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ADMINISTRAÇÃO

PHILIPE PINTO MOREIRA


RAFAEL BRIDI
WALLACE SILVA CANDIDO

OGX
ANÁLISE DOS BALANÇOS

JUIZ DE FORA
2014
Grupo EBX

É uma holding brasileira de propriedade de Eike Batista, sediada na cidade do


Rio de Janeiro. O Grupo EBX é um dos principais conglomerados empresariais do
Brasil, tendo entre os seus concorrentes diretos a Vale S.A., a Petrobras, a
Organização Odebrecht, o Grupo Camargo Corrêa, o Grupo Andrade Gutierrez e o
Grupo Votorantim.

O Grupo EBX é formado por seis companhias listadas no Novo Mercado da


BOVESPA, segmento com os mais elevados padrões de governança corporativa:
OGX (petróleo), MPX (energia), LLX (logística), MMX (mineração), OSX (indústria
naval) e CCX (mineração de carvão).

A EBX (iniciais de Eike Batista e um X que faz menção a multiplicação) é


baseada em uma estrutura que, segundo Eike Batista, forma uma espécie de
ecossistema no qual as empresas do grupo dependem dos serviços umas das outras,
dando início à uma espécie de ciclo. Esse tipo de empreendimento, apesar de
promissor, é altamente arriscado, uma vez que problemas financeiros ou operacionais
de uma empresa pode botar em risco todas as empresas do grupo.

Este trabalho visa fazer uma análise dos indicadores da principal empresa do
grupo, a OGX (Óleo e Gás Participações S.A), firma que culminou a queda de um dos
maiores e mais importantes grupos do cenário mundial. Processo que levou à queda
da fortuna de seu presidente Eike Batista de algo próximo de U$30bi para próximo de
U$900mi em questão de semanas.
A OGX

Segundo dados fornecidos pela página Wikipédia, “Oleo e Gás Participações


S.A. (BM&FBovespa: OGXP3) é uma empresa do grupo EBX que atua nas áreas de
exploração e produção de petróleo e gás natural.

A OGX estreou no leilão da ANP na 9ª Rodada de Licitações como operadora


B, classe de empresas que só pode atuar em terra e águas rasas, arrematando 21
blocos nas Bacias de Campos e Santos e pagando um bônus total de US$ 1,471
bilhão.

A empresa estreou na Bovespa no dia 13 de junho de 2008 e permanece pré-


operacional em 2013, ou seja, sua produção de petróleo ainda não gera lucro.”

Vale lembrar que atualmente a empresa encontra-se em processo de


recuperação judicial, que é um instrumento criado em 2005 para tentar evitar a falência
de empresas com problemas financeiros graves. Nesse processo as negociações em
bolsa das ações da empresa são suspensas e ela fica protegida por mais 6 meses do
pedido de falência e cobrança dos credores. Portanto, alguns dados da firma estão
zerados nas demonstrações de resultado e balanço patrimonial.
Entendo a situação problemática da OGX e da EBX

Seguindo as palavras do portal de economia do UOL, em Julho de 2013, a


empresa informou ao mercado que alguns campos que ela pretendia explorar na
Bacia de Campos e que haviam sido exaltados anteriormente como sendo altamente
promissores, não eram viáveis comercialmente. Além de ter de revisar suas previsões
produção de outro de seus campos, o Tubarão Azul. Tais revisões lançaram todo o
grupo EBX em uma grave crise de credibilidade, o que secou o crédito para a OGX,
derrubando o valor de suas ações.

Sem recursos, a OGX teve de desistir de adquirir nove dos 13 blocos que
arrematou na última licitação de áreas de petróleo, uma vez que teria de pagar bônus
por seus direitos exploratórios.

