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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE ITUVERAVA

FACULDADE DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS DE ITUVERAVA.

DARC APARECIDA COSTA

COMPREENDER AS DIVERSAS FACETAS QUE PERPASSAM A


APRENDIZAGEM ESCOLAR.

Ituverava – SP

2017
DARC APARECIDA COSTA

COMPREENDER AS DIVERSAS FACETAS QUE PERPASSAM A APRENDIZAGEM


ESCOLAR.

Trabalho de conclusão de curso apresentado à


Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de
Ituverava (FFCL), da Fundação Educacional de
Ituverava, como requisito para obtenção de grau
do curso de Licenciatura em Pedagogia.
Orientadora: Profa. Dra. Valéria Marta Nonato
Fernandes Mokwa.

Ituverava – SP

2017
Darc Aparecida Costa

Compreender as diversas facetas que perpassam a aprendizagem escolar.

Trabalho de conclusão de curso apresentado à


Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de
Ituverava (FFCL), da Fundação Educacional de
Ituverava, como requisito para obtenção de grau
do curso de Licenciatura em Pedagogia.

_________ de ____________________ de ______________.

Banca Examinadora:

________________________________________________________________
Nome do examinador

________________________________________________________________
Nome do examinador

________________________________________________________________
Profa. Dra. Valéria Marta Nonato Fernandes Mokwa
AGRADECIMENTOS
Agradeço, primeiramente, a Deus, pela vida, por estar sempre no meu caminho,
iluminando e guiando às escolhas certas.

Aos meus pais, Aparecida Boense Costa e Dárcio Antonio Costa, que foram a base de
tudo para mim, me apoiando nos momentos difíceis com força, confiança e amor, me
ensinando a persistir nos meus objetivos e ajudando a alcançá-los. Obrigada pelo incentivo
diário, pela ajuda, pela luta compartilhada, pela confiança que depositaram em mim. Esta
minha vitória e graças a tudo que vocês fizeram por mim. Amo-os muito.

A todos os meus amigos e colegas de sala, que mesmo estando distantes fisicamente
com certeza plantaram um pedaço de si em meu coração.

A todos os tutores, aos orientadores e demais professores e, especialmente, à Profa.


Dra. Valéria Marta Nonato Fernandes Mokwa, muito obrigada pela orientação carinhosa, pela
presença amiga e pelo exemplo.

É com grande alegria e gratidão que dedico esta minha vitória a vocês, pessoas que me
possibilitaram todo o suporte, seja ele emocional ou financeiro, no decorrer de minha vida. Se
hoje venço, é graças a todos vocês. Amo todos vocês.
Não há receita já pronta para servir em
todas as circunstâncias, mas existem idéias,
experiências e inovações que podem ser
utilizadas com a condição de que aprendamos a
escutar e a refletir juntos.

Koïchiro Matsuura, Diretor-Geral, UNESCO.


RESUMO
É necessário compreender as questões ligadas à dificuldade de aprendizagem para que
o aluno possa ser orientado no seu processo de ensino e aprendizagem, sendo respeitada sua
particularidade. Geralmente o que se denomina de dificuldade de aprendizagem corresponde a
uma imensa variedade de problemas que influenciam no rendimento e na vida escolar do
aluno. Tendo diversas causas e aspectos diferentes, os quais podem prejudicar o
funcionamento cerebral e, consequentemente, resultar em dificuldades de aprendizagens dos
conteúdos escolares. O presente trabalho tem como objetivo geral compreender as possíveis
dificuldades de aprendizagem que são encontradas na etapa escolar e, para tanto, utilizou-se
da pesquisa bibliográfica, para entender as dificuldades de aprendizagem, que transcendem
processos escolares e compreendem o aluno como um todo, alcançando, inclusive, seu
entorno familiar e a comunidade em que ele vive. Além disso, é necessária a adoção de um
procedimento voltado para identificação das crianças com dificuldade de aprendizagem, com
propósito de buscar caminhos adequados para o atendimento de suas especificidades e não
como rotulação por uma dificuldade.

Palavras-chave: Dificuldade de aprendizagem; Interação professor, escola e família.


ABSTRACT
It is necessary to understand the issues related to the difficulty of learning so that the
student can be guided in their teaching and learning process, being respected their
particularity. Generally, what is called learning difficulty corresponds an immense variety of
problems that influence the student’s performance and school life. Having several different
causes and aspects, which can impair brain functioning and, consequently, result in learning
difficulties of the school contents. The present final course assignment has as general
objective to understand the possible learning difficulties that are found in the school stage
and, for that, it was used of the bibliographical research, to understand the difficulties of
learning, that transcend school processes and understand the student as a whole, reaching,
inclusively, even his family environment and the community which they lives. In addition, it
is necessary to adopt a procedure aimed at identifying children with learning difficulties, with
the purpose of finding suitable ways to attend to their specifics and not as labeling by a
difficulty.

Keywords: Difficulty learning; Interaction teacher, school and family.


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 9
JUSTIFICATIVA ................................................................................................................... 10
OBJETIVOS ........................................................................................................................... 11
OBJETIVO GERAL ............................................................................................................. 11
OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................................... 11
1 – DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM E SUAS POSSÍVEIS CAUSAS ............... 12
1.1 – AS VÁRIAS FORMAS DE DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM ...................... 17
1.2 – DISLEXIA ................................................................................................................... 19
1.3 – A DISGRAFIA ............................................................................................................ 21
1.4 – A DISCALCULIA ....................................................................................................... 22
1.5 – TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE (TDAH) .... 23
2 – A IMPORTÂNCIA DA RELAÇÃO ESCOLA-FAMÍLIA-EDUCADOR NA
TEMÁTICA DAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM ........................................... 24
3 – METODOLOGIA............................................................................................................. 29
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................. 30
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 32
9

INTRODUÇÃO
A história educacional traz relatos da marginalização e do tratamento estigmatizado
dado aos alunos considerados diferentes. Não existia nenhuma preocupação com as crianças
que apresentavam dificuldade de aprendizagem, os mesmos eram segregados e rejeitados pela
sociedade em geral. Porém, com o passar dos anos, novas tendências mais humanitárias
passaram a ser empregadas, evidenciando a vida e a educação das crianças.

Assim, através desta pesquisa buscamos compreender as diversas facetas que


perpassam a aprendizagem escolar, na busca de possibilitar a reflexão a respeito dessas
dificuldades, pois suas causas são variadas e podem ser provocadas por questões emocionais,
como por exemplo, o nascimento de um irmãozinho, a perda de um animal de estimação,
separação de pais, entre outros. A criança pode ficar tão focada no problema ou na perda que
não consegue concentrar seu foco.

