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CRIATIVIDADE DO MOVIMENTO
Rio de Janeiro
Fevereiro de 2002
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CRIATIVIDADE DO MOVIMENTO
Trabalho monográfico
apresentado como requisito
parcial para obtenção do Grau
de Especialista em
Psicomotricidade.
Rio de Janeiro
Fevereiro de 2002
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Cristiane Rosa
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SUMÁRIO
- Resumo ______________________________________________________ 7
- Conclusão ____________________________________________________ 21
- Bibliografia ___________________________________________________ 23
- Anexos _______________________________________________________ 25
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RESUMO
processo e desenvolvimento.
Introdução:
CRIATIVIDADE DO MOVIMENTO
social, política, artístico entre outros, o homem está sempre criando projetos e pesquisas que
criou, aquele que é fecundo ou fértil. O criar não é tirar do nada, não é dar origem e sim
apenas reproduz idéias, conceitos e ações que já foram criadas um dia com base em estímulos
do seu meio. Por isso, a criatividade é reflexo de uma sociedade. Para haver desenvolvimento
sócio-cultural é preciso criar, criar de acordo com a nossa sociedade e com a nossa cultura,
ficando atento para novos estímulos de uma sociedade que por muitos anos apenas se
contentou em reproduzir.
que direta e indiretamente estudaram o criar. Mas essa pesquisa se delimitou na relação de
Jean Piaget (1896/1980) com o seu estudo dos processos de pensamento (sujeito epistêmico) e
homem num processo ativo de contínua interação com o meio, procurando entender quais os
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mecanismos mentais que o sujeito usa na vida para entender o mundo. A adaptação à realidade
seu conhecimento e na sua liberdade de criar, quanto mais estímulos esse sujeito obtiver,
maior será sua capacidade de criar ou conhecer. A riqueza ou escassez de estímulos, tanto no
Capítulo I:
HEREDITARIEDADE DA CRIATIVIDADE
criatividade. Partindo de seus estudos faz-se um elo com a criatividade do movimento para
biológicas que predispõem ao nascimento de estruturas mentais que por sua vez dão origem às
e físicas.
mesmo uma doméstica, pois através da criatividade do movimento o sujeito terá liberdade de
do movimento, por isso é preciso entender que corpo é esse e quais os seus limites. Tais
para uma interação do corpo em sua totalidade (mente/corpo) e o meio ambiente que esse
corpo vive.
longo da vida através de experimentações vivenciadas que vão determinar o tipo de liberdade
durante essas vivências. O sujeito se sentindo seguro, livre para tentativas, mesmo que essas
não satisfaçam seus objetivos, ele terá liberdade em tentar, não existe certo e errado, existe
busca de conhecimento que variam de indivíduo para indivíduo, tanto quanto o tempo para
atingir os objetivos.
o indivíduo cria sua melhor forma de executar o movimento desejado, construindo um alicerce
físico e mental que o ajudará nas tarefas mais fáceis às mais rebuscadas.
acredita não ter autonomia para as experimentações que muitas vezes são decididas pelo meio,
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de conduta para ser seguido, com algumas classificações quanto ao sexo, idade ou classe
social. Mesmo estando sozinho as influências sociais impregnadas não permitem sua
mobilidade.
identidade posso experimentar sem medo de se perder ou ser confundido com outras
identidades:
criatividade do movimento. Não existe igualdade, pois cada corpo é único, o que torna
singular cada movimento deste corpo. Esse movimento pertence a um tempo e a um espaço
determinado, de tal modo que cada instante de minha existência como indivíduo é um
espaço.
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Capítulo II:
ambiente, proporcionando uma adaptação cada vez mais complexa e eficiente. Nesse sentido,
é gratificante para o organismo que se sente mais apto a lidar com situações novas.
