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Harmonia Musical em Loja

Diz o Livro Sagrado, o Livro da Lei, no Gênesis: “No princípio era o Verbo”.

Então, antes do Princípio o que havia era o Silêncio. Sendo assim, o Silêncio é
o momento em que a Divindade Única ainda não está manifestada. O Silêncio
relaciona-se com o Absoluto, com a mudança de Estado, a passagem de um para
outro mundo. Por este motivo, quando alguém desencarna, fazemos um instante de
silêncio, não só em respeito e homenagem aquele que está fazendo a transição, mas
também como uma representação do nosso retorno ao Absoluto.

Todo som, todo verbo representa a manifestação da Divindade e é um meio de


nos conectarmos a Ela. A forma como os sons são combinados irá demonstrar se este
contato é feito de forma positiva, neutra ou negativa.

Quando os sons são combinados na forma de uma prece, esta conexão é feita
de forma positiva, assim como quando cumprimentamos alguém com um “Bom dia”
ou “Parabéns pelo aniversário”, etc. Se os sons são combinados na forma de uma
frase narrativa “Estou caminhando na rua”, por exemplo, temos uma conexão neutra.
E quando os sons são combinados como um xingamento, um mal-dizer, etc., então
esta conexão é de forma negativa.

O que seria, então, a música? Encontramos como definição de Música o


seguinte: “a arte e ciência de combinar harmoniosamente os sons”. Também significa
“relação com as Musas, as belas artes”, especialmente as que se ocupam dos sons
(poesias, hinos, danças, cantos, etc.).

Entre outros atributos, a Música é considerada a voz de Deus, a representação


viva do Verbo e de toda a Sua harmonia.

Quando a Música é entoada durante uma Sessão, significa que o G∴A∴D∴U∴


está demonstrando a sua manifestação e, desta forma, auxiliando na harmonização
dos Trabalhos, os quais estão sendo desenvolvidos em Seu Nome, Honra e Glória.

Por este motivo, a Música deve estar sempre presente durante a execução dos
Trabalhos, até mesmo naqueles momentos em que ocorrem as falas e/ou
apresentações de Peças de Arquitetura.

Claro que a Música será executada de diferentes formas durante a Sessão,


assim como a Divindade se manifesta de diferentes meios no nosso dia-a-dia, pois
Sua manifestação é uma durante a refeição e outra durante um momento de
meditação.

Então, durante os Trabalhos, o volume da Música será mais audível ou menos


percebido, conforme o que está sendo processado.

Pelo menos em 5 momentos o volume deverá ser bem elevado, pois o 5


simboliza nosso contato com os 5 aspectos do feminino, a Mãe, e também é o número
espiritual de Mercúrio, que representa a Harmonia. Estes 5 momentos são:
• Entrada dos IIr∴ em Templ∴.
• Circulação dos Diáconos para abertura dos Trabalhos.
• Circulação do Saco de Proposições e Informações.
• Circulação do Tronco de Solidariedade.
• Circulação dos Diáconos para encerramento dos Trabalhos.
Pelo menos em outros 5 momentos, a música deverá ser executada em volume
médio:
• Circulação do M∴de Cer∴ enquanto coleta a assinatura do Ven∴Mest∴ e
do G∴da Lei, no Bal∴ recém-decifrado.
• Enquanto o M∴ de Cer∴ se dirige ao Altar do Ven∴Mest∴ para
entregar-lhe o Sco de Prop∴ e Inform∴.
• Enquanto um Ir∴ se dirige para o local onde fará a apresentação de seu
Trabalho ou Peça de Arquitetura.
• Durante a conferência do Tronco de Solidariedade.
• Durante a saída dos IIr∴ após o encerramento dos Trabalhos.

Nos demais momentos dos Trabalhos em Loj∴, o volume deverá ser baixo ou
até mesmo, praticamente inaudível, mas deverá estar sempre presente, pois como
vimos no início de nossa explanação, a música representa a manifestação da
Divindade.

Citamos alguns momentos em que a música deve ser executada em volume


mínimo:
• Abertura dos Trabalhos.
• Uso da Palavra à bem da Ordem em Geral e do Quadro em Particular,
• Encerramento dos Trabalhos.

Também citamos momentos em que a música ficará praticamente inaudível:


• Decifração do Bal∴ e do Expediente
• Apresentação de Trabalhos e Peças de Arquitetura
• Pronunciamento do G∴da L∴

Os momentos de total silêncio também existem, mas são raríssimos e


reservados para momentos muito especiais, como por exemplo, quando o Ven∴Mest∴
propõe aos IIr∴ que se faça um instante de silêncio e se busque a interiorização e o
contato com o G∴A∴D∴U∴.

A música a ser executada em Loj∴ dependerá sempre do grau da Ses∴ e do


momento em que se encontram os Trabalhos. Deve ser dada preferência à música
clássica, pois é a que melhor representa a Harmonia. Existem músicas não clássicas
que até podem ser utilizadas, mas elas devem passar por um crivo rigoroso de
qualidade tanto no tocante à harmonia quanto à vibração resultante e devem ser
usadas de maneira muito econômica, em períodos do Trabalho muito bem
selecionados. Como exemplo, podemos citar os períodos de Recreação, práticas de
relaxamento e introspecção, etc.

Em Grau de Apr∴M∴ a música deverá ser preferencialmente alegre, com


ênfase no ritmo. Deve-se ter o cuidado de entremear as músicas mais desenvoltas
com músicas mais tranqüilas, pois este Grau representa o Trabalho com o Plano Físico
e, por isso, deve conter ambos os aspectos. A vibração deve estar em sintonia com os
chakras Básico, Sacro e Solar.

Em Grau de C∴M∴, a preferência será por músicas românticas e mais lentas do


que as do Grau anterior, com ênfase maior na melodia, já que este Grau representa o
Trabalho com o Plano Emocional. Também aqui se deve fazer uma mescla entre
músicas com diferentes velocidades e temas, ora mais amorosas, ora mais
melancólicas, ora mais introspectivas. Enfim, músicas que busquem tanto o aspecto
emocional, como também o auto-reflexivo e a interiorização. A vibração deve estar em
sintonia com os chakras Cardíaco e Laríngeo.

Em Grau de M∴M∴, a escolha recairá em músicas lentas e singelas e com uma


ênfase maior ainda na busca da interiorização e quietude, pois este Grau representa o
Trabalho com o Plano Mental. Assim como nos graus anteriores, neste também se faz
a mescla dos tipos, estilos e velocidades das músicas, fazendo com que os ouvintes
sejam estimulados a buscarem ora um aspecto mais meditativo, ora um aspecto mais
reflexivo, ora um aspecto mais ponderativo. A vibração deve estar em sintonia com os
chakras Frontal e Coronário.

As variações das referidas velocidades e aspectos musicais dos 3 Graus são


exemplificadas na maioria das obras clássicas, quando logo após um “allegro” segue-
se um “adágio”, um “andante” ou um “larghetto”, etc. Mas é bom ressaltar que isto
não deve ser considerada uma regra definitiva e sim um caminho a ser seguido que,
como todo caminho, poderá recorrer mudanças na orientação segundo os
acontecimentos ao longo da trajetória. O mais importante é que o M∴de Harm∴
esteja devidamente introspectado, concentrado e atento ao andamento dos Trabalhos
para que, através de sua intuição e sensibilidade, saiba qual a melhor música a ser
usada no momento.

Como forma de auxiliar aos que ocuparem este cargo, relatamos a seguir as
diversas velocidades (andamentos) musicais:

Andamentos Lentos:

Grave 40
Largo 44 (40-60)
Larghetto 46-60 (60-66)
Lento 50-56
Adagio 48-54 (66-76)

Andamentos Médios:

Andante 60-63 (76-108)


Andantino 66-69
Sostenuto 76
Commodo 80
Maestoso 84
Moderato 80-88 (108-120)
Alegretto 92-106
Allegro Moderato 108
Animato 120

Andamentos Rápidos:

Allegro 120-132 (120-168)


Vivace 160
Presto 144-184 (168-200)
Prestíssimo 200-208
Apresentamos abaixo algumas sugestões de harmonia segundo o Grau dos
Trabalhos.

A∴M∴
Entrada em Templo Allegro Allegro ma non troppo
Circulação inicial dos Diáconos Allegretto Andante
Circulação do M∴de Cer∴ (Bal∴) Adagio Largo
Saco de PProp∴ e IInf∴ Andantino Andante
Circulação do Apr∴M∴ (Trab∴) Allegretto (Menuetto)
Tronco de Solidariedade Andante Adagio
Conferência do Tronco Alegretto Andante
Palavra à bem da Ord∴ Adagio Largo
Circulação final dos Diáconos Allegretto Andante
Saída do Templo Allegro Allegretto
C∴M∴
Entrada em Templo Allegretto Andante
Circulação inicial dos Diáconos Allegretto Andante
Circulação do M∴de Cer∴ (Bal∴) Adagio Largo
Saco de PProp∴ e IInf∴ Andante Adagio
Circulação do C∴M∴ (Trab∴) Andantino Andante
Tronco de Solidariedade Adagio Largo
Conferência do Tronco Andante
Palavra à bem da Ord∴ Adagio Largo
Circulação final dos Diáconos Allegretto Andante
Saída do Templo Allegretto Andante

M∴M∴
Entrada em Templo Andante Adagio
Circulação inicial dos Diáconos Andante Adagio
Circulação do M∴de Cer∴ (Bal∴) Adagio Largo
Saco de PProp∴ e IInf∴ Andante Adagio
Circulação do M∴M∴ (P∴de Arq∴) Andante Adagio
Tronco de Solidariedade Adagio Largo
Conferência do Tronco Adagio
Palavra à bem da Ord∴ Adagio Largo
Circulação final dos Diáconos Andante Adagio
Saída do Templo Allegretto Andante

Alguém poderia perguntar porque a entrada em Templ∴ no Grau de M∴M∴ é


mais lento do que a saída. A justificativa é que se entra triste devido aos
acontecimentos e sai-se mais reconfortado pelo desenvolvimento dos Trabalhos.

Porto Alegre, 13 de agosto de 2005

Ir∴ Carlos de Menezes Castro - M∴M∴

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