Você está na página 1de 44

“0.11' ASE AWOD IM ” 0»í .

cP “NKOSISIKELA1’AFJHKA E 0 BRASIL”
“Olha o poder da pele negra” * ^ O '' “Deus abençoe a Africa e o Brasil”

ÒRÍSÀ* & AFRICAI OS


ÓRGÃO OFICIAL DE DIVULGAÇÃO DO CULTO E DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA
Ano X - Edição n9 41 - Diretor-Presidente: Adhem ar D'Ómolu - Editor Chefe: Nelson N. Neto - Diretora-Adm inistrativa: Rose D'Dangbé

os Nigérib
Casa Ubiratan
Produtos africanos legítimos
%

T u d o a p re ç o d e custo
M o n jo ló A fric a n o R $ 2 9 , 0 0
C o la r e s e F irm a s A fric a n a R $ 1 5 , 0 0
D e lo g u m d e 7 Fios e 7 F irm a s R $ 1 4 , 0 0
B ra já, B ú zio s R $ 9 , 0 0
L a g u id ib á R $ 9 , 0 0
C o ra l C o r o a R $ 5 ,0 0
A m b a r "O xum " R $ 1 9 , 0 0
T e rra c o ta R $ 1 5 , 0 0
M iç a n g a s - Q u ilo R $ 1 4 , 0 0

Entregamos encomendas em
qualquer parte do Brasil. Artigos de
Umbanda e Candomblé em Geral
Compare os nossos preços
e veja nossas promoções
Ibá em Porcelana, completo bacia de louça R$34,00
Ibá em louça R$19,00
Mel litro R$1,20 - Dendê litro R$1,70
Cartola (Exu) R$4,90

O BAR ATEI RO DO MERCADÃO DE MADUREI RA


Crediário Próprio - Aceitamos cheques Pré-datados
Av. Min. Edgard Romero, 239 - Mercadão de Madureira
BAZAR UBIRATAN - Galeria G - Loja 220
m 359-2752 - Ekédi Glória
ABRIL/1997 ORISAS & APRÍCAM-on 1
Povo de Candomblé volte às suas origens!
Raízes oferece viagem
para a Terra dos Òrisàs
e participação nas festas
religiosas locais para
Grupo de 6 pessoas.
• Hospedagem Cotonou/Benín
• Visita à Feira dos Feitiços
• Visita ao Mercado
de panos africanos
• Visita ao Centro artesanal
• Excursão no interior
com destino a:
Ketou, reinado Yorubá,
Savalou, terra dos Djedje Mahi
e Ouidah, ponto de partida dos
escravos para o Novo Mundo.

Viagens previstas
FESTA DOS INHAMES
Princípio de agasta

FiSTA DO MAR
Prlncfpia de satembra

FISTA DE DADAí GUN


Ainda sam data daflalda
PREÇO DA PASSAGEM
R$ 1.400,00
(financiado por cartão de crédito)
(inclui a despesa do visto africano)

PREÇO DA HOSPEDAGEM - R$ 800,00 por pessoa (hospedagem em casa de família “quarto duplo”
Incluindo pensão completa “comida local”, transporte e participação nas festas).

Os interessados deverão providenciar os seguintes documentos:


Informações
1B- Tirar o seu Passaporte (3 fotos);
2a - Atestado de Vacinação contra Febre amarela;
e reservas com
3B- Preencher um Formulário em 3 vias: Omindarewá
4- - Entrar em contato direto com Omindarewá e a Agência AFRICATUR

Você terá direito em trazer 20 kg de mercadoria


Guias de Turismo - Omindarewá e André de Xangô 679-1755
2 m m s- a r u c a d o c ABRIL/1997

Editorial
CarOs leitores! nova m aneira de levar até aos senhores, as notícia,
Há sempre uma razão para enveredarmos por um c u ltu ra e os a c o n te c im e n to s do C u lto A fro
outro caminho em busca de uma mudanças; quando Brasileira em formato de Revista.
se pensa em mudar alguma coisa, temos sempre a P ara nós, é um a escalada m uito grande, pois ,
certeza que será para m elhor, pois se assim não estam os realizando um a das mais difíceis tarefas, ■
fosse, para que então efetuar uma mudança? que é fazer e por em circulação uma Revista volta­
No mundo da tecnologia informativa, o impor­ da especialm ente para a divulgação do Culto e
tante não é vencer, e sim competir. Em agosto de da Cultura negra.
1989 ao lançarmos o primeiro número de nosso jo r­ Não somos o primeiro e também não seremos o
nal, o fizem os com m uito sacrifício. M ais tarde, últim o à re alizar este tipo de trab alh o , m ais o
tivemos uma parada obrigatória. No limiar de 1992, importante de tudo, é realizar um a mudança, m a is l
reiniciamos os nossos trabalhos com a mesma espe­ que seja pra melhor, e acreditamos que essa mudan­
rança e a m esm a garra, em bora soubéssem os que ça, alcançará esse objetivo.
iríam os encontrar m uitas dificuldades, principal­ Para tanto, esperamos continuar a receber a soli­
mente a financeira. Mas graças a ajuda de inúmeros dariedade irrestrita de nossos Zeladores e de nos­
zeladores e anunciantes, chegamos até o número sos Anunciantes, pois graças a eles, é que de hoje
33 na cor tradicional que o preto e branco (PB). em diante estarem os apresentando aos olhos do
No final de 1995, realizamos uma outra façanha, mundo este novo visual, este novo Layout de pági­
que foi editar o nosso jornal em cores (Edição 34); nas, pois, o que ontem era um m odesto jornal,
Hoje, estam os buscando uma nova form a e uma hoje passa a ser uma revista.

Sumário 0 R15AS £• AFRICANO


Povo de Candomblé, volta às suas origens! - P. 1 Jornal Ò risàs & A fricanos - Artes G ráficas e Editora Ltda - ME

Disk Santo - P. 03 Diretores Responsáveis: Rose D'Danc)bé & Adhemar Costa


Osvaldo Mutalê - PP. 04 e 05 ÒRISÀS & AFRICANOS - “OJU ASE AWO DÚDU”
Iniciação dentro da Umbanda na T. E. S. Francisco de Assis - Órgão Oficial de Divulqação do Culto e da Cultura Afro-Brasileira
PP. 06 e 07 O ESPAÇO
Fundado no dia 16 de agosto de 1986, por Adhemar B. da Costa
Abassá de Azunsu - P. 09 Registrado no INRI, sob o ns 100542945, em 07 de maio de 1987
Danielle de Yemonja - PP. 10, 11 e 12 EDITOR CHEFE: Nelson Noronha Netto
Nossas Ervas Medicinais - P. 13 DIRETORA ADMINISTRATIVA - Rose D’Dangbé
EDITOR E REPÓRTER FOTOGRÁFICO - Adhemar D’Omolu
Coluna da Mulher - P. 14
Administração, Redação e Circulação
Nação Jeje perde seu Guerreiro Branco - PP. 15, 16 e 17 Rua do Governo, 408 S/202 - Realengo - RJ - CEP. 21770/100
Nossos Deuses Africanos - Exu Elegbará - PP. 18, 19 e 20
Cheif lyalode Ifafunke Motunra-io Olagbaju Yeye Oshun Of
Lagos-Land - Lagos Nigéria - PP. 21, 22 23 e 24
A grande festa da Cigana Rainha das Estradas - P 25
338-0173
Os textos, fotografias
Tiãozinho de Oxóssi - PP. 26, 27 e 28 e demais criações
Esoterismo intelectuais publicadas
neste exemplar, não
Vamos falar dos Ciganos - P. 29 podem ser utilizados,
As velas na mitologia Cigana - P. 29 reproduzidos,
Aries - O signo do mês - PP. 30, 31 e 32 apropriados ou
Aromaterapia - Perfumes - P. 33 estocados em sistema
de banco de dados ou
No Caderninho da Kriz & Sociais de Rose D’Dangbé PP. 34 e 35 processo similar, em
Religião - P. - 36 qualquer forma ou meio-mecânico, eletrônico,
Vânia de Freqüen recebe obrigação de 3 anos - P. 37 microfilmagem, fotocópia, gravação etc.
Sem autorização escrita dos titulares dos direitos autorais.
Marina de Oxaguiã tira mais um barco - P. 38
Produção Gráfica: Editora SAVIR - Telefax: 627-4269
Ebâmi Loiá “Lelê do 40” , recebe obrigação de 21 anos - PP. Todos os direitos sobre matéria, reportagem e fotos
39 e 40 desta edição, são reservados à:
Jornal Òrisàs & Africanos - Artes Gráficas e Editora Ltda - ME
ABRIL/1997 OlifEAf. f:- f i m c p . im 3

Osvaldo Mutalê recebe


obrigação de 14 anos
A b a ssá de S o co rro , E k é d i D e-

O O xóssi M u ­
talê, que fica
lo c a liz a d a à R u a
A lex a n d re A m a ra l,
n iz e d e O b a lu a iê ,
Fomo Regina de Ia n ­
sã, Fom otinho D a n i­
el de O xaguiã, S a l­
16 0 - J d . T erra vador, D o fo n itin h a
Firm e - Santíssim o - J a n a in a da O xu n ,
CEP 230 9 8 -1 2 0 , v i­ A lv a n ir, R e n a ta da
veu nos dias 08 e 15 Oxun, M argana, M í­
de d e z e m b ro , m o ­ ria m , A n a C r is tin a
m entos de rara beleza da Oxun, M aria A p a ­
e e s p le n d o r , p o is o r e c id a d e X a n g ô ,
B abalorixá O svaldo S e r g in h o da O xun,
M utalê pode realizar A na L úcia da Nanã,
o seu g ran d e sonho, Serginho de Ogunté,
q u e fo i f e s te ja r a L áza ro de Xangô,
o b rig ação de seu 14 Ogã Acarajé, Sandra,
anos, dada pelo seu Z é lia , F á tim a da
zelador Odé Taió. Oxun, Sônia, Izabel,
Com o sa b e m o s Vilma da Oxun, N il-
m u ito b em , re c e b e r céia de Nanã, M aria
um a obrigação atual­ do Carmo, Valter de
mente, está sendo uma Oxalá, Conceição de
c o is a m u ito d if íc il, Oxalá, A lex de Oxós­
levando-se em consi­ si, N eu za de Ia n sã ,
deração que, a atual Sueli de Iansã, Diogo
falta de numerário por S érg io , A n a L ú cia ,
p a rte de q u em q u e r O lin d in a S a n ta n a ,
que seja, está levando Angélica, Sueli, Alice,
muitos filhos-de-santo Alice de Xangô, Ekédi
a adiarem a realização V a léria d e O x ó ssi,
da m esm a, p o r e sse Maria Rosa, Sônia de
motivo, m esm o tendo Iansã e Ogã César de
j á se u s 21 a n o s de Oxóssi; dos filh o s da
santo raspado, pode casa: C o n ceiçã o de
somente naquela data, Xangô, D iná de Oxa­
o zelador receber a de lá, A d r ie n e (M u ta -
14 anos. kevi de Iansã); N or­
m a (M u ta c o s s u n
DAS GRANDES de O s s â im ); B e r-
PRESENÇAS n a d e te (M utaloxun
da Oxun); Fábio (Mu-
Foi uma festa m ui­ tairá de Xangô); Dir-
to concorrida, tanto a ce (M uta O d é A ro ci
re a liz a d a no d ia 08 de O xóssi); F abiano
q u a n to a no d ia 15, (M u ta O d é G o n g o -
q u e c o n to u co m o birô de Oxóssi); R o­
comparecimento de vários irmãos-de- de Iansã, Arlindo de Xangô, Coquinho n a ld o d e O g u m , A c y d e I a n s ã ,
santo, de todos os seus fdhos, e ami­ de Oxóssi, Waldo de Oxóssi, Sônia de M arco de Ogum, W ilson de Iansã,
gos, que foram participar da grande Xangô, M ônica de Ogun, D ayse de S érg io d e X a n g ô , A n a d e O gum ,
festiv id ad e em louvor a O xóssi e a Yemanja, Marcley de Logun, Geraldo R icardo de O xum arê, S andoval de
Oxum, entre elas estavam: Nenen de de Onira, E lair dos Santos, G elson Oxóssi, W anderley de X angô, Wal-
N anã, E kéd i M ariza de Ewá, Jô de G u im a rã e s, R o b e r to do O gun, la c e d e O x ó ssi, V in íc iu s e M a r-
Oyá, Ekédi Adilceia da Oxun, Josilene Juvenal, Nininha de Oxalá, M aria do quinho do Ogun.
4 q m w . z {:■ A r iif C A N O í ABRIL/1997

As en trad as triunfais de Oxóssi e de Oxum


anto no dia 08 quanto no dia

T 15, o que os convidados pude­


ram presenciar foi um espetá­
cu lo m a ra v ilh o . O dé T aió sem p re
p re s ta tiv o , fez tu d o o que p o d eria
fazer para que o brilhantismo do ritual
não fosse empanado, e isso ele conse­
guiu, graças a seu esforço como tam ­
bém, de seus filhos e netos, que deram
tudo de si.
No dia 08, depois das apresenta­
ç õ e s h a b itu a is , c h e g o u o g ra n d e
m om ento do O rixá patrono adentrar
ao barracão devidam ente param enta­
do, a fim de tomar o tradicional rum,

Oxum Rainha de Oyó,


Deusa das águas
doces, rios, lagos,
cachoeiras e também
da riqueza e da beleza

e quando isso ocorreu, o Orixá rece­


beu um a grande ovação por parte de
todos os p resen tes. O svaldo teve o
p ra z e r de d a r a seu p ai O x ó ssi
M utalê, um a vestim enta riquíssim a,
em reconhecimento a obrigação de 14
anos recebida.
No dia 15, quando foi comemorado
os 7 dias de sua obrigação, foram ren­
didas as justas e m erecidas honrarias
sua m ãe O xum , e a m esm a ganhou
uma indumentária digna do seu título -
Não só de Rainha de Oyó, como tam ­
bém, de Deusa das águas doces - rios,
la g o s, c a c h o e ir a s - bem com o da
riqueza e da beleza. E mais uma vez
os assistentes prestaram-lhe as devidas
hom enagens, e em altas vozes grita­
vam a sua saudação Ora ieiê ôôô - Eri saudação, a mesma iniciou a sua des­ onde os m esm os se deliciaram com
ieiê ôôô. E ela m o strou to d a a sua pedida, deixando nas mentes de todos uma farta e sofisticada qualidades de
b e le z a e seu fa s c ín io , d a n ç a n d o e os c o n v id a d o s p re se n te s, a doce e iguarias, que foi acom panhado com
fazendo os seus atos característico, - meiga lembrança de sua presença, e a vinho, refrigerante e cerveja.
como se estivesse banhando-se, pen- e s s ê n c ia do p e rfu m e que e x a la v a Essa festa em homenagem a obriga­
teando-se, perfumando-se e colocando ainda no ar.. ção de 14 anos do B abalorixá O s­
as suas ricas jó ia s. E p ara m ostrar Em ambas as festas, o B abalorixá v a ld o M u ta lê , fic a rá a rq u iv a d a e
todo o seu carinho e respeito, os seus Osvaldo M utalê, fez questão de ofe­ entrará na história das grandes festivi­
filhos jogaram pétalas de flores e per­ re cer aos seus co n v iv as, um ja n ta r dade de ca n d o m b lé re a liz a d a s no
fum e no Orixá. D epois de toda essa digno de um rei e de um a rainha, Estado do Rio de Janeiro. ■
ABRIL/1997 O [USAS í' AFRICANOS 5

N ação Jeje M a h i perde


o seu G u erreiro Branco
uitos ainda não estão perm aneceu nove anos em

M acreditando, mas o
fato o correu, e foi
um choque para todos que
compareceram ao Ilê de São
casa de Ilber mas não raspou
o seu santo com ele, isso foi
m otivado por causa do seu
Exu, tendo no entanto, assen­
Bento a fim de comprovarem tado o seu santo, e com o seu
se era ou não verdade, e ao centro de Umbanda que ficava
chegarem lá, puderam consta­ localizado à Rua Coimbra n°
tar a triste e dolorosa perda, 450, onde ele cuidava de mais
morreu Luiz D’Jagun. de setenta médiuns.

QUEM FOI NASCE O “MITO


ESTE HOMEM? LUIZ DE JAGUN”

Luiz nasceu às 15 horas do Em 18 de maio de 1974,


dia 24 de fevereiro de 1947, L uiz foi raspado p or seu
numa segunda feira de carna­ Zezinho da Boa Viagem, e
val, na Beneficência Espanho­ continuou a cuid ar se seus
la, na rua do Riachuelo; Mais (70) filhos e transferiu-se do
tarde os seus pais foram morar núm ero 354 para o núm ero
na Ilh a do G overnador; na 450 da mesma Rua Coimbra,
Tijuca e de lá mudaram para a onde inaugurou a sua primeira
Rua Belisário Pena, na Penha, casa de C andom blé, pois o
onde o mesmo passou a maior espaço era maior.
parte de sua infância e de sua
juventude. AS GRANDES FRASES
Luiz foi empresário; Cria­ DITAS COM ORGULHO
dor do primeiro Vídeo de Can­
domblé no Brasil; Foi enredo - Sou filho de Zezinho da
de E scola de Samba; Im or­ Boa Viagem; neto de Antônio
talizado no Museu da Imagem Pinto “Tata Fomutinho”, que
e do Som; Criador de vários vem ser do Kwê Cejà Undê,
eventos; Produtor Carnavales­ sou bisneto de Gaikú “Maria
co; Radialista - apresentador Angorense”.
do mais antigo programa do - Na claridade há sempre
Culto Afro “Despertar do Candom­ Dona Ercília, achou por bem, não mexer uma sombra, eu sou a luz com certeza!
blé”, iniciado na Rádio Continental e em seu Orixá, embora soubesse que o - Hei! Menino me chama o Machado!
levado ao ar atualmente pela Rádio mesmo era filho de Obaluaiê.
Tamoio - e Escritor. Aos 15 anos de idade, Dona Ercília FAZER O SANTO
encaminhou-o à Casa do Caboclo Roxo,
INÍCIO DE SUA que ficava situado na Praça Seca, a partir Doutra feita, ao ser perguntado como
VIDA ESPIRITUAL daí, o m esm o passou a freqüentar o ele se sentiu após fazer o seu santo, Luiz
Terreiro, que era de Umbanda, - Omo- enfatizou:
Sua vida espiritual iniciou-se aos 9 locô -, passando então a receber os seus - Fazer Santo para mim, fo i um novo
anos de idade no Terreiro de Umbanda G uias esp iritu a is, Exu da Pedra e horizonte; as m ãos de meu zela d o r
de Dona Ercília, da Vovó Maria Baiana, Caboclo da Lua Alta. foram leves, e eu consegui não só um
que ficava localizado nos fundos de sua Quando tinha seus 18 anos, Luiz pas­ amigo, mais sim, um pai.
residência. Mas a sua via espiritual ficou sou a freqüentar algumas casas de can­ O mundo do Santo, prosseguiu Luiz,
mais aguçada, foi quando aos 4 anos de domblé, mas os seus Orixás ainda não me trouxe novas amizades; e ao abrir a
idade, pode acompanhar os seus pais em haviam se m an ifestad o , em bora o minha casa, eu fu i privilegiado pêlos
uma viagem à Portugal, e ao chegar lá, mesmo sentisse influência de Oxumarê, Orixás, pois, ao recolher os meus p ri­
teve o privilégio de colocar as suas Obaluaiê e Oxalá, e foi nesse estado meiros barcos, eu pude contar com a
pequeninas mãos no túm ulo de São que ele chegou até à casa de Ilber de presença de meu zelador.
Bento. Azauani, e tomou o seu primeiro Bori. Tanto assim, que no convite de minha
Q uando já estava com seus treze Nessa oportunidade estavam presente o feitura, fiz questão de colocar essa peque­
anos de idade, Luiz sentiu a necessida­ já falecido Jorge D’Yemanjá que ajuda­ nina frase muito significativa: - “Nada se
de de cuidar de sua parte espiritual, mas va muito o Ilber e a Ekédi Tereza. Luiz modifica, tudo se Transforma”. a»
6 ABRIL/1997