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sujeito frente à determinada situação assimila as informações ocorridas e cria uma melhor
maneira de se adaptar.
que se harmonize com todos os fatores de coordenação, lateralidade, espaço, ritmo, implícitos
assimilados a sistemas prontos, o sujeito junta num só corpo novas características que
possibilitam um novo movimento, pois é necessária uma nova organização para esses
elementos introduzidos.
movimentos.
nova, a criatividade está em processo, pois ocorrem experimentações e vivências que vão
Capítulo III:
estruturas mentais. Essa organização permite uma base para os pensamentos e ações, isto é,
movimento sem a presença dos esquemas cerebrais, pois graças a eles tem-se uma noção do
que já foram obtidas. O indivíduo não pensa qual musculatura precisa ser acionada, quais os
apoios serão utilizados, qual será o percurso do corpo, que postura deve-se ter para andar, por
pessoa que já aprendeu andar. Vale ressaltar que esse sujeito antes de saber andar teve que
para conseguir seu objetivo. Com o objetivo alcançado o sujeito poderá através de seus
esquemas cerebrais criar novas possibilidades ou ações de movimento. O andar poderá ser
associado a uma variedade de movimentos com braços, cabeça, tronco ou servir como base
ocorrer essas construções de esquemas a disponibilidade do sujeito deve ser acionada. A busca
conhecimento, e só assim são revelados várias versões e caminhos deste. Talvez só assim, se
torne realmente um conhecimento, com isso pode-se compreender vários ângulos deste mesmo
objetivo. Quem sabe por isso criar seja tão fascinante, pois criar e saber caminham juntos.
determinada situação, pois o equilíbrio foi rompido em contato com um novo elemento. Para
esquemas; sempre sofrendo desequilíbrios, pois sem eles não obteria o conhecimento e nem
futuro, para a nossa evolução, para o nosso conhecimento, busca de todos os dias, de todos os
contatos com o desconhecido que se faz presente a todos os instantes, pois nada permanece na
CONCLUSÃO
que haja movimento, é preciso vivenciar, experimentar, buscar, pesquisar, para que a
criatividade se expresse corporalmente. Todo ser humano é criativo por natureza, porém é
preciso que haja movimento para que possa conhecer os seus limites e possibilidades, criando
movimento.
corpo que se move hoje não é o mesmo que se move após um mês, uma semana, um dia, uma
uma liberdade de criação de movimento. A liberdade está dentro dos limites do indivíduo, por
estímulos de cada pessoa. Os seres humanos estão sempre em busca de uma definição, de uma
explicação, são seres curiosos e quanto mais inquietos ficam, mais criativos tornam-se.
ser histórico. A história pessoal e cultural está impregnada nele, determinada pelo tempo e
que ele habitava as cavernas. Ele já utilizava sua linguagem corporal para expressar seus
pensamentos, seus desejos e conceitos de mundo que ele conhecia. Com o passar do tempo o
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ele foi dando formas, ritmo e movimento a esse mundo; se transformou e transformou o
mundo. Com sua criatividade do movimento metamorfoseou o seu corpo e seu movimento,
Ao criar,
O criador que acredita saber o criar,
É um inocente sabedor.
Inocente no saber,
Inocente no criar.
Não sabe,
Mas acredita saber.
E quando acredita,
Mesmo não sabendo,
Pois não pode saber.
Se souber não é criar,
E sim reproduzir um criador.
Acreditar saber é primordial,
Mesmo sem saber.
Pensar saber traz o saber
E o criar...
Cristiane Rosa
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BIBLIOGRAFIA
1987.
ARAUJO, Hilton Carlos. Educação através do teatro. Rio de Janeiro: Eitex, 1972.
BOAL, Augusto. 200 exercícios e jogos para o ator e não ator com vontade de dizer algo
Brasiliense, 1983.
GRINBERG, Luiz Paulo. JUNG, O Homem Criativo. São Paulo: FTD, 1997.
LAPIERRE, André. Fantasmas Corporais e Prática Psicomotora. São Paulo: Manole, 1984.
MARIE, Rose. Criatividade e Processos Cognitivos. Rio de Janeiro, Vozes LTDA, 1977.
RAPPAPORT, Clara Regina. Psicologia do desenvolvimento. Vol. I. São Paulo: EPU, 1981.
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ANEXOS
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