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Área de concentração:
Telecomunicações
Orientador:
Prof. Dr. João Navarro Soares Junior
São Carlos
2013
1
Trata-se da versão corrigida da dissertação. A versão original se encontra disponı́vel na EESC/USP
que aloja o Programa de Pós-Graduação de Engenharia Elétrica.
AUTORIZO A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO,
POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS
DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.
Aos meus pais, porque sempre se preocuparam pela minha educação e combateram
incansáveis jornadas para eu consegui-la.
A minha irmã, Cyndi Alarcon Cubas, pela dedicação com que enfrenta seus objetivos,
que é a minha inspiração.
A Adriana Barboza Stelet por estar sempre ao meu lado nestes anos de mestrado
oferecendo seu sincero e desintereçado apoio e comprensão.
Ao Prof. Dr. João Navarro Soares Junior pela oportunidade de ser seu orientando e
por todo o aprendizado que consegui no Mestrado.
A Julio Saldaña e Carlos Silva, que me incentivaram a realizar minha pesquisa na área
de Microeletrônica.
Aos Doctores Hugo Puertas e Fernando Chavez pelas suas recomendações para o
ingresso na USP.
Aos amigos do Grupo de Microeletrônica (GuE), Mario Raffo, Erick Raygada, Hector
Villacorta, Raul Paucar, Jorge Tonfat, Jorge Benavides, Joel Muños, Manuel Monge,
Roddy Romero, Jorge De La Cruz e Oscar Robles, com quem compartilho a paixão
pela Microeletrônica e os grandes desafios.
Aos meus colegas e ex colegas do LSItec, Hugo Hernandez, Jefferson Soldera, Ar-
mando Ayala, Jorge Oliveros, Juan Jose Carrilo e Wilmar Carvajal pela ajuda no de-
senvolvimento da minha pesquisa.
Ao LSItec pelas licenças semanais, durante meu primeiro ano de pesquisa e pela
flexibilidade nos horários que ajudaram no desenvolvimento de minha pesquisa.
This work describes the design of a 16 bits low power Sigma-Delta modulator (98dB
SNR) in a CMOS technology for the acquisition of audio signals. To design the modu-
lator it was used the top-down methodology, which consists on the design from system
level to the transistor-level basic blocks. The system was analyzed and designed using
behavioral models and equations to obtain the specifications of each block of the mo-
dulator. Considering a low power consumption it was chosen a third-order four bits
CIFF topology(Chain Integrator with feedforward) implemented with switched capaci-
tors. The modulator is composed by three integrators, one analog adder, one weigthed
DAC and one four bit quantizer. The Chopper technique is included in the modulator
to reduce the Flicker noise at the input of the modulator. The blocks of higher con-
sumption within the modulator are the OTAs. Hence, they was designed using the
methodology gm/ID to reduce power consumption. It was designed on the 0.18µm
IBM technology and using the Cadence Spectre simulator. The Sigma-Delta modula-
tor achieves a SNR of 98dB for a bandwidth of 20kHz and a power consumption of
2.4mW with a 1.8V power supply.
Keywords: Sigma-Delta Modulators, T op − Down Methodology, Low Power, gm/ID
Methodology.
Sumário
1 Introdução 3
1.1 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.2 Metodologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
3.3.2 Integrador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
3.3.5 Quantizador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
4.7.1 Of f set . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
4.7.3 DNL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
4.7.4 INL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
4.14 Relação entre o Ruı́do RMS do OTA do segundo estágio referido à saı́da
e o ruı́do RMS do OTA do segundo estágio referido à sua entrada . . . 62
5.1 gm/ID vs VGS para cada transistor nas três regiões de inversão para
|V T HP | = 420mV e |V T HN | = 355mV . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
A/D Analógico-Digital
α Erros de casamento e ganho finito
Ao Ganho DC
AO,C Ganho DC do OTA do comparador
βf fator de f eedback
β Razão entre o OSR final e o OSR0
βN Constante de Corrente do transistor MOS tipo-N
βP Constante de Corrente do transistor MOS tipo-P
∆βP (N ) Variação do parâmetro βP (N )
CS Capacitância de amostragem
CC Capacitância de Compensação
Ccomp Capacitância do comparador chaveado
Cf Capacitância de f eedback
CGD Capacitância porta-dreno
CGS Capacitância porta-fonte
CH Capacitância de carga
Ci Capacitor número i
Ci Capacitância de integração
CK Sinal de Clock
CL Capacitância de carga na saı́da
ai , b i , c i Coeficientes do modulador Sigma-Delta
Cox Capacitância de óxido do transistor
CP n Capacitância parasita número n
CT Tempo Continuo
Cui Capacitor unitário do OTA i
D/A Digital-Analógico
Li Função de Transferência do ruı́do no filtro de Laço
L0 Função de Transferência do sinal no filtro de Laço
∆ Diferença entre dois nı́veis de quantização
Se (f ) Densidade espectral do ruı́do de quantização
∆I Variação da corrente
DNL Dif f erential N on − Linearity Error
DR Faixa Dinâmica
∆r(k) Largura do passo analógico para o código k
∆V Erro de Tensão
∆Veq Variação de tensão devido à Injeção de carga
∆Vmis Variação das tensões de referências devido ao descasamento dos resistores
∆VREF Tensão diferencial de referência
e(n) Ruı́do de quantização discreto
eDAC não-linearidade RMS do DAC
eext Ruı́do RMS externo
Eganho Erro de ganho do quantizador
EN OB Número Efetivo de bits
Eof f Erro de Of f set do quantizador
eq Ruı́do RMS de quantização
erro Erro requerido no tempo de setup
etot Ruı́do RMS total
et,f,k Ruı́do RMS térmico, Flicker e KT/C
f Frequência
f−3dB,C Frequência de corte do OTA do Comparador
fB Frequência do sinal de entrada
fS Frequência de amostragem
fc Frequência normalizada do zero maior
fQ (x) Função de densidade de probabilidade do ruı́do de quantização
F.E. Feedback Equivalente
IT Intercalação no Tempo
Hd (f ) Função de transferência no domı́nio da frequência do filtro passa-baixa
fN Frequência máxima no intervalo de Nyquist
FO M Figura de Mérito de Potência em conversores A/D
fT Produto unitário de ganho-frequência da OTA
fT,C Frequência de ganho unitário do OTA do comparador
ftest Frequência de teste de um modulador Sigma-Delta
kc Ganho do quantizador
gm1 Transcondutância do par diferencial
GN D Terra do Sistema
Hi (z) Função de transferência de um estágio i no domı́nio Z
hn (n) Função inversa de N T Z(z)
HOT A,i (f ) Função de transferência do OTA i
HT (z) Função de transferência equivalente de L estágios no domı́nio Z
IAB Corrente através de uma chave MOS
ID Corrente de Dreno
IDi Corrente de dreno do transistor i
ID /(W/L) Corrente Normalizada
INL Integral N on − Linearity Error
J/conv Joules/conversão
k Contante de Boltzman:1,3806503x10−23 m2 Kgs−2 K −1
kT Feedback equivalente de um modulador Sigma-Delta
ki Feedback do estágio i de um modulador Sigma-Delta
l Atraso em número de perı́odos do sinal de Clock
L Ordem de um modulador Sigma-Delta
LN Comprimento do transistor tipo-N
LP Comprimento do transistor tipo-P
LSB do Inglês Less Signif icant Bit
m1 (t) Sinal de modulação de Chopper
m2 (t) Sinal de demodulação de Chopper
MF Margem de Fase
n Número de bits do quantizador
NADC Número de comparadores do ADC
NiO Potência de ruı́do referida à saı́da da fonte i
nq Índice da tensão de referência no quantizador
nT Número de Perı́odos
Ntest O número de amostras de um perı́odo de ftest
N T F (z) Função de transferência do ruı́do de quantização
H(z) Função de transferência do integrador
m3 , m2 , m1 , m0 Coeficientes do numerador de STF(z)
OSR Razão de Sobre-Amostragem
OSR0 OSR inicial para um modulador de ordem L e um bit de quantização
p Número de atrasos num modulador Sigma-Delta
Pamp Potência de um amp-op
Pamp0 Potência para um OSR0
PcompO Potência de cada comparador
Pef r Potência do ruı́do de quantização com formatação do ruı́do
Φ1 , Φ2 Fases dos circuitos chaveados
Φ1d , Φ2d Fases atrasadas dos circuitos chaveados
φC1 , φC2 Fases do modulador Chopper
φC1d , φC2d Fases atrasadas do modulador de Chopper
Pn,ktc Potência do ruı́do KT /C na banda base
Pn Potência do Ruı́do dos Blocos analógicos
Pesa Potência do Ruı́do de Quantização do Conversor com sobre-amostragem
Pe Potência do ruı́do de quantização
PS Potência do Sinal de entrada
P SD Densidade espectral do ruı́do
Ptot Potência total do conversor A/D
∆ Diferença entre dois nı́veis de quantização
q Número de nı́veis de quantização
Qch Carga do canal do transistor
CK Sinal de Clock complementário
QCi Carga do capacitor número i
RC Resistência de Compensação
RDS,eq Resistência RDS equivalente da porta de transmissão
RDS,N Resistência dreno-fonte do transistor tipo-N
RDS,P Resistência dreno-fonte do transistor tipo-P
RON Resistência associada nas chaves
RS Resistência da chave fechada em séries com a resistência da fonte
VN (rms) Tensão RMS do ruı́do de quantização
Si Chave número i
SC Capacitor Chaveado
σ Desvio Padrão
SN DR Razão Sinal Ruı́do e Distorção
SN R Razão Sinal a Ruı́do
SQN R Razão Sinal-Ruı́do de quantização
SR Slew Rate
ST F (z) Função de transferência do sinal de entrada
N T Fio (z) Função de transferência de cada fonte de ruı́do referido à saı́da
Svi,R PSD para a fonte de ruı́do kT/C
T Temperatura
t0 Tempo inicial
τ Constante de Integração
τA Pólo produzido pelo ruı́do do OTA
τR Pólo produzido pelo ruı́do das chaves
fC Frequência de modulação de Chopper
TC Perı́odo de modulação de Chopper
T.C. Tempo Compartilhado
Td Perı́odo do sinal de CLK
E(z) Transformada Z do ruı́do de quantização do modulador Sigma-Delta
TS Inversa de fS
tslew Tempo de Slew
tstb Tempo de setup
ttotal Tempo total de Simulação
U (z) Transformada Z do sinal de entrada do modulador Sigma-Delta
V (z) Transformada Z do sinal de saı́da do modulador Sigma-Delta
u(n) Entrada do modulador em tempo discreto
µN Mobilidade do transistor tipo-N
µP Mobilidade do transistor tipo-P
V0 Tensão inicial
V0...1 A tensão de transição entre o código 00..00 e 0...01
V1...1 A tensão de transição entre o código 01..11 e 1...11
2
vn,Rs Densidade Espectral de Potência de uma resistência RS
Vbias Tensão de Polarização do CMFB
VC Tensão de modo comum
COV Capacitância de overlap porta-dreno e porta-fonte
VCK Tensão do Sinal de Clock
VCM F B Tensão de CMFB
VDD Tensão de alimentação
VDS Tensão de dreno-forte
VF S Tensão de F ull-Scale
VF S,RM S Tensão F ull-Scale RMS
VGS Tensão porta-fonte do transistor
Vin Tensão de entrada
Vin,M AX Máxima tensão de entrada
Vin,max,RM S Máxima tensão de entrada RMS
V in− Sinal de entrada no pino negativo
V in+ Sinal de entrada no pino positivo
v(n) Saı́da do modulador Sigma-Delta em tempo discreto
Vn,A Tensão RMS do ruı́do dos OTAs
Vni Fonte de ruı́do do estágio i
Vn,R Tensão RMS do ruı́do térmico das chaves
Vof f Tensão de Of f set
Vof f,Comp Tensão de Offset do Comparador
VOi Tensão de of f set da fonte i
VO− Tensão de saı́da negativa do OTA totalmente diferencial
VO+ Tensão de saı́da positiva do OTA totalmente diferencial
Vout Tensão de saı́da
VREF H Tensão de referência superior
VREF L Tensão de referência inferior
VT HN Tensão limiar do transistor tipo-N
VT HP Tensão limiar do transistor tipo-P
∆VT HP (N ) Variação da tensão limiar do transistor do tipo-P e tipo-N
VXi (n) Tensão amostrada no perı́odo n do OTA i
w frequência em rad/s
w−3dB,C Frequência de corte do OTA do Comparador em rad/s
weq Frequência do pólo que modela os pólos de frequências altas
WN Largura do transistor tipo-N
WP Largura do transistor tipo-P
VP Tensão de fonte do transistor M1 dos OTA
wpi Frequência do i-ésimo pólo dominante
wt Frequência unitária de laço aberto
wta Produto de Ganho por frequência unitária em rad/s
wT,C Frequência de ganho unitário do OTA do comparador em rad/s
wxi Frequência do i-ésimo zero dominante
wz,RC Frequência do zero produzido por RC
Vik Ponto de transição entre dois códigos sucessivos, k − 1 e k
Xk Ponto de transição entre dois códigos sucessivos, k − 1 e k
y(n) Entrada do quantizador em tempo discreto
3
1 Introdução
A redução da largura de canal nas tecnologias CMOS tem feito com que o projeto
de circuitos digitais tenha se desenvolvido mais rápido que o projeto de circuitos
analógicos. As maiores vantagens do uso das tecnologias de menores dimensões
para os circuitos digitais são a redução de consumo de potência, o aumento de ve-
locidade e a diminuição da área, portanto menor custo. Por outro lado os circuitos
analógicos sofrem efeitos de canal curto, dificuldade no casamento de parâmetros,
pequena excursão de entrada e saı́da, etc. Em razão do que foi dito, projetistas tem
como estratégia passar o maior número de blocos do domı́nio analógico ao domı́nio
digital. Como os sinais obtidos da natureza são analógicos o uso de conversores A/D
é indispensável para ter o maior número de blocos no domı́nio digital [6].
