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GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ


CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA -CCT
CURSO: GEOGRAFIA LICENCIATURA
DISCIPLINA: PROJETO DE PESQUISA
PROFESSORA: INGRID GOMES

SEGREGAÇÃO RESIDENCIAL E A HABITAÇÃO NA CIDADE MÉDIA DE


MOSSORÓ: HABITAÇÃO SOCIAL DE MERCADO E FRAGMENTAÇÃO
SOCIOESPACIAL

FRANCISCO JUCELIR MARQUES QUEIROS LIMA

FORTALEZA-CEARÁ
2022
FRANCISCO JUCELIR MARQUES QUEIROS LIMA

SEGREGAÇÃO RESIDENCIAL E A HABITAÇÃO NA CIDADE MÉDIA DE


MOSSORÓ: HABITAÇÃO SOCIAL DE MERCADO E FRAGMENTAÇÃO
SOCIOESPACIAL

Projeto de Pesquisa apresentado ao Curso de


Geografia Licenciatura do Centro de Ciências e
Tecnologia da Universidade Estadual do Ceará,
como requisito parcial da finalização da disciplina
de Projeto de Pesquisa.

Orientador (a): Wagner Vinicius Amorin

FORTALEZA-CEARÁ
2022
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..........................................................................................4

2 PROBLEMATIZAÇÃO..............................................................................5

3 OBJETIVOS..............................................................................................9

3.1 GERAL...............................................................................................9

3.2 ESPECIFICO......................................................................................9

4 JUSTIFICATIVA......................................................................................10

5 FUNDAMENTAÇÃO TEORICA..............................................................11

6 METODOLOGIA.....................................................................................14

7 CRONOGRAMA.....................................................................................15

8 REFERENCIA BIBLIOGRAFICA...........................................................16
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1 INTRODUÇÃO
É um projeto onde aborda a segregação socioespacial, com a breve
explicação da segregação involuntária e voluntaria, onde a doutora Liêssa chama a
voluntaria de autossegregação, consistem também em observar um dos fatores que
causam esse fenômeno, que é a insegurança na cidade de Mossoró, lembrando que
todas as moradias analisadas e explanadas são do programa governamental minha
casa minha vida e casa verde e amarela, onde é explicitada os locais que esses
conjuntos habitacionais estão alocados, fala-se um pouco dos agentes
transformadores da urbana da cidade de Mossoró, ressaltando os problemas, como
a má localização dos conjuntos habitacionais do faixa 1 o MCMV e CVA, as
moradias também devido ao baixo custo da moradia da faixa 1, os problemas que
devem ser analisados e que após isso podem vir a ser resolvido, é explanado as
questões de aspectos da promoção imobiliária, o uso da terra pelos agentes
imobiliários, onde serão feitas algumas visitas com o professor orientador ao
decorrer da pesquisa, com a atualização e confecção de dados para que eles sejam
analisados e comparados futuramente.
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2 PROBLEMATIZAÇÃO
Os problemas que a população da cidade média de Mossoró enfrentam, se
tem déficit habitacional, a periferização dos moradores da classe baixa, com a
especulação imobiliária podemos observar a segregação socioespacial, no
programa de habitação popular minha casa minha vida e casa verde e amarela, na
figura 1 podemos observar a localização de cada empreendimento;

Figura 1 Distribuição dos Empreendimentos Aprovados pelo PMCMV entre 2010 - 2014, em Mossoró

Como é explanado na figura 1 os empreendimentos são localizados de


acordo com a faixa, como sabemos os conjuntos são divididos em 4 faixas 1, 1,5, 2
e 3, sendo a faixa 3 os conjuntos de melhores a localização, e o da faixa 1 são os
piores localizados.
Há muitas diferenças entre os empreendimentos, na faixa 1 além da
localização podemos ver que as casas são mais simples, como são os conjuntos
voltados para a baixa renda não se tem custo para a população que é contemplada,
nas demais faixas há o financiamento, geralmente são condomínios pequenos, com
isso a infraestrutura das casas vão melhorando de acordo com a faixa.
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Figura 2 casas da MCMV faixa 2

Como podemos observar na figura 1 é da faixa 1, onde os imóveis são de


baixo custo, por isso são casas mais simples, onde se tem casas e condomínios,
podemos observar ao redor dos conjuntos que não tem muitas coisas próximas,
podemos ver que esses empreendimentos se localizam em bairros mais afastados
do centro da cidade, fazendo com que haja menor segurança, poucos locais para
vendas de produtos básicos como alimentos, e longe de escolas, hospitais entre
outros serviços que a população necessita.
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A faixa 2 da MCMV é um pouco diferente da faixa 1, onde se tem um custo superior


para a construção, é destinado a população de classe média e média baixa, as
casas são maiores e melhores que a da faixa 1, onde vamos analisar na figura que
será exposta a seguir;

