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Agentes Públicos

Definição:

Pessoas físicas incumbidas, definitiva ou transitoriamente, do exercício de alguma função


estatal atribuída a órgão ou entidade da Administração Pública (Hely Lopes Meirelles);

Todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição,
nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo,
mandato, cargo, emprego ou função nos órgãos e entidades da Administração Pública (Lei
8.429/1992 – Lei da Improbidade Administrativa).

Classificação – Os Agentes Públicos dividem-se em:

Agentes Políticos: ocupam os primeiros escalões do Poder Público; elaboram políticas e dirigem
a Administração; atuam com liberdade funcional (prerrogativas e responsabilidades são
definidas diretamente pela C.F). Exemplos: Chefes do Executivo, Ministros e Secretários,
membros do Legislativo, juízes, membros do Ministério Público e dos Tribunais de Contas*,
representantes diplomáticos.
* Para o STF, os Membros dos Tribunais de Conta são agentes administrativos (julgamento de caso de
nepotismo, que se aplica aos agentes administrativos, mas não aos agentes políticos); contudo, a doutrina
majoritária considera os Membros dos Tribunais de Conta como agentes políticos.

Agentes administrativos: exercem atividades administrativas nos órgãos e entidades da


Administração Pública; mantêm vínculo profissional e remunerado com o Estado; estão sujeitos
à hierarquia funcional. Exemplos: servidores públicos (vínculo estatutário), empregados
públicos (vínculo celetista) e agentes temporários (vínculo contratual; contratados por tempo
determinado para atender necessidade temporária de excepcional interesse público; ex.:
recenseadores do IBGE, professores substitutos, etc.). Obs.: Agentes de direito são aqueles que
possuem um vínculo formal com a Administração (ex.: servidores ou empregados públicos).

Agentes honoríficos: cidadãos convocados, designados ou nomeados para prestar


transitoriamente determinados serviços relevantes ao Estado; não possuem vínculo
empregatício ou estatuário com o Estado. Em regra, não recebem remuneração, mas podem
receber algumas compensações, como folgas no trabalho. Exemplo: mesários eleitorais, jurados
em ações penais, membros de Conselhos Tutelares. Obs.: 1. Enquanto desempenham essa
função pública, sujeitam-se à hierarquia e à disciplina do órgão a que estão servindo; 2. Para
fins penais, são equiparados aos funcionários públicos quanto aos crimes relacionados com o
exercício da função.

Agentes delegados: particulares que prestam serviço púbico por delegação do Estado
(descentralização por colaboração); podem ser pessoas físicas ou jurídicas; não recebem
remuneração do Poder Público; são pagos pelos usuários do serviço. Exemplos: concessionárias
de serviços públicos, tabeliães, leiloeiros.

Agentes credenciados: recebem a incumbência de representar a Administração em atividade


específica; recebem remuneração do Poder Público credenciante. Exemplos: pessoas de
renome designadas para representar o Brasil em eventos internacionais (Pelé e Ronaldo como
representantes do Brasil na organização da Copa do Mundo de 2014).

Agentes de fato: pessoas investidas na função pública de forma emergencial (necessários) ou


irregular (putativos). Agentes necessários: exercem a função em razão de situações
excepcionais e emergenciais. Exemplo: alguém que preste auxílio durante calamidades
públicas, atuando como se fosse um “bombeiro militar”; Agentes putativos: têm aparência de
agente público, sem o ser de direito. Exemplo: servidor que pratica atos de administração e que
teve alguma irregularidade em sua investidura no cargo público, como a utilização de um
diploma falso para assumir o cargo. Os atos dos agentes de fato devem ser convalidados (teoria
da aparência), perante terceiros de boa-fé.

Cargo, Emprego e Função

No âmbito da Administração Pública, os agentes públicos ocupam cargos ou empregos ou


exercem uma função. Obs.: cargos e empregos correspondem a um “lugar” na estrutura
administrativa do órgão ou entidade pública.