Os conversores A/D podem ser classificados pela taxa de amostragem como con-
versores com taxa de amostragem de Nyquist e conversores com taxa de sobre-
amostragem. Os conversores com taxa de amostragem de Nyquist convertem o si-
nal de entrada utilizando taxas de amostragem próximas à frequência de Nyquist do
sinal de entrada (entre 3 e 20 vezes a frequência de Nyquist) sendo utilizados geral-
mente para converter sinais à altas frequências. Para este tipo de conversor existem
as topologias f lash, de Interpolação, f olded, pipelined, Sub-Faixa, etc. Por outro lado,
os conversores com taxa de sobre-amostragem tem taxas muito mais elevadas que a
frequência de Nyquist (entre 20 e 512 vezes) e aumentam a Razão Sinal Ruı́do (SN R)
filtrando o ruı́do fora da banda do sinal através de um filtro digital na saı́da. Também
utilizam a técnica de formatação de ruı́do (do inglês, noise shaping) para enviar uma
parte do ruı́do de quantização para fora da banda do sinal de entrada [1].
A figura 1.1 mostra as diferentes topologias dos conversores A/D e as regiões onde
atuam com a resolução e a taxa de amostragem. Neste trabalho desejamos ope-
rar com sinais de áudio, os quais operam na banda de 20 kHz e precisam de uma
resolução de conversão de 16 bits, como mı́nimo, para se ter uma ótima qualidade de
som. A partir da figura 1.1 pode-se verificar que a topologia de conversor que melhor
4 1 Introdução
1.1 Objetivos
1.2 Metodologia
Para este projeto será utilizada a metodologia de projeto top-down, a qual consiste em
ir do nı́vel mais elevado de abstração até o nı́vel mais baixo. Considerando o projeto de
circuitos integrados, isto implica em ir desde o modelamento do sistema até o projeto
de baixo nı́vel. O diagrama de fluxo de projeto utilizando a metodologia top-down é
mostrada na figura 1.3.
Para realizar este trabalho, no capı́tulo 2 será feito o estudo da teoria dos moduladores
Sigma-Delta assim como o estudo das principais técnicas de baixo consumo. No
capı́tulo 3 será definida a arquitetura do sistema e de seus componentes. No capı́tulo
4 serão definidas as especificações dos blocos principais da arquitetura. No capı́tulo
5 será realizado o projetos dos blocos básicos do modulador Sigma-Delta e serão
apresentados os resultados das simulações no Cadence − Spectre [8]. Finalmente no
capı́tulo 6 serão apresentadas as Conclusões e Trabalhos Futuros.
7
O valor RMS (do inglês, Root M ean Square) ao quadrado do ruı́do de quantização,
8 2 Modulador A/D Sigma-Delta
Z∆/2
∆2
VN2 (rms) = x2 fQ (x)dx = (2.1)
12
−∆/2
fs /2
∆2
Z
VN2 (rms) = Se2 (f )df = (2.2)
12
−fs /2
∆2
Se2 (f ) = (2.3)
12fS
ZfB
2fB ∆2
Pe = Se2 (f )|Hd (f )|2 df = (2.4)
12fS
−fB
∆2
Pe = (2.5)
12
A sobre-amostragem faz com que a banda do sinal ocupe uma pequena fração do
intervalo de Nyquist, intervalo de frequência onde pode se encontrar um único espec-
tro do sinal. Isto faz com que seja possı́vel filtrar digitalmente boa parte do ruı́do de
quantização no intervalo de Nyquist.
2.3 Formatação do Ruı́do 9
ZfB
∆2 2fB ∆2
Pesa = Se2 (f )|Hd (f )|2 df = = (2.6)
12fS 12OSR
−fB
Como pode ser visto na equação 2.6, Pesa é igual a potência Pe diminuı́da pelo OSR.
zindo seu valor para baixas frequências e aumentando para altas frequências. O ruı́do
em altas frequências é fácil de filtrar utilizando um filtro digital na saı́da do modulador
Sigma-Delta.
Esta técnica pode ser explicada melhor utilizando o modelo linear completo do mo-
dulador Sigma-Delta mostrado na figura 2.3. Nesta figura o quantizador é modelado
como um amplificador de ganho kc com uma perturbação e(n), que representa o ruı́do
de quantização. O integrador é modelado como uma função de transferência H(z). A
partir deste modelo a função de transferência do modulador completo é mostrada na
equação 2.7.
H(z)kc E(z)
V (z) = U (z) + (2.7)
1 + H(z)kc 1 + H(z)kc
πf
N T F (f ) = 1 − e−j2πf /fS = sen( )2je−jπf /fS (2.9)
fS
πf
|N T F (f )| = 2sen( ) (2.10)
fS
A potência do ruı́do de quantização com formatação do ruı́do, Pef r , pode ser obtido
utilizando a equação 2.4 e a equação 2.10.
ZfB ZfB
∆2 2fB πf
Pef r = Se2 (f )|N T F (f )|2 df = |2sen( )|2 df (2.11)
12fS fS
−fB −fB
∆2 π 2 2fB 3 ∆2 π 2
Pef r = ( )( )( ) = (2.12)
12 3 fS 36OSR3
∆2 π 2L
Pe = ( ) (2.13)
12 (2L + 1)OSR(2L+1)
Como foi explicado no item anterior a ordem de NTF(z) influencia na redução do ruı́do
de quantização, mas aumentá-la pode gerar problemas de instabilidade no sistema.
Esta instabilidade pode ser produzida por dois motivos: o primeiro é ter algum pólo das
funções NTF(z) ou STF(Z) fora do circulo unitário; o segundo motivo é ter sinais gran-
des que possam saturar o sistema. O primeiro problema é solucionado projetando-se
NTF(z) e STF(z) com pólos dentro do circulo unitário. O segundo problema depende
do número de bits do quantizador. Por isto a estabilidade será analisada para quanti-
zadores de um bit e para quantizadores de n bits. Para esta análise será utilizada a
figura 2.4, o qual representa um modulador de ordem L e N T F (z) igual a (1−z −1 )L [9].
Este modulador tem todos os pólos dentro do circulo unitário, garantindo a estabilidade
e deixando apenas o problema com a amplitude do sinal de entrada.
Os moduladores binários são estruturas que utilizam um quantizador com dois nı́veis
de quantização (q = 2), um ADC de 1 bit. São muito utilizados devido a sua boa
linearidade e baixo consumo. Para estabilizar um modulador de um bit de quantização,
atualmente não se conhece um critério que seja necessário e suficiente, porém é
muito utilizada a regra de Lee, a qual afirma que um modulador binário não satura se
a seguinte desigualdade for cumprida [9]:
Apesar da regra de Lee ser de grande ajuda para predizer instabilidades, ela carece
2.4 Estabilidade de moduladores Sigma-Delta de ordens maiores que dois 13
P∞
onde khn k1 = n=0 |hn (n)| e hn (n) é a transformada Z inversa de N T F (z) [9]. Para
provar que a condição anterior é suficiente, será calculado a entrada do quantizador
y(n). Sabemos que no domı́nio Z, Y (z) é igual a:
∞
X
y(n) = u(n − l) + (hn ∗ e)(n) − e(n) = u(n − l) + hn (i)e(n − i) + h(0)e(n) − e(n) (2.17)
i=1
Na equação 2.17 o operador (∗) é o operador convolução. O hn (0) pode ser obtido
através da equação 2.18:
∞
X
y(n) = u(n − l) + hn (i)e(n − i) (2.19)
i=1
max|u(n)| ≤ M + 2 − 2L (2.21)
A condição 2.21 pode ser utilizada para achar o mı́nimo número de nı́veis de
quantização que garanta estabilidade para uma estrutura como a da figura 2.4. Para
M = 2L+1 é garantida a estabilidade para sinais menores que 0, 5(M +1)+1, 5, o qual é
mais de 50% da faixa de quantização. Com M = 2L+2 , é garantida a estabilidade para
sinais de mais de 75% da faixa de quantização. Estes dois exemplos mostram que
ao aumentar os nı́veis de quantização o nı́vel de entrada, para o qual a estabilidade
é garantida, aumenta. Acrescentar os nı́veis de quantização tem um compromisso
com o consumo de potência, porque ao aumentar o número de nı́veis de quantização
aumenta-se da mesma forma o número de comparadores utilizados no quantizador.
Especificações dos conversores de dados servem para avaliar sua eficiência. Es-
tas podem ser divididas em Estáticas e Dinâmicas. Por um lado as especificações
estáticas são aquelas que caracterizam conversores em DC ou baixa frequência,
exemplo, DNL (Dif f erential N on − Linearity Error) e INL (Integral N on − Linearity
Error). Por outro lado as especificações dinâmicas são aquelas que caracterizam
conversores em alta frequência e normalmente trabalham com sinais de entrada e
saı́da no domı́nio da frequência. Apesar que os moduladores Sigma-Delta só formam
2.5 Especificações dos moduladores Sigma-Delta 15
parte dos conversores Sigma-Delta, eles podem ser avaliados através especificações
dinâmicas.
Na figura 2.5 são mostradas diversas especificações que são aplicadas em um modu-
lador Sigma-Delta e que envolvem potências dos sinais.
O SNR, como pode ser visto na equação 2.22, é a razão entre a potência do sinal,
PS , e a potência total do ruı́do composto pelo ruı́do de quantização, Pe , e o ruı́do dos
blocos analógicos, Pn .
PS
SN RdB = 10log10 ( ) (2.22)
Pe + Pn
Para um sinal senoidal que ocupa toda a escala de entrada, PS é igual a [1]:
(q∆)2
PS = (2.23)
8
SN Rmax = 6, 02log2 (q) + 1, 76 + 10log10 (2L + 1) − 3, 97L + 10(2L + 1)log10 (OSR) (2.24)
Ps
SN DRdB = 10log10 ( ) (2.25)
Pe + Ph + Pn
VF2S
DRdB = 10log10 ( ) (2.26)
8(Pe + Pn )
DRdB − 1, 76
EN OB = (2.27)
6, 02
2.6 Técnicas de Baixo Consumo de Potência nos moduladores Sigma-Delta 17
Ptot
FO M = (2.28)
2 OB 2fB
EN
tanto a potência consumida por estes OTAs é muito maior que a potência dos com-
paradores do quantizador. Por esta razão é preferı́vel aumentar o número de nı́veis
de quantização antes de aumentar a ordem do modulador. O número de nı́veis de
quantização não pode ser aumentado indefinidamente e há um número ótimo onde
a potência atinge o mı́nimo. Para descobrir este número é necessário achar uma
expressão para a potência total supondo um SNR constante para o modulador.
OSR α Pamp0
Pamp = Pamp0 ( ) = (2.29)
OSR0 βα
A redução do OSR causa uma perda de bits efetivos no modulador, deduzido a partir
da equação 2.24, dada por:
Para compensar essa perda devemos aumentar o mesmo número de bits no quanti-
zador, o que acarretará num aumento de 2∆n comparadores ou
1.5
0.5
0
10 20 30 40 50 60
[# de Comparadores]
Como pode ser visto na tabela 2.1 a potência depende do SN DR, da banda de
frequência do sinal de entrada e da tecnologia. É por isto que o F oM deve ser to-
20 2 Modulador A/D Sigma-Delta
modulador Sigma-Delta de segunda ordem mostrado na figura 2.8 utiliza um único OTA
e dois quantizadores. Isto é devido ao fato que as duas funções do OTA precisam de
quantizadores. As saı́das dos quantizadores são processadas digitalmente de forma
que a função de transferência do modulador seja equivalente a de um modulador de
segunda ordem.
k1 kn
kT = k1 + + ... + (2.33)
H1 (z) H1 (z)H2 (z)...Hn−1 (z)
A cascata de blocos lineares é chamada HT (z) e é igual a H1 (z)H2 (z)...Hn−1 (z). Como
o modulador Sigma-Delta utiliza integradores, HT (z) pode ser expresso como:
z −p
HT (z) = (2.34)
(1 − z −1 )n
onde p é o número de atrasos na cascata. A figura 2.10 mostra uma forma equivalente
22 2 Modulador A/D Sigma-Delta
Desde que a função Pn (z) possa ser implementada com elementos passivos, o modu-
lador pode ser implementado utilizando um único OTA.
