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2023

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UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP

CURSO DE GRADUAÇÃO EM

ARQUITETURA E URBANISMO

SIMONE MAZZA

MORADIAS TEMPORÁRIAS PARA

PESSOAS EM VULNERABILIDADE
SOCIAL: Modelo Housing First -
Projeto Piloto

SANTOS

2023

2
“Não ter um lar é como não ter controle
sobre a própria vida, é ter a sensação de não
pertencimento a lugar nenhum, é se sentir
invisível perante a sociedade”

Simone Mazza

Figura 01 – Pessoa em situação de rua – Fonte: Ong Moradores de Rua e Seus Cães -MRSC
UNIVERSIDADE PAULISTA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM
ARQUITETURA E URBANISMO

FOLHA DE APROVAÇÃO

SIMONE MAZZA

MORADIAS TEMPORÁRIAS PARA


PESSOAS
EM VULNERABILIDADE SOCIAL
MODELO HOUSING FIRST: Projeto Piloto

Trabalho de conclusão de curso apresentado como


requisito parcial para obtenção do título de Bacharel
em Arquitetura e Urbanismo 2023, pela
Universidade Paulista UNIP.

Aprovada em: de de 2023.

.
Banca Examinadora

______________________________________________________
Orientador - Me. Mauricio Azenha Dias, Unip- Universidade Paulista

______________________________________________________

______________________________________________________

4
Agradecimentos

Ao meu esposo Reynaldo por todo apoio durante


esses 5 anos de estudo, por sempre acreditar em
mim e dar todo o suporte necessário para que eu
chegasse até aqui.

Á minha mãe (in memoriam)


Á minha família.

Ao meu orientador Me. Mauricio Azenha Dias, pela


paciência e cooperação.

Aos meus professores, pela dedicação e paciência


em transmitir conhecimento.

5
RESUMO

O tema do presente trabalho surgiu da preocupação em tentar buscar e trazer uma

solução viável para o problema que existe e persiste nos grandes centros urbanos que é a

falta de moradias dignas para pessoas em vulnerabilidade social.

Devido a falta de visibilidade que essa população, que geralmente se encontra abaixo

da linha da pobreza e carência de políticas públicas efetivas, essa grande parcela da

população se torna cada vez mais invisível aos olhos da sociedade e dos órgãos públicos.

Em 2020 com a pandemia de Covid-19 pudemos observar uma triste realidade que

afligiu boa parte da população que acabou por descer cada vez mais degraus na escala

social, também mostrou que o Brasil não esta preparado para eventos de calamidade

pública em se tratando da população em vulnerabilidade social sobretudo no quesito

moradias.

Pensar em estratégias de moradias usando um novo modelo de programa social

apresentado como um exemplo de sucesso em países Europeus é um grande passo na

busca por soluções efetivas para suprir as necessidades básicas de bem estar e moradia

para pessoas em vulnerabilidade social.

Contribuindo assim para que essa pessoas tenham a oportunidade de serem

reinseridas á sociedade através de um tratamento mais humanizado, individualizado e

direcionado.

A proposta do modelo apresentado busca fornecer aos assistidos além do básico

que é o direito a moradia, acompanhamento psicossocial, auxilio para a obtenção de

documentos, acompanhamento de agentes de saúde, capacitação profissional para que

assim alcancem a autonomia perdida.

Palavras-chave: moradia social, vulnerabilidade social, urbanismo, moradia

temporária, housing first, moradia primeiro.


6
ABSTRACT

The theme of this work arose from the concern to try and bring a viable solution to the

problem that exists and persists in large urban centers, which is the lack of decent housing for

people in social vulnerability.

Due to the lack of visibility that this population, which is generally below the poverty

line and the lack of effective public policies, this large portion of the population becomes

increasingly invisible in the eyes of society and public bodies.

In 2020, with the Covid-19 pandemic, we were able to observe a sad reality that afflicted

a large part of the population, which ended up descending more and more steps on the social

ladder, also showing that Brazil is not prepared for events of public calamity when it comes to

the population. in social vulnerability, especially in terms of housing.

Thinking about housing strategies using a new social program model presented as an

example of success in European countries is a big step in the search for effective solutions to

meet the basic needs of well-being and housing for people in social vulnerability.

Thus contributing for these people to have the opportunity to be reintegrated into society

through a more humanized, individualized and targeted treatment.

The proposal of the model presented seeks to provide those assisted with more than the

basics, which is the right to housing, psychosocial support, assistance in obtaining

documents, monitoring of health agents, professional training so that they can achieve the

lost autonomy.

Keywords: social housing, social vulnerability, urbanism, temporary housing.

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LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E TABELAS

IPEA Instituto de Pesquisas Econômica


Aplicada
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística
SEDS Secretaria de Desenvolvimento
Social
UNIFES Universidade Federal de São Paulo
P
FIPE Fundação Instituto de Pesquisas
Econômicas
PCD
Pessoa com Deficiência
NBR Norma Brasileira

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Fonte – Relatório Parcial Censo POP Rua

Tabela 2 – Fonte – Relatório Parcial Censo POP Rua

Tabela 3 – Relatório Parcial Censo POP Rua

Tabela 4 – Relatório Parcial Censo POP Rua

Tabela 5 – Relatório Parcial Censo POP Rua

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01 – Pessoa em situação de rua – Fonte: Ong Moradores de Rua e Seus Cães -MRSC
Figura 02 – Mulher e criança em situação de rua – Fonte: Ong Moradores de Rua e Seus Cães
-MRSC
Figura 03 – Pessoa em situação de rua – Fonte: Ong Moradores de Rua e Seus Cães -MRSC
Figura 04 – Imagem Aérea – Google Earth
Figura 05 – Pessoa em situação de rua – Fonte: Ong Moradores de Rua e Seus Cães -MRSC
Figura 06 – Criança em situação de rua – Fonte: Ong Moradores de Rua e Seus Cães -MRSC
Figura 07 – Modelo Abrigo versus modelo Housing First no sistema Escada – Fonte –
Movimento Ruas
Figura 08 – Pessoas em barraca de camping sob viaduto Santa Ifigênia SP – Fonte: BBC
News Brasil
Figura 09 – Pessoa em situação de rua com seu pet – Fonte: Jornal Hora Campinas
Figura 10- Fachada principal casa para pessoas em situação de rua em Emerald Village
Eugene – Oregon – Fonte: DEN Tiny House
Figura 11 – Padre Julio Lancelotti sob o viaduto Dom Luciano Mendes de Almeida em SP –
Fonte - ArchDaily
Figura 12 – Foto sob viaduto – Fonte - Metrópoles
Figura 13 – Banco de praça – Fonte: ArchDaily
Figura 14 – Banco de praça em concreto – Fonte: ArchDaily
Figura 15 – Mapa de Santos – Fonte – Google Earth
Figura 16 – Mapa bairro de Santos – Fonte – Google Earth
Figura 17 – Mapa Condepasa – Fonte – Prefeitura de Santos
Figura 18 – Vias Arteriais - Fonte – Prefeitura de Santos
Figura 19 – Fonte – Cartilha LUOS – Santos/SP
Figura 20 – Mapa Vila Mathias -Fonte – Prefeitura de Santos
Figura 21 – Fonte – Cartilha LUOS - Santos
Figura 22 – Legenda - Fonte – Cartilha LUOS – Santos
Figura 23 – Fonte – Cartilha LUOS - Santos
Figura 24 – Fonte – Legenda - Cartilha LUOS - Santos
Figura 25 – Fonte – Cartilha LUOS - Santos
Figura 26 – Trecho da Rua Silva Jardim - Fonte – Google Maps
Figura 27 – Av. Dr. Silvério Fontes - Fonte – Google Maps
Figura 28 – Trecho da Rua Silva Jardim - Fonte – Google Maps
Figura 29 – Trecho Rua Henrique Hablas – Fonte Google Maps
Figura 30 – Trecho da Rua Henrique Hablas de frente ao terreno objeto do projeto – Fonte
Google Maps
Figura 31 – Trecho da R. Silva Jardim de frente ao terreno objeto do proj – Fonte Google
Maps
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LISTA DE FIGURAS

Figura 32 – Fachada – Fonte: LoebCapote


Figura 33 – Pátio Interno- Fonte: LoebCapote
Figura 34 –Casa em Exposição- Abrigo de Emergência – Fonte- ArchDaily
Figura 35 –Foto Interna – Fonte- ArchDaily
Figura 36 – Planta Baixa – Fonte- ArchDaily
Figura 37 – Elevação – Fonte- ArchDaily
Figura 38- Instalação das unidades modulares - Fonte: Divulgação/Prefeitura de São Paulo
Figura 39- Foto interna da Unidade modular- Fonte: Divulgação/Prefeitura de São Paulo
Figura 40- Foto Instalação inicial das casas modulares -Fonte: Divulgação/Prefeitura de SP
Figura 41- Fachada principal – Fonte: DEN Tiny House
Figura 42- Foto da construção – Fonte: DEN Tiny House
Figura 43- Planta Baixa – Fonte: DEN Tiny House
Figura 44- Fachada externa – Fonte: ArchDaily
Figura 45- Imagens internas, Cortes, planta com medidas– Fonte: ArchDaily
Figura 46- Fachada Externa – Fonte - Wikkelhouse
Figura 47- Imagens dos módulos avulsos – Fonte - Wikkelhouse
Figura 48 – Detalhe material interno mostrando o papelão – Fonte - Wikkelhouse
Figura 49 – Instalação dos módulos – Fonte – Wikkelhouse
Figura 50- Fabricação dos módulos – Fonte – Wikkelhouse
Figura 51- Planta de localização do lote – Elaborado pela autora
Figura 52- Planta de localização do lote no bairro– Elaborado pela autora
Figura 53- Fluxos de circulação– Elaborado pela autora
Figura 54- Diagrama dos módulos – Elaborado pela autora
Figura 55- Planta geral – Elaborado pela autora
Figura 56- Diagrama layout interno – Unidade familiar – Elaborado pela autora
Figura 56- Detalhamento executivo Pórtico A1 e A2 – Elaborado pela autora
Figura 57- Corte e planta – layout 2 – Unidade individual – Elaborado pela autora
Figura 58- Layout mobiliário – Elaborado pela autora
Figura 59- Layout mobiliário – Elaborado pela autora
Figura 60- Layout mobiliário – Elaborado pela autora
Figura 61- Diagrama layout interno – Unidade familiar – Elaborado pela autora
Figura 62- Corte e planta – layout 1 – Unidade familiar – Elaborado pela autora
Figura 63- Layout mobiliário – Elaborado pela autora
Figura 64- Layout mobiliário – Elaborado pela autora
Figura 65- Diagrama layout interno – Unidade PCD – Elaborado pela autora
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LISTA DE FIGURAS

Figura 66- Diagrama layout interno – Unidades coletivas – Elaborado pela autora

Figura 67- Diagrama layout interno – Unidades coletivas Atend. Psicossocial – Elaborado pela
autora

Figura 68- Diagrama layout interno – Unidades coletivas Salas de Aula – Elaborado pela autora

Figura 69- Diagrama layout interno – Oficina de cap. profissional – Elaborado pela autora

Figura 70- Diagrama layout interno – Unidades coletivas Lavanderia – Elaborado pela autora

Figura 71- Detalhamento executivo base concreto – Elaborado pela autora

Figura 72- Detalhamento executivo Pórtico A1 e A2 – Elaborado pela autora

Figura 73- Detalhamento executivo Pórtico B1 e C1 – Elaborado pela autora

Figura 74- Detalhamento executivo Conector Pórtico BC e conector interno – Elaborado pela
autora

Figura 75- Detalhamento executivo Placa 1 – Elaborado pela autora

Figura 76- Detalhamento executivo Placa 2 – Elaborado pela autora

Figura 77- Detalhamento executivo Placa 3 e escada – Elaborado pela autora

Figura 78- Detalhamento executivo Conectores – Elaborado pela autora

Figura 79- Perspectiva Unidades – processo de montagem – Elaborado pela autora

Figura 80- Perspectiva Unidades – processo de montagem – Elaborado pela autora

Figura 81- Perspectiva Unidades – processo de montagem – Elaborado pela autora

Figura 82- Perspectiva Unidades – processo de montagem – Elaborado pela autora

Figura 83- Perspectivas Unidades processo de montagem– Elaborado pela autora

Figura 84- Detalhamento da unidade montada – Elaborado pela autora

Figura 85- Detalhamento Fechamento fachada elevação – Elaborado pela autora

Figura 86- Detalhe Fechamento da fachada – Elaborado pela autora

Figura 87- Detalhe Fechamento da fachada – Elaborado pela autora

Figura 88 – Painel geral – Elaborado pela autora

11
SUMÁRIO

1. Introdução ..............................................................................................................................14
2. Tema ......................................................................................................................................15
2.1 Tema genérico .....................................................................................................................15
2.2 Tema especifico...................................................................................................................15
2.3 Particularidade temática.......................................................................................................15
3. Objeto.....................................................................................................................................15
3. Objeto – Área Escolhida.........................................................................................................16
4. Objetivo...................................................................................................................................17
4.1 objetivo geral........................................................................................................................17
4.2 objetivos específicos............................................................................................................17
5. Justificativa.............................................................................................................................17
6. O modelo housing first...........................................................................................................22
7. Problematização.....................................................................................................................28
8. Procedimentos metodológicos...............................................................................................31
8.1. Aproximação Temática........................................................................................................31
8.1.2. Levantamento de dados da Região onde o projeto será implantado..............................31
8.1.3. – Elaboração do projeto...................................................................................................31
9. Levantamento de dados da região.........................................................................................32
10. História do Bairro..................................................................................................................37
11.Leis, Decretos Municipais e Estaduais.................................................................................39
11.1 - plano municipal de habitação..........................................................................................39
11.1.2 - decreto nº 7053/2009....................................................................................................40
11.1.3 – lei nº 3.553/2019...........................................................................................................41
12. Referencias projetuais e conceituais...................................................................................42
12.1 – referência conceitual.......................................................................................................42
12.1.2 – referência projetual.......................................................................................................43
13. Diretrizes teóricas e/ou projetuais........................................................................................51
13.1 – forma e materialidade......................................................................................................51
13.1.2 – necessidades dos usuários..........................................................................................51
13.1.3 – definição do programa social.......................................................................................51
13.1.4 – área de interação.........................................................................................................51
14- Organograma do Programa.................................................................................................52
14. Organograma do Programa de Necessidade......................................................................53
15. Fluxos de vias.......................................................................................................................54
16. Implantação..........................................................................................................................55
17. Implantação Programa de necessidades.............................................................................55
18. Fluxos de circulação.............................................................................................................57
19. Fluxos de circulação –Planta...............................................................................................58
20. Método Construtivo módulos...............................................................................................59
21. Sustentabilidade...................................................................................................................60
22. Diagrama Módulos...............................................................................................................61
23. Planta Geral..........................................................................................................................62
24. Unidade Layout 1 Configuração Familiar............................................................................63
25. Diagrama Layout Unidade Individual...................................................................................64
26. Layout Unidade 2 - Configuração individual Detalhe Mobiliário..........................................65
27. Layout interno individual detalhe mobiliário.........................................................................66
28. Layout interno individual detalhe mobiliário.........................................................................67
29. Layout interno individual detalhe mobiliário.........................................................................68
30. Unidade Layout 2 – Configuração familiar...........................................................................69

12
SUMÁRIO

31. Diagrama Layout Unidade Familiar.....................................................................................70


32. Layout Unidade 1 - Configuração familiar Detalhe Mobiliário............................................71
33. Layout interno Familiar Detalhe Mobiliário..........................................................................72
34. Layout interno Familiar Detalhe Mobiliário..........................................................................73
35. Unidade Layout PCD – Pessoas com Deficiência e/ou Mobilidade Reduzida..................74
36. Diagrama Layout PCD.........................................................................................................75
37. Unidade Coletiva.................................................................................................................76
38. Diagrama Módulos coletivos...............................................................................................77
39. Diagrama Módulo Coletivo Salas de Aula..........................................................................78
40. Diagrama Módulo Coletivo Sala de Aula............................................................................79
41. Diagrama Módulo Coletivo – Oficina de Capacitação Profissional....................................80
42. Diagrama – Módulo Coletivo Lavanderia............................................................................81
43. Diagrama – Base de Apoio em Concreto...........................................................................82
44. Diagrama – Pórtico A1 e A2................................................................................................83
45. Diagrama – Pórtico B1 e C1................................................................................................84
46. Diagrama – Conector Pórtico BC – Conector Interno.........................................................85
47. Diagrama – Placa 1.............................................................................................................86
48. Diagrama – Placa 2.............................................................................................................87
49. Diagrama – Placa 3 e Escada.............................................................................................88
50. Conectores...........................................................................................................................89
51. Diagrama de Montagem Módulos Unidade........................................................................90
52. Diagrama de Montagem Módulos Unidade........................................................................91
53. Diagrama de Montagem Módulos Unidade........................................................................92
54. Diagrama de Montagem Módulos Unidade........................................................................93
55. Diagrama de Montagem Módulos Unidade........................................................................94
56. Unidade – Detalhe Materiais...............................................................................................95
57.Detalhamento Fechamento da Fachada – Corte e Elevação..............................................96
58.Detalhe Fechamento da Fachada – Portas Pantográficas..................................................97
59. Detalhe Portas Pantográficas..............................................................................................98
60. Painel Geral.........................................................................................................................99
61. Bibliografia.........................................................................................................................100
61. Bibliografia.........................................................................................................................101
61. Bibliografia.........................................................................................................................102

13
INTRODUÇÃO

Um dos grandes problemas urbanos da atualidade no Brasil é sem dúvida a falta de


moradias e habitações sociais, principalmente para a população mais carente e sobretudo
para as pessoas em situação de rua e vulnerabilidade social que estão abaixo da linha da
pobreza.

Segundo informações do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) não existem


até o momento dados oficiais sobre a população em vulnerabilidade social e situação de rua
no Brasil, o que dificulta a realização de políticas públicas voltadas para este público e
reproduz a invisibilidade social da população de rua.

A base de dados para que se obtenha um parâmetro é usar dados obtidos por 1.924
municípios via Censo do Sistema Único de Assistência Social (Censo SUAS), só em São
Paulo segundo a tabela FIPE (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) são 24.344
pessoas em situação de rua dados obtidos em 2019/2020, ou seja, no início da pandemia.

Até o presente momento não existem dados oficiais sobre a população em situação de
rua nos pós pandemia no país, mas acredita-se que o número mais que dobrou segundo
especulações.

Com a pandemia de Covid-19 esse caos urbano se agravou expressivamente expondo


ainda mais um problema social que há anos passa despercebido pela maioria das pessoas,
estar em situação de vulnerabilidade social acaba por rotular o cidadão como sendo alguém
incapaz que “prefere” permanecer nas ruas, quando na verdade nem sempre é isso que
acontece.

Durante a pandemia pode-se verificar como a perda expressiva de renda pelas famílias
causou um efeito “bola de neve” nas populações que já viviam em vulnerabilidade social,
porém acabaram sendo levadas a descer mais um nível indo abaixo da linha da pobreza,
terminando nas ruas.

A ideia do projeto surgiu da urgência em buscar soluções eficazes que pudessem


resolver o problema de imediato, retirando essas pessoas das ruas dando a elas um abrigo
digno e salutar, devolvendo a autonomia e dignidade sem exigências prévias de cadastros
ou sorteios.

Figura 02 – Mulher e criança em situação de rua – Fonte: Ong Moradores de Rua e Seus Cães -MRSC

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TEMA

2.1 Tema Genérico

Arquitetura, Urbanismo, Habitação Social, Abrigo temporário

2.2 Tema Especifico

Moradias temporárias para Pessoas em Vulnerabilidade Social

2.3 Particularidade Temática

Projeto para Moradias Temporárias Modulares para Pessoas em Vulnerabilidade Social


no Modelo Housing First – Projeto Piloto.

OBJETO

A área escolhida para a implementação do projeto piloto foi um terreno


localizado no Bairro Vila Mathias setorizado como Zona Central II – ZCII: área cuja
principal característica é de ocupação de baixa densidade e comércio em
determinadas vias, onde se pretende incentivar a renovação urbana e o uso
residencial.

Segundo dados da última pesquisa censitária feito pela Prefeitura em 2019, o


Centro II é onde se encontra a maior concentração da população em situação de rua
na cidade de Santos.

Figura 03 – Pessoa em situação de rua – Fonte: Ong Moradores de Rua e Seus Cães -MRSC

15
OBJETO –ÁREA ESCOLHIDA

Área do Projeto – Vila Mathias

São Paulo Santos

Figura 4 – Imagem Aérea – Google Earth

16
OBJETIVO

4.1 Objetivo Geral

Elaborar um Projeto Piloto de Moradias Modulares Temporárias

4.2 Objetivos Específicos

Criar um modelo de moradias temporárias e modulares que possam ser replicadas em


diferentes bairros/cidades como um Projeto Piloto;

• Elaborar um modelo de projeto modular com possibilidade de uso com diferentes Layouts
se adequando a situações diversas conforme o usuário;

• Criar uma infraestrutura com mínimo de intervenção local onde o Projeto Piloto estiver
sendo implementado, com isso possibilitando que o programa seja replicado em novos
locais com mais agilidade;

• O projeto será como um Programa Modelo que contará, além das moradias, com outros
equipamentos de assistência aos usuários, como Centros de Capacitação Profissional,
Espaços culturais, Assistência Social e Horta urbana comunitária.

Figura 05 – Pessoa em situação de rua – Fonte: Ong Moradores de Rua e Seus Cães -MRSC

17
JUSTIFICATIVA

A população em vulnerabilidade social e situação de rua geralmente compõe uma parte da


sociedade que é menos assistida pelas políticas públicas e que estão abaixo da linha da
pobreza, são comumente vistos pela sociedade como pessoas “incapazes, desocupados,
vagabundos, drogados” etc o que não é de todo uma verdade absoluta, esse “senso comum”
nos mostra que é apenas uma questão de tentar entender mais a fundo esse problema social e
urbano, e assim perceber que existem N motivos para que uma pessoa acabe indo “morar” nas
ruas.

Na pandemia de Covid-19 vimos famílias inteiras perdendo sua fonte de renda e


consequentemente sua moradia, gerando um caos urbano ainda maior, os abrigos disponíveis
não conseguiram dar vazão ao aumento de pessoas necessitadas, além de não conseguir
proporcionar o distanciamento social recomendado pelos órgãos de saúde para conter a
propagação do vírus.

Em 2019, com o propósito de obter um comparativo do número de pessoas que estão em


situação de rua o conhecimento de suas reais condições de vida e desigualdades, foi feito um
levantamento Censitário realizado pela prefeitura / SEDS - Secretaria do Desenvolvimento
Social, e UNIFESP por meio do Campus da Baixada Santista. essa pesquisa servirá como base
para criação de novas políticas públicas para a gestão municipal, para todos que trabalham com
essa população e para as próprias pessoas em situação de rua.

Tabela 1 – Fonte – Relatório Parcial


Censo POP Rua

Com o levantamento constatou-se que o Município apresentava naquela ocasião um


total de 868 pessoas em situação de rua, sendo 761 vivendo nas ruas, a maioria na Região
Central, orla e Porto/Macuco, e 107 nos serviços municipais de acolhimento.

A pesquisa ajuda a traçar o perfil da população em vulnerabilidade social das ruas de


Santos e traz importantes informações sobre o cotidiano e vida pregressa dessas pessoas.

18
JUSTIFICATIVA

Gráfico comparativo do aumento da população em situação de rua.

Tabela 2 – Fonte – Relatório Parcial Censo POP Rua

Distribuição de pessoas em situação de rua por área censitária. Santos/SP.

Tabela 3 – Fonte – Relatório Parcial Censo POP Rua

19
JUSTIFICATIVA

Autodeclaração de cor e etnia das pessoas em situação de rua. Santos/SP.

Tabela 4 – Fonte – Relatório Parcial Censo POP Rua

A pesquisa traz ainda dados de gênero 81,9% se declaram homens Cis e 13% se
declaram Mulher Cis. A Presença de crianças na companhia de suas mães nas ruas e
serviços de acolhimento, não puderam ser incluídas na contagem geral do censo pois
para essa abordagem é necessário um outro modelo de abordagem seguindo
parâmetros do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente.

Autodeclaração gênero das pessoas em situação de rua. Santos/SP.

Tabela 5 – Fonte – Relatório Parcial Censo POP Rua

20
JUSTIFICATIVA

A faixa etária média é 48,4% para pessoas entre 40 a 59 anos e 37,1% entre
25 a 39 anos de idade.

Entre os motivos citados para estar na rua 45% alegam “conflitos


familiares”, 39% “perda de emprego”, 18% “perda de moradia”, 35% “uso de
entorpecentes”.

A pesquisa também foi realizada nos seguintes órgãos de apoio às pessoas


em situação de rua, entre Ongs conveniadas e órgãos Municipais:

1. Albergue Noturno Casa de Passagem conveniada com a SEDS

2. Casa das Anas. ONG Vidas Recicladas. Abrigo Institucional conveniado com
a SEDS

3. SEACOLHE-AIF - Seção de Acolhimento e Abrigo Provisório de Adultos,


Idosos e Famílias em Situação de Rua da SEDS

4- SEABRIGO - Seção de Abrigo Adulto, Idoso e Família da SEDS

Com um total de 250 vagas disponíveis para atender a população de rua.

Figura 06 – Criança em situação de rua – Fonte: Ong Moradores de Rua e Seus Cães -MRSC

21
O MODELO HOUSING FIRST

O modelo de abrigo social denominado Housing First chamado no Brasil de Moradia


Primeiro traz uma nova abordagem sob o tema de moradia social.

Baseado nos princípios da abordagem social “Housing First”, criado pela


organização Pathways to Housing First e colocado em prática pela primeira vez em Nova
York no ano de 1992.

O princípio básico para o programa é o direcionamento rápido de uma pessoa em


situação de cronicidade de rua a uma moradia segura, individual, introduzido no
município que ele já está habituado e integrado à comunidade.

Ao entrar no programa social o indivíduo passa a ser acompanhado por uma equipe
multidisciplinar como psicólogos, terapeutas, Assistentes Sociais e Agentes de Saúde da
família, assim a equipe consegue detectar e auxiliar as demandas demonstrada pelo
assistido de forma a apoiá-lo a permanecer na moradia e receber os cuidados
necessários para sua reinserção a sociedade.

Figura 7 – Modelo Abrigo versus modelo Housing First no sistema Escada – Fonte – Movimento Ruas

O que o difere dos modelos tradicionais de abrigo (modelo Escada), onde a


pessoa precisa passar por uma série de processos para enfim ser direcionado a um lar
ou abrigo, no modelo Housing First esse acesso é imediato, porém cada Secretária pode
estabelecer alguns critérios básicos para a concessão do benefício, como por exemplo
Mulheres sozinhas com crianças, idosos e famílias até quatro pessoas. É a partir da
moradia que o cidadão consegue ter apoio emocional, fisiológico e psíquico para superar
os obstáculos e assim conquistar sua autonomia. A moradia é a porta de entrada para a
recuperação da pessoa em situação de rua.

22
O MODELO HOUSING FIRST

Segundo o Dr. José H. Ornelas do Instituto Universitário (ISPA) e da Associação para o


Estudo de Integração Psicossocial (AEIPS) de Portugal, pesquisador pioneiro no estudo da
metodologia Housing First na Europa apresentado no Seminário Internacional sobre Moradia
para a População em Situação de Rua em 2019 (Ornelas, 2019).

(...) A evidência científica mostra que o modelo Housing First é a solução mais
rápida, de custo-benefício mais baixo e com resultados extraordinários já
estudados por várias universidades, tais como maiores integrações comunitária,
maior bem-estar e satisfação pessoal, redução de sintomas de doenças mentais e
redução do nível de dependência química e do álcool. Não é só uma casa, é uma
casa que transforma e permite a recuperação total da pessoa que antes vivia sem
abrigo.

O Dr. José H. Ornelas aponta ainda um resultado positivo de mais de 80% de efetividade
de sucesso do programa na Europa.

Segundo a perita portuguesa Teresa Duarte no Seminário Internacional sobre Moradia


para a População em Situação de Rua (Duarte, 2019) que realizou um estudo sobre as
experiências de Housing First na Europa, onde tanto a Comissão Europeia quanto os países
membros adotam o modelo nas estratégias de programas sociais criados para lidar com as
populações em situação de rua.

Ela explica que há todo um conjunto de ações e custos envolvidos na abordagem,


acolhimento e tratamento do indivíduo em vulnerabilidade social que não é somado aos
cofres públicos:

(...) Portanto, gasta-se muito e não se resolve o problema central, pois as


pessoas continuam nas ruas. O Housing First permite que esses recursos sejam
investidos de maneira muito mais efetiva para resolver esse problema, dando às
pessoas o que elas realmente querem, uma casa.

Figura 08 – Pessoas em barraca de camping sob viaduto Santa Ifigênia SP – Fonte: BBC News Brasil

23
O MODELO HOUSING FIRST

No Brasil existem dois Projetos Pilotos em atuação desde 2018 até o momento em
Porto Alegre e Curitiba, outro implementado de maneira informal através da Ong Projeto
Ruas no Rio de Janeiro e recentemente outro projeto Piloto começou a ser executado
em São Paulo, pela Prefeitura, no bairro do Bom Retiro onde serão instaladas 350
moradias modulares em local pré determinado pelo órgão público, no local funcionará
também uma horta urbana e outros equipamentos sociais para manutenção do
programa, segundo informações obtidas junto a Coordenação de Políticas para a
População em Situação de Rua de São Paulo, a entrega do programa completo está
previsto para o final de 2022.

As principais características que diferenciam o modelo tradicional do Housing First


talvez seja a questão de devolver a autonomia do assistido, segundo a Perita Teresa
Duarte no Seminário Internacional sobre Moradia para a População (Duarte, 2019):

(...) Na verdade, ouvimos das pessoas que, ao conseguir uma casa, elas
recuperam sua liberdade, a liberdade de decidir quando dormem, quando
acordam, o que comem e como vivem. Na rua, as pessoas são
condicionadas a sobreviver apenas, isso não é liberdade. O que as pessoas
não querem é ir para espaços massificados.

Outro aspecto percebido no modelo tradicional são que os abrigos/hospedagem


funcionam apenas como dormitório, o indivíduo tem horário para entrar e sair e muitas
vezes precisa aguardar horas nas filas para conseguir uma vaga, principalmente em
épocas de baixas temperaturas, outra preocupação apontada é de que muitas pessoas
possuem pertences, embora poucos, na maioria das vezes são os únicos objetos de
valor que adquiriram durante o período nas ruas, como cobertores, pequenos móveis e
objetos e para estes não há espaço suficiente nos abrigos, sendo assim, para não abrir
mão desses pertences preferem não recorrer aos abrigos.

Figura 09 – Pessoa em situação de rua com seu pet – Fonte: Jornal Hora Campinas

24
O MODELO HOUSING FIRST

O mesmo acontece com os chamados “carrinheiros” que não podem abandonar


suas carroças de coleta por ser o seu único meio de sustento nas ruas, já que a maioria
dos abrigos não possui local adequado de parada para esses carrinhos.

Ocasionalmente indivíduos tutores de animais de estimação não conseguem


acessar esse serviço devido á alguns abrigos não possuírem o Espaço Pet, e para não
renunciar ao companheiro canino ou felino o indivíduo prefere não utilizar os abrigos.

Insegurança, muitas pessoas que utilizam ou utilizaram esses locais relataram o


medo e a insegurança como furtos e até estupros, esse medo é mais comum
principalmente entre as mulheres.

Famílias acabam ficando em alas separadas (pai/mãe, irmãos/irmãs adultos) sendo


mais um motivo para não aceitaram a permanência nos abrigos.

Outro importante fator da “moradia primeiro” ao indivíduo é o simples fato de


passar a ter um endereço, isso permitirá obter documentos, conseguir um trabalho,
conseguir matrícula nas escolas, dar continuidade a algum tratamento médico entre
outros fatores que geralmente exigem a necessidade de um endereço fixo.

Por que ter uma habitação é tão importante para indivíduos em vulnerabilidade
social ? Não ter um lar estável, seguro e adequado pode causar estresse e ansiedade
significativos para as pessoas em situação de rua, não ter um lar é como não ter
controle sobre a própria vida é ter a sensação de não pertencimento a lugar nenhum e
se sentir invisível perante a sociedade.

25
O MODELO HOUSING FIRST

Os modelos tradicionais de programas sociais costumam ter um curto período


de duração, ou oferecem apenas a hospedagem noturna, esse fator acaba gerando
stress no assistido, já que todos os dias ele precisará pensar se e como conseguirá
ajuda necessária novamente, seja para o descanso, alimentação, cuidados pessoas e
de saúde, isso faz com que o indivíduo não tenha a confiança necessária nos
serviços de apoio social, falta de vontade de procurar tratamento adequado, já que
não haverá meios de dar continuidade no mesmo.

Nessas condições, a eficácia do suporte e do tratamento pode ser bastante


reduzida e/ou entregue de forma inconsistente, pois o usuário do serviço pode estar
mais focado em buscar segurança do que em buscar a recuperação.

Oferecer serviços de tratamento e suporte dentro de um contexto em que o


usuário do serviço se sinta seguro no controle de seu ambiente e nível de
envolvimento.

Isso ajuda a proporcionar uma sensação de estabilidade, pois a pessoa sabe que
não será abandonado pelo programa e ficará sem-teto – um medo comum e fonte de
estresse e, portanto, o assistido pode se concentrar em sua recuperação, sabendo
que será apoiado pelo tempo que for necessário.

Com a crise do coronavírus forçou as pessoas a 'se abrigar' e 'ficar em casa', a


maioria dos Municípios não estava preparada para o imenso contingente em situação
de rua que necessitou de uma ação rápida e eficaz para conter o avanço da doença.

26
O MODELO HOUSING FIRST

Muitos abrigos noturnos e alguns alojamentos temporários para os sem-teto não


possuíam estrutura ou espaço físico suficiente para as pessoas ficarem seguramente
distantes umas das outras, e o risco de propagação de um vírus é alto em espaços
superlotados como é o caso dos abrigos do modelo tradicional.

Nesse quesito o modelo Housing First pode ser visto como uma solução mais
segura e eficaz para impedir a propagação do Covid-19 e outras possíveis calamidades
futuras pois as pessoas podem morar em suas próprias casas e seguir as diretrizes do
governo em relação ao distanciamento social e ao autoisolamento em caso de infecção

Muitas pessoas em situação de rua têm problemas de saúde que não se manifestam
claramente ou já possuem algum outro problema crônico e por esse motivo são
particularmente predispostos a serem infectados por vírus, como o coronavírus que
causa o Covid-19 e outras doenças infecto contagiosas.

Figura 10- Fachada principal casa para pessoas em situação de rua em Emerald Village Eugene – Oregon – Fonte: DEN
Tiny House

27
PROBLEMATIZAÇÃO

A Arquitetura Hostil, o termo foi empregado pela primeira vez pelo repórter do The
Guardian, Ben Quinn, em 2014. Em 2021 o termo veio à tona novamente no país devido as
críticas a esse tipo de ação e obteve mais visibilidade quando o padre Julio Lancelotti —
coordenador da Pastoral do Povo de Rua da Arquidiocese de São Paulo — quebro, a
marretadas, as pedras que foram colocadas pela prefeitura de São Paulo sob o viaduto
Dom Luciano Mendes de Almeida para impedir a presença de pessoas em situação de rua
no local, o ato em si levantou muitos questionamentos e opiniões, tanto contra como a
favor.

Figura 11 – Padre Julio Lancelotti sob o viaduto Dom Luciano Mendes de Almeida em SP – Fonte - ArchDaily

O termo gera outro questionamento, até que ponto as cidades devem ser tão
excludentes? Como a arquitetura deve buscar uma solução viável para esse problema
social que não é apenas de uma única pessoa ou órgão público? Os obstáculos para o
uso dos espaços públicos pelos sem-teto são mais comuns do que se imagina nos
municípios e, muitas vezes, passam despercebidos pelos cidadãos por já estarem
introduzidos á paisagem urbana.

Figura 12 – Foto sob viaduto – Fonte - Metrópoles

28
PROBLEMATIZAÇÃO

Criar barreiras e outros meios de evitar a permanência de determinados grupos da


sociedade considerados indesejáveis foi o meio mais fácil que órgãos públicos e entes
privados encontraram para tentar proteger seu patrimônio, deixando de lado, porém o lado
humanitário da questão e tornando os espaços públicos excludentes, frios e nada
convidativos, contrariando totalmente o que prega a Arquitetura em si, que é a “cidade
para pessoas”. No final, esses elementos não resolvem o problema, ele continua
existindo, ele apenas evita a permanência temporária de pessoas em vulnerabilidade social
naquele espaço. Segundo a pesquisadora da Universidade da Califórnia em São
Francisco, Caitlin Carey (Carey, 2021), que estuda o tema, no artigo “Arquitetura hostil:
quando as cidades não são para todos”, essa forma de desenho é empregada para:

(...) Manipular o comportamento humano, muitas vezes para desencorajar


atitudes indesejadas. E a maioria desses comportamentos está associado a
pessoas que moram na rua e são ligados a atos como dormir, deitar ou
descansar, que são inevitáveis da vida.

Caitlin (Carey, 2021) comenta no mesmo artigo “Arquitetura hostil: quando as cidades
não são para todos” que moradores de rua fazem parte das comunidades como qualquer
outro cidadão.

(...) Eles merecem ser capazes de usar os ambientes públicos da maneira


que precisam, dentro dos limites de segurança e da decência, é claro. Mas,
quero dizer, eles precisam dormir.

Figura 13 – Banco de praça – Fonte: ArchDaily

29
PROBLEMATIZAÇÃO

Em 31 de março de 2021, o Senado aprovou o Projeto de Lei (PL) 488/2021, de autoria


do senador Fabiano Contarato (Rede-ES), que proíbe a utilização de arquitetura hostil —
que também é chamada de design defensivo ou design desagradável — em ambientes
públicos. O PL 488/2021, que aguarda o parecer do relator na Comissão de
Desenvolvimento Urbano (CDU) na Câmara de Deputados, altera o Estatuto da Cidade e
deve se chamar Lei Padre Julio Lancelotti.

Figura 14 – Banco de praça em concreto – Fonte: ArchDaily

O texto incluído na Norma veda a utilização de estruturas, materiais e técnicas de


arquitetura hostil que visem afastar pessoas em situação de rua, idosos, jovens e outros
segmentos da população dos espaços urbanos públicos.

Tanto Contarato como o Padre Júlio Lancelotti não defendem a permanência das
pessoas nesses espaços públicos, mas olham essas imposições a sua presença um
agravamento do problema social e não uma solução, situação que foi agravada pela
pandemia de coronavírus em 2020.

É necessário pensarmos em como o papel da Arquitetura Urbana é importante para a


inclusão dessa camada da sociedade como principal agente transformador dos espaços
públicos / privados. Criar soluções efetivas, mesmo que a longo prazo, para combater o
problema habitacional dessa população precisa ser parte prioritária das políticas públicas
em âmbito nacional, agindo conjuntamente com a sociedade civil, buscando o bem
comum sem excluir ou segregar indivíduos.

30
PROCEDIMENTOS
METODOLÓGICOS

Para a melhor compreensão do tema abordado neste trabalho, foi utilizado pesquisa
do tema no âmbito nacional e internacional e modelos já existentes.

8.1 Aproximação temática

• Pesquisa bibliográfica de trabalhos acadêmicos relacionados ao tema;


• Pesquisa bibliográfica de autores relacionados ao tema;
• Pesquisa de referências de casas modulares;
• Pesquisa de Teses sobre o assunto;
• Pesquisa de campo projetos pilotos existentes;
• Pesquisa junto aos Órgãos Públicos.
• Pesquisa de Leis, Estudos e Plano sobre Moradia Social

8.1.2 Levantamento de dados da região que o projeto será implantado

• Estudo da região central de Santos;


• Escolha do terreno próximo a concentração de pessoