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Aula 00 AFO TRF 2 PDF
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AULA ZERO
Com nossas aulas, além de ter acesso ao conteúdo programado, de forma bem
mastigada, você ainda verá os comentários e ênfases conforme o
comportamento da banca nos últimos anos.
Por falar nisso, considerando que a FCC foi escolhida como organizadora do
concurso do Tribunal, utilizaremos, neste curso, dezenas e dezenas de
questões desta banca, mas, quando necessário, empregaremos algumas de
outras organizadoras.
Devo alertar que, muitas vezes, mesmo as questões da FCC, que têm o
formato “múltipla escolha” (A-B-C-D-E) serão adaptadas para o formato “certo
ou errado”. Isso permite um estudo mais progressivo do conteúdo, sem
precisar entrar em outros assuntos que às vezes aparecem nas demais
alternativas de uma questão.
Aula 01
Orçamento programa. Elaboração e aprovação orçamentária.
(18/jan)
Aula 02
Lei Orçamentária Anual – LOA e Plano Plurianual – PPA.
(25/jan)
Aula 03
Receita pública.
(1º/fev)
GRACIANO ROCHA
PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS
Legalidade
Uma das discussões mais antigas sobre o orçamento público diz respeito ao
conflito entre sua forma e seu conteúdo.
(...)
A partir disso que estamos vendo, ao se confrontar a lei orçamentária
com o significado jurídico‐histórico da palavra “lei”, verifica‐se certa
desarmonia. “Lei” representa um ato normativo abstrato, que pode,
entre outras coisas, disciplinar direitos e deveres, normatizar condutas,
impor punições etc. Para aplicar‐se a lei, nesse sentido estrito, faz‐se
necessário verificar os dados da realidade e compará‐los com a descrição
abstrata trazida pela norma.
O que ocorre com o orçamento público é que ele não cria nem
regulamenta direitos e deveres, não disciplina condutas, não prevê
punições etc. NÃO TEM CARÁTER ABSTRATO; pelo contrário, um
orçamento deve se revestir de concretude, para aplicação mais
apropriada e racional dos recursos públicos.
A título de exemplo, quanto ao poder normativo da lei orçamentária,
podemos indicar uma disposição constitucional (art. 167, inc. I). Para que
programas e projetos sejam iniciados no âmbito da Administração, é
necessária a prévia inclusão desses programas e projetos na Lei
Orçamentária Anual (ou em leis que a retifiquem).
A primeira questão está ERRADA. Vimos que a lei orçamentária tem natureza
de ato administrativo, mas não é um ato administrativo. É uma lei, em sentido
formal.
Unidade/totalidade
A Lei 4.320/64 representou um avanço na época de sua edição. Ela trazia
os conceitos e procedimentos mais avançados a respeito da utilização do
dinheiro público. Porém, como se vê, ela já é bastante antiga, e a
atividade financeira dos entes federados brasileiros precisa de
atualizações.
É por isso que se espera, por parte do Congresso Nacional, a edição de
uma lei complementar que atualize as normas gerais de direito
financeiro. Enquanto isso não ocorre, diversas “atualizações”
relacionadas ao direito financeiro e ao orçamento público são instituídas
anualmente, com as Leis de Diretrizes Orçamentárias.
Nesses tempos, prestigiava‐se o liberalismo econômico, a livre iniciativa
dos atores econômicos, e a intromissão do Estado nesse contexto era mal
vista, porque, desde sempre, o setor público foi visto como um mau
gastador. Portanto, o melhor que o governo poderia fazer seria gastar
pouco e deixar os recursos financeiros fluírem nas relações entre atores
privados, sem intervenções, sem tributação.
Assim, tendo a máquina estatal pequena dimensão e pouca participação
na economia – situação ideal para os liberais –, o orçamento consistia
numa autorização de gastos que também representava o controle do
tamanho do Estado. Assim, o Parlamento utilizava o orçamento como
ferramenta de controle da ação do Executivo.
Segundo o professor James Giacomoni (in “Orçamento Público”, ed. Atlas, 14ª
edição), pelo princípio da totalidade, é possível a coexistência de orçamentos
variados, desde que estejam consolidados numa peça, de forma que
continue sendo possível uma visão geral das finanças públicas.
Universalidade
Alguns trechos acima poderão causar estranhamento. É que essa história
de a lei orçamentária “autorizar a arrecadação” da receita não se aplica
mais.
Até a Constituição de 1967, isso era verdade, mas, de lá para cá, os
tributos e sua arrecadação são regulamentados por leis próprias. A lei
orçamentária, atualmente, não autoriza a arrecadação, apenas a prevê.
A arrecadação ocorre havendo ou não orçamento publicado.
Entretanto, não é raro encontrar questões que se refiram a esse aspecto
de maneira “tradicional”, já que, historicamente, a função do orçamento
também foi de autorização da arrecadação.
Pragmatismo: devemos dançar conforme a música! Depois de acertar o
gabarito, você pode esbravejar o quanto quiser contra a banca.
Orçamento Bruto
Assim, se for o caso de se fazer uma dedução a uma receita, o ente público
não pode apenas registrar o valor líquido a ser arrecadado. Tanto a
arrecadação bruta quanto a dedução devem ser consideradas na elaboração da
peça orçamentária.
Como vimos, pelo princípio do orçamento bruto, não deve haver deduções
tanto na despesa quanto na receita. Assim, a previsão bruta das receitas deve
ser justamente a indicada na lei orçamentária. Por isso, a questão 11 está
ERRADA.
Anualidade/Periodicidade
Para julgar a questão 13, bastaria uma rápida leitura do art. 34 da Lei
4.320/64 para matar a questão. O exercício financeiro, período em que se
observa a execução orçamentária da receita e da despesa, necessariamente
coincide com o ano civil, pelo dispositivo legal referido. Questão ERRADA.