O tema compreender as diversas facetas que perpassam a aprendizagem escolar


promove controvérsias, entretanto, sabe-se que as principais causas das dificuldades de
aprendizagem, são devido a fatores físicos, sensoriais, neurológicos, emocionais,
socioeconômicos, intelectuais, cognitivos, educacionais, familiares, culturais e sociais.

A presente pesquisa buscou compreender as possíveis dificuldades de aprendizagem


que são encontradas na etapa escolar e foi organizada a partir de pesquisa bibliográfica.

Esse estudo foi dividido em duas seções, sendo que a primeira seção abordou as
possíveis dificuldades de aprendizagem e os diferentes fatores que ocasionam essas
dificuldades, além disso, discorreu brevemente sobre os tipos mais comuns de dificuldades de
aprendizagem e suas características. A segunda seção dissertou acerca da dificuldade de
aprendizagem e sua relação o âmbito escolar, evidenciando a importância da participação e da
interação escola/ família/sociedade para se efetivar o processo de aprendizagem da criança.

Acredita-se que reflexões para se compreender a respeito do ensino e aprendizagem de


crianças com dificuldades sejam de suma importância para que, tanto a criança quanto o
professor, possam se ajudar e, assim, passar o maior dado possível de informações fidedignas
para uma equipe multidisciplinar na busca de oferecer uma educação de qualidade e efetiva,
visando a felicidade do educando, respeitando seus limites e sua forma de aprender.
10

METODOLOGIA
A pesquisa foi organizada a partir de dados qualitativos, usando abordagem
metodológica de pesquisa bibliográfica e buscou subsídios necessários para embasamento
teórico e documental, mediante leitura, seleção, e analise de textos relevantes ao tema
proposto.

Para Gil (1991), pesquisa bibliográfica é aquela realizada a partir de material


publicado, como livros e artigos de periódicos, e atualmente, com material disponibilizado na
internet. Cervo e Bervian (1996, p.48) afirmam que “a pesquisa bibliográfica procura explicar
um problema a partir de referencias teóricas publicadas em documentos” e Marcone e Lakatos
(1992) enfatizam que a pesquisa bibliográfica é o levantamento de toda a bibliografia já
publicada, em forma de livros, revistas, publicações avulsas e imprensa escrita.

Deste modo, a finalidade da pesquisa bibliográfica é fazer com que o pesquisador


entre em contato direto com todo material escrito sobre um determinado assunto, auxiliando o
cientista na análise de suas pesquisas ou na manipulação de suas informações. Por fim para
selecionar os artigos e organizar as informações importantes e de maior interesse, optou-se
pela elaboração de fichamento.

JUSTIFICATIVA
Ao iniciar os Estágios Supervisionados, em escolas do ensino fundamental, os
conceitos que a pesquisadora tinha sobre o que é ensinar mudaram muito, pois a convivência
na sala de aula nos levou a profundas reflexões e observações. Em relação às praticas
pedagógicas, o que mais chamou a atenção foi perceber o grande número de alunos que
encontram grandes dificuldades de aprendizagem e demonstram desinteresse pelas aulas. E
muitos desses alunos acabam sendo vistos pelos profissionais da instituição como não sendo
capazes de continuar frequentando a escola, sendo encaminhados a uma instituição de ensino
especial, o que acontece com frequência em uma escola municipal do interior paulista.

Por considerarmos esse número alarmante, durante os estágios a pesquisadora buscou


observar e analisar o porque de tantas dificuldades na aprendizagem destes alunos. Pelo que
foi presenciado, a maioria dos alunos não consegue acompanhar a forma como a professora
ensina. É importante ressaltar ainda, que o ensino neste município é apostilado e com tempo
determinado.
11

Essa experiência no período de estágio nos levou a refletir se realmente esses alunos
têm um déficit ou estão passando por algum período de conflitos, turbulências ou enfrentando
algum problema. Percebe-se, nesse caso, a importância de se entender as dificuldades de
aprendizagem e o que pode estar levando estes alunos a encontrarem esses obstáculos. Além
disso, é necessário pensar no modo como a instituição resolve esse problema, pois o
encaminhamento desses alunos a outra instituição não gera, de certa forma, uma exclusão?
Como esses alunos devem se sentir? Não haveria outra forma de avaliação antes dessas
crianças serem encaminhadas?

Assim, considerou-se oportuno discorrer sobre a definição, conceito e as tipologias de


dificuldades de aprendizagem conhecendo suas possíveis causas e também reforçar a
importância do tripé: escola, família e educador.

Este tema não é novidade, visto que esse é um problema histórico, porém, é paradigma
moderno das escolas de ensino básico, por isso, encontramos vários artigos e trabalhos
acadêmicos abordando o assunto, o que nos possibilita abrir um leque muito grande de
oportunidades e descobertas, apresentando assim novos significados.

OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL
Compreender as possíveis dificuldades de aprendizagem que são encontradas na
educação básica.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
 Realizar levantamento bibliográfico que aborde o tema dificuldade de aprendizagem;
 Entender os fatores que possam contribuir para as dificuldades de aprendizagem;
 Discorrer sobre os tipos mais comuns de dificuldades de aprendizagem e suas
características;
 Compreender a importância da parceria escola, família e sociedade para a
problemática levantada por essa pesquisa.
12

1 – DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM E SUAS POSSÍVEIS CAUSAS


A temática das dificuldades de aprendizagem ganhou um olhar significativo no início
do século XIX, e vem sendo amplamente estudada até a atualidade, assim, esses estudos
ganharam extrema relevância devido a sua importância, principalmente, no que diz respeito
ao desenvolvimento infantil.

A criança desde muito nova entra em contato com o espaço escolar, na educação
infantil. Entretanto, os primeiros anos do ensino fundamental são os que vão inserir a criança
na vida acadêmica e merecem atenção do professor para observar se o desenvolvimento da
criança está sendo efetivo, ou se em determinado momento específico sofreu algum déficit.

Sendo assim, o sucesso ou fracasso obtido nessa primeira etapa escolar vai decidir os
próximos passos do caminho da vida acadêmica da criança, podendo o seu desempenho ser
positivo ou não, o que envolve diversos fatores que perpassam a vida da criança: as relações
entre os colegas de turma, a interação com o professor e demais envolvidos no espaço escolar,
bem como o ambiente familiar e os aspectos afetivos, emocionais e cognitivos.

Todos esses fatores devem ser considerados ao se discutir as dificuldades de


aprendizagem, sendo importante considerar a história dessas dificuldades, que foram
presenciadas e diagnosticadas na sociedade, para que sejam precocemente identificadas dentro
13

da vida acadêmica da criança, com o objetivo de saber ao certo como lidar com situações em
que a criança apresente qualquer dificuldade de aprendizagem.

