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ETIOPATOGENIA
ASPIRATIVAS
A partir de material séptico proveniente da boca e/ou vias aéreas
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE – UFCG superiores, esôfago ou estômago:
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ALCIDES CARNEIRO – HUAC Gengivites, cáries dentárias, piorreia, sinusites, amigdalites,
PNEUMOLOGIA - TRANSCRIÇÃO corpo estranho.
ABSCESSO PULMONAR Vômitos ou regurgitação observados em períodos de
inconsciência, como nos alcoólatras, estados epilépticos,
diabéticos, traumas cranioencefálicos, acidentes vasculares
DEFINIÇÃO cerebrais, anestesia geral.
Doenças do esôfago: megaesôfago, tumores, estenoses,
Doença infecciosa pulmonar supurativa (produção de secreção), com divertículos, hérnia de hiato, ondas de incoordenação motora
presença de lesão cavitária (com necrose) maior que 2 cm e com nível nos idosos.
líquido contendo pús no interior. Fatores que interferem na deglutição: distúrbios neurológicos,
Lesão cavitária menor que 2 cm é considerada pneumonia necrotizante. myasthenia gravis, tumores na orofaringe, laringe e
traqueostomizados.
É mais frequente em homens do que em mulheres (4:1), acometendo em
uma idade média entre 30-50 anos.
É mais frequente nas camadas mais pobres em indivíduos expostos à PÓS PNEUMÔNICOS
higiene bucal precária (com dentes em mau estado de conservação) e ao Por Klebsiella e Sthaphylococus
alcoolismo.
Dada essa epidemiologia, o abscesso pulmonar primário é uma condição OBSTRUTIVAS
rara em crianças e idosos sem dentes. Tumores endobrônquicos, corpo estranho, tampões mucosos
brônquicos, compressões brônquicas extrínsecas (linfonodos,
aneurisma, cistos).
CLASSIFICAÇÃO
POR VIA HEMÁTICA
A partir de septicemias bacterianas, embolia pulmonar com infarto,
Únicos ou múltiplos
manipulações urológicas e genitais.
Unilateral ou Bilateral
Agudo ou Crônico
POR CONTIGUIDADE
Primário por aspiração
A partir da extensão de processo inflamatório infradiafragmático,
Secundário por obstrução brônquica
como abscesso subfrênico, abscesso amebiano hepático.
Abscesso Pulmonar | Emerson Casimiro 2017.2 2
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
Hemograma: evidencia leucocitose
Pesquisa do Bacilo de Koch (BK), fungos e células neoplásicas é
imprescindível
Pesquisa gram: Quando na pesquisa gram ou cultura ocorrer flora mista, é
indicativo de abscesso, visto que os anaeróbios, principais agentes no
abscesso pulmonar, não crescem nas culturas normais que são em
aerobiose.
Cultura de escarro tem pouco valor na prática clínica
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Hemocultura: reservadas para abscessos graves e por não respondedores.
À direita, neoplasia BRONCOSCOPIA
pulmonar. À
É o exame de endoscopia respiratória.
esquerda, TB
pulmonar. Quase sempre se utiliza no abscesso pulmonar: nos abscessos menos
graves, indíviduos jovens, não fumantes pode-se abrir mão.
Afasta outros diagnósticos
Coleta de material para a análise bacteriológica ou citologia oncótica.
Retirada de debris, aspiração do material necrótico e ajuda na drenagem
do abscesso: muitas vezes os abscessos não estão abertos para o
brônquio, com paredes resistentes, podendo causar broncoestenose, não
sendo possível drenar ou tratar por antibiótico (não consegue penetrar).
Broncoestenose.
Corpo estranho: ocorre principalmente em crianças.
Deve-se fazer diagnostico diferencial para:
Carcinoma brônquico cavitado: principalmente em grandes COMPLICAÇÕES
tabagistas
Tuberculose pulmonar Êmbolos sépticos para o cérebro ou outras regiões: condição rara
Cisto congênito Fístula broncopleural: podendo desenvolver um empiema pleural
Bolha pulmonar infectada: ocorre nos indivíduos enfisematosos, Empiema
com DPOC. Piopneumotórax: derramamento simultâneo de pus e ar na pleura.
Granulomatose Wegner ou outras: podem causar cavitações. Hemoptise: lise de vasos
Micoses pulmonares
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Inundação da árvore traqueobrônquica: pela lise dos vasos, sendo Também pode ser feita a drenagem por via broncoscópica, em que é
necessário, em muitos casos, tratamento cirúrgico. colocado o cateter fogarty no abcesso através do nariz ou da parede
torácica.
Em casos piores pode ser feita a intervenção cirúrgica com retirada do
TRATAMENTO
abcesso ou até do lobo inteiro (pneumostomia – retirada de um lobo
inteiro acometido).
Após avaliação clínica e radiológica deve-se iniciar o tratamento empírico. TRATAMENTO CIRÚRGICO
O curso terapêutico deve ser longo: dura mais do que o tratamento das
pneumonias normais devido aos aspectos da parede (mais resistente),
durando 14-21 dias. O tratamento cirúrgico pode ser desde uma simples drenagem torácica
Fisioterapia respiratória. até uma toracotomia para pneumostomia.
Drenagem postural: ajudar a expectorar. Alguns achados tem valor preditivo negativo para o tratamento clínico,
O tratamento é geralmente ambulatorial. tendo que fazer a intervenção cirúrgica. Esses achados são:
Tempo de evolução maior que 6 semanas.
Espessamento da parede mais de 6 cm.
Evidência de broncoestenose, que não consegue desfazer pela
broncoscopia.
Cavidades necróticas gigantes.
Germes multirresistente que não respondem ao tratamento
medicamentoso.
Hemoptise recorrente e significativa com risco de morte.