Uma vantagem desta técnica é que pode ser aplicada para qualquer ordem de mo-
dulador, enquanto, uma desvantagem é que ela só pode ser utilizado para resoluções
médias e OSRs baixos. Isso ocorre devido ao fato que o descasamento de capacitores
causam aumentos no SN R para altas resoluções [5] [27]. Na tabela 2.2 são listados
trabalhos em que são aplicadas esta técnica.
Na tabela 2.2 T.C. são as siglas de Tempo Compartilhado e F.E. as siglas de F eedback
Equivalente. Como pode ser visto as duas técnicas são geralmente utilizadas para
2.7 Técnica de Intercalação no Tempo (IT) 23
Tabela 2.2: Estado da Arte dos Moduladores Sigma-Delta com redução do número
de OTA´s
T rabalho SN R BW P otência F oM T ecnologia T écnica
(dB) (M Hz) (mW ) (pJ/conv) (µm)
[27] 66 1, 94 1, 2 0, 3 0, 09 T.C.
[4] 61, 5 0, 1 0, 96 0, 25 0, 18 T.C
[28] 119, 9 0, 02 0, 121 0, 0037(Calculado) 0, 35 T.C.
[5] 66 1, 94 1, 2 0, 3 0, 18 F.E.
Tabela 2.3: Estado da arte dos conversores com técnica de intercalação no Tempo
T rabalho SN R BW P otência F oM T ecnologia
(dB) (M Hz) (W ) (pJ/conv) (µm)
[20] 83 2, 5 15m 0, 33 0, 18
[30] 80 0, 016 600µ 2, 24(Calculado) 0, 18
25
3 Sistema e Arquitetura
As expressões da potência total para estas duas técnicas dependem do OSR, o qual
depende do SQNR. O OSR em função do SQNR é consequência da equação 2.24 e
é dado na equação 3.2.
O SN R para um conversor ideal com resolução de 16 bits é igual a 98, 8dB. Por outro
lado, perdas devido aos ruı́dos intrı́nseco e externos dos blocos analógicos podem
reduzir o SNR em até 20dB [2]. Por este motivo, o modulador Sigma-Delta deve ser
26 3 Sistema e Arquitetura
Para um SQNR fixo igual a 114dB, o consumo de potência das técnicas de tempo
compartilhado e de otimização do número de nı́veis de quantização em função do
número de quantizadores e para diferentes ordens de modulador são mostradas na
figura 3.1. Com um sı́mbolo quadrado em cada curva é indicado o número mı́nimo
de comparadores que são necessários para manter a estabilidade para sinais maiores
que 50% do F ull-Scale.
2da−Ordem−Multibit
2da−Ordem−T.C.−Multibit
2
3ra−Ordem−Multibit
3ra−Ordem−T.C.−Multibit
4ta−Ordem−Multibit
4ta−Ordem−T.C.−Multibit
Minimo número estável de níveis de quantização
Potência Normalizada
1.5
0.5
0
5 10 15 20 25 30 35
# de níveis de quantização
Figura 3.1: Consumo de Potência das técnicas de tempo compartilhado e otimização
do número de OTAs
Para obter as curvas da figura 3.1 foram utilizados Pamp0 = 1, α = 1, 5 e Pcomp0 = 1/60,
como foi visto no capı́tulo anterior. Na figura 3.1 pode-se observar:
O modelo linear de um modulador Sigma-Delta pode ser dividido em duas partes, filtro
de Laço e o quantizador, isto é mostrado na figura 3.2.
nome de CIFB (Cadeia de Integradores com F eedback). Esta arquitetura pode formar
um ST F (z) com função caracterı́stica de filtro passa-baixas, o qual ajuda a estabili-
dade do sistema contra grandes sinais transientes com energia significativa fora da
banda do sinal. O modelo linear para um modulador Sigma-Delta Multi-bit desta arqui-
tetura é mostrado na figura 3.3. A partir do diagrama de blocos da figura 3.3, podem
ser obtidas as funções de transferência de ruı́do e do sinal, as quais são mostradas
nas equações 3.3 e 3.4.
(z − 1)3
N T F (z) = (3.3)
a1 + a2 (z − 1) + a3 (z − 1)2 + (z − 1)3
b1 + b2 (z − 1) + b3 (z − 1)2 + b4 (z − 1)3
ST F (z) = (3.4)
a1 + a2 (z − 1) + a3 (z − 1)2 + (z − 1)3
A partir da figura 3.4 podem ser obtidos o N T F (z) e ST F (z) em função dos seus
coeficientes, como pode ser visto nas equações 3.5 e 3.6:
(1 − z −1 )3
N T F (z) =
([c1 c2 c3 a3 − c1 c2 a2 − 1]z −3 + [c1 c2 a2 − 2c1 a1 + 3]z −2 + [c1 a1 − 3]z −1 + 1)
(3.5)
m3 z −3 + m2 z −2 + m1 z −1 + m0
ST F (z) =
([c1 c2 c3 a3 − c1 c2 a2 − 1]z −3 + [c1 c2 a2 − 2c1 a1 + 3]z −2 + [c1 a1 − 3]z −1 + 1)
(3.6)
m3 = [c2 b1 c3 a3 − b3 a3 − b1 a1 − b4 − b1 c2 a2 − b2 c3 a3 ] (3.7)
m1 = [−3b4 + b3 a3 + b1 a1 ] (3.9)
m 0 = b4 (3.10)
Precisa capacitores
Fácil de implementar em Protoboard e resistores muito grandes
e OTAs de baixo ruı́do
Tempo Continuo (CT ) Precisão é difı́cil sem
Menos propenso ao ruı́do digital trimming por laser
Propenso a erros por ruı́do de Jitter,
SNR não é limitado ruı́do externo e não linearidades
pelo tamanho dos capacitores dos comparadores
CS (VA − VB )
IAB = (3.11)
fS−1
3.3 Implementação do modulador Sigma-Delta com blocos analógicos 31
1
RDS,eq =
WN WN WP WP
µn Cox ( )(VDD − VT HN ) − [µn Cox ( ) − µP Cox ( )]Vin − µP Cox ( )|VT HP |
LN LN LP LP
(3.12)
Chaves com transistores não são ideais e podem introduzir erros e não linearidades
no funcionamento do circuito. Existem três tipos de mecanismos que introduzem erro
na operação das chaves com transistores MOS: Injeção de carga, Clock F eedthrough
e ruı́do kT /C. Estas não idealidades serão explicadas a seguir.
Quando o transistor é desativado esta carga passa para o dreno e fonte. Por um lado
a carga injetada no dreno é absorvida pela entrada e não produz erro. Por outro lado
3.3 Implementação do modulador Sigma-Delta com blocos analógicos 33
WN LN Cox(VCK − Vin − VT HN )
∆V = (3.14)
CH
A partir da equação 3.14 pode-se obter a relação entre as tensões de entrada e saı́da
da chave:
WN LN Cox WN LN Cox
Vout = Vin − ∆V = Vin (1 + )+ (VCK − VT HN ) (3.15)
CH CH
Como podemos deduzir da equação 3.15 a injeção de carga introduz erros de ganho
e de Of f set. Para eliminar o erro no ganho é utilizada a técnica de defasagem de
relógio. Para eliminar o erro de Of f set são utilizadas estruturas diferenciais [31].
Estas técnicas serão explicadas na parte do integrador.
Uma chave com transistores MOS acopla as transições do sinal de CLK, através
das capacitâncias de overlap (porta-dreno e porta-fonte), aos sinais de dreno e fonte
gerando um Of f set igual a:
onde COV é a capacitância de overlap por unidade de largura e VCK é o sinal de Clock
ligado na porta do transistor da chave.
O erro ∆V é independente do sinal de entrada. É por isto que pode ser considerado
como Of f set e pode ser removido facilmente por uma estrutura diferencial [31].
3.3.1.3 Ruı́do kT /C
Este ruı́do é produzido pelo ruı́do térmico associado aos transistores das chaves. Para
obter o valor do ruı́do kT/C é utilizado o modelo do circuito amostrador mostrado na
34 3 Sistema e Arquitetura
figura 3.9.
2 4kT RS
∆Vn,Cs (w) = (3.17)
1 + (wRS CS )2
∞
4kT RS df kT
Z
Pn,ktc = 2
= (3.18)
0 1 + (2πf RS CS ) Cs
Como pode ser visto na equação 3.18, a potência do ruı́do não depende da resistência
Rs devido ao fato de que ao aumentar o valor de RS o ruı́do térmico aumenta, mas o
filtro RC tem sua banda reduzida compensando o efeito do aumento do ruı́do.
3.3.2 Integrador
Vout (nT Td )C2 = Vout (nT Td − Td /2)C2 − Vin (nT Td − Td )C1 (3.19)
Vout (nT Td )C2 = Vout (nT Td − Td )C2 − Vin (nT Td − Td )C1 (3.21)
−C1 z −1
VOU T (z) = (3.22)
C2 1 − z −1
Como pode ser visto nas figuras 3.11 b) e 3.11 c), o capacitor CP 1 sempre tem os dois
3.3 Implementação do modulador Sigma-Delta com blocos analógicos 37
O capacitor CP 2 , por sua vez, é carregado para Vin quando a chave S1 é fechada e
descarregado para terra quando a chave S2 é fechada. Como nenhuma carga arma-
zenada no CP 2 é transferida para C1, então CP 2 não muda a função de transferência
do integrador [32].
Desta forma a chave S4 é desligada um pouco antes da chave S1 ser fechada, in-
jetando uma carga constante em C1. Quando S1 é desligado o capacitor C1 fica
flutuando e nenhuma carga é armazenada em C1. Na fase de integração, a chave S3
é desligada primeiro injetando uma carga constante em C1. Quando S2 é desligado
nenhuma carga é armazenada [31].
No circuito da figura 3.14, VC é a tensão de modo comum, Φ1 , Φ1d , Φ2 e Φ2d são fases
como na figura 3.12. Este circuito tem uma resposta passa-alta entre a entrada e a
saı́da, o qual cancela a tensão de Of f set referida à entrada e reduz o ruı́do F licker
[1].
O ganho do circuito pode ser negativo ou positivo dependendo das fases do Clock do
estágio de entrada. Enquanto a saı́da do circuito inversor é uma versão sem atraso da
entrada, a saı́da do circuito não inversor se atrasa da entrada em meio perı́odo. É por
isto que será utilizado o circuito inversor.
3.3 Implementação do modulador Sigma-Delta com blocos analógicos 39
Para ver como o amplificador de ganho de Reset Capacitivo funciona, será analisado
seu comportamento na suas duas fases. Na fase Φ2 , mostrado na figura 3.15 a), é
assumido que a capacitância C3 foi carregada na tensão de saı́da na fase anterior.
Nesta fase os capacitores C1 e C2 são carregados na tensão de Of f set do amplifica-
dor, Vof f . Na fase Φ1 , mostrado na figura 3.15 b), a soma das cargas de C1, C2 e C3
se mantem igual a carga da fase Φ2 . Ao igualar a soma da carga dos capacitores de
ambas as fases, se determina que VOU T = C1/C2(VIN ).
A relação em Z entre a entrada e a saı́da da figura 3.16 pode ser expressa pela
equação 3.23.
A Técnica de Chopper é utilizada para reduzir o ruı́do F licker e a tensão de Of f set re-
feridos à entrada do OTA do primeiro estágio do modulador Sigma-Delta. Esta técnica
aplica modulação para deslocar o sinal de entrada a frequências altas onde não há
ruı́do F licker e, posteriormente, para deslocar o sinal de saı́da para frequências bai-
xas. Como pode ser visto na figura 3.17 a modulação é efetuada por um sinal qua-
drado de perı́odo TC , m1 (t), e a demodulação é efetuada por um sinal ligeiramente
atrasado de m1 (t), m2 (t).
Como ruı́do e Of f set referidos na entrada (Vn e Vof f ) apenas são modulados pelo sinal
m2 (t), eles serão deslocados para os harmônicos ı́mpares da frequência de Chopper,
fC . Na figura 3.17 é conectado um filtro na saı́da do demodulador para filtrar sinais mo-
3.3 Implementação do modulador Sigma-Delta com blocos analógicos 41
dulados fora da banda do sinal. Num conversor Sigma-Delta, esta função é realizada
pelo filtro decimador.
Na figura 3.18 ΦC1 e ΦC2 são sinais de relógio complementares, sem sobreposição e
com uma frequência fchop = 1/TC . A frequência fchop é fixada na metade da frequência
fs , para evitar aliasing. Os sinais de relógio ΦC1d e ΦC2d são as versões atrasadas dos
sinais ΦC1 e ΦC2 , respectivamente.