É importante essa perspectiva histórica, já que a situação envolve o não conhecimento


de como proceder com crianças que apresentam dificuldades de aprendizagem, o que faz com
que a escola seja estigmatizada como sendo reprodutora de problemas e incapaz de solucionar
a situação, dada à falta de informação dos envolvidos, devido ao próprio sistema
organizacional da instituição que é, ainda, por muitas vezes, tradicional e classificatória.

Todavia, há inúmeras tentativas de estudos da área educacional para obter diagnósticos


precisos, métodos eficazes de lidar com a criança, para que vença a barreira e tenha seu
desenvolvimento garantindo. (TIBALLI, 1998, p. 45).

Deste modo, é importante salientar que os problemas de dificuldade de aprendizagem


têm diferentes origens, podendo ser de ordem biopsicossocial e pedagógica e, por não ser um
tema atual, torna-se imperioso o estudo minucioso do assunto, para que não haja diagnósticos
precoces e estatização da criança.

Wendt (2001) explica que desde os primórdios da humanidade encontram-se relatos de


exclusão e estigmas para as pessoas que se apresentam diferentes do que a sociedade
considera normal, já que não atendem os padrões estabelecidos e que doentes, velhos, dentre
outros considerados diferentes, eram eliminados em inúmeras civilizações, como por
exemplo, os índios da América que abandonavam os enfermos incuráveis e sacrificavam
recém-nascidos com algum problema.

Com o avanço da ciência, houve maior interesse de se conhecer as causas que


ocasionam a dificuldade de aprendizagem e segundo Patto (1999), a dificuldade de
aprendizagem foi, inicialmente, objeto de estudo da medicina, no final do século XVIII e
início do século XIX, período em que foram realizados estudos em laboratórios e em
hospícios, estudos de neurologia, neurofisiologia e neuropsiquiatria.

O conceito de “anormalidade” foi facilmente transferido dos hospitais para as escolas,


“consideravam como crianças com dificuldade de aprendizagem aquelas que não
acompanhavam seus colegas na aprendizagem escolar” (PATTO, 1999, p. 63). Essas crianças
passaram a ser consideradas como anormais escolares, tendo como causa de seu fracasso
alguma anormalidade orgânica.
14

Com essa classificação de anormalidade, a maior preocupação nos estabelecimentos


de ensino era encontrar a explicação para as diferenças de rendimentos escolares através de
instrumentos de avaliação de aptidões. De acordo com Tiballi (1998, p.45) “... o pensamento
pedagógico brasileiro, na primeira metade do século, foi marcado pela publicação de dezenas
de obras sobre medidas objetivas do ensino e sobre testes mentais”.

A evolução da sociedade, a mudanças de valores no que tange o conceito de diferente,


possibilitou a busca pela reflexão e compreensão atribuídas aos indivíduos menos capacitados
ou incapacitados, ou seja, com alguma necessidade especial.

Com a contribuição de diferentes teorias e grupos investigativos sobre o fenômeno das


dificuldades de aprendizagem desde a década de 1980, a dificuldade foi considerada uma
doença e a sua forma de tratamento seria apenas por meio da medicina. Entretanto, os estudos
com uma visão interdisciplinar mostram que a dificuldade de aprendizagem não é apenas de
fundo patológico. (SERRA; BONINI, 2000).

A Psicopedagogia observou que o fracasso escolar deixou de ser algo patológico, ou


seja, uma doença, e passa a entender a dificuldade de aprendizagem no percurso escolar,
como tendo sua causa em diferentes fatores, sejam eles hereditários, sociais, culturais,
pedagógicos, psicológicos e, ou médicos. (PATTO, 1999).

Apesar da evolução dos estudos sobre as dificuldades de aprendizagem, o tema ainda é


controverso e, por muito tempo, prevaleceu a definição de que a causa era originada devido a
uma disfunção do sistema nervoso central. Atualmente, ainda se encontram no meio
educacional obstáculos para lidar com o assunto e as crianças com dificuldades escolares,
acabam sendo rotuladas de anormais, crianças problema, disléxicas, entre outras.

A definição de que a criança com dificuldade era doente e necessitava de cuidados


médicos não explicava o crescente número de pessoas que, embora sem nenhuma disfunção,
sem nenhum problema orgânico ou neurológico, apresentavam dificuldade em aprender.

Surge, assim, a dúvida dos outros possíveis fatores que ocasionam a dificuldade de
aprendizagem, o que dá ênfase, a partir de então, aos fatores de ordem social, emocional e
pedagógica na compreensão das possíveis causas das dificuldades de aprendizagem. (SERRA;
BONINI, 2000).
15

O estudioso Pain (1986) aponta as diferentes causas e manifestações que apresentam


as dificuldades de aprendizagem e acrescenta que, além dos aspectos biológicos que
ocasionam a dificuldade, ela pode surgir como um pedido de ajuda, ou uma forma de resposta
a um determinado acontecimento que gera a dificuldade de aprendizagem.

A autora explica que essas manifestações podem aparecer como um sintoma ou como
um comportamento reativo em relação às propostas escolares, indicam uma repressão da
possibilidade de aprender, ou seja, a criança está impedida de aprender devido a um novo
episódio vivenciado.

Esses acontecimentos podem ser de variadas origens, como por exemplo, o


nascimento de um irmãozinho, a perda de um ente querido, separação dos pais, mudança de
escola ou endereço, a perda de um animalzinho de estimação, estar sofrendo violência sexual,
maus tratos, ou ainda algum problema de saúde como o Hipotireoidismo, entre outros fatores
que ocasionam a dificuldade de aprendizagem, ou seja, surge sem motivo aparente, uma
situação ocasiona naquele momento específico a dificuldade de aprendizagem, em crianças
sem nenhum problema biológico e, nesses casos, a dificuldade não pode ser entendida como
uma situação permanente, mas passível de ser revertida a partir de uma intervenção adequada.
A dificuldade pode ser temporal ou permanente e se manifesta como inadequações às práticas
escolares.

García Sánchez define a expressão “dificuldades de aprendizagem” a partir de um


conceito internacional:

(...) as dificuldades de aprendizagem se caracterizam por um funcionamento


substancialmente abaixo do esperado, considerando a idade cronológica do sujeito e
seu quociente intelectual, além de interferirem significativamente no rendimento
acadêmico ou na vida cotidiana, exigindo um diagnóstico alternativo nos casos de
déficits sensoriais. Assumem-se, portanto, um critério de discrepância entre aptidão
e o rendimento e um critério de exclusão, além do baixo rendimento e da
interferência na vida cotidiana. (GARCIA SÁNCHEZ, 2004, p. 15-16).

A conceitualização do Comitê Conjunto sobre Dificuldades de Aprendizagem está na


mesma linha, ao sugerir que as dificuldades de aprendizagem são algo heterogêneo, supõe
problemas significativos na conquista das habilidades da leitura, de escrita e/ou matemática,
que se acredita ser intrínsecas ao indivíduo, é possível encontrar superposição com outros
problemas que não se devem a influências extrínsecas.

