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16 de agoro, 2017

Como comprar Bitcoins


Dando início a sua trajetória no universo das criptomoedas

Primeiros Passos
O que é?

Quando surgiu, anos atrás, ninguém levava a sério – incluo-me aqui. Ele passou anos
sendo assunto restrito a um grupo de aficionados. Agora, enfim, chega ao
mainstream... e muita gente, atraída pelo histórico de expressiva valorizaç ão, desperta
para o assunto num misto de curiosidade e medo de ficar de fora.

Falo do Bitcoin. Nominalmente, trata-se de uma moeda digital que permite a realizaç ão
de transaç ões com bastante rapidez (em comparaç ão, por exemplo, a métodos
tradicionais de transferência internacional de recursos) e seguranç a, por meio de uma
rede descentralizada de servidores que verificam e validam cada movimentaç ão. Sua
emissão se dá mediante a soluç ão de cálculos complexos, que exigem esforç o
computacional crescente, e atingirá por design um volume máximo de 21 milhões de
unidades.

O Bitcoin não conta com a garantia de nenhum governo ou entidade. O Bitcoin não tem
qualquer tipo de “lastro” (na verdade, as cédulas dentro da sua carteira também não
têm...). O valor atribuid
́ o ao Bitcoin é fruto única e exclusivamente do consenso de
compradores e vendedores que, voluntariamente, o trocam por bens e serviç os – ou
por outras moedas.

Ingressando neste mundo


Comprando e vendendo

Se você deseja comprar dólares, o que faz? Procura uma casa de câmbio. Com o
Bitcoin não é diferente: as exchanges são empresas que vendem Bitcoins (e outras
criptomoedas, à medida que estas se popularizam) em troca de dinheiro.

No Brasil, as três mais conhecidas são Mercado Bitcoin, Bitcointoyou e Foxbit e


concentram 96% do volume transacionado reportado no Brasil, segundo o site Bitvalor,
que acompanha o mercado e negociaç ões do mercado brasileiro.

Minha experiência pessoal foi com o Mercado Bitcoin. O processo de abertura de conta
é extremamente simples. A remessa de recursos é feita mediante depósito em dinheiro
ou transferência para a conta corrente deles que, depois de verificado, é creditado na
conta do usuário. Na minha experiência, foi rápido.

Com saldo disponível, basta solicitar a compra. Incidem taxas sobre a transaç ão, mas
são bastante módicas.

Convém destacar que as exchanges brasileiras cobram ágio significativo em relaç ão ao
preç o internacional: procure a cotaç ão do Bitcoin em dólar (veja, por exemplo,
https://www.cryptocompare.com/) e multiplique pela taxa de câmbio do Real no dia.
Compare então com o preç o pelo qual a moeda está sendo vendida nas exchanges...
parece que o “Custo Brasil” já chegou ao mercado de criptomoedas...

Feita a compra, suas Bitcoins são creditadas na sua conta na exchange. Acabou? Não.

Armazenamento

Isto é extremamente importante. Farei um paralelo com aç ões para explicar:

Quando você compra uma aç ão, quem cuida dos registros que atribuem a você a
propriedade daquela aç ão? Não é a corretora que você utilizou, mas sim o custodiante.
No caso, a CBLC – empresa da Bolsa. Em virtude disso, você não corre risco algum
em relaç ão às suas aç ões se porventura a corretora enfrentar qualquer tipo de
problema.
Ao manter suas Bitcoins armazenadas na sua conta na exchange, você está exposto
aos riscos relacionados à exchange: erros de sistema, ataques de hackers,
encerramento repentino de atividades... deixo as hipóteses a cargo de sua imaginaç ão.

No ano passado, a Bitfinex, uma das maiores bolsas, foi hackeada. Neste ano a
Yapizon, da Coreia do Sul, também sofreu ataque. Há ainda o famoso episódio da
MtGox, do Japão, que simplesmente desapareceu com o saldo dos clientes.

Por isso, eu recomendo que você crie uma carteira (wallet) e transfira para ela as suas
Bitcoins.

Uma carteira consiste de um par de códigos, denominados de chaves.

Um é a chave pública, que é o endereç o da sua wallet: é este o código para o qual as
suas Bitcoins que estão na Exchange devem ser remetidas. Este pode ser divulgado
sem problema algum.

O outro código é a chave privada, e ele é usado para retirar as Bitcoins da wallet. Você
não deve divulgar este

código em lugar algum sob hipótese alguma. Se alguém se apoderar de sua chave
privada, terá total acesso às suas Bitcoins.

Vou repetir:

Chave pública (Public Key) é para depósito; pode divulgar.

Chave privada (Private Key) é para saque; não divulgar de jeito nenhum.

Existem diversas alternativas de wallets. Eu testei dois exemplos.

Online (hot storage)

A primeira alternativa é criar uma conta em algum serviç o online. Eu usei o


blockchain.info. Em questão de minutos você gera um par de chaves e já tem para
onde transferir suas Bitcoins. Não há custo.

As wallets online são práticas. A desvantagem é que as chaves privadas ficam


armazenadas nos servidores do site. Portanto, podem vir a ser reveladas na hipótese
de uma falha de seguranç a. Por este motivo, as wallets online só devem ser utilizadas
para custódia de pequenos valores – a mesma lógica da carteira que você carrega no
bolso.
Offline (cold storage)

Você pode gerar e armazenar as chaves no seu próprio computador, ou mesmo em um


computador sem acesso à internet – tanto melhor, pois impossibilita qualquer acesso
indesejado à chave privada.

Também já existem diversos tipos de dispositivos físicos nos quais você pode
armazenar suas chaves de maneira a garantir que elas jamais sejam acessadas sem o
seu consentimento. O OpenDime, por exemplo, assemelha-se a um pendrive.

Uma alternativa interessante – e essa eu testei – é gerar uma wallet de papel. Sim, de
papel! Lembre-se que uma wallet nada mais é do que um par de códigos: em teoria,
você poderia simplesmente anotá-los a lápis e guardar dentro da gaveta – só daria
trabalho de copiar a cada transaç ão, e sempre haveria o risco (enorme) de erro na
cópia.

Eu utilizei o bitaddress.org para gerar a minha. É importante seguir as instruç ões


disponíveis no próprio site para assegurar-se de que as chaves sejam geradas sem
risco de contato indesejado com terceiros. Não há custo também.

E agora?

Achou um pouco complicado? Que bom... o assunto é, de fato, um tanto complexo. E
penso que você só deveria se envolver com Bitcoin ou outras criptomoedas se estiver
disposto(a) a compreender minimamente seu funcionamento e procedimentos básicos
de seguranç a. Há uma infinidade de bons materiais disponíveis online, a começ ar pelo
site da Bitcoin Foundation (https://bitcoin.org/pt_BR/). Em português, há o excelente A
Moeda na Era Digital escrito pelo Fernando Ulrich.

Um abraç o,

Equipe Empiricus

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