42 3 Sistema e Arquitetura
3.3.5 Quantizador
Além disso as tensões de referência devem ser simétricas com respeito a tensão de
modo comum, VC . Assim as tensões de referência são expressas como:
VF S
VREF H = + VC (3.25)
4
VF S
VREF L = − + VC (3.26)
4
nq − 1 + 1/2
∆VREF < nq >= VF S [ ] (3.27)
16
As faixas diferenciais de quantização; o código formado pelas quinze saı́das dos com-
paradores e o código binário associado são listados na tabela 3.2. O código formado
na saı́da dos comparadores é chamado de código termométrico. Neste código, o
número de uns de cada palavra indica o valor associado a ele.
de quatro bits. Para ser processada pela parte digital, a saı́da do modulador deve ser
convertida em código binário.
O conversor D/A utiliza como entrada o código termométrico gerado pelo quanti-
zador. Desta forma pode ser implementada a topologia binary − weighted. Com
esta topologia de conversor D/A pode-se utilizar o capacitor de carga do integrador
de entrada, dividido em 16 capacitores unitários, para formar o conversor. Isto é
mostrado na figura 3.20.
Na figura 3.20, B1...B15 é código termométrico gerado pelo quantizador, Cu2 é o ca-
pacitor unitário de carga do integrador de entrada, Φ2 habilita a fase de integração do
integrador, VC é a tensão de modo comum, VIN está ligado na entrada do modulador,
e VOU T está ligado na entrada do OTA do primeiro integrador. Como pode ser visto na
figura 3.20, os capacitores unitários são ligados ao VREF H ou ao VREF L dependendo
do código termométrico. Isto será realizado quando a fase Φ2 estiver em alta.
3.3 Implementação do modulador Sigma-Delta com blocos analógicos 45
4 Especificações do Modulador
Sigma-Delta
Figura 4.2: Tensões nos nós de entrada do modulador comparado com as tensões
de referência VREF H e VREF L
Na figura 4.2 também são mostradas as tensões de referência do quantizador que fo-
ram definidas na seção 3.3.4 como VREF H = VF S /4+VC e VREF L = −VF S /4+VC . Como
serão utilizados transistores tipo-P nos pares diferenciais dos OTAs é necessário um
valor menor que a metade do VDD = 1, 8V para evitar saturação positiva na saı́da
dos OT As. Por isto o valor escolhido para VC será 0, 6V . Os valores das tensões de
referência do quantizador, para diferentes VF S , do LSB (bit menos significativo) e do
Vin,M AX são listados na tabela 4.1.
Como pode ser visto na tabela 4.1, o sistema é implementável para os dois primeiros
valores de VF S . O terceiro valor de VF S exigirá tensões negativas, difı́ceis de serem
aplicadas. Apesar de faixas altas de entrada poderem aumentar o SR dos OT As do
modulador, este efeito é compensado por uma especificação de ruı́do mais branda
devido ao maior LSB. Por está razão serão escolhidos os valores de VREF H = 1, 1V
e VREF L = 0, 1V (linha do meio da tabela 4.1). Estes valores serão utilizados nos
modelos comportamentais para obter as especificações que serão apresentadas nas
seções seguintes.
onde VF S,RM S é o valor RMS de um sinal senoidal com amplitude VF S /2; eext é o
ruı́do RMS externo; et,f,k é o ruı́do RMS térmico, Flicker e KT/C; eq é o ruı́do RMS
de quantização e eDAC é a não-linearidade RMS. É escolhida uma contribuição de
80%e2tot para o ruı́do intrı́nseco devido a esta fonte de ruı́do determinar a potência do
modulador. As porcentagens das contribuições do ruı́do RMS ao quadrado de todas
as componentes são mostrados na figura 4.3.
Sabendo que e2q é 0, 01e2total , o ruı́do de quantização RMS, eq , pode ser expresso em
função do DR e VF S,RM S como pode ser visto na equação 4.2
s
10−DR/10 VF2S,RM S
eq = (4.2)
100
9%
80%
Na figura 4.4 pode-se ver a relação entre o módulo do NFT(z) e o SQNR. O valor
máximo do SQNR é obtido para módulo igual 8. Esta figura foi obtida utilizando o
primeiro script do Apêndice A.
4.3 Modelamento matemático do modulador Sigma-Delta CIF F de Terceira Ordem e 4 bits51
120
115
110
SQNR (dB)
105
100
95
90
1 2 3 4 5 6 7 8
|NTF(z)|
N T F (z) = (1 − z −1 )3 (4.3)
ST F (z) = 1 (4.4)
a1 − 3 = 0 (4.5)
a 2 − a1 + 3 = 0 (4.6)
a 3 − a2 − 1 = 0 (4.7)
Para que a função ST F (z) da equação 3.6 seja um filtro passa tudo (função de trans-
ferência igual a um), b1 e b4 têm que ter valor um e b2 e b3 têm que ter valor zero. Estes
valores de ai , ci e bi são considerados valores iniciais do projeto do modulador, já que
52 4 Especificações do Modulador Sigma-Delta
O SQN R obtido depois do escalamento dos coeficientes é igual que 116, 8dB. A res-
posta em frequência do modulador para um tom de 3, 48kHz é mostrado na figura 4.5,
onde eixo X apresenta a frequência normalizada f /fs . A figura foi gerada com uma
F F T de 262144 (256kBytes) pontos utilizando a ferramenta de projeto de conversores
Sigma-Delta do M atlab [34].
A figura 4.6 mostra o modelo |N T F (z)|, linha contı́nua, e o módulo de |ST F (z)|, de
linha tracejada.
4.4 Ganho DC Finito dos OTAs 53
−20
−40
−60
SQNR(dB)
−80
−100
−120
SNR = 116.8dB
−140
−160
−180
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0.4 0.45 0.5
Frequência Normalizada (1→ fs)
20
−20
Ganho [dB]
−40
−60
NTF(z)
STF(z)
−80
−100
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5
Frequência Normalizada (1→ fs)
Figura 4.6: Resposta em Frequência de N T F (z) e ST F (z) teóricos
O ganho finito dos OTAs pode alterar a função NTF(z), deslocando os zeros para
direita. Isto pode trazer como consequência o aumento do ruı́do de piso da banda de
interesse [2]. Para verificar este problema será analisado o integrador diferencial da
54 4 Especificações do Modulador Sigma-Delta
figura 4.7, nas duas fases de operação. A figura 4.7 mostra os circuitos equivalentes.
A partir desta figura é obtida a equação de carga, a qual é mostrada a seguir.
Vout (z) AO z −1
= c1 ( )[ ] (4.9)
Vin (z) 1 + AO 1 − z −1 ( c1A+A+1
O +1
)
O
Como pode ser visto na equação 4.9 o ganho é alterado pelo fator AO /(AO + 1) e o
pólo do integrador foi deslocado de z = 1 à z = (c1 +AO + 1)/(AO + 1). O erro do ganho
não é importante, porém o deslocamento do pólo gera um mesmo deslocamento nos
zeros de N T F (z), sendo seu numerador expresso pela seguinte equação.
AO + 1 AO + 1 AO + 1
numN T F (z) ≃ (1 − z −1 ( ))(1 − z −1 ( ))(1 − z −1 ( ))
c1 + AO + 1 c2 + AO + 1 c3 + AO + 1
(4.10)
4.4 Ganho DC Finito dos OTAs 55
AO + 1 AO + 1 AO + 1
numN T F (z) ≃ (1 − z −1 ( ))(1 − z −1 ( ))(1 − z −1 ( )) (4.11)
1, 8 + AO 2, 4 + AO 2, 1 + AO
A função numN T F (z) da equação 4.11 é desenhada na figura 4.8 para diferentes va-
lores de ganhos. Um ganho baixo faz com que os zeros se aproximem do valor da
frequência de corte do filtro NTF(z), diminuindo a atenuação do ruı́do de quantização
na banda base, como pode-se ver nesta figura.
20
−20
−40
−60
Ganho(dB)
−80
−100
−120
Ao=10V/V
Ao=100V/V
−140
Ao=1000V/V
Ao=10000V/V
−160
−180
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18
Frequencia [Hz] x 10
4
Para diminuir o efeito do erro inserido pelo deslocamento dos zeros, é necessário que
a frequência fc , frequência normalizada do maior zero, seja muito menor que a banda
do sinal. Uma expressão para fc é mostrada na equação 4.12 [2].
fs 1 fs
fc = ln(1 − )≃ (4.12)
2π AO + 1, 8 2π(AO + 1, 8)
Tomando o OSR de 48, teremos que AO deverá ser muito maior do que 6. Para verificar
esta especificação de AO é apresentado na figura 4.9 o SQNR como função do ganho
DC, obtido das simulações do modelo de Simulink da figura 4.1.
56 4 Especificações do Modulador Sigma-Delta
120
110
100
90
SNR[dB]
80
70
60 Espec.=114dB
Ganho DC
50
0 50 100 150 200
Ganho DC [V/V]
Como pode ser visto, na figura 4.9, o SQNR varia para ganhos próximos do 6. Porém,
para ganhos mais elevados o SNR estabiliza. Será escolhido um ganho diferencial de
100V/V (40dB) pois este valor é suficientemente grande para manter o SQNR dentro
da especificação.
Os efeitos do Slew Rate finito combinado com uma largura de banda finita dos OTAs
pode ser interpretado como um ganho não-linear [34]. O tempo de resposta na saı́da
de um integrador é composto pelo tempo de subida, tsub , dominado pelo Slew Rate
(SR), e pelo tempo de setup, tset , dominado pela largura de banda, como pode ser
visto na figura 4.10.
Escolhemos para tset , um maior valor, tset = TS /3, devido à relação direta entre a
largura de banda e o consumo de potência. Isto será visto no seguinte capı́tulo.
−t
Vout (t) = Vout (nTS − TS ) + αV1 (1 − e τ ) (4.14)
d Vs
Vout (t)|t=0 = α (4.15)
dt τ
• Quando o valor da equação 4.15 é menor que o SR, não há limitação, e Vout
mantém o comportamento descrito pela equação 4.14.
• Quando o valor da equação 4.15 é maior que o SR e t < tslew (tslew é o in-
tervalo da região SR, figura 4.10), Vout é dependente linearmente do SR. As-
sumindo tslew < TS , o comportamento de Vout é determinado pelas seguintes
equações[34]:
tslew −t
t > tslew , Vout (tslew ) = (αV1 − SRtslew )(1 − e− τ ) (4.17)
αV1
tslew = −τ (4.18)
SR
saı́da de cada estágio do modelo não serão limitados pelo SR. Os sinais nas saı́das
de cada estágio são mostradas na figura 4.11.
0.4
X4
X1
X2
X3
Y
0.3 IN
0.2
X4,X1,X2,X3,Y,IN(V)
0.1
−0.1
−0.2
−0.3
−0.4
0 50 100 150
Número de Amostras
4.4 .
Tabela 4.4: Máxima diferença de amplitudes, SR e excursão de saı́da diferencial nos
OTA’s dos integradores e do somador
OT A |max{VXi (n) − VXi (n − 1)}| SR Excursão de Saı́da
OT A 1 304mV 3, 65V /µs 200mV
OT A 2 233mV 2, 8V /µs 200mV
OT A 3 165mV 2, 0V /µs 200mV
OT A 4 603mV 7, 24V /µs 800mV
0
SNR = 114.9dB SR=3.60V/us
SNR = 113.8dB SR=0.90V/us
−20 SNR = 40.9dB SR=0.225V/us
−40
−60
SQNR[dB]
−80
−100
−120
−140
−160
−180
0 2 4 6 8 10 12
frequencia[Hz] x 10
4
Figura 4.12: SQNR versus frequência para diferentes valores de Slew Rate
Da figura 4.12 pode-se concluir que SRs baixos reduzem o SQN R e a linearidade do
modulador Sigma-Delta.
1
τ= (4.20)
2πfT
−TS
τ= (4.21)
3ln(erro)
−3ln(erro)
wT = (4.22)
TS
−3ln(erro)
fT = (4.23)
2πTS
Da análise no Apêndice A pode-se deduzir que os dois primeiros estágios tem a maior
contribuição de ruı́do na saı́da. É por isto que é designada uma contribuição de 90%
2 2
de et,f,k , para o ruı́do do primeiro estágio referido à saı́da, N1O . Para o N2O é asignado
uma contribuição de 10% de et,f,k .
2
da fonte i) do OTA será fixado em 10% de N1O , sendo este valor em RMS igual do que
2, 29µV . Este valor de ruı́do é muito baixo e para obtê-lo será necessário utilizar a
técnica de Chopper.
22
N1O,R
20 Ruído kT/C especificado=6,68µVRMS
18
Ruído [µVRMS]
16
14
12
10
2
0 10 20 30 40 50 60
C2[pF]
Figura 4.13: Relação entre o Ruı́do RMS do primeiro estágio e a capacitância de
carga na entrada
Na figura 4.13, a linha continua representa o ruı́do referido á saı́da do primeiro estágio
e a curva tracejada representa o valor RMS especificado. Desta figura, pode-se
deduzir que a capacitância C2 deve ser maior do que 10pF para não superar a
especificação de ruı́do.
No segundo estágio é preferı́vel não utilizar a técnica de Chopper para não aumentar
a área e complexidade do sistema, além disso porque o ruı́do desse estágio é filtrado
pela função de transferência N T F2o (z), o qual é um filtro passa-alta. Por esta razão,
neste caso será fixada a capacitância C3 = 2, 5pF (Cu3 = 0, 25pF ) para obter um ruı́do
kT /C de 0, 27µVRM S . A figura 4.14 mostra o ruı́do referido à saı́da em função do ruı́do
referido à entrada.
Como pode ser visto na figura anterior o ruı́do do segundo OTA deve ser de 30µ V rms
na banda de 20Hz − 20KHz para poder atingir a especificação de ruı́do no segundo
estágio (tabela 4.2). Como as funções de transferência do terceiro estágio, N T F3o (z),
e quarto estágio, N T F4o (z), são filtros de segunda e terceira ordem, suas contribuições
podem ser altas. Por está razão, serão fixadas capacitâncias unitárias de 125f F para
62 4 Especificações do Modulador Sigma-Delta
N20,A(Vn,A )
2
N20,A [µ VRMS]
4
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Vn,A [µ VRMS]
2
Figura 4.14: Relação entre o Ruı́do RMS do OTA do segundo estágio referido à
saı́da e o ruı́do RMS do OTA do segundo estágio referido à sua entrada
Cu4 e 80f F para Cu1 (valor mı́nimo da tecnologia IBM 0, 18µm). O ruı́do do terceiro
OTA será especificado igual ao ruı́do do segundo OTA, 30µVRM S , e o ruı́do no OTA
do somador será especificado igual ao dobro, 60µVRM S . Estas especificações são
listadas na tabela 4.6.
serão explicadas a seguir tendo em consideração que o valor máximo para o INL e o
DNL devem ser menor do que LSB/2 (VF S /25 ). Considerando uma excursão de 2V,
uma resolução de 4 bits, teremos que LSB/2 = 62, 5mV .
4.7.1 Of f set
V0...01 1
Eof f = { − }LSB (4.24)
∆ 2
O erro de ganho é definido como a diferença entre a curva ideal e a curva real. Para
um ADC, o erro de ganho, Eganho (em unidades de LSBs), é dado pela equação 4.25
[1].
V1...1 V0...01
Eganho = − − (2N − 2) (4.25)
∆ ∆
4.7.3 DNL
∆r(k) − ∆
DN L(k) = (4.26)
∆
4.7.4 INL
Após remover o Of f set e o erro de ganho, o INL mede o desvio da curva real do
conversor com respeito à curva ideal do conversor. Num ADC, o INL é definido pela
64 4 Especificações do Modulador Sigma-Delta
equação 4.27.
Vk − Vik
IN L(k) = (4.27)
∆
OTAs compõem os blocos básicos do conversor Sigma-Delta: três OTAs são utilizadas
nos integradores; um OTA é utilizado no circuito somador de saı́da e dezesseis OTAs
são utilizados no conversor A/D de quatro bits. Estes OTAs serão projetados utilizando
a metodologia gm/ID . Nesta metodologia, todos os parâmetros de projeto são colo-
cados em função do parâmetro gm/ID [36] [37]. O parâmetro gm/ID (tecnologia de
0, 18µm) varia entre 0 e 30, definindo as regiões de inversão do transistor neste inter-
valo. Para obter as curvas gm/ID versus VGS , são extraı́das as correntes de saturação
das curvas ID versus VDS para diferentes VGS (de 0V até 1,8V). Derivando ID com
respeito a VGS é obtido um gm para cada VGS . O gm é dividido por ID , formando as
curvas da figura 5.1 [38].
35 30
30
25
25
20
20
gm/ID
gm/ID
15
15 Inversão Inversão
Fraca Moderada Inversão
Inversão Inversão Inversão Forte
Fraca Moderada Forte 10
10
5
5
0 0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.8 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.8
VGS[V] VGS[V]
Na figura 5.1 é mostrado o gm/ID em função da tensão VGS . Nesta figura também
são mostradas as regiões de inversão fraca, forte e moderada para os dois tipos de
66 5 Projeto Analógico dos blocos básicos do Modulador Sigma-Delta e Resultados
transistores MOS. A região de inversão fraca é definida para a faixa, 0V > VGS −
VT HP (N ) ; a região de inversão moderada é definida para a faixa 0V < VGS − VT HP (N ) <
0, 1V e a região de inversão forte é definida para uma faixa, 0, 1V < VGS − VT HP (N ) <
1, 8V . Com ajuda da figura 5.1 podem ser obtida as tensões VGS dos transistores. O
parâmetro gm/ID também pode ser representado em função da corrente normalizada
(ID /(W/L)), como é mostrado na figura 5.2.
30
tipo−N
tipo−P
25
20
gm/ID
15
10
0
−12 −10 −8 −6 −4 −2
10 10 10 10 10 10
ID/(W/L)
Figura 5.2: gm/Id vs ID /(W/L) dos transistores tipo-P e tipo-N
Da figura 5.2, pode-se deduzir que sabendo o gm/ID , pode-se obter ou a corrente de
saturação do transistor ou as dimensões do transistor. A metodologia gm/ID será utili-
zada para projetar os OTA do modulador considerando um baixo consumo de potência.
Na figura 5.3, VC1 é a tensão de modo comum do primeiro estágio, VB1 e VB2 são
as tensões de polarização das estruturas de CMFB. Estas tensões são geradas pelo
circuito de polarização.
A topologia SC-CMFB é mostrada na figura 5.5. Este circuito tem duas fases de
operação: na fase Φ1 os capacitores C1 armazenam a tensão VC − VB1 ; na fase Φ2 a
5.1 Arquitetura do OTA dos integradores e do somador analógico 69
Para diminuir o tempo de start-up do sistema sem aumentar a injeção de carga das
chaves, pode-se utilizar a topologia de carga simétrica mostrada na figura 5.6. Neste
tipo de topologia a razão entre C1 e C2 pode ser projetada entre 5 e 10. Isto faz com
que o tempo de start-up do circuito CM F B seja reduzido [39]. Para diminuir o efeito
da injeção de carga as chaves serão projetadas com dimensões mı́nimas.
70 5 Projeto Analógico dos blocos básicos do Modulador Sigma-Delta e Resultados
Figura 5.6: Sensor de Modo Comum com capacitores chaveados de carga simétrica
Para projetar o OTA Miller, o bloco básico mais utilizado no modulador Sigma-Delta,
é necessário primeiramente polarizar todos os transistores de forma que fiquem em
saturação e em uma região especifica de inversão. Por um lado, para manter os
transistores em saturação é necessário assegurar que a tensão de overdrive, VGS -
VT H , seja menor do que a tensão VDS − 0, 1V . Por outro lado, para fixar a região
de inversão de cada transistor é necessário obter as expressões dos parâmetros de
projeto em função do gm/ID .
Na figura 5.7 é considerado que as tensões de porta dos transistores do mesmo tipo
estão polarizadas na mesma tensão DC (Vc e Vb1), porém os transistores apresentam
variações nas dimensões e nos parâmetros de processo (VT H ,µO , COX ). Por isto, duas
fontes de tensão, ∆VO1 e ∆VO2 , são adicionadas ao circuito para garantir a igualdade
entre as correntes de saturação ID1 = ID2 e ID3 = ID4 . A corrente de saturação
é expressa de acordo com o nı́vel de inversão. Em fraca inversão, a equação da
corrente de saturação é a seguinte:
VGS − VT HP (N )
ID = IS e nk UT (5.1)
1 βP 1
∆VO1 = VGS1 − VGS2 = ln( ) + VT HP 1 − VT HP 2 (5.2)
nUT βP 2
1 ∆βP
∆VO1 = ln(1 + ) − ∆VT HP (5.3)
nUT βP
Assumindo ∆βP /βP << 1, e notando que para x << 1, se cumpre ln(1 + x) = x,
podemos reduzir a expressão 5.3 para:
1 ∆βP
∆VO1 = − ∆VT HP (5.4)
nUT βP
1
Substituindo gm1 /ID1 = (para fraca inversão), nós temos:
nUT
∆βP /βP
∆VO1 = − ∆VT HP (5.5)
gm1 /ID1
Para forte inversão é utilizada a equação de segunda ordem da corrente dos transis-
tores M1 e M2 em forte inversão pode-se obter uma expressão para a tensão ∆VO1 :
s s
2ID1 2ID1
∆VO1 = VGS1 − VGS2 = + VT H1 − − VT H2 (5.6)
µp COX ( W )
L 1
µp COX ( W )
L 2
72 5 Projeto Analógico dos blocos básicos do Modulador Sigma-Delta e Resultados
s s
2ID1 1
∆VO1 = [1 − ] + ∆VT HP (5.7)
βP 1 + ∆β
βP
P
√
Assumindo ∆βP /βP << 1, e notando que para x << 1, se cumpre 1+x∼
= 1 + x/2 e
√ −1
1+x ∼ = 1 − x/2, podemos reduzir a expressão 5.7 para:
s
2ID1 ∆βP
∆VO1 = [ ] − ∆VT HP (5.8)
βP 2βP
q
ID1
Substituindo gm1 /ID1 = 2βP
(para forte inversão), nós temos:
∆βP /βP
∆VO1 = − ∆VT HP (5.9)
gm1 /ID1
Das equações 5.5 e 5.9 pode-se concluir que para fraca inversão e forte inversão,
a ∆VO1 tem a mesma relação. Considerando as variações de βP e VT HN (P ) como
variáveis randômicas independentes, o desvio padrão de VO1 será:
2 σ 2 (∆βP /βP )
σ (∆VO1 ) = 2
+ σ 2 (∆VT HP ) (5.10)
(gm1 /ID1 )
σ 2 (∆βN /βN )
σ 2 (∆VO2 ) = + σ 2 (∆VT HN ) (5.11)
(gm3 /ID3 )2
Ao referir ∆VO2 à entrada do OTA, a equação 5.11 fica multiplicada pelo fator gm23 /gm21 .
Portanto a variança da tensão de offset referida à entrada, σ 2 (∆Vof f ), em função de
gm/ID e das variações de processo dos transistores é dada pela equação 5.12.
Da equação 5.12 pode-se deduzir que o valor de gm1 /ID1 e gm3 /ID3 devem ser altos
para diminuir Vof f . Isto é conseguido projetando estes transistores perto da região de
inversão fraca.
5.1 Arquitetura do OTA dos integradores e do somador analógico 73
∆I
σ2( ) = σ 2 (∆βP /βP ) + σ 2 (∆VT HP )(gm5 /ID5 )2 (5.13)
I
Da equação 5.13 pode-se deduzir que o valor de gm5 /ID5 deve ser baixo para reduzir
a variação na cópia da corrente. É por isto que os transistores que funcionam como
espelhos de corrente (M5 , M6 e M9 ) devem ser projetados perto da região de inversão
forte. Na tabela 5.1 são resumidos as regiões de inversão dos transistores dos OTAs
recomendadas para minimizar o of f set de tensão e de corrente.
Da tabela 5.1 podemos obter as faixas de gm/ID para cada transistor. Porém, não se
tem os valores exatos de gm/ID de cada transistor. Para evitar a tensão de of f set
sistemático, os espelhos de corrente M5 , M6 e M9 , figura 5.3, devem ter o mesmo
VGS [1]. O mesmo deve ocorrer para os transistores M3 , M4 , M7 e M8 . Utilizando as
condições de saturação e inversão forte estabelecidas neste capı́tulo, VG5 (tensão de
porta do transistor M5) pode ser limitado pela desigualdade 5.14.
onde VP é a tensão de dreno do transistor M5 . Para obter este valor é necessário saber
o gm/ID dos transistores M1 e M2 . Este parâmetro pode ser obtido das funções do
SR e fT (especificados na seção 4.5), considerando um baixo consumo de corrente.
Existem dois tipos de SR, o SR positivo (SR+ ) e o SR negativo (SR− ). Nesta topologia
estes SRs podem ser expressos pelas equações 5.15 e 5.16.
Neste tipo de topologia CC ≈ CL , ID7 >> ID1 e ID6 >> ID1 . Assim SR ∼
= SR+ ∼
=
2I D1
SR− = e a corrente ID1 pode ser expressa como:
Cc
CcSR
ID1 = (5.17)
2
gm1
fT = (5.18)
2πCC
2πCC fT
ID1 = (5.19)
gm1 /ID1
Para determinar o menor valor de ID1 devem ser comparadas as curvas das equações
5.17 e 5.19. Para isto serão utilizados os valores especificados para o SR (3, 65V /µs)
e para o fT (12, 1M Hz) e gm1 /ID1 é variado entre 0 e 30. Como CC é diretamente
proporcional às duas expressões de ID1 , pode-se escolher um valor arbitrário de CC =
12pF . Na figura 5.8 são mostradas duas curvas ID1 versus gm1 /ID1 , uma para SR =
3, 65V /µs e outra para fT = 12, 1M Hz.