Figura 3-Residencial Celina Guimarães faixa 2

Figura 3. 1 Residencial Celina Guimarães faixa 2

As figuras anteriores podemos observar que é um empreendimento bem


mais robusto que a faixa 1, onde se localiza mais próximos aos serviços que a
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cidade tem a oferecer, como saúde, segurança, supermercados entre outros


serviços básicos.
A faixa 3 é o que tem de melhor de todas as faixas, onde tem o maior custo
na construção dos imóveis, como vamos nos atentar com a imagem a seguir;

Figura 4 - Residencial Veredas de Mossoró MCMV faixa 3

Como podemos analisar as casas da faixa 3 são bem melhores que as das
demais faixas, como foi citado anteriormente o custo da construção é maior que as
duas outras localizações é mais próximo de todos os bens de serviços, sem algum
problema de localização.
Bom após a demonstração das três faixas do programa MCMV, podemos
observar que a população contemplada com a faixa 1 é a que mais sofre com os
problemas, devido ao baixo custo das casas, onde se tem casas inacabadas sendo
entregues, também a segregação socioespacial fazendo com que a população fique
em regiões mais afastadas dos centros das cidades, onde eles são obrigados a
fazer longas viagens para poderem utilizar os serviços básicos, podemos também
observar as mudanças que a cidade de Mossoró teve, já que com esses
empreendimentos, a cidade ganhou mais supermercados, houve a desocupação de
lugares, onde esses moradores foram realocados para lugares mais longe dos
centros, as pessoas estão preferindo morar em condomínios fechados devido a falta
de segurança.
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3 OBJETIVOS
Tendo em vista analisar os problemas ocasionados pela falta ou mal
planejamento dos empreendimentos do programa Minha casa minha vida (MCMV),
com o intuito de observar os problemas de localização e infraestrutura do faixa 1, e
da especulação imobiliária que ocorre nas faixas 2 e 3.
3.1 GERAL
Compreender os problemas que a população de Mossoró enfrenta
ocasionado pelo déficit habitacional, especulação imobiliária.
3.2 ESPECIFICO
Conhecer o perfil da população que usufrui dos conjuntos habitacionais
populares, mapear as áreas em que esses conjuntos foram instalados e conhecer as
regiões que a população que vive nesses conjuntos estava instalada anteriormente,
levantamento da promoção imobiliária na cidade de Mossoró.
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4 JUSTIFICATIVA
Essa pesquisa é muito importante tanto para a academia quanto para a
sociedade, onde vamos poder analisar as diferenças de dois governos distintos,
observando a atuação de cada um nesses programas habitacionais, o que mudou,
melhorou ou piorou, e o quanto de atenção esse programa recebeu de cada
governo, tentando analisar o que cada um fez para manter e melhorar o programa,
investindo para saber a quantidade de pessoas que esse programa governamental
conseguiu contemplar na cidade de Mossoró, para observar as questões de
segregação socioespacial, com isso seria possível até mesmo esse projeto
conseguir ajudar os órgãos competentes a planejar melhor a cidade e as questões
urbanas.
Com estudos de outros colegas vamos tentar conciliar e adicionar um pouco
do nosso conhecimento aos já existentes, tentando ajudar nas políticas públicas de
habitação, onde pode ser encontrado algo em que nunca foi pensado.
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5 FUNDAMENTAÇÃO TEORICA
Podemos começar com uma citação da doutora Liêssa de Paula Dias;

“Levando em consideração da criminalidade a


nível local, nacional e internacional, é possível
perceber que este impacto de descompasso de
segurança pública em Mossoró, apresenta-se
como elemento considerável para os moradores
no momento de escolher residir nesses espaços
fechados.” (DIAS, 2019. P. 121)

Como podemos observar um dos principais problemas que a população


enfrenta e faz com que aconteça a segregação socioespacial é a falta de segurança
nas cidades, principalmente nas cidades que estão crescendo como é Mossoró,
sendo ela uma das principais cidades do estado do Rio Grande do Norte.
Podemos observar o fato das transformações que a cidade de Mossoró está
sofrendo já que ela é uma cidade que vem crescendo durante a algum tempo, onde
é se há uma diferenciação das pessoas que vivem em certos locais, e que a
paisagem muda em cada classe social que ela está, segundo o doutor Fabio Ricardo
Silva Beserra;

“A partir das transformações em curso na cidade


de Mossoró, é possível identificar a expressão de
tal processo e as transformações visíveis na
paisagem. Podemos identificar formas e funções
novas sobrepondo-se às antigas, na
ocupação/construção de novos espaços por
decisões e ações de diferentes agentes
socioespaciais.” (SILVA BESERRA, 2020, p. 119)

