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09/09/2015

Breve Histórico das Fundações


no Brasil
Boas Práticas para a Execução de Fundações

INTRODUÇÃO AO CURSO
• Evolução das Técnicas Executivas
– Período Colonial (1530)
• 1º Grupo: Obras associadas a indústria do açúcar e as
primeiras instalações portuárias
• 2º Grupo: Construções militares como fortalezas e
quartéis, as igrejas, mosteiros, edifícios públicos e
cadeias
• 3º Grupo: Obras Civis como casas de pequeno e grande
porte, comércios, armazéns e casas de farinha.

Poucos Relatos sobre as Fundações!!!

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INTRODUÇÃO AO CURSO
• Evolução das Técnicas Executivas
– Construção do Mosteiro de São Bento (1684)
• “Declaração de Obras” - Especificações para a
construção do mosteiro
– Apresentam-se as técnicas para construção do alicerce
– O autor demonstra conceitos de tensões e resistência do
material quando menciona
» Necessidade de atingir uma profundidade para o alicerce
a qual fosse encontrada um material de dureza suficiente
para suportar a edificação
» Menciona que a presença de água na escavação do
alicerce poderia inviabilizar a escavação das cavas para
construção do alicerce

INTRODUÇÃO AO CURSO
• Evolução das Técnicas Executivas
– Construção de Pontes e Túneis – Século 19
• Devido aos diversos desabamentos das casas (Taipa)
iniciou-se a construção com tijolos, vigas e colunas
– Surgiram edifícios industriais, mercados, a própria Estação da
Luz em São Paulo dentre outros edifícios construídos entre
1884 e 1896 nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e
Manaus
– Diante de tal evolução nas estruturas houve também a
necessidade de alavancar e aprimorar as técnicas de
fundações
– As cavas preenchidas por “pedra socada” foram substituídas
por sapatas, sapatas corridas e blocos de alvenaria de tijolos
ou pedra assentados sobre solo apiloado no fundo das cavas

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INTRODUÇÃO AO CURSO
• Evolução das Técnicas Executivas
– Final do Século 19
• Caso do Reservatório de água do Pedregulho, no Rio de
Janeiro (Vargas, 1998)
– Construção de dois tanques, um a montante do outro com
desnível de 5 metros (07/1880)
» Após alguns dias de chuvas, o tanque situado na cota
inferior, construído próximo à encosta apresentou fissuras
na base e nas paredes, sendo esvaziado imediatamente
» Honório Bicalho diagnostica como causa do ocorrido
recalques diferenciais produzidos por “falta de
homogeneidade do terreno, proveniente da decomposição
da rocha primitiva, o gnaisse” o que deu origem a um solo
residual compressível e com prováveis características
colapsíveis

INTRODUÇÃO AO CURSO
• Evolução das Técnicas Executivas
– Século 20
• Geologia de Engenharia x Engenharia de Fundações
– Problemas associados às fundações nas construções do cais dos portos
-> regiões que apresentam elevada frequência na ocorrência de solos
moles
– Anos 30
» Aparecimento do concreto armado
• As estruturas de concreto armado já se apoiavam sobre
sapatas de concreto armado e blocos de concreto simples
• Fundações profundas
-> Estacas de madeira / Estacas pré-moldadas de
concreto armado, capeadas por blocos também de
concreto

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INTRODUÇÃO AO CURSO
• Evolução das Técnicas Executivas
– Século 20
• Entrada da primeira empresa de construções portuárias e
fundações por estacas, no Rio de Janeiro e também pela
ampliação do porto de Santos-SP
– Primeiro cais de concreto armado sobre estacas, com muro de
arrimo em estacas pranchas localizado em Santos-SP
– Entre 1926 e 1927, o cais porto do Rio de Janeiro foi ampliado e as
fundações do cais foram em caixões de concreto armado, cravados
a ar
• Surgimento das Primeiras Pesquisas (IPT)
– NIPT (1945), NMG e por fim o NSPT ( Terzaghi e Peck, 1948)
» NBR 6484/2001 - Sondagens de simples reconhecimento com SPT
- Método de ensaio

