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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 4
2 PROCESSO HISTÓRICO DA INDUSTRIA NO BRASIL 5
3 FATORES QUE FAVORECERAM A EXPANSÃO DA INDÚSTRIA NO
BRASIL 7
4 A RELAÇÃO DA ATIVIDADE CAFEEIRA COM A ATIVIDADE
INDUSTRIAL 8
5 A POLÍTICA ECONÔMICA ADOTADA NO PERÍODO E SUA RELAÇÃO
COM O PROCESSO INDUSTRIAL 11
6 METODOLOGIA 12
7 CONCLUSÕES
8 REFERÊNCIAS
1 INTRODUÇÃO
O governo Vargas se inicia em 3 de novembro de 1930 e se estende até 1954, com
sua morte. Os anos que o antecedem vivenciaram o auge da economia cafeeira
(1905 e 1929) e os que o sucedem foram de intensa industrialização, de modo que
seu governo marcou a transição de uma economia essencialmente agroexportadora
para um modelo com atividade industrial voltada para o consumo interno.
A crise de 1929, iniciada nos Estados Unidos, fez com que o café, principal produto
de exportação brasileira, tivesse redução na demanda. Além disso, os preços
elevados do produto, obtidos com desvalorizações cambiais e compra do excedente
da produção incentivaram outros países com excesso de mão de obra barata a
produzir o café em pequenas propriedades – o que conferia ao produto qualidade
superior – de forma que o país estava aos poucos perdendo sua posição de maior
produtor de café, quando no auge da produção era responsável por ¾ do café
consumido no exterior.
Em 1881 haviam cerca de 200 indústrias no país e com o decorrer dos anos se
intensificou, de modo que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e estatística
(IBGE), o senso industrial de 1920 – último que se tem registro antes de 1939 –
apontou 13.336 estabelecimentos industriais no país. Entretanto, o que se entende
por indústria atualmente difere do significado que a palavra tinha no período
estudado, de modo na época a produção industrial se misturava com manufaturas
produzidas em pequenas oficinas.
Contudo, esse avanço na quantidade de indústrias não se deu por acaso. Uma série
de fatores acumulados desde o período colonial fomentaram essa atividade. Isso
posto, surge a pergunta: que fatores favoreceram a mudança do eixo dinâmico da
economia? Qual a relação da atividade cafeeira com a atividade industrial? Qual a
política econômica adotada no período e qual sua relação com o processo
industrial?
Para isso, será necessário retomar o processo histórico para compreender o que
retardou o processo industrial no país e de que forma os entraves foram retirados,
a seguir serão elencados os fatores que ao longo da história contribuíram para que,
embora tardiamente, surgisse uma atividade industrial mais robusta e por fim,
como isso favoreceu, juntamente com as medidas econômicas adotadas pelo
governo Vargas na década de 30, o crescimento da atividade industrial no país.
Porém, a abertura dos Portos, de acordo com Caio Prado, permitiu que as
mercadorias estrangeiras – especialmente os ingleses – entrassem no país com
tarifas diferenciadas, tornando os produtos brasileiros pouco competitivos, dado
que as máquinas e equipamentos eram importadas e não havia mão de obra
qualificada para a produção, o que tornava a produção nacional pouco
competitiva. Além disso, não havia um mercado consumidor interno capaz e
absorver o que aqui fosse produzido, pois poucos eram trabalhadores assalariados,
dado que a mão de obra utilizada nas lavouras era essencialmente escrava.
“Depois de seus modestos princípios, a indústria brasileira terá seu primeiro surto
apreciável no último decênio do império (1880-89) coincidindo com esta fase já
assinalada de geral recrudescimento das atividades dos país. O número de
estabelecimentos industriais, de pouco mais de 200 em 1881, ascende no último ano
da monarquia para mais de 600. O capital invertido sobe então a 400.000 (cerca de
25 milhões de libras), sendo 60% na indústria têxtil, 15% na de alimentação, 10%
na de produtos químicos e análogos, 4% na indústria de madeira, 3 ½ na de
vestuário e objetos de toucador e 3% na metalurgia. ” (PRADO, JÚNIOR, 1974,
p.197).
“Entre 1890 e 1895 serão fundadas 425 fábricas, com inversão de mais de 200.000
contos, isto e, 50% do total invertido no começo do período. Segue-se a fase de
grande crise financeira, em que o surto industrial é paralisado. (PRADO,
JÚNIOR, 1974, p.197)”
Y(PIB) = C + I + G + X – M
A crise no Brasil foi rapidamente superada devido a essas ações heterodoxas de
Vargas baseadas na manutenção da renda e deslocamento da demanda, a partir
dessas políticas pode-se perceber a intensificação do processo industrial brasileiro.
Cabe aqui ressaltar que não há unanimidade na literatura quanto a orientação da
política empregada no governo Vargas, segundo Bastos:
Até 1929, o país estava nas mãos de uma oligarquia rural, no que ficou
denominada política do café com leite, onde representantes dos estados de São
Paulo e Minas Gerais se revezavam no poder, garantindo a manutenção de
políticas que os beneficiasse. A única intervenção do estado na economia, nesta
época, era a manutenção das políticas de sustentação dos preços do café para
manter o centro dinâmico da economia funcionando.
Em 1930, uma revolução leva ao poder Getúlio Vargas, quebra o ciclo da política
adotada desde o início da república, polarizando o poder e tratando de assuntos
que atendessem os interesses gerais da nação. Segundo Suzigan, houve um
abandono do liberalismo econômico anterior e passa-se a adotar políticas de
proteção da indústria interna, o que favoreceu a classe industrial ascendente, bem
como a política de valorização do café, garantindo renda e emprego do setor
exportador e também da economia que se desenvolveu em função deste.
Após a revolução de 30 e com a crise iniciada nos Estados Unidos que se repercutiu
mundialmente, inicia-se um momento de mudança estrutural na economia
brasileira, como dito anteriormente, o modelo agroexportador é gradativamente
substituído e ocorre a industrialização. Nesse ponto da literatura encontra-se duas
principais vertentes teóricas que sobre o crescimento da indústria brasileira,
(embora para Wilson Suzigan existem quatro interpretações principais a respeito
do desenvolvimento industrial brasileiro, neste trabalho iremos destacar apenas
duas): A Teoria dos Choques Adversos e a Teoria da Industrialização Incipiente.
Ainda que o setor exportador tenha deixado de ser o eixo principal da economia e
o investimento na indústria tenha ganhado representatividade, nas palavras de
Wilson Suzigan, o setor industrial ainda dependeria da exportação para seu
desenvolvimento:
Na visão de Furtado, esse aproveitamento mais intenso foi o fator mais importante
na fase da expansão produtiva, “bastaria citar como exemplo a indústria têxtil,
cuja produção aumentou substancialmente nos anos que se seguiram à crise sem
que sua capacidade produtiva tenha sido expandida. ” .(2000, p. 210)
6 METODOLOGIA
7 CONCLUSÕES
8 REFERÊNCIAS
SILVA, Raul Mendes et al. Getúlio Vargas e seu tempo. BNDES, 2004..
IBGE
<http://seriesestatisticas.ibge.gov.br/series.aspx?no=8&op=0&vcodigo=IND03101
&t=estabelecimentos-industriais-datas-inqueritos-industriais-censo> acesso em 24
de maio de 2017