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MEGACOLON
DEFINIÇÃO
Dilatação e alongamento do IG devido à alterações da inervação intrínseca dessa víscera
CLASSIFICAÇÃO
Megacolon Congênito
Megacolon Adquirido
Pacientes com sintomas leves ou ausentes no início, evoluindo mais tardiamente com
sintomas efetivos
Vômitos biliosos (aumenta conforme aumenta a alimentação VO)
Ao EF:
Distensão abdominal
TR: saída explosiva de conteúdo intestinal com alívio imediato da distensão abdominal
Exames de Imagem
RX Abdominal:
Dilatação de alças
Pode haver níveis hidroaéreos
Ausência de ar na pelve
Enema Opaco:
Feito na ausência de anomalias ano-retais
Sem preparo intestinal prévio
Após período de grande retenção fecal
Segmento denervado de calibre normal, área de transição em “boca de funil” e segmento
proximal dilatado
Retenção de Bário de 24-36h após o exame é sinal fortemente sugestivo da doença
Manometria Anorretal:
A distensão do reto não provoca inibição do Esfíncter Anal Interno e provoca contrações
bruscas do mesmo com persistência da atividade tonica
Diferencia Doença de Hirschsprung de Segmento Curto e Ultracurto
Biópsia:
Biópsia da parede retal, da mucosa e submucosa
TRATAMENTO
Colostomia prévia, no cólon transverso ou no sigmóide
Tratamento definitivo no 10º ou 11º mês de vida
Nas vísceras ocas a destruição de células ganglionares provoca, com o passar do tempo, o
aparecimento das dilatações, hipertrofias e alongamentos caracterizando as enteromegalias
Nas Cardiomegalias provocam Bloqueio de Ramo Direito
No Megacólon, 8% dos casos apresentam Neoplasia concomitante
FISIOPATOLOGIA
O T. cruzi desmieliniza os plexos mioentérico e submucoso (Auerbach e Meissner) na musculatura,
interferindo assim no peristaltismo
Tem tropismo pelas partes mais distais do reto e cólon, portando não acomete o Colon Direito e
Transverso.
Há dilatação à montante
A doença não está na dilatação, mas sim no segmento posterior
DIAGNÓSTICO
Clinica:
Constipação intestinal de evolução lenta e progressiva
Abdome cresce
Pode surgir fecaloma (complicação)
Distensão abdominal
Exames Laboratoriais:
Reação de fixação de complemento (Reação de Guerreiro e Machado)
Exame microscópico do sangue coagulado (visualização do T. cruzi)
Exames de Imagem:
Enema Opaco:
Colon dilatado e alongado, envolvendo Colon Sigmoide e Descendente, podendo também
envolver o Reto
TRATAMENTO
Ressecção da Parte Dilatada:
Anastomose em Reto o mais distal possível (termino-terminal) – Feita em doentes com
expectativa de vida de no máximo 10 anos, pois tem maior chances de recidiva
Anastomose do Cólon sadio quase no Ânus (termino-lateral – Cirurgia de Duhamel) + Ileostomia
de proteção – Feita em pacientes com expectativa de vida maior
Se complicar (fistula) tem péssimo prognóstico
COMPLICAÇÕES
Fecaloma:
Complicação mais comum
INTERNATO – 10ª Etapa 4
Cirurgia Geral - IAMSPE
Amblessa Marques – Turma XX
DOENÇAS ORIFICIAIS
HEMORROIDAS
CARACTERÍSTICAS
São coxins vasculares presentes nas extremidades interna e externa do canal anal, compostos por vênulas
e arteríolas, entremeados por tecido conectivo conjuntivo e elástico
Tem função de proteger o canal anal no momento da defecação e exercem papel importante na
continência fecal
INTERNATO – 10ª Etapa 5
Cirurgia Geral - IAMSPE
Amblessa Marques – Turma XX
As hemorroidas são ancoradas na musculatura retal por um tecido de sustentação (Músculo de Treitz) e
drenam diretamente para a VCI, através da veia pudenda
Fatores Predisponentes ou Agravantes:
Predisposição hereditária
