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RESENHA:
A partir das analises retiradas do Brasil Território e Sociedade no Século XXI.
BELÉM/PA
2013
DISCENTES
RESENHA:
A partir das analises retiradas do Livro A Era dos Extremos de Erick Hobsbawn
BELÉM/PA
2013
REFERÊNCIA
SANTOS, Milton. A Natureza do Espaço. Técnica e Tempo. Razão e Emoção. São Paulo:
Hucitec, 1996, 308 p.
RESENHA
O período atual tem como base a união entre ciência e técnica, cujo uso é
condicionado pelo mercado, sendo seletivas. Dentro de cada país, sobretudo os mais pobres,
informação e dinheiro mundializados acabam por se impor como algo autônomo face à
sociedade e, mesmo à economia, tornando-se um elemento fundamental na produção, e as
mesmo tempo da geopolítica, isto é das relações entre países e dentro de cada nação. O
mundo se torna fluido, graças à informação, e ao dinheiro, todos os contextos se intrometem e
superpõem, corporificando o global, no qual as fronteiras se tornam porosas para o dinheiro e
a informação. A política agora é feita pelo mercado e no mercado, e não pelas questões
sociais da população do lugar. As áreas são subordinadas a lógicas distantes, externas e
definem as hierarquias dos espaços do mandar e do fazer, definindo como o território vai ser
usado ou como está sendo usado, este é o método de análise, sobre a formação sócia espacial
do Brasil que o autor Milton Santos propõe investigar.
Pelo menos em três séculos, vem a acontecer um povoamento mais denso do território,
sem uma contribuição dos recursos das técnicas; Onde as condições naturais tinham que
fornecer as respostas ao homem para quase tudo, e com as facilidades vindas da natureza, o
homem acabou que consolidando algumas áreas de densidade e de rarefação (sendo já um
contraponto aos condicionamentos naturais). Lembrando sempre que já existiam aí as
técnicas, porém escassas, tanto no Brasil quanto no âmbito global, e quando vai se ter a
difusão, expansão das maquinas a partir da atividade canavieira, teremos a inauguração de um
novo período.
Referente à questão da indústria, para a sua introdução no Brasil foi necessário alguns
fatores, como a relação com áreas concentradas de população; Ela vai estar na Bahia (devido
ser o primeiro centro do poder politico do país, 1ºcapital); Pernambuco (onde se teve um
período econômico florescente com o ciclo da cana-de-açúcar) e Rio de Janeiro e São Paulo
com articulações e a economia vencedora do café. Assim, entra também a questão de uma
desconexão territorial, onde os transportes eram deficitários para a introdução da economia no
interior do país, implicando em um problema de conexão industrial entre as regiões e
futuramente no consumo. Isso vai fazer com que haja apenas uma conexão industrial
econômica na região sul-sudeste, dando destaque ao eixo Rio-São Paulo, onde se foi alvo de
infraestrutura (estradas, ferrovias), e foi sendo uma área de acumulação industrial e
desenvolvimento. Depois, São Paulo passa o Rio de Janeiro devido à maneira diferente como
se organiza a sua zona de influência, devido ter uma hinterlândia próspera e outros fatores
como o crescimento da população urbana e da cidade; Ficando claro que devido a maior
mobilidade neste eixo, vai se ter uma região concentrada, dificultando uma integração
econômica em um âmbito maior com o resto do país, devido a uma falta de maiores politicas
integracionistas. Ao que se pode perceber o Brasil passou por diversos processos de
transformação, claro há uma revolução dos processos das técnicas dinamizadas desde um
processo anterior do Brasil agro produtor/exportador, onde o uso da “técnica de produção” se
baseava em grande parte para exportação, que afetava diretamente o lucro caso algo saísse dos
seus conformes.