Cargos públicos

Ocupados por servidores públicos; Regime Jurídico estatutário: a relação jurídica entre o
agente e o Estado é definido diretamente por uma lei (ex.: Lei 8.112/1990); estão nos órgãos e
entidades de direito público (Adm. direta, autarquias e fundações públicas) – Regime Jurídico
Único. C.F art. 39: A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito
de sua competência, regime jurídico único, e planos de carreira para os servidores da
administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas. Regime Jurídico Único da
União: Lei 8.112/1990; A E.C 19/98 eliminou o RJU; essa emenda, no entanto, teve sua eficácia
suspensa pelo STF a partir de agosto de 2007 (ex nunc) (ADI 2.135/DF). Obs.: 1. Devido ao efeito
ex nunc (não retroativo) da decisão do STF, as contratações de empregados públicos, entre 98 e
agosto de 2007, na adm. direta, permanecem válidas; Obs. 2: O RJU pode ser celetista; não há
previsão legal para que seja obrigatoriamente estatutário.

 Cargo de Provimento efetivo: concurso público;


 Cargo de Provimento em comissão: livre nomeação e exoneração.

Lei 8.112/90, art. 3º: cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na
estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor. Parágrafo único: os cargos
públicos são criados por lei, com denominação própria e vencimento pago pelos cofres públicos,
para provimento em caráter efetivo ou em comissão.

Empregos Públicos

Ocupados por empregados públicos; Regime Jurídico Celetista: a relação jurídica entre o agente
e o Estado é formalizada por um contrato de trabalho, regido pela CLT; provimento mediante
concurso público; estão nos órgãos e entidades de direito privado (E.P, SEM e fundações
públicas de direito privado).

Funções Públicas

Conjunto de atribuições às quais não necessariamente corresponde um cargo ou emprego;


trata-se de um conceito residual; Na C.F, abrange duas situações: contratações temporárias por
tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público
(art. 37, IX) - Ex.: professor temporário/substituto; funções de confiança: de livre provimento e
exoneração, para cargos de chefia, direção e assessoramento (art. 37, V) – devem ser exercidas
por servidores públicos ocupantes de cargos efetivos.

Acesso a cargos, empregos e funções


 C.F, art. 37, I: cargos, empregos e funções públicas são acessíveis a brasileiros e
estrangeiros;
 Brasileiros natos ou naturalizados: devem preencher os requisitos estabelecidos em lei:
1. A lei (e não o edital) pode impor restrições ao acesso (ex.: limite de idade);
2. Cargos privativos de brasileiro nato: Presidente e Vice-Presidente da República,
Presidente da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, Ministro do STF,
carreira diplomática, oficial das forças armadas e Ministro da Defesa.
 Estrangeiros: “na forma da lei”, ou seja, depende de lei regulamentadora (norma de
eficácia limitada).

Concurso Público

C.F, art. 37, II: a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em
concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade
do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração.

Para ocupar cargos e empregos públicos efetivos é obrigatória a aprovação prévia em concurso
público. Abrange os cargos das entidades de direito público (adm. direta e indireta) e os
empregos públicos das entidades de direito privado (adm. indireta).

Exceções: Cargos em comissão (C.F, art. 37, II); Contratações temporárias (C.F, art. 37, IX);
Agentes comunitários de saúde (C.F, 198, §4º; processo seletivo simplificado); Cargos eletivos;
Ex-combatentes (ADCT, art. 53, I).

Formas de realização do Concurso

O concurso pode ser de provas ou de provas e títulos.

Pode ser realizado em duas etapas, conforme dispuserem a lei e o regulamento do respectivo
plano de carreira. Ex.: Curso de formação.

Prazo de validade do Concurso

C.F, art. 37, III: o prazo de validade do concurso será de até dois anos, prorrogável uma vez, por
igual período. O prazo é contado a partir da homologação do concurso pela autoridade
competente. Geralmente, o prazo de validade consta de forma expressa do edital; caso o edital
seja omisso, considera-se que o prazo é de dois anos.

Prioridade na Convocação

C.F, art. 37, IV: durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele
aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade
sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira; ou seja, os candidatos
aprovados em concurso que ainda esteja no prazo de validade devem ser convocados com
prioridade em relação a qualquer candidato aprovado em novo concurso. Obs.: Na esfera
federal, não pode haver novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso
anterior com prazo de validade não expirado.

Restrição ao acesso

 Restrições (idade, altura, sexo) só por lei, desde que observe proporcionalidade com as
atribuições do cargo;
 Verificação, em regra, no ato da posse, exceto: 3 anos de atividade jurídica p/ Juiz e MP;
e Limite máximo de idade nas polícias. Nesses dois casos, a verificação ocorre na
inscrição do concurso.

Vagas Reservadas

 Portadoras de deficiência: C.F art. 37, VIII: a lei reservará percentual dos cargos e
empregos públicos para as pessoas portadores de deficiência e definirá os critérios de
sua admissão. Na esfera federal, o limite máximo é 20% das vagas (Lei 8.112/90) e o
limite mínimo é de 5% (número fracionado deverá ser elevado até o primeiro número
inteiro subsequente, desde que respeitado o limite máximo de 20% das vagas oferecidas
no certame).
 Negros: reserva de 20% das vagas para cargos e empregos públicos (aplica-se apenas
para ingresso no Poder Executivo Federal, adm. direta e indireta) – Lei 12.990/2014; a
regra vale apenas nos concursos com 3 ou mais vagas; o arredondamento poderá ser
para mais ou para menos; a vigência da Lei 12.990/2014 é de 10 anos. Obs.: Os outros
poderes devem editar norma específica sobre o assunto.

Jurisprudência

 Candidatos aprovados dentro das vagas previstas no edital têm direito à nomeação;
 Situações excepcionais podem afastar essa obrigatoriedade de nomeação, desde
que se revistam dos seguintes requisitos: 1. Superveniência: devem ser posteriores
ao edital; 2. Imprevisibilidade: devem derivar de circunstância extraordinária,
imprevistas à época do edital; 3. Gravidade: devem implicar onerosidade excessiva,
dificultando ou mesmo impossibilidade de cumprimento efetivo das regras do
edital; 4. Necessidade: não pode haver outros meios menos gravosos para lidar com
a situação excepcional e imprevisível;
 O candidato possui direito subjetivo à nomeação caso a Administração nomeie
antes dele outro candidato em pior colocação que a sua;
 Prazo de 120 dias para o candidato impetrar MS começa a fluir: do término do prazo
de validade do concurso, para candidatos que possuam direito subjetivo à
nomeação; da data em que o candidato toma ciência de sua exclusão do certame,
para candidatos eliminados;
 Não é possível prorrogar o prazo de validade do concurso depois que ele expirou;
 A cláusula de barreira (“nota de corte”) é permitida nos concursos públicos;
 Em regra, não pode haver remarcação de provas de aptidão física, salvo disposição
expressa em sentido contrário no respectivo edital. Não se aplica para gestantes;
 O Judiciário não aprecia o mérito das questões (exceto erro grosseiro), mas apenas
sua compatibilidade com o edital.

Cargos em Comissão e Funções de Confiança

C.F, art. 37, V: as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de
cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos
casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de
direção, chefia e assessoramento.

Cargos em Comissão
 Cargos em comissão: livre nomeação e livre exoneração (ato discricionário da
autoridade competente – tanto a nomeação quanto a exoneração); A exoneração não é
ato punitivo (não precisa observar o contraditório e a ampla defesa);
 Cargos efetivos: concurso público.

Qualquer pessoa, mesmo que não seja servidora pública efetiva, pode ser nomeada para
exercer um cargo em comissão. Nesse caso, o nepotismo é vedado (S.V 13/STF).

No entanto, a C.F exige que a lei estabeleça os percentuais mínimos de cargos em comissão a
serem preenchidos por servidores de carreira concursados, além de casos e condições em que
obrigatoriamente isso deva ocorrer.

Os ocupantes exclusivamente de cargos em comissão são servidores públicos, mas não


possuem estabilidade e se sujeitam ao RGPS (Regime Geral de Previdência Social).

Funções de Confiança

Somente podem ser ocupadas por servidores ocupantes de cargo efetivo. O servidor não é
nomeado para a função de confiança, e sim designado para exercê-la.

Obs.: a penalidade aplicada aos cargos em comissão e funções de confiança (equivalente à


demissão do cargo efetivo) é denominada de destituição (destituição do cargo em comissão e
destituição da função comissionada), conforme a Lei 8.112/1990.

Contratações Temporárias

C.F, art. 37, IX: a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender
a necessidade temporária de excepcional interesse público (exceção ao concurso público).

