder o cargo em caso de renúncia, condenação judicial
transitada em julgado ou processo administrativo disciplinar (a lei de cada agência pode prever outras formas).
 Algumas agências devem celebrar contrato de gestão com o Ministério supervisor.

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Direito Administrativo para XX Exame OAB 2016
Teoria e exercícios comentados
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JURISPRUDÊNCIA DA AULA

STF – RE 635.682/RJ (25/4/2013)

Ementa

Recurso extraordinário. 2. Tributário. 3. Contribuição para o SEBRAE.


Desnecessidade de lei complementar. 4. Contribuição para o SEBRAE. Tributo
destinado a viabilizar a promoção do desenvolvimento das micro e pequenas
empresas. Natureza jurídica: contribuição de intervenção no domínio
econômico. 5. Desnecessidade de instituição por lei complementar.
Inexistência de vício formal na instituição da contribuição para o
SEBRAE mediante lei ordinária. 6. Intervenção no domínio econômico. É
válida a cobrança do tributo independentemente de contraprestação
direta em favor do contribuinte. 7. Recurso extraordinário não provido. 8.
Acórdão recorrido mantido quanto aos honorários fixados.
STJ – Súmula 499 (2013)
As empresas prestadoras de serviços estão sujeitas às contribuições ao Sesc
e Senac, salvo se integradas noutro serviço social.
STF – Súmula 516
O Serviço Social da Indústria (SESI) está sujeito à jurisdição da Justiça Estadual.

TCU – Acórdão 526/2013-Plenário (13/3/2013)

"A jurisprudência deste Tribunal pacificou o entendimento de que as entidades


do Sistema S não estão obrigadas a seguir estritamente os termos do
Estatuto de Licitações (Lei n. 8.666/1993), todavia obrigam-se aos seus
regulamentos próprios devidamente publicados, os quais devem se pautar nos
princípios gerais do processo licitatório e nos princípios relativos à
Administração Pública, em especial os da legalidade, moralidade,
impessoalidade, isonomia e publicidade, constantes do art. 37, caput, da
Constituição Federal."
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TCU – Informativo de Licitações e Contratos 159/2013

Enunciado:

3. As entidades do Sistema S não podem inovar na ordem jurídica, por


meio de seus regulamentos próprios, instituindo novas hipóteses de
dispensa e de inexigibilidade de licitação, haja vista que a matéria deve ser
disciplinada por norma geral, de competência privativa da União.
Texto:

Auditoria com o objetivo de analisar processos licitatórios e contratos de


aquisição de bens e prestação de serviços na Agência Brasileira de Promoção de
Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) decorrente de Solicitação do
Congresso Nacional para que o TCU realizasse auditoria nas despesas das

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entidades do Sistema S apontou, dentre outras falhas, a existência, no


Regulamento de Licitações e Contratos da entidade, de hipótese de dispensa de
licitação "para a participação em feiras, exposições, congressos, seminários e
eventos em geral, relacionados à atividade-fim". Sobre o assunto, anotou o
relator que "não obstante o fato de os serviços sociais autônomos não se
sujeitarem aos ditames da Lei n. 8.666/1993, devem seus regulamentos próprios
atender aos princípios básicos que regem a Administração Pública, dispostos no
art. 37 da Constituição Federal, em especial os da impessoalidade, da moralidade
e da igualdade". Relembrou voto revisor vitorioso na prolação do Acórdão
2790/2013 - Segunda Câmara, oportunidade em que ficou assente que "embora
não se exija a plena submissão dos entes integrantes do Sistema S à Lei
n. 8.666/1993, eles não detêm competência para legislar sobre este
assunto, por se tratar de matéria de lei ordinária (reserva legal segundo
a vontade do legislador constituinte), de competência privativa da União,
consoante o art. 22, XXVII, da Lei Maior". Nesse passo, caracterizada a
ilegalidade da inovação normativa, o relator perfilou a proposta da unidade
instrutiva no sentido de se determinar à Apex-Brasil alteração em seu
regulamento próprio de licitações e contratos. O Tribunal, ao acolher a proposta
do relator, determinou à entidade que "promova a devida alteração no
Regulamento de Licitações e de Contratos, aprovado pela Resolução/Apex-Brasil
n. 07/2011, de 25/10/2011, no que concerne ao permissivo constante do inciso
XVIII do art. 9º, para adequá-lo aos princípios constitucionais da impessoalidade,
da moralidade e da igualdade, ínsitos no art. 37, caput, e inciso XXI, da
Constituição Federal/1988". Acórdão 1785/2013-Plenário, TC 005.708/2013-3,
relator Ministro-Substituto Marcos Bemquerer Costa, 10.7.2013.
STF – RE 789.874 (17/9/2014)
Notícias STF

