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Métodos de prevenção, combate e diagnósticos da dengue

DESCRITORES: Prevenção. Dengue. Enfermagem.

INTRODUÇÃO

A dengue é a arbovirose mais importante e de maior incidência no mundo,


sendo endêmica em todos os continentes, exceto na Europa.
Aproximadamente 2,5 bilhões de pessoas encontram-se sob o risco de se
infectarem, principalmente, em países tropicais nos quais as condições
climáticas (temperatura e umidade) são favoráveis a proliferação do mosquito
vetor (BARRETO et al., 2008).

No Brasil, as informações sobre a dengue circulam mais no verão. Após o


período de maior infestação do mosquito, o trabalho de controle de focos
assume uma frequência e cobertura menores, propagando a falsa ideia de que
a dengue só ocorre naquela época do ano. Observa-se um aumento de
conhecimento da população sobre o assunto nesse período, sem a respectiva
queda nas taxas de incidência da doença, dadas as sucessivas epidemias de
dengue(KOKOZA et al.,2000; PENNA, 2003).

Cerca de dois terços da população mundial vivem em áreas infestadas com


mosquitos vetores da dengue, especialmente, Aedes aegypti. Nessas áreas
circulam um ou mais de um dos sorotipos do vírus ( FARRAR et al.,2007). Este
é um mosquito de hábito diurno e doméstico,utilizando-se preferencialmente de
depósitos de água limpa para deposição dos ovos, os quais têm uma alta
capacidade de resistir à dessecação. Essa característica tem revelado grande
capacidade de adaptação a diferentes situações ambientais desfavoráveis
(WHO, 2002).

Anualmente, estimativas apontam cerca de 50 a 100 milhões de novas


infecções pelos vírus da dengue no mundo. No Brasil, em 2013, foram
confirmados 2.271 casos de dengue hemorrágica, com 154 óbitos. O papel da
comunidade na eliminação da dengue é fundamental, pois estudos apontam
que cerca de 90% dos criadouros estão no interior dos domicílios.

METODOLOGIA

Trata-se de uma revisão integrativa, que segundo Freire et al., (2014) tem
sido usada como recurso metodológico, que usa de estratégias para reunir os
resultados de estudos sobre os temas, com intuito de aprofundar o
conhecimento cientifico de determinadas áreas, subdividindo a tomada de
decisões dos profissionais.

Para construção de uma revisão integrativa é preciso utilizar seis etapas


distintas, sendo elas: identificação do tema e seleção da hipótese ou questão
de pesquisa, estabelecimento de critérios para inclusão e exclusão de estudos
ou busca na literatura a definição das informações a serem extraídas dos
estudos, selecionados e categorizados: avaliação dos estudos incluídos;
interpretação e apresentação da revisão do conhecimento (ERCOLE; MELLO;
ALCOFORADO, 2014).

A presente pesquisa foi realizada através da busca de dados Biblioteca


Virtual da Saúde (BVS) com os seguintes descritores: Prevenção , Dengue, e
Enfermagem. Com critérios de inclusão foram textos completos em, os quais se
encontravam no período de 2008 a 2014 e que sejam relacionados com o
tema. E os critérios de exclusão foram textos que não apresentaram relação
com a temática, revisões e aqueles que não se encontravam no referente
período.

Os dados foram coletados por meio das seguintes variáveis: autor , título ,
base de dados, ano de publicação,região da publicação, abordagem
metodológica, periódicos e contribuição do estudo.

Após seleção realizada na base de dados foram encontrados 20 artigos


relacionados aos descritores. Posteriormente a esta etapa, foram selecionados
aqueles que se encontravam dentro dos critérios de inclusão proposto, sendo
excluídos 6 artigos por não se enquadrarem aos respectivos itens. Depois de
realizada a leitura criteriosa dos artigos selecionados, para obtenção daqueles
que possuíam relação com a temática, resultou-se em uma amostra final de 14
artigos.

Dentre as medidas de prevenção GUBLER afirma que as campanhas


educativas centradas na divulgação de informações pelos meios de
comunicações de massa e na divulgação, dirigida a escolas e grupos da
comunidade, entre outros, tem atingido grande parte da população,
proporcionando conhecimento sobre a dengue, seus vetores e as medidas de
controle, mas sem grandes consequência em termos de mudanças de
comportamento que garantam a diminuição dos níveis de infestação de vetores
(GUBLER, 2002).

A mobilização comunitária para adoção de práticas de redução dos


criadouros dos vetores é de fundamental importância. Muitas vezes, a
população tem a informação correta, porém, suas práticas não são coerentes
com o conhecimento do problema. A abordagem do assunto pelos meios de
comunicação e pelas escolas deve buscar justamente a mudança das práticas
habituais facilitadoras da proliferação do mosquito (RANGEL, 2008).

RESULTADOS

Com as informações obtidas elaborou-se com os principais dados do


estudo uma tabela de acordo com o proposto na metodologia. Na tabela abaixo
foi incluído algumas variáveis consideravelmente importantes para o estudo.

Tabela 01: Classificação dos estudos científicos de acordo com as variáveis:


ano de publicação, abordagem metodológica, região e periódicos (n=8).
Variáveis N %
Ano de Publicação
2007
2011
2014

ABORDAGEM METODOLÓGICA
Qualitativo
Qualitativo
Qualitativo
Qualitativo e Quantitativo
Qualitativa
Qualitativa
Quantitativo

REGIÃO GEOGRÁFICA
Nordeste
Sudeste
Centro-Oeste
PERIÓDICO
Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 1
Revista Saúde Pública 1
Revista Brasileira de Enfermagem 1
- 1
Caderno de Saúde Publica 1

Fonte: Banco de dados BVS


Nº Titulo do Artigo Autor (es) Contribuição
Ações de educação As ações educativas
em saúde para para a prevenção e
prevenção e controle controle da dengue, as
I da dengue : um Sales , F.M.S estratégias utilizadas
estudo nas ações edutativas e
em Icaraí, Caucaia, aponta os
Ceará limetes/dificuldades.
A redução permanente,
O Vírus da dengue da densidade vetorial,
no brasil e as onde será possível a
II medidas de Castro EA et al., eliminação definitiva
prevenção ,controle e dos criadouros
erradicação responsável por maior
por sua reprodução.