Requisitos a serem observados cumulativamente (STF):

 Os casos excepcionais devem estar previstos em lei;


 O prazo de contratação deve ser predeterminado;
 A necessidade deve ser temporária;
 O interesse público deve ser excepcional.

Em regra, é vedada a contratação para serviços ordinários permanentes do Estado. Ex.:


contratar médicos para hospitais e professores para escolas. A vedação não é absoluta.

Para ser legítima, a contratação temporária deve decorrer de situações fáticas, previamente
descritas na lei, realmente excepcionais e transitórias, e não ocasionadas por desleixo
administrativo ou por descaso da Administração Pública.

Podem ser feitas sem concurso público, mediante processo seletivo simplificado (Na Esfera
Federal). Lei 8.745/93. Processo seletivo simplificado: sujeito a ampla divulgação, inclusive no
DOU; em alguns casos, pode consistir apenas em análise de currículo; dispensado em caso de
calamidade pública, de emergência ambiental e de emergências em saúde pública.

As contratações temporárias podem ocorrer tanto na Adm. direta como na indireta e em


qualquer dos Poderes. Os agentes temporários exercem função pública remunerada, mas não
ocupam cargo, nem emprego público. Os agentes temporários firmam contrato de direito
público com a Administração.

Direito de Associação Sindical


C.F, art. 37, VI: é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical (norma
autoaplicável, não precisa de regulamentação adicional).

Direito de Greve

C.F, art. 37, VII: o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei
específica (norma de eficácia limitada). Essa lei específica (lei ordinária) ainda não foi editada.
Contudo, o STF determinou a aplicação temporária, aos servidores públicos, da lei de greve dos
trabalhadores privados (Lei 7.783/99). Não se aplica aos empregados públicos, cujo direito de
greve está previsto no art. 9º da C.F – norma autoaplicável).

Militares: C.F, art.142, §3º, IV: ao militar são proibidas a sindicalização e a greve.

Acumulação de Cargos

Art. 37, XVI: é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver
compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI (teto
constitucional):

a) O de dois cargos de professor;


b) O de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
c) O de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões
regulamentadas;

XVII: a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias,


fundações, EP, SEM, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo
poder público.

Acumulação de cargos remunerados na ativa: é vedada. Abrange todas as esferas do governo,


todos os Poderes e toda a Adm. Pública, direta e indireta, incluindo cargos em comissão.
Exceções: dois cargos de professor; um cargo de professor + outro técnico ou científico; ou dois
cargos ou empregos na área da saúde. Deve haver compatibilidade de horários e respeito ao
teto remuneratório. A proibição incide apenas sobre cargos remunerados. As exceções se
referem à acumulação de dois cargos (não é possível acumular três ou mais). Cargo técnico ou
científico: cargo que exige conhecimento de alguma área do saber, de nível médio ou superior
(não pode desempenhar atividades meramente administrativas, burocráticas, área meio).
Profissionais da saúde: abrange apenas as profissões devidamente regulamentadas.

Acumulação de cargos na aposentadoria: Art. 37, § 10: é vedada a percepção simultânea de


proventos de aposentadoria decorrente do art. 40 e dos arts. 42 e 142 [regimes próprios de
previdência dos servidores públicos estatutários e militares] com a remuneração de cargo,
emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os
cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração.

Acumulação de cargos remunerados na aposentadoria: é vedada. Abrange apenas os


aposentados pelo Regime Próprio dos servidores estatutários e dos militares. Não abrange o
RGPS. Exceções: Cargos acumuláveis, cargos eletivos e cargos em comissão.

Estabilidade dos Servidores Públicos

C.F, art. 41: são estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo
de provimento efetivo em virtude de concurso público. §4º: como condição para a aquisição da
estabilidade, é obrigatório a avaliação especial de desempenho por comissão instituída para
essa finalidade.

Requisitos para estabilidade:

 Investidura em cargo efetivo, o que pressupõe, necessariamente, a prévia aprovação


em concurso público;
 3 anos de efetivo exercício no cargo (contados a partir do dia em que o servidor entrou
em exercício, e não da nomeação ou posse);
 Aprovação em avaliação especial de desempenho.

O servidor estável somente perderá o cargo:

 Em virtude de sentença judicial transitada em julgado (tanto penal como civil [ato de
improbidade adm.]);
 Mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;
 Mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei
complementar, assegurada ampla defesa. Essa lei ainda não foi editada.