Entidade do "Sistema S" não está obrigada a realizar concurso


Por unanimidade, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta
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quarta-feira (17) que o Serviço Social do Transporte (Sest) não está obrigado a
realizar concurso público para a contratação de pessoal. O relator do Recurso
Extraordinário (RE) 789874, ministro Teori Zavascki, sustentou que as entidades
que compõem os serviços sociais autônomos, por possuírem natureza jurídica de
direito privado e não integrarem a administração indireta, não estão sujeitas à
regra prevista no artigo 37, inciso II da Constituição Federal, mesmo que
desempenhem atividades de interesse público em cooperação com o Estado. O
recurso teve repercussão geral reconhecida e a decisão do STF vai impactar pelo
menos 57 processos com o mesmo tema que estão sobrestados (suspensos).
[...]
O ministro observou que as entidades do Sistema S são patrocinadas por
recursos recolhidos do setor produtivo beneficiado, tendo recebido inegável

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autonomia administrativa e, embora se submetam à fiscalização do Tribunal de


Contas da União (TCU), ela se limita formalmente apenas ao controle finalístico
da aplicação dos recursos recebidos. Argumentou, ainda, que essas entidades
dedicam-se a atividades privadas de interesse coletivo, atuam em regime de
colaboração com o poder público, possuem patrimônio e receitas próprias e têm
prerrogativa de autogestão de seus recursos, inclusive na elaboração de
orçamentos.
O relator destacou que as entidades do Sistema S não podem ser confundidas ou
equiparadas com outras criadas a partir da Constituição de 1988, como a
Associação das Pioneiras Sociais – responsável pela manutenção dos hospitais da
Rede Sarah –, a Agência de Promoção de Exportações do Brasil e da Agência
Brasileira de Desenvolvimento Industrial. Ele ressaltou que essas novas
entidades foram criadas pelo poder Executivo e, além de não se destinarem à
prestação de serviços sociais ou de formação profissional, são financiadas
majoritariamente por dotação orçamentárias consignadas no Orçamento da
União e estão obrigadas a gerir seus recursos de acordo com contrato de gestão
com termos definidos pelo Executivo.
No entendimento do ministro, apesar de criado após a Constituição de 1988, a
natureza das atividades desenvolvidas, a forma de financiamento e o regime de
controle a que se sujeita o Sest permite enquadrar essa entidade no conceito
original, serviço social autônomo, vinculado e financiado por um determinado
segmento produtivo. Assinalou ainda que a jurisprudência do STF sempre fez a
distinção entre os entes do serviço social autônomo e as entidades da
administração pública e citou, entre outros precedentes, a Ação Direta de
Inconstitucionalidade (ADI) 1864, em que o Tribunal decidiu que a obrigação de
obediência a procedimentos licitatórios pela administração pública não se
estende às entidades privadas que atuam em colaboração com o Estado.
“Estabelecido que o Sest, assim como as demais entidades do Sistema S, tem
natureza privada e não integra a administração pública, direta ou indireta, não se
aplica a ele o inciso II do artigo 37 da Constituição”, concluiu o ministro.
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TRF5 – Ap. Cível 342.739 (7/12/2004)


CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO CIVIL
PÚBLICA. NOMEAÇÃO DE MEMBROS DO CONSELHO CONSULTIVO DA ANATEL.
CABIMENTO. ILEGALIDADE. ATO ADMINISTRATIVO. DISCRICIONARIEDADE.
APRECIAÇÃO PELO PODER JUDICIÁRIO. POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO.
ILEGALIDADE DA NOMEAÇÃO. ART. 34 DA LEI Nº 9.472/97. ART. 37 DO
DECRETO Nº 2.338/97. REPRESENTANTES DA SOCIEDADE E DOS USUÁRIOS.
NULIDADE DOS ATOS DE DESIGNAÇÃO. AFASTAMENTO. MANUTENÇÃO DA
SENTENÇA.
1. Ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público Federal a fim de que seja
declarado nulo ato de designação dos apelantes para integrar o Conselho

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Consultivo da ANATEL na qualidade de representantes dos usuários e da


sociedade, haja vista os cargos ocupados por eles, Presidência da Tele
Norte Leste Participações S/A e da TELEMAR Norte Leste S/A e
Presidência da TELEBRASIL.

2. Preliminar de impossibilidade jurídica do pedido afastada, tendo em conta a


possibilidade de controle juridicial dos atos administrativos discricionários.
3. Todos os elementos dos atos administrativos, inclusive os discricionários são
passíveis de revisão pelo Judiciário, para fins de avaliação de observância aos
princípios constitucionais da Administração Pública explícitos e implícitos e de
respeito aos direitos fundamentais.

4. Em face do inciso XXXV do art. 5º da CF, o qual proíbe seja excluída da


apreciação judicial a lesão ou ameaça de lesão a direito, o Judiciário pode
examinar todos os atos da Administração Pública, sejam gerais ou individuais,
unilaterais ou bilaterais, vinculados ou discricionários sob o aspecto da legalidade
e da moralidade, nos termos dos arts. 5º, inciso LXXIII e 37 da Carta Magna.
5. A competência discricionária da Administração "é relativa no sentido de que,
em todo e qualquer caso, o administrador estará sempre cingido - não importa
se mais ou menos estritamente - ao que haja sido disposto em lei, já que
discrição supõe comportamento 'intra legem' e não 'extra legem'. Neste sentido
pode-se dizer que o administrador se encontra sempre e sempre 'vinculado' aos
ditames legais".