A p rim e ira h om enagem


m 1975, na segunda edição do da família. • A SSIM O POVO Q U IS ...O S

E Jornal Ritual e Magia, do fina­


do José D ias R oxo, L uiz foi
eleito como:
- “A maior revelação jovem de 75 no
Mas quando existe uma dificuldade,
todos se dão às mãos e se ajudam. E é
por essa razão que volto afirmar a você,
meus filhos-de-santo, são muito bons;
MELHORES DO CANDOMBLÉ - A
fim de valorizar mais ainda o povo do
candomblé, Luiz que tinha uma imagi­
nação muito grande, criou várias coisas
Candomblé do Rio de Janeiro. são solidários e se respeitam entre si, as im portantes no sentido de difundir a
• A CRIAÇÃO DO “ILÊ DE SÃO casadas sempre trazem os seus maridos, nossa religião, e uma delas foi o tão
BENTO” - Ao completar um ano de form ando desta maneira, uma grande polêm ico vídeo sobre a cultura afro-
santo ele conversou com o seu zelador e comunidade. brasileira falando sobre o dia-a-dia de
d ecid iram re co lh er o seu p rim eiro • O INÍCIO E O FIM DA “CHICA uma casa de candomblé. Esse vídeo foi
barco, sendo Humberto de Oxóssi o XOXA” - Com o falecimento do Doté lançado em todo Brasil. Nesse vídeo
seu Rumbono, depois deste, mais vinte Luiz de Jagun, termina um dos quadros quis Luiz mostrar não só a sua ativida­
e um barcos foram recolhidos, e das mais polêmico de um programa de rádio, de na área cultura, como também, valo­
setenta pessoas que o acompanha­ rizar o culto e as pessoas. Pois
va, sessenta e três lhe esperaram e segundo as suas palavras, o Pai-
fizeram santo com ele. de-santo é na realidade um psi­
Como o espaço físico tornou-se cólogo; um advogado; e um con­
pequeno, Luiz resolveu comprar - selheiro, onde tem como finalida­
sem dinheiro - um o sítio localiza­ de, desenvolver uma ação social
do na Estrada do Quafá 678, em da maior importância.
Santíssimo, com aproximadamente Em 1994 Luiz apresentou no
5.000 metros quadrados. Os seus Scala pela prim eira vez um dos
amigos acharam aquilo uma loucu­ grandes show - onde pode reunir
ra, pois o terreno era uma mata mais de três centena de adeptos do
fechada e ele estava sem dinheiro. culto e da cultura afro-brasileira -
M as m esm o assim ele topou a intitulado Assim o povo quis...os
briga e durante muito tempo, com­ m elhores do Candomblé, que
prando com sacrifício, material de segundo as suas palavras, tinha o
demolição, ele conseguiu construir objetivo de m exer com a mente
a Casa de Jagun, surgindo assim das pessoas, no sentido de que as
o Ilê de São Bento, onde ele con­ mesmas não tivessem vergonha de
seguiu uma grande façanha, ras­ dizer que eram condomblécistas.
pando m ais de 676 filh o s-d e- Esse show foi apresentado nos
san to, confirm ando inúm eros anos de 95 e 96, sendo que, em 24
Ogãns e Ekédis, de seus filhos de de setem bro de 1996 foi no
santo surgiram muitos netos. Im perator, e o seu objetivo era
• CANDOMBLÉ NÃO SE FAZ p re m ia r inúm eros Z elad o res,
SOZINHO - Uma vez esse repórter per­ que é o famoso “Chica Xoxa”. Algum E kédis, Ogãns e C om unicadores do
guntou-lhe, como ele se sentia em ter tempo atrás, Luiz me confidenciou que o Rádio e da Im prensa que difundem a
sobre os seus ombros, a grande respon­ objetivo do quadro polêm ico “Chica religião.
sabilidade de cuidar de tantas pessoas Xoxa”, era apenas brincar com as pes­ • OS VINTE E UM ANOS DE LUIZ
que lhe procuravam e de seus inúmeros soas sem citar nome de ninguém, há não AO SOM DE ÓRGÃO E VIOLINO -
filhos. E com aquele sorriso matreiro, se estivesse autorizado para tal. Ele fazia No dia 27 de m aio de 1995 quando
Luiz me respondeu: a coisa de uma maneira jocosa, e sempre comemorou os seus 21 anos de feitura.
- Olha! E uma coisa que eu não sei que isso ocorria, a “pessoa” encaixava O Doté Luiz de Jagun, organizou uma
explicar. Sei que é muito difícil cuidar de direitinho a carapuça em sua cabeça. das maiores festas de candomblé já reali­
tantas pessoas; de fica r aqui às vezes Além desse quadro que agora se encerra zada no Estado do Rio de Janeiro, sendo
enclausurado; perdendo a minha moci­ com o falecimento de Luiz, ele também por nós registrado como “o maior espe­
dade; deixando de me divertir. Mais eu levava ao ar os seguintes: Ativando os táculo do semestre” Nessa oportunida­
sou fe liz assim mesmo. E como todo Axés; Folheando um livro chamado de foi registrado que mais de 2.500 pes­
mundo sabe, casa de candomblé é assim Axé e Como vai você, esses quadros soas comparecerem ao Ilê de São Bento,
mesmo, e candomblé não se faz sozinho. tinham com objetivo louvar e reveren­ - entre os mais famosos Zeladores do
M uitas pessoas - inclusive as que ciar os Axés de todas as nações, bem Rio de Janeiro - que puderam pela pri­
estão dentro do candomblé - falam mal como, enaltecer o Candomblé e valori­ m eira vez, aguardar o início de uma
de nossa religião, mas para mim o can­ zar o povo-do-santo. festa religiosa ao som de músicas suá­
domblé é uma família, e terá sempre os Um outro quadro que passou há ser veis executadas por uma organista e
m esm os p roblem as que uma grande até motivo de bate boca dentro e fora do quando term inou a festa religiosa, o
família tem, há ciúme entre os próprios Candomblé, era No tempo da antiga. Dote convidou-os para participarem do
irmãos, pois um acha que eu dou mais Ao apresentar esse quadro, ele chamava Jour Gras, sendo os mesmos recebidos
atenção há um do que há outro, mas à atenção de todos para as normas e éti­ ao som de Violino. As comemorações
para isso, o dirigente, tem que saber cas de respeito que o povo-do-santo pelos seus 21 anos, só term inou na
conduzir essas pessoas que fazem parte devia cultivar. segunda-feira. ^

1
ABRIL/1997 ORÍSAS £'• AFRICANOS 7
Luiz é in tern ad o e o p erad o
ogo depois das comemo­

L rações dos seus 21 anos


de santo, o Doté Luiz foi
internado e subm etido a uma
intervenção cirúrgica, e nessa
época m uitas pessoas do can­
dom blé ficaram preocupadas
pelo seu estado de saúde, mas
graças à Deus o mesmo se saiu
bem e retornou às suas ativida­
des espirituais. E quando reali­
zou o seu tradicional Olubajé, e
ao responder uma pergunta for­
mulada por nosso reportagem, o
mesmo enfatizou:
- O meu pai Jagun provou
que me quer muito e que eu sou
um bom filho. Tudo que tenho e
tudo que sou, agradeço a ele; sei
que a vida é uma constante guer­
ra, e graças ao meu Pai Jagun,
vou vencendo às batalhas que me são do Brasil. m aior festa, onde vários am igos já
impostas: mais eu sou filho de quem? • LUIZ É IM O R T A L IZ A D O NO tinham inclusive, recebido o convite
Não é de um Guerreiro! Agora mesmo MIS - Numa deferência toda especial para participarem da festividade.
acabei de ser presenteado, e todos que entre tantos zeladores ae santo existentes Mais isso não pode acontecer, e ao
me conhecem sabem qual fo i o presente, no Estado do Rio de Janeiro, o Doté invés de rirem e se divertirem, todos que
eu mesmo fiz questão de informar ao Luiz de Jagun em 1995 foi convidado a com pareceram ao Ilê de São Bento
meu público e o meu presente, também prestar os seus depoimentos e tornou-se desta vez, foram para chorar e lamentar a
deu ampla repercussão ao assunto, - assim im o rta liza d o no M useu da perda tão irreparável.
esse presente era o retorno ao Ilê de Imagem e do Som. Nessa oportunida­ Sabem os p erfeitam en te que não
sua filha Gina de Iansã - Portanto, a de, com pareceram inúm eros filhos, somos imortais; que estamos apenas de
netos-de-santo e am igos, que foram passagem, mas mesmos assim, é uma
vida é isso que eu disse, uma constante
levar o seu apoio e a sua estrita solida­ situação muito triste, muito dolorosa.
guerra, onde nos que somos filhos de
riedade. Para alguns, foi apenas mais um que par­
Orixá e guerreiros, temos que saber
• SEU ÚLTIM O D ESEJO DEVE tiu, mais para os seus familiares; para os
lutar e esperar, pois, a paciência, é uma
SER RESPEITADO - Nossa reporta­ seus filhos-de-santo e para o Candom­
dádiva dos grandes sábios. gem tomou conhecimento que, antes de
• LUIZ ORGANIZA PASSEATA DE blé não.
falecer, o Doté Luiz de Jagun havia
PROTESTO - No dia 12 de outubro de O povo-do-santo sabe muito bem o
feito um testamento, no qual doava todo
1995, um pastor da Igreja Universal do que perdeu, e por algum tempo ainda irá
o espaço do Ilê de São Bento, para
Reino de Deus, num gesto impensado ou uma Entidade Filantrópica “Azilo dos se lem brar de suas brincadeiras, - da
querendo se promover, diante das come­ L ep ro so s” , e que, um O ficial de C hica X oxa - de seu gesto, de sua
ras de TV chutou a Imagem de Nossa Justiça deu o prazo de 90 dias para maneira de ser; das grandes festas reali­
Senhora Aparecida. Esse gesto gerou desocuparem o espaço físico. Em se zadas no Ilê de São Bento, enfim... não
as mais discutidas polêmicas entre cató­ tratando de testamento, a vontade do devemos blasfemar conta os desígnios
licos e espíritas do Brasil. testamentário deve ser respeitada. de Oxalá, porque irmão, você criou uma
No dia 14 de novembro, o Doté Luiz Não nos cabe entrar no m érito da lenda, onde a frase era: Assim... O povo
de Jagun organizou e colocou no centro questão, pois seus herdeiros legítimos - quis, os melhores do Candomblé.
nervoso da cidade - Av. Rio Branco e Ekédi Alda e Ialorixá Fátima D ’Oxa- Permita-me plagiar essa sua frase e
Presidente Vargas - inúmeros adeptos do guiã, devem respeitar o desejo, que com tristeza dizer: - “Assim”... Jagun
Candomblé e da Umbanda do Rio de quando em vida, Luiz manifestou. quis, levou um dos melhores do Jeje
Janeiro, com o seguinte lema: - Deus é • CANDOMBLECISTAS SE DESPE­ Mahi”
um só! Agredir a religião dos outros, DEM DO “GUERREIRO BRANCO” D escanse em paz Luiz, e queira
também é violência. - Nos dias 20 e 21 de fevereiro, inúme­ receber onde você estiver, essa humil­
Esse ato praticado pelo finado Luiz, ros adeptos do Candomblé e da Umban­ de homenagem, deste seu irmão que
mostrou a sua eterna preocupação com a da, comparecerem ao Ilê de São Bento e também é um “Guerreiro Düdü” e de
nossa religião, tendo em vista que, o ato ao Cemitério do Caju, a fim de presta­ sua irmã Rose D ’Dangbé.
praticado pelo pastor, foi uma afronta rem às suas últimas homenagem a esse
aos seguidores da religião católica, da bravo guerreiro, que iria completar no D oté Luiz D ’Jagun
um banda e do candom blé, tendo em dia 24\2\97 cinqüenta anos de idade. 24 Fevereiro 47
vista ser N.S. da Aparecida a padroeira Tudo já estava preparado para ser a 20 Fevereiro 97
8 oRfCAc & /¡.rnrc/i.Mos ABRIL/1997

NOSSAS ERVAS MEDICINAIS


xiste pessoas que não gostam de usar * Não se deve adoçar os chás. Mas se você
Dicas do Bem V iver
E determinado tipo de remédio e prefe­
rem as nossas queridas plantinhas
comumentes chamadas ervas medicinais.
Como sabemos muito bem, o uso de plàntas
não conseguir tomá-lo, use, pelo menos, mel
puro ou açúcar mascavo. Refinado, jamais.
Tome o chá, no máximo, 15 minutos depois
de preparado. Não guarde o resto. Ele perde
Enfarte do miocárdio - Como preventivo,
ingira freqüentemente cebolas assadas, fri­
tas ou sob forma de sopas.
medicinais requer no entanto, um certo cuida­ as propriedades.
do, pois como diz o velho ditado, o que é bom Use água filtrada ou mineral sem gás para Artrite, ciática e reumatismo - Cozinhe
para um não é para outro; mas no fundo fazer seus chás. Assim, você diminui a quan­ folhas e flores de verbena em um pouco de
mesmo elas não causam nenhum mal - depen­ tidade de produtos químicos usados em seu vinagre. Assim que tiver evaporado, colo­
dendo do seu uso certo. Ao adquirir ervas tratamento. que a verbena sobre um tecido e aplique a
medicinais, tenha sempre o cuidado de que as cataplasma quente sobre a parte dolorida.
mesmas estejam bem frescas e em bom esta­ COMO PREPARÁ-LO
do. Se por ventura você não for usá-la ime­ Infusão ou tisana - É usada para os chás de Problemas com os olhos - Se os seus
diatamente, coloque-as na geladeira enroladas flores ou folhas. Quando a água levantar fer­ olhos estão avermelhados porque você
em papel jornal e na última gaveta, a fim de vura, apague o fogo, jogue as ervas e abafe. passou da conta na bebida, ou porque não
que a mesma não venha queimar-se com a Ao jogas as ervas na água quente, o processo
temperatura baixa. Mais é aconselhável que
dormiu bem, coloque em um copo cheio de
de fervura se renova por alguns segundo. As água recém-fervida 1 colher das de chá de
você deve usá-las o mais rápido possível, pois infusões são feitas de uma só erva ou de mis­
muitas ervas perdem a substância da sua flores de camomila ressecadas. Deixe as
turas. Depois de 10 a 15 minutos, o chá pode
essência. ser tomado.
flores na água por cinco minutos e, em
Chá - Ensinar a fazer chá soa até ridículo. Decocção - E feita com as partes duras da seguida, coe a mistura, de preferência
Afina, pode existir alguém neste mundo que p lan ta: raiz, cau le, casca ou sem ente. usando um pequeno tecido bem fino.
não seja capaz de preparar uma bebida quen­ Coloque tudo na chaleira e ferva em fogo Espere a mistura esfriar e banhe os olhos.
te com um punhado de folhas? E pouco pro­ baixo até começar a sentir bem o cheiro da
vável. Mas quando se trata de chás medici­ planta. Em seguida, apague o fogo, deixe o Inflam ações de dentes e garganta -
nais, não custa nada relembrar algumas regri- chá esfriar naturalmente, coe e beba. Macere um punhado de cocleária seca por
nhas básicas para que o resultado do trata­ Maceração -Não vai ao fogo. Mistura-se as 5 dias em lOOml de álcool 60°. Filtre e
mento seja o melhor possível. ervas na água, v in ag re, óleo ou vinho. tome 10 gotas em 1 cálice de água morna.
* Use sempre bule de louça ou vidro. Os de Aguarde-se um certo tempo, que pode ser de
metal, além de oxidarem o conteúdo, podem algumas horas ou semanas. A maceração Tosse - Coloque 5 ameixas em meio litro
desprender partículas não muito saudáveis. feita em água não deve ser consumida depois de água fria e ferva por 10 minutos em
* Prefira, sempre que possível, ervas frescas. de 12 horas por causa da formação de bacté­ fogo baixo. Adoce com mel, beba o líquido
Descarte as mofadas ou amareladas. rias. em pequenos goles e coma os frutos.

OS VERDADEIROS BARALHOS
'<CELMAR )<
CIGANOS A venda nas lojas de artigo de Um banda

BARALHO
da

BARALHO DA CIGANA BARALHO DO CIGANO O FAMOSO BARALHO DO A C O M P A N H A L IV R E T O E X P L IC A T IV O -


O DA CAIXA BRANCA O DA CAIXA VERMELHO MALANDRO ZÉ PELINTRA In fo rm a ç õ e s A R Y D O A Ç O 8 (0 2 1 ) 791-3371
BAZAR ESPIRITUAL
DE XANGÔ
UMBANDA E CANDOMBLÉ
TUDO PARA O SEU ORIXÁ
ATACADO E A VAREJO
Velas, Mel, Dendê a preço de custo
C asa O gum G u erreiro - Av. R oberto da Avenida Getúlio de Moura, 1751
S ilveira, 383 - A o lado do T ú nel de O linda Nilópolis - RJ - Telefone: 791-3371
ABftlL/1997 9

lyaolóòrisá Danielle
D'Yemen ¡a tira mais um barco
Òsóòsi, Osun e Yemonja
ais uma vez as portas do Ilê

M A se Yem onja Solú Tuyagba


Omi foram abertas, a fim de
que, os ilustres adeptos do culto afro-
brasileiro e altas autoridades, pudessem
“O que
importa é
ultrapassar o um bral, a propósito de
participarem da grande festa realizada
moderar
no dia 26 de janeiro. a confiança
Essa jovem Ialorixá, a cada dia que
passa, vem despontando no cenário com cautela
Candom blecista do Estado do Rio de
Janeiro, tanto assim que, nas festas que e segurar o
são realizadas em sua casa, aparecem
sempre novos convidados, mostrando valor com
desta m aneira que, não só os novos
como também os antigos zeladores vão a vigilância’
lhe p re stig iar e conhecer o G rande
Palácio de Yemonja, localizado à Rua
Soldado Cristóvão Garcia - Quadra 20
- lote 8 - Vila leda - Campo Grande.
No dia 26 por exemplo, além de seu
zelador Antônio Carlos de Oxóssi; de
sua genitora Zanir de Logunedé, e dos
filhos da casa que são as figuras mar­
cantes em todas as festas realizadas no
llê, nossa reportagem constatou a pre­
sença das seguintes personalidades do
c a n d o m b lé e do m undo a rtístic o :
Ia lo r ix á R eg in a C élia do A x é Opô
Afonjá; Guilherme de O gum ” avô de
sa n to de D a n ie lle ”; C ândido de
Bagan; A triz Léa Vibranovisk; M ina
Karê, Ozéias de Iansã, Cafunjaname;
M a ta m b a L esô ; Iv o n e te “I a la x é ”;
Tânia da O xun B auila; Ogã A cioli;
E kédi Rosim ere de Oxóssi; Carlinho
de O g u n ; O lodo Obá W illia m de
Oxaguiã; Ja u n e’s de Ogun; Paulo de
Xangô; Robson de Guiã; Ana Carolina
de Ia n s ã ; M a ria Is a b e l de N a n ã ;
Namia de Xangô; Marcelo; Márcio de
Oxóssi; Carla do Ogun; Anastácia de
Obaluaiê; Antônio de Ogun; Cleusa de
L ogun; Nádia de Ogun; A ndreia de
Iansã; Zeli da Oxun; Jorge de Jagun;
K átia de Ia n sã ; A d riana de Xangô;
E u z e lv i de O x u m a rê ; Jo ã o de
Yemanjá; Marli da Oxun; Valdete de
O xa lá ; A n tô n io C arlos de O gun;
J u d ite de O b a lu a iê; A le x a n d ra de de O gun; X im e n e de Óba; N e li de noiva do Yaô da O xun; L id iva n de
Obaluaiê; Rosilene de Oxóssi; Rogério O yá; L u iz A lb e rto de O xa g u ia ; O x ó ssi; W a lter de O xa lá ; E k é d i
de E x u ; L ú c ia de O xó ssi; Ia ra de V a lq u iria de O yá; M a rco s de J o r g e te de O x ó ssi; J o r g e L u iz de
Iansã; Ivia de Iansã; A na da O xun; Yemanjá; Fábio de Omolu; Bárbara Xangô; Dengo de Xangô; M anoel de
E k é d i K á tia de Ia n sã ; P a u lo de de Obaluaié; Tuca de Yemanjá; Daniel O gum ; Graça da O xun; L u cia n i de
Logun; Lurdes de Oxóssi; Ekédi Daise de Odé; Bruno de Logun; Álexandra, Iansã. &
10 GRfSAS & A FR í CA MOS ABRIL/1997

A f o v o s /« ¿ T s os sews Orunkó’s
inda que tenha sido realizada d a fe s ta , q u e é o u v ir o n om e dos
em dia de domingo, a festa foi Iaô’s. Antônio vira em
bem concorrida, embora tenha Coube ao Babalorixá Guilherme de
chovido em alguns m om entos, m as O g u m , p e d ir o O ru n k ó do Ia ô de seu pai Oxóssi
mesmo assim, além das pessoas acima Oxóssi, e isso ocorreu às 20:17 hs; às O utro m o m en to m arc an te da
citad as, h aviam outros convidados. 20:20 hs, a Ialorixá Regina Célia de fe sta , fo i quando G u ilh erm e de
Eram 18:50 hs quando ocorreu a pri­ Yemonja, pediu ao Iaô que desse o seu Ogun, virou O xóssi na cabeça do
m eira saída do novo barco, vindo na O runkó para que todos os presentes B abalorixá A ntônio, seu filho-de-
ordem tradicional do barco, vindo à pudessem ouvir; e finalmente às 20:24 santo. Esse ato foi afim de prestar as
frente Osóòsi, seguido de Osun e de h s, c o u b e ao B a b a lo rix á A n tô n io devidas hom enagem não só a A n­
Yemonja. C arlos solicitar o O runkó do Iaô de tônio, que estava completando seus
N e ssa p rim e ira ap re se n ta ç ã o ao Yemonja. 29 anos de santo de Antônio, como
público, podia-se ver como deveria ser também a seu Pai Oxóssi.
Como sabemos muito bem, quando
Quando isso ocorreu, vários zela­
as d e m a is , te n d o em v is ta q u e a ocorre esse fato - já citado por mim
dores que estavam presentes assistin­
Ia lo r ix á D a n ie lle e o B a b a lo rix á em inúmeras reportagem -, às pessoas do a festa, também viraram em seus
Antônio de Oxóssi - seu zelador -, rea­ novas e até às antigas de santo, viram Orixás, entre esses zeladores estavam
lizaram o tradicional ritual dentro da em seu s O rix á s , m o s tra n d o d e sta Cândido de Bagan, Marcelo de Iansã
nação Efã, onde foram cantados inú­ form a, a força do Axé. Isso ocorreu e C arm em de O xum arê, em bora,
meros oríki’s “cântico de louvor que em casa de Danielle e ocorrerá sempre tenha havido outros mais, que não nos
co n ta os a tr ib u to s e f e ito s de um em todas as casas de santo, pois faz foi possível anotar os seus nomes.
Orixá”. p a rte do ritu a l C a n d o m b le c is ta . Tão logo isso ocorreu, os Orixás
N a segunda saída, que ocorreu às D epois que os novos Iaô ’s deram os foram recolhidos, a fim de trocarem as
20:15 hs, mais um a vez pudemos ver a se u s O ru n k ó ’s, os m esm o s fo ra m suas indumentárias, enquanto isso, foi
simplicidade estampada no semblante recolhidos, a fim de trocarem as suas feito uma pequena pausa, ocasião em
da Ialorixá Danielle, aliada com a res­ indumentárias, e posteriormente retor­ que foi servido aos convidados, aque­
ponsabilidade, levando-se em conside­ narem ao salão, a fim de tom arem o les gostosos salgadinhos, acompanha­
ração que chegara o grande momento dos do tradicional refrigerante.
tradicional rum.
ABRIL/1997 èiisM b m m u m ii
A entrada triunfal dos Orixás
epois da tradicional pausa, che­

D gou o momento triunfal da festa,


fo i q u an d o to d o s os O rix ás
adentraram ao salão, devidamente para­
m entados, vindo à frente O xóssi de
A ntônio, seguido dos dem ais até ao
mais novo Iaô. Foi um espetáculo de
rara beleza, onde mais uma vez pude­
mos constatar o bom gosto das confec­
çõ es a p re se n ta d a s e u sad a s pêlo s
Orixás. Aliás, a esse respeito, a Ialorixá
D anielle está de parabéns, porque a
cada dia que passa, ela mostra ao públi­
co o seu bom gosto, aliado com a sim­
plicidade, não importa se é Iaô ou quem
for ã sua casa, pois, os Orixás quando
vão para o salão a fim de tomarem o
trad icio n al rum , adentram ao salão
ricamente paramentados, dentro de uma
simplicidade, pois vestimenta de Orixá
não é fantasia de carnaval. E de um a
um, o público que a essa altura superlo­
tava o barracão, pode assistir as tradi­
cionais danças dos Orixás e fazer coro
nas mais lindas cantigas..