Sistema Remuneratório

 Vencimentos = (vencimento básico + vantagens) – servidores públicos; empregados


públicos recebem salário.
 Subsídio (parcela única) – obrigatoriamente: agentes políticos, AGU, PGFN –
Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, defensores públicos, policiais e bombeiros;
facultativo para servidores organizados em carreira (assim, qualquer carreira do serviço
público poderá ter sua remuneração via subsidio, uma vez que é decisão facultativa).

Os vencimentos e os subsídios dos servidores públicos, em regra, só podem ser fixados ou


alterados por lei específica. Exceção: subsídios de deputados federais, senadores, Presidente e
Vice-Presidente da República e Ministros de Estado: são fixados por decreto legislativo do
Congresso Nacional.

A C.F assegura a revisão geral anual dos vencimentos e dos subsídios dos servidores públicos
(aumento impróprio). Serve para assegurar a manutenção do poder de compra da remuneração
dos servidores públicos em face dos efeitos da inflação do período. Não se trata de um aumento
real, mas sim de um aumento nominal (não gera ganhos acima da inflação). Essa revisão geral
anual não se confunde com as chamadas reestruturações de carreiras.

Teto Remuneratório

Esfera Poder Teto


Federal P.E, P.L e P.J. Subsídio dos Ministros do STF
(teto único)
Poder Executivo Subsídio do Governador
Poder Legislativo Subsídio dos Deputados
Estaduais e Distritais,
limitado a 75% do subsídio
dos Deputados Federais.
Estadual e Distrital Membros do Judiciário Subsídio dos Ministros do STF
(juízes)
Servidores do Judiciário, Subsídio do Desembargador
Defensores, Procuradores e do TJ, limitado a 90,25% do
Membros do MP subsídio do STF.
Poder Executivo Subsídio do Prefeito
Municipal Poder Legislativo 20% a 75% do subsídio dos
deputados estaduais,
dependendo da população

Os Estados e o Distrito Federal podem instituir um teto único, equivalente ao subsídio mensal
dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a 90,25% do subsídio mensal
dos Ministros do STF. Porém, caso instituído, o teto único não se aplicará aos subsídios dos
deputados estaduais e distritais, os quais permanecerão limitados a 75% do subsídio dos
deputados federais.

O Teto remuneratório inclui todas as vantagens, exceto as de natureza indenizatória.

O Teto remuneratório aplica-se às acumulações de rendimentos oriundos de diversas fontes (ex.


se um servidor recebe em um cargo por vencimentos e no outro por subsídio).

O Teto remuneratório aplica-se a todas as categorias, ocupantes de cargos, empregos ou


funções públicas, da Adm. direta, autárquica ou fundacional, de todos os Poderes e esferas do
governo.

EP e SEM apenas se receberem recursos do ente federado para custeio ou pagamento de pessoal
– estatais dependentes.

Efeito cascata

A C.F (art. 37, XIV) veda o cálculo cumulativo de uma vantagem pecuniária sobre outra, qualquer
que seja o título ou fundamento sob os quais sejam pagas. Ex.: Um servidor recebe -
Vencimento básico = R$ 1000,00; Gratificação = R$ 500,00; Vencimentos = R$1500,00. Se uma
lei conceder uma vantagem pecuniária no valor percentual de 20% ao servidor, essa vantagem
incidirá apenas sobre o vencimento básico: 20% de R$ 1000,00 = R$ 200,00. Vencimentos = R$
1700,00.

Irredutibilidade

Os vencimentos e subsídios dos servidores públicos são irredutíveis. Corresponde ao valor


nominal e ao valor bruto. Não contempla as perdas do poder de compra causadas pelos efeitos
da inflação. Não atinge o valor líquido (se o aumento da alíquota do imposto de renda acarretar
uma redução da remuneração líquida do servidor, isso não significa que estará havendo uma
afronta ao princípio da irredutibilidade).

As parcelas componentes podem ser modificadas, desde que haja manutenção do valor final.

A irredutibilidade dos vencimentos e subsídios não impede a observância do teto constitucional


e da vedação à incidência cumulativa de acréscimos pecuniários.

A C.F não prevê a calamidade pública ou a guerra externa como justificativas para a redução do
dos vencimentos e subsídios dos servidores públicos.

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