Como pode ser visto na figura 5.8, a curva do fT sempre é maior que a curva para
SR, em consequência, o gm1 /ID1 pode tomar qualquer valor entre zero e trinta. Como
a curva do fT não intercepta a curva do SR pode-se dizer que o OTA não é limitada
pelo SR.
wt
MF ∼
= 90 − tg −1 ( ) (5.20)
weq
5.1 Arquitetura do OTA dos integradores e do somador analógico 75
−3
x 10
1
SR=3,65V/µ s
fT=12,1MHz
0.9
0.8
0.7
0.6
ID1(A)
0.5
0.4
0.3
0.2
0.1
0
0 5 10 15 20 25 30
gm /I
1 D1
Figura 5.8: Obtenção do limite de ID1 do OTA 1 em função do gm1 /ID1
m m
1 X 1 X 1
= − (5.21)
weq i=2
wpi i=1
wzi
onde wpi é a frequência do i-ésimo pólo, wzi é a frequência do i-ésimo zero e wp1 <
wp2 < ... < wpn .
Considerando que o segundo pólo, wp2 , é bem menor que os outros pólos e zeros,
podemos aproximar weq a wp2 . Assim a margem de fase pode ser expressa como:
wt
MF ∼
= 90 − tg −1 ( ) (5.22)
wp2
Para que o OTA fique estável, o M F deve ser de pelo menos 60◦ , porém considerando
as variações de processo, é prudente fazer o M F superior a 80◦ . Isto pode ser conse-
guido colocando o pólo wp2 em uma frequência pelo menos 10 vezes maior do que a
frequência wt .
−gm7
wp2 = (5.23)
CL
76 5 Projeto Analógico dos blocos básicos do Modulador Sigma-Delta e Resultados
wp2 CL
ID7 = (5.24)
(gm7 /ID7 )
A partir da equação 5.24 pode-se obter as curvas da figura 5.9 variando gm7 /ID7 entre
0 e 30 e fixando wp2 = 10wt .
−3
x 10
6
OTA1
OTA2
OTA3
OTA4
4
ID7[A]
0
0 5 10 15 20 25 30
gm7/ID7
Figura 5.9: Relação entre ID7 e gm7 /ID7 para as quatro OTAs
Como pode ser deduzido da equação 5.24 e da figura 5.9, a corrente ID7 é inversa-
mente proporcional a gm7 /ID7 . Para minimizar ID7 , a maior corrente dos estágios do
OTA, tem que ser escolhidos valores altos de gm7 /ID7 , inversão fraca. Porém, altos
valores de gm7 /ID7 implicam em dimensões dos transistores enormes, consequente-
mente, capacitâncias de saı́da altas. Por este motivo, o valor de gm7 /ID7 é conveni-
entemente ajustado para cada OTA. Os transistores M3 e M4 serão projetados com
o mesmo gm/ID do transistor M7 para assegurar uma tensão de of f set sistemático
baixa.
Do valor de ID1 e com a ajuda da análise da figura 5.8 pode-se obter gm1 /ID1 e a
tensão VP . Por último, o capacitor de compensação CC pode ser obtido a partir da
expressão 5.26.
Os valores de gm1 /ID1 , ID5 , CC , VP , gm5 /ID5 , VG5 , ID7 , gm7 /ID7 , VGS7 obtidos para
cada OTA são listados na tabela 5.2.
Na tabela 5.2 o OTA 4 tem um gm1 /ID1 reduzido devido a sua limitação de Slew Rate.
A partir dos parâmetros da tabela anterior pode-se achar as dimensões dos transisto-
res M1 , M2 , M3 , M4 , M5 , M6 , M7 , M8 e M9 para os quatro OTAs (tabela 5.3).
gm7
wz = (5.27)
Cc
78 5 Projeto Analógico dos blocos básicos do Modulador Sigma-Delta e Resultados
1
wz,RC = (5.28)
Cc (−1/gm7 + RC )
Esta expressão sugere três caminhos para reduzir o efeito do zero como é mostrado
em [1]. O primeiro caminho é fazer RC ≈ 1/gm7 o que coloca o zero no infinito. O
segundo caminho é aumentar o valor de RC de forma a deslocar o zero ao plano
esquerdo, cancelando o segundo pólo dominante. O terceiro caminho é aumentar
mais RC até o zero atingir uma frequência um pouco maior do que o wT . Para este
caso, o zero wz,RC deve satisfazer a seguinte expressão:
Como wz,RC ∼
= 1/(RC CC ) e wT = gm1 /Cc, então RC deve ser escolhido de acordo com
a relação:
1
RC = (5.30)
1, 2gm1
WN
LN µP
= (5.31)
WP µN
LP
−t
Vout = Vin (1 − e RDS,eq CH ) = Vin − ∆Vin (5.32)
então,
−τ
RDS,eq = (5.33)
∆Vin
CH ln( )
Vin
onde τ é o tempo de leitura igual a TS /10 e CH é a capacitância máxima que vai ser
80 5 Projeto Analógico dos blocos básicos do Modulador Sigma-Delta e Resultados
L2N L2P
∆Veq = − (5.34)
RDS,N µN CH RDS,P µP CH
Uma topologia dinâmica é escolhida para projetar os comparadores devido a sua ve-
locidade. Os problemas destas topologias são a alta tensão de of f set e o ruı́do de
kickback [1]. A alta tensão de of f set pode ser solucionada utilizando técnicas de
Auto − Zero [1] [41] e o ruı́do kickback pode ser solucionado com um estágio de
pre-amplificação[1]. É por isto que é escolhido um comparador chaveado com cance-
lamento da tensão de offset e com um Latch na saı́da, sendo sua versão diferencial
mostrada na figura 5.11.
−t
VCcomp = Vin (1 − e RDS,eq Ccomp ) (5.35)
Normalmente é esperado que o capacitor seja carregado num tempo menor do que
82 5 Projeto Analógico dos blocos básicos do Modulador Sigma-Delta e Resultados
TS /2, mas neste caso será escolhido um tempo igual a TS /10. Desta forma a capa-
citância Ccomp pode ser calculada utilizando a expressão da equação 5.36.
−TS /6
Ccomp < (5.36)
RDS,eq ln(erro)
O OTA do comparador funciona numa fase como comparador (laço aberto) e na outra
5.3 Projeto do Comparador do Quantizador 83
fase como amplificador (laço fechado). Na fase de laço aberto deve-se garantir que
o tempo de setup do OTA do comparador, tstb , fixado em TS /3, seja menor que a
constante de tempo do OTA, τ = 2π/f−3dB,C , onde f−3dB,C é a frequência de corte do
comparador. Neste caso f−3dB,C deve ser menor do que 3, 76M Hz.
Da equação 5.37 podem ser obtidos w−3dB,C = 2πf−3dB,C , wT,C = 2πfT,C e o ganho
DC, AO,C , expressos em 5.38, 5.39 e 5.40 respectivamente.
1
w−3dB,C = (5.38)
(CGD1 + CGS3 + CL )RDS,P 1 //RDS,N 3 //(1/gm3 )
gm1
wT,C = (5.39)
CGD1 + CGS3 + CL
Como normalmente 1/gm3 << RDS,P 1 //RDS,N 3 e COU T = CL + CGD1 + CGS3 [31], wT,C ,
84 5 Projeto Analógico dos blocos básicos do Modulador Sigma-Delta e Resultados
gm1 /ID1
AO,C ≈ (5.43)
gm3 /ID3
Considerando um ganho AO = 5, pode se obter a relação entre gm1 /ID1 e gm3 /ID3 .
Da análise de of f set realizada na seção 5.1 é recomendável fixar os transistores M1
e M2 em inversão fraca e os transistores M4 e M3 em inversão forte. Para manter os
transistores em saturação e na região de inversão correspondente, as tensões VG5 ,
VOU T e VP (tensão de dreno do transistor M1 ) obedecem as desigualdades:
(gm1 /ID1 = 20) e os transistores M5 e M6 para um VG5 = 1, 1V (gm5 /ID5 = 6). Uti-
lizando o gm1 /ID1 é obtida a corrente ID1 , para uma capacitância de saı́da igual a
0, 6pF . Os parâmetros de projeto são resumidos na tabela 5.6.
Para verificar que as especificações dos blocos são cumpridas pelo projeto dos circui-
tos analógicos básicos, eles são testados através das análises DC, ST B (Análise de
estabilidade), ruı́do, transiente e de Monte-Carlo. Para isto for utilizado o simulador
Spectre da ferramenta de projeto de circuitos integrados Cadence. As simulações fo-
ram divididas em simulações dos OTA dos Integradores e do somador; simulações do
Chopper; simulações do OTA do comparador; simulações do comparador; simulações
do quantizador e, por fim, as simulações do modulador Sigma-Delta.
Para verificar o cumprimento das especificações nos OTA totalmente diferenciais dos
integradores serão utilizadas as análises STB, DC, ruı́do, transiente e de Monte-Carlo.
No OTA do somador serão realizadas as análises mencionadas anteriormente com
exceção da análise de ruı́do.
86 5 Projeto Analógico dos blocos básicos do Modulador Sigma-Delta e Resultados
Para realizar as análises é necessário que o OTA atinja o estado estável. Em circuitos
com CM F B, o estado estável é conseguido após alguns micro segundos. É por isto
que uma análise transiente deve ser realizada até o circuito se estabilizar e então é
salvo o ponto de operação. Este ponto de operação é utilizado nas análises STB, DC
e de ruı́do.
A análise STB é realizada entre 1Hz e 1GHz com 20 pontos por década. A resposta
em frequência do OTA 1, OTA 2, OTA 3 e OTA 4 para os piores casos de M F , GM e
fT obtidos da análise ST B são mostrados na figura 5.16. A figura 5.16 a) tem só um
5.4 Simulações e Resultados 87
100
fase@ss,80C 200
ganho@ss,80C ganho@ss,−20C
fase@ss,−20C
50 ganho@ss,80C
150 fase@ss,80C
0
Amplitude[dB], Fase
Amplitude[dB], Fase
100
−50
50
−100 0
−150 −50
−200 −100
2 4 6 8 0 2 4 6 8
10 10 10 10 10 10 10 10 10
Frequência[Hz] Frequência[Hz]
a) OTA 1
b) OTA 2
100 100
Ganho@ss,−20C Ganho@ss,−20C
Fase@ss,−20C Fase@ss,−20C
50 Ganho@ss,80C Ganho@ss,80C
Fase@ss,80C 50 Fase@ss,80C
0
Amplitude[dB], Fase
Amplitude[dB], Fase
−50
−50
−100
−100
−150
−150
−200
−200
−250
−300 −250
0 2 4 6 8 0 2 4 6 8
10 10 10 10 10 10 10 10 10 10
Frequência[Hz] Frequência[Hz]
c) OTA 3 d) OTA 4
Figura 5.16: Resposta em Frequência dos OTA do integrador e do somador
Os piores resultado das tensões RMS de ruı́do referido à entrada de cada OTA são
listadas nas tabelas 5.8, 5.9, 5.10 e 5.11.
88 5 Projeto Analógico dos blocos básicos do Modulador Sigma-Delta e Resultados
−11
x 10
3
Ruído OTA1
Ruído OTA2
Ruído OTA3
2.5
2
PSD[V2/Hz]
1.5
0.5
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8
10 10 10 10 10 10 10 10 10
Frequência(Hz)
Para obter o SR dos OTA são utilizados os circuito da figura 5.18 a) e b). Na figura
5.18 a) é mostrada a configuração do integrador chaveado e na figura 5.18 b), a
configuração do somador chaveado. Em ambos os circuitos a entrada é uma fonte
de onda quadrada com perı́odo igual a 1/fS . Esta fonte tem valor igual a tensão de
modo comum nos primeiros 7µs de simulação para que haja a estabilização da saı́da
do OTA. Após este intervalo é que a onda é de fato aplicada. A amplitude do sinal
de entrada é fixada num valor suficiente elevado para se obter na saı́da a amplitude
máxima.
a) Integrador b) Somador
Figura 5.18: Circuito de simulação de Slew Rate dos OTA de integração e do OTA do
somador
5.4 Simulações e Resultados 89
As curvas dos piores resultados do SR para cada OTA são mostradas na figura 5.19.
0.5 0.5
saída OTA1 saída OTA2
0.4 entrada OTA1 0.4 entrada OTA2
0.3 0.3
0.2 0.2
0.1 0.1
Amplitude[V]
Amplitude[V]
0 0
−0.1 −0.1
−0.2 −0.2
−0.3 −0.3
−0.4 −0.4
−0.5 −0.5
6.6 6.8 7 7.2 7.4 7.6 7.8 8 6.6 6.8 7 7.2 7.4 7.6 7.8 8 8.2 8.4
tempo(s) x 10
−6 tempo(s) x 10
−6
a) OTA 1 b) OTA 2
0.5 1
saída OTA3 saída OTA4
0.4 entrada OTA3 0.8 entrada OTA4
0.3 0.6
0.2 0.4
0.1 0.2
Amplitude[V]
Amplitude[V]
0 0
−0.1 −0.2
−0.2 −0.4
−0.3 −0.6
−0.4 −0.8
−0.5 −1
6.6 6.8 7 7.2 7.4 7.6 7.8 8 8.2 8.4 6.6 6.8 7 7.2 7.4 7.6 7.8 8 8.2 8.4
tempo(s) x 10
−6 tempo(s) x 10
−6
c) OTA 3 d) OTA 4
Figura 5.19: SR dos OTA dos integradores e do somador
Para obter a tensão de offset referida à saı́da é utilizado o circuito da figura 5.15. A
tensão de Of f set é obtida da média da diferença entre o nó positivo e o nó negativo do
OTA no intervalo entre 7µs e 10µs, considerando 7µs como o tempo necessário para o
OTA estabilizar. Para realizar uma correta medição da tensão de Of f set é necessário
que as variações entre dispositivos iguais sejam consideradas. Isto só é conseguido
através de uma análise de Monte Carlo.