Como podemos ver na citação há uma transformação na cidade de Mossoró


onde ele fala que essa transformação é feita por agentes, esses agentes são
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separados podendo serem os agentes imobiliários, a população, segundo Fábio


Ricardo Silva Beserra;
“Corrêa (2007) ao destacar as possibilidades de
interpretação da diferenciação socioespacial as
escalas da rede urbana e intraurbana, informa
que, para uma leitura mais completa desta última,
é preciso traduzir a divisão econômica e social do
espaço, considerando processos, funções e
formas-conteúdo a partir dos padrões de uso do
solo que definem zonas e setores centrais e
periféricos na cidade.” (SILVA BESERRA, 2020, p.
117)

É observado que os agentes da transformação urbana, é a própria


população onde a paisagem é diferenciada de acordo com a classe social de cada
conglomerado de agentes, com isso podemos até diferenciar as faixas do programa
MCMV onde o faixa 3 será o lugar que tem uma paisagem mais chamativa que as
demais, podemos também mencionar os agentes da promoção imobiliária que temos
que diferencia-los dos demais, segundo Fábio Ricardo Silva Beserra;

“Por exemplo é preciso que fique claro ao


pesquisador quem são os agentes da promoção
imobiliária, as empresas construtoras, os
proprietários de terrenos e os trabalhadores da
construção civil.” (SILVA BESERRA, 2020, p. 118)

Podemos lembrar que os agentes imobiliários são as pessoas que estão


envolvidas, tanto na venda dos imóveis, quanto quem está envolvido na construção
delas e até mesmo no preparo do terreno, aquela pessoa que compra o terreno e
deixa ele valorizar, ou não tem condições de construir algo no momento, e deixa ele
parado por algum tempo até conseguir a condição necessária para construir algum
imóvel ou vender quando ele valoriza, no MCMV isso acontece, com o financiamento
de imóveis, que acontece principalmente nas faixas 1,5, 2 e 3 do programa, é
lembrado que o terreno é essencial par que haja algo a ser feito pelos agentes
imobiliários, então tem que ser entendido como o setor da construção civil consegue
contato aos terrenos, segundo Fábio Ricardo Silva Beserra;

“Para isso estão contidas as variáveis


envolvendo:1) Localização do terreno utilizado
para construção; 2) Área total dos terrenos
adquiridos; 3) Características e formas de
aquisição do terreno; 4) Características físico-
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químicas do solo.” (SILVA BESERRA, 2020, p.


118)

É importante entender para que haja promoção imobiliária tem que ter uma
junção de fatores, e o mais importante é o terreno em que o empreendimento vai
estar instalado, também a região, já que dependendo da região maior o valor do
terreno e maior será o custo do empreendimento, é o que podemos analisar na faixa
1 e faixa 3 do MCMV e do CVA, que a faixa 1 está em locais mais distantes fazendo
com que o custo do terreno seja mais barato, e para a faixa 3 é o contrário, está
localizada em regiões mais próximas ao centro da cidade e que se torna um
empreendimento mais caro, isso acontecendo nas faixas 1,5 e 2 também.
Por fim temos que refletir sobre a segregação socioespacial, onde se pode
encontrar dois tipos a involuntária e a voluntaria, a segregação involuntária é a que
acontece com as pessoas de baixa renda, onde acontece muito com as pessoas que
recebem casa da faixa 1, sendo ela não planejada, e que em muitos casos a
população não sabe nem para qual região vai, para a voluntaria, onde a doutora
Liêssa de Paula Dias chama como isolamento, geralmente é buscada para uma
melhoria de vida, podendo ser a busca de um lugar mais silencioso, em sua
dissertação essa auto segregação é feita com o objetivo de buscar a melhoria da
segurança podemos observar um pouco do que foi explanado anteriormente a
seguir;

“Há uma articulação direta entre segregação e


autossegregação, muito embora possua ações e
agentes diversos, há similitudes de práticas que os
aproximam, entre àqueles que segregam e os que
são segregados, o que estão inseridos no
ambiente segregado e àqueles que estão fora
dele.” (DIAS, 2019. P. 121)