Garcia (1998) diz que ao se diagnosticar as dificuldades de aprendizagem deve-se dar


especial atenção às suas relações com outros transtornos, pois, normalmente, eles estão
16

superpostos. Como por exemplo, o transtorno de déficit de atenção ligado à hiperatividade, os


transtornos de fala como a gagueira e a linguagem confusa, etc.

É muito importante que o professor observe e esteja sempre atento ao comportamento


dos seus alunos para que possa identificar as diferentes manifestações de dificuldade de
aprendizagem, pois a identificação desse problema e a intervenção precoce permitem sua
resolução mais rapidamente.

Pain (1986) elenca que as diferentes manifestações das dificuldades de aprendizagem


são:

 Atraso de um ou mais anos em relação às crianças da mesma idade;


 Participação em programas de recuperação;
 Mudanças de escola;
 Rejeição à escola;
 Isolamento dos colegas;
 Timidez;
 Pouca ou nenhuma participação na vida escolar, nas atividades da escola;
 Muitas faltas às aulas.

A autora salienta ainda que, geralmente, as crianças com dificuldades de


aprendizagem apresentam:

 Deficiência na leitura;
 Dificuldade na disciplina de Matemática e, ou de raciocínio;
 Problemas psicomotores (coordenação, esquema corporal, lateralidade, etc.);
 Baixa tolerância a frustração;
 Dificuldade de atenção, ligados ou não à instabilidade motora;
 Indisciplina;
 Dislexia (dificuldade ou incapacidade de aprendizagem da leitura).

Apesar de haver diversas definições de dificuldade de aprendizagem, de maneira geral,


as dificuldades de aprendizagem podem ser definidas como problemas neurológicos que
influenciam na capacidade cerebral de entender, recordar ou comunicar informações, muitas
vezes, as crianças que não apresentam um bom desempenho escolar podem ter dificuldades de
17

aprendizagem não identificadas e isso acarreta que sejam rotuladas como crianças de baixa
inteligência, insolentes ou preguiçosas (CUPERTINO, 2008).

Logo, se torna urgente que os docentes, pais ou responsáveis, estejam atentos a


perceberem quando a criança não aprende a contento, e assim, investigar a causa, iniciando
com a investigação junto à família e na própria escola, para poder identificar alguma situação
que pode estar ocasionando a dificuldade na criança, para depois buscar o trabalho
interdisciplinar junto com médico, psicólogo e psicopedagogo.

Torna-se, então, necessário identificar, de fato, a dificuldade específica dos alunos e


para tanto é essencial o profissional da área educacional, principalmente, o professor,
conhecer e conceituar as dificuldades de aprendizagem e os diagnósticos possíveis para que a
criança não seja rotulada injustamente, ocasionando ainda mais perdas e danos para o seu
desenvolvimento.

1.1 – AS VÁRIAS FORMAS DE DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM


Na atualidade, observa-se grande interesse das instituições de ensino para as questões
voltadas para as dificuldades de aprendizagem e, por muitas vezes, o tema é uma incógnita, o
que torna a práxis docente mais difícil, já que o profissional da educação, na maioria das
vezes, não está instrumentalizado para diferenciar os tipos de dificuldades de aprendizagem,
bem como distingui-las entre temporárias ou permanentes.

No decorrer do desenvolvimento humano, o aluno passa por diferentes alterações e


esse processo é conhecido como aprendizagem, sendo considerado como alterações no
comportamento proveniente das diferentes vivências que a pessoa vive e que poderão ser
advindas das vivencias individuais e ambientais (FONSECA, 1995).

Na concepção de Vygotsky, Luria e Leontiev (1988, p. 2) “o aprendizado é um


aspecto necessário e universal para o desenvolvimento das funções psicológicas culturalmente
organizadas e particularmente humanas”. De acordo com Ciasca:

No início do processo de escolarização, a criança pode apresentar algumas


dificuldades no aprendizado da leitura, escrita e cálculo. Convencionalmente,
costumam-se dividir as dificuldades de aprendizagem em dois tipos: a) Dificuldades
Escolares (DE) relacionadas a problemas de origem e ordem pedagógica e b)
Distúrbios de Aprendizagem (DA) relacionados a uma disfunção no Sistema
Nervoso Central (SNC), caracterizada por uma falha no processo de aquisição e/ou
desenvolvimento das habilidades escolares. Os diagnósticos dos DAís devem excluir
problemas de ordem sensorial, mental, motora, cultural ou outras causas. (CIASCA,
2003, p.220).
18

Mattos (2005) corrobora ao dizer que a criança pode apresentar dificuldade de


aprendizado por apresentar o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), o
que vai ocasionar no processo de aprendizagem escolar.

O pesquisador Moraes (2001) explica que, na atualidade, vê-se um grande número de


crianças encaminhadas para tratamentos psicopedagógicos devido à dificuldade de
aprendizagem, sem haver um critério que contribua para fidelizar o diagnóstico e devido a
isso, torna-se vital o seu diagnóstico a partir das observações feitas pelo professor e realizado
por profissional pedagogo ou psicólogo, antes do encaminhamento da criança para o
profissional da área médica.

Vimos que na literatura, encontramos diferentes fatores que ocasionam a dificuldade


de aprendizagem como os psicológicos e neurológicos, porém, é importante salientar que há
outros fatores que ocasionam a dificuldade de aprendizagem, como os elementos sociais,
afetivos, emocionais e outros que compõem a totalidade da criança, tais como condição de
vida e hábitos culturais. Por esta razão, entendemos que é imprescindível levantar a história
de vida da criança e o seu cotidiano para que se faça uma detecção real da dificuldade.

Como aponta Mattos (2005) a dificuldade de aprendizagem em leitura e escrita,


conhecida como Dislexia, geralmente é proveniente e acompanhada pelo histórico familiar da
criança de problemas de fala e linguagem e, consequentemente, da escrita e da leitura.

A identificação das dificuldades é o passo inicial e importantíssimo para saná-las ou


minimizá-las. Nesse sentido, é oportuno discorrer brevemente sobre os tipos mais comuns de
dificuldades de aprendizagem e suas características.

Para Manhani et al (2006), as crianças com dificuldades de aprendizagem são aquelas


que apresentam problemas na aquisição de conteúdos teóricos, embora apresentem
inteligência normal, e não demonstrem nenhum tipo de desfavorecimento físico, emocional ou
social. Tais crianças, na maioria das vezes, superam suas dificuldades com atenção
especializada e métodos de ensino diferenciados.

Ainda segundo o autor, as dificuldades de aprendizagem não podem e nem devem ser
confundidas com nenhum tipo de deficiência intelectual e consideram como características
genéricas do desempenho das crianças com deficiência intelectual com algumas
particularidades, tais como:
19

[...] a) desempenho, ao executar tarefas, incompatível com a idade cronológica; b) O


desempenho e a habilidade intelectual da criança são díspares em uma ou mais das
áreas de raciocínio lógico-matemático, de expressão oral e escrita, e de
entendimento de ordens orais. (MANHANI et al, 2006, p. 122).

Todavia, para que o indivíduo possa ser identificado como portador de alguma
dificuldade de aprendizagem, são considerados, pelos autores, quatro critérios essenciais:

[...] a) Presença de problemas de aprendizagem em uma ou mais áreas; b)


Disparidade significativa entre seu potencial e seu desempenho real; c) Desempenho
irregular, ou seja, satisfatório e insatisfatório alternadamente, no mesmo tipo de
tarefa; d) Ausência de condições patológicas como deficiências visuais, auditivas,
problemas emocionais e de carências ambientais ou culturais. (MANHANI et al,
2006, p. 122).

Verifica-se, dessa maneira, que é importante que os profissionais envolvidos no


diagnóstico e intervenção das crianças (psicopedagogo, psicólogo, médico, entre outros)
conheçam as características que vão diferenciar as possíveis dificuldades de aprendizagem,
para que realizem uma análise criteriosa para distinguir a dificuldade de aprendizagem
ocasionada por fatores externos da patologia.

Dentre as dificuldades de aprendizagem de ordem patológicas podemos destacar a


Dislexia, a Disgrafia, a Discalculia e o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade
(TDAH). Nos próximos tópicos dessa seção são apresentadas características específicas de
cada uma delas.

1.2 – DISLEXIA
A Dislexia é um obstáculo educacional que compromete a capacidade de ler, escrever,
entender e soletrar as palavras. De acordo com Santos (2007), trata-se de um defeito no
processamento da habilidade da leitura e da escrita durante o desenvolvimento, traduzindo-se
em um atraso no desenvolvimento ou na diminuição da capacidade de traduzir sons em
símbolos gráficos e compreender qualquer material escrito.

Além disso, pode apresentar-se em uma das três seguintes variedades: visual, mediada
pelo lóbulo occipital; fonológica, mediada pelo lóbulo temporal; e mista, mediada pelas áreas
frontal, occipital, temporal e pré-frontal. Pode ser difícil detectar essa dificuldade como tal,
podendo pais e professores considerá-la má vontade, preguiça ou indisciplina da criança, que,
devido ao fato de não entender os símbolos escritos, desinteressa-se das atividades,
refugiando-se na apatia ou no mutismo ou ainda na turbulência e desatenção (SANTOS,
2007).
20

A Dislexia, atualmente, é vista como uma síndrome, diferente para cada indivíduo.
Existem graus de Dislexia e variadas classificações, dentre elas podemos ressaltar os
seguintes tipos:

Dislexia disfonética: relaciona-se aos aspectos auditivos; o indivíduo apresenta


dificuldades para estabelecer diferenciação na análise, síntese e discriminação de
sons; dificuldades temporais referentes à percepção da sucessão e duração de sons.
Também efetua trocas de fonemas e grafemas, alterações na ordem das letras e
sílabas, omissões ou acréscimos, apresentando maior dificuldade com a escrita do
que com a leitura. Observa-se também a substituição de palavras por sinônimos.
Como esses indivíduos percebem as palavras de forma global, podem efetuar trocas
de palavras por outras semelhantes (COLL, 1995 apud IAK, 2004, p. 41).

Dislexia deseidética: Caracterizada por dificuldades visuais e por disfunção na


percepção gestáltica, na análise e síntese e dificuldades espaciais relacionadas à
percepção das direções, da localização espacial e das relações de distância. Essas
condições têm como consequências uma leitura silabada, dificuldade em estabelecer
sínteses, aglutinação ou fragmentação de sílabas e/ou palavras, troca por
equivalentes fonéticos, apresentando uma dificuldade maior para a leitura do que
para a escrita (COLL, 1995 apud IAK, 2004, p. 41).

O terceiro tipo é a Dislexia mista, que reúne os sintomas anteriores e é a mais comum
(COLL, 1995 apud IAK, 2004, p. 41).

De acordo com Rodrigues (2011), o Manual de Diagnóstico e Estatística de Doenças


Mentais (DSM IV) de 1983 estabelece os seguintes critérios para o diagnóstico da Dislexia:

a) O rendimento na leitura/escrita, medido através de provas normalizadas, situa-se


substancialmente abaixo do nível esperado para a idade do sujeito, quociente de inteligência e
escolaridade própria para a sua idade;

b) A perturbação interfere significativamente com o rendimento escolar, ou atividades


da vida quotidiana que requerem aptidões de leitura/escrita;

c) Se existe um déficit sensorial, as dificuldades são excessivas em relação às que lhe


estariam habitualmente associadas (RODRIGUES, 2011, p.54)

Iak (2004) afirma que, para um diagnóstico de Dislexia, não se pode considerar a
apresentação de indicadores isolados, porque muitos deles são parte do desenvolvimento do
indivíduo. A autora enfatiza que a International Dyslexia Association (IDA) considera que só
um diagnóstico multidisciplinar pode realmente indicar um quadro de Dislexia em uma
criança com dificuldades de aprendizagem.
21

Para a efetivação desse diagnóstico, segundo Iak (2004), indica-se o envolvimento de


profissionais de diferentes áreas da saúde: Psicologia, Fonoaudiologia, Oftalmologia e
Neurologia.

Percebe-se, diante do exposto, que para a detecção e intervenções eficazes para


crianças com dificuldades de aprendizagem devidas à Dislexia, é necessário um trabalho
multidisciplinar, envolvendo profissionais de diferentes áreas, bem como a escola, o professor
e a família.

1.3 – A DISGRAFIA
A criança com Disgrafia escreve lentamente com letra ilegível com contornos
malformados e não conseguem respeitar as linhas. Santos (2007), descreve a Disgrafia como
um transtorno na linguagem escrita, especificamente na qualidade do traçado gráfico, ou seja,
a criança escreve lenta e/ou ilegivelmente (“letra feia”), sem que apresente nenhum tipo de
problema neurológico e/ou intelectual, podendo, até mesmo, apresentar nível de inteligência
superior à média.

A Disgrafia está relacionada a dificuldades para recordar a grafia correta, para


representar um determinado som ouvido ou elaborado mentalmente e à má organização de
espaço temporal, levando a uma má organização de caderno, por exemplo, (a criança usa
espaços inadequados entre as palavras, não respeita margens, letras malfeitas, escrita
ascendente ou descendente, etc.) (SANTOS, 2007).