Hábitos nutricionais (dieta pobre em fibras e pouca ingestão de água)
Gestação
Constipação intestinal
Sedentarismo
FISIOPATOLOGIA
Dificuldade de esvaziamento + Ingurgitamento resultam em deslocamento e prolapso
Na maioria das vezes, a posição dos mamilos hemorroidários é às 3h, 7h e 11h
CLASSIFICAÇÃO
Hemorroidas Externas: Localizadas distalmente à linha pectínea
Hemorroidas Internas: Localizadas acima da linha pectínea
Hemorroidas Mistas: Localizadas acima e abaixo da linha pectínea
Graus:
Grau I: sangramento sem prolapso
Grau II: sangramento + prolapso com retorno espontâneo
Grau III: sangramento + prolapso que requer redução manual
Grau IV: sangramento + prolapso irredutível
DIAGNÓSTICO (EF Proctológico + Anuscopia + Retossigmoidoscopia)
Clínica:
Sangramento gotejante, vermelho rutilante, em grande quantidade e autolimitante
Prolapso (protusa durante a evacuação e volta)
Indolor (dor presente apenas se houver Hematoma perianal ou Trombose hemorroidária)
Secreção mucosa
Prurido
Dermatite perianal
Exames de Imagem:
Enema Opaco e Colonoscopia (excluir outras formas de sangramento, principalmente no idoso)
TRATAMENTO
Clínico:
Regime Higiênico-Dietético (Dieta rica em fibras)
INTERNATO – 10ª Etapa 6
Cirurgia Geral - IAMSPE
Amblessa Marques – Turma XX
Analgesia
Pomadas proctológicas
Banhos de assento (água morna + camomila)
Vasoprotetores (Daflon)
Ambulatorial:
Para Grau I ou II (internas)
Ligadura elástica
Crioterapia
Fotocoagulação
Cirurgico:
Para Grau III ou IV (externas ou mistas)
Hemoroidectomia convencional
Desvascularização com Doppler
COMPLICAÇÕES
Pós-Operatório:
Estenose
Fissura por isquemia local
Infecção da FO
Trombose Hemorroidária:
Estase sanguínea no plexo hemorroidário
Dor intensa, abrupta, contínua + Edema + Secreção + Sangramento + Dificuldade evacuatória +
Retenção urinária
Tratamento inicial é clínico, mas o Cirúrgico é preferencial
Hematoma Perianal
ABCESSOS ANAIS
DEFINIÇÃO
É uma cavidade em que se forma secreção purulenta (pus) na região anal ou vizinhança
Causado pela infecção de pequenas glândulas existentes no canal anal
Etiologia Inespecífica/Criptogênica (90% dos casos) ou Específicas como Crohn e RCUI (10% dos casos)
FISIOPATOLOGIA
Infecção da cripta → Estase de muco → Proliferação bacteriana → Abcesso
INTERNATO – 10ª Etapa 7
Cirurgia Geral - IAMSPE
Amblessa Marques – Turma XX
CLASSIFICAÇÃO
Abcesso de Margem Anal (+ comum)
Abcesso Isquioretal
Abcesso Pelveretal Superior
Abcesso Interesfincteriano (- comum)
DIAGNÓSTICO
Clínica:
Dor contínua e latejante
Edema local
Rubor local
Hiperemia local
EF Proctológico
TRATAMENTO
Drenar (não realizar anestésico local)
Incisão que elimina as secreções, aliviando a dor
FISTULA ANAL
DEFINIÇÃO
Pertuito com infecção crônica, por abcesso anal pós incisão + drenagem
Formando um Orifício Primário (Interno – Linha Pectínea) ou um Orifício Secundário (Externo – Pele ou
Reto)
CLASSIFICAÇÃO DE PARS
Interesfincteriano
Transesfincteriano
Extraesfincteriano
Supraesfincteriano
DIAGNÓSTICO
Clínica:
Secreção purulenta na região perianal
Periodicidade
EF Proctológico
Exames de Imagem:
Fistulografia e RM (Padrão Ouro)
INTERNATO – 10ª Etapa 8
Cirurgia Geral - IAMSPE
Amblessa Marques – Turma XX
Regra de Goodsall
Permite subentender a localização do orifício primário, baseado na localização do orifício secundário
TRATAMENTO
Sempre Cirúrgico
FISSURA ANAL
DEFINIÇÃO
Ulceração linear localizada no anoderma que começa na linha pectínea e vai até a borda anal
90% dos casos localizam-se na borda posterior do canal anal (maioria homens) e os 20% restantes