Os piores resultados da tensão de of f set de cada OTA são listados nas tabelas 5.8,
5.9, 5.10 e 5.11.
90 5 Projeto Analógico dos blocos básicos do Modulador Sigma-Delta e Resultados
70 40
60 media=−0,353 mV 35
desvio padrão=656µ V media=−0,630 mV
desvio padrão=1,89mV
30
# de Amostras
50
# de Amostras
25
40
20
30
15
20
10
10
5
0 0
−5 −4 −3 −2 −1 0 1 2 3 4 5 −5 −4 −3 −2 −1 0 1 2 3 4 5
Tensão de Offset [V] −3
x 10 Tensão de Offset [V] x 10
−3
a) OTA 1 b) OTA 2
80
60
70
media=−0,375 mV 50
desvio padrão=0,536 mV média=−0,412 mV
60 desvio padrão=4,1 mV
# de Amostras
# de Amostras
40
50
40 30
30
20
20
10
10
0 0
−3 −2 −1 0 1 2 3 −8 −6 −4 −2 0 2 4 6 8 10
Tensão de Offset [V] −3
x 10 Tensão de Offset [V] x 10
−3
c) OTA 3 d) OTA 4
Figura 5.20: Distribuição da Tensão de Of f set referida à saı́da dos OTA 1, OTA 2,
OTA 3 e OTA 4
20
0
Ganho[dB], Fase
−20
−40
−60
Ganho@ss,−20° C
Fase@ss,−20° C
−80 Ganho@ss,80° C
Fase@ss,80° C
−100
−120
0 2 4 6 8
10 10 10 10 10
Frequência[Hz]
Figura 5.22: Resposta em Frequência do OTA do comparador em laço fechado
A análise STB é realizada entre 1Hz e 1GHz com 20 pontos por década. A resposta
5.4 Simulações e Resultados 93
Para obter f−3dB,C é utilizada a análise AC e o circuito em laço aberto da figura 5.23.
Nesta figura a capacitância de saı́da é determinada pela capacitância de entrada do
Latch.
A análise AC é realizada entre 1Hz e 1GHz com 20 pontos por década. A resposta
em frequência do OTA do comparador em laço aberto é mostrado na figura 5.24.
14
12
10
8
Ganho[dB]
0
Ganho@ff,80° C
−2 Ganho@ss,80° C
−4
−6
0 2 4 6 8
10 10 10 10 10
Frequência[Hz]
Para obter a distribuição da tensão de of f set referida na entrada, primeiro será obtida
a tensão de of f set na saı́da do OTA. Esta tensão pode ser obtida utilizando o circuito
da figura 5.25 e a análise de Monte Carlo (variando processo e mismatch).
94 5 Projeto Analógico dos blocos básicos do Modulador Sigma-Delta e Resultados
180
160
média=−0,36 mV
desvio padrão=0,838 mV
140
# de Amostras
120
100
80
60
40
20
0
−3 −2 −1 0 1 2 3
Tensão de Offset [V] x 10
−3
40
35
media=−0,225 mV
desvio padrão=0,6mV
30
# de Amostras
25
20
15
10
0
−4 −3 −2 −1 0 1 2 3 4
Tensão de Offset [V] −3
x 10
1.5
Sinal de Clock
Saída da OTA do Comparador
Saída do Comparador
Tensão Diferencial de Entrada
1 Tensão Diferencial de Referencia
Amplitude[V]
0.5
−0.5
−1
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4
tempo(s) x 10
−6
−3 −3
x 10 x 10
8 1
7 0
6 −1
5 −2
DNL[LSB]
INL[LSB]
4 −3
3 −4
2 −5
1 −6
0 −7
−1 −8
0 5 10 15 0 2 4 6 8 10 12 14
Código Código
a)INL b)DNL
Figura 5.32: INL e DNL do quantizador no caso tı́pico
Como estes parâmetros são dependentes do casamento dos dispositivos será reali-
zada uma análise de Monte-Carlo seguindo o mesmo procedimento.
20 20
18 18
desvio padrão=0,23LSB
desvio padrão=0,144LSB media=−0,0028LSB
16 media=−0,06LSB 16
# de Amostras
# de Amostras
14 14
12 12
10 10
8 8
6 6
4 4
2 2
0 0
−0.5 −0.4 −0.3 −0.2 −0.1 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 −0.5 −0.4 −0.3 −0.2 −0.1 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5
offset[LSB] Erro de ganho [LSB]
18 desvio padrão=0,11LSB
media=0,09LSB 30
desvio padrão=0,017LSB
16 media=0,2LSB
25
# de Amostras
# de Amostras
14
12
20
10
15
8
6 10
4
5
2
0 0
−0.2 −0.1 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0 0.01 0.02 0.03 0.04 0.05 0.06 0.07 0.08 0.09 0.1
INL[LSB] DNL[LSB]
Nas figuras 5.33 a), b), c), d) são mostradas as distribuições do of f set, erro de ga-
5.4 Simulações e Resultados 99
Para verificar a técnica de Chopper será utilizado o circuito da figura 5.34. Neste cir-
cuito, os cı́rculos representam os moduladores de Chopper. As fontes V21, V23, V22
e V24 geram fases de relógio ΦC1 , ΦC2 , ΦC1d e ΦC2d (figura 3.18), respectivamente.
Uma consideração importante para estabilizar o OTA é adicionar uma realimentação
entre a entrada e a saı́da diferenciais para manter o ponto de operação dos transis-
tores no nı́vel estável sob qualquer variação de processo. Isto é realizado pela fonte
dependente E6.
Para verificar que o ruı́do do OTA é reduzido utilizando a técnica de Chopper será com-
100 5 Projeto Analógico dos blocos básicos do Modulador Sigma-Delta e Resultados
parado o espectro de ruı́do obtido na análise do OTA com o espectro de ruı́do obtido
da técnica de Chopper para o modelo SS à temperatura 80◦ C (pior caso de ruı́do). O
espectro de ruı́do da técnica de Chopper será obtida utilizando as análises PSS (siglas
do inglês P eriodic Steady State Analysis) e PNoise do RF Spectre. Estas análises são
utilizadas quando existem sinais sendo modulados periodicamente. A análise PSS é
utilizada para obter o ponto de operação do circuito em estado estável. Este ponto de
operação é utilizado pela análise PNoise para obter o espectro de frequência do ruı́do
do circuito. O resultado desta análise é mostrado na figura 5.35.
−6
x 10
6
Ruído da OTA 1
5
PSD[V/sqrt(Hz)]
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8
10 10 10 10 10 10 10 10 10
Frequência(Hz)
−8
x 10
4
Ruído OTA 1 com Chopper
3.5
3
PSD[V/sqrt(Hz)]
2.5
1.5
0.5
0 1 2 3 4 5 6 7
10 10 10 10 10 10 10 10
Frequência(Hz)
res. Para isto um sinal senoidal de frequência ftest e amplitude 1Vpp é conectado na
entrada do modulador Sigma-Delta (figura 5.39) durante um tempo de simulação ttotal ,
obtendo-se como resultado na saı́da um sinal PWM. Como o SNR é um parâmetro de-
pendente da frequência é transformado para o domı́nio da frequência utilizando FFT.
Para evitar erros nos resultados da FFT é necessário que ftest odebeça a seguinte
relação 5.50.
Ntest fs
ftest = (5.50)
N
−6
x 10
4 −105
−110
3.5
−115
3
−120
PSD[V/sqrt(Hz)]
2.5
−125
PSD[dB]
2 −130
−135
1.5
−140
1
−145
0.5
−150
0 −155
0 2 4 6 8 0 2 4 6 8
10 10 10 10 10 10 10 10 10 10
Frequência(Hz) Frequência(Hz)
a)PSD em V b)PSD em dB
Figura 5.37: PSD do Modulador Sigma-Delta em tensão e em dB
0.015
0.01
0.005
Ruido Gerado [V]
−0.005
−0.01
−0.015
−0.02
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
tempo[s] x 10
−3
O ruı́do gerado pela análise anterior é utilizado como parâmetro de entrada de uma
fonte P W Lf ile (fonte de PWL que tem como entrada um arquivo de texto). Esta fonte é
104 5 Projeto Analógico dos blocos básicos do Modulador Sigma-Delta e Resultados
0
SDM Espectro de Saida
Ruido Referido na Entrada
−20
−40
Amplitude [dB]
−60
−80
−100
−120
−140
−160
1 2 3 4 5 6
10 10 10 10 10 10
Frequencia[Hz]
Figura 5.40: Espectro em Frequência da saı́da do modulador Sigma-Delta
OTA 1
OTA 2 15%
OTA 3
OTA 4
quantizador
9%
58% 10%
9%
6.1 Conclusões
Foi projetado um modulador Sigma-Delta para ser utilizado em aplicações de áudio (20
Hz-20 kHz). A topologia CIF F de terceira ordem e quatro bits foi escolhida visando
baixo consumo de potência. O modulador opera com uma frequência de amostra-
gem, fs = 2M Hz. Esta frequência é necessária para gerar um SNR de 98dB ou o
equivalente a uma resolução de 16 bits.
Uma tensão F ull-Scale de 2VP P foi escolhido, com o qual as tensões de referência
necessárias são fixadas em 1, 1V e 0, 1V para uma tensão de modo comum de 0, 6V .
Valores maiores de VF S exigiriam tensões de referência negativas, difı́ceis de serem
aplicadas.
No projeto dos OTAs, o consumo de potência foi minimizado para as condições de SR,
largura de banda, ruı́do, estabilidade e capacitância de saı́da. Após simulações, foi
verificado que o OTA 1 é o bloco de maior consumo de potência dentro do modulador.
Isto acontece pela alta capacitancia saı́da do OTA 1. Para diminuir o ruı́do intrı́nseco
da OTA 1 foi utilizada a técnica de Chopper, a qual reduz este ruı́do referido à entrada
por um fator de 16.
Para os comparadores do quantizador foi escolhida uma topologia dinâmica com Latch
na saı́da. Este tipo de comparadores tem a vantagem da velocidade, mas como
desvantagem tem uma alta tensão de Of f set e ruı́do kickback. Estas desvantagens
são reduzidas com um circuito pre-amplificador e utilizando a técnica de Auto-Zero.
Para o pre-amplificador foi escolhido par diferencial com transistores de carga em
configuração de diodo devido a seu baixo consumo e alta velocidade.
Para simular o modulador Sigma-Delta foi utilizada a técnica descrita em [42]. Nesta
técnica, o ruı́do referido à saı́da do modulador Sigma-Delta é obtido utilizando o si-
mulador RF Spectre. Este ruı́do é referido na entrada e é adicionado no modelo
comportamental do modulador Sigma-Delta reduzindo o tempo de simulação transi-
ente. Como resultado desta simulação se obteve um SNR de 98dB, um DR de 101dB
na banda do sinal, uma potência de 2,4mW para uma tensão de 1,8V e um FoM de
0, 66pJ/conv.
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Stabilization. In: IEEE. IEEE Conference Proceedings. [S.l.], 1996. p. 1584–1614.
As fontes de ruı́do intrı́nseco podem ser modeladas como fontes de tensão que são
somadas nas entradas de cada estágio do modulador Sigma-Delta, como é mostrado
na figura A.1.
Cada fonte de ruı́do representa o ruı́do armazenado nos capacitores de carga nas
duas fases do integrador. Os modelos em pequenos sinais do integrador de entrada
na fase de carga, figura A.2, e na fase de integração, figura A.3, serão utilizados para
obter as fontes de ruı́do Vn1 e Vn2 . A análise dos outros integradores será derivada
desta análise.
2 kT
Vn1 = (A.1)
(b3 C1 + c2 C2)
gm1 Vn,A1 + Vout (gm1 + s(CL + a1 C1)) = Vn2 s(c2 C3) (A.3)
Das equações A.2 e A.3 pode-se obter a função de transferência do ruı́do do OTA e
das chaves referidos à Vn2 , sendo mostrado na seguinte equação:
onde τR = RON c2 C2 e τO = (CL + a1 C1)/gm1 . Se (c2 C3)/(CL + a3 C1) > 1, o pólo mais
Apêndice A -- Análise de Ruı́do do Modulador Sigma-Delta 117
A partir da equação anterior pode-se deduzir que o RMS de Vn2 devido a Vn,R (s) é
2 2
igual a Vn2,R = kT /(c2 C3) e o RMS de Vn2 devido a Vn,A (s), Vn2,A , é dado pela equação
A.6.
