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São Paulo, 11 de junho de 2015, Ano 16, Nº 577

IPCA continua em alta

O IPCA de maio registrou alta de 0,74%, muito próxima da registrada em abril, que foi de
0,71%, mas superior ao que se observou em maio de 2014 (0,46%). A alta acumulada em 12
meses atingiu 8,49%, acima do nível de abril, que foi de 8,17%. Com isso, o indicador se
distanciou ainda mais do topo do intervalo de tolerância do Banco Central que é de 6,5%,
situando-se bem acima do centro da meta que é de 4,5%.

A persistência da inflação em níveis mensais elevados e o progressivo aumento das


altas acumuladas em 12 meses ainda contam com a contribuição do ajuste de preços
administrados, com destaque para a energia elétrica. Isoladamente, esse item responde por quase
4% da composição total do IPCA. Em maio, a alta média dos preços da energia para as famílias
ficou em 2,8%. Vale notar que, além de reajustes anuais, que chegaram a 11% em Recife e 10%
em Salvador, os preços da energia também subiram em outras capitais, refletindo a elevação do
PIS-Cofins. O caso mais dramático ocorreu em Vitória, onde o aumento da alíquota desse tributo
foi superior a 500%.

Mas a maior pressão sobre o IPCA em maio veio do grupo alimentação, cuja alta de
1,37% contribuiu com pouco menos da metade da variação do índice no mês. O grupo saúde e
cuidados pessoais refletiu o efeito do reajuste anual dos remédios, com alta de 1,10% no mês. No
extremo oposto, os preços do grupo transporte recuaram 0,29%, puxados pela queda de preços
das passagens aéreas.

O INPC, que mede a inflação na faixa de renda até cinco salários mínimos, teve alta de
0,99% em maio, mais diretamente influenciada pelos preços dos alimentos. Em abril, a variação
havia sido de 0,71% e em maio do ano passado de 0,60%. Com isso, a alta acumulada em 12
meses foi de 8,76% contra 8,34% nos 12 meses anteriores.

Em movimento contrário, o comportamento do câmbio e dos preços internacionais das


commodities contribuiu para a desaceleração do IGP-DI em maio. No mês, a variação do indicador
ficou em 0,40% contra 0,92% no mês anterior. No acumulado em 12 meses, a alta do índice
chegou a 4,83%.

No atacado, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) teve alta de 0,19%, uma forte
desaceleração na comparação com abril, quando a variação havia sido de 1,11%. Dentre os
componentes do IPA, o maior recuo foi observado em matérias-primas brutas, cujos preços caíram
0,58% em maio, com destaque para as commodities agrícolas como milho e café.

No varejo, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), segundo maior componente do IGP,


teve elevação de 0,72% contra 0,61% em abril, também impulsionado pelo grupo habitação. Em
12 meses, o índice acumula alta de 8,63%, não muito distante dos demais indicadores de preços
ao consumidor.
Construção

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) também registrou, em maio, taxa de


variação mais elevada (0,95%), na comparação com o mês anterior (0,46%). Em 12 meses, o
INCC-DI acumula taxa de 5,74%, inferior a observada em maio de 2014, quando o indicador
registrou variação de 7,75%.

A aceleração no mês decorreu da alta da mão de obra em São Paulo. O índice que
representa o custo da mão de obra variou 1,18%, em maio – no mês anterior, havia registrado alta
de 0,11%. Em 12 meses, o componente mão de obra registra variação de 5,59%, a mais baixa
desde agosto de 2007. O índice relativo a materiais, equipamentos e serviços registrou variação
de 0,70%. No mês anterior, a taxa havia sido de 0,84%. Em 12 meses, a variação desse
componente alcançou 5,90%.
Custo da construção civil em São Paulo*, maio de 2015
NBR 12721 / 2006 Evolução do CUB e do IGP-DI
Base Dez/2003 = 100
Projeto R$/m² Variação Projeto R$/m² Variação
220,00
RP1Q 1.307,92 2,39 R8-A 1.412,65 2,02
PIS 811,11 1,89 R16-A 1.518,31 2,03 200,00 CUB
R1-B 1.190,85 2,08 CAL-8N 1.386,97 2,12
PP-4B 1.093,76 1,82 CSL-8N 1.201,30 2,18 180,00

R8-B 1.041,18 1,79 CSL-16N 1.599,72 2,17 IGP-DI


160,00
R1-N 1.467,97 2,35 CAL-8A 1.471,53 2,04
PP-4N 1.381,06 2,23 CSL-8A 1.298,04 2,09 140,00

R8-N 1.205,27 2,21 CSL-16A 1.726,41 2,08 120,00


R16-N 1.168,83 2,18 GI 677,73 1,99
R1-A 1.757,06 2,10 100,00

* Todos os custos aqui divulgados não foram desonerados


Fonte: Secon/SindusCon-SP

Variação dos custos da construção civil no estado de São


Paulo e IGP-M no Brasil, maio de 2015 Evolução do CUB e do INCC
NBR 12721/2006 Base Dez/2003 = 100
Índice Mês Ano 12 Meses 220,00
INCC
CUB residencial (R8-N) 2,21 3,05 7,22 200,00

Comercial Salas e Lojas (8N) 2,18 2,99 7,16 180,00


Comercial Andares Livres (8N) 2,12 2,92 6,94 CUB
160,00
Galpão Industrial 1,99 2,82 6,87
140,00
Casa Popular 2,39 3,33 7,80
IGP-M 0,41 3,64 4,11 120,00

IPA-M 0,30 3,13 2,33 100,00

IPC-M 0,68 5,45 8,31


INCC-M 0,45 2,69 5,97
Fonte: Secon/SindusCon-SP e IBRE-FGV

Materiais que mais subiram no mês de maio/15


Produto Variação % mês Evolução dos Preços do Cimento e do Aço
22,00 3,80
MAIORES VARIAÇÕES 3,60
20,00
Alimentação tipo marmitex nº 8 2,00 Aço 3,40

Tubo PVC-R rígido p/ esgoto Ø 150 mm 1,70 18,00 3,20


3,00
Bloco cerâmico p/ alv vedação 9x19x19cm 1,47 16,00
2,80
MENORES VARIAÇÕES Cimento
14,00 2,60
Bloco de concreto 19x19x39cm -1,54 12,00
2,40
2,20
Concreto FCK=25 MPa -0,65
10,00 2,00
Chapa compensado plastificado 18mm -0,51
Fonte: Secon/SindusCon-SP

Materiais que mais subiram nos últimos 12 meses


Produto Variação % 12 meses
Evolução do CUB Mão de obra e Materiais
MAIORES VARIAÇÕES Base Dez/2003=100
Alimentação tipo marmitex nº 8 12,27 270,00
250,00
Mão de obra
Bloco cerâmico p/ alv vedação 9x19x19cm 8,18
230,00
Telha ondulada fibrocimento 6 mm 7,98 210,00
190,00
MENORES VARIAÇÕES 170,00
Fechadura, tráfego moderado acab. cromo -0,15 150,00
130,00
Bloco de concreto 19x19x39cm 0,00 Materiais
110,00
Janela de correr 2 folhas 1,2x1,2 m 0,25 90,00

Fonte: Secon/SindusCon-SP

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