Além de ser a maior e mais importante empresa do grupo, a OGX seria a


principal cliente da também pertencente ao grupo OSX, que produz e desenvolve
produtos navais, tais quais os navios e plataformas de extração de petróleo para a
OGX. A OSX faria grande uso, construindo em estaleiro no intitulado superporto do
Açu, que seria o maior investimento portuário de toda a américa, concebido pelo braço
de logística do grupo, a LLX. Por sua vez, O Superporto do Açu foi idealizado segundo
o conceito de porto-indústria, desenvolvendo diversos empreendimentos em paralelo
ao porto propriamente dito, firmando-se como um eficiente elo do comércio
internacional. Os empreendimentos incluem diversas outras empresas do grupo EBX,
destacando-se um estaleiro da OSX, duas usinas termelétricas da MPX, base
operacional da OGX. Logo, não é difícil perceber que com a OGX, principal parte do
ciclo das empresas em crise, todas as outras empresas do grupo sofreram de forma
parecida.
O setor de petróleo e gás no Brasil.

Nos últimos anos, a indústria de petróleo e gás cresceu de maneira


considerável no Brasil. A produção nacional de petróleo saiu do patamar de um milhão
de barris/dia para dois milhões de barris/dia em pouco mais de uma década. Esse
resultado, no entanto, não produziu esgotamento das reservas provadas do país. Ao
contrário: como a razão reserva/produção se manteve praticamente inalterada, isso
significa que o esforço exploratório tem sido extremamente bem-sucedido. Maior
exemplo disso são as recentes descobertas de grandes reservas no pré-sal.

Esse crescimento do setor engendrou também importantes mudanças na


estrutura industrial brasileira. Afinal, o setor praticamente triplicou sua participação no
valor da transformação industrial, além de reduzir substancialmente a dependência
externa de petróleo, historicamente alta.

Se contrapondo a tudo isso, a OGX não seguiu as médias do setor graças a


erros cometidos pelo então presidente do grupo, Eike Batista. Em primeiro lugar, o
mercado de petróleo, bem como o seu valor são estimulados basicamente por lucros
e produção, baseando-se na confiança da empresa, que nesse ramo costumam ser
bastante sólidas. A estratégia da OGX era completamente avessa a tudo isso, o alto
valor de suas ações era impulsionado pelas notícias infladas divulgadas pela
companhia, o que enriquecia os executivos. “Ao contrário do que acontece em
empresas como a cervejaria Ambev, o pagamento do bônus não era atrelado a
indicadores que garantissem a saúde de longo prazo das empresas, mas meramente
à cotação das próprias ações na bolsa. Criou-se um paradoxo. Os projetos do grupo
EBX eram de longo prazo, mas todos os incentivos financeiros eram ligados ao curto
prazo.” Segundo o site da revista Exame. Isso acabou tornando seus funcionários
muito ricos, uma vez que tudo era baseado no otimismo. Uma estratégia de tudo ou
nada. Log via-se ações vendidas a preços extremamente altas, mas apenas se
baseando em projeções, ou seja, todos ficando absolutamente ricos sem que sequer
uma gota de petróleo tivesse sido extraída.
Relatórios financeiros – OGX

Balanço patrimonial ativo

Conta Descrição 31/12/2013 31/12/2012 31/12/2011


1 Ativo Total 4.989.347 15.416.058 11.859.554
1.01 Ativo Circulante 293.486 3.042.327 4.974.294
1.01.01 Caixa e Equivalentes de Caixa 4.210 2.856.466 4.840.194
1.01.03 Contas a Receber 175.912 0 0
1.01.03.01 Clientes 175.912 0 0
1.01.04 Estoques 17.993 119.662 0
1.01.04.01 Estoque de produtos acabados 17.993 119.662 0
1.01.06 Tributos a Recuperar 0 0 54.724
1.01.08 Outros Ativos Circulantes 95.371 66.199 79.376
1.01.08.03 Outros 95.371 66.199 79.376