∞
Vn,A (f )
Z
2
Vn2,A = df (A.6)
0 a1 C1 + CL 2
1 + [2πf ( )]
gm1
A partir das equações A.7, A.8, A.9 é obtida a função de transferência das fontes de
ruı́do com respeito ao capacitor de carga, na seguinte equação:
∞
Vn,A1 (f ) kT
Z
2
Vn1 = df + (A.11)
0 CL 2 c1 C2
1 + [2πf ( )]
gm1
Esta análise pode ser repetida para os outros dois integradores dentro do modula-
dor Sigma-Delta. A contribuição de cada fonte de ruı́do dentro de cada estágio do
modulador é mostrado nas tabelas A.1 e A.2.
Para obter a potência do ruı́do do tipo kT/C referido à saı́da é necessário, primeiro,
obter a densidade espectral de potência (PSD, das siglas em inglês) de cada fonte.
Desde que todas as fontes de ruı́do são amostradas, considerando-se ruı́do branco,
o PSD para a i-ésima fonte de ruı́do kT/C , Svi,R (i representa o número da fonte), é
expressa pela equação A.12 [35].
2
Vni,R
Svi,R = (A.12)
fS /2
O passo seguinte é o calculo das funções de transferência entre cada fonte de ruı́do
e a saı́da, N T Fio (z). Isto é feito analiticamente utilizando H(z). As funções de trans-
ferência para cada fonte são mostradas nas equações A.13, A.14, A.15 e A.16:
H 2 (z) + 3H(z)
N T F2o (z) ∼
= 3 2
= z −1 (4 − z −1 )(1 − z −1 ) (A.14)
1 + H (z) + 3H (z) + 3H(z)
120 Apêndice A -- Análise de Ruı́do do Modulador Sigma-Delta
H(z)
N T F3o (z) ∼
= = z −1 (1 − z −1 )2 (A.15)
1+ H 3 (z) + 3H 2 (z) + 3H(z)
1
N T F4o (z) ∼
= = (1 − z −1 )3 (A.16)
1+ H 3 (z) + 3H 2 (z) + 3H(z)
Finalmente, para obter a potência de ruı́do kT/C referida à saı́da da fonte i, NiO,R , o
Svi,R multiplicado pela função |N T Fio (z)|2 é integrado de zero até a frequência de corte
do sinal de entrada fS /(2OSR). O resultado para cada fonte é mostrado nas equações
A.17, A.18, A.19 e A.20 (ruı́do para Φ1 e Φ2 ):
fS /(2OSR)
kT
Z
2
N1O,R =2 1df (A.17)
fS c1 C2 0
fS /(2OSR)
kT πf 2πf
Z
2
N2O,R =2 [12sen2 ( ) − 4sen2 ( )]df (A.18)
fS c2 C3 0 fS fS
fS /(2OSR)
kT πf
Z
2
N3O,R =2 [16sen4 ( )]df (A.19)
fS c3 C4 0 fS
fS /(2OSR)
kT πf
Z
2
N4O,R =2 [64sen6 ( )]df (A.20)
fS c1 C2 0 fS
2
2
2Vn1,R
N1O,R ≈ (A.21)
OSR
2
2
2Vn2,R π2
N2O,R ≈ (A.22)
3OSR3
2
2
2Vn3,R π4
N3O,R ≈ (A.23)
5OSR5
2
2
2Vn4,R π6
N4O,R ≈ (A.24)
7OSR7
Para obter a potência referida à saı́da das componentes de ruı́do da fonte Vni que
2
dependem da frequência, NiO,A i
, é necessário calcular a integral das equações A.6 e
Apêndice A -- Análise de Ruı́do do Modulador Sigma-Delta 121
2
A.11. Para isto, a potência Vni,Ai
será calculada integrando entre 0Hz e 1GHz o produto
2
Vn,Ai
(f )|HOT A,i (f )|2 , onde Vn,A
2
i
(f ) é extraı́do de simulações elétricas e HOT A,i (f ) é a
2
função de transferência do OTA i. O procedimento para obter Vni,Ai
é mostrado na
figura A.4.
2
Para achar a potência referida à saı́da do ruı́do dos OTAs, NA,iO , é utilizado o modelo
em Simulink da figura 4.1. Na entrada de cada estágio é adicionado o bloco colored
2
noise do SDM toolbox. Este bloco tem como parâmetro de entrada a potência Vn,Ai
(f )
e a frequência de sobre-amostragem fS . Também considera o aliasing produzido ao
2
amostrar o espectro de Vn,Ai
(f ).
122 Apêndice A -- Análise de Ruı́do do Modulador Sigma-Delta
123
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%
% S c r i p t em Matlab %
% A u t o r : Heiner A l a r c o n Cubas %
% Curva SQNR vs Ganho DC %
% Este S c r i p t gera a curva da %
% f i g u r a 4 . 9 , simulando o esquematico %
% da f i g u r a 4 . 1 para cada ganho DC %
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%
end
%Plotando o ganho DC vs SQNR
p l o t ( gain1 ( 1 : 9 9 ) ,114 * ones ( 1 , 9 9 ) , ' b ' )
h o l d on
p l o t ( gain1 ( 1 : 9 9 ) , snr_dc ( 1 : 9 9 ) , ' r ' )
g r i d on ;
x l a b e l ( ' Ganho DC [ V / V ] ' , ' f o n t s i z e ' , 2 4 ) ;
124 Apêndice B -- Côdigo em Matlab para projetar e obter as especificações do SDM
• Script para obter as curvas gm/ID vs VGS dos transistores tipo-P e tipo-N e as
curvas gm/ID vs ID /(W/L) dos transistores tipo-P e tipo-N
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%
% S c r i p t em Matlab %
% A u t o r : Heiner A l a r c o n Cubas %
% Metodologia gm/ I d %
% Usa os a r q u i v o s e x t r a i d o s das simulacoes dos %
% t r a n s i s t o r e s t i p o −P e t i p o −N para o b t e r %
% as f i g u r a s 5 . 1 e 5 ,2 %
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%
% Figura 5.1 a )
figure (7) ;
p l o t ( vgsn , gmIdp , '−−r ' , ' LineWidth ' , 2 ) ;
h o l d on
p l o t ( vthp * ones ( l e n g t h ( vgsn ) , 1 ) , gmIdn , '−−g ' , ' LineWidth ' , 2 ) ;
h o l d on
p l o t ( ( vthp + 0 . 1 ) * ones ( l e n g t h ( vgsn ) , 1 ) , gmIdn , '−−g ' , ' LineWidth ' , 2 ) ;
g r i d on
x l a b e l ( ' V {GS} [V ] ' , ' f o n t s i z e ' , 1 8 ) ;
y l a b e l ( 'gm/ I D ' , ' f o n t s i z e ' , 1 8 ) ;
% Figura 5.1 b )
figure (8) ;
h o l d on
p l o t ( vgsn , gmIdn , ' g ' , ' LineWidth ' , 2 ) ;
h o l d on
p l o t ( vthn * ones ( l e n g t h ( vgsn ) , 1 ) , gmIdn , '−−r ' , ' LineWidth ' , 2 ) ;
h o l d on
p l o t ( ( vthn + 0 . 1 ) * ones ( l e n g t h ( vgsn ) , 1 ) , gmIdn , '−−r ' , ' LineWidth ' , 2 ) ;
x l a b e l ( ' V {GS} [V ] ' , ' f o n t s i z e ' , 1 8 ) ;
y l a b e l ( 'gm/ I D ' , ' f o n t s i z e ' , 1 8 ) ;
g r i d on
%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%
Apêndice B -- Côdigo em Matlab para projetar e obter as especificações do SDM 125
% Figura 5.2
///////////////////////////////////////////////////////
// Script de VerilogA /
/ / Autor : Heiner Alarcon Cubas /
/ / OTA totalmente diferencial /
/ / 11 de Outubro do 2012 /
///////////////////////////////////////////////////////
` include ” constants . vams ”
` include ” disciplines . vams ”
` define dB2dec ( x ) pow ( 1 0 , x / 2 0 )
/ / Declaracao de Parametros
/ / Declaracao de Variaveis
128 Apêndice C -- Modelos em VerilogA dos blocos analógicos e digitais
voltage n0 ;
electrical n2p , n1p , n1n , n2n ; / / nos internos
r e a l a3 ;
r e a l Vhs ;
r e a l gm1 , ih1 , il1 ;
r e a l r1 ;
r e a l vh2 , vl2 , dv2 ;
r e a l cc ;
r e a l gm3 , vc3 ;
r e a l r3 , ro ;
r e a l ih4 , il4 ;
r e a l I1n , I2n , I3n , I4n , I1p , I5n , I2p , I3p , I4p , I5p ;
electrical vm , com , vp ;
analog f u n c t i o n r e a l ftanh0 ;
i n p u t x , gain , voffset , hi , lo ;
r e a l x , gain , voffset , hi , lo ;
r e a l dv , argos ;
begin
dv =( hi−lo ) / 2 ;
argos=atanh(−lo / dv−1) ;
ftanh0=lo+dv * ( 1 + tanh ( gain * ( x−voffset ) / dv+argos ) ) ;
end
endfunction
/ / Limitador de Tensao
analog f u n c t i o n r e a l fivxlim ;
i n p u t v , Vhi , Vlo , lhi , llo , dV ;
r e a l v , Vhi , Vlo , lhi , llo , dV ;
fivxlim=abs ( lhi ) * exp ( max ( 4 . 6 * ( v−Vhi ) / dV , −30) )−abs ( llo ) * exp ( max ( 4 . 6 * ( Vlo−v ) / dV , −30) ) ;
endfunction
/ / Inicializacao
analog begin
@ ( initial_step ( ” static ” , ” tran ” , ” pss ” , ” pac ” , ” pdisto ” ) ) begin
i f ( a3 ==0) begin
r3=Rdc−Rac ;
r1 =98 * r3 ;
a3= s q r t ( 0 . 2 5 + 0 . 0 1 * Frz * Av / GBW ) −0.5;
gm1=Av / ( a3 * r1 ) ;
ro=Rac ;
gm3=a3 / r3 ;
cc=gm1 / ( 6 . 2 8 3 1 8 5 3 * GBW * ( 1 + 1 / a3 ) ) ;
ih1=SRP * cc ;
il1=abs ( SRN ) * cc ;
Vhs =( Voh−Vol ) / 2 ;
vh2=Vhs / a3+Tdlh * SRP ;
vl2=−Vhs / a3−Tdlh * abs ( SRN ) ;
dv2 =( vh2−vl2 ) / 3 0 ;
vc3 =( Vol+Vhs ) / a3 ;
ih4=−vl2 * gm3−Vhs / r3 ;
il4=vh2 * gm3−Vhs / r3 ;
Apêndice C -- Modelos em VerilogA dos blocos analógicos e digitais 129
end
end
end
endmodule
///////////////////////////////////////////////////////
// Script de VerilogA /
/ / Autor : Heiner Alarcon Cubas /
/ / Chave CMOS /
/ / 11 de Outubro do 2012 /
///////////////////////////////////////////////////////
inout A , B ;
i n p u t IN , VDDA , VSSA ;
electrical A , B , IN , VDDA , VSSA ;
integer selector ;
real Rch ;
analog begin
selector = ( V ( IN ) > vth ) ? 1 : 0 ;
@ ( c r o s s ( V ( IN ) − vth , +1) )
selector = 1 ;
@ ( c r o s s ( V ( IN ) − vth , −1) )
130 Apêndice C -- Modelos em VerilogA dos blocos analógicos e digitais
selector = 0 ;
i f ( selector == 1 ) begin
Rch=Ron ;
end
e l s e i f ( selector == 0 ) begin
Rch=Roff ;
end
endmodule
///////////////////////////////////////////////////////
// Script de VerilogA /
/ / Autor : Heiner Alarcon Cubas /
/ / NAND /
/ / 11 de Outubro do 2012 /
///////////////////////////////////////////////////////
i n p u t A , B , vdd , vss ;
output O ;
electrical A , B , O , vdd , vss ;
analog
begin
@ ( c r o s s ( V ( A ) − vth ) or c r o s s ( V ( B ) − vth ) ) ;
begin
i f ( V ( A )>vth )
statusa =1;
else
statusa =0;
Apêndice C -- Modelos em VerilogA dos blocos analógicos e digitais 131
i f ( V ( B )>vth )
statusb =1;
e l s e statusb =0;
out_state =0;
if ( ! ( statusa && statusb ) )
out_state =1;
i f ( out_state )
vout=vh ;
else
vout=vl ;
end
endmodule
132 Apêndice C -- Modelos em VerilogA dos blocos analógicos e digitais
133
• Esquemático da OTA 1.
• Esquemático da OTA 2.
• Esquemático da OTA 3.
Apêndice D -- Esquemáticos dos blocos analógicos e digitais 135
• Esquemático da OTA 4.
136 Apêndice D -- Esquemáticos dos blocos analógicos e digitais