localizam-se na borda anterior do canal anal (mulheres)
Quando múltiplos e laterais, sempre pensar em doenças específicas como Crohn, RCUI, Tuberculose, Sífilis,
HIV, Carcinoma
Fisura Aguda: rachadura no anoderma
Fissura Crônica (> 8 semanas): edema e fibrose
FISIOPATOLOGIA
Fezes Endurecidas ou Diarréia levam à Hipertrofia do Esfíncter Interno (Hipertônico)
DIAGNÓSTICO
Clínica:
Dor inicia junto com a vontade de evacuar e permanece após a evacuação
Sangramento no papel ou laivos de sangue no vaso sanitário
Quando crônica: Plicoma Sentinela + Papila Hipertrófica + Ulcera (Fissura) Crônica
Constipação (Fecaloma), Retenção Urinária, Dispareunia
EF Proctológico:
Não necessita de TR se paciente estiver com muita dor
TRATAMENTO
Clínico:
Regime Higiênico-dietético
20-25g de fibras/dia
2-3L água/dia
Analgesicos
Banhos de assento
Pomadas proctológicas
Bloqueador de Canal de Cálcio: Nifedipina e Diltiazem Pomadas
Toxina Botulinica: injetada entre esfíncter interno e externo com bloqueio simpático
INTERNATO – 10ª Etapa 9
Cirurgia Geral - IAMSPE
Amblessa Marques – Turma XX
Cirurgico:
Esfincterotomia
Fissurectomia
CISTO PILONIDAL
DEFINIÇÃO
Um ou mais orifícios na linha mediana do 1/3 caudal da região coccígea
Origem embriológica (ectoderme)
DIAGNÓSTICO
Clínica:
Dor + Secreção + Tumoração
Saída de pelos
Febre
EF Proctológico
TRATAMENTO
Cura espontânea em 50% dos casos
Cirúrgico: Aberta, Fechada (10% de recidivas) ou Semi-Fechada
PRURIDO ANAL
CARACTERÍSTICAS
Há intenso prurido e necessidade de coçar-se
50% não sabe a causa ou pode ser por causas dermatológicas, sistêmicas ou proctológicas
Má higiene
Dermatite de Contato
Hemorroida
Neoplasia
Oxiurus
HPV, Candida, E. coli
Drogas (Amitriptilina)
TRATAMENTO
Não coçar
Regime Higiênico-Dietético
Banhos de Assento (Sabonete neutro)
Manter região seca e usar roupas bem ventiladas
INTERNATO – 10ª Etapa 10
Cirurgia Geral - IAMSPE
Amblessa Marques – Turma XX
COMPLICAÇÕES NO PÓS-OP
FEBRE
CAUSAS:
Febre Intraoperatória
Infecção Preexistente
Reações Transfusionais
Febre nas Primeiras 24h
Atelectasia Pulmonar (principal causa de febre nas primeiras 72h, com pico entre 24-48h)
Febre entre 24-48h
Lesão inadvertida de alça intestinal (36h)
Extravasamento de conteúdo intraluminal para a cavidade peritoneal, ocasionando Peritonite
Difusa
Febre + Distensão Abdominal + Recusa Alimentar + Vômitos pós-alimentares
Flebites
Febre Após 72h
Foco Infeccioso (principalmente se ocorrer entre 5º-8º PO)
Foco Urinário
Deiscência Anastomótica
Contaminação Peritoneal (Febre a partir do 4º PO)
Infecção da FO (Febre entre 7º-10º PO)
ATELECTASIA
CARACTERÍSTICAS
Complicação pulmonar mais frequente
Ocorrendo mais frequentemente entre 24-48h PO, podendo ocorrer até 72h
Sua fisiopatologia está relacionada com deficiência da produção de surfactante, reabsorção do ar alveolar e
hipoventilação, resultando em alvéolos perfundidos, mas não ventilados, o chamado "shunt
intrapulmonar", podendo acarretar desaturação do sangue arterial pela mistura desse sangue que passa
por esses alvéolos não ventilados e, portanto, sem a ocorrência da hematose (Colapso Alveolar Segmentar)
Risco de Pneumonia Nosocomial (o colapso alveolar gera diminuição do clareamento das secreções do
parênquima pulmonar, com crescimento bacteriano)
INTERNATO – 10ª Etapa 11
Cirurgia Geral - IAMSPE
Amblessa Marques – Turma XX
QUADRO CLÍNICO
Febre baixa
Bilateral
Dor ventilatório-dependente
Taquicardia
Taquipneia
Cianose
DIAGNÓSTICO
RX Tórax
Opacidade
Perda de volume do hemitórax acometido
TRATAMENTO E PREVENÇÃO
Analgesia Adequada
Hidratação Adequada (fluidificação das secreções)
Fisioterapia Respiratória
CPAP, BPAP
Pacientes sem IOT: Fisioterapia Respiratória
Pacientes com IOT: Aumentar o PEEP
TEP
CARACTERÍSTICAS
Ocorre após 48h
Na maioria das vezes não há febre (pode haver em 7% dos casos)
Se inicia por TVP, no qual o trombo se desprende e é transportado pela corrente sanguínea (êmbolo) e
ascende alcançando a circulação arterial pulmonar, sofrendo impactação
Tríade de Virchow: Estase Venosa + Lesão Endotelial + Hipercoagulabilidade
QUADRO CLÍNICO
Taquicardia e Taquipneia súbitas
Dor torácica aguda
Tosse
Hipotensão (embolia maciça)
Investigar história prévia de TEP ou TVP
INTERNATO – 10ª Etapa 12
Cirurgia Geral - IAMSPE
Amblessa Marques – Turma XX
DIAGNÓSTICO
Angiotomo
Cintilografia pulmonar de ventilação-perfusão (se angiotomo não disponível)
ECG:
Alterações inespecíficas no segmento ST
Inversão de onda T
Padrão S1 Q3 T3 ou Bloqueio de Ramo Direito (casos graves)
PROFILAXIA
Escore de Wells:
0-2 pontos: Baixa probabilidade de TEP
3-6 pontos: Moderada probabilidade de TEP
> 6 pontos: Alta probabilidade de TEP
Anticoagulação imediatamente antes ou logo após a cirurgia e manter até a alta hospitalar, quando o
paciente estiver deambulando
TRATAMENTO
Heparina de Alto Peso Molecular plena em bolus EV
Se boa resposta, passar para HBPM EV e depois para Anticoagulação VO
PNEUMONIA
CARACTERÍSTICAS
Pneumonia Aspirativa ou Pneumonia Bacteriana Nosocomial
Ocorre no 4º-5º PO
QUADRO CLÍNICO
Febre
Taquicardia
Taquipneia
Escarro purulento
DIAGNÓSTICO
RX: Infiltrados alveolares
Leucocitose > 10.000/mm³
Hemocultura com obtenção do patógeno (ou a partir do lavado brônquico ou aspirado transtraqueal)
TRATAMENTO
Iniciar Antibiótico para germes mais prevalentes (Meropenem + Vancomicina)
INTERNATO – 10ª Etapa 13
Cirurgia Geral - IAMSPE
Amblessa Marques – Turma XX
INFECÇÃO DE FO
CARACTERÍSTICAS
Ocorre aproximadamente no 12º PO
Febre + Endurecimento da FO + Sinais Flogísticos
INTERNATO – 10ª Etapa 14
Cirurgia Geral - IAMSPE
Amblessa Marques – Turma XX
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
US de Partes Moles (Verificar se há ou não presença de coleção)
Se necessário, desbridamento cirúrgico ou ambulatorial
Drenar apenas se US mostrar coleção importante
OUTRAS COMPLICAÇÕES
DEISCÊNCIA DE FO
Deiscência da parede abdominal no local da FO
Ocorre aproximadamente no 4º PO
Há saída de líquido serosanguinolento + Perda de cordão aponeurótico
Complicações Agudas:
Evisceração
Causas: técnica cirúrgica (pontos frouxos ou muito apertados), por vômitos, distensão abdominal
Tratamento Cirurgico
Eventração
Ocorre por aumento da pressão abdominal
Tratar a causa do aumento da pressão intra-abdominal (não necessariamente cirúrgico)
SANGRAMENTO
Intra operatório: Imediatamente após o fechamento (escape de ligadura), levando ao choque rapidamente
Intra-luminal: Melena, Hematoquezia, Enterorragia)
GASTROPARESIA
Normalmente em Idosos ou Imunossuprimidos
Presença de vômitos pós alimentares
Realizar descompressão abdominal com sonda nasogástrica
Casos Leves: regride rápido com a SNG, podendo reintroduzir a alimentação
Casos Graves: iniciar dieta parenteral e esperar regredir
ILEO-PARALITICO
Paciente se alimenta e não evacua
Interromper a dieta e introduzir dieta parenteral, pode-se usar SNG para descompressão e esperar por
aproximadamente 48-72h
Pode usar enteroclisma
INTERNATO – 10ª Etapa 15
Cirurgia Geral - IAMSPE
Amblessa Marques – Turma XX