1.01.08.03.01 Outros créditos e despesas antecipadas 46.891 51.236 17.984

1.01.08.03.02 Depósitos vinculados 32.262 14.963 1.843

1.01.08.03.04 Instrumentos financeiros derivativos 1.830 0 8.879

1.01.08.03.05 Titulos e valores mobiliários 0 0 50.670


Empréstimos e financiamentos com partes
1.01.08.03.06 relacionadas 14.388 0 0
1.02 Ativo Não Circulante 4.695.861 12.373.731 6.885.260
1.02.01 Ativo Realizável a Longo Prazo 961.709 1.354.124 3.176.220
1.02.01.04 Estoques 270.390 195.310 348.009
1.02.01.06 Tributos Diferidos 537.163 674.348 138.378
Imposto de Renda e Contribuição Social
1.02.01.06.01 Diferidos 537.163 674.348 138.378
1.02.01.07 Despesas Antecipadas 11.234 0 0

1.02.01.07.01 Outros Créditos e despesas antecipadas 11.234 0 0


1.02.01.08 Créditos com Partes Relacionadas 0 314.963 2.436.671
1.02.01.09 Outros Ativos Não Circulantes 142.922 169.503 253.162
Empréstimos e financiamentos com partes
1.02.01.09.04 relacionadas 2.354 0 0
1.02.02 Investimentos 7 0 0
1.02.03 Imobilizado 2.985.761 8.971.504 2.786.425
1.02.04 Intangível 748.384 2.048.103 922.615
Balanço patrimonial passivo

Conta Descrição 31/12/2013 31/12/2012 31/12/2011


2 Passivo Total 4.989.347 15.416.058 11.859.554
2.01 Passivo Circulante 14.371.132 1.014.179 608.166
2.01.01 Obrigações Sociais e Trabalhistas 15.279 58.632 54.413
2.01.02 Fornecedores 1.267.072 721.345 343.173
2.01.03 Obrigações Fiscais 19.446 17.169 8.862
2.01.04 Empréstimos e Financiamentos 9.127.969 98.146 40.307
2.01.05 Outras Obrigações 3.767.576 118.887 161.411
2.01.05.02 Outros 3.767.576 118.887 161.411

2.01.05.02.04 Contas a pagar para partes relacionadas 3.650.029 102.234 96.619

2.01.05.02.05 Outras contas a pagar 117.547 16.653 64.792


2.01.06 Provisões 173.790 0 0
2.02 Passivo Não Circulante 344.974 7.351.301 4.742.022
2.02.01 Empréstimos e Financiamentos 0 7.190.968 4.742.022
2.02.04 Provisões 344.974 160.333 0
2.03 Patrimônio Líquido Consolidado -9.726.759 7.050.578 6.509.366
2.03.01 Capital Social Realizado 8.476.908 8.350.186 6.873.494
2.03.02 Reservas de Capital 95.701 178.793 274.109
Adiantamento para Futuro Aumento de
2.03.02.06 Capital 16.481 0 0
2.03.02.07 Reservas de capital 79.220 178.793 274.109
2.03.05 Lucros/Prejuízos Acumulados -18.350.865 -1.477.606 -637.799
2.03.07 Ajustes Acumulados de Conversão -403 -795 -438
Participação dos Acionistas Não
2.03.09 Controladores 51.900 0 0
Demonstração de resultado

Conta Descrição 31/12/2013 31/12/2012 31/12/2011


3.01 Receita de Venda de Bens e/ou Serviços 835.583 296.936 0
3.02 Custo dos Bens e/ou Serviços Vendidos -548.718 -254.833 0
3.03 Resultado Bruto 286.865 42.103 0
3.04 Despesas/Receitas Operacionais -15.493.306 -910.512 -430.394
3.04.01 Despesas com Vendas
3.04.02 Despesas Gerais e Administrativas -84.394 -145.453 -153.258
3.04.03 Perdas pela Não Recuperabilidade de Ativos
3.04.04 Outras Receitas Operacionais
3.04.05 Outras Despesas Operacionais -15.408.912 -765.059 -277.136