O comportamento da criança com essa dificuldade consiste em escrever com muita


lentidão, refazendo as letras ou ligando-as inadequadamente (amontoando-as, para disfarçar
os erros de ortografia). Segundo Coelho (2012), etimologicamente, Disgrafia deriva dos
conceitos “dis” (desvio) + “grafia” (escrita), ou seja, é “uma perturbação de tipo funcional que
afeta a qualidade da escrita do sujeito, no que se refere ao seu traçado ou à grafia.”; prende-se
com a “codificação escrita (…), com problemas de execução gráfica e de escrita das palavras”
(COELHO, 2012, p. 32).

Ainda de acordo com a autora referenciada, a criança com Disgrafia apresenta uma
escrita que se desvia da norma/padrão, isto é, uma “caligrafia deficiente, com letras quase
idênticas umas às outras, pouco diferenciadas, mal elaboradas e desproporcionais”
(COELHO, 2012, p. 34).
22

Obviamente que uma criança em processo de aprendizagem da escrita apresenta,


naturalmente, dificuldades no traçado das letras. Assim, ainda segundo Coelho:

[...] durante este período, o professor deverá revelar especial atenção e fornecer as
orientações necessárias para que os alunos realizem adequadamente a escrita,
evitando, deste modo, na ausência de outras problemáticas associadas, a
permanência de traçados incorretos que, consequentemente, poderão evoluir para um
quadro de Disgrafia (COELHO, 2012, p. 36).

Portanto, é preciso que se detecte, o mais precocemente possível, o caso da criança


disgráfica, diferenciando-a da criança que normalmente ainda apresenta dificuldades
temporárias de traçado da escrita, para que as intervenções cabíveis ao caso sejam realizadas
com a maior brevidade possível.

1.4 – A DISCALCULIA
A Discalculia é uma dificuldade apresentada pela criança na realização de operações
aritméticas, porém podem possuir um QI acima da media. Segundo afirma Santos (2007) essa
dificuldade, causada por uma disfunção de áreas têmporo-parietais, liga-se à dificuldade ou a
incapacidade da criança em realizar atividades aritméticas básicas, tais como quantificação,
numeração ou cálculo. É preciso, porém, ressalvar que nem todas as crianças possuem a
mesma aptidão para Matemática; portanto, é preciso cuidado para detectar as que realmente
têm o problema, por meio de um diagnóstico do problema pelo psicopedagogo, para auxiliar
no trabalho do professor e maximizar a potencialidade de tais crianças.

Rebelo (1998) apud Coelho (2012) conceitua etimologicamente, Discalculia como


derivada dos conceitos “dis” (desvio) + “calculare” (calcular, contar), ou seja, é “um distúrbio
de aprendizagem que interfere negativamente com as competências de Matemática de alunos
que, noutros aspectos, são normais” (REBELO, 1998, apud COELHO, 2012, p. 38). Assim,
Discalculia é “uma desordem neurológica específica que afeta a habilidade de uma pessoa
compreender e manipular números” (FILHO, 2007 apud COELHO, 2012, p. 39).

Muitos alunos têm dificuldades em Matemática porque não compreendem os


enunciados dos problemas, outros demoram muito tempo a perceber que operação matemática
tem de fazer e alguns não conseguem concluir uma operação aparentemente simples. É
importante lembrar, porém, como pontua Coelho (2012), que estas dificuldades podem não
estar associadas a fatores como a preguiça/desmotivação/desinteresse (como alguns
pais/professores julgam), mas relacionadas com a Discalculia. Segundo a autora, não existe
uma causa única e simples que possa justificar o aparecimento da Discalculia.
23

Nota-se que, como apontado no caso de crianças disgráficas, as crianças discalcúlicas


também devem ter essa característica detectada precocemente, para eficácia das intervenções;
mas é preciso observar que muitas crianças apenas apresentam uma dificuldade maior em
cálculo, que deve ser anulada ou eliminada por meio de técnicas pedagógicas específicas e
diferenciadas, mas não são discalcúlicas.

1.5 – TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE (TDAH)


A criança com TDAH pode apresentar desorganização motora, espacial, disfunção
executiva e instabilidade emocional, problemas de sono, alimentação, controle de esfíncteres,
memória sequencial, linguagem e dificuldade de aprendizagem, além de possuírem falha em
relação ao convívio social, o que os tornam estressados e vulneráveis por não saber lidar com
a flexibilidade cotidiana. Apresentam, ainda, uma inteligência na média ou acima da média
com uma memória privilegiada, se tornando obsessivas em determinados assuntos, o que com
certeza, influencia a aula e a aprendizagem dos demais alunos, necessitando um trabalho
pedagógico diferenciado pelo docente, de forma a criar estratégias para lidar com essa
situação, sem prejudicar os educandos.

Para Roman et al (2008) apresentam padrões indefinidos de pensamento, pois é muito


difícil para elas manterem as informações de forma linear e sequenciada. Perdem detalhes
essenciais das informações obtidas quando as recebem, e as processam desordenadamente. O
que se aprendeu não está em sua memória quando necessário. Suas lembranças são vagas,
confusas, o que dificulta que façam um conjunto de atividades exigidas numa tarefa; mudam
as primeiras impressões sobre as informações que recebem; possuem um tempo cognitivo
mais lento.

O processamento das informações obtidas e resgatadas é lento e geralmente não


conseguem responder frente às pressões de tempo. Quando solicitadas a realizar alguma coisa
em um curto espaço de tempo, passam longos períodos tratando de encontrar informações,
mas sem sucesso, porque não reagem de imediato. Algumas características comuns são a
necessidade de denominar e descrever problemas, por possuírem um tempo cognitivo lento,
não retém ou esquecem conceitos e o autoargumento oral, que é característico dessas crianças,
elas repetem oralmente a instrução que recebem.

Percebe-se, portanto, que as crianças com TDAH necessitam de tratamento


especializado, com profissional de saúde, inclusive com a administração de medicamentos,
como a Ritalina, por exemplo, além de intervenções psicológicas e psicopedagógicas e
24

tratamento específico na escola, por meio de técnicas adequadas, para que possam vencer o
transtorno. (ROMAN et al, 2008).

Melhorar a vida dessas crianças com dificuldades de aprendizagem é ultrapassar


barreiras, tornando assim sua vida familiar, escolar e social mais afável, sendo possível fazê-
los crescer em ambiente prazeroso, com amor, compreensão e limites.

Todo individuo aprende, basta utilizar estratégias diferentes desenvolvendo os


comportamentos que o possibilitam a viver, pois a aprendizagem é o processo mais
importante para o sucesso da vida do homem.

A presente pesquisa tem como foco a importância do diagnóstico correto, para que a
criança assim que diagnosticada seja acompanhada em suas necessidades individuais no
processo de socialização e escolarização, desenvolvendo então suas capacidades para se
alfabetizar e socializar.