• Oxóssi suspende Ogã - Durante o


transcurso da festa, pudemos também
assistir Oxóssi virado do B abalorixá
Antônio Carlos, suspender o seu novo
Ogã, - Antônio Carlos de Oxaguiã,
que vem h á ser esp o so da fu tu ra
Ekédi, que será confirmada no próxi­
mo dia 17 de maio de 1997 - foi um
ato não esperado pelo público presente,
e que abrilhantou m ais ainda a festa,
porque o futuro Ogã irá sempre lembrar
que foi suspenso no dia da saída dos
três Iaôs.
Mais tudo que é bom dura pouco, e
depois que todos os Orixás - Oxóssi,
Oiá, Oxum, Yemanjá - receberam o
tradicional, a festa foi chegando ao seu
final. E quando isso ocorre, nota-se na
fisionom ia dos convidados, a grande
tristeza , pois a luz que em anou em
todos os momentos, estava prestes a se
apagar, a fim de dar lugar a outro cená­
rio, que é a confraternização entre os
convidados, momento em que é servido
o tradicional jantar.
Foi lindo, muito lindo, e temos cer­
teza que essa festa entrará para os anais
da história do candom blé no Rio de
Janeiro. Valeu Ialorixá Danielle, que
sua Mãe Yemonjá possa lhe dar muitos
anos de vida e saúde, a fim de que você
continue a ajudar aqueles que batem em
sua porta, pois você é uma das poucas
zeladores que vive para o santo e não
vive do santo. Axé! muito Axé. ■
12 O m AS ft AFRICA M i ABRIL/1997

REVISTA ÒRISÀS & AFRICANOS


LISTA OFICIAL DE ENDEREÇOS DOS OMO’S ÒRISÀS

B A B A L O R IX Á PAULO
BABALORIXÁ DE XANGÔ DO REDENTOR
GARDEL DE EXU NAÇÃO KETU
Filho do Babalorixá Everaldo de Oxóssi (BA) - Rua Pádua,
Nação Angola Congo 179 casa 2 - Jardim Redentor - N.Iguaçu - CEP 26110-250 -
$751-3800 - Referência: Avenida Automóvel Clube, penúlti­
Endereço Rua Carolina Amado, 622 mo ponto de ônibus Cascadura e Central/Redentor ou Praça
Mauá / Redentor - Dias de consulta com Jogos de Búzios e
Vaz Lobo - RJ CEP. 21316-320 Tarot - Quinta-feira e sábado - das 08 às 17:30 horas -
Jardim Redentor - Terça-feira das 08 às 18 horas - Zona Sul
Atende de Segunda a Quinta a partir das 17 - Marcar pelo S 294-1238 - Curso de Tarot - Já estão aber­
horas e aos sábados à partir das 14 horas. tas as novas Turmas, tratar pêlos telefones acima citados.

Dote Nelson D ’Azunsu


Nação Jeje Mahi
i % Filho atual de Gaiaku Luíza D’Oyá
Endereço do seu Rumpame
I J. ■ Runtologí Nacundá
J"* ^ Rua Valéria Cristina, Quadra 32 - Lote 16
Jardim Ideal II. - Parque São José Belford
T Roxo (Nova Iguaçu) - CEP 26196-140
Celular - 986-1537
Dias de atendimento com Jogo de Búzios e Cartas
de segunda a sábado a partir das 9h da manhã.

Ialorixá Danielle
D’Yemonja Nação Efã
Nação Efã Filha de Nadiegi
Filha atual do Babalorixá Endereço do llê Axé D’lansã & Beji
Antônio de Oxóssi Rua Maria José, Qd O - Lote 31 - Palhada
Endereço do llê Àse Yemonja “Valverde”- Nova Iguaçu - RJ
Solú Tuyagba Omi CEP 23335-430
(Ponto de referência Saltar na Quadra do
Rua Soldado Cristóvão Garcia - Quadra 20 Valverde - Est. do Madureira)
lote 8 - Vila leda - Campo Grande
Dia de Atendimento com Jogo de Búzios - Às Terças e
Dia de atendimento: Terça feira, Quintas-feiras, das 10 às 18 hs. Consulta com Miguel, todos os
a partir das 09 horas da manha. sábados, a partir das 14 horas.

Ialorixá Zezé da Oxum


Luz de Angola
Nação Ketu ARTIGOS RELIGIOSOS
Filha atual do Babalorixá Bira de Ogum
Endereço do seu llê Olòmiayé A casa que só vende Certo
Rua Divino Salvador, 298 - Piedade Artigos Africanos Legítimos e pelo menor preço
Temos a maior variedade de artigos
® 596-2476 de Umbanda e Candomblé
Dias de atendimento com Búzios e Cartas Enviamos para qualquer parte do território nacinonal
De Segunda a quinta-feira, das 09 às 18 horas. Av. Ministro Edgard Romero, 239 - Gal. "C" loja 211
■ Curso Omo Ifá ■ Odu ■ Caminho MERCADÃO DE MADUREIRA
■ Ebós ■ Presentes ■ Encantamentos S 359-0661 (Por favor)
ABRIL/1997 ORfSAS & Arrrt€ftw<js 13
O Culto Afro - 1 ° ò R is À

lon gín qu os, e de atrair,

Exu por um poder magnético,


objetos situados a distân­
cia ig u a lm e n te g ra n d e,

Elegbará segundo a crença africa­


na. E também chamado de
cacete nodoso com o qual
em meus queridos leitor, a partir Exu ataca seus inimigos.

B desta nova edição, vamos apri­


morar os nossos conhecimentos,
vou atender os inúm eros pedidos de
O fa lo an tigam en te era
a d o ra d o p ê lo s a n tig o s
como símbolo da fecundi­
nossos leitores, que concerne em falar dade da n a tu reza ), dai,
sobre os nossos Deus Africanos, que nasce a crença que, Exu é
são os nossos O risàs. É um a honra que preside o ato sexual,
m uito grande, falar sobre as nossas que garante a expansão da
divindades oriundas das regiões africa­ vida”.
nas e que fazem parte da nossa religião Em síntese, no candom­
afro-brasileira. blé tradicional ele é o men­
sa g e iro e n tre os n o sso s
• XIRÊ “SIRÉ” - Muitos freqüenta­ Deuses e os homens. Por
dores de candomblé ouvem falar nessa essa razão, ele é o elemento
palavra, e poucos sabem o seu signifi­ dinâmico de tudo que exis­
cado na essência da palavra. Ela tam ­ te, e o princípio de comuni­
bém é confundida como Oro” parte da cação e expansão, sendo
cerimônia ritual que tem a finalidade por tanto, o p rin cíp io de
de “acordar” os orixás = toques mais vida individual.
intensos, cânticos especiais”. O Xirê é O despacho ou padê é feito antes de
a ordem em que são tocadas, cantadas e qualquer cerimônia afro-brasileira reli­ • INVO CA ÇÃO À EXU NO M O ­
dançadas as invocações aos Orixás, no giosa, exceto na Casa Grande de Minas. MENTO DO PADÊ - Em alguns ter­
início das cerimônias festivas ou inter­ De manhã cedo é sacrificado um galo e reiros tradicionais, o padê pode ser bem
nas das casas de candomblé. os seus exés são colocados ao lado do complexo, no entanto, o mais comum é
Na abertura do Xirê quem vem na assentamento de Exu, e também é colo­ realizado da seguinte forma: “é coloca­
frente é Exu, pois ele é o primeiro a ser cados três oberós com farofa (dendê, da no centro do salão do candomblé,
invocado e enviado para cham ar os água, mel e otim) Não confundir Padê uma quartinha com água e uma vela
dem ais Orixás, tendo em vista ser o com despacho ou ebó. acesa; em seguida éfeita há invocação
m esm o o m ensageiro de todos eles, Conclusão, o Padê tem por finalida­ há Exu, com cantos e danças ao redor
pois Exu é o guardião dos templos, das de pedir ao mensageiro Exu, que é o da referida quartinha de barro e da
casas, das cidades e das pessoas. Mas elemento dinâmico e de comunicação, vela acesa, onde são feitos os pedidos.
para que isso ocorra, é necessário que que proteja a cerimônia que vai ser rea­ A invocação a Exu é feita geralmente
seja efetuada a primeira e tradicionais lizada, pois ele tem o poder de viajar de pelas seguintes cantigas:
cerimônia que chama-se “P adê”. um mundo para outro, tendo em vista Ia
que, ele representa a continuidade da Inã inã mo jubá ê é mo jubá
• PADÊ - Existem dois tipos de Padê; vida e o poder da m ultiplicação dos Inã inã mo jubá ê agô mo jubá
o primeiro é o ritual propiciatório, com antepassados. Após ser realizada a tra­ 2a
oferenda a Exu, realizado antes do iní­ dicional cerimônia, quando lhe é ofere­ A ji qui barabô é mo jubá auá cô xê
cio de toda cerimônia pública ou priva­ cida a respectiva oferenda, o mesmo A ji qui barabô é mojá ê omóde có é có
da dos cultos afro-brasileiros, que tam­ vai ao encontro dos Deuses e chama-os, qui
bém é chamado de despacho de Exu. pois ele pode deslocar-se instantanea­ Barabô mo jubá élébara Exú lonã
“Enviar Exu, por meio de oferendas de mente para qualquer lugar, seja qual for 3a
comidas, bebidas, cânticos e sacrifício a distância, pois usa o sei instrumento Bará ô bébé Ti rir í Lónã Exú Tiriri
animal, aos orixás, para levar-lhe pedi­ poderoso que é o O go. “M acete de Bara ô bébé Tiriri Lónã Exú Tiriri
dos e ao mesm o tempo im pedi-lo de madeira escura, esculpido de form ato r
perturbar a cerimônia que será realiza­ de um - falo (Pênis) terminando por Òdara lô xorô ódara lô xorô lónã
da e neutralizar as suas tendências a um gorro recurvo para trás, enfeitado Odara lô xorô ê lô xorô ódara lô xorô
p r o v o c a r m a l-e n te n d id o s entre os de búzios e contas. É objeto mágico de lónã
serem humanos e em suas relações com Exu (e um dos seus instrumentos, no 5a
os deuses e, a té mesmo, dos deuses C andom blé), ten do a fa c u ld a d e de Elébára exú ô xa querê querê
entre si. transportá-lo, em segundos, a lugares Ekésã bará exú ô xa querê querê.
14 W tM .ü fi- AFIííCAMOC ABRIL/1997

O despacho do padê de Exu


xistem várias invocações e sauda­ cada orixá tem seu Exu servidor e parti­ do céu. Mawu tem atributos andrógi­

E ções para Exu, mais as citadas


acima, são as mais comuns. Logo
depois desta saudação, chegam os ao
momento do despacho do padê de Exu,
cular, ’’Esse particular vem da teoria
da nação Jeje-Mahi, pois o legbanô,
que en ca rn a o L eg b á do p ró p r io
Vodun, pois acreditam os daomeianos
nos, mas os sacerdotes daomeianos lhe
dão sempre características femininas.
Lisa tem, ao contrário, atributos mas­
culinos. Mawu é também uma expres­
e nesse momento o Ogã canta as seguin­ que cada Vodun tem o seu p ró p rio são g era l p ara p o d e r e fo rç a e seu
tes cantigas: Legbá, ou o seu p o d e r o c u lto ” que culto significa o culto geral das enti­
Xônxô óbé, xônxô óbé tom a nom e especial. M as para que dades celestes. Na mitologia daomeia-
Odara cô lòrí éru larôiê isso ocorra, é necessário que as pessoas na, há contudo, a referên cia a um
Xônxo óbé, ódara cô lôlí ébó não o esqueça, oferecendo-lhe sempre Criador, que não fo i Mawu, nem Lisa.
Agô umbó umbó larôiê um sacrifício ou uma pequena oferen­ Era N ana-B uluku (que através dos
Agô umbó umbó larôiê da, caso contrário, poderá esperar todas Yoruba, passou ao Brasil com o nome
Após esse momento, a quartinha com as catástrofes. de Nananburucu ou Nanan, que deu
água é levada para fora pela lá Morô ou n ascim en to a dois gêm eos, M awu,
pela Dagã e a água é derramada sobre • PESSOAS USAM ORGULHOSA­ mulher que comanda a noite e Lisa,
a terra, propiciando os ancestrais míti­ M ENTE O SEU NO M E - Aqui no homem que comando o dia. Passaram
cos. Em seguida são entoados outros Brasil, existem várias pessoas que usam assim Mawu a significar a lua, e Lisa,
cânticos, que através deles, são demons­ 0 seu nome, entre essas pessoas pode- o sol. Os dois irmãos coabitam em cer­
trados a alegria pela aceitação da ofe­ tas ocasiões, quando há, por exemplo,
renda. o eclipse da lua. Mawu e Lisa tiveram
1 Cada ser humano quatorze filhos, outros tantos deuses
• PADÊ DE CUIA - Existe também, o ou Voduns do panteão daom eiano”.
tradicional Padê de Cuia. Porém essa tem o seu Exu (Texto tirado do livro da coleção de
cerim ônia só pode ser realizada em Arthur Ramos (as culturas negras).
casa de candomblé que têm pelo menos ê O mais humano
7 anos de inaugurada, ou seja, casa de • EXU O REI DE KÊTO - E xiste
raiz. Nesse padê, é cultuado os ances­ I dos Orixás uma lenda que diz que, Exu teria sido
um dos co m p an h eiro s de O düduà.
trais, que são invocados no padê.
quando da sua chegada a Ifé. Naquela
• FA L A N D O SO B R E È SÜ OU mos citar os nomes de Gardel de Exu época ele cham ava-se Esü O basin.
ELÉG BARA - Existe m uitas coisas M arabô e de M azinho do 7 Capas, Mais tarde conforme conta a lenda, ele
que se pode falar do primeiro Orixá do embora, existam outras mais, mas essas passou a ser um dos assisten tes de
Siré que é Exu, embora exista pessoas duas são as mais populares. No entan­ O rum ilá, que preside a adivinhação
que o defina como sendo um orixá ou to, na Á frica, há pessoas que usa pelo sistema de Ifá. Segundo ainda nos
um ebora de múltiplos e contraditórios orgulhosamente nomes como Esúbíyú conta a lenda Exu tomou-se o Rei de
aspectos, principalm ente por ser ele (concebido por Exu) ou Esütósin que Kêto sob o nome de Esu Alákétu.
uma figura controvertida do panteão significa (Exu m erece ser adorado).
afro-brasileiro. De caráter irascível, Isso tudo se deve por ter ele duas coisas • EXU EMBRIAGA OXALÁ - Exu
astucioso, grosseiro, vaidoso, indecen­ primordiais, que são as qualidades e os teve inúmeros desentendimentos e bri­
te, gosta de suscitar dissensões e dispu­ defeitos, bem como ainda, ser dinâmico gas com vários O rixás, nem sem pre
tas, de provocar acidentes e calamida­ e jovial.. saindo vencedor. Entre essas brigas ele
des públicas e privadas. obteve seus sucessos e seus insucessos
Por possuir essas qualidades, os pri­ • EXU E SUA DESCENDÊNCIA nas relações com Oxalá, ao qual fez
meiros missionários, assustados compa- P ara m uitos, Exu é tido com o filho passar alguns maus instantes, em vin­
raram-no ao diabo cristão, que lhe dão m ais novo de O xalá, entretanto, no gança por não haver recebido certas
chifres, garfos, tridentes, lanças, capa mito yorubá, dizem que ele é o filho oferendas, quando Oxalá foi enviado
verm elha e preta e cartola fazendo primogênito. Este fato deve-se a pre­ por O ludam áre - o deus supremo -,
dele, o símbolo de tudo o que é malda­ p o n d e râ n c ia do rito da n ação Jeje para criar o mundo. Exu provou-lhe
de, perversidade, objeção, ódio, em Mahi “Jeje Mar rim ” , pois nessa nação uma sede tão intensa que Oxalá bebeu
oposição à bondade, à pureza, à eleva­ Exu chama-se Legbá, Elegbará e par­ vinho de palm a em excesso, ficando
ção e ao amor de Deus. tindo dessa premissa, Legbá é para os completamente embriagado.
daomeanos o filho mais novo de Mawú
• EXU UM SERVIDOR - Se for tra­ e Lisa, e para os descendentes dessa • OXALÁ APODERA-SE DA CA-
tado com consideração, ele mostrará o nação, o último filho de uma família, é BACINHA DE EXU - Outra lenda nos
seu lado bom, reagindo favoravelmen­ tido como o mais sábio e o mais esper­ conta que houve uma disputa entre Exu
te, m ostrando dessa m aneira ser um to, e essa característica quem tem é jus­ e Oxalá, a fim de saber qual dos dois
serviçal prestativo, e ser o mais huma­ tamente Exu. era o mais antigo e, em conseqüência, o
no dos orixás, ou seja: nem completa­ Vamos a b rir aq u i um p eq u e n o m ais respeitável. O xalá provou sua
m en te m au , nem co m p leta m en te parêntese, a fim de que se possa falar superioridade durante um combate ceio
bom. Essa particularidade vem do desses dois Voduns daomeianos que de peripécias, ao fim do qual ele apo­
princípio de que cada ser humano tem são Mawu-Lisa, e que estão entre os derou-se da cabacinha que encerra o
um Exu que o protege e que assegura o grandes deuses ”Os dois deuses cone­ poder de Exu. transform ando-o em
seu desenvolvim ento, como também. xos Mawu-Lisa estão ligados ao culto seu servidor.
ABRIL/1997 £• A F tífC A K fO n 15
O grande massacre provocado por Exu
ntre várias lendas contadas por lendas, que Exu representa tanto a p ed a ço de p e d ra p o ro sa , ch am ad a

E diversos pesquisadores, existe


essa que é digna de ser relatada.
Nela os senhores leitores irão ver como
Exu é maquiavélico. “Certo dia Exu
ordem como a desordem. Para que isso
não ocorra, é necessário que as pessoas
não o esqueça, oferecendo-lhe sempre
um sacrifício ou uma pequena oferen­
Yangi, ou por um m ontículo de terra
g ro sseiram en te m odelado na form a
humana, com olhos, nariz e boca assi­
naladas com búzios; ou então ele é
foi a procura de uma rainha abandona­ da, caso contrário, poderá esperar todas representado por uma estátua, enfeitada
da a bastante tempo por seu marido e as catástrofes. com fieiras de búzios, tendo em suas
disse-lhe: - Traga-m e alguns fios da mãos pequenas cabaças àdó, contendo
barba do rei e corte-os com esta faca. • EXU NO JOGO DE IFÁ - Sendo os pós por ele utilizados em seus traba-
Eu lhe farei um amuleto que lhe trará de categoria diferente dos demais Ori­ lnos. Seus cabelos são presos num a
de volta o seu marido. xás, Exu é importante e essencial, pois lona trança, que cai para traz e forma,
Instantes depois, ele foi à casa do sem ele nada se pode fazer, tendo em em cima, uma crista para esconder a
filho da rainha, que era o príncipe her­ vista que, as suas funções são as mais lâmina de faca que ele tem no alto do
deiro. Este vivia numa residência situa­ diversas, entre elas estão: leva pedidos; crânio.
da fora dos limites do palácio do rei, traz as respostas dos deuses; fa z com É cultuado em casa separada e as
pois naquela época o costume assim o que sejam aceitas as oferendas,, abrin­ oferendas lhe são feitas em prim eiro
determ inava, a fim de prevenir toda do os caminhos ao bom relacionamento lugar; seu dia é segunda feira; come
tentativa de assassinato de um soberano do mundo natural com o sobrenatural, feijão preto, galo e bode, de preferência
por um príncipe impaciente por subir ao lado de Ogun pelas estradas, e prin­ na cor preta; pipocas, farofa de dendê,
ao trono. Ao chegar na casa do príncipe cipalmente nas encruzilhadas que são carnes assadas, mel, cachaça, cerveja e
disse-lhe: - O rei vai partir para a guer­ os seus lugares preferidos, onde contro- vinho.
ra - e pede o seu compa- Se há algo que não se
recim ento esta noite no deve dar para Exu é o
palácio, acompanhado de óleo branco àdí, que é
seus guerreiros. Dali par­ extraído das am êndoas
tiu para o palácio e disse contidas nos caroços do
ao R ei: - A ra in h a , dendê, pois esse óleo tem
magoado pela sua frieza, a reputação de ser cheio
d ese ja m atá-lo p ara se de violência e de cólera.
v in g ar, cu id ad o , esta A sua saudação é Laroiê.
ngite. Sonso abè kò lóri erü =
F inalm ente chegou a A lâmina sobre a cabeça
noite. O rei d e ito u -se , é afiada, ele não tem pois
f in g iu d o rm ir e v iu , cabeça para carregar far­
lo g o d e p o is , a ra in h a dos
aproxim ar um a faca de
sua garganta. O que ela • ALGUNS NO
queria era cortar um fio DE EXUS - Os nom es
da b arba do rei, m as o dos Exus variam de acor­
m esm o ju lg o u que ela do com a nação e o seu
d e se ja a s s a ss in á -lo . O culto, dessa forma pode­
rei desarm ou-a e ambos rem o s e n c o n tra r os
lutaram, fazendo grande seguintes E xus: A gbô,
a lg a z a rra . O p rín c ip e , Alaketu; Ajelu, Akessan,
que chegava ao palácio Cerim ônia realizada em casa de Nádia da Oxum e Victor de Oxalá Bará ou Elegbará Vira;
co m se u s g u e r r e ir o s , Lalu; Inã; Jelu; Lonã;
escutou gritos nos aposentos do rei e la a passagem das influências benéficas M arabô; O dara; O jíxe; O lòbe; e
correu para lá. e nefastas. A sua im portância é tão Xoxoroquê, etc. Na Umbanda, existe
Vendo o rei com a faca na mão, o grande que, no jogo do oráculo “Ifá” é uma quantidade enorme de Exus, essa
mesmo pensou que ele queria matar ele quem traz as respostas. Pois foi-lhe relação será dada na reportagem sobre
sua mãe. Por seu lado, o rei, ao ver o dado o poder de ser o mensageiro, entre Umbanda.
seu filho penetrar nos seus aposentos, os Orixás e os homens por intermédio
no meio da noite, armado e seguido por dos búzios, inclusive, em Salvador-BA, Bibliografia consultada: As culturas
seus guerreiro, acreditou que eles dese­ há um conjunto de 16 búzios que tem o negras no novo mundo; A s culturas
javam assassiná-lo. Gritou por socorro nome de Exu Bará, onde é praticada a negras, de Arthur Ramos; Orixás, de
e a sua guarda pessoal acudiu-o, desen­ adivinhação. Pierre F. Verger; N egros Bantos, de
cadeando assim um a trem enda luta, Edson Carneiro e de Exu a Oxalá, Prof.
com um triste final, pois houve um • ASSENTAMENTO, OFERENDAS Fernandes Portugal.
massacre generalizado. E SAUDAÇÃO - Na Á frica o lugar No próximo capítulo, falarem os do
Como se pode ver nessas pequenas consagrado a Exu é constituído de um segundo Orixá “Ogun). ■
16 ò r ís à s afrkanos ABRIL/1997

O que era Jornal... CA3A (m M L Â


...passou a ser Revista
U ' c id o s
Como fazer a sua reportagem, seu anúncio e
ser assinante da maior revista de divulgação do CREDIÁRIO PRÓPRIO
Culto e da Cultura Afro-Brasileiro. 0 mais variado estoque de tecidos
Se você deseja fazer a sua reportagem, Lamê, Cetim, Tafetá, Alpaca, ^
anunciar ou ser assinante da Revista Òrísàs & Morim em todas as cores
Africanos, não deixe para amanhã o que pode
fazer hoje.
Especializada em Tecidos e mS, j j ¥
Confecções de Roupas e 7V
Ligue agora mesmo para 338-0173 (24 horas
no ar), e fale diretamente com Rose D’Dangbé
Paramentação para
Nossa Redação fica localizada à Rua do
Governo, 408 s/202 - Realengo - RJ - CEP
UMBANDA E
21770/100 CANDOMBLÉ
Lembre-se: Através da Revista Òrísàs & TECIDOS EM GERAL
Africanos, você será conhecido no Brasil e na Av. Min. Edgard Romero, 239 - Gal. D
África - Nigéria - Ibadan - Abeukutá - Oshobo - Lojas 101 e 103 - Telefone 350-4726
Ifé -, Estados Unidos, Europa , e na América do
Sul. Mercadão de Madureira
Leia e assine.... a Revista Òrísàs & Africanos
Brasília - QNM 34 - Conj. F-2 Casa 33
Órgão Oficial de Divulgação do Culto e da
Cultura Afro-Brasileiro. Taguatinga M Norte - Distrito Federal