3.04.05.01 Despesas com exploração -1.917.447 -765.059 -277.136

3.04.05.02 Outras Despesas Operacionais -4.853.427 0 0

3.04.05.03 Perda por redução ao valor recuperável -8.638.038 0 0


3.04.06 Resultado de Equivalência Patrimonial
Resultado Antes do Resultado Financeiro e
3.05 dos Tributos -15.206.441 -868.409 -430.394
3.06 Resultado Financeiro -1.400.168 -515.165 -107.915
3.06.01 Receitas Financeiras 803.388 1.359.581 1.500.956
3.06.02 Despesas Financeiras -2.203.556 -1.874.746 -1.608.871
3.07 Resultado Antes dos Tributos sobre o Lucro -16.606.609 -1.383.574 -538.309
Imposto de Renda e Contribuição Social
3.08 sobre o Lucro -262.438 445.862 160.243
3.08.01 Corrente
3.08.02 Diferido
Resultado Líquido das Operações
3.09 Continuadas -16.869.047 -937.712 -378.066
Resultado Líquido de Operações
3.10 Descontinuadas
3.11 Lucro/Prejuízo Consolidado do Período -16.869.047 -937.712 -378.066
3.11.01 Atribuído a Sócios da Empresa Controladora -16.873.259 -937.712 -378.066
3.11.02 Atribuído a Sócios Não Controladores 4.212 0 0

3.99.01.01 ON -2,01202 -0,1123 0


Análises vertical e horizontal
Ativo
Análise do ativo
Como já mencionado anteriormente, a OGX vem em um processo de crise.
Tal fato pode ser verificado pela análise de seu ativo.

Analisando o balanço ativo, percebe-se que houve uma queda muito grande
da participação do ativo circulante no ativo total da empresa, caindo de 41,94% em
2011 para 5,88% em 2013. O ativo circulante teve uma queda de quase 58% entre
2011 e 2013.

Vale notar também que o ativo não circulante da empresa teve um aumento
de 79,7% de 2011 para 2012, seguido de uma queda abrupta no ano seguinte, com
queda de aproximadamente 42% em relação a 2011. Sendo que o mesmo aconteceu
ao seu imobilizado, que em 2011 representava 23,5% de seu ativo, subindo para
58,2% em 2012 e 59,84% em 2013. Porém em valores absolutos, observa-se algo um
pouco diferente, com um aumento de expressivos 221,9% em 2012, porém voltando
para um aumento de discretos 7% em 2013.
Passivo
Análise do passivo
Analisando o passivo da empresa, percebe-se uma queda no seu passivo
total, algo acompanha tal queda no ativo.

Seu passivo circulante, que em 2011 representava apenas 5,13% de seu


passivo total, teve um ligeiro aumento em 2012, subindo para 6,58%. Os fornecedores
que em 2011 representavam 2,89% do passivo total passaram a representar em 2013
24,4%. Em dados exatos, um aumento de 269% em relação a 2011. Dados coerentes
para uma empresa endividada e em crise financeira clara.

Outra confirmação do complicada situação da empresa é seu valor em


financiamentos, que subiu de 40.137mi para 9.127.969mi em 2013. Valor explicado
pela busca de capital para financiar seus investimentos.

Nota-se também que o patrimônio líquido da empresa encontra-se negativo


em 2013. Uma queda negativa de aproximadamente 95%. Isso se dá devido ao fato
de o valor das obrigações para com terceiros é superior ao dos ativos.
Demonstração de resultado
Análise DRE
De acordo a DRE, apesar das dificuldades, houve um aumento de 35,5% na
receita de vendas de 2012 para 2013. Além de uma diminuição do custo dos bens
e/ou serviços no mesmo período, caindo de 85,8% para 65,7% do valor total da
receita.

Os valores de despesas operacionais também saltaram de 430mi para


15.493.306mi de 2011 para 2013. Representando algo na casa de absurdos 3599%
de aumento. Que em 2013 representa 1854,19% da receita total. Ou seja, há um valor
infinitamente maior de despesas do que de receita.