A detecção, o entendimento e o tratamento das dificuldades de aprendizagem


apresentadas dependem, em grande parte, da interação escola-família-sociedade, deste modo,
é de suma importância que essas instituições se completem na busca de sanar as dificuldades
que a criança apresente e ofereçam subsídios para que o educando tenha uma educação de
qualidade, respeitando, assim, o seu ritmo de aprendizagem e seus limites.

2 – A IMPORTÂNCIA DA RELAÇÃO ESCOLA-FAMÍLIA-EDUCADOR NA


TEMÁTICA DAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
Para entender dificuldade de aprendizagem é preciso compreender que a aprendizagem
é um processo onde o indivíduo adquire conhecimentos e habilidades propiciando seu
desenvolvimento e sua formação.

Considera-se que a aprendizagem acontece desde a tenra idade e em diferentes espaços


sociais, como explica Gagné (1980, p.91) “a aprendizagem é inferida quando ocorre uma
mudança ou modificação no comportamento, mudança esta que permanece por períodos
relativamente longos durante a vida do indivíduo”.

As dificuldades de aprendizagem basicamente são alterações estruturais, mentais,


emocionais ou neurológicas, que interferem na construção e desenvolvimento das funções
cognitivas.
25

Smith e Strick (2001) apontam as variedades comportamentais problemáticas que


influenciam as crianças levando-as a dificuldade de aprender, tais como: o fraco alcance da
atenção, dificuldade para seguir instruções, imaturidade social, dificuldade com conversação,
inflexibilidade, pouca capacidade de planejamento, carência de habilidades organizacionais,
distração, falta de destreza, falta de controle dos impulsos emocionais. Tais comportamentos
são gerados pelas mesmas condições neurológicas que causam dificuldades de aprendizagem.

Para que tais dificuldades sejam minimizadas ou até mesmo sanadas, é necessário que
sejam realizados diagnósticos, ou seja, aplicadas técnicas específicas voltadas para a detecção
do tipo de dificuldade apresentada pela criança, conduzidas por psicopedagogo ou especialista
da área.

O educador tem papel importante no desenvolvimento do aluno e necessita propiciar


métodos de ensino que possibilitem construir juntamente com o discente a aprendizagem, de
forma a promover mudanças necessárias para que a criança tenha criatividade e se desenvolva
no seu ritmo, já que cada ser humano é único e possui seu tempo de aprendizagem.

Assim como o educador, a escola tem papel relevante na vida dos estudantes com
dificuldade de aprendizagem, pois a mesma deve ser um ambiente favorável, sanando as
dificuldades e proporcionando a eles condições que facilitem o aprendizado. Conforme Lane e
Codo:

O meio escolar deve ser um lugar que propicie determinadas condições que facilitem
o crescimento, sem prejuízo dos contatos com o meio social externo. Há dois
pressupostos de partida: primeiro, é que a escola tem como finalidade inerente a
transmissão do saber e, portanto, requer-se a sala de aula, o professor, o material de
ensino, enfim, o conjunto das condições que garantam o acesso as conteúdos;
segundo, que a aprendizagem deve ser ativa e, para tanto, supõe-se um meio
estimulante. (LANE E CODO, 1993, p. 174).

A família é outra instituição social que desempenha um importante papel para o


desenvolvimento da criança com dificuldade de aprendizagem e se houver o trabalho conjunto
dos pais ou responsáveis, escola, docente e demais profissionais envolvidos, como o
psicopedagogo, a criança terá avanços significativos no seu desenvolvimento.

No século XXI, a educação ganha contornos de tal importância para a sociedade, que a
participação desta e da família nos processos escolares torna-se imprescindível. Neste
contexto, importa verificar a obra de Vygotsky a respeito de problemas de aprendizagem sob
nova perspectiva, ou seja, a das relações sociais. Para Vygotsky (1984), os processos
26

psíquicos superiores só se desenvolvem com a mediação dos muitos outros do convívio


social, implicando, portanto, a atividade social. (LURIA; YODOVICH, 1985).

De acordo com Luria e Yodovich (1985), Vygotsky postula que o desenvolvimento


mental humano tem origem na comunicação verbal entre a criança e o adulto. Logo, o
pensador “estudou os processos mentais infantis como sendo produto da intercomunicação da
criança com o seu entorno social, ressaltando assim a importância do adulto neste processo e,
consequentemente, o papel fundamental da família para a aprendizagem da criança”
(VYGOTSKY, 1984 apud LURIA; YODOVICH, 1985, p. 122).

Diante disso, nota-se que é preciso conhecer o mundo social no qual o indivíduo está
imerso e do qual é construtor, investigar os valores sociais, as relações e demandas para a
sobrevivência de seu mundo, compreendendo e, em consequência, aprendendo. (BOCK et al,
2002).

Ferreira e Marturano (2002), em sua pesquisa, averiguaram sobre o comportamento


apresentado por crianças com desempenho escolar “sofrível” e de que maneira isso se
relaciona com o ambiente familiar, constatando que os comportamentos das crianças são
reflexos das trocas nas interações sociais com seus cuidadores e seu contexto social, assim
como já enfatizava Vygotsky. Pautados neste entendimento, D’Ávila-Bacarji et al (2005)
dissertam a respeito da significação do suporte parental para o cumprimento das tarefas
desenvolvimentais da infância.

Os autores relatam que o suporte para a realização escolar é fundamentado, em grande


parte, no papel que os pais exercem quanto à vida escolar dos filhos. Nesse contexto, importa
atentar-se para como as tarefas escolares são feitas em casa, como os deveres escolares são
exigidos pelos pais, como estes interagem com a escola, etc., evidenciando-se, assim, a
influência que o ambiente e recursos do âmbito familiar exercem sobre a aprendizagem da
criança.

Segundo Santos et al (1999), quanto mais os pais se envolvem na escolaridade dos


filhos, mais estes também se envolvem com ela, o que facilita um melhor rendimento escolar
e bom nível de autoestima. Para isto, Xisto et al (2001) aponta o aspecto afetivo como um
importante elemento a considerar para a compreensão do processo de aprendizagem dos
indivíduos. Segundo os autores, “a insegurança da criança quanto a sua capacidade de
27

aprender pode estar relacionada à carência de suporte afetivo próprio de sua família, o que
resultaria em fraco desempenho escolar” (XISTO et al, 2001, p. 143).

Marturano e Parreira (1996) afirmam ainda que o baixo rendimento escolar se


relaciona diretamente com problemas emocionais e comportamentais, uma criança com um
rendimento escolar sofrível pode ter dificuldades de relacionamentos sociais, que, em
conjunto com problemas educacionais e familiares, tendem a piorar.

Dessa forma, as dificuldades de aprendizagem estariam, segundo Fernandes (1991),


relacionadas à estrutura familiar individual e também às causas externas a ela, porque todo
indivíduo aprende em contato contínuo e interação com o seu meio. Assim, família e escola,
apesar de serem realidades diferentes, são complementares no percurso de construção do
indivíduo.