Comunicação sazonal
sobre a dengue em
Ações de controle
III grupos
Silva LB et al., contra a dengue no
socioeducativos na País.
atenção primaria a
saúde

Incorporação do
Cazola LHO , Tamaki em, Profissionais
IV controle da dengue
Pontes ERJC. responsáveis pelo
pelo agente
controle da dengue.
comunitário de saúde

Óbito por dengue Os altos índices de


como evento letalidade por dengue e
V sentinela para o reconhecimento da
Figueiró AC et al .,
avaliação da responsabilidade direta
qualidade da do setor da saúde na
assistência : estudo promoções de ações
de caso em dois práticas capazes de
municípios da região evitá-la.
nordeste ,brasil 2008

No controle de
Participação da endemias, a
população no participação popular
controle é apontada como
VI da dengue : uma Ferreira ITRN et al ., indispensável
analise de especialmente
sensibilidade dos onde sua inserção se
planos de saúde de impõe como condição
municípios do estado para o controle.
de São Paulo , Brasil
Solucionar a
Perfil clinico – falta de adesão da
VII Ribeiro PC, Sousa DC,
epidemiológico dos população às medidas
Araújo TME
casos suspeitos de preventivas, outras
dengue em bairro da questões básicas
zona sul de Teresina, devem ser priorizadas,
Pi, Brasil como educação,
saneamento básico e
condições de moradia.

O controle e prevenção
do dengue foram
O programa de considerados
controle da dengue atividades de menor
em São José do Rio importância, e o agente
VIII Preto, São Paulo , Chiaravalloti Neto F et al., ideal seria aquele
Brasil : dificuldades capaz de
para a atuação dos encaminhar todas as
agentes e adesão da demandas e não só
população . aquelas relacionadas
ao dengue.

Fonte: Banco de dados BVS. Colocar sequenciado, 1º a categ. 1 e depois a 2 .

CONCLUSÃO

Os resultados do estudo sinalizam que tanto os aspectos de estrutura e


processo dos serviços, quanto o acesso dos usuários à rede saúde, não se
constituíram nos principais problemas para a qualidade da assistência aos
pacientes nos casos avaliados. Os serviços de saúde avaliados tinham
condições de trabalho a menos e parcialmente adequadas para desenvolver as
ações e práticas essenciais para o tratamento da dengue. Logo tais aspectos
não deveriam ser referidos como justificativa para a ocorrência dos óbitos,
mesmo ressalvando-se a necessidade de investimento no componente de
apoio laboratorial.

Os achados demonstraram que os óbitos por dengue que compuseram o


presente estudo deveram-se, sobretudo, a insuficiência na observação dos
protocolos de manejo clínico da doença, principalmente quando ao
estadiamento dos procedimentos preconizados para os casos graves de
dengue foi observado na inadequação do diagnóstico da doença, na
identificação tardia dos sinais de agravamento, na condução do tratamento na
referência inadequada dos casos, conforme o registro dos prontuários médicos.

O monitoramento dos casos graves e a investigação sistemática dos


óbitos por dengue nos serviços de saúde é recomendável, pois permitirá
identificar problemas e atuar prontamente, visando a melhorar a qualidade da
assistência aos pacientes e evitar desfechos indesejáveis.
REFERENCIAS

1. BRAGA IA, Valle D. Aedes aegypti: histórico do controle no Brasil.


Epidemiol Serv Saúde 2007;16(2):113-18.
2. MARZOCHI, KBF. Dengue endêmico: desafio das estratégias de
vigilância. Rev Soc Bras Med Trop 2004;37(5):413-15.
3. Ministério da Saúde [homepage na internet]. Prioridades de pesquisa em
saúde. [Caderno de Doenças Negligenciadas2] Brasília; 2007 [acesso
em 11 set 2007]. Disponível em:
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/Pesquisa_Saude/tela7_2.ht
ml> [ Links ].
4. FERREIRA, FS. Educação em saúde no controle do dengue no Brasil,
1998 a 2004: reflexões sobre a produção científica. Rio de Janeiro.
Dissertação [Mestrado em Saúde] - Fundação Oswaldo Cruz, Escola
Nacional de Saúde Pública; 2006.
5. Brasil Fundação Nacional de Saúde Guia de Vigilância Epidemiológico;
2002.
6. Costa, AIP, Natal, D Distribuição espacial da dengue e determinantes
socioeconômicos em localidade urbana no sudeste do Brasil Ver Saúde
Pública 1998; 32; 232-7.

7. Secretaria Estadual de Saúde (PI). Investigação de dengue: freqüência


por ano e mês da notificação. Teresina (PI): CESESAPI/ DUVAS/
SINAN; 2017.

8. Secretaria Estadual de Saúde (PI). Investigação de dengue: freqüência


por mês da notificação e classificação final. Teresina (PI): SESAPI/
DUVAS/ SINAN; 2017.

9. Disponível em: https://www.criasaude.com.br/noticias/dicas-para-


combater-a- dengue-00007.html&gt;. Acesso em:11 de março de 2018.

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