REVISTA ÒRÍSÀS & AFRICANOS/LISTA OFICIAL DE ENDEREÇOS DOS OMO S ÒRÍSÀS


Rua do Governo, 408 s/202 - Realengo - RJ - 21770/100 - 338-0173
Pelo presente, autorizo a Revista “Orisàs & Africanos”, a publicar o meu nome em sua Lista Oficial de Endereço, pelo
prazo de 06 ( ) Puhlicacões - Para tanto estou enviando o Cheque nominal no valor de R$ ( ) Xerox
do Depósito Bancário efetuado na C/C 017-11048-97 -BANERJ - Ag. Madureira - Em nome de Adhemar B. da Costa.
Obs. O Depósito pode ser efetuado em qualquer Agência do BANERJ
Valor Total de 6 Publicações R$ 300,00
Com fotografia 3x4 colorida - 6 publicações - Valor Total R$ 450,00 - Em três (3) PAGAMENTOS IGUAIS,
CHEQUES PRÉ-DATADOS 30 + 30 Dias -15 de abril e 15 de maio e 15 de junho de 1997 ou 3 depósitos Bancário
Dados pessoais
Nome: Conhecido por
Data do Nascimento: / /19 - Data da Feitura: / /19 - Nacão:
Filho de Santo de: - Endereço para correspondência:

Apto Bairro:
Cidade: Estado -C E P \
Endereço do Barracão: n°
Ouadra Lote Bairro
Cidade Estado -C EP \
Dias de atendimento:

Assinatura - CPF N°
J
ABRIl/1997 OEtSflS i'-- AFEÍCANOS 17

A grande festa da Cigana


Rainha das Estradas
Babalorixá Flávio da vam os m esm os, com um a

O Oxum realizou no dia


23 de fevereiro, em seu
Ilê, a primeira festa em home­
nagem a Pombagira Cigana
vibração fora do com um . E
isso foi o gostoso da festa, por­
que, foram cantad o s um a
imensidade de pontos de Exu,
Rainha das Estradas de sua e todos foram resp o n d id o s
filh a L urdes de Ogum . Na pêlos convidados presente. E a
o p o rtu n id ad e o B ab alo rix á festa só terminou ao raiar do
explicou aos convidados que, a dia, quando Molambo se des­
festa não era uma festa cigana, pediu e a anfitriã também.
- embora ele estivesse prestan­
do uma homenagem ao povo • A lauta ceia e a comemora­
cigano - e sim, da Pombagira ção do aniversário - Durante a
cigana de sua filha e aos de­ festa, foi oferecido aos convi­
mais Exus que aparecessem. dados, punch e as tradicionais
Essa explicação foi oportu­ iguarias, não só do tipo cigano
na, tendo em v ista que foi com o tam bém do triv ial
armada uma linda tenda ciga­ com um , onde os co n vivas
na, e dentro da mesma, foi co­ puderam se deliciar ao sabo­
locado comidas típicas, presen­ rearem as mesmas, que foram
tes, doces e as tradicionais lem­ acom panhadas de cerv eja e
branças cigana. refrigerante. Na oportunidade,
foi festejado o aniversário de
• A festa - Como sabem os Lurdes, e como sempre, não
muito bem, festa de Exu é sem­ poderia de modo algum, ser
pre uma surpresa, e a realizada cantado o tradicional parabéns
em casa de Sérgio não poderia e distribuído as fatias de bolo.
ser diferente, o toque foi todo
em Angola, e na oportunidade • M eus a g rad ecim en to s -
pudemos apreciar alguns convi­ Quando a festa religiosa termi­
dados como, Gardel de Exu, nou, nossa reportagem pergun­
que se fez acompanhar de sua tou a Lurdes como ela se sentia
esposa; R obson de G uiã, depois de haver realizado o seu
acompanhado de vários filhos sonho, e meio encabulada a
seus e G rei de O xóssi que mesma enfatizou:
desde cedo aguardavam o início “Que a Magia do Povo - Foi sem sombra de duv
da festa, participarem da roda, alguma, uma festa maravilho­
dançando e cantando em louvor Cigano, fluidifique seus caminhos sa, onde eu fiz de tudo para
aos Exus. que ela corresse bem e que os
Foi neste clima maravilhoso
com muitas Luzes...” convidados pudessem se sentir
que, ao aproximar-mos das 02 C igana R ainh a das E stradas bem . Q uero m ais um a vez
hs da m adrugada, pudem os agradecer ao meu zelador, por
apreciar a entrada no recinto da anfitriã pessoas, retiravam-se do salão a fim de ter me presenteado com esse evento em
da grande festa. Pom bagira Cigana, trocarem a sua indumentária. louvor a minha Pombagira, pois ante­
usando uma roupagem lindíssima, saia Molambo deu entrada no salão com riormente, pudemos realizar uma festa
longa, larga e franzida, blusa com seu uma roupa muito bonita, uma saia rica­ em louvor a seu Tranca-Ruas, e foi sem
tradicional decote e bordado ao redor, mente bordada, de fazenda importada, sombra de duvida alguma uma grande
em cor azul, ostentando na cabeça uma como as demais, a mesma também usava festa.
belo arranjo e os seus tradicionais ador­ suas ricas jóias. Na o p o rtu n id ad e, o B a b alorixá
nos color, brinco e pulseiras. • Convidados e Ogãs fazem a festa - Sérgio da Oxum, aproveitou a ocasião
Mais tarde, foram chegando outros Como sempre gosto de frisar, e como para agradecer a Tâmara da Oxum, a
Exus - P om b agira T ran ca-R u as, também já disse acima, festa de Exu é sua Mãe carnal, a Bete, que organizou
Ciganinha e Pombagira Molambo, que algo que por mais que se tente explicar, a linda mesa, onde continha as iguarias,
tomou a cabeça de Sérgio. Dai por dian­ não encontramos uma razão. O clima é tanto salgada quanto os doces, e a todos
te a festa ganhou outro clima, pois todos totalmente, torna-se contagiante, e os que foram lhe prestigiar e participar da
que chegavam e tomavam a cabeça das Ogãs como também a assistência, lou­ festa de sua filha. ■
18 OM SAS l AFRICANOS ABRIL/1997

Arnaldo recebe o seu Deká


Jagun confirma Diogo de Obaluaiê como seu Ogã
oi realizado no dia 09 de onde foi servido um excelente strogonofe
março, na Tenda Espíri- de frango. No meio do jantar, tivemos a
. ta Nanã B urukê, que honra de entrevistar o anfitrião.
fica localizada à Rua Manoel OA - Arnaldo, quanto tempo de santo
Luiz, 176 - Vila Valverde - você tem?
N.Iguaçu - RJ, a grande festa AJ - Eu estou com 32 anos de Umbanda
em que, o Babalorixá Arnal­ e 20 anos de santo raspado.
do Pereira - D ofono de OA - E porque somente hoje, você resol­
Jagun recebeu das mãos de veu finalmente receber o seu Deká?
seu zelad o r - B abalorixá A J - E uma responsabilidade muito gran­
H elder M oraes - Doté de e que deve ser bem pensado e ter con­
Egbonmi Iwin Obá Silojú Ai dições para que não falte nada para o
Irá, que reside em Bragança - Orixá.
São Paulo - o seu tão esperado OA - Quantos filhos de santo você atual­
Deká. mente possui, porque pudemos ver que a
A festa foi bastante concor­ sua casa estava cheia, e eles são todos
rida, e pudem os notar que seus filhos?
além dos inúmeros filhos-de- AJ - Olha! Eu tenho aproximadamente
santo de Arnaldo - mais de uns 200 filhos de santo e junto com eles
100 o nos tornou impossível eu venho tocando Umbanda, que é mais
anotar os seus nomes -, encon- para o Omolocô.
travam-se no local vários con­ OA - Arnaldo, como você daqui pra fren­
vidados - do Rio e de São Paulo, que vie­ casa e de alguns filhos-de-santo. Ao che­ te irá resolver os problem as de seus
ram prestigiar o grande acontecimento, gar no centro do barracão, Doté Helder filhos?
entre os m esm os estavam : Jorge de fez uma pequena preleção, na qual expli­ AJ - Bem! Os que tiverem problema de
Jagun (avô de santo de A rnaldo); cou a finalidade da festa, que era a entre­ santo, logicamente serão raspados, por­
C láudio de Oxalá, Sérgio de Ogun, ga do Deká à seu filho. E às 19:34 hs, que a partir de hoje, eu estou oficialmente
Marivaldo de Yemanja, Ana da Oxun, Arnaldo recebeu a sua Cuia e em seguida
Gilberto da Oxun, Celso de Oxóssi Luiza foi colocado em seu pescoço o tradi­
de Iansã, Iara de Ogun, Reta de Ogun, cional Runjefe. Nesse momento o
Alzira de Osun, Zeze de Ogun, Zeze de seu Vodum passou em sua cabeça e
Ogun, Sonia de Ogun, Edna de Ogun, os Ogãs cantaram as tradicional canti­
Guara de Oxun, W alber de Ogun, gas em louvor ao ato. O Vodun pas­
Liliam de Iansã, Alzenira de Oxóssi, seou pelo salão, exibindo a Cuia e foi
Deise de Ogun, Maurício de Nanã, José recolhido a fim de trocar a sua indu­
Luiz de Ogun, Célia de Oxun, Ogãs: mentária, aproveitando esse momen­
Ramon de Oxala, Marcos de Oxumarê, to, foi feito uma pequena pausa.
Nilson de Yemanja, Guto de Obaluaiê,
R oberto de O xóssi; W aldineia de • A entrada de Jagun e a confir­
Ogunjá, Cima de Oxóssi, Ogã Douglas mação do Ogã Diogo - Tão logo ter­
de Ogun, Ogã J u perci de Oxaguiã, minou o pequeno intervalo, Jagun
Ivone de Logun, Marcos de Azauane, adentrou ao salão, devidamente para­
José Augusto “Zezão de Omolu”; Benta mentado e de braço dado com Diogo,
da Oxun, Mônica de Oxóssi, Nelma de a fim de confirmá-lo como seu Ogã.
Oxumarê, Hait de Iansã, Luiz Carlos, Depois da apresentação de praxe o
P ercilia da Oxun, Fábio de Logun, mesmo deu o M orunkô pelo qual
Gelson de Oxóssi, Marco de Tempo, Diogo deverá ser doravante chamado gabaritado para resolver este problema,
João Carlos de Obaluaiê, Santiago de e respeitado dentro dos barracões de can­ embora, estando com os meus 20 anos de
Oxaguiã, Edilson de Omolu, Marina de domblé. Em seguida o Vodun tomou o santo raspado, já poderia ter feito alguma
Nanã, Anderson de Ajagunã, Alexandre tradicional Rum, e depois despediu-se de coisa, mas resolvi esperar o recebimento
de Jagun, Ogã Jorge de Ogun e Marcelo todos e foi recolhido. de meu Deká.
de Oxaguiã. Foi uma festa simples, mais não se OA - E como você esta se sentindo hoje,
pode deixar de dizer que houve uma coisa depois de sua festa?
• A entrega do Deká - A festa iniciou-se muito bonita de se ver, pois embora seja AJ - Estou muito feliz, com o meu cora­
às 18 horas, e como sabemos perfeita­ um barracão onde é tocado m ais a ção transbordando de alegria, pois como
mente, ela segue o seu curso normal, pois Umbanda, os assistentes se portaram de você pode ver, estão presentes meu Pai-
é feito o tradicional Xirê e é no meio uma maneira impar, merecendo por isso de-santo; meu Avô-de-santo, vários
deste que geralmente ocorre alguma ceri­ os mais calorosos elogios. irmãos e filhos-de-santo. Por essa razão,
mônia especial. Quando nos aproximáva­ gostaria de aproveitar essa oportunidade
mos das 19:30 hs, ocorreu a tradicional • Quem é Arnaldo de Jagun - Ao ter­ para agradecer do fundo de meu coração,
saída, vindo à frente o Doté Helder, minar a cerimônia religiosa, nossa repor­ a presença de todos, por estarem compar­
seguido de Arnaldo, da Mãe Pequena da tagem pode participar das comemorações, tilhando dessa minha alegria.
ABRIL/1997 m i h i [:■ 19

lyalode Ifafu n ke Motu


N ra -lo O ia g b a ju
Yeye Oshun O f Lagos-Land - Lagos Nigéria
o dia 24 de fevereiro, nossa a c im a , f a z i a m - s e p r e s e n t e s os A o responder a pergunta form ula­

N reportagem foi até a residên­


c ia do B a b a lo rix á N iv a ld o
“ G e n in h o ” d e O y á , e c o n s e g u iu
e s ta r e p o r ta g e m e s p e c ia l c o m a
B ab alorixá G rey D ’O dé e A rthu r
D ’L ogun
A ntes de responder as perguntas
que foram feitas de im proviso, re s­
do pelo zelador Grey, que gostaria de
saber a respeito da dúvida que paira
a respeito dos O rixás, se é um vento
ou é um ancestre, a Iyá enfatizou:
l y a l o d e I f a f u n k e M o tu N r a - l o peito da C ultura e do C ulto A fro, a Orixás são coisas muito boas
O iag b aju - Yeye O shun O f L agos- Iyá fez u m a saudação aos O rixás, a ele nasce ju n to com o O ri e o
L a n d - L ag o s N ig é ria , q u e e sta v a fim d e q u e os m e sm o s p u d e ss e m eledá. Inclusive, salientou, eu
h ospedada em casa do aludido zela­ d ar p e rm issã o p a ra tal, n a m esm a nasci junto com o Orixá e fu i cria­
d o r, e se f a z i a a c o m p a n h a r d a s foram saudados além dos O rixás - da junto com os mesmos. Na vida
seguintes personalidades nigerianas: alguns zeladores radicados no Rio da gente e cada pessoas que esta
I f a ta y o O la g b j u , q u e re s id e em e em São Paulo, com o por exem plo: no mundo, tem o seu eledá, e ao
S ão P au lo ; Ifa sa n u O lagb ju , re si­ N iv a ld o ; J o s é M e n d e s ; B id a d e nascer tem os Orixás junto com a
d e n te a tu a lm e n te e m C o rrie te s - Yem anja; B ira de X angô. E la tam ­ sua cabeça. Quero deixar claro
C a p i t a l d a A r g e n t in a e P r in c e b ém saudou todos os B ab alo rix á s, que o Orixá é uma coisa muito
O lu s o la J o h n s o n , q u e re s id e em Ialorixás e O m os O rixás do B rasil - importante para cada pessoas que
São Paulo; A lém das personalidades R io, S alvador (B A ) - São P aulo etc. esta nesse mundo.
20 M S AS !■■■ AJRÍCAK'GS ABRIL/1997

Após às explicações dadas pela a Salvador - BA, que já faleceu e que


Iyá, o Babalorixá Geninho referiu-se a Deus a guarde; Depois fo i o Professor
respeito do Orixá Odé, que é cultuado J o sé M endes de São Paulo, que fo i
aqui no B rasil, e que é considerado sagrado Saloro de Oshogbô; Otumbá
como Rei de Ketu, atual republica de da terra de Ido-Osun, em cerimônias
Benin. A fim de ilustrar mais os $eus oficiais realizadas nos P alácios do
conhecim entos, Geninho perguntou a A taojá, em O shogbô, do A ta o já o f
Iyá se na Nigéria, Odé ainda é conside­ Oshogbô Land e no Palácio do Oludo,
rado Rei. em Ido-Oshun, inclusive esteve p re­
A esse respeito, a Iyalode Ifafunke sen te nas r e fe r id a s c e rim ô n ia s o
deu a seguinte explicação: - O Orixá Embaixador do Brasil.
Odé é o mesmo que o povo brasileiro Eu não vou d iz e r qu e co n h eço
a ce ita ; E le é na verd a d e o R ei de outros pais-de-san to, inclusive isso
Alaketu. Inclusive na Africa, Odé fica pode gerar polêmica e alguns ficarem
junto com a fam ília de Ogun. com in v eja d eles. Eu ach o qu e o
O B abalorixá A rthur de Logun melhor é dizer a verdade, a fim de que
antes de formular a sua pergunta, diri­ as pessoas fiquem sabendo quem fo i e
giu-se a Iyá nos seguintes termos: “Iyá quem não foi.
Oshun, em primeiro lugar é um prazer Existe outras pessoas que já foram
enorme, tê-la mais uma vez em nossa e já receberam títulos, que eu pessoal­
casa, pois a senhora sabe muito bem mente não sei, as que eu conheço são
disso, pois a quase sete anos que nós as que fa le i anteriorm ente, em bora
nos conhecemos, nossa Mãe africana. também exista o professor Bia que já
A minha pergunta é a seguinte: - A f o i à A fric a ; B eto e F ra n cisco da
seis anos atrás quando houve o quarto Oshun, eles conhecem a minha casa,
co n g resso de trad iç ão e c u ltu ra do estiveram em Lagos, Oshogbô, Oyó e
Orixá em São Paulo, quando nós nos Abeokuta.
conhecimentos, o Onin de Ilê Ifé teve O im portan te de tudo é que nós
um sonho, e ele disse nesse sonho que Babalorixás, estejamos sempre unidos,
todos os povos do candomblé e de tra­ e devem os viver com o irmãos, e ser
dição Iorubá, deveriam se unir contra uma fam ília unida, pois não adianta
as perseguições, só que infelizmente, um ficar com ciúme do outro, porque
não é isso que nós estamos vendo hoje a gente nasceu de uma m ulher e de
no Brasil. Quais são as suas palavras um homem, pois somos na realidade
sobre a união do povo do candomblé, uma família, pois fo i Olodumaré que
pois, as outras religiões estão se unin­ nos mandou para o mundo.
do, e muitas delas, estão se unindo con­ É sabido que aqui no Brasil, as pes­
tra nos. Logunedé, que devem tomar abenção soas não reconhecem o cargo e o título
Ao enfatizar a pergunta form ulado a ele. E in felizm en te isso não está que o Professor José Mendes, eu gosta­
p o r Arthur; a Iyalode Ifafunke disse: a co n tecen d o aqu i no p a ís, p o rq u e ria de saber da senhora, qual é na reali­
E ssa p erg u n ta é m uito im portan te cada um fica com ciúme ou inveja do dade o cargo e o título que ele possui.
para mim, o sonho do Baba Omin Ifé, outro, porque um fica pensando: - Ele Eu quero agradecer mais unta vez a
é na realidade resolver os problemas tem e eu não tenho, e outras coisas todos vocês, e principalm en te pelas
que são m uitos dentro do culto dos m ais. E sses são os p ro b le m a s que pergu n tas que me estão fazen do. A
Orixás, nós Babalorixás devemos nos a tu a lm e n te estã o a c o n te c e n d o . O respeito do Professor José Mendes, eu
unir e lutar, não devemos querer ser melhor é que todos devem se respeitar pessoalmente não sei como ele é aqui
um m ais do que o outro, pois desta mutualmente, e com isso haverá paz, no Brasil, só uma coisa que eu posso
maneira, não encontraremos paz entre prosperidade e progresso. co n fe rir, é qu e o P ro fe s so r J o s é
nós m esm os. Esse sonho que ainda Ao ser perguntada se conhecia per­ Mendes fo i na Africa e recebeu títulos
não se tornou realidade, é devido a sonalidades do candomblé, radicadas e certificados. Agora, eu não sei se as
essa fa lta de união entre os irmão, aqui no Brasil, que dizem que vão à pessoas daqui aceitam ou não aceitam,
cabe cada um respeitar o outro, seja Nigéria - Africa, e que receberam títu­ porque eu não moro aqui no país. O
ele grande ou pequeno. los ou cargos, a Iyá disse o seguinte: que eu sei na realidade, é que ele fo i lá
Para que as pessoas entendam o Eu quero agradecer a sua pergun­ e recebeu o Titulo de Obá Oludô O f
qu e eu q u ero d izer, vou c ita r um ta, pois a mesma é muito importante Brazil Land, inclusive eu estava p re­
exemplo: para todos os pais-de-santo do país, sente na referida cerimônia, em que
O Babalorixá Nivaldo é de Oyá, às vou responder com o devido respeito a ele recebeu.
pessoas que são de Oyá, devem tomar p ergu n ta fo rm u la d a . Em prim eiro, Ao responder a pergunta formulado
abenção a ele que é de Oyá, nós temos quero dizer que a primeira pessoa que pelo Babalorixá Nivaldo, a respeito do
que pedir abenção a ele. nós conhecemos lá na Africa e que fo i culto há alguns orixás, que dizem aqui
O mesmo exemplo serve para os lá, é a Mãe Bida que reside aqui no no Brasil, que na Nigéria não são mais
filh o s - d e -s a n to do A r th u r de R io de J a n e iro e M ãe C a ita n a de cultuados, como: Nanã, Ossâin e Ewá,
ABRIl/1997 òm m a- m iw ã m 21
a Iyá respondeu o seguinte:
N iva ld o , so b re a sua
pergunto referente ao orixá
E wá, que p e s s o a s d a q u i
dizem que ela não existe
mais na N igéria - Africa,
isso não é verdade, lá tem
E w á. Lá tam bém tem
O ssâim , que não é um
orixá. Ossâim é um espíri­
to, p o r exemplo: Bira que
está aqui no Rio de Janeiro
e fo i lá na Africa, ele pegou
Ossâin lá no Ojô, e aquele
Ossâim está na casa dele.
Sobre Nanã, ela tam bém
existe na Africa, ela está na
terra de Abeokuta, e existe
m uitos filh o s de N anã lá.
Se algumas pessoas dizem
que Nanã, Ewá e Ossâim
não estão lá, isso é comple­
tamente errado.
Com plem entando a res­
posta, o Babalorixá Arthur
de Logun informou aos pre­
sentes que, o que foi dito é
que, Ossâim, não é um orixá
ao po n to de ser cu ltu ad o
como os demais orixás, como Oxum, Xango da casa; Ogun da casa. Esses orixá que eles cultuam na Africa, que é
Oyá etc. Ele é apenas um espírito que Egbe, tem alguns que andam, que não tão importante quanto os outros, e que
cuida e toma conta de todas as folhas - gostam de fica r na casa e gostam de nós não conhecem os, que se cham a
Ewé e de todas as árvores, ele é apenas ficar na mata; tem alguns também que Orô.
um espírito da floresta. ficam na terra, no fundo da terra, que E que mulher não pode ver ou ouvir
Mais quando nós estamos usando as cria água, igual a água da Oxun, por Orô, e se por ventura isso ocorrer, ela
folhas, estamos usando também o espí­ exemplo, pra pessoas, pra mulher que morre na hora.
rito de Ossâim. E é por isso que nós nunca fic a grávida, se ela conhecer O que é finalmente “Abiikú”?
cultuam os O ssâim que é o dono do alguém que tem o Egbe, ela de ir até lá Arthur aproveitando que estava com
nicho na África. e beber a água de Egbe, que esta na a palavra, form ulou a Iyá Oshun, a
mata ou está dentro da terra, e tenho seguinte pergunta:
• Orixá Egbe - Durante a entrevista certeza que, depois de dois meses ela Nós sabemos que a tradução da pala­
que nos foi co n ced id a pela Iyalode irá en g ra vid a r. P ara fin a liz a r , eu vra A b iik ú é n asceu p a ra m o rrer.
Ifafunke, o Babalorixá Arthur, lem ­ quero dizer que o orixá Egbe não pode Porém, algumas pessoas erroneamente
brou que, no quarto congresso realizado ser criado dentro de casa. no Brasil dizem:
em São Paulo, que o Orixá que tomou O Babalorixá Arthur D ’Logun, que - Há! Eu sou Abiku, então eu nasci
conta do evento, foi o orixá Egbe, e fala corretamente ingles, foi muitas das feita e não preciso ser iniciada.
que aqui no Brasil não se cultua mais, e vezes o interprete, e traduziu o que o Nós sabem os que isso é m entira!
como é que é cultuado e cuidado o refe­ Ifasanu Olagbju, falou a respeito dos Justamente pela tradição da palavra -
rido orixá Egbe. Se você quer saber, Orixas que, por volta de 2.500 anos Abiikú = nasceu para a morte.
entre em contato com ele ou com a atrás,ou mais, antes do cristianism o, Então, eu gostaria que a senhora
Revista Òrisàs & A fricanos. antes do islamismo, os Orixás tinham falasse sobre o conceito de Abiikú na
O lfatayo Olagbaju, reforçando a corpo e corpus carnais, que eles anda­ África; Quais os casos que ocorrem o
resposta, enfatizou que, no Brasil, a vam sobre a terra, porém , cada um Abiikú; E como cuidar do A biikú,
única pessoa que ele sabe que tem e com as suas funções diferentes. para que, aquela mãe, que está com o
cuida de Egbe, é o P rofessor J o sé Acrescentando e repetindo o que ele espírito de Abiikú no ventre, possa dar
M endes Ferreira, - Baba Ifá Bem i - já havia dito sobre Ossâin, que pra eles, a luz a um filho normal e possa criar o
que reside em São Paulo, e que Egbe é um orixá mais não tão grande e tão seu filho, porque nós sabemos que o
está na frente da casa dele. importante quanto os orixás que nós cul­ Abiikú, é uma criança que nasce e não
Q u ero ta m b ém c o m p le ta r uma tuamos, como Xangô,Oxum, Ogum etc. vinga, ao contrário de que se pensam
outra coisa a respeito de Egbe, não Que ele é apenas um espírito das folhas. por aí, que Abiikú, é uma pessoa que já
sotos eles que fic a m fo r a da casa, E Iyá O shun, prosseguiu Arthur, nasceu feita, e que nós sabemos perfei­
com o p o r exem plo: Oxun da casa; disse também, que tem mais um outro tamente que isso é mentira! ■
22 ORfCAí £• /¡.FRÍCAROS ABRIl/1997