Nesse sentido “é necessário que se estabeleça um diálogo produtivo entre as duas


instituições, de modo a dar à família a sua verdadeira importância, a de oferecer à criança o
que se denomina educação paralela” (MOUNIER; PORTOIS, 1987 apud MENEZES, 1990,
p. 85).

A educação teve na sua constituição diferentes teorias que influenciaram a ideia de


escola, ensino e aprendizagem na atualidade, sendo necessário que a prática se ajuste com a
teoria para se efetivar o processo de escolarização e a formação do educando de maneira
crítica e reflexiva.

Quanto às dificuldades de aprendizagem propriamente ditas, Moraes e Kude (2003)


enfatizam que das dificuldades de aprendizagem detectadas em grande número das crianças,
emerge a necessidade da realização de pesquisas e do estabelecimento sistemático de
mecanismos de monitoramento de seu desenvolvimento, em especial em sala de aula, no
intuito de não apenas investigar as causas, mas também encontrar alternativas viáveis para a
minimização ou eliminação dessas dificuldades.

Nesse contexto, um fator importante a ser considerado é a interação entre a família e a


escola. Sendo assim, segundo Moraes e Kude (2003), é necessário que:

Pais e mães estejam em sintonia com a vivência escolar e social de seus filhos e
filhas, pois essa integração tende a enriquecer e facilitar o desempenho escolar da
criança. Portanto, é necessário que se habituem a participar da vida escolar dos
filhos e filhas. Para isso, uma alternativa viável seria a divisão de responsabilidades
entre os sujeitos envolvidos no processo ensino-aprendizagem (MORAES; KUDE,
2003, p.54).
28

Os pais precisam manter-se constantemente a par da vida escolar de seus filhos,


participativamente, buscando contribuir não só para o seu desenvolvimento escolar quanto
para a detecção de possíveis dificuldades de aprendizagem, que, na maioria das vezes, os pais
encaram como responsabilidade exclusiva da escola, o que, de acordo com Santos (2007), é
simplificar demasiadamente as coisas.

Portanto, a relação entre a família e a escola é a articulação ideal para favorecer o


processo de aprendizagem da criança, bem como favorecer o acesso ao conhecimento e as
interações sociais. A escola juntamente com a família deve oferecer um espaço propicio para
se desenvolver a aprendizagem da criança, proporcionando atividades que contribuam para a
valorização da autoestima, confiança e do respeito e valorização como ser humano e
estudante.

Assim, reitera Fernández (2001, p.30) “Ser ensinante significa abrir um espaço para
aprender. Espaço objetivo e subjetivo em que se realizam dois trabalhos simultâneos: a
construção de conhecimento e a construção de si mesmo, como sujeito criativo e pensante”.

Para tanto, se faz imperioso que o profissional da área educacional tenha o


conhecimento efetivo a respeito da temática, suas complexidades, particularidades para que
possam ajudar a criança que apresentam dificuldade de aprendizagem para que não seja
rotulada, estigmatizada e discriminada.

Além disso, importa ressaltar que, na questão do diagnóstico ou do atendimento às


crianças com dificuldades de aprendizagem, a relação entre os pais e a escola é importante,
mas não é o suficiente para resolver o problema. Pode ser, então, necessário recorrer à ajuda
de profissionais qualificados, no sentido de buscar soluções para essas dificuldades.

Por fim, verificamos que, esgotadas as possibilidades de ajuda à criança com


dificuldades escolares através da investigação e harmonização das interações familiares e do
ajuste dos processos escolares às suas especificidades, o caminho a seguir é buscar recursos
de profissionais como o de psicopedagogo, psicólogo, fonoaudiólogo e outros profissionais.
29
30

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diariamente, nas séries iniciais do ensino fundamental encontramos crianças que,
tendo as capacidades necessárias, não conseguem atingir o rendimento que seria esperado
delas. Não aprendem como as demais crianças e, portanto, os métodos normalmente utilizados
não funcionam com elas.

Os problemas de aprendizagem são complexos, suas manifestações podem ser


sintomas de uma infinidade de fatores. O diagnostico apropriado de cada um é indispensável
para poder conceber as estratégias de condução e tratamento adequadas. É importante que a
criança e as pessoas a cargo de sua educação, incluindo os professores, conheçam seus pontos
fortes e suas áreas de dificuldade, a forma como aprendem e como poderiam compensar as
áreas em que encontram maiores dificuldades.

Quando o aluno apresenta dificuldades de aprendizagem ou distúrbios de


aprendizagem deve ser levada em conta sua individualidade, particularidade, o professor
precisa trabalhar com a diferença, descobrir as potencialidades de cada aluno e buscar outras
formas de desenvolvimento de sua aprendizagem, preparando este aluno para enfrentar o
mundo.

Assim, a escola precisa cada vez mais compreender a importância de acudir às


necessidades dos alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem, para que o sistema
educativo, de fato, inclua uma clientela heterogênea. Por isso, torna-se necessário que as
escolas disponham de um conjunto de recursos como espaços físicos, professores
especializados e outros profissionais, que permitam um sistema de apoio adequado a estas
crianças.

Atualmente, este é o grande desafio das escolas: encontrar, para cada aluno com
dificuldades de aprendizagem, as técnicas e estratégias adequadas às suas necessidades
específicas, mobilizando saberes de diferentes disciplinas, envolvendo equipes
multidisciplinares, organizando os recursos. Para isso, é vital que os docentes, os psicólogos,
31

os psicopedagogos e todos os outros atores da cena escolar e familiar estejam aptos a realizar
intervenções adequadas às necessidades dos alunos com que interagem.

Considera-se que existe a necessidade de adoção de um procedimento voltado para a


identificação da criança com dificuldades de aprendizagem, com o propósito de buscar
caminhos adequados para o atendimento de suas especificidades e não como uma rotulação
por uma dificuldade. Assim, percebe-se que informações sobre as dificuldades específicas de
aprendizagem, devido à Dislexia, Discalculia, Disgrafia e TDAH vão indicar possibilidades
do desenvolvimento em múltiplas habilidades, nos mais diversos campos da formação
pessoal, apesar das dificuldades em leitura, escrita e cálculo.

De maneira geral, notou-se a importância da detecção precoce dos problemas de


aprendizagem da criança, para que, com a parceria entre escola, família e profissionais
especializados, quando necessário, a escola possa desenvolver e pôr em prática métodos e
estratégias pedagógicas para anular ou eliminar as dificuldades de aprendizagem evidenciadas
em seus alunos.

Espera-se, assim, poder minimizar as dificuldades e mesmo os embates que os alunos


enfrentam no contexto escolar, devido a dificuldades de aprendizagem, por meio da sugestão
de caminhos a serem trilhados pela escola e pela família na busca da solução de tais
dificuldades.
32

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