INTRODUÇÃO AO CURSO
• Evolução das Técnicas Executivas
– Obras de Fundações do Século 20
• Edifício do Banco do Estado
– O processo de moldagem das estacas pela cravação de tubos
de ponta fechada, semelhante a estaca Franki;
– Solo: argila rija
» , causou levantamento do nível do terreno em cerca de
70cm
» As estacas anteriormente moldadas romperam por tração
» Após a execução das provas de carga observou-se que a
carga de ruptura em algumas estacas era 30% da esperada
(Registrado: 90 t / Esperado: carga de ruptura de 270 t)
» Solução: 400 estacas adicionais com o cuidado de escavar
o terreno para a moldagem das novas estacas.

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INTRODUÇÃO AO CURSO
• Evolução das Técnicas Executivas
– Obras de Fundações do Século 20
• Edifício da Companhia Paulista de Seguros

INTRODUÇÃO AO CURSO
• Evolução das Técnicas Executivas
– Obras de Fundações do Século 20
• Edifício da Companhia Paulista de Seguros
– Trata-se de um edifício de 26 andares cuja construção iniciou-
se em 1940, em que a investigação do subsolo foi realizada
apenas em uma parte do terreno, pois, havia no mesmo uma
edificação antiga que seria demolida
– Dessa forma, as estacas foram projetadas com informações de
apenas um lado do terreno, cujas bases apoiavam-se em uma
argila rija
– No lado do terreno não investigado, havia a presença de uma
camada de solo mole e para agravar ainda mais a situação, as
provas de carga foram realizadas apenas no lado investigado,
logo os resultados obtidos foram satisfatórios

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INTRODUÇÃO AO CURSO
• Evolução das Técnicas Executivas
– Obras de Fundações do Século 20
• Edifício da Companhia Paulista de Seguros

– Após 3 anos, em 1943, o prédio foi inaugurado e logo em


seguida, o IPT no monitoramento dos recalques registrou que
na região não investigada do terreno, onde havia a presença de
solo mole

» Os recalques acentuavam-se rapidamente com diferenças


de até 1 mm de recalque entre as medidas no período
matutino e vespertino do mesmo dia, de forma que o
desprumo do edifício chegou a 1 m

INTRODUÇÃO AO CURSO
• Evolução das Técnicas Executivas
– Obras de Fundações do Século 20
• Edifício da Companhia Paulista de Seguros
– SOLUÇÃO ADOTADA
» De acordo com o que apresentado por Villares (1956), a
solução foi o congelamento do terreno, a partir de 162
unidades de congelamento, em que a temperatura foi
mantida à -20oC
• Prosseguiu-se a perfuração de poços, instalou-se
tubos de ferro galvanizado até os 14 metros de
profundidade
• Com o solo enrijecido e os recalques impedidos,
injetou-se concreto nos poços
• Reaprumo do prédio com a ajuda de macacos
hidráulicos

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INTRODUÇÃO AO CURSO
• Evolução das Técnicas Executivas
– Obras de Fundações do Século 20
• Problemas de Fundações em Santos

INTRODUÇÃO AO CURSO
• Evolução das Técnicas Executivas
– Obras de Fundações do Século 20

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INTRODUÇÃO AO CURSO
• Evolução das Técnicas Executivas
– Obras de Fundações do Século 20
• Ponte sobre o Rio Guaíba – RS – Estacas Franki

INTRODUÇÃO AO CURSO
• Evolução das Técnicas Executivas
– Obras de Fundações do Século 20
• Construção de Brasília – Década de 50

Prédio dos Ministérios de Brasília – DF Congresso Nacional e Palácio do


(1959) (Fonte: Arquivo Público do Distrito Planalto - Brasília – DF (1959) (Fonte:
Federal) Arquivo Público do Distrito Federal)

INVESTIGAÇÃO DE SUBSOLO - Arenitos e siltitos cobertos por uma camada de colúvio,


originário das mesmas rochas -> Fundações profundas com Estacas Franki e Tubulões a
céu aberto

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INTRODUÇÃO AO CURSO
• Evolução das Técnicas Executivas
– Obras de Fundações do Século 20
• Refinaria de Petróleo Duque de Caxias – RJ (1960-1964)
• Somados todas as estacas e tubulões ultrapassou
400km
• Consumo de concreto e aço que atingiu 120 mil
metros cúbicos e 10 mil toneladas
respectivamente

Consolidação da Engenharia de
Fundações no País

INTRODUÇÃO AO CURSO
• Evolução das Técnicas Executivas
– Obras de Fundações do Século 20
• Usina José Bonifácio de Andrada e Silva, da Companhia
Siderúrgica Paulista (COSIPA) (1963)
• Perfil de subsolo: Argila mole na superfície até 25
metros de profundidade
• Solução: 110 mil estacas cravadas de concreto
vazadas, estacas mistas e metálicas em perfil H
• Principais problemas: Emendas das estacas de
grande comprimento, a corrosão (ambiente
marinho), pressão neutra gerada na cravação das
estacas e o atrito negativo gerado
• Controle Tecnológico: IPT realizou mais de 300
provas de carga

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INTRODUÇÃO AO CURSO
• Evolução das Técnicas Executivas
– Obras de Fundações do Século 20
• Ponte Rio-Niterói (1974)
– 13,3km de extensão, 26,6 metros de largura, com 6 faixas de
tráfego - MARCO NACIONAL DA ENGENHARIA
• SOLUÇÃO

• Em terra: Estacas Metálicas e Franki

• No mar: Tubulões Encamisados (camisa


de aço de 10mm perdida) com 1,8
metros de diâmetro (solução esta
considerada pioneira para a época)

INTRODUÇÃO AO CURSO
• Evolução das Técnicas Executivas
– Obras de Fundações do Século 20
• Ponte Rio-Niterói (1974)
– 1.138 tubulões
» Ar Comprimido – 462 -> apoiado na camada de solo sedimentar
arenosa compacta, abaixo da argila mole e com profundidade
máxima de 30 metros

» Mistos – 199 -> executados com a cravação de estacas metálicas,


apoiadas em solo residual jovem e as camisas do tubulão eram
concretadas por via submersa

» Bade Wirth – 477 -> apoiados em rocha e foram escavados


mecanicamente com encamisamento metálico e armação
posicionadas antes da concretagem

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INTRODUÇÃO AO CURSO
• Dessa forma apresenta-se com cada vez maior demanda a
necessidade de tecnologias
– Executar fundações por estacas com maior diâmetro e capacidade de
carga
• Menor nível de transtorno possível as edificações vizinhas
– Poluição sonora
– Danos e comprometimento dessas edificações

INTRODUÇÃO AO CURSO
• Dessa forma apresenta-se com cada vez maior demanda a
necessidade de tecnologias
– Executar fundações por estacas com maior diâmetro e capacidade de
carga
• Menor nível de transtorno possível as edificações vizinhas
– Poluição sonora
– Danos e comprometimento dessas edificações

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INTRODUÇÃO AO CURSO
• Dessa forma apresenta-se com cada vez maior demanda a
necessidade de tecnologias
– Executar fundações por estacas com maior diâmetro e capacidade de
carga
• Menor nível de transtorno possível as edificações vizinhas
– Poluição sonora
– Danos e comprometimento dessas edificações

INTRODUÇÃO AO CURSO
• Dessa forma apresenta-se com cada vez maior demanda a
necessidade de tecnologias
– Executar fundações por estacas com maior diâmetro e capacidade de
carga
• Menor nível de transtorno possível as edificações vizinhas
– Poluição sonora
– Danos e comprometimento dessas edificações

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INTRODUÇÃO AO CURSO

Acredita-se que os engenheiros e o corpo técnico


geotécnico deve se debruçar e empenhar no
desenvolvimento de novas tecnologias e aprimorar as já
existentes para superar os limites impostos seja pelas
condições geológicas geotécnicas seja pelas estruturas
dimensionadas de forma cada vez mais arrojadas.

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