Iniciação dentro da Umbanda


na T. E. S. Francisco de Assis
oi uma grande festa. No dia 19 de

F janeiro, foi realizado o festejo em


homenagem a Oxóssi, na Tenda
Espírita São Francisco de Assis, que tem
como zelador o Babalorixá Armando de
Oxóssi. Na oportunidade também ocor­
reu m ais um a in icia cão den tro da
Um banda - acontecim ento raro nos
atuais terreiro de Umbanda do Estado do
Rio de Janeiro.
Embora seja feito na nação Jeje Mahi,
Armando não cansa em dizer que: - a
sua maior paixão, é mesmo a Umbanda,
pois é nela que ele se encontra, e é nela
que vê mais união e mais amor.

• A Umbanda de antigam ente - Na


festa realizada em casa de Armando de
Oxóssi, nossa reportagem pode constatar a
seriedade em que os médiuns adentram ao
salão da tenda. Antes porém, vale aqui um
adendo, foi construído no salão uma caba­
na lindíssima, que foi ricamente decorado
com frutas e flores naturais. Na medida
em que os médiuns iam chegando os tinha o material sagrado sob uma bande­ Silva. Após esse ato, chegamos final­
mesmo se posicionavam defronte aos ja. Quando os três chegaram foi realiza­ mente ao grande momento da festa que
locais sagrados, ajoelhavam-se e rezavam da a cerimônia de coroação que foi algo foi, a entrada dos Caboclo Tupinambá,
para os seus guias espirituais. m uito bonito. Em seguida os três Ventania e da Caboclo Jurema devida­
A abertura dos trabalhos, foi outro médiuns foram cumprimentados pêlos mente paramentados - diga-se de passa­
fato que vale ser registrado, pois atual­ seus padrinhos, parentes, irmãos e ami­ gem com uma vestim enta lindíssima.
mente não se vê mais isso, foi feito as gos, e deixaram o salão. Depois de algum tempo, os mesmos ris­
preces de abertura; despacho de Exu; caram e cantaram os seus devidos pon­
assopro da pemba; cruzamento do ter­ • Das visitas - Além dos inúm eros tos. Dando prosseguimento a festa, foi
reiro com água; prece para Pai Oxalá e filhos-de-santo da casa e de uma assis­ feito uma louvação para a falange de
posteriormente foi entoado o hino em tência seleta, que foram participar da todos os caboclos e vários filhos-de-
louvor a Umbanda. grande festividade, Armando recebeu no santo, como também, alguns visitantes,
Olha meus caros leitores, essas ceri­ transcurso da gira, várias visitas, entre receberam os seus respectivos caboclos.
mônias foi tão profunda, que muitas pes­ elas estavam: A sua Mãe-de-santo, que
soas tinham os olhos cheio d'água, dava se fez acompanhar de alguns filhos de • A saudação de sua filha Irma - Se
mesmo vontade de chorar, pois a emo­ santo; C onceição de Onira; M arcos existe um a coisa dentro do santo, é
ção tomava conta de todos, e é por essa Torres de Oxalá, Janaina de Yemanja, quando alguém tem a coragem de se
razão que eu disse que, eu pude no dia Tânia da Oxun, Jorge Torres de Oxalá, expressar em público e prestar o seu
19 assistir a Umbanda de antigamente. A lexandra de Obaluaiê, M arcela de agradecimento. Este fato ocorreu durante
Yem anja, todos do C entro E spírita o transcurso da grande festa, e quem
• A coroação dos Médiuns - Antes de Toca do C aboclo A rra n c a -to co e pediu permissão para ler um agradeci­
iniciar a solenidade oficial, Armando de Antônio Pena de Oxalá. mento, foi a jovem Irma, uma das filhas
Oxóssi fez uma pequena preleção, na da casa, que assim se expressou:
explicou aos presentes o significado da • A chegada do Caboclo Tabajara - - Hoje é um momento muito espera­
festa. Em seguida, os três novos inicia­ Depois que os três iniciados receberam do, m om ento em que nos reunim os
dos na Umbanda, - Sueli da Caboclo os seus merecidos cumprimentos, foi ini­ para tentar expressar e traduzir a ti
Jurema, Cláudio do seu Tupinambá e ciada a gira de Caboclo e tivemos o pra­ meu Pai Caboclo, toda nossa emoção e
Rodrigo do Caboclo Ventania - deram zer de assistir a chegada do Caboclo sen tim en to , que gu ardam o s, seja
entrada no recinto - embaixo do Alá. Tabajara e logo depois, do caboclo da durante o decorrer de mais um ano,
Enquanto isso, os seus padrinhos já se zeladora de Armando. No transcurso da mas também de muitos outros em que
encontravam posicionados aguardando a festa, foi realizada a cerimônia de batis­ contamos com sua dedicação.
entrada dos m esm os. Para cada um, mo do pequenino B runo F. C astro e D estes m uitos m om entos, sem pre g?
ABRIL/1997 O RISAS a- APR [GAWOE 23
observas seus filhos na alegria ou na Muito mais teríamos a
dor, fazendo-nos sentir vossa presença dizer, mas deixamos não só
amiga. Começar a falar de ti é realmen­ essas sim ples p a la vra s,
te sempre muito difícil... Na trajetória com o d em on stração de
em busca de uma realização incumbiste nosso agradecimento, res­
um menino de 12 anos teu filho, hoje peito e confiança, amor e
por certo seu amigo e nosso Pai. Com a leg ria com partilh ada
ele tivestes lágrimas, decepções, dificul­ como tu podes ver por toda
dades para que ele tornasse possível tua “Tribo
está realização. Ela está aqui diante de Tabajara”, onde entre
todos, com amor ele tornou o sonho muitos, com certeza, avistas
possível “A Casa de São Francisco” a a fig u ra de teu s p a is o
sua casa, a casa de todos os que tem Cacique Taubaté e a índia
esperança e fé; para alegria dele, para Aracy,
seu orgulho e nossa felicidade. O teu a doce fig u ra de
nome meu pai, dentro da espiritualida­ Iracema, e a forte presença
de, muito nos diz... de lá de dentro das de Ubirajara.
profu n dezas das águas que são teu E é por isso que, essa
refúgio, surge iluminado ora pelo sol, tua tribo de vestes brancas
cujos raios refletem a beleza e a luz da que aqui está tam bém te
tua pedra coral; ora pela lua, que cobre agradece!
de estrela s teu s n egros cabelos. Seria mesmo impossível
Trazendo assim tua vibração sublimada não acreditar na espiritua­
com h u m ild a d e na fig u r a de um lid a d e! Com o seria a
C aboclo m enino, bravo, valen te, Umbanda sem um Caboclo
vibrante e guerreiro, que deixa seu Itacolomi dos Tabajaras!
brado, e o seu assobio guardados em Como seríamos nos seiv.
nossa memória. nosso Pai Caboclo!
Teus olhos de águia... olhar verda­ P or isso te p ed im o s
deiro, olhar transparente que faz teus agora... abençoe-nos, nosso
filhos jogarem fora todas as increduli­ Pai, nosso Amigo!
dades. Tuas palavras são firmes, mas Obrigado por tudo!
nessa firmeza buscamos a realização de Oke Caboclo!!!
nossos sonhos. No teu conhecimento, Após o caboclo ouvir essa emocio­ Salve a U m banda! A verdadeira
teu poder, tua mão amiga, curamos nante saudação, notava-se lágrimas em Umbanda!!!Armando de Oxóssi. ■
nossas fraquezas dores e medos. Em seu olhos, e como num passo de mágica,
todos os momentos que estais conosco o mesmo dirigiu-se a sua filha, e deu um Atende com seu jogo de Búzios,
no perm ite com partilhar contigo da longo e fraterno abraça, mostrando nesse às terças, quartas e quintas-feiras,
compreensão, da beleza e do respeito à abraço, toda sua alegria, todo o seu con­ a partir das 17 horas.
espiritualidade. Ao partir, deixa-nos tentamento e o seu reconhecimento, por
sempre inebriados com vossa luz! Em ter ainda entre tantos filhos da terra, Aos sábados, das 14 às 17 horas.
nosso coração, fique certo Pai. alguém que sabe valorizar a espirituali­ Às segundas-feiras, consulta com
Caboclo, deixa a saudade, mas em dade e a Umbanda. Exu Tiriri e com o Cigano Manolo,
nosso olhar deixa a certeza de que cada A festa continuou e só terminou de a partir das 15 horas.
vez que contemplarmos as águas, vere­ madrugada, onde houve uma farta distri­ Rua Henrique Sheide, 294 - Pilares
mos refletida nela a tua imagem de pai. buição de frutas, o jantar e o congraça- - Rua do Mc Donald’s - 289-8763
E com certeza será sempre esta ima­ mento entre os filhos.
gem que ficará guardada em nossa reti­
na; é a imagem do amor que deixas em
nosso caminho! E que esse amor que PROGRAM A
recebemos de ti, nos possamos distri­
buir com igualdade, que saibamos doar “A H O R A DO C A Ç A D O R ”
sem diferenças. Que sejamos dignos de
ti Pai Caboclo e do Pai Babalorixá. Ouça todas as sextas-feiras,
Que lembremos como nos é ensina­ das 20 às 21 horas, na Rádio Guanabara
do por ele e por ti, que nossa mediuni-
dade é a nossa missão para que dentro da Rede Bandeirantes AM -1360 Khz,
do que fo r possível, transmitirmos o que o programa: “A hora do Caçador”.
temos de melhor, a verdade, a honesti­
Apresentação e direção de
dade, a honra para que cresça em qua­
lidade a parte espiritual e a evolução de ARMANDO DE OXÓSSI
nossa religião.
24 òiífnÀs & ArnrcAwoíi ABRIL/1997

Prodátos africanos legítimos


T u d o a p re ç o d e cu sto
M o n jo ló A fric a n o R $ 2 9 , 0 0
C o la r e s e F irm a s A fric a n a R $ 1 5 , 0 0
D e lo g u m d e 7 Fios e 7 F irm a s R $ 1 4 , 0 0
B ra já , B ú z io s R $ 9 , 0 0
L a g u id ib á R $ 9 , 0 0
C o ra l C o r o a R $ 5 , 0 0
A m b a r "O xu m " R $ 1 9 , 0 0
T e rra c o ta R $ 1 5 , 0 0
M iç a n g a s - Q u ilo R $ 1 4 , 0 0

Entregamos encomendas em
qualquer parte do Brasil. Artigos de
Umbanda e Candomblé em Geral
Compare os nossos preços
e veja nossas promoções
Ibá em Porcelana, completo bacia de louça R$ 34,00
Ibá em louça R$ 19,00
Mel litro R$ 1,20 - Dendê litro R$ 1,70
Cartola (Exu) R$ 4,90

O BARATEIRO DO MERCADÃO DE MADUREI RA


Crediário Próprio - Aceitamos cheques Pré-datados
Av. Min. Edgard Romero, 239 - Mercadão de Madureira
CASA ZÉ PILINTRA - Galeria C - Loja 230
Tel.: 3 5 0 - 3 7 2 2 - Ekédi Solange
ABRIL/1997 PRISAS & AFRICANOS

Áries
O SIGNO DO MÊS
PERÍODO DE 21 DE MARÇO A 21 DE ABRIL
igno que simboliza o início do Ano sociais, que experimentará na vida.

S Astrológico, pois o verdadeiro Ano


Novo não começa em 01/01 e sim
em 21/03, quando o Sol pasa pelo ponto
Tem maneiras naturais encantado
res e bom poder mental; gosta de ver que
outros o procuram. Possui a faculdade
venal que corresponde a zero grau de feliz de lançar mão de diplomacia a fim
Aries. Esse evento anual corresponde ao de atrair outros para se interessarem por
Equinócio da Primavera no Hemisfério você ou por suas idéias e sugestões. ver transtornado. Se adotar princípios de
Norte, e ao Equinócio de Outono no He­ Corajoso ao ponto de audacioso, possuir raciocínio sólido, dominará a intolerân­
misfério Sul. espírito ativo de aventura e empreendi­ cia e as atitudes eivadas de preconceitos.
Signo do Fogo, cardinal, Aries repre­ mento. E inquieto por natureza e gosta Capaz de apoderar-se mentalmente
senta o princípio ou nascimento de todas de toda espécie de atividade. Há de ser- dos menores detalhes de uma proposição
as coisas. E a ação individual tio mundo. lhe vantajoso cultivar a compreensão da antes que o indivíduo comum tenha dis­
O Ano de 1997 desafia o ariano a própria natureza aventureira. Deve evitar pensado ao assunto bastante atenção. O
aprender a lidar com as questões exis­ tomar parte em empreendimentos insen­ único inconveniente dessa percepção
tenciais, enfrentando-as. E hora de dei­ satos ou arriscados. Em circunstâncias rápida está em tomá-lo capaz, em certas
xar de lado o excesso de idealismo, acei­ ordinárias, manifesta disposição afetuo­ ocasiões, de adquirir confiança excessi­
tando as limitações que da realidade sa, cortês, e generosa,. Inclina-se fre­ va, desprezando detalhes importantes. A
impõe, compreendendo as suas limita­ qüentemente à generosidade para seu percepção rápida é essencial para o tipo
ções e principalmente as limitações dos próprio bem, especialmente quando des­ especial de personalidade que possui. O
outros. E o momento de abrir os olhos perta sentimentos e emoções pessoais. pensamento e a ação revelam boa coor­
para outras dimensões. Esta disposição pode levá-lo a mostrar- denação entre o espírito e o corpo, sendo
O signo de Áries, no aspecto simbóli­ se extremamente generoso para com pes­ essencial ao próprio progresso. A menta­
co, representa o sacrifício. Os rebanhos soas que não o mereçam enquanto des­ lidade inquieta e ansiosa mostra imagi­
produzem as crias durante a porção do preza os que deviam receber maior con­ nação ativa. Para poder realizar deve
ano em que o Sol ocupa este signo. O sideração. aprender a utilizar a imaginação. E capaz
símbolo do Signo é o Carneiro. E grandemente sensível emocional­ de ter idéias originais, possuindo a apti­
O Carneiro simboliza igualmente a m ente. O tem peram ento é irritadiço dão de conduzi-las a conclusões práticas.
Primavera,, quando luz e amor, simboli­ podendo encolerizar-se facilmente por Tem capacidade para transform ar em
zados pelo Sol, derramam-se sobre os motivos fúteis, que poderiam ser afasta­ re alid ad e alguns dos seus sonhos.
filhos da Terra. Mais uma vez o Sol saiu dos mediante alguns segundos de pensa­ Aplica-se naturalmente aos assuntos que
vitorioso sobre o reinado do inverno. O mento lógico. Ha diferença entre tempe­ o interessam. Seu tipo especial de perso­
Signo de Áries representa a cabeça e o ramento irritadiço e deixar-se dominar nalidade depende de boa memória, eis
cérebro do Grande Homem do Cosmos. por ele. que a natureza aventureira inclina-o a
As pedras preciosas do Signo são a Inclina-se a guardar rancor. Agres­ encarar muitas situações diversas na
ametista e o diamante. sivo, voluntarioso e resoluto por nature­ vida.
Os números felizes são sete e seis. za. Possui o tipo de personalidade e tem­ E capaz de adquirir e reter grande
As cores são nuanças de vermelho peramento capaz de fazer ou destrui-lhe volume de conhecimento sem despender
brilhante. o destino. Muitas incompreensões e difi­ grande esforço. Essa aptidão é vantajosa
A melhor situação para sucesso são as culdades pessoais surgem por ter tendên­ e contribuirá para aumentar o poder e a
grandes cidades. cia impulsiva para se apressar e ficar influência da própria personalidade.
Áries é a primeira e mais alta emana­ impaciente. Toma-o conversador espirituoso e inte­
ção da ardente Triplicidade, e está colo­ Deve aprender a ter mais paciência ressante e será valiosa em qualquer tra­
cado na constelação do planeta Marte. consigo mesmo e com outros. balho ou negócio que pretenda realizar.
Irra d ia in flu ê n c ia aguda, enérgica, Aprecia a ação, e será prudente apli­ A maior dificuldade reside na inclina­
impensada, intrépida e ardente. Não tem car algum pensam ento à sua própria ção de agir por impulso. Deve investigar
medo ou tem or - influência livre de natureza interessante. E pensador inde­ cuidadosam ente as idéias im pulsivas
todos e de tudo. pendente, mas isto não significa que seja antes de pô-las em execução. Esforce-se
D irig in d o -m e a um Á ries, diria: lógico ou tenha sempre razão na maneira o mais possível por determinar o resulta­
Possui personalidade ativa e dinâmica. de pensar. E de grande importância pre- do lógico de qualquer idéia impulsiva
A expressão que dá ao espírito e às emo­ caver-se contra a tendência de julgar os antes de agir. Desse modo, talvez não
ções determina o grau real do progresso assuntos conforme sentimentos e emo­ haja, evitando prudentem ente perdas
e do sucesso pessoais, econômicos e ções pessoas, especialmente quando esti­ financeiras ou desilusões pessoais.
26 Oí: ISA r. fi- A F R IC A N O S ABRIL/1997

Você traz dentro de si a Voz da Intuição


a r-lh e -á p re v isã o e Emocionalmente, é afetuoso, terno Lembre-se que há de haver ocasiões no