Quanto à questão 14, ela aborda justamente o que a doutrina indica como
exceção ao princípio da anualidade, como vimos. Sendo assim, o princípio não
é invalidado pela hipótese descrita. Questão ERRADA.
Exclusividade
Vamos separar aqui a operação de crédito “normal” da operação de
crédito por antecipação da receita orçamentária, ambas referidas no
dispositivo constitucional acima, e passíveis de autorização pela LOA.
Por outro lado, as operações por antecipação da receita orçamentária
(ARO’s) são empréstimos tomados pelos entes públicos para suprir
insuficiências momentâneas de caixa. Para as despesas, nesse caso,
existe receita própria atribuída, que deverá ser arrecadada.
Em outras palavras, ARO’s não são receitas orçamentárias, mas sim
empréstimos que substituem receitas orçamentárias que não foram
arrecadadas no momento esperado. Essas receitas atrasadas, ao serem
finalmente realizadas, servirão então para honrar as ARO’s que as
substituíram, ao invés das despesas originais.
Grave essas exceções, porque é difícil achar um tópico tão cobrado
quanto esse quando o tema é princípios orçamentários!
(A) unidade.
(B) exclusividade.
(C) universalidade.
Então, voltando ao princípio da não vinculação, cabe destacar que ele ganhou
estatura constitucional, mas com uma série de exceções:
(...)
(...)
Vale escrever uma nota, destacando o alto nível de vinculação que a
arrecadação tributária sofre no Brasil.
As taxas e contribuições são naturalmente destinadas a certas despesas;
os impostos, embora sejam relacionados ao princípio da não vinculação,
também são destinados a diversas despesas, por ordem da própria
Constituição, como se depreende das exceções vistas acima.
Nesse sentido, há um dispositivo da Lei de Responsabilidade Fiscal que
reforça essa necessidade de aplicação das receitas vinculadas nas
despesas para as quais foram atribuídas. Vejamos a lei seca:
Pois bem, diante desse quadro de alta vinculação dos recursos, para
“desamarrar” um pouco as receitas tributárias de suas aplicações
obrigatórias, instituiu‐se, desde 1994, um mecanismo de desvinculação,
por meio de emenda à Constituição.
A chamada Desvinculação das Receitas da União (DRU) libera 20% dos
impostos e contribuições vinculados, para livre aplicação pelos
administradores públicos. O objetivo desse mecanismo é evitar situações
nas quais certos setores da ação governamental tenham recursos
abundantes, enquanto outros passam por penúria.
(A) Universalidade.
(B) Unidade.
(C) Singularidade.
(D) Exclusividade.
Quanto à questão 20, mais uma vez relembrando o Direito Tributário, as taxas
e contribuições têm arrecadação vinculada, geralmente. Portanto, o princípio
da não vinculação, assim como bem destacado na Constituição, só se aplica
aos impostos. Questão CERTA.
Especificação/Especialização/Discriminação
O que se buscou na Lei 4.320/64 foi algo parecido com a exigência inicial, nos
países em que se originou o orçamento público, quanto à discriminação das
receitas e despesas.
Além disso, como sinaliza a redação do art. 5º da Lei 4.320/64, o art. 20 e seu
parágrafo único, da mesma lei, trazem mais uma exceção ao princípio da
discriminação:
A questão 23 reflete justamente o meio termo que deve ser alcançado quanto
ao princípio da discriminação. Questão CERTA.
Clareza
Isso foi adotado na esfera federal a partir da elaboração do orçamento
de 2011: além da proposta “técnica” de orçamento, foi editada uma
cartilha especial, chamada “Orçamento Federal ao Alcance de Todos”,
que busca expor, de forma mais amigável, como deve se dar a aplicação
de recursos federais nas diferentes áreas do governo, durante o exercício
de 2011. Essa publicação está no link abaixo, vale visitar:
http://www.planejamento.gov.br/secretarias/upload/Arquiv
os/noticias/sof/100901_orc_fed_alcance_todos.pdf.
O problema da questão 27 foi ter feito, como já vimos ser um costume, uma
inversão entre os princípios orçamentários e suas descrições (no caso,
substituição do princípio da clareza pelo da discriminação). Questão ERRADA.
Equilíbrio
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Bem, dileto aluno, nossa aula demonstrativa fica por aqui. Espero que o
conteúdo apresentado tenha sido suficiente para demonstrar nossa abordagem
durante o curso.
Aguardo você na Aula 01. Podemos nos falar por meio do fórum de dúvidas, ou
então pelo email professor.graciano.rocha@gmail.com.
GRACIANO ROCHA
RESUMO DA AULA
(A) unidade.
(B) exclusividade.
(C) universalidade.
(A) Universalidade.
(B) Unidade.
(C) Singularidade.
(D) Exclusividade.
QUESTÕES ADICIONAIS
(D) deve haver apenas uma única lei orçamentária anual para cada esfera
do Governo.
(A) exclusividade.
(B) unidade.
(C) universalidade.
(D) anualidade.
(E) especificação.
(B) Anualidade.
(C) Clareza.
(D) Exclusividade.
(E) Especificação.
(A) do equilíbrio.
(B) da clareza.
(C) da discriminação.
(A) I.
(B) II.
(C) III.
(D) IV.
(E) V.
(A) exclusividade.
(B) unidade.
(C) universalidade.
(D) anualidade.
(E) especificação.
GABARITO
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
E E E E E C E C E C
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
E E E E C E E B E C
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
C E C C E E E E C C
31 32 33 34 35 36 37 38 39 40
A C C C E E E E E A
41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
E E E E D C E C C E
51 52 53 54 55 56 57 58 59 60
C E E B B E C E C E