6. "A necessidade de autonomia no desempenho de funções regulatórias não


pode imunizar a agência reguladora de submeter-se à sistemática constitucional.
A fiscalização não elimina a autonomia, mas assegura à sociedade que os órgãos
titulares de poder político não atuaram sem limites, perdendo de vista a razão de
sua instituição, consistente na realização do bem comum. Esse controle deverá
recair não apenas sobre a nomeação e demissão dos administradores das
agências, mas também sobre o desempenho de suas atribuições".
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7. "Na dicção sempre oportuna de Celso Antônio Bandeira de Mello, mesmo nos
atos discricionários não há margem para que a administração atue com excessos
ou desvios ao decidir, competindo ao Judiciário a glosa cabível". STF, RE 131661
/ ES- Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO.

8. No caso concreto, é de se realçar que se pretende seja reconhecida a


ilegalidade da nomeação dos apelantes, como membros do Conselho Consultivo
da ANATEL, não se objetiva, destarte, que o Poder Judiciário se imiscua na
competência discricionária do Poder Executivo, tanto que a escolha, e isso não se
discute, é do Poder Executivo.

(...)
17. A nomeação dos apelantes como membros do Conselho Consultivo da
ANATEL, representa o que a doutrina estrangeira e alguns doutrinadores

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brasileiros tem denominado de captura da agência pelos interesses


regulados.
18. Ocorre a captura do ente regulador quando grandes grupos de interesses ou
empresas passam a influenciar as decisões e atuação do regulador, levando
assim a agência a atender mais aos interesses das empresas (de onde vieram
seus membros) do que os dos usuários do serviço, isto é, do que os interesses
públicos. "É a situação em que a agência se transforma em via de proteção e
benefício para setores empresarias regulados".

STF - AI 848.038/PE (7/2/2012)


Ementa

(...) É juridicamente aceitável a celebração de termo de parceria entre o


Poder Público e Organização da Sociedade Civil de Interesse Público -
OSCIP, mas torna-se incabível a utilização desse expediente, quando
contratados prestadores de serviços terceirizados para o exercício de
funções próprias da atividade fim da entidade pública. - Tal distorção mais
se agrava quando comprovado que auxiliar de enfermagem aprovada em
primeiro lugar no concurso para o cargo, não foi nomeada em detrimento de
terceirizada que no mesmo concurso galgara posição posterior ao décimo lugar.-
As contratações irregulares foram sobejamente identificadas nos autos e a
obrigação do poder público viabilizar a regularização dessa situação é confirmada
também pelas diversas manifestações do MPF. - Remessa oficial e apelação
improvidas.” 4. Agravo regimental DESPROVIDO.
STF – AI 349.477/PR (11/2/2003)
Ementa
APLICABILIDADE ESTRITA DA PRERROGATIVA PROCESSUAL DO PRAZO
RECURSAL EM DOBRO (CPC, ART. 188) - PARANAPREVIDÊNCIA - ENTIDADE
PARAESTATAL (ENTE DE COOPERAÇÃO) - INAPLICABILIDADE DO BENEFÍCIO
EXTRAORDINÁRIO DA AMPLIAÇÃO DO PRAZO RECURSAL - INTEMPESTIVIDADE -
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RECURSO NÃO CONHECIDO. - As empresas governamentais (sociedades de


economia mista e empresas públicas) e os entes de cooperação (serviços
sociais autônomos e organizações sociais) qualificam-se como pessoas
jurídicas de direito privado e, nessa condição, não dispõem dos
benefícios processuais inerentes à Fazenda Pública (União, Estados-
membros, Distrito Federal, Municípios e respectivas autarquias), notadamente da
prerrogativa excepcional da ampliação dos prazos recursais (CPC, art. 188).
Precedentes.

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TCU - Acórdão 3566/2014 Primeira Câmara

Convênio e Congêneres. Oscip. Qualificação.

É irregular a celebração de termos de parceria sem a comprovação da


qualificação técnica e da capacidade operacional das entidades parceiras
(organizações da sociedade civil de interesse público - Oscips).

TCU - Acórdão 3129/2014 Segunda Câmara


Convênio e Congêneres. Contrato de gestão. Controle.

• O controle da aplicação de recursos federais por meio de contratos de


gestão deve dar ênfase aos resultados. Porém, isso não exclui a análise dos
procedimentos empregados para a execução contratual, que deve ser tão flexível
quanto o permitido pelas circunstâncias, sem prejuízo de possibilitar a análise da
observância dos princípios sob os quais foi firmado o contrato – legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade, economicidade.
• Todas as despesas suportadas pelos recursos federais transferidos devem
corresponder a metas estabelecidas no contrato de gestão, uma vez que tais
recursos necessariamente destinam-se ao cumprimento do ajuste, de acordo
com o caput do art. 12 da Lei 9.637/98, e em respeito à necessária
transparência no emprego dos recursos, diretriz estabelecida no art. 20, inciso
III, da mesma lei. Isso não tira da organização social a discricionariedade em
relação à eleição dos meios adequados de alcance dos resultados acordados,
dado que não se trata de defini-los à sua revelia, mas de exigir que fique
explícito quais recursos se destinam a que resultados.

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QUESTÕES COMENTADAS NA AULA

1. (FGV – OAB 2016) O Estado X e os Municípios A, B e C subscreveram


protocolo de intenções para a constituição de um consórcio com personalidade
jurídica de direito privado para atuação na coleta, descarte e reciclagem de lixo
produzido no limite territorial daqueles municípios. Com base no caso apresentado,
assinale a afirmativa correta.
A) Por se tratar de consórcio a ser constituído entre entes de hierarquias diversas, a
saber, Estado e Municípios, é obrigatória a participação da União.
B) O consórcio de direito privado a ser constituído pelo Estado e pelos Municípios
não está alcançado pela exigência de prévia licitação para os contratos que vier a
celebrar.
C) O consórcio entre o Estado e os Municípios será constituído por contrato e
adquirirá personalidade jurídica mediante o atendimento dos requisitos da legislação
civil.
D) Por se tratar de consórcio para atuação em área de relevante interesse coletivo,
não se admite que seja constituído com personalidade de direito privado.

2. (FGV – OAB 2011) A Lei 11.107, de 6 de abril de 2005, dispõe sobre normas gerais
para a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios contratarem consórcios
públicos para a realização de objetivos de interesse comum. A respeito do regime jurídico
aplicável a tais consórcios públicos, assinale a alternativa correta.
(A) É vedada a celebração de contrato de consórcio público cujo valor seja inferior a R$
20.000.000,00 (vinte milhões) de reais.
(B) Os consórcios públicos na área de saúde, em razão do regime de gestão associada, são
dispensados de obedecer aos princípios que regulam o Sistema Único de Saúde.
(C) É vedada a celebração de contrato de consórcio público para a prestação de serviços
cujo período seja inferior a 5 (cinco) anos.
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(D) A União somente participará de consórcios públicos em que também façam parte todos
os Estados em cujos territórios estejam situados os Municípios consorciados.

3. (FGV – OAB 2012) Quatro municípios celebram um consórcio público para


desenvolverem um projeto comum para o tratamento industrial de lixo coletado em suas
respectivas áreas, criando uma pessoa jurídica para gerenciar as atividades do consórcio. À
luz da legislação aplicável, assinale a alternativa correta.
(A) Como se trata de atividade tipicamente estatal, essa pessoa jurídica administrativa
deverá ser obrigatoriamente uma autarquia, criada por lei oriunda do maior município
celebrante do pacto.
(B) O ordenamento jurídico brasileiro admite, no caso, tanto a criação de uma pessoa
jurídica de direito público (a chamada associação pública) quanto de direito privado.

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(C) O ordenamento jurídico brasileiro não admite a criação de uma entidade desse tipo, pois
as pessoas jurídicas integrantes da Administração Indireta são apenas as indicadas no art.
5º do Decreto-Lei 200/67.
(D) A pessoa jurídica oriunda de um consórcio público não poderá ser, em hipótese alguma,
uma pessoa jurídica de direito privado, pois isso não é admitido pela legislação aplicável.

4. (FGV – OAB 2013) A União celebrou protocolo de intenções com o Estado A e os


Municípios X, Y e Z do Estado B, todos em regiões de fronteira, para a constituição de um
consórcio público na área de segurança pública.
Considerando a disciplina legislativa acerca dos consórcios públicos, assinale a afirmativa
correta.
A) O consórcio público pode adquirir personalidade jurídica de direito público, constituindo-
se em uma associação pública.
B) O consórcio público representa uma comunhão de esforços, não adquirindo
personalidade jurídica própria.
C) A União não pode constituir consórcio do qual façam parte Municípios não integrantes de
Estado não conveniado.
D) O consórcio público adquire personalidade jurídica com a celebração do protocolo de
intenções.

5. (FGV – OAB 2014) Os municípios A, B e C formam o consórcio ABC, com


personalidade jurídica de direito privado, para a realização de objetivos de interesse comum.
Para o desempenho das atividades, o consórcio pretende promover desapropriações, com
vistas a obter terrenos, onde, futuramente casas populares com recursos transferidos pelo
Governo Federal.
Considerando a disciplina legislativa acerca dos consórcios públicos, assinale a afirmativa
correta.
A) Os Municípios A, B e C não podem constituir consórcio que não se revista de
personalidade jurídica de direito público.
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B) O consórcio público que tenha personalidade jurídica de direito privado, ainda que
constituído por entes públicos, não pode promover desapropriações.
C) A União poderá firmar convênios com o consórcio ABC para fins de transferência
voluntária de recursos.
D) Apenas os consórcios constituídos sob a forma de pessoas jurídicas de direito público
podem receber recursos transferidos pela União.

6. (Cespe – OAB 2010) Em cada uma das opções abaixo, é apresentada uma situação
hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada com relação à organização da
administração pública. Assinale a opção em que a assertiva está correta.
A) Hélio pretende ingressar com ação ordinária de repetição de indébito, visando à
devolução do imposto de renda que fora pago, conforme alega, indevidamente. Nessa
situação, a ação deverá ser proposta em face da Receita Federal do Brasil.

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B) A União qualificou uma instituição privada como organização social. Nessa situação, essa
instituição passará a integrar a administração indireta da União.
C) Jorge ingressou com reclamação trabalhista contra sociedade de economia mista federal
exploradora de atividade econômica, em regime de ampla concorrência. Nessa situação,
conforme o regime constitucional, os bens dessa empresa não podem ser penhorados, já
que ela integra a administração indireta da União.
D) Mediante previsão do contrato de consórcio público, foi firmado contrato de programa
entre a União e entidade que integra a administração indireta de um estado consorciado.
Nessa situação, esse contrato de programa será automaticamente extinto caso o contratado
deixe de integrar a administração indireta do estado consorciado.

7. (Cespe – AGU 2013) Embora o consórcio público possa adquirir personalidade


jurídica de direito público ou de direito privado, em ambas as hipóteses a contratação de
pessoal deverá ser regida pela Consolidação das Leis do Trabalho, pois a legislação veda a
admissão de pessoal no regime estatutário.

8. (ESAF – SUSEP 2010) Em nossos dias, embora sequer sejam citadas(os) pelo
Decreto-Lei n. 200/1967, também integram a administração indireta as(os):
a) Organizações Sociais de Interesse Público.
b) Organizações Não-Governamentais sem fins lucrativos.
c) Organizações Sociais.
d) Consórcios Públicos com personalidade jurídica de direito público.
e) Parceiros Público-Privados sem fins lucrativos.

9. (ESAF – AFRFB 2014) Em se tratando dos Consórcios públicos, Terceiro Setor e o


disposto na Instrução Normativa SLTI/MP n. 02 de 2008, é correto afirmar:
a) a lei que rege os consórcios públicos prevê dois tipos de contratos a serem firmados
pelos entes consorciados: o contrato de rateio e o contrato de cooperação.
b) o serviço deverá ser executado obrigatoriamente pelos cooperados, vedando-se qualquer
intermediação, quando se tratar da contratação de cooperativas.
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c) o terceiro setor compreende as entidades da sociedade civil de fins públicos e lucrativos


coexistindo com o primeiro setor, que é o Estado, e o segundo setor, que é o mercado.
d) é vedado ao consórcio público a possibilidade de ser contratado pela administração direta
ou indireta dos entes da Federação consorciados, com dispensa de licitação.
e) no caso de extinção do consórcio público, os entes consorciados responderão
subsidiariamente pelas obrigações remanescentes, até que haja decisão que indique os
responsáveis por cada obrigação.

10. (ESAF – DNIT 2013) A respeito dos conceitos, constituição, formas e objetivos dos
consórcios públicos de que trata a Lei n. 11.107/2005, é correto afirmar, exceto:

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a) a participação da União na formação dos consórcios públicos está condicionada à
participação de todos os Estados em cujos territórios estejam situados os municípios
consorciados.
b) a celebração de protocolo de intenções é condição necessária para a constituição do
consórcio público.
c) para o cumprimento dos seus objetivos, os consórcios públicos podem receber auxílios,
subvenções e contribuições.
d) é vedado autorizar mediante contrato a permissão para que o consórcio público promova
a outorga, concessão e permissão de obras ou serviços públicos.
e) Pode ser constituído na forma de associação pública ou pessoa jurídica de direito
privado.

11. (Cespe – TJDFT 2013) Os consórcios públicos são ajustes firmados por pessoas
federativas, com personalidade de direito público ou de direito privado, mediante
autorização legislativa, com vistas à realização de atividades e metas de interesse comum
dos consorciados.

12. (Cespe – PC/BA 2013) Entidades paraestatais são pessoas jurídicas privadas que
colaboram com o Estado no desempenho de atividades não lucrativas, mas não integram a
estrutura da administração pública.

13. (FGV – OAB 2013) Determinada entidade de formação profissional, integrante dos
chamados Serviços Sociais Autônomos (também conhecidos como “Sistema S”), foi,
recentemente, questionada sobre a realização de uma compra sem prévia licitação. Assinale
a alternativa que indica a razão do questionamento.
A) Tais entidades, vinculadas aos chamados serviços sociais autônomos, integram a
Administração Pública.
B) Tais entidades, apesar de não integrarem a Administração Pública, são dotadas de
personalidade jurídica de direito público.
C) Tais entidades desempenham, por concessão, serviço público de interesse coletivo.
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D) Tais entidades são custeadas, em parte, com contribuições compulsórias cobradas sobre
a folha de salários.

14. (ESAF – AFRFB 2005) Assinale entre o seguinte rol de entidades de cooperação com
o Poder Público, não-integrantes do rol de entidades descentralizadas, aquela que pode
resultar de extinção de entidade integrante da Administração Pública Indireta.
a) Organização social.
b) Fundação previdenciária.
c) Organização da sociedade civil de interesse público.
d) Entidade de apoio às universidades federais.
e) Serviço social autônomo.

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15. (FCC – DP/AM 2013) As Organizações Sociais são pessoas jurídicas de direito
privado, qualificadas pelo Poder Executivo, nos termos da Lei Federal no 9.637/98, com
vistas à formação de parceria para execução de atividades de interesse público. NÃO está
entre as características das Organizações Sociais, nos termos da referida lei,
a) a necessidade de aprovação de sua qualificação, por meio de ato vinculado do Ministro
ou titular de órgão supervisor ou regulador da área de atividade correspondente ao seu
objeto social e do Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão.
b) a previsão de participação, no órgão colegiado de deliberação superior, de
representantes do Poder Público e de membros da comunidade, de notória capacidade
profissional e idoneidade moral.
c) a proibição de distribuição de bens ou de parcela do patrimônio líquido em qualquer
hipótese, inclusive em razão de desligamento, retirada ou falecimento de associado ou
membro da entidade.
d) o desempenho de atividades relacionadas a pelo menos um dos seguintes campos:
ensino, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, proteção e preservação do meio
ambiente, cultura e saúde.
e) a atuação com finalidade não-lucrativa, com a obrigatoriedade de investimento de seus
excedentes financeiros no desenvolvimento das próprias atividades.

16. (FCC – SEAD/PI 2013) Em novembro de 2007, a Associação Piauiense de


Habilitação, Reabilitação e Readaptação − Associação Reabilitar firmou parceria com o
Estado do Piauí para, dentre outras obrigações, administrar o Centro Integrado de
Reabilitação − CEIR, Centro este responsável hoje pelo atendimento mensal de mais de 35
mil pacientes deficientes de todo o Estado. Sabe-se que a referida Associação é instituição
não governamental sem fins lucrativos, com personalidade jurídica de direito privado e
qualificada pelo Poder Executivo como Organização Social. Sabe-se também que existe
repasse de recursos estaduais à Associação, a título de contrapartida. Diante do exposto,
deduz-se que o negócio jurídico celebrado entre o Estado do Piauí e a Associação Reabilitar
consiste em típico
a) protocolo de intenções, o qual dispensa a entidade privada de sujeitar-se à fiscalização
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do Tribunal de Contas do Estado, dada a inexistência de fins lucrativos nas operações


realizadas dentro do escopo do negócio jurídico.
b) termo de cooperação, no qual se estabelece o modo de desempenho de um serviço não
exclusivo do Estado e que, em razão dessa não exclusividade, a entidade privada fica
dispensada de controle da Administração pública.
c) contrato de gestão, no qual se especificam o programa de trabalho proposto, as metas, os
prazos de execução, bem como os critérios objetivos de avaliação de desempenho.
d) contrato de parceria público-privada, na modalidade de concessão administrativa, no qual
o Estado do Piauí, por meio de sua Secretaria de Saúde, figura como usuário indireto do
serviço público prestado.
e) consórcio público, o qual, por ser relacionado à área da saúde, deverá obedecer aos
princípios, diretrizes e normas que regulam o Sistema Único de Saúde − SUS.

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17. (FGV – OAB 2011) A qualificação como Organizações da Sociedade Civil de Interesse
Público (OSCIPs) de pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujos objetivos
sociais e normas estatutárias atendam aos requisitos previstos na respectiva lei é ato
(A) vinculado ao cumprimento dos requisitos estabelecidos em lei.
(B) complexo, uma vez que somente se aperfeiçoa com a instituição do Termo de Parceria.
(C) discricionário, uma vez que depende de avaliação administrativa quanto à sua
conveniência e oportunidade.
(D) composto, subordinando-se à homologação da Chefia do Poder Executivo.

18. (FGV – OAB 2014) Numerosos professores, em recente reunião da categoria,


queixaram-se da falta de interesse dos alunos pela cultura nacional. O Sindicato dos
Professores de Colégios Particulares do Município X apresentou, então, um plano para
ampliar o acesso à cultura dos alunos com idade entre 10 e 18 anos, obter a qualificação de
“Organização da Sociedade Civil de Interesse Público” (OSCIP) e celebrar um termo de
parceria com a União, a fim de unir esforços no sentido de promover a cultura nacional.
Considerando a proposta apresentada e a disciplina existente sobre o tema, assinale a
afirmativa correta.
A) O sindicato não pode se qualificar como Organização da Sociedade Civil de Interesse
Público, uma vez que tal qualificação, de origem doutrinária, não tem amparo legal.
B) O sindicato não pode se qualificar como OSCIP, em virtude de vedação expressa da lei
federal sobre o tema.
C) O sindicato pode se qualificar como OSCIP, uma vez que é uma entidade sem fins
lucrativos e o objetivo pretendido é a promoção da cultura nacional.
D) O sindicato pode se qualificar como OSCIP, mas deve celebrar um contrato de gestão e
não um termo de parceria com o poder público.

19. (FGV – OAB 2014) A ONG “Festivus”, uma associação de caráter assistencial,
qualificada como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), celebrou
Termo de Parceria com a União e dela recebeu R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais)
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para execução de atividades de interesse público. Uma revista de circulação nacional,


entretanto, divulgou denúncias de desvio de recursos e de utilização da associação como
forma de fraude.
Com base na hipótese apresentada, considerando a disciplina constitucional e legal,
assinale a afirmativa correta.
A) O Tribunal de Contas da União não tem competência para apurar eventual irregularidade,
uma vez que se trata de pessoa jurídica de direito privado, não integrante da Administração
Pública.
B) O Tribunal de Contas da União tem competência para apurar eventual irregularidade
praticada pela OSCIP, por tratar de pessoa jurídica integrante da administração indireta
federal.

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C) O Tribunal de Contas da União tem competência para apurar eventual irregularidade
praticada pela OSCIP, por se tratar de recursos públicos federais.
D) O controle exercido sobre a utilização dos recursos repassados à OSCIP é realizado
apenas pela própria Administração e pelo Ministério Público Federal.

20. (Cespe – TCDF 2012) Uma OSCIP que receba recursos financeiros oriundos de termo
de parceria com o governo do DF estará obrigada a seguir a Lei de Licitações da
administração pública para comprar com esses recursos.

21. (Cespe – AGU 2012) Para que sociedades comerciais e cooperativas obtenham a
qualificação de organizações da sociedade civil de interesse público, é preciso que elas não
possuam fins lucrativos e que tenham em seus objetivos sociais a finalidade de promoção
da assistência social.

22. (ESAF – CGU 2008) Sobre as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público -
OSCIP, julgue as assertivas a seguir:
I. a outorga da qualificação como OSCIP é ato discricionário.
II. as entidades de beneficio mútuo destinadas a proporcionar bens ou serviços a um círculo
restrito de associados ou sócios são passíveis de qualificação como OSCIP prevista na lei.
III. a promoção da segurança alimentar e nutricional é uma das finalidades exigidas para a
qualificação como OSCIP, instituída pela lei.
IV. as organizações sociais são passíveis de qualificação como OSCIP.
V. as fundações, sociedades civis ou associações de direito privado criadas por órgão
público ou por fundações públicas não poderão ser qualificadas como OSCIP.
Assinale a opção correta.
a) I, II e III são verdadeiras e IV e V são falsas.
b) II e III são falsas e I, IV e V são verdadeiras.
c) I e III são verdadeiras e II, IV e V são falsas.
d) I, III e V são verdadeiras e II e IV são falsas.
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e) I, II e IV são falsas e III e V são verdadeiras.

23. (Cespe – TRF5 2013) Assinale a opção correta, considerando a execução de serviços
públicos por OSs e OSCIPs, em regime de parceria com o poder público.
a) Denomina-se contrato de gestão o instrumento passível de ser firmado entre o poder
público e as OSCIPs destinado à formação de vínculo de cooperação para o fomento e a
execução de atividades de interesse público.
b) As empresas que tenham interesse em obter o qualificativo de OSs devem estar em
funcionamento a pelo menos dois anos e dedicar-se a uma das seguintes atividades:
ensino, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, proteção e preservação do meio
ambiente, cultura e saúde.

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c) Para se qualificarem como OSCIPs, as pessoas jurídicas interessadas devem ser regidas
por estatutos cujas normas disponham expressamente sobre a observância dos princípios
da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, eficiência e universalização do
serviço.
d) Uma OS pode qualificar-se como OSCIP, desde que não tenha fins lucrativos, ao passo
que uma OSCIP não é passível de qualificação como OS.
e) Para serem consideradas OSs ou OSCIPs, as instituições não devem ter fins lucrativos,
ou seja, não podem distribuir entre os seus sócios, conselheiros, diretores, empregados ou
doadores, eventuais excedentes operacionais, dividendos, bonificações, participações ou
parcelas do seu patrimônio, auferidos mediante o exercício de suas atividades, os quais
devem ser aplicados integralmente na consecução de seu objeto social.

24. (Cespe – TCU – AUFC 2011) As agências reguladoras, no que se refere à concessão,
permissão e autorização de serviço público, não possuem a atribuição de definir o valor da
tarifa, por se tratar de matéria adstrita à atuação do próprio poder concedente.

25. (Cespe – TCU 2011) As decisões definitivas das agências, em regra, não são
passíveis de apreciação por outros órgãos ou entidades da administração pública.

26. (Cespe – ANATEL 2012) A ANATEL, por ser agência reguladora integrante da
administração indireta, exerce o poder regulamentar com maior vigor, podendo inovar na
ordem jurídica com a edição de atos normativos primários e regulamentos autônomos.

27. (FGV – OAB 2015) O Governador do Estado Y criticou, por meio da imprensa, o
Diretor-Presidente da Agência Reguladora de Serviços Delegados de Transportes do
Estado, autarquia estadual criada pela Lei nº 1.234, alegando que aquela entidade, ao
aplicar multas às empresas concessionárias por supostas falhas na prestação do serviço,
“não estimula o empresário a investir no Estado”. Ainda, por essa razão, o Governador
ameaçou, também pela imprensa, substituir o Diretor-Presidente da agência antes de
expirado o prazo do mandato daquele dirigente.
Considerando o exposto, assinale a afirmativa correta.
A) A adoção do mandato fixo para os dirigentes de agências reguladoras contribui para a
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necessária autonomia da entidade, impedindo a livre exoneração pelo chefe do Poder


Executivo.
B) A agência reguladora, como órgão da Administração Direta, submete-se ao poder
disciplinar do chefe do Poder Executivo estadual.
C) A agência reguladora possui personalidade jurídica própria, mas está sujeita,
obrigatoriamente, ao poder hierárquico do chefe do Poder Executivo.
D) Ainda que os dirigentes da agência reguladora exerçam mandato fixo, pode o chefe do
Poder Executivo exonera-los, por razões políticas não ligadas ao interesse público, caso
discorde das decisões tomadas pela entidade.

28. (FGV – OAB 2010) No Direito Público brasileiro, o grau de autonomia das Agências
Reguladoras é definido por uma independência

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(A) administrativa total e absoluta, uma vez que a Constituição da República de 1988 não
lhes exige qualquer liame, submissão ou controle administrativo dos órgãos de cúpula do
Poder Executivo.
(B) administrativa mitigada, uma vez que a própria lei que cria cada uma das Agências
Reguladoras define e regulamenta as relações de submissão e controle, fundado no poder
de supervisão dos Ministérios a que cada uma se encontra vinculada, em razão da matéria,
e na superintendência atribuída ao chefe do Poder Executivo, como chefe superior da
Administração Pública.
(C) legislativa total e absoluta, visto que gozam de poder normativo regulamentar, não se
sujeitando assim às leis emanadas pelos respectivos Poderes legislativos de cada ente da
federação brasileira.
(D) política decisória, pois não estão obrigadas a seguir as decisões de políticas públicas
adotadas pelos Poderes do Estado (executivo e legislativo).

29. (ESAF – CGU 2006) Pelo sistema constitucional brasileiro, a categoria das agências
reguladoras apresentam competência de natureza:
a) legislativa e administrativa.
b) legislativa, administrativa e jurisdicional.
c) exclusivamente legislativa.
d) administrativa e jurisdicional.
e) exclusivamente administrativa.

30. (Cespe – AGU 2012) As relações de trabalho nas agências reguladoras são regidas
pela CLT e pela legislação trabalhista correlata, em regime de emprego público.

31. (ESAF – GDF 2007) No tocante às agências reguladoras no Direito Brasileiro:


I. As agências reguladoras são autarquias sob regime especial;
II. Entre as atividades afetas à disciplina e controle de tais entidades destacam-se os
serviços públicos relacionados à energia elétrica, transportes terrestres, transportes
aquaviários, aviação civil, atividades de fomento e fiscalização de atividade privada;
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III. A Constituição Federal de 1988 prevê expressamente a criação de um órgão regulador;


IV. As agências reguladoras exercem a atividade de regulação, abrangendo competência
para estabelecer regras de conduta, para fiscalizar, reprimir, punir, resolver conflitos, não só
no âmbito da própria concessão, mas também nas relações com outras prestadoras de
serviço;
V. Nos termos da Lei n. 9.986/2000, as agências reguladoras podem utilizar o pregão para
as contratações referentes a obras e serviços de engenharia.
A quantidade de itens incorretos é igual a:
a) 4
b) 2
c) 3

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d) 1
e) 5

32. (ESAF – CGU 2006) Com a transferência da execução de alguns serviços públicos
para o setor privado, tornou-se necessário criar, na administração pública, agências
especiais destinadas a regular, controlar e fiscalizar tais serviços no interesse dos usuários
e da sociedade. São aspectos comuns às agências reguladoras de infraestrutura, exceto,
a) os seus quadros de servidores são regidos por regime jurídico estatuário peculiar.
b) os seus dirigentes são nomeados pelo Presidente da Republica, com prévia aprovação do
Senado Federal.
c) os seus administradores possuem mandatos fixos como fundamento de sua
independência administrativa.
d) os que possuem autonomia financeira, ou seja, contam com recursos próprios e têm
liberdade para aplicá-los.
e) os que possuem poder normativo, ou seja, podem editar sobre matérias de sua
competência.

33. (Cespe – PC/BA 2013) As agências reguladoras detêm o poder de definir suas
próprias políticas públicas e executá-las nos diversos setores regulados.
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GABARITO

2) d 3) b 4) a 5) c
1) c
7) E 8) d 9) b 10) d
6) d
12) C 13) d 14) a 15) a
11) C
17) a 18) b 19) c 20) E
16) c
22) e 23) e 24) E 25) E
21) E
27) a 28) b 29) e 30) E
26) E

32) a 33) E
31) d

Referências:
Alexandrino, M. Paulo, V. Direito Administrativo Descomplicado. 22ª ed. São Paulo:
Método, 2014.
Bandeira de Mello, C. A. Curso de Direito Administrativo. 32ª ed. São Paulo: Malheiros,
2015.
Borges, C.; Sá, A. Direito Administrativo Facilitado. São Paulo: Método, 2015.
Carvalho Filho, J. S. Manual de Direito Administrativo. 27ª ed. São Paulo: Atlas, 2014.
Di Pietro, M. S. Z. Direito Administrativo. 28ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 2014.
Furtado, L. R. Curso de Direito Administrativo. 4ª ed. Belo Horizonte: Fórum, 2013.
Knoplock, G. M. Manual de Direito Administrativo: teoria e questões. 7ª ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2013.
Justen Filho, Marçal. Curso de direito administrativo. 10ª ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2014. 89144404190

Meirelles, H. L. Direito administrativo brasileiro. 41ª ed. São Paulo: Malheiros, 2015.
Scatolino, G. Trindade, J. Manual de Direito Administrativo. 2ª ed. JusPODIVM, 2014.

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