D a ju d á -lo -á a d o m in ar
muitos problemas difí­
ceis e obstáculos no curso da
vida. A intuição pode propor­
e inclinado a apaixona-se. E
ex tre m a m e n te sen sív e l em
questões amorosas, deve pre­
caver-se contra o ciúme desar­
princípio em que terá de precaver-se
contra o desânimo demasiado fácil.
Há indicações de que será bem suce­
dido em questões de dinheiro. Seria boa
cionar-lhe a feliz faculdade de ra zo ad o . E v ite d em asia d o a capacidade de ganhar, mas inclina-se
adivinhar as causas dos fracas dom ínio m ental ou em ocional a gastar generosamente. Deseja possuir
sos levando-o a eliminá-las, possi- sobre o objeto de suas afeições, e a o que de m elh o r o d in h e iro p o ssa
bilitando-lhe desfrutar da vida progres­ sua vida am orosa to rn ar-se-á m uito adquirir, e gastar dinheiro m ais para
sivamente mais bem sucedida. mais feliz e harmoniosa. Há indicação benefício temporário do que permanen­
Há ocasiões em que você sente ins­ de desapontam entos no amor durante te. Seu dinheiro, como seu espírito exi­
piração para realizar. A dificuldade os primeiros vinte anos e por perto dos gem m a n u seio cu idadoso. D u ran te
consistirá em distinguir entre impulsos trinta. Há também indicação de incerte­ períodos financeiros favoráveis da vida,
ordinários e idéias inspirada. za e instabilidade na vida do lar e nos verificará ser vantajoso fazer inversões
Muito poucas pessoas compreendem negócios domésticos durante a primeira conservadoras. A natureza aventureira
realmente a verdadeira intensidade da metade da vida, devido à sua natureza inclina-o à especulação e ao jo go.
atividade mental dos que nascem sob T alvez não o perceb a, m as em tais
A ries. Em c e rta s o ca siõ e s hão de assuntos inclina-se a trapacear contra si
chamá-lo de precipitado e impetuoso. Possui mesmo, devido à própria impetuosida­
Tais acusações, se for honesta consigo de. C onseguirá verdadeira sabedoria
m esm o, terá de adm iti-las às vezes também dentro quando deixar de aventurar-se, gastan­
como verdadeiras. Também é verdade do para satisfação de caprichos p es­
que não pode abafar a própria indivi­ de si o poder soais, fantasia, e impulsos. Seja conser­
dualidade, revelada em tudo quanto faz. v ad o r em a ssu n to s fin a n c e iro s e o
Pode, m ediante esforço da vontade, da inspiração dinheiro cuidará de você. Não há outro
exprimir, dirigir, e aplicar os anseios caminho a percorrer a fim de alcançar
mentais e a energia de maneira pruden­ segurança financeira e sucesso. Se fizer
te e progressiva. Devido intensidade da aventureira. Ama e respeita os parentes, inversões evite emissões de especula­
atividade m ental, em ocional e física, mas deseja que lhe conheçam a perso­ ção e planos de fazer fortuna rápida.
deve prestar atenção ao regime alimen­ nalidade. E excessivamente leal para com os
tício e à saúde. E levado da queimar Nos últimos anos de vida há de tor­ am igos que considera íntim os, e os
mais energia mental e física do que o nar-se m ais firm e em assuntos que ap o ia rá p e la fo rça se n e c e ssá rio .
homem médio. Ar fresco, luz do Sol, entendem com a vida do lar e questões Inclina-se a ser generoso para com os
boa circunvizinhança do lar, regim e de família. Deseja ter casa em situação amigos íntimos e associados, e os aju­
apropriado, repouso e descanso devem proeminente. Notam-se indicações de dará de todas as m aneiras possíveis
capacitá-lo a evitar m uitos achaques considerável am or ao prazer, que se quando estiverem em dificuldades. A
comuns a pessoas desse temperamento. exprime em jogos, esportes, aventuras e atitude geral em assuntos so ciais é
Este Signo rege a cabeça e o rosto - viagens. Aprecia grandemente as bele­ variável, à parte das amizades. Em cer­
é preciso precaver-se contra os resfria­ zas da natureza. Gosta da leitura e do tas ocasiõ es ag rad a-lh e re u n ir-se a
dos da cabeça a fim de evitar sérias teatro. grande núm eros de pessoas, mas em
complicações. É preciso dispensar aten­ E agressivo, enérgico e tem natureza geral prefere a com panhia de poucos
ção aos olhos, não o sobrecarregando determ inada com qualidades que lhe amigos leais. Em sociedade é capas de
de trabalho. É necessário cuidar atenta­ permitem seguir diversas carreiras. Há conseguir respeito e boa vontade por
mente dos dentes em todas as ocasiões. de subir na vida gradativa e deliberada­ parte de m uitos, tendo aptidão para
Há mais possibilidade de afetarem os mente mais do que com espontaneida­ chefiar na própria roda. Possui todas as
resfriados os sinus e a garganta do que de. A personalidade e a constituição faculdades e qualidade essenciais, men­
o peito. Deve exercer m oderação na mental do Áries médio habilitam para tais, emocionais e físicas que o capaci­
bebida e na comida, para não afetar os medicina, direito, ensino, construção, tam para tornar a vida sucesso razoável.
rins. As doenças, na maior parte, serão contabilidade, venda - na realidade para Compreenda tais faculdades, a fim de
n a tu re z a ag u d a e não c rô n ic a. muitos gêneros de trabalho que deseje aplicá-las com sabedoria. Cabe-lhe diri­
Sofrim entos crônicos em pessoas do realizar, por ter aptidão natural para gir-se e às suas energias para o progres­
Signo de Aries resultam, em geral, de organizar e dirigir, podendo-se confiar- so. Preste atenção às próprias deficiên­
simples descuido. Evite tensão mental, lhe incum bência e responsabilidades cias. Não as receie. Apreenda a conhe-
emocional, nervosa e física depois dos importantes. É leal para com o trabalho. cê-las e procure utilizar as suas ener­
anos médios da vida. Em geral os nas­ A natureza independente não lhe per­ gias construtivamente, a fim de tomar-
cidos em Áries têm boa constituição mite tom ar parte em associações, a se senhor do próprio destino e coman­
física e boas faculdades de recuperação. m enos que tenha com pleta liberdade dante da própria alma, e ficará sabendo
Parece que há de haver mais de um para fazer t tudo conform e entende. qual a verdadeira significação de felici­
caso de am or n o táv el na sua vida. Entre nos negócios por conta própria. dade, êxito e segurança na vida. ^
ABRIL/1997 oifís a s i- AinrcAjíos 27
F
Os Cúspides de Aries
Atenção: Se a data do nascimento não estiver dentro dos cúspides do Signo, não se aplica o que segue.
Se a data do nascimento estiver entre 21 e 23 de março
pessoa será Áries com rom ântico e resoluto. Terá êxito to sem grande esforço. A personalidade

A tendência Pisces. Os plan­


etas que o regem são
Marte e Netuno, o que lhe pro­
apesar dos riscos mas não cal­
cará aos pés os direitos do próx­
imo. Possuirá tem peram ento
será sempre agressiva, independente,
temperamento e perseverante. Evite a
tendência a falar demasiadamente mo­
porciona inteligência excep­ im paciente e nervoso. Será nopolizando a conversa. Embora tenha
cional, compreensão e originali­ dotado de maravilhosos talen­ muitas idéias originais, prefere que out­
dade. E cautelosa, estudiosa, tos que a princípio não se reve­ ros as executem . Conseguirá os m el­
afável e perfeita em tudo quando larão. Atenderá a cada assunto hores resultados quando lhe permitirem
faz. É extrem am ente am biciosa e por sua vez e provavelmente ficará assumir a liderança.
esfo rçad a, m as d eseja re a liz a r os aborrecido quando observar desordem • Data de nascimento entre Io a 10 de
próprios planos conform e lhe apraz. em roda de si. Terá sentimento moral Abril - O astro pessoal é o Sol, conheci­
Ressente-se quando pretendem forçá-la elevado e será quase inteiramente imune do como o Governante do Dia. Como
ou com ela interferir. Deve interessar-se a pensamentos impuros. Fará tudo quan­ dador de vida é o centro do Sistem a
pela mecânica e eletricidade. Gosta de to puder para salie n ta r-se no que Solar. O Sol simboliza dignidade, honra
dirigir as atividades dos outros. Até certo empreender. Alcançará êxito, conservan­ e ambição. Causa grande inclinação para
ponto discordará da opinião pública do o respeito de parentes, amigos e asso­ mudança e desejo de reforma. Rege o
geral e sente-se im pelida a introduzir ciados em negócios. orgulho e as ambições pessoais. Conce­
novas idéias. Enquanto muitas pessoas derá boa sorte e contribuirá grandemente
considerarem essas idéias como radicais, OS DECANATOS DE ÁRIES para compensar alguns aspectos nega­
outras as respeitarão porque revela cor­ tivos do planeta Marte.
agem quem as apresenta. A fim de col­ • Data de nascimento entre 21 e 31 de • Data de nascimento ente 10 a 20 de
her o mais que puder da vida, será pre­ março - O planeta pessoal que o rege é A bril - O planeta pessoal é Júpiter,
ciso dominar a tendência à impaciência e Marte, que é duplamente poderoso sob conhecido como Deus da Fortuna. Tem
irritação. Gosta de aventura e tem prazer este aspecto. Marte tende a salientar o influência sobre tendências intelectu­
em receber os amigos aos quais demon­ lado ditatorial e positivo mais dominante ais, morais e simpáticas. Júpiter aju­
stra lealdade. Está destinado a ter êxito da sua natureza. Manifesta-se a tendên­ dará grandemente os aspectos do plan­
de certa maneira notável por meio de cia à irritação e impaciência com o próx­ eta Marte, eis que simboliza a sinceri­
carreira inteiramente diferente daquela imo porque os outros talvez não tenham dade e a honestidade, e induz os seus
em que começou no princípio da vida. capacidade de pensar e agir tão rapida­ súbitos a ficarem genuinam ente gen­
• Se a data do nascim ento estiver mente. E de grande importância praticar erosos. Natureza nobre, sempre grata e
entre 17 e 20 de abril - O indivíduo é a tolerância, paciência e compreensão. cortês para com todos, é um dos aspec­
Aries com tendências Taurus. Os plane­ Corpo ativo e natureza impetuosa e viva, tos favoráveis deste astro. E bem ver­
tas que o regem são M arte e Vênus. revela-se no duplo aspecto do planeta dade quando se diz Júpiter é mais feliz
Tem todas as indicações de Áries e pou­ Marte no seu roteiro. É capaz de adquirir e benéfico dentre todos os planetas.
cas de Taurus, o que o torna ardente, e manter grande volume de conhecimen- Traz boa sorte e êxito. ■

As velas na mitologia Cigana - Utilização e suas cores


Muitas pessoas atualmente estão par­ na dor de garganta ou dor de dente, usar vela na cor Amarela, ela tem uma
tindo para o E soterism o, e poucos pegue a sua vela na tonalidade azul. e grande influência, pois a sua cor mental,
sabem como usar as velas e para que reze, que ela lhe devolverá a paz procu­ devolve a energia na área intelectual e
elas servem . Vam os dar aqui uma rada. principalmente quando se está estudan­
pequena ajuda, a fim de que, ao acender Para aqueles que desejam excitação do muito.
a sua vela. você saiba o seu significado. ou estão querendo um pequeno impulso Para a falta de entusiasmos e otimis­
A vela na cor Branca, é muito usada para irem a luta em busca de vitória e mo, devemos acender uma vela na cor
para as pessoas que estão em busca de sucesso, deve acender uma vela na cor Rosa. Inclusive ela é calmante e ajuda a
paz; de equilíbrio espiritual e toda a Vermelha, pois essa cor tem o poder de combater a asma, febre, bronquite, tos­
serenidade. A cor branca por si só signi­ incentiva o espírito no momento de ses, deficiências digestivas e outras coi­
fica a pureza tão esperada entre os debilidade física. sas mais.
humanos. Quando se deseja fazer alguma pedi­ As pessoas que estão com problemas
Se por ventura você deseja ajuda, ou do aos espíritos da natureza, devemos amoroso, deve acender uma vela na cor
está buscando uma evolução, procure usar uma vela na cor Verde, pois ela é Rosa, pois é a cor da paixão e do
acender uma vela na cor Violeta. rica em energia telúrica e repousante. A romance. Essa cor é ligada à afetivida-
No entanto, se está buscando um cor verde é muito empregada em pes­ de em geral e muito utilizada pêlos que
equilíbrio mental, você pode acender soas que têm problemas cardíacos, pres­ estão em busca de amor e amizade.
uma vela na cor Azul, pois ela lhe pro­ são alta, como também, estão com pro­ A única cor que não é usada no eso­
porciona o equilíbrio desejado, como blemas de: úlcera, fígado ou com diag­ terismo ou na magia cigana, é a cor
também, é um calmante. Principalmente nóstico confirmado. Preta, pois ela está ligada a depressão e
quando se está com uma enxaqueca, Você que estuda muito, e às vezes às forças obscuras do plano astral infe­
insônia, ou até mesmo com uma peque­ busca um determinado equilíbrio, deve rior.
28 O RISAS & A FRÍCANOS ABRIL/1997

VAMOS FALAR DOS CIGANOS

Nascimento, morte e luto


omo todos sabem m uito inventário de costumes do que de Essas damas brancas se pare­

C bem, falar do povo cigano


é realmente algo fascinan­
te, e há coisas que podem e não
podem ser falada, por exemplo,
ritos.
Nos kalderash, que são origi­
n ários da E u ro p a do L este, as
ursitori são três fadas que presi­
cem mais com as decentes diretas
dos Parques do que com as três
d eu sas da trin d a d e in d ia n a .
(Divindades do destino, identifi­
falar do nascimento é sem sombra dem os nascimentos. A presença cadas às Moiras gregas. Elas eram
de dúvida uma coisa interessante, das fad as ao lado do b e rç o é três Clotho, Lachésis e Atropos),
por a lista das práticas que envol­ encontrada no ocidente em vários traduzido para o latim são: Noma,
vem o nascimento seria tão longa rom ances da idade m édia, nos Décima e Marta, que presidiam
e diversificada quanto as prece­ quais as três fadas vêm dotar as sucessivam ente o nascim ento, a
dentes, e c o n stitu iria m ais um crianças no seu nascimento. vida e a morte dos humanos.

A escolha A morte, o luto e o túmulo


dos nomes Se a vida claro que haverá a morte aos rom enos. N um grupo de tsiganos
v a la q u e s o e s c rito r D .W .P ic k e ít,
e depois da m esm a vem o luto, sim, o
Para escolher os nomes de seus lu to en tre os cig an o s, é u m a coisa m en cio n a sim plesm ente com o um a
filhos, havia um estudo profundo, muito rígida, pois eles podem guardar festa para o m orto. Já J.P.Liégeois e
levando em consideração que, os F. de Vaux de F o letier, em 1971 e
durante um bom período, que chega a
nomes permitia encontrar as regras
a tin g ir a té 15 an o s, e x is tin d o um 1983, re sp e c tiv a m e n te , d esc rev e m
de transmissão em uso nas regiões
período m ínim o que é de 3, 8, 9 dias com o refeições rituais que geralm en­
onde os tsiganos e ciganos são ins­
ou com o já falei de 12 a 15 anos. te a co n te cem três, no v e, q u a re n ta
talados. Geralmente os nomes esco­
lhidos corresp o n d iam aos santos No tocante ao térm ino do luto, o dias... após a morte.
p atro n o s dos sa n tu á rio s de um a m esm o pode ocorrer de acordo com a Em síntese, o pom ána é um con­
região, como por exemplo: Danilo, tradição dos tsiganos, e varia entre 6 junto de ritos funerários m uito com ­
Nicolas, M irko, que situam as ori­ m eses, um ano ou até 3 anos. Os tsi­ plexo que foram estudados nos cam ­
g e n s ta is co m o de O lg a , Id a , ganos vindo da Europa Central, tem p o n ese s ro m an o s p elo m u sicó lo g o
Y ochka, B o b a , e tam bém com o um costum es m uito interessante, eles C .B ra ilo iu . A lg u m a s d as p rá tic a s
H ip ó lito , A n g e la , P a u lín ia ou q u e im a m as ro u p a s do d e fu n to e d esse siste m a ro m en o tra d ic io n a l,
Fernando. todos os seus bens, m ais outras tribos está: o barquinho com a vela sobre a
U m e sp e c ia lista em etn o lo g ia têm o costum e de distribuir as roupas água, a escolha das velhas pobres, a
européia, após estudar esses nomes, aos m em bros da família. Os ciganos o fe re n d a da água, e n c o n tra d a s em
pode encontrar os lugares de nasci­ catalãos e espanhóis, aderem o luto alg u n s p o u co s tsig a n o s v in d o dos
mentos dos nômades através deste fechado costum eiro nos países lati­ m eios turco-valaques, são apresenta­
in d ício . O u tro fato tam bém que das, há m ais de sessenta anos, com o
nos, m andam re z a r m issas p a ra o
deve ser levado em consideração é
m orto e as m ulheres se vestem de sendo ritos funerários com uns a todos
q ue, o re ta lh am en to que resu lta
preto. os tsiganos e ciganos.
disto antecipou, no calendário plu-
De um a m aneira geral, os ritos que No tocantes aos túm ulos, em que,
r ic u ltu r a l, s a n to s à im ag em da
Europa, do mundo de amanha. seguem à morte, nas sociedades tradi­ muitos são verdadeiras casa, os m es­
No que diz respeito ao sobreno­ c io n a is , são e s tre ita m e n te lig a d a s mos são freqüentem ente im ponentes,
me que os ciganos usam, servem idéia da vida além da m orte, conse­ até m esm o suntuosos, confirm am a
apenas para mascarar a identidade qüentem ente à idéia da alma. Os ritos crença em outra vida que tem ciúm e
no m undo exterior ou para distin­ funerários diferem de um grupo para da alm a que m ora nesta últim a resi­
guir as pessoas, a fim de evitar o outro, de um região à outra, eventual­ dência: a única bem ancorada e enfei­
caso de hom ônim os. E n tretan to , m ente de um grupo, de um a fam ília tada, onde as m issivas e as fotos são,
n os v ila re jo s d a E u ro p a , e x iste para outra e podem variar m uito rapi­ freqüentem ente, em m uitas fam ílias,
m uitos casos de hom ônim os, por dam ente no tempo. os únicos docum entos. ■
essa razão, a o caso de m últiplos Os ritos fu n erário s cham ados de
n om es, que são m ais freqüentes pom ána. é atribuído as m esm as fes­ Bibliografia consultada
entre os jovens tsiganos. tas, com o m esm o nom e, p om án a, “Os Ciganos, de N icole M a rtín ez”-
ABRI1/1997 ofífS A S 6 ¿ f r í c a n o s 29
Como comprar sem sair de casa!
DISK SANTO
258-1 573
“A sua loja por telefone”
ARTIGOS RELIGIOSOS:
• Nacionais e Importados
• Vestimentas do Santo
• Animais
Tudo o que você precisa de sua lista de
compras sem sair de casa. Entrega gratuita.
Qualidade comprovada. Ligue já !

Atenção Nação Candomblecista. “Mais que um negócio, um serviço”


cada dia que se passa, notamos entregue gratuitamente em sua residência. taram e\ou enfrentam atualm ente?

A que pessoas interessadas buscam


a facilidade, a responsabilidade e
um a m odo fácil de bem servir.
OA - Geralmente, o comprador deste
segmento do mercado está acostumado a
procurar, pechinchar em várias lojas,
E F - A p erg u n ta é interessa n te.
Inicialmente o Disk Santo se responsabi­
lizava por entregas de animais e confec­
Atualmente as coisas estão de uma certa buscando economizar ao máximo. Qual ções de roupas, o que causou-nos alguns
m aneira d ifícil para todos, e m uitas a estratégia montada pelo Disk Santo, problemas. Hoje, continuamos oferecen­
vezes como diz a frase inglesa “Time is para reverter esta prática? do o serviço de forma mais profissional,
money” ou seja: Tempo é dinheiro! E F - O fato é que nossa empresa efe­ recorrendo a terceirização. O problema
Foi pensando nessa frase, que surgiu tua esta pechincha para o cliente, com era encontrarmos parceiros que comun­
no mercado já há algum tempo, um ser­ uma diferença, junto aos principais fo r­ gassem com nossa filosofia de trabalho,
viço que está revolucionando o merca­ necedores do setor. Em conseqüência, o que hoje é realizado.
do, oferecendo uma facilidade fora do costumamos dizer que não temos “com­ OA - A lém do atendim ento pelo tele­
com um , e está deixando o povo-do- pradores” e sim, clientes que confiam fone, de que form a o povo-do-santo de
santo satisfeito com a sofisticada presta­ em nosso serviço e preço. um modo geral, p o d e c o m p ra r p e lo
ção de serviço. Disk Santo! Mais o que Alguns, inicialm ente, até fizera m Disk Santo?
vem há ser isso? E para nos contar o que orçamentos para comparação - o que EF - Basta enviar a lista de comprar
é esse tipo de serviço, é que nossa repor­ sempre aconselhamos, pois é uma práti­ - com antecedência -, para: Disk Santo -
tagem procurou Eduardo Ferreira, o ca saudável - e tiveram uma grata sur­ Caixa Postal n° 25.073 - Rio de Janeiro
Diretor Comercial do Disk Santo. presa. Experimentem! !! - Brasil - CEP 2552970 - Envie endere­
OA - Como surgiu a idéia do Disk OA - Qual o segredo deste sucesso? ço e telefone de contato - se tiver -, e
Santo” E F - Somos obstinados por preços fazemos o orçamento de sua lista, sem
E F - Os seus idealizadores são prati­ cada vez mais baixos. Nossa negociação compromisso.
ca n tes desde 1978, com raiz na com os fornecedores é direta e o trabalho OA - O Disk Santo oferece algum a
U m banda e hoje, ca n d o m b lecista s é árduo, mas o resultado é compensador opção de pagam ento?
atuantes. Sentiram na própria pele o que para os nossos clientes. Pois trabalhamos E F - Sim! O Cliente por efetuar o
era efetuar uma compra de artigos reli­ com margem mínima de lucro a fim de pagamento à vista ou pêlos cartões de
giosos para a realização de suas oferen­ sermos competitivos no mercado. crédito VISA ou CREDICARD/M AS-
das, tra b a lh o s e obrigações. D a í a OA - De zero a dez, qual o grau de TERCARD.
necessidade de um serviço moderno e dificuldade encontrada na estrutura e OA - Para finalizar, qual a diferença
competitivo que excluísse o tempo perdi­ funcionamento do serviço? do Disk santo em re la ç ã o a u m a lo ja
do com congestionamento, trânsito, pro­ E F - E difícil uma resposta objetiva a aberta que tam bém realiza entrega?
cura, espera, estacionamento, etc. esta pergunta. O importante não era E F - Como praticamente não traba­
OA - Como fazer para comprar no criar um serviço inédito e sim, um servi­ lhamos com estoque, o que interessa aos
Disk Santo? ço sério e de responsabilidade como o nossos fornecedores não é a compra que
E F - A partir de agora, o cliente não nosso culto merece. A nossa margem de efetuamos, e sim, o volume de nossas
precisará mais se deslocar de sua casa e ir erro deveria girar em tomo de 0% - zero vendas. Só compramos o que vendemos.
a uma ou mais lojas, você se basta ele p o r cento -. Certamente a satisfação Praticamente as lojas convencionais de
ligar para 258-1573, e toda a sua lista alcançada é fruto deste intenso trabalho artigos religiosos, estão conglomeradas
será satisfeita integralmente e com uma preliminar. e realizam uma concorrência entre si -
grande vantagem, a mercadoria será OA - Que tipo de problemas enfren­ no varejo -. Esta é a diferença básica. ■
30 ò íísà s (:■miemos ABRIL/1997

Tata-de-lnkice Tiãozinho D 'O xóssi


confirma O g ã s, Ekédi e lyá Laxe
Axogun Carlos recebe obrigação de 7 anos
lê de Oxóssi, do Baba­ diferente, como também,