É observado as palavras da doutora Liêssa, que existem dois tipos de


segregação e que as pessoas que são de classes sociais mais altas, podem
escolher, como a professora chama de autossegregação, onde eles escolhem morar
mais longe dos centros ou em condomínios fechados por N motivos, como é
mostrado na dissertação o fator é a segurança, já a população de baixa renda, tem
uma segregação imposta, tanto pelo governo como pela população de classe alta.
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6 METODOLOGIA
Será uma pesquisa descritiva, pois alguns dados já estão produzidos e
serão utilizados ao decorrer do projeto, mas também serão utilizados dados novos
feitas pelo pesquisador, por isso será uma pesquisa com base qualitativa também,
com o intuito de analisar os problemas que a população de renda baixa sofre com a
segregação socioespacial.
Onde teremos dois a três trabalhos de campo onde no primeiro será feito um
reconhecimento por mim, com o intuito de bater fotos, conversar com moradores e
líderes comunitários mais para se ambientar e fazer algum tipo de contato, será
visitada todos os conjuntos habitacionais, já numa segunda visita será batido fotos
com o intuito de atualizar as que já haviam sido batidas na visita anterior, também
para analisar se há alguma mudança nos conjuntos habitacionais, nessa segunda
visita tentaremos aplicar um formulário com o intuito de saber um pouco mais da
população que vive em cada conjunto, caso seja feito uma terceira visita, será feito
um formulário com as mesmas perguntas ou até mesmo com um pouco mais de
perguntas, para que no final seja feito uma comparação nesses formulários, também
será batido mais fotos para que haja mais uma atualização, onde será feito a análise
dos conjuntos habitacionais, com o intuito de saber se algo mudou durante essas
duas ou três visitas feitas, lembrando que todos os conjuntos habitacionais serão
dos programas minha casa minha vida e casa verde e amarela.
Tentaremos fazer uma triagem e analise nos sites de vendas imobiliárias
para observar a mudança da especulação imobiliária na cidade, tentando fazer uma
comparação entre essa promoção imobiliária dos anos 2002 há 2022.
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Serão utilizados dados da ESTEBAN, e do ministério do desenvolvimento


regional, onde se tem os dados da minha casa minha vida de 2002 há 2020, e que
serão separados, de todo o estado do Rio Grande do Norte, com alguns pontos que
serão observados, logo depois será separado somente da cidade média de Mossoró
que é o foco.
E por fim será feito a confecção de mapas do estado do Rn em que serão
pontuadas as cidades, mostrando a quantidade de conjuntos habitacionais tem em
cada cidade do estado, dando ênfase a cidade de Mossoró que é a cidade principal
a ser estudada.

7 CRONOGRAMA

2022 2022 2022 2022 2022 2022


ATIVIDADE
Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro

realização das
disciplinas
necessárias para a X X X X X X
conclusão

Levantamento do
material bibliográfico X X X X X X
e documental

Plano de Redação   X X X X X

Realização de
trabalhos de campo            

Construção de diários
de campo            

Aplicação de
formularios/entrevista            
s

Tabulação de Dados     X X X X
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Redação do projeto de
pesquisa     X X X X

Correção com o (a)


orientador (a)         X X

Revisão e redação
final           X

Apresentação do
projeto           X

8 REFERENCIA BIBLIOGRAFICA

Figura 1 Distribuição dos Empreendimentos Aprovados pelo PMCMV entre


2010 - 2014, em Mossoró. acessado dia 22/11/2022 às 11:40.
<https://portal.loft.com.br/financiamento-minha-casa-minha-vida/>

Figura 2 casas da MCMV faixa1, acessado dia 22/11/2022 às 11:45


<https://portal.loft.com.br/financiamento-minha-casa-minha-vida/>

Figura 3, Residencial Celina Guimarães MCMV faixa 2, acessado dia


22/11/2022 às 12:37 <https://journals.openedition.org/geografares/446>
Figura 3.1, Residencial Celina Guimarães MCMV faixa 2, acessado dia
22/11/2022 às 12:45 <http://eccl.com.br/?obras=construcao-do-residencial-celina-
guimaraes/>
Figura 5 - Residencial Veredas de Mossoró MCMV faixa 3, acessado dia
22/11/2022 às 13:00 < https://journals.openedition.org/geografares/446>
DIAS, Liêssa de Paula. Do real ao simulacro: A produção dos espaços
residências fechados em Mossoró (Alphaville, Quintas do Lago e Sunville).
Orientador: Ângelo Magalhães da Silva. 2019. 151 p. Dissertação (Doutorado) -
UFERSA, Pau dos Ferros, 2019.
SILVA BESERRA, Fábio Ricardo. Diferenciação espacial na escala
intraurbana: Análise dos impactos da indústria da construção civil na cidade de
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Mossoró. Revista do programa de Pós-Graduação em Geografia e do


Departamento de Geografia da UFES, Espírito Santo, p. 111-132, 1 jun. 2020.
DIAS, Liêssa de Paula. Do real ao simulacro: A produção dos espaços
residências fechados em Mossoró (Alphaville, Quintas do Lago e Sunville).
Orientador: Ângelo Magalhães

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