As receitas financeiras também sofreram queda, com queda de


aproximadamente 47% no período de 2013 em relação ao ano de 2011.

Desde de 2011 nota-se que há prejuízo consolidado no período, com aumento


de tal de prejuízo de cerca de espantosos 4462%. Algo que indica uma empresa
operando no limite extremo de prejuízo, que além de não dar o mínimo lucro aos seus
sócios, de forma alguma atrai novos, devido à pouca confiança que se cria na
capacidade de a empresa gerar dividendos.
Análise de liquidez

Análise de liquidez 2013 2012 2011


Índice de Liquidez Corrente 0,020 3,000 8,179
Índice de Liquidez Seca 0,019 2,882 8,179
Índice de Liquidez Imediata 0,000 2,817 7,959
Índice de Liquidez Geral 0,085 0,303 0,567

Os índices de liquidez avaliam a capacidade de pagamento da empresa frente


a suas obrigações.

 Índice de liquidez corrente: Compara os ativos de curto prazo com


as dívidas (passivo) de curto prazo de uma empresa. A liquidez
corrente mostra se no curto prazo, geralmente um ano, os ativos são
suficientes para cobrir as obrigações de curto prazo. O ideal é ter um
índice de liquidez maior que 1. O que acontece nos anos de 2011 e
2012. Em 2011 tem-se índice de 8,18. Isso significa que para cada R$
1 de dívidas a curto prazo, a empresa possui R$8,18 de ativo circulante
para quitar tais dívidas. Situação extremamente confortável, já que é
possível sanar todas as dívidas de curto prazo e ainda restar uma boa
quantia do ativo circulante. Já em 2012 o índice cai para 3. Situação
não tão boa em relação ao ano anterior, mas ainda confortável, já que
há ativos circulantes o suficiente para quitar as divididas de curto prazo.
Porém, a situação reverte em 2013, ano do início da crise da empresa,
quando o índice cai 0,02. Ou seja, ela conseguiria pagar suas dívidas,
uma vez que para cada real em dívidas a curto prazo, há apenas
R$0,02 para sanar dividas a curto prazo.
 Índice de liquidez seca: Apresenta uma situação mais adequada para
a situação de liquidez, uma vez que dele são eliminados os estoques,
que são considerados como fontes de incertezas.Com a retirada dos
estoques, a liquidez da empresa passa a não depender dos elementos
não monetários, suprindo assim a necessidade do esforço de “venda”
para quitação das obrigações de curto prazo. Como a empresa em
questão está inserida no ramo da indústria pesada, não há uma
quantidade representativa de estoque, portanto, não há grande
alteração em relação ao Índice de liquidez corrente, como pode ser
visto com os índices de 2011 que sequer sofreram alteração, se
mantendo em confortáveis 8,18. Em 2012 ouve uma pequena
alteração, caindo para 2,89, o que significa que há R$2,89 em ativos
circulantes para cada real de dívidas de curto prazo. Já em 2011
seguiu-se com queda para 0,019, ou seja, a empresa não conseguiria
cumprir suas obrigações de curto prazo, já que para cada real de
dívidas, há apenas R$0,019 em ativo circulante.
 Índice de liquidez imediata: é usado para medir, a capacidade da
empresa em honrar seus compromissos à curto prazo com o que
possui de disponibilidades, ou seja, é quanto a empresa tem
imediatamente disponível para pagar suas obrigações. No caso da
OGX, A empresa apresenta-se bem, já que em 2011 o índice é de 7,96,
ou seja, há em disponibilidades imediatas R$7,96 para real em dívidas
de curto prazo. Em 2012, apesar de ainda confortável, houve uma
queda para 2,82, significando R$2,82 para cada real de obrigações a
curto prazo. Em 2013, há queda para algo muito próximo de 0. Ou seja,
a empresa não tem disponibilidades, significando R$0 para cada real
de dívidas a curto prazo.
 Índice de liquidez geral: É um indicador que determina que se a
empresa fosse encerrar suas atividades naquele momento, teria ou não
condições de honrar seus compromissos com suas disponibilidades
mais os seus realizáveis à curto e a longo prazos, sem precisar utilizar
o seu Ativo Permanente. No caso em questão, todos os índices se
encontram abaixo de 1. Em 2011 o índice foi de 0,57. Ou seja, para
cada real de dívidas totais com terceiros, a empresa dispõe de R$0,57
de bens e direitos de curto e longo prazo para pagar. Situação que só
piora nos anos seguintes, com 0,3 em 2012 e 0,085 em 2013.
Análise de endividamento
Analise do endividamento 2011 2012 2013
Endividamento total 0,451 0,543 3,427
CT / CP 0,822 1,186 -1,412
Composição do endividamento 0,114 0,121 0,980
Imobilização dos capitais permanentes 0,330 0,765 -0,305