I lorixá Tiãozinho, que


fica localizado na Rua
Delfos - Curicica - Jacare-
paguá, viveu no período de
atenderam a ordem do Ta­
ta para que fizessem o tra­
dicional Ingorossi. Quando
isso ocorreu, vários filhos
18 a 20 de ja n e iro , uma da casa e alguns convida­
grande movimentação. Na dos, viraram em seus In-
noite do dia 18, foi come­ kices. N essa ocasião, os
m orada a obrigação de 7 In k ices que estavam no
anos do Axogun Carlos, salão, tomaram o tradicio­
como também, foram con­ nal rum e depois foram
firmados os novos Ogãs da des virados.
casa, que são: José Ricar­
do de Exu e Vicente Ju­ • Novos Iaôs dão o se
nior de Ogun; Ekédi Cu­ M orunkô - A ntes que
ca de Oxumarê e lyá La- fosse realizada as tradicio­
xé Laiza de Ewá. nais saídas dos novos iaôs,
Uma festa deste porte, foi feito um pequeno inter­
tem que haver muita orga­ valo a fim de que, os filhos
nização, em razão de ser da casa e os convidados,
m uito com plexa, pois há pudessem respirar e reali­
vários momentos diferentes, por causa de Nanã, Valmir de Oxóssi, Rosana de zar alguma necessidade. Mais tarde, o
das m odalidades das solenidades. O Iansã, Valéria da Oxun, Ana Paula de candomblé seguiu o seu curso normal,
zelador e toda a sua equipe, trabalham Bessém, Mateilli de Omolu, Alexandre finalmente chegamos ao momento das
muito nesse período, tendo em vista que, de Logun, Virgínia de Yemanja, Marilda saídas dos novos iaôs - O xóssi e
no dia da festa irão receber inúmeros da Oxun, R eu íse de Iansã, A xogun O baluaiê - e as 04:45 hs a Ia lo rixá
convidados, por esse motivo, tudo tem Roberto de Oxaguiã; Olivia de Oba­ Angela Priscila de Exu, solicitou que o
que estar nos conformes. luaiê, Ekédi Aparecida de Ewá, Carla Iaô de O baluaiê pronunciasse o seu
Mordokh Dassa, de Iansã, responsável M orunkô; Depois, a Ialorixá Rita de
• As grandes presenças - Nessa noite, pela co nfecção das roupas usadas, Iansã, solicitou o de Oxóssi. Ao ser
nossa equipe de reportagem constatou tanto pêlos Ogãs, Ekédi, lyá L axe e pronunciado os Morunkô, houve o que
que estiv eram p re sen te em casa de pelo Axogun Carlos; Lídia de Oxumarê todos nos já sabemos, várias pessoas
Tiãozinho, entre filhos da casa e convi­ e Ana de Oxalá. viraram em seus orixás, mostrando desta
dados, as seguintes pessoas: Rosângela forma, o testemunho da feitura dos novi­
de Iansã, mãe do Ogã Vicente Junior • Tiãozinho não é Babalorixá e sim ços.
Sônia da Oxun, Axogun Pedrinho de Tata - Tendo em vista que, Tiãozinho Depois desse ato, houve a saudação
Xangô, Ekédi Sônia de Oxalá, Ogã Luiz foi feito na nação Angola, o mesmo tradicional, e os Iaôs foram recolhidos a
Henrique de Ogun, Peji-gã Eurias de merece ser chamado daqui pra frente não fim de trocarem as suas indumentárias,
Oxalá, O gã H élio de Exu, A xogun de Babalorixá e sim, de Tata-de-lnkice para quando retornarem ao salão toma­
Ururai de Oxóssi; lida de Iansã, Ekédi T iãozin h o D ’O xóssi, títu lo que o rem rum. Enquanto isso, o candomblé
Jaciara de Xangô, lyá Laxe Janaina da m esm o m erece m uito bem , pois, no prosseguia e os Ogãs cantavam para os
Oxun; Axogun José Maria de Xoroquê; desenrolar da festa, pudemos ver o seu Inkice que estavam no salão, aguardando
Lurdes de Oxumarê; Elizabete de Ogun, alto grau de sabedoria dentro da sua o retorno dos novos Iaôs.
M árcia de Y em anjá “K a iá ”; Ogã nação. Ao retomarem ao salão, pudemos ver
A m a u ri de O xóssi, Ana C osm e de o bom gosto e à simplicidade, nos para­
Ogunjá; Ogã Edivaldo de Xangô; Kely • As entradas marcantes - Eram apro­ mentos usados pêlos noviços, e momen­
Kristina de Oxóssi, Maria de Fátima de ximadamente 01:50 hs, quando ocorreu tos depois, os Ogãs começaram a cantar
O ssâim ; Janaina de Iansã, L uiz de a primeira entrada no salão, dos Ogãs, da os Orikis e os Inkices tomaram então o
Oxalá, Marcos de Obaluaiê, Virgínia de Ekédi, da lyá Laxe e do Axogun Carlos rum tão esperado. Foram m om entos
O xum arê, A xogun A n tô n io Vaz de de Oxóssi, que recebeu a sua obrigação bonitos e que de fato ficará na história
Yemanjá, Natalina de Iansã, Axogun de 7 anos. Essas entradas ocorreram das festas ocorridas em casa do nosso
Delson de Exu; Juraci de Oyá, Lurdes várias vezes, tanto dos que foram confir­ Tata-de-lnkice Tiãozinho D ’Oxóssi, e
de Obaluaiê, Cilmar de Xangô, Carlos mados quanto ao Axogun, e em cada entrará para os anais do Candomblé no
de Oxóssi, Adriana de Ossâim, Tatiane entrada, os mesmos usavam um traje Estado do Rio de Janeiro. ^
ABRIL/1997 O R IS A S [:■ A F R IC A N O S 31

Tiãozinho
realiza
procissão
e festa
em louvoi
à Oxóssi

omo aco n tece anualm ente, o brança. Como parte da comemoração,


T ata-de-Inkice Tiãozinho de foi oferecido aos presentes um lauto • A grande festa de Maria Navalha -
Oxóssi, realizou mais uma vez, jantar, regado a cerveja e refrigerante. Mais um ano, mais um mês, mais um
a tradicional procissão em louvor a seu dia. A Maria Navalha tomou a liberda­
Pai Oxóssi. • M inha boa ação - Depois da festa de de convidar aos amigos, clientes e
Há vários anos esse ato é realizado religiosa, é sempre bom batermos um filh o s -d e -sa n to , todos aq u eles que
pelo zelador em questão, e conta sem­ papo descontraído com o zelador, a fim fazem parte do dia a dia, dentro do
pre com o apoio de seus filhos-de-santo de sabermos um pouco de sua vida par­ ritual espiritualista, para participar da
e da comunidade de Curicica - Jacare- ticular, pois existe pessoas que gostam sua festa que será realizada no Sábado
paguá. de por pra fora as suas idéias e seus de Aleluia - dia 29 de março de 1997 -
A procissão percorreu várias ruas ideais. No dia 20 por exemplo, ficamos às 23 horas, na Rua D elfos na 14 -
do bairro e depois retornou ao Reino sabendo que o T ata T iã o zin h o de Curicica - Jacarepaguá.
de O xóssi, após a sua chegada, foi Oxóssi, tinha em mente construir um Temos que lem brar de tudo nesse
rezada uma santa m issa em louvor a grande asilo para pessoas velhas como mundo, que as crianças de hoje, são os
São S e b a stiã o , com a p re se n ç a de também, um orfanato. Esse fato ainda idosos de amanhã; não adiante olhar só
todos os participantes. Durante a cele­ não ocorreu, salientou Tiãozinho, por­ para um, senão não teremos o outro.
bração da m issa, Tiãozinho e vários que existe muitas coisas que têm de ser Pois se não fossem os idosos, não
filhos seus puderam receber a santa efetuadas, há muitas exigências por teríamos o adulto para cuidas da criança
hóstia. Este ano a mesma foi celebrada parte do governo, e isso fica caríssimo, e se não fosse a criança; não teríamos o
pelo M o n sen h o r N agui - da Ig re ja eu já solicitei de meu advogado, que adolescente, o jovem e o velho; portan­
Ortodoxia - Paróquia de São Sebastião tom asse umas providências, mais ele to, nós temos que agradar o início, o
e São Jorge, que fica localizada no veio com uma lista tão grande que eu meio e o fim.
bairro de Curica. achei melhor fazer o que venho fazen­ Como agradar? Os jovens de hoje,
do, que é distribuir mensalmente 150 são o meio; então, temos que cuidar do
• Toque em louvor a Oxóssi - Termi­ cestas básicas para as pessoas caren­ início que são as crianças e dos melho­
nada a missa, houve o tradicional toque tes, que são rigorosamente cadastradas; res m om entos para o resto das suas
de candomblé, em louvor a Oxóssi, que trazer crianças de orfanato e dár a elas vidas; que são os idosos.
é o patrono da casa. Quando o mesmo roupas, café da manhã, almoço, lanche,
chegou e adentrou ao salão, houve uma jantar, brinquedos, passeio etc. Esu m a se m i omo elom iran
grande salva de fogos de artifícios. Acredito, prosseguiu Tiãozinho, que A x é Esu M ojubá
Depois de ter recebido a justa e mereci­ fazendo essa caridade, estarei sempre
da homenagem, por parte dos Ogãs da
B aba m im axé
ajudando à alguém, e praticando uma
casa, que não pouparam cantigas, o boa ação, porque, construir um orfanato Exú não m e fa ç a m al
Orixá iniciou a sua despedida, deixando dos moldes que eu tenho em mente, é N o filh o do outro
mais uma vez uma doce e terna lem ­ muito difícil. M eu respeito. Exu fo rça s m
32 ÒRÍSÀS & ftPItCftUOS ABRIL/1997

M arilza de O dé recebe o seu D eká


epois de m ais de minha mãe carnal e que me

D 33 anos de feita no
santo, Marilza de
Odé, que foi iniciada em
11 de ja n e iro de 1964,
c rio u ; Tio C lá u d io de
M u qu i das A lm a s de
R ealengo; Joãozinh o da
G om éa; D id i de Ia n sã ;
pelo B abalorixá Jaram i- B ocu iu de O ssâ in ; N e-
deu O ò sà à lü fá à “ O xa- zinh o de M u ritiba; M ãe
lufã”, conhecido no Par­ G aúcha do B ate F olha;
que José Bonifácio - São Ogã C aboclo Venta de
João de Meriti - RJ, como Axé, do B ogun; D jalm a
João Baiano, pode rece­ de L alu, da n ação J eje
ber o seu D eká e o seu M a h i; Z é M a u ro D ’0 -
Irukèrè, sím bolo sacer­ xóssi, do Pantanal; Ekédi
dotal, das mãos do Baba­ A n g elin a , do P a n ta n a l;
a lá á w o Ifá B um in do C a rlin h o s P e ji-g ã da
Ogun States - Abeokuta - Oxun.
Nigéria. Quero deixar aqui tam ­
bém te ste m u n h a d o , os
• Q uem fo i seu p r i­ mais profundos agradeci­
m eiro z e la d o r - João mentos aos meus amigos:
B a ia n o , era filh o de Gilberto Freire “Gilberto
M aria Julia - S alvador- de E x u ”; D oda A k e s i
BA, fa le c e u em 20 de D ’O ssâin , de P iritu b a ;
jan eiro de 1972; com o A d erm ã de Ia n sã , de
seu falecimento, Ifá determinou que a algum agradecimento, e com o seu sor­ Jacarepaguá; Mãe Dalva de Iansã, do
h e rd e ira do A xé se ria Iyá J a cira riso a mesma enfatizou: Gantois (Lar Santa Barbara); Baba-
D ’Osun, atualmente com o Ilê Axé no Eu não poderia deixar neste momen­ a lá á w o “B a b a la ô ” J o s é E d u a rd o
Parque Flora em Miguel Couto - Nova to de agradecer as pessoas que, durante Fonseca Junior; Babaalááwo Jorge
Iguaçu - RJ. esses 33 anos de santo, me passaram Buda (a quem eu agradeço por ter me
inúmeros conhecimentos, tornando-se ajudado a fazer meu enxoval de Exú a
• Meus Agradecimentos - Após o tér­ assim , o verdadeiro Axé recebido, e Oxalá); Paulo da Pavuna; Gina de
mino de sua festa, nossa reportagem essas pessoas fazem parte de m inha Oyá; Mãe Neuza, da nação Jeje Mahi;
pro cu ro u a an fitriã , a fim de saber vida dentro do santo, entre elas estão: P a i M iú do, da n ação J e je M ah i;
como ela se sentia e se desejar fazer Mãe Yinhá de Nilópolis, zeladora de minha Mãezinha Criadeira, lyakunle -
D ireto ra da F ITA C O - F edera çã o
In te r n a c io n a l das T ra d içõ es aos
Cultos dos Òrisàs; meu Pai Pequeno
Babaalááwo “Babalaô” King “Adesi-
n a ”- fu n d a d o r do C entro C u ltu ral
Odudúwà; Ao seu Desuelo,- com seus
80 anos de idade e iniciação em Ifá -
pelo seu carinho, pela sua humildade,
p elo seu am or e sua dedicação; ao
Babalorixá Plínio de Vargem Grande;
a Iyá Neide de Arujâ; aos meus filhos,
clientes e amigos, que compareceram
ao Saara de Odé Ireó.

• Agradecimento especial - Em espe­


cial, quero deixar patenteado os mais
profundos agradecim entos, ao meu
atual zelador Babaalááwo Ifá Bumin
do Ogun States - Abeokuta - Nigéria,
possuidor do mais alto grau de que um
Babaalááwo pode alcançar na Africa,
pois de suas mãos pude receber o meu
Deká e o meu Irukèrè, símbolo do meu
sacerdócio.
HBRI1/1997 OIHEAE í'r A FRÍCANOS 33
PÁGINA DA MULHER /tose D ’Dangbé

Dias não-férteis para


qualquer ciclo menstrual
ns dos tem as m ais discutido • Sinal de Beelings - A margem de 28 23 1° até 4 odesde 16°

U a tu a lm e n te no B ra s il e no
mundo, é o controle da nata­
lid a d e . E m a lg u n s p a ís e s e x is te
m ed id a s d rá s tic a s a fim de que a
segurança sobe para 95% quando a
m ulher passa a observar o sinal de
Beelings, que caracteriza a época da
ovulação. O sina de B eelin gs é um
31
28
31
27
30
22
29
27
1° até 11° desde 19°
1° até 3 odesde 16°
1° até 10° desde 19
1° até 8 o desde 15°
p o p u lação não cresça em dem asia. muco cervical elástico, uma secreção 31 28 1° até 9 o desde 19°
M as o que nos in te re ssa m esm o é viscosa de cor parda ou clara, seme­ 27 26 1° até 7o desde 15°
saber com o nós m ulheres poderem os lhante à clara de oco, e é percebida 31 27 1° até 8 o desde 19°
evitar um a gravides, pois sabemos pela mulher quando ela se enxuga com 27 25 1° até 6 o desde 15°
m uito bem que existem vários m éto­ o papel higiênico. 31 26 1° até 7o desde 19°
dos - tabelinha, anticoncepcional e Esse sinal dura aproxim adam ente 27 24 1° até 5 o desde 15°
a fam osa cam isin ha -, no entanto, de 4 a 5 dias e, quando desaparece, 31 25 1° até 6 o desde 19°
e x is te m in ú m e ra s m u lh e re s que indica que a época da ovulação termi­ 27 23 1° até 4 o desde 15°
ainda não sabem ou não gostam de nou, que a mulher saiu do período fér­ 31 24 1° até 5 o desde 19°
usar esses preservativos. Tem pessoa til. Algumas mulheres, além do sinal 27 22 1° até 3 o desde 15°
que não pode usar pílula de qualquer de Beelings, sentem um a pequenina 31 23 1° até 4° desde 19°
tipo; outra não se adapta com o anti­ cólica quando a ovulação tem início. 26 26 1° até 7o desde 14°
q u ad o d ia fr a g m a , p o is às v ez es O u tras notam que, com o sin al de 31 22 1 ° até 3 o desde 19°
causam cistite. Beelings, aparece tam bém um a estria 26 25 1° até 6 adesde 14°
Há m ulheres que tem o período de sangue. 30 30 1° até 11° desde 18°
menstrual, bastante regular, que é de 26 24 1° até 5 o desde 14°
28 em 28 dias, em às vezes não sabem TABELA DE DIAS ESTÉREIS 30 29 1° até 10° desde 18°
como ter relações sexuais neste perío­ 26 23 1° até 4 o desde 14°
do, e aqui vai uma pequeno método se Considere L o intervalo mais 30 28 1° até 9 o desde 18°
for usado corretamente, caso negativo longo entre as menstruações do ano 26 22 1° até 3 o desde 14°
poderá ter algum risco. passado e C o intervalo mais curto 30 27 1° até 8 o desde 18°
25 25 1° até 6 odesde 13°
• O v u la ç ã o - A é p o c a em q u e a L C dias estéreis 30 26 1° até 7o desde 18°
m ulher pode engravidar - ocorre, em 25 24 1° até 5 o desde 13°
média, 14 dias antes da menstruação 32 32 1° até 13° desde 20° 30 25 1 ° até 6o desde 18°
seguinte. Num ciclo de 28 dias, signi­ 29 27 1"até 8 o desde 1 7o 25 23 1° até 4 o desde 13°
fica que a ovulação ocorrer no meio 32 31 1 °até 12° desde 20 30 24 1° até 5° desde 18°
do ciclo, ou seja, no 14° dia. Por medi­ 29 26 1° até 7o desde 17° 25 22 1° até 3 o desde 13°
da de segurança, devemos acrescentar 32 30 1° até 11° desde 20 30 23 1° até 4 o desde 18°
ou diminuir quatro dias a este número: 29 25 1° até 6 o desde 17° 24 24 1° até 5 o desde 12°
14 + 4 = 18 -14 - 4= 10 32 29 1 ° até 10° desde 20 30 22 1° até 3 o desde 180
Por esse cálculo minhas amigas, o 29 24 1 ° até 5° desde 1 7o 24 23 1° até 4 odesde 12°
período fértil fica entre o 10° dia e 18° 32 28 1° até 9 o desde 20 29 29 1° até 10° desde 17°
dia. E sendo assim , do 1° ao 9° dia, 29 23 1" até 4 odesde 1 7o 24 22 1° até 3 odesde 12°
vocês estarão livres para ter relações 32 27 1° até 8 o desde 20 29 28 1° até 9 odesde 17°
sexuais, assim com o a partir do 18° 29 22 1° até 3 o desde 16° 23 23 1° até 4 odesde 11°
dia do ciclo. 32 26 1° até 7o desde 20
28 28 1 ° até 9 o desde 16 o
• T abelinha ou m étod o de O gino 32 25 1° até 6° desde 20 * Tabela p u b lic a d a o rig in a lm e n te
(japonês) e Knaus (austríaco) é 90% 27 27 1 ° até 8 o desde 16 o na E nciclopédia M édica do Lar, Vol.
segura em mulheres com menstruação 32 24 1° até 5 o desde 20 1 - E ditora M elhoram ento s - e s e ­
regular (sem atrasos ou adiantam en­ 28 26 1° até 7o desde 16° g u n d o a q u a l um a m u lh e r s a d ia
tos) e que obedecem direitinho à tabe­ 32 23 1° até 4 odesde 20 pode ter idéia dos dias m ais seguros
la de dias férteis e não férteis. Um 28 25 1° até 6odesde 16° para m anter relações sexuais e não
descuido ou um a conta errada pode 32 22 1° até 3 odesde 20 engravidar. Os dias in d ica d o s são
significar um a gravides não deseja­ 28 24 1° até 5 odesde 16° co n ta d o s a p a r tir do p rim e iro dia
da. 31 31 1° até 12° desde 19° da m enstruação.
34 o m r n «• AFRÍC A M O S ABRIL/1997

Kelly
Kriztina

'.
No
Caderninho
da Kriz
Sepultamento
não é festa ■ Falecimento - É com tristeza e pesar que comunicamos aos nossos leitores, o
Existe pessoa que gosta mesmo de falecimento do Mejitó Clementino de Bessém, ocorrido no dia 13 de fevereiro
aparecer. Quando foi realizado o sepul­ de 1997. Clementino era filho de Seu Zezinho da Boa Viagem. O seu falecimen­
tamento do Doté Luiz de Jagun, teve to tomou de surpresa todos os seus irmãos, Mejitó Clementino era uma pessoa
uma filha de Iansã, - que não é filha da por demais estim ada dentro da Nação Jeje Mahi e a com panhia fiel do Doté
casa - que compareceu no Ilê de São Nelson de Azansu, pois o mesmo fazia parte no seu programa levado ao ar pela
Bento, parecendo que ia mesmo par­
Radio M aná Solimões às terças-feiras.
ticipar de uma grande festa. Vestiu a
sua baiana mais linda, colocou as suas ■ Quem também nos deixou no dia 16 de dezembro de 1996, foi o Babalorixá
contas e suas altas orelhas. Joel de Ogum. Joel, tinha o seu barracão localizado à Rua Rita Batista, no km 40
C laro não é! Foi o b serv ad a pela da Estrada Rio-São Paulo - Campo Lindo.
m aio ria dos p resen tes, que na boca
pequena com eçaram a criticar o seu
Se você não sabe! O melhor é ficar de boca fechada - Olha! Foi um verda­
traje. Acredito mesmo que essa pessoa,
deiro vexame. Uma determinada senhora da Umbanda deveria ficar calada, ou
deveria saber que o traje usado para
apenas prestar a sua homenagem dentro do seu ritual, - Umbanda - cantando
esse tipo de cerimônia, é o mais sim­
o hino da umbanda e enaltecer a figura do finado Luiz. Agora, cantar - ônixê
ples possível, ou seja, roupa de ração.
aauurê. é demais. Isso não se canta dentro do Kalundu. O pior de tudo, é que
Agora: Quando for realizado o sir-
teve gente virando no santo. Essa é demais, e eu que estava bem afastada
rum, veja se se manca, e vá apenas de
roupa de ração, a fim de não ser criti­ quando vi aquilo não acreditei. Teve gente da antiga que criticou e disse:
cada novamente pelos seus mais velhos. Há! É ela! só podia ser ela! É colori, só pode ser colori.

E les estão rindo de que? - Não sei não! Eu tenho até Será que depois do sepultam ento haveria m otivo para as
m ed o de fa la r, m ais n ão p o sso fic a r c a la d a . E x is te e x p re ss õ e s fo to g rá fic a s ? E p o rq u e ta n ta c e rv e ja d a ?
m om entos que as p essoas têm que se m ancar, porque B eberam na verdade o d efu n to . A gora! Eu gostaria de
senão, outros sem som bra de dúvida algum a irão com en­ saber o porque de tanto riso, pra poder rir tam bém . Por
tar, e esse com entário por certo não será nada de bom. certo estão lem brando do finado; de suas brincadeiras;
Vejam as fotos acim a, elas estão representando o que? das piadas da C hica X oxa ou será porque... ^
ABRIL/1997 m \ m ê AFRICANOS 35
■ Zerim “Axexê” Sirrum pra ninguém p orque fiquei sabendo que vão ser
botar defeito - Quando me contaram eu não sa c rific a d o s 03 b o is, no to c a n te a
acreditei! Mas onde há fumaça existe fogo; bebida, serão nada m ais nada m enos
O povo aumenta mas não inventa! E até de q u e 10 b a r r is d e 5 0 litr o s de
agora ainda estou de queixo caído. Vai ser chope.
uma coisa pra ninguém botar defeito mesmo.
Primeiro o preço R$ 15.000,00; Depois a ■ Retificação - Na matéria publi­
comedeira, 100 Kg de camarão; 30 caixas de cada na Edição 40 - P. 5, onde se lê
bacalhau e por último 50 caixas de cerveja. “Nação Jeje ganha os novos
Agora! Quem é que vai pagar essa conta? Mejitó’s”.
Leia-se: Rômulo D’Bessém o mais
■ Compre o seu Alaká - Você que Mabeji. Rua Edgard Barbosa, 26 - Novo Mejitó- E ssa re tific a ç ã o é
g o s ta d e u s a r Alaká, co m p a n o Anchieta - RJ - Ref. Igreja N.S. de porque, todas as pessoas que são de
Africano legítimo, c h e g o u a sua Nazaré. Bessém, e quando recebem a obriga­
grande oportunidade, pois a Ialorixá ção de 7 anos, na nação Jeje M ahi,
Omindarewá, está vendendo pano ■ A grande festa de Maria Nava­ são consideradas M ejitó. No tocante
para confecção de Alaká, pelo m enor lha - M ais um ano, M ais um m ês, a Sandro D’Odé, o m esm o passa a
preço da praça. L igue hoje m esm o m a is u m d ia . A Maria Navalha ocupar o cargo de Doté.
679-1755 tom ou a liberdade de co n v id ar aos
Olha! Eu juro que vi! Tem cada am ig o s, clien tes e filh o s-d e -sa n to ,
pano de cair o queixo todos aqueles que fazem parte do dia grande festa da
a dia, dentro do ritual espiritualista, Iatemim Lurdes -
■ Bate-Folha “Kupapa Unsaba” para participar da sua festa que será Ocorrida em casa do
em festa - Será realizado no próxim o realizada no Sábado da Aleluia - às Doté Nelson D, Azunsu no
dia 20 de abril, às 22 horas, a gran­ 23 h o ra s , n a R u a D e lf o s n a 14 -
de festa em hom enagem aos 50 anos C u ric ic a - J a c a re p a g u á . Você que dia 22 de março, sairá na
d e v id a r e li g i o s a d e Mamètu ad o ra c h u rra sc o , n ão d ev e p erd er, próxima edição.

INSTITUTO FILOSÓFICO
CULTURAL LIOR
Informa que estão aberto os seguintes CURSOS:
TAROT GITANO
(RAÍZES, ENCANTOS E MAGIA)
CARMEM D’OXUM
PSICOLOGIA ESPIRITUAL
(CHAKRAS, TAi-CHI-CHUAN) - PROFESSOR COSTA
INÍCIO - 12 DE ABRIL DE 1997 Cheguei!
DURAÇÃO - 06 MESES
DIA DA SEMANA - SÁBADO Sou a nénem
HORÁRIO - DAS 15 ÀS 18 HORAS
INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES
do papai
©761-1862 Jair de Ogum
INSTITUTO FILOSÓFICO CULTURAL LIOR m e&foí v in d a a /o a , e aM aejf&ra
ATENDIMENTO COM HORA MARCADA PARA: a cA e^a da de uca fi/h a Q ^a /w te/a j ocow vido w o
TAROT GITANO E JOGO DE BÚZIO
CARMEM D OXUM d ta iO de m avco-, é a noiáo-fw fia /a /y
<¥*>a/xi/cw üvá d e W yam -.
CABALA, PSICOLOGIA ESPIRITUAL,
PRESSOTERAPIA (Alívio da Dor) m a m ã e ^ e ííe ie ij cem víd a oa an u a ca ,
e TAI-CHI-CHUAN (Relaxamento) fia w a ¿vem a u u c veü d ên ela j a fiim de
(Duas aulas semanais)
COM O PROFESSOR COSTA fu ir/ic ffia /y e m , d a ^eáti/iM </ade ewi Acvm & na^em

Ligue para 761-1862 a cA e^ada d a 'M w a Aew devm .


36 ORTSAH ft ArnfCAiNOC ABRIL/1997

AROMATERAPIA

Vamos falar dos perfumes


leister C row ley, 777 diz: “A

A sensual sedução do benjoim é


inconfundível. A rosa sugere
naturalmente os aspectos mais físicos
A TABELA ABAIXO, MOSTRA UM ARRANJO DE FRAGRÂNCIAS

G RUP01
FLORAIS E TIPOS DE PERFUMES, TAIS COMO:
GRUPO 2 GRUPO 3
do sím bolo fem inino e finalm ente o Odores primários Odores primários Florais exóticos simples
sândalo é venusiano, em intuição pelo
aroma, e em sensibilidade pela cor” . 01 - jasmim 06 - violeta 11 - gardênia
Também são da maior utilidade os 02 - néroli 07 - lério-do-vale 12 - jacinto
produtos de perfum aria derivados de 03 - rosa 08 - lilás 13 - mimosa
fontes animais, dos quais os mais usa­
04 - cravo 09 - lavanda 14 - heliotrópio
dos são o âmbar-cinzento, o almís­
car e a algália. 05 - flor de trevo 10 - verbena 15 - ilangue-ilangue
A p rin c ip a l d esv a n ta g em dessas
classificações é que elas não oferecem Experim entando toda com binação h ab ilid a d e em cam po tão cria tiv o .
m uito que possa ser usado pelo ini­ possível desses grupos básicos, você Graças a um conhecimento adquirido
ciante na com posição propriam ente desenvolverá um conhecim ento intu­ a p artir da experiência direta, você
d ita dos p e rfu m e s. M esm o assim , itivo do seu trabalho. Você pode recri­ pode com eçar a criar m isturas novas
ainda são úteis para saber as fontes de ar buquês conhecidos, como jasm im- acrescentando cada vez mais relevo às
onde foram extraídos os materiais. E n éro !iro £ * ou ro s a -ja s m im -c ra v o . suas prim eiras m isturas. E sse é um
m uito im portante - já que a m aioria O u tro s d e riv a d o s c lá s s ic o s d e ssa passo essencial na composição de per­
dos perfum es possui base floral - ter paleta de óleos essen ciais incluem fumes.
uma paleta organizada com um míni­ lírio-do-vale/jasm im /cravo, cravo/jas­ Existem várias outras matérias-pri­
m o de tip o s flo ra is. A p a rtir deles m im /v io le ta , ila n g u e -ila n g u e /c ra - mas naturais, que seriam demais expor
serão criados com ponente equilibra­ vo/jasmim e gardênia/lavanda/cravo. n e s te v o lu m e . M as se v o c ê q u e r
dos que servirão de base para outros. Os odores do mesmo grupo mistu- m esm o fazer seu perfum e ou então
Maurer também coloca à disposição ram-se muito bem, mas talvez as mis­ deseja m ais algum a explicação, é só
do perfumista iniciante uma tabela que turas que combinam grupos diferentes procurá-la em Perfum es and T heir
pode ser usada como o equivalente à sejam m ais in tere ssa n tes Q u alq u er P rod u ction , de E dw ard S. M au rer
paleta do pintor, m ostrando com o uma dessas combinações básicas pode (1958) e Natural Perfume Materials,
combinar fragrâncias florais para pro­ ser m elhorada ou acentuada com flo­ tra d u z id o do fra n c ê s p o r E d w ard
d u zir p erfu m es co n fo rm e a tab ela rais mais complexos ou outros botâni­ Sagarin em 1949.
abaixo. O importante de tudo é que, o cos. Um fato também muito importante
acompanhamento dessa tabela ajudará Formar esses buquês é, para o per­ é que, no uso m ágico dos perfum es,
a entender a natureza e força do odor fum ista, equivalente a trabalhar em d e v e m o s tra b a lh a r com os ó le o s
dessas substâncias arom áticas natu­ e s c a la s p a ra o m ú sic o : um p a ss o essen ciais em sua form a pura, sem
rais. necessário para desenvolver a própria c o r tá -lo s com á lc o o l. P o is d e s s a
form a, seu arom a, assim , é liberado
pelo suave calor do corpo, e não pela
Agora em Bonsucesso tem e v ap o ração do álcool. A lém d isso,
eles exercem um a sutil influência no
B A Z A R 6 IG A N A DO URADA indivíduo, pois parte deles é de fato
absorvida para dentro do organismo.
vrrcão d e Usar produtos naturais no lugar de sin­
téticos pode ser esteticam ente m ais
Especializada em artigos de agradável.
Umbanda, Candomblé e Esotéricos. B em , a té o p r ó x im o n ú m e r o ,
Paramentos - Guias - Quartinhas q u an d o v o ltarem os a fala r... D os
Ibás - Livros - Imagens perfumes.
Presentes e Bebidas (Fonte de consulta. A utilização ritual e m ági­
Fitas e Discos de ca dos perfumes, publicado pela Nova Era - 1993).
Umbanda e Candomblé
No próximo número iremos falar
Rua Uranos, n9 461 - Loja B - Bonsucesso - RJ dos “Perfumes Planetários” ■
ABRIL/1997 o r iía s m ic p .m s . 37

Doté Nelson D'Azunsu, dá obrigação


de 3 anos em Vânia de Freqüem
omo havíamos noticiado,

C foi realizado no Rumpame


Runtologi Nacunda, do Do-
té Nelson D ’Azunsu, no dia
fevereiro, a grande festa em home­
26 de

nagem a obrigação de sua filha -


futura “M ejitó” - Vânia de Fre­
qüem (Dâni).
Festa em casa do Doté Nelson,
nos reserva sempre uma surpresa, e
essa não poderia deixar de aconte­
cer, pois, embora tenha sido em dia
de domingo, e praticamente antes
dos festejos de momo, pode-se
observar que o barracão tornou-se
mais uma vez pequeno para abrigar
os inúmeros irmãos, parentes de
santo e convivas, que foram dar o
seu testemunho e cumprimentar o
zelador e sua filha.
Vânia é aquela jovem filha que,
embora não aparenta, é por demais
dedicada dentro e fora do santo, foi
para casa do Doté Nelson, sem sa­
ber na verdade o que era fazer santo
dentro da nação; Dia após dia, foi se
entrosando, aprendendo e vencendo
os principais meandros e obstáculos
que apareceram em seu caminho.
Por esse motivo, é tida pelo seu
zelador, como um bom exemplo, e
num futuro bem próximo, será uma
representante ilustre da nação Jeje
Mahi; Aliados aos seus atributos,
como também, pela personalidade
impar que possui, Vânia passou a
ser digna de todo respeito, pois tem Foi trazida pêlos Jeje para a Bahia No M aranhão é D am bira -
sobre o seus ombros uma grande e Maranhão. Adotada pêlos nagô, Vodun, chefe da fa m ília dos
incumbência, tendo em vista que, o passou a ser, ainda na A frica, Voduns da terra, cultuado em S.
seu Vodun, tem a grande responsa­ Oxumarê, “a serpente do arco- L uiz do M aranhão, na Casa
bilidade de ser, a rainha da nação, já íris”, Seu culto fo i bastante difun­ Grande das M inas e em outros
que ela é de Freqüem - “Dâni”- dido na Bahia, onde deixou vestí­ candomblés Jeje de outros lugares.
Parte feminina de Dã, a serpente gios nos ferros de Oxumarê, em E a mesma Dã - D angbé sendo
fêmea do arco-íris, em candomblé form a de serpente, pinturas em apenas tobossi de uma noviche.
Jeje. Corresponde à Bessém de parede etc. Em alguns xangôs do Em candomblé Jeje-nagô do Rio,
Oxumarê. Dã ou Dangbé - Ser­ nordeste eram conservadas cobras Dã “m o ra ” ju n to à árvore da
pente sagrada, do Daomei (atual (jib ó ia s) vivas. Atualm ente, em fruta-pão, ao p é da qual ficam seus
Benin), princípio da mobilidade e culto afro-indígenas, até no Rio há assentamentos”, em uma cabana
da eternidade, representada engo­ terreiros cuja Mãe-de-santo dança (fonte de pesquisa Dicionário de
lindo a própria causa, formando com cocar e uma jibóia viva no Cultos Afro-Brasileiros “Olga G.
um círculo sem princípio nem fim. pescoço. Cacciatore”. ^
38 OlíISâS !■■■ AFEÍCAN-OS ABRIL/1997

Dos grandes momentos da festa


urante o transcurso da festa,

D houve m om entos de rara


beleza, e como sempre* po­
demos mais uma vez assistir a che­
gada de vários Voduns, anteceden­
do o que seria o grande momento.
E isso ocorreu, as saída programa­
das mostrou mais uma vez o bom
gosto que essa jovem filha-de-
santo tem em querer homenagear
aquela que tudo é para si. E quando
chegou o momento principal, em
que Freqüem adentrou ao barra­
cão, vários filhos - novos e velhos -
foram tomados pelos seus Voduns,
m ostrando desta m aneira, que a
Nação Jeje recebia mais uma vez,
com todo respeito e honras mereci­
das, a sua rainha e o seu rei, pois
o Mejitó Rômulo também foi to­
mado por seu pai Bessém.
A mesma usava uma indumentá­
ria lindíssima, uma fazenda impor­
tada, numa tonalidade clara com
som breado azul; ostentando os
seus barajás de búzios - onde é
mostrada a sua origem daomea-
na - no seu pano de cabeça, Vânia
teve o cuidado de fazer um lindís­
simo arranjo todo enfeitado com
búzios e guizos, que term inava
com uma longa ponta.
Em cada cantiga que era entoa­
da, Freqüem mostrava toda a sua
galhardia, que terminou com o seu
ato principal, quando ela ajoelha-se
e faz a ação de dar um bote. Foi
um espetáculo digno de ser visto e
ser guardado para sempre em nos­
sas memória, pois o mesmo foi e
será eternamente comentado pêlos
convidados que tiveram a honra de
apreciá-lo.
Mais uma vez, queremos para­
benizar - Doté Nelson de Azunsu -
este batalhador, que a cada dia que
passa, mostra aos olhos do mundo, Terminada a festa religiosa, foi oferecido aos inúm eros convi­
o porque que é tão procurado e res­ dados, um leve jantar, onde o cardápio foi bem variado, não fal­
peitado dentro e fora do candomblé tando a tradicional bebida gelada; vinho e refrigerante. Os convi­
no Estado do Rio de Janeiro, sendo dados depois de alguns m om entos iniciaram as suas despedidas, e
por m uitos apon tado com o o tem os certeza que, aguardaram ansiosam ente a nova obrigação,
defensor fervoroso e divulgador da quando poderem os assistir a entrega do Deká, pois quem já fe z a
Nação Jeje Mahi. ■ de 3 anos, certamente irá fazer a de 7. Porque não!!!
ABRIL/1997 0 l;[£A£ & AFEÍCAWOC 39

Ebâmi Loiá Lelê do 4 0 ',


recebe obrigação de 21 anos
dia 21 de dezembro jamais

O será esquecido por essa


modesta e simples zeladora
de Orixá, como também, dos
participaram de sua grande festa. O
que

seu barracão pode abrigar inúmeros


amigos que foram lhe prestar as
devidas homenagens em comemora­
ção a sua obrigação de 21 anos de
santo.
Tendo atualmente como seu zela­
dor o B abalorixá Benedicto de
Oxalá, Ebâmi Loiá pode concretizar
o seu grande sonho, que foi receber
das mãos deste modesto e competen­
te zelador, a sua obrigação de maiori­
dade. Foi uma festa linda, onde mais
uma vez este humilde repórter pode
apreciar o toque de candomblé tradi­
cional, ou seja, candomblé da antiga,
pois lá estava a Iyalode mais antiga
do Rio de Janeiro, Mãe Chica de
Oxalá, que se fez acompanhar de
Cláudio de Ogum.
Ebâme Loiá relutou muito para
tomar essa decisão, que foi receber a
obrigação de 21 anos com o
Babalorixá Benedicto de Oxalá, mas
tendo em vista que o seu antigo zela­
dor estava doente e sendo o atual
uma pessoa das mais conceituadas
dentro do Rio de Janeiro, Oyá achou
por bem que a sua filha desse a cabe­
ça a ele.
Foi uma festa que podemos dizer
sim ples, mais com muito gosto,
embora estivéssemos tendo estáva­
mos às vésperas do natal e muitas
pessoas não puderam se fazer pre­
sente - por estarem viajando -, por
essa razão, o barracão da Ebâmi não
ficou superlotado, mais a assistência
foi boa, mais no final de tudo, o que
vale mesmo e a obrigação e a presen­
ça dos amigos fieis.
Entre esses amigos estavam José Oxun, Osvaldina da Oxun, Morena Iansã, Adélia de Xangô, Maria
Carlos de Omolii, Tata de Iansã, de Oxumarê, Juçara de Ogun, Ana Helena de Xangô, Fabiana de
Marcos da Oxum, Ekédi Mérida da de Iansã, Ilka da Oxun, Marione de Logun, Míriam de Xangô, Lijiane
Oxum, Venilton da Oxum, Dalmir Iansã, Antônio Carlos de Xangô, de Oxalá, Roselaine, Jader de
de Ossâin, Jairo de Oxóssi, José Márcia da Oxun, Ekédi Fabiana da Oxóssi, Edilon de Omolu, Coutinho
Raimundo de Oxóssi, Edyr de Oxun, Elaine de Obaluaiê, Eliza de de Xangô e Jaciara de Ogun, de
Oxalá, Alice da Oxun, Cleide da Iansã, Eli de Yemanja, Cecília de Salvador-BA.
40 m m fe / ¡ « c a n o s ABRIL/1997

A chegada de Oyá na Roda de Xangô


e n tr o d o r i t u a l

D C a n d o m b le c ista ,
te m q u e h a v e r
um a seqüência, m orm en­
te quando um a filha-de-
o rix á e s ta re c e b e n d o a
su a o b rig a ç ã o de 7, 14
ou 21 an o s. D e a c o rd o
com a sua nação, é feito
um ato a fim de que seu
orixá tom e a sua cabeça,
e n a n a ç ã o Ketu is s o
o co rre q u an d o é feito a
t r a d i c i o n a l Roda de
Xangô. E fo i d u ra n te a
re fe rid a ro d a que Iansã
tom ou a cabeça de nossa
q uerida Ebâmi e com a
sua chegada, outros o ri­
xás tam b ém to m a ra m a
cabeça de seus filhos.
D epois de alguns in s­
ta n te s , a d o n a d a fe s ta
re tiro u -s e do salão d e i­
xando os dem ais orixás a
fim de q u e os m e sm o s
p u d essem ser re v e re n ­
ciados. F oi algo bonito,
pois para cada um foram
puxadas várias cantigas, e com isso os am igos presentes. n a d a a fe s ta sa g ra d a , p ro c u ra m o s
a festa ganhou um novo clim a. T ã o lo g o te r m in o u o p e q u e n o Ebâme Loiá a fim de cum prim entá-
Q uan d o atin g íam o s 02 h o ras da i n t e r v a lo , o s O g ã s i n i c i a r a m o la p e la m a g n ific a festa, e tam b ém
m ad ru g ad a, a d o n a da fe stiv id ad e, to q u e , e m ais u m a v ez tiv e m o s o para ouvir algum as palavras suas. E
ad en tro u ao salão, com um a o u tra p razer de ver Iansã adentrar ao salão q uando lhe p erg u n tam o s com o ela
in d u m e n tá ria e p asso u a d istrib u ir tra z id a p o r B e n e d ic to de O x a lá e se sentia, a m esm a naquele seu tom
os seu s tra d ic io n a is acarajés. F oi M ãe C h ic a q u e v in h a à fre n te de risonho enfatizou:
m ais um m o m en to de b eleza, p o r­ todos. O público presente foi tom a­ - Olha nego! Eu estou realmente
que desde o m ais antigo até ao m ais do de em o ção e lan ça ram so b re o muito feliz! Digo feliz porque, não
novo, todos se curvaram para rece­ orixá as tradicionais pétalas de rosa é sempre que uma filha de santo
b e r a c o m id a p r e d ile ta do o rix á , e o v a c io n a v a a s u a s a u d a ç ã o pode ter a companhia de seu zela­
m o stra n d o co m isso , a h u m ild a d e E pahei!!! O yá!!! - Iyá mésàn dor e de uma mais velha, como é o
ex iste n te en tre os p a rtic ip a n te s da òrunü! Epahei!!! caso de Mãe Chica. Todos sabem
festa. D epois que re ceb e u o seu tra d i­ muito bem que a minha casa é
c io n a l e m e re c id o rum, ch e g o u o m odesta, é hum ilde e eu mais
• Oyá retorna e toma rum - m om ento da dona da festa iniciar a ainda, e acredito que todos que vie­
D epois que term inou a distribuição sua despedida, e cum prim entando a ram ver minha mãe Iansã, devem
d o s a c a ra jé s , Ia n s ã re c o lh e u -s e a m ais velha e ao seu novo zelador, estar satisfeitos. Recebi a minha
fim de tro c a r a su a in d u m e n tá ria . ela foi abraçando os convidados de obrigação e agora o que mais
E nquanto isso, era servido aos p arti­ um a um até chegar a vez dos Ogãs. posso dizer? Somente uma coisa: -
cipantes aqueles salgadinhos acom ­ E num clim a m arav ilh o so , ela te r­ O brigado Oyá! Obrigado Pai
p a n h a d o de re frig e r a n te e alg u n s m inou a sua d esp e d id a e aden tro u Benedicto de Oxalá e muito obriga­
d o s p a r tic ip a n te s a p r o v e ita ra m a ao rondeme a fim de desvirar. do mesmo Mãe Chica de Oxalá por
o p o rtu n id a d e p a ra fu m a r o seu ter participado de tudo. E aos meus
cigarrinho e b ater aquele papo com • Meus agradecimentos - T erm i­ amigos muito obrigado também. ■
r

Umbanda Religião Jeje uma Tradição


Ouça todas às Terças-feiras, das 22 às 24 horas, o programa mais antigo levado
ao ar pela Rádio Mauá Solimões, Umbanda Religião Jeje uma Tradição
Apresentação do Doté Nelson D’Azunsu. Ligue e participe!!!

RUMPAME RUNTOLOGI NACUNDÁ


NAÇÃO JEJE MARRYM
DOTÉ NELSON D AZANSU
Rua Valéria Cristina, Quadra 32 - Lote 16 Jardim Ideal II
Parque São José Belford Roxo - (Nova Iguaçu) - CEP 26196-140 - Celular 986-1537
Consulta com Jogo de Búzios e Cartas, de segunda a sábado a partir das 9h da manhã.

R A D IO M ARRYM
FM 93,7 - S T E R E O
Você que mora na Zona Oeste, agora
tem um motivo a mais para ouvir as
boas músicas', sintonize diariamente
das 06 às 00 hs, a sua
Radio Marrim FM - 93,7 - Stereo.
Com a maior programação do
Culto e da Cultura Afro-Brasileira
Comando: Doté Nelson de Azansu e
Mejitó Rômulo de Bessém.
Av. Marechal Fontenelle, 544
Salas 303/304 - Realengo/Mallet
S331-5749

Marrym Vídeo Locadora


Venha à nossa loja, e tenha certeza de encontrar as melhores
FITAS de filmes nacionais e internacionais, além de uma farta coleção de fitas de
CANDOM BLÉ E UM BANDA.
Rua Antônio João Mendonça, 1476 - Loja - Nilópolis - RJ
Palias na vanguarda da cultura Negro Brasileira,
apresenta seus últimos lançamentos

A
1IA
1R(R
0UV
EIR
A Abraçando um universo de4 376 cantigas UÍÂiS T' 0GUN
de Nação Keto, contendo o texto em Yorubá,
sua tradução fonética (pronúncia) e para o ELEGUN
In ic ia ç ã o C andomblé
português, este é o mais completo trabalho no

já publicado sobre o tema.

Mais uma vez TÓgun nos presenteia com sua


sabedoria g experiência em um livro que,
segundo suas próprias palavras, é dedicado
a todas as pessoas desejosas de aprender
os rituais da religião dos Òrisà.

JALLAS
Editora e Distribuidora Ltda

O C G GNCONTRA AS OBRAS DA PALLAS, MAS LIVIRARIAS


GSPGCIAUZADAS, C A M DG ARTIGOS DG SANTO, BOXGS
DAS G STAÇÕGS RODOVIIÁRIAS G BANCAS DG RGVJISTAS.
ATGNDINGNTO PGLO RG G M BO LSO POSTAL (ANOTAR O S
UVIROS DGSGJADOS). SOLICITG NO SSO CATÁLOGO.
Rua Frederito de Albuquerque, 44 - Higienópotis
Rio de Janeiro - RJ - CEP 21050-840
S (021) - 270-0186 - Fax: 590-6996

Você também pode gostar