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FACULDADE INTERNACIONAL SIGNORELLI

NOME DO CURSO

ERGONOMIA E SEUS CONCEITOS

Sidnildo Mota Castro


Manaus
2017

DESENVOLVIMENTO

A utilização dos conceitos da Ergonomia no projeto de postos de trabalho auxilia na


prevenção de acidentes e doenças ocupacionais, pois esta atua para adequar o
trabalho ao homem, de modo a garantir o máximo de conforto, segurança e eficácia
das ferramentas, máquinas e dispositivos utilizados pelo trabalhador no uso dos
recursos tecnológicos que a informática oferece, uma vez que esta tem produzido
ganhos de eficiência na realização de inúmeras tarefas.
A avaliação ergonômica de um posto de trabalho é muito importante para qualquer
empresa, pois isso possibilita a adequação caso seja necessário, evita incidentes e
acidentes que possam a vir a ocorrer, e mesmo encargos trabalhistas no futuro.
Outra questão que também deve ser levado em conta é o bem estar deste
trabalhador e a sua saúde após a sua rotina de trabalho, as empresas cada vez
mais se preocupam com a sua imagem também perante a sociedade, e uma
empresa a qual tem muitos problemas com seus trabalhadores em termos de
doenças, com certeza não é uma empresa bem vista.
A análise ergonômica do trabalho deve seguir uma metodologia que proporcione a
caracterização do risco inerente, através da verificação dos fatores de risco segundo
a norma regulamentadora NR17 e da aplicação de ferramentas de análise
internacionalmente reconhecidas, identificando a intensidade deste risco, assim
como a influência de fatores externos importantes. Com estes dados em mãos, os
profissionais da empresa podem iniciar um plano para contenção dos fatores de
risco, aplicando num curto espaço de tempo ações proveitosas no campo técnico e
administrativo. As ações técnicas são cabíveis em praticamente todo o universo
industrial, exceto em raras situações, “caso houverem serão devidamente
identificadas”. As ações administrativas do tipo “rodízio ou retirada do funcionário do
posto, redução da carga de trabalho do operador, etc...”, que via de regra não
interferem no processo, método, equipamento ou dispositivo também são de fácil
aplicabilidade, e não devem ser consideradas como soluções, mas ações paliativas
de curto prazo. Ressaltamos este fato, visto que muitas empresas consideram o
rodízio como solução oficial do problema, protelando somente o efeito de um projeto
mal elaborado para mais adiante, criando uma falsa sensação de controle. O
revezamento é uma ferramenta paliativa importante no trato ergonômico,
demonstrando forte capacidade de interação preventiva, pois diversifica os
movimentos, melhora a participação do grupo e proporciona um excelente elemento
para melhoria da qualidade quando bem aplicado.
As soluções ergonômicas coexistem com as outras ferramentas, não
impossibilitando o avanço da empresa rumo à competitividade, ao contrario as
ferramentas ergonômicas oferecem um elemento novo e poderoso em busca da
modernização.
Devemos entender que um funcionário não consegue produzir sem uma adequação
ergonômica no seu posto de trabalho, isto porque quando existe queixa de dor num
determinado posto, certamente houve anteriormente queixa de improdutividade e
qualidade, a doença é o último estágio da ineficiência de um projeto.
Para o melhor entendimento do processo utilizado na análise dos postos da
respeitável empresa é necessário explanar alguns aspectos importantes da questão,
desta forma o material será de grande valia, referindo não somente um indicador de
problemas mas um guia para as correções necessárias.
A utilização de ferramenta técnica para a análise dos postos, torna a conclusão fiel à
realidade, permitindo que a empresa priorize corretamente as ações necessárias
para a adequação dos postos. Estas ferramentas necessitam basicamente de quatro
grandezas para que todos os campos sejam preenchidos. Segue abaixo a descrição
destas grandezas:
1º - determinação do ciclo - este procedimento permite avaliar quantas vezes os
movimentos são repetidos no decorrer do dia. Quanto menor o ciclo, maior a
repetitividade.
A obtenção do ciclo é feita com o auxílio de um cronômetro, numa operação
conhecida pelos cronoanalistas. O estudo de croanálise é complexo e dispendioso,
portanto do ponto de vista da ergonomia nos concentramos na determinação do
início e fim da tarefa (ciclo), e acionamos o cronômetro para a obtenção do tempo
utilizado para sua execução.
2º - determinação dos movimentos não naturais - em todos os trabalhos há
necessidade de movimentos para a realização da tarefa, o que nos obriga a
fracionar todos os movimentos dentro de um ciclo para estabelecer quais participam
com maior importância, e quais são insignificantes ou desprezíveis. É necessário
que o auditor conheça a biomecânica dos movimentos, para que o fracionamento se
faça perfeitamente, neste caso a descrição dos movimentos predominantes entre as
operações industriais deve ser descrita para o melhor entendimento
- pinça
- adução do polegar
- oposição do polegar
- pinça palmar
- abdução e adução dos dedos
- preensão da mão
- desvio ulnar
- desvio radial
- supinação
- pronação
- flexão do antebraço sobre o braço
- flexão do ombro
- extensão do ombro
- adução do ombro
- abdução do ombro
- flexão do pescoço
- extensão do pescoço
Como podemos observar, existe um número interessante de movimentos relatados e
outros mais não relatados, e curiosamente encontramos parte deles, ou grande
parte deles nos postos industriais, o que não implica na lesividade do posto. Alguns
chamados check lists, instituíram este preconceito entre muitos profissionais, que
começaram a considerar lesivo qualquer posto que contenha um destes
movimentos, ocorre que se trata de uma análise simplista, pois podemos constatar
em todas as atividades laborativas, domiciliares, esportivas, etc, diversos
movimentos não naturais , e mesmo assim, nem todas proporcionam queixas ou
lesões.
REFERÊNCIAS
AYRES, Dennis de Oliveira; CORRÊA, José Aldo Peixoto. Manual de Prevenção de
Acidentes do Trabalho. São Paulo, Editora ATLAS, 2001.

ELECTRIC POWER RESEARCH INSTITUTE. Ergonomics Handbook for the Electric Power Industry:
Overhead Distribution Line Workers Intervention. Califórnia: EPRI, 2001.

GUIMARÃES LBM, FISCHER D, FAE CS, SALIS HB, SANTOS JAS. Apreciação macroergonômica em
uma concessionária de energia elétrica. In: Anais do ABERGO 2002 - VII Congresso Latino-Americano, XII
Congresso Brasileiro de Ergonomia e I Seminário Brasileiro de Acessibilidade Integral; 2002; Recife.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho. Manual do


Setor Elétrico e Telefonia. Brasília: 2002.

PONZETTO, Gilberto. Mapa de Riscos Ambientais: Manual Prático. São Paulo, Editora
LTR, Novembro de 2002.

TAVARES, José da Cunha. Noções de Prevenção e controle de perdas em segurança do


trabalho. São Paulo: Senac, 2004.

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