 Endividamento total: Considerando a margem entre 33% e 66% nos


anos de 2011 e 2012 a empresa operou num nível considerado normal
Já em 2013 a empesa apresentou níveis absurdos, de exatamente
342,66%, isto representava que a empresa tinha muito mais obrigações
do que capacidade de quitá-las, uma vez que seu patrimônio líquido
está negativo. A empresa está completamente dependente do capital
de terceiros.

 CT/CP: Esse indicador mostra a quantidade de capital de terceiros em


relação ao capital próprio. Em 2011 para cada 1 real de CP a empresa
tinha 82 centavos de obrigações. Já em 2012 devido aos grandes
investimentos realizados, foram adquiridos muitas dívidas e o capital
social não acompanhou a mesma proporção, sendo assim ela fechou
o ano com 1,18 Reais de dívidas para cada 1 real de participação dos
sócios. Em 2013 a empresa já em seu pior estado adquiriu um número
elevadíssimo de financiamento a curto prazo, além disso os
financiamentos de longo prazo caíram quase 30 vezes. A companhia
tinha agora 1,41 reais de obrigações para cada real de capital próprio,
sendo que a mesma operava com o patrimônio líquido no negativo
consequentemente o indicador apresentado também foi negativo -1,41.

 Composição do endividamento: Esse indicador demonstra o


percentual de obrigações a curto prazo em relação ao total de dívidas.
Em 2011 e 2012 os indicadores apresentados mostravam uma situação
excelente, uma vez que a empresa tinha 11, 12% de financiamento
apenas a curto prazo, sua maior parte do financiamento era realizado
a longo prazo. A empresa assim tinha tempo suficiente para rodar seu
capital de giro e obter dinheiro para quitar as dívidas. Já em 2013 a
empresa mostrou níveis absurdos, sendo que 98% de suas dívidas
eram de curto prazo.

 Imobilização dos capitais permanentes: Esse indicador apresenta a


porcentagem de recursos ao logo prazo que estão financiando o ativo
permanente. No ano de 2011 a empresa apresentou indicador de
quase 33%, isso mostra que de cada 1 real de recursos de longo prazo
33 centavos financiam ativos permanentes. Em 2012 devido a um
aumento de aproximadamente 320% no imobilizado da empresa que
gerou uma ascensão significativa no indicador para 76,51%. 2013 foi o
único ano que apresentou valores na conta de investimentos, o que
geraria um aumento no indicador, mas como houve uma queda brusca
no imobilizado e no intangível da empresa o indicador despencou para
30,46% e como neste ano a companhia opera no prejuízo com
patrimônio líquido no negativo o indicador encontrado também foi
negativo na forma de -30,46%.
Índice de rentabilidade
Índice de rentabilidade 2013 2012 2011
ROI -304% -5% -3%
RSPL 172% 13% -5%

 ROI: É a relação entre a quantidade de dinheiro ganho (ou perdido)


como resultado de um investimento e a quantidade de dinheiro investido.
Em 2011 houve prejuízo de 3% em relação aos investimentos totais. Já
em 2012 índice foi 5% de prejuízo, com uma queda abrupta em 2013,
caindo para um prejuízo de 304%.
 RSPL: é um indicador financeiro percentual que se refere à capacidade
de uma empresa em agregar valor a ela mesma utilizando os seus
próprios recursos. Isto é, o quanto ela consegue crescer usando nada
além daquilo que ela já tem. Em 2013 houve retorno de 172% para os
sócios em relação aos seus investimentos. Em 2012, Retorno de 13%
para os sócios em relação aos seus investimentos e em 2011 os sócios
não tiveram retorno de seus investimentos.

Índice de lucratividade

Índice de lucratividade 2013 2012 2011


Margem Bruta 34% 14% 0
Margem Operacional -178% -292% 0
Margem Líquida -201% -315% 0

 Margem bruta: mede a rentabilidade das vendas, logo após as deduções de


vendas (impostos sobre vendas, devoluções, abatimentos e descontos
incondicionais) e do custo dos produtos vendidos. Este indicador fornece assim
a indicação mais direta de quanto a empresa está ganhando como resultado
imediato da sua atividade. Em 2011, como as vendas nesse período foram de
‘’0’’, não foi possível o cálculo dos índices. Em 2012 A cada R$100 vendidos,
R$86 é o custo e R$14 é lucro. Já em 2013, A cada R$100 vendidos, R$66 é o
custo e R$34 é lucro.
 Margem operacional: Mede a eficiência operacional da empresa, ou seja, o
quanto de suas receitas líquidas provenientes de vendas e serviços vieram de
suas atividades operacionais. Em 2012, a cada R$100 vendidos, “R$-292’’ é o
resultado após o pagamento de despesas e impostos. Já em 2013, a cada
r$100 vendidos, r$-178 é o resultado após o pagamento de despesas e
impostos.

 Margem líquida: Corresponde ao que sobra para os acionistas em relação as


receitas com vendas e prestação de serviços da empresa. Mostra qual o lucro
líquido para cada unidade de venda realizada na empresa. Em 2012, A cada
R$100 vendidos, “R$-315’’ é o resultado para os sócios. Já em 2013, a cada
R$100 vendidos, “R$-201’’ é o resultado para os sócios.
Conclusão
Após análise de todos os indicativos a ações da OGX, percebe-se que
claramente é uma empresa em crise. Seus ativos diminuíram substancialmente em
coisa de meses. Seguido pelo proporcional aumento de suas dívidas. Seus prejuízos
vêm aumentando ano após amo e a empresa sequer tem dinheiro para honrar suas
obrigações, mesmo vendendo todo seu patrimônio.

Tal resultado é fruto, como já dito inicialmente, da arriscada estratégia tomada


pelo então presidente Eike Batista, que foi na contramão de todas as outras empresas
do setor e baseou toda economia da empresa em especulações e otimismo. Ao invés
de promover a empresa pelo seu real potencial, foram teimosamente otimistas e
fizeram sua promoção apenas baseados no quão promissora seria a empresa no
futuro. Porém, a produção não veio e o preço da “teimosia” de insistir em campos não
tão promissores foi paga com um dos maiores calotes já vistos na economia brasileira
e mundial.

Fato esse confirmado por absolutamente todos os indicadores anteriormente


apresentados. Uma empresa que vinha crescendo a passos largos de 2011 para
2012, mas que em 2013, por todos esses erros, simplesmente caiu.
REFERÊNCIAS
 Cvm.com.br
 exame.abril.com.br/revista-exame/edicoes/1045/noticias/os-7-
erros-de-eike
 http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/
Galerias/Arquivos/conhecimento/liv_perspectivas/02_Perspectivas
_do_Investimento_2010_13_PETROLEO_E_GAS.pdf
 http://economia.terra.com.br/grupo-ebx-entenda-o-calote-das-
empresas-de-eike-
batista,5892352be9e32410VgnCLD2000000ec6eb0aRCRD.html

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