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Trata-se de um destaque das ideias principais sobre a revolução industrial contidas em duas obras
de dois autores referências no tema, Hobsbawm e Abendroth.
HOBSBAWM, Eric. A formação da classe operária. In: MIRANDA, Sacuntala de; e CARDIA,
Pedro (orgs.). A revolução industrial britânica (antologia). Lisboa: Teorema, s.d.
A leitura conjunta de ambos os autores, e diga-se que com textos bastantes densos, a
exigir leituras prévias, faz saber que, primeiro, o movimento operário possui um local e um
tempo históricos, a Inglaterra da revolução industrial, mas que se dissemina por outros países
além do continente europeu, seja porque as formas de exploração capitalistas se estendem, seja
porque, e talvez principalmente por isso, à medida que se fortalece como movimento de um
coletividade, o operariado percebe que a solidariedade de classe é que torna forte o movimento.
Por isso a frase na abertura da Primeira Internacional (“operários do mundo inteiro, uni-vos!”)
soa como um lema ao mesmo tempo que é a palavra-síntese desse momento.
Os operários, nesse percurso, tiveram de aprender também a enfrentar suas disputas
internas, às vezes aparentemente resultantes das diferenças na qualificação da mão de obra (o
que podia significar diferenças materiais), além de aprender a se revigorar dos enfrentamentos,
que na maioria das vezes eram verdadeiros massacres, como mortes, prisões, exílios.
Especialmente, tiveram de saber avançar aos poucos, como quando conseguiram uma jornada de
trabalho menor, porém ainda muito extenuante, de doze horas diárias para adolescentes entre
treze e dezoito anos. Um aprendizado histórico e de que necessitamos neste momento presente
brasileiro de perda de direitos individuais e sociais.