A partir do período entre Guerras, dando ênfase para a 2ª Guerra Mundial houve um
despertar de inovações não apenas tecnológicas, mas também na lógica de gestão e mediação
de funções no espaço, a questão do encurtamento das distâncias se torna foco central das
perspectivas do planejamento para uma unificação dos territórios, criou-se uma política de
desenvolvimento contundente e a criação de Brasília como eixo polarizador de todo poder que
emanava do território nacional, era uma mostra da capacidade de articulação espacial. Cria-se
um embate entre unificação do território e unificação do mercado, surge a mídia com papel
catalisador para criação de uma atmosfera agradável ao passo das intervenções que o governo
realizava em meio as dinâmicas de modificação do espaço, além disso, a mídia se mostrou
uma boa articuladora para assuntos políticos. Ao se falar em globalização pensa-se em algo
diferente, novo, espontâneo, porém este por vezes se apropria dos restos do passado,
modificado e acrescentando, caracterização um novo tempo. O que agrava também as
diferenças e disparidade, devidas em parte ao novo dinamismo e a outras formas de comando
e dominação. Que inicia nos anos 70 com a dispersão no território de industrias dinâmicas, de
uma agricultura moderna e dos setores de serviços. A Região concentrada, em especial
Sudeste e em São Paulo. Com a globalização são instalados numerosos nexos extravertidos,
na medida em que havia a política econômica deixando de privilegiar o mercado interno, a
necessidade de exportar conduz a uma lógica competitiva que vai privilegiar relações externas
comandadas pelas empresas globais responsáveis pela demanda. Na medida em que, como
mercado chamado global, cada empresa busca satisfazer-se nos lugares onde as respostas aos
seus reclamos são mais adequadas, tal demanda é erradica e o território passa a ter, nas áreas
atingidas por esse tipo de relações, uma dinâmica praticamente imprevisível no próprio lugar
em que se exerce e que é também. Já que precisa ter correspondência com os interesses da
sociedade local e nacional. Novas formas de compartimentação do território ganham relevo e
são capazes de impor distorções ao seu comportamento: são as novas caras da fragmentação
territorial.
CAPITULO XII:
Os autores definem como espaços luminosos são os que mais acumulam densidades técnicas e
informacionais, atraindo, portanto, atividades de maior conteúdo de capital, tecnologia e
organizacional. Diferenciando-se dos espaços opacos os quais são isentos de tais
características São os espaços obedientes aos interesses das empresas território da rapidez
reflete o mandar e o da lentidão o fazer. O primeiro comanda o território como um todo. O
segundo obedece. A rapidez envolve mais veículos, transportes públicos e do ponto de vista
social intensifica a vida de relações econômica e sócio cultural.
São essas características do território que influenciam e geram o novo lógico centro-
periferia. Periodizando a historia do território no Brasil os autores os afirmam tendo como três
momentos; O primeiro com um Brasil centralizador e com fraca capacidade de controle do
território e com economia fragmentada. Num segundo momento com o Brasil unificado onde
a indústria é o fator dinâmico e a construção nacional é o objetivo. Já o terceiro momento é o
qual vivenciamos nos dias de hoje, mas que teve inicio com o processo de globalização.
A partir desse momento da história os autores então propõe uma divisão regional
baseada na difusão diferencial do meio técnico- cientifico -informacional e nas heranças do
passado reconhecendo assim a existência de quatro Brasis nas quais corresponde uma região
concentrada, representada agora pelo Sudeste e Sul do país, região com alta densidade técnica
e científica que tem em São Paulo seu maior polo; uma região que corresponde ao Nordeste
brasileiro, de povoamento antigo, mecanização pontual, com quadro sócio espacial engessado
como é o caso das áreas irrigadas do Vale do São Francisco, que podem possibilitar fraturas
na história social da região com mudanças profundas nos papeis econômicos e políticos de
grupos e pessoas e também de lugares. O Centro-Oeste, com ocupação periférica porem
criando um meio técnico, científico e informacional, Agricultura moderna que tem suas
necessidades pautadas na produção da soja e do milho e a Amazônia, sobre quem se tem um
conhecimento moderno contrastando com sua ocupação rarefeita. Nela vivem lado a lado o
sistema do movimento rápido/moderno e o sistema do movimento lento. Suas cidades,
especialmente Manaus, são lugares de confluência e o traço de união com o mundo. Elas
mantêm relações lentas, esgarçadas e tardias com o seu hinterland. O fenômeno da
urbanização se dá então de forma e níveis diferentes em todas as áreas do país devido às
diversas modalidades do impacto da modernização no território. Algumas regiões apresentam
maior receptividade aos novos fenômenos a urbanização é o caso do Centro-Oeste e mesmo a
região Amazônia mantendo uma alta taxa de urbanização. Já outras realidades como o
nordeste se mostram com maior resistência aos processos de inovação tecnológica. O Sudeste
é a região com os mais elevados níveis de urbanização e crescimento econômico. Já a região
Sul o desenvolvimento urbano se deu mais rápido por reunir condições favoráveis a sua
expansão.