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ELIAS, Denise. Globalização da agricultura. São Paulo: Edusp, 2003.

“[...] a região deve ser entendida não mais como fruto da solidariedade orgânica, mas de uma
solidariedade organizacional” (ELIAS, 2003, p. 20).

“Por modernização entende-se a generalização de uma inovação vinda de um período anterior


ou da fase imediatamente precedente (p. 36)”. Deve-se empreender uma divisão do tempo em
períodos para apreender a sucessão de modernizações.

Se outrora tratava-se de mera internacionalização, trata-se hoje de um processo mundial de


produção: a mundialização do mercado, do capital, das firmas, do consumo, dos gostos, da
mais-valia e dos modelos de vida social. >>> globalização (p. 36).

“[...] a intensidade da modernização na ocorre aleatoriamente, mas privilegiando áreas,


segmentos econômicos e sociais, mais rapidamente receptíveis a todo um corolário de
variáveis inerentes às novas formas de produção, distribuição e consumo e que podem, com
maior vigor, responder as suas necessidades. Desse modo, o impacto modernizador é seletivo
e uma mesma variável causa impactos distintos [...] já que não se impõe sobre o nada, mas
sobre uma formação econômica e social [...] preexistente, cujas características determinam o
maior ou menor grau de dificuldade na difusão das inovações” (p. 40).

“As novas formas de produção e consumo, associadas aos novos padrões econômicos e
culturais, não poderia se instalar em outro meio que não o dessas grandes cidades, as quais se
tornam metrópoles como resultado da aceleração do processo de modernização e urbanização
que lhes atribui um papel de macro-organização do território” (p. 45).

O fenômeno da metropolização surgiu na década de 1950, intensificando-se entre as décadas


de 1950-1980 por conta das economias de aglomeração e grandes levas de migrações.

Uma das novas características da urbanização brasileira é que, desde a década de 1970, dois
fenômenos ocorrem com força e paralelamente: o fortalecimento da metropolização como o
das cidades locais e intermediárias pari passu ao desenvolvimento das atividades agrícolas,
sustentando pela expansão do meio-técnico-científico-informacional, pela nova divisão interna
do trabalho (resultando em mais intensa e extensa atividades agrícolas de alto nível de capital,
tecnologia e organização empresarial) e pela maior rigidez do território apontando a chamada
“involução metropolitana” como resultado da difusão do meio-técnico-científico-informacional
– cria-se um verdadeiro exército industrial de reserva (p. 47). Durante a fase do “milagre
brasileiro” as migrações – fluxos de população – passaram a ocupar também as cidades
intermediárias, especialmente aquelas que adotaram as inovações técnico-científicas e que
mudaram a “composição técnica e orgânica da terra” pelo fenômeno da “fazenda moderna
dispersa” (p. 48).

Esse novo espaço nacional altamente diferenciado e complexo, desenhado por uma teia de
“circuitos espaciais de produção e círculos de cooperação” torna inviável a continuidade da
separação tradicional entre um Brasil urbano e um Brasil rural, da mesma forma que se impõe
uma revisão dos critérios de divisão regional do país que, em cinco grandes regiões, encontra-
se já ultrapassada (p. 49).
A velocidade das transformações foi mais intensas nas regiões sudeste, sul e partes do centro-
oeste, as quais responderam rapidamente às necessidades colocadas pelos agentes
econômicos hegemônicos (p. 49). Essa é a Região Concentrada, na qual desde o início da
mecanização do território ocorre uma adaptação aos interesses do capitalismo hegemônico,
reconstituindo-se à imagem do presente momento do meio-técnico-científico-informacional, o
qual se dá como área contínua na Região Concentrada, como manchas e pontos nas outras
regiões do país (p. 50).

“Milton Santos [...] admite que a noção de região concentrada pode der considerada como
herdeira da noção de core, introduzida na literatura da economia espacial em torno de 1950 e
desenvolvida sobretudo por John Friedmann, assim como da noção de região polarizada,
herdeira das ideias de François Perroux e cujo desenvolvimento devemos, sobretudo, a
Jacques Boudeville. O core se define como sendo a área, num país dado, que apresenta os
mais altos índices de modernidade e de crescimento, ao contrário do resto do país. Já como
região polarizada entende-se aquela cujos pontos estabelecem fluxos mais numerosos e mais
importantes do que entre a região formada como um todo e o resto do país. Milton Santos
acredita que essas duas noções se recobrem à medida que o país se desenvolve e três
tendências se associam para redefinir a noção de região concentrada, sinônimo de core e de
região polarizada. Primeiro, o número e a intensidade de fluxos aumentam; segundo, a área
geográfica em que tais relações se exercem tende a ser mais vasta e, por último, a região
concentrada, além de ser a área do país que dispõe de maiores relações internas do que com o
resto do território, é também a área onde as relações externas de tipo internacional são
também mais numerosas, mais importantes e indispensáveis à economia como um todo” (p.
50)

Elias (2003, p. 55 e 56) compreende a região no sentido abordado por Milton Santos, para
quem a região é entendida como fruto de uma solidariedade organizacional e não mais de
uma solidariedade orgânica localmente teleguiada, própria da definição do fenômeno regional.
“As regiões existem porque sobre elas se impõem arranjos organizacionais, criadores de
coesão organizacional baseada em racionalidades de origens distantes, mas que se tornam
fundamento da existência e da definição desses subespaços”. “Diante disso, a região é
resultado do impacto das forças externas/modernizantes e a capacidade de suas virtualidades,
mero espaço de conveniência, mero lugar funcional do todo; uma fração do espaço total do
planeta, cada vez mais aberta às influências exógenas e aos novos signos do período atual.
Como objeto e sujeito da economia globalizada, é um espaço que pouco possui de autônomo,
não se fechando sobre si mesmo de forma independente do resto do mundo, com o qual
interage permanentemente para a renovação tecnológica e para a acumulação ampliada do
capital” (ELIAS, 2003, p. 56).

O fenômeno da região ganha força como o lugar da percepção da globalização que só é


possível de se realizar com fragmentação. Assim, a região é o recorte horizontal do espaço
total. A noção pode se manter no Brasil graças aos dados infraestruturais e aos dados
supraestruturais, que mantém a região através da materialidade da divisão do trabalho e da
noção de territorialidade, respectivamente (p. 56).
A agricultura se realiza hoje de forma globalizada, se não na sua produção, na sua circulação,
distribuição e consumo, revelando-se como uma das atividades mais contagiadas pela
revolução tecnológica. A agricultura tecnológica reestruturou o conjunto de elementos
técnicos empregados, transformando os tradicionais sistemas agrícolas e abriu novas
possibilidades à realização da mais-valia mundializada, através de um processo de fusão de
capitais com os demais setores (p. 60).

Aproximação da agricultura com a indústria – maior crescimento e acumulação: produção de


insumos artificiais. Hoje os circuitos espaciais da produção agrícola extrapolam os limites da
própria região ou de um país, associando-se ao circuito superior da economia.

O campo tem se mostrado um dos lócus preferenciais de introdução do capital tecnológico,


com menos rugosidades que os espaços urbanos, mais flexíveis, portanto, já que não oferece
resistência em capital morto como nas cidades.

O Estado brasileiro adequou a produção e o território à reprodução ampliada do capital na


agricultura. Agiu como um maestro das transformações necessárias à globalização dos
circuitos espaciais de produção e dos círculos de cooperação da produção agrícola >>>
regulação federal, garantia de preços mínimos, orientações econômicas, estratégias de
crescimento, Sistema Nacional de Crédito Rural – Estatuto da terra e Estatuto do Trabalhador
Rural (década de 1960): primeiras grandes regulações federais. Com a criação das empresas
públicas EMBRATER e EMBRAPA o Estado organizou o primeiro sistema de pesquisas
experimentais no território nacional.

A modernização da agricultura foi conservadora na medida em que amparou financeiramente


e com regulação geral, gerando pesado ônus para a maior parte da sociedade e onerando o
setor público e contribuindo para o déficit federal cuja recessão explodiu na década de 1980
(p. 67).

Difusão de inovação: seletiva, dual, desigual, espacialmente concentrada. Substituição das


culturas voltadas ao mercado interno de alimentos pelas culturas voltadas a exportação de
commodities a ocupar parte significativa da pauta exportações do país. Indução de novos
hábitos de consumo alimentar (p. 67-68).

Mudanças na base técnica: inovações físico-químicas; inovações mecânicas; inovações


biológicas.

O uso intensivo de biotecnologia na pecuária e na avicultura acarreta transformações radicais.

Desvinculação crescente entre produtor regional e consumo alimentar local/regional

“Num primeiro momento do processo de modernização da agricultura, os insumos industriais


eram obtidos mediante importação e, posteriormente, com a implantação dessas indústrias no
Brasil, apoiadas financeiramente pelo Estado, como parte da política de esforço de
substituição de importações. O marco inicial desta segunda etapa é a implantação das
primeiras indústrias multinacionais de tratores” (p. 123).
“O processo de modernização da agricultura modificou radicalmente o perfil do setor
industrial, com a expansão da agroindústria a se caracterizar como um dos elementos centrais
desse processo, dada a crescente interdependência da agricultura regional com vários
segmentos industriais que compram seus produtos, assim como lhes vendem insumos” (p.
132).

Os grandes complexos agroindustriais de escala regional são responsáveis por um processo


corporativo de organização do território.

Complexos agroindustriais (CAIs): compostos pelos diversos setores industriais que se


desenvolvem atrelados à agricultura moderna, tanto aos que produzem insumos e bens de
capital para a mudança de sua base técnica como aos de processadores dos produtos
agropecuários. O movimento de mudança se caracteriza justamente pela desarticulação do
chamado complexo rural, com a constituição dos complexos agroindustriais, engendrados
pela substituição da economia natural por atividades agrícolas integradas à indústria, pela
intensificação da divisão do trabalho e das trocas intersetoriais e com a especialização da
produção agrícola (p. 170). >>> CAI: principal vetor de modernização da década de 1970.
Conforme Guilherme Delgado, o CAI brasileiro é formado pelo setor industrial produtor de
bens de produção para a agricultura e mercado para produtos industrializados de origem
agropecuária (p. 173).

“[...] é nítida a inter-relação da produção agropecuária e industrial, ou seja, a união entre


campo e cidade como resposta mais propícia à maximização da atividade agropecuária no
Período-Técnico-Científico-Informacional, desenvolvendo o agrobusiness. A agroindústria é um
dos principais pontos de intersecção entre os circuitos espaciais de produção desses dois
setores econômicos” (p. 375).

ELIAS, Denise. Agronegócio e novas regionalizações no Brasil. Revista de Estudos Urbanos e


Regionais, V. 13, Nº 12, nov. de 2011.

Regiões Produtivas Agrícolas:

 (re)estruturação urbana e regional resultante da difusão do modelo econômico e


social de produção agropecuária preconizado com a globalização;
 novos arranjos territoriais;
 intensificam-se as relações campo-cidade e a urbanização, uma vez que as redes
agroindustriais necessitam também de processos que se dão no espaço urbano
próximo às áreas de produção agrícola e agroindustrial, incrementando o crescimento
de cidades totalmente funcionais ao agronegócio;
 As RPAs compõem lugares propícios ao exercício dos capitais hegemônicos porquanto
apresentam muitas novas possibilidades para a acumulação ampliada no setor, cada
vez menos resistente às ingerências exógenas e aos novos signos do período histórico
atual;
 É fundamental, nesse ponto, destacar o seguinte: as RPAs em nada lembram a forma
mais clássica inerente ao conceito de região, à forma como foi por longo período
entendida e trabalhada pela Geografia;
 a RPA é resultado do impacto das forças externas/modernizantes e a capacidade de
suas virtualidades, lugar funcional das redes agroindustriais globalizadas, regiões do
fazer;
 nunca os lugares foram tão distintos uns dos outros, porquanto, o tempo acelerado,
ao acentuar a diferenciação dos eventos, aumenta a diferenciação dos lugares e as
RPAs ajudam a pensar sobre essas questões, pois também apresentam muitas
diferenças entre si;
 a produção agrícola e agroindustrial intensiva exige que os espaços urbanos próximos
ao espaço agrícola racionalizado se adaptem para atender às suas principais
demandas, em virtude de fornecerem parte dos aportes técnicos, financeiros,
jurídicos, de mão de obra e de todos os demais produtos e serviços necessários à sua
realização;
 os espaços urbanos das RPAs passam a se constituir como nós fundamentais na rede
de relações desse agronegócio, seja em termos demográficos, econômicos ou
espaciais;
 O incremento das relações entre os diferentes setores econômicos associados à
organização das redes agroindustriais é um importante caminho para a compreensão
de como se processa uma série de novas relações entre o campo e a cidade;
 Nas RPAs a oposição clássica entre a cidade e o campo torna-se bastante relativizada e
a noção de complementaridade ganha mais força e importância. Tudo isso nos leva a
dizer que as próprias contradições do desenvolvimento do capitalismo estão soldando
a união contraditória que separou no início da sua expansão: a indústria e a
agricultura, a cidade e o campo;
 Cidades do agronegócio:
o a cidade do agronegócio é uma nova tipologia de cidade, perceptível
especialmente nos lugares de reserva recentemente inseridos à produção e ao
consumo modernos;
o está inserida em Regiões Produtivas Agrícolas na confluência do agrário
moderno com espaços urbanos não metropolitanos;
o ela demonstra uma hegemonia das funções inerentes às redes agroindustriais
sobre as demais funções urbanas;
o para uma cidade do agronegócio, a mais importante característica é a
especialização funcional;
 Norte metodológico: a especificidade atual da racionalização do espaço agrícola, das
relações campo-cidade e a produção dos espaços urbanos não metropolitanos, assim
como a reestruturação regional;
 Uma vez que a globalização só se realiza com a fragmentação do território, a RPA
ganha força como uma das possibilidades para percepção de tais processos;
 Várias áreas foram plenamente incorporadas à produção, transformação e às trocas
globalizadas de produtos agropecuários industrializados, ocupando um lugar
privilegiado dentro da nova divisão do trabalho agropecuário e agroindustrial do Brasil,
compondo nós ou manchas de modernas redes agroindustriais;
 Podemos concluir ser impossível continuar simplesmente dividindo o Brasil entre
urbano e rural.

ELIAS, Denise. Globalização, fragmentação e reorganização do espaço agrário cearense.


Geonordeste, Ano XI, Nº 02, 2000.

 A análise de uma região é uma delimitação territorial para desvendar as relações que
se estabelecem na atual fase da história. Significa detalhar sua composição enquanto
organização social e econômica na tentativa de entender o modo como essa região
está inserida na ordem econômica mundial e as formas de re-organização do seu
espaço (p. 82);
 o Nordeste permaneceu sem transformações fundamentais no conjunto de sua
agropecuária ate a década de 1980;
 Ate década de 50, a economia cearense continuava extremamente dependente da
pecuária extensiva (bovinos, ovinos e caprinos), da agricultura de subsistência (feijão,
milho e mandioca) e do extrativismo vegetal (castanha de caju e da carnaúba), com
uma inexpressiva agropecuária comercial e um papel irrelevante na divisão do
trabalho agropecuário do Brasil;
 Na década de 1990, o sul dos Estados do Maranhão e do Piauí foi invadido pela
produção de grãos, especialmente soja. O vale do Assú, no Rio Grande do Norte,
transformou-se no principal produtor de melão do país. Neste contexto, o Estado do
Ceará ganha destaque passando a merecer a atenção das empresas nacionais e
multinacionais hegemônicas no agribusiness;
 A ação do Estado no Nordeste iniciou-se com na virada do século com a Inspetoria de
Obras Contra as Secas (IOCS), hoje DNOCS, cuja principal forma de intervenção
centrava-se na política de contenção de obras contra a seca (por meio da construção
de barragens e açudes), cuja primeira fase ficou conhecida como a fase hidráulica;
 A fase hidráulica perdurou até a década de 1950, tendo servido mais como moeda de
negociação entre a elite local e o governo federal do que como vetor de mudanças
socioeconômicas porque continuou reproduzindo a “indústria da seca” ao preservar
toda a base socioprodutiva e econômica calcada no coronelismo e nas oligarquias
agrárias;
 A efervescência do desenvolvimento do século XX e os amplos debates sobre as
desigualdades regionais culminaram na criação da SUDENE, do BNB e Cia de
Desenvolvimento do Vale do São Francisco assim como na construção de sistemas de
engenharias associados às infraestruturas produtivas – iniciava-se assim a atuação
planejada do Estado no Nordeste com vistas à expansão do capitalismo na região por
meio da reestruturação da agropecuária regional;
 Em pouco tempo durante os governos militares a SUDENE transformou-se mais num
instrumento de poder político das elites regionais associadas aos grandes projetos
agrícolas e industriais;
 Dentre as ações propostas pela SUDENE destacava-se a irrigação para produção
agrícola comercial no semiárido;
 A década de 70 marca a criação de importantes políticas voltadas a irrigação. Destaca-
se o Programa de Irrigação do Nordeste, destinado ao aproveitamento dos vales
úmidos e a elevação da produtividade da faixa semiárida;
 Grosso modo, poderíamos dividir em dois grandes momentos o processo de
reestruturação produtiva da atividade agropecuária nordestina e, consequentemente,
cearense, baseada na irrigação. O primeiro se daria na década de 70, quando passaram
a ser erigidos em toda a Região Nordeste, a construção de grandes perímetros
irrigados públicos. Neste primeiro momenta de incentivo a irrigação, os programas
inerentes associavam-se a irrigação pública, aos projetos de assentamento, a produção
de alimentos, a colonização e ao incentivo a produção familiar como um componente
da política de desenvolvimento regional;
 Ainda na década de 70, período de centralização da política econômica e territorial,
houve varias derivações da atuação planejada do governo federal voltada ao
incremento da agropecuária nordestina. As ideias de PERROUX de "polos de
desenvolvimento" passaram a influenciar muito fortemente o planejamento voltado a
agricultura nordestina, especialmente os que tinham em organismos internacionais
suas fontes de financiamento, passando o Estado brasileiro autoritário ativo de forte
protagonista a um mero intermediário das políticas internacionais;
 Na década de 1980, marcada por forte recessão econômica, passa a ser privilegiada a
irrigação privada orientada para e pela agricultura de mercado (priorizam-se lotes
privados voltados às empresas agrícolas e agroindustriais buscando-se a expansão das
cadeias produtivas). Privilegiou-se a gestão e administração privada dos perímetros
irrigados por parte dos empresários agrícolas e agroindustriais;
 Na década de 90, acirram-se as bases para a promoção do apoio a irrigação privada.
No âmago de seus objetivos, encontra-se a busca da competitividade para o
agronegócio globalizado, centrado na expansão de uma agropecuária intensiva em
capital e tecnologia nas manchas irrigáveis, encabeçada pela iniciativa privada;
 Neste momento, separam-se muito fortemente as políticas públicas voltadas aos
pequenos agricultores das associadas a irrigação empresarial: cria-se um cenário
favorável a atração de novos negócios no Nordeste: apresentam como objetivo
principal a promoção de programas e grupos de programas considerados
estruturantes para o crescimento econômico;
 o incremento da irrigação privada é uma característica dos perímetros irrigados que se
construíram a partir de então. No caso do Ceara, o destaque fica para o perímetro
localizado no Baixo Jaguaribe, denominado Jaguaribe-Apodi, na fronteira com o Rio
Grande do Norte, que iniciou suas operações em princípios da década de 90;
 Outro programa do Brasil em Ação que começa a promover mudanças na produção e
na gestão da agropecuária cearense trata-se da política dos "Polos de
Desenvolvimento Integrado", áreas consideradas com potencial para o incremento
agropecuário e agroindustrial. O Banco do Nordeste (BN) é o órgão gestor do
programa, tendo selecionado dez áreas em todo o Nordeste, sendo uma no Ceará
(Polo de Desenvolvimento Integrado do Baixo Jaguaribe);
 Mostra-se, assim, a tendência e a consolidação de polos agroindustriais associados a
uma agricultura moldada em padrões da competitividade contemporânea, baseada
em produtos de alto valor agregado, com aumento da produção e da produtividade.
No Nordeste, a agroindústria, que sempre foi o ramo mais importante do setor
industrial, desenvolveu-se sobremaneira a partir da criação do Programa de
Agroindústria no Nordeste (PNAN), instituído em 1974 pelo Conselho de
Desenvolvimento Econômico. Os subsetores que obtiveram maior incentivo foram os
de produção de conservas de frutas, legumes e outros vegetais inclusive concentrados;

GOMES, Iara R. Globalização e novas regiões produtivas no Nordeste brasileiro. Mercator, V. 9,


Nº 20, set./dez. 2010.

 o agronegócio globalizado, embora não seja o único vetor, vem desempenhando um


papel fundamental para a intensificação da urbanização e para o crescimento
econômico de cidades locais e médias, criando novos pontos luminosos no espaço
agrário nordestino;
 sobre as novas relações que se formam entre a agropecuária e os demais setores
econômicos, Elias (2002a) nos fala dos circuitos espaciais da produção e dos círculos
de cooperação, os quais mostram que essas relações extrapolam os limites dos
estabelecimentos agrícolas, de uma região ou país, associando, sobretudo, a atividade
agropecuária ao circuito superior da economia - CAIs;
 A década de 1960 é um marco para o planejamento regional no Brasil e,
particularmente, para a região Nordeste. Nesse período, coordenado por Celso
Furtado, é produzido o Relatório do Grupo de Trabalho para o Desenvolvimento do
Nordeste (GTDN) na busca do desenvolvimento regional, culminando na criação da
Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE) e fundamentando a
estratégia inicial desta. A partir da década de 1970, não seriam mais os Planos de
Desenvolvimento que passariam a direcionar o planejamento regional, pois nesse
período surgem os Planos de Desenvolvimento do Nordeste, inseridos, obviamente,
nas diretrizes do Planejamento Nacional, frutos dos Planos Nacionais de
Desenvolvimento (PNDs);
 Ainda nesta década, ocorre a queda do cultivo do algodão nos perímetros irrigados.
Tal situação acabou por fomentar o incentivo ao cultivo de novas culturas. Surge,
então, a fruticultura tropical como ponta de lança promissora para o sucesso dos
perímetros e solução para o semiárido nordestino. Muitas características
evidenciavam esta região como promissora nesta nova empreitada, tais como as
naturais – altas temperaturas, baixa umidade relativa do ar, luminosidade acentuada
etc. –, as econômicas – como o baixo preço das terras agricultáveis – e as tecnológicas
– com o investimento em novas tecnologias;
 Em meados da década de 1980, a produção intensiva de frutas tropicais passou a
ocupar o baixo curso do rio Açu, no Rio Grande do Norte, e, a partir de 1990, essa
mesma produção ocupa o baixo curso do rio Jaguaribe, no Ceará. Esta área formada
por municípios do Ceará e do Rio Grande do Norte compõe uma região produtiva,
associada à fruticultura e é um dos espaços agrícolas recentemente incorporados à
produção intensiva;
 o desenvolvimento das atividades agropecuárias relacionadas à agroindústria integra-
se de forma cada vez mais crescente ao circuito superior da economia urbana.
Incrementa-se a urbanização com essa integração acelerada entre as atividades
agropecuárias e a economia urbana;
 os projetos de irrigação foram implantados em áreas que dispõem de melhor dotação
de recursos de água e de solo. Nos anos 1970, as áreas de influência dos projetos
públicos de irrigação foram caracterizadas como polos de atração para as populações
que migraram do campo para as cidades e, mais ainda, os investimentos públicos e
privados na irrigação criaram economias externas e efeito multiplicadores no
Nordeste. Estes permitiram a localização de inúmeras agroindústrias processadoras de
matérias-primas locais;
 Para pensarmos na consolidação da região produtiva agrícola, foi fundamental analisar
sua integração com o mercado nacional e sua articulação com a economia mundial
promovida por empresas agrícolas;
 Indiscutivelmente a modernização desta região tem ocorrido de forma incompleta.
Esta é a ponta de lança para um processo de produção do espaço bastante complicado
que reproduz um modelo regional extremamente caótico com todos os problemas
urbanos conhecidos. Como afirma Elias (2006b), a reprodução das desigualdades
socioespaciais que regem a inserção dos lugares de reserva do espaço agrário
nordestino torna as novas regiões produtivas em meras regiões do fazer e não em
regiões do reger, pois suas populações não conseguem exercer nenhuma ingerência
sobre os processos nelas ocorridos;
 A modernização agropecuária não se completou. Pior ainda: agravou questões como a
especulação fundiária e a imobiliária, a favelização urbana e rural, o acirramento da
crise urbana e dos problemas ambientais, dentre tantos outros sentidos de forma mais
intensa pela população mais pobre.

GRAZIANO DA SILVA, José. A industrialização e a urbanização da agricultura brasileira. São


Paulo em Perspectiva, SEADE - São Paulo, v. 7, n.3, p. 2-10, 1993.

Para José Graziano da Silva (1993) a modernização da agricultura brasileira é recente. Pós 1965
se quisermos datá-la. Ela perpassa a formação dos Complexos Agroindustriais (CAIs) que, a
partir dos anos 1970, consistiu na integração de:

I) indústrias que produzem para a agricultura;


II) II) a agricultura moderna propriamente dita
III) III) as agroindústrias processadoras, todas premiadas com fortes incentivos de
políticas governamentais específicas.

Orquestraram-se interesses comerciais e financeiros, cujo ponto alto foi na passagem da


década de 1970 para 1980. Impôs profundas transformações no plano da concentração
fundiária e centralização dos capitais aplicados no setor. Houve grande integração financeira e
econômica dos capitais via CAIs não permitindo mais falar numa “burguesia agrária” e numa
“burguesia nacional”, já que os grandes capitais passarem a ter também uma face agrária em
função dos grandes investimentos intersetoriais. O Estado passou a ser apropriado por grupos
de interesses específicos de diferentes ramos de atividades, levando à uma “balcanização” do
aparelho governamental com a captura das políticas públicas por grupos oligopólicos. Em
relação à estrutura produtiva a variável chave consiste na evolução da concentração e
centralização de capitais, em função da consolidação dos CAIs, e a característica mais
marcante é a modernização conservadora em seu aspecto excludente, porque exclui os não
integrados e os pequenos produtores. Há, porém, uma moderna tendência de transformação
do CAIS, que se dá via a crescente integração com os segmentos modernos do setor de
serviços (empresas locadoras, prestadoras de assistência técnica e serviços de informática e
telecomunicações) e com a indústria fornecedora de insumos, máquinas e equipamentos.

Nas décadas de 1960/70 quase 30 milhões de pessoas – basicamente excluídas pela


modernização conservadora – foram expulsas do campo, migrando para outras áreas, cidades
e regiões engrossando as correntes migratórias que se encaminharam às metrópoles.

O processo de modernização da agricultura repõe (ou redefine, se se preferir) formas


aparentemente já superadas da produção ao longo do próprio desenvolvimento capitalista, ao
mesmo tempo em que se dá pela concentração da produção e centralização dos capitais. Há
uma tendência crescente à concentração de capitais dentro dos ramos de atividades
agropecuárias em seu sentido estrito e à centralização intersetorial dos grandes capitais
oligopólicos.

Industrialização da agricultura - especialmente na fase da consolidação dos CAIs que se


delineia a partir de meados dos anos 70 - impõe- se uma crescente urbanização, tecnificação e
profissionalização contínuas da PEA rural - urbanização do local de moradia da PEA agrícola.

Agropecuária - não mais apenas rural, dada a urbanização de inúmeros ramos de atividades e
do próprio trabalho no campo; segmentada não mais em grandes ou pequenos produtores,
mas em produtores integrados ou não-integrados aos CAIs.

MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA E SEUS REFLEXOS NO ESPAÇO AGRÁRIO DO BRASIL

Hercules de Oliveira Ferreira


Licenciado em Geografia pela Universidade do Estado da Bahia - Campus XI (Serrinha-BA)
RESUMO
O presente trabalho trata das transformações sofridas pelo espaço agrário brasileiro, a partir
do avanço tecnológico na produção agrícola, cujo processo passou a ser denominado
"Revolução Verde", com principais características: mecanização e tecnificação dos meios de
produção e maquinários especializados. A modernização da agricultura consiste na
incorporação de novos padrões tecnológicos no espaço rural como forma de integrar as
famílias e/ou agricultores rurais a novas formas de racionalidade produtiva, neste contexto
salienta-se a reforma agrária como algo importante no sentido de provocar homogeneização
quanto à apropriação e posse fundiária, e à renda que ela pode gerar sob determinadas
condições socioeconômicas das diversas categorias de proprietários. Até porque
historicamente a concentração de terras no Brasil tem deixado arraigada a desigualdade em
termos de apropriação, tendo de um lado o pequeno proprietário com seus minifúndios de
caráter subsistente e do outro os grandes proprietários da agropecuária moderna, atendendo
as determinações capitalistas do mercado globalizado.
Palavras-chave: Modernização, Agricultura, Reforma Agrária, Espaço Agrário.
A partir da segunda metade do século XX, especificamente a partir da década de 60, o espaço
agrário do Brasil passou a sofrer um forte avanço tecnológico na produção agrícola com a
crescente adesão de processos industriais ao campo. Foi a denominada “Revolução Verde”
cujas principais características eram a mecanização e tecnificação dos meios de produção com
a utilização de tecnologias poupadoras de mão-de-obra, como maquinários especializados e
uso de agroquímicos (fertilizantes). Conjuntura esta, eminentemente, baseada no latifúndio de
caráter agrário-exportador, cujo processo de produção atendia aos preceitos da economia de
escala. Como salienta Navarro (2001):
Entre as décadas de 1960 - 1970 ocorre um intenso processo de modernização das atividades
agrícolas com base no paradigma da Revolução Verde que designava o conjunto de esforços
realizados para incrementar a produção agrícola no mundo por meio de novas variedades e
utilização de técnicas agrícolas modernas como fertilizantes, agrotóxicos e irrigação, a
intenção era de aumentar a produção e a produtividade [...] (NAVARRO, 2001, p.84).
Complementarmente, no Brasil entre vários produtos que se adequaram a tal realidade
destacam-se as produções de cana-de-açúcar, laranja, café, batata, frutas cítricas e
principalmente a soja cujas fronteiras agrícolas já abarcaram praticamente toda Região Centro-
Oeste, parte da Região Sul, leste do estado da Bahia, além de ter avançado fortemente para a
Região Norte com impactos diversos, cuja explicitação não cabe nessa discussão.
Em outros termos, a modernização da agricultura consiste na incorporação de novos padrões
tecnológicos no espaço rural, uma espécie de tentativa de rompimento com o passado
(práticas tradicionais de cultivo agrícola), entre outros fatores, como forma de integrar as
famílias e/ou agricultores rurais a novas formas de racionalidade produtiva. Condizendo com
os ditos de Abramovay:
A modernização da agricultura se caracterizou como um processo induzido, que ocorreu a
partir do avanço da ciência e da tecnologia moderna que introduziu novas formas de produção
que resultaram no aumento da produtividade e na baixa quantidade de mão-de-obra, mas é
preciso apontar que nem todos os agricultores de um país adotam as mesmas técnicas, assim
existem graus de modernização diferenciados em propriedades agrícolas vizinhas, sobretudo
na relação latifúndio-minifúndio [...] (ABRAMOVAY, 1992, pp. 59-60).
Todo esse processo tem provocado gradualmente a mercantilização da vida social no campo,
pois, de forma lenta a autonomia que a agricultura (atividades agrícolas) até então tinham,
têm sido levada a atender uma subordinação de novos interesses, formas de vida e de
consumo típicos de áreas urbanas.
Por outro lado, é preciso evitar generalizações oriundas de reflexões limitantes! Já que a
inserção de novos padrões de vida associados à novas tecnologias de produção agrícola, não
tem possibilitado (com poucas exceções) aumento da renda familiar e melhores condições de
vida da população diretamente afetada pela modernização da agricultura, ou seja, os
pequenos proprietários e os indivíduos interligados.
Para (GRAZIANO NETO, 1985, p.27 apud TEIXEIRA, 2005, p.22), "o conceito de modernização
não pode se restringir aos equipamentos usados e sim, deve levar em conta todo o processo
de modificações ocorrido nas relações sociais de produção". Teixeira (2005) complementa
afirmando que,
[...] a verdade é que a modernização da agricultura segue os moldes capitalistas e tende a
beneficiar apenas determinados produtos e produtores, tendendo a fortalecer a monocultura.
Com a modernização ocorre o que vários autores denominam de "industrialização da
agricultura", tornando-a uma atividade nitidamente empresarial, abrindo um mercado de
consumo para as indústrias de máquinas e insumos modernos [...] Com novas técnicas e
equipamentos modernos, o produtor passa a depender cada vez menos da "generosidade" da
natureza, adaptando-a mais facilmente de acordo com seus interesses. No entanto, por esse
caminho a agricultura está cada vez mais subordinada à indústria, que dita as regras de
produção (TEIXEIRA, 2005, pp. 22-23).
O capitalismo em sua crescente penetração no mundo rural mediante modos de produção que
se desenvolvem por meio da demanda de mercado externo (exportações) tem capitalizado
cada vez mais a renda da terra. Os efeitos mais marcantes tem sido a geração ou
aprofundamento da desigualdade social e a diferenciação quanto à extração da renda da terra
com relação aos pequenos agricultores rurais.
Estes não têm conseguido (em grande parte) inserção no mercado moderno, ora por não
resistirem em vender suas propriedades, por não ter condições materiais e financeiras ou
simplesmente pelo fato de que para eles a renúncia à modernização agrícola seja uma forma
(desejo) de manter seus modos de produção como o mais adequado a sua vida, assim não
aderindo a outras formas de produção.
Destarte, a industrialização crescente das relações de produção no campo tem propiciado
aumento do êxodo rural. Os pequenos produtores não têm sido atendidos em sua totalidade
pelas políticas públicas, no sentido de facilidades de credito agrícola, apoio infra-estrutural,
assistência técnica e facilidades de comercialização das produções. O mercado da agricultura
moderna, assim, impulsionou uma situação de concorrência desigual onde os grandes
proprietários sempre são os beneficiados.
A intensificação da questão da reforma agrária, entendida como a luta pela posse e
manutenção da terra, em contraposição a sua concentração histórica e a desigualdade
inerente, é uma das principais formas de manifestação que vai de encontro aos princípios da
modernização da agricultura (grosso modo). No Brasil parece que a historia tende a repetir-se,
onde os poucos ainda possuem grandes propriedades fundiárias e muitos possuem pequenas.
Portanto, o intuito é de ressaltar que a reforma agrária é algo importante, e precisa ser
repensada nos moldes atuais, ante a modernização da agricultura, no sentido de provocar
homogeneização quanto à apropriação e posse fundiária, e à renda que ela pode gerar sob
determinadas condições socioeconômicas das diversas categorias de proprietários.
É bastante complexo e contraditório o processo de modernização da agricultura! Por isso
mesmo existe diversos vieses a serem abordados. Mas, é primordial destacar sua importância
no âmbito econômico do país. Em prol do tão afamado “desenvolvimento econômico” têm-se
investido fortemente no agronegócio como forma de conquistar altos patamares nas relações
comerciais em escala mundial.
Não é à toa que o Brasil têm se destacado entre os maiores produtores agrícolas de diversas
culturas em detrimento do aumento da produção de culturas de subsistência, importantes
para regularizar e/ou manter o preço da alimentação do país em situação estável. Assim:
O quadro que se forma no campo brasileiro é de uma estrutura fundiária altamente pautada
na concentração de terras nas mãos de uma minoria, com uma produção voltada para
exportação e para servir como matéria-prima para as indústrias, com crescente diminuição na
produção de alimentos para o mercado interno e marginalização dos pequenos produtores
rurais (SILVA, 1981, p.44 apud TEIXEIRA, 2005, p. 28).
Não se trata de contestar os impactos favoráveis obtidos na balança comercial via aumento
das exportações e conseqüente aumento do PIB, fatores (entre outros) condicionantes para o
crescimento econômico, metamorfoseado pela idéia “desenvolvimento econômico” do país.
Ou seja,
[...] com o crescente avanço da industrialização e urbanização no Brasil, a modernização do
setor agrário se torna necessária dentro do contexto que a envolve. Era necessário produzir
alimentos e produtos para exportação para controlar a balança comercial do país [...]
(TEIXEIRA, 2005, pp. 25-26).
Urge refletir como tem acontecido essa modernização agrícola, a quem ela tem beneficiado, e
se há possibilidades de associação entre a adoção de novas tecnologias em prol de altas
produtividades, concomitantemente à distribuição e apropriação igualitária da posse da terra;
além de propiciar melhores condições de vida e produção para os pequenos proprietários,
afetados diretamente por esse processo de penetração da industrialização e/ou modernização
das relações produtivas no campo.
Enfim, em virtude dos fatos abordados pode-se perceber que a modernização da agricultura
provocou uma complexificação da problemática agrária, e modificou profundamente as
relações socioeconômicas no campo, no que tange a ocupação, produção e organização do
espaço agrário brasileiro.

REFERÊNCIAS
ABRAMOVAY, Ricardo. Paradigmas do capitalismo agrário em questão. São Paulo: HUCITEC,
1992.
MARTINS, José de Souza. Impasses sociais e políticos em relação à Reforma Agrária e a
agricultura no Brasil. Disponível em <http://www.nead.org.br> Acesso em: 17 de Fevereiro de
2009.
NAVARRO, Z. S. Desenvolvimento rural no Brasil: os limites do passado e os caminhos do
futuro. Estudos Avançados, USP, v. 15, n. 43, p. 83-100, 2001.
TEIXEIRA, Jodenir Calixto. Modernização da agricultura no Brasil: impactos econômicos, sociais
e ambientais. Três Lagoas ? MS, Revista Eletrônica da Associação dos Geógrafos Brasileiros, v.
2, n. 2, ano 2, Setembro, 2005. Disponível em: <http// www.cptl.ufms.br/revista-geo>. Acesso
em 18 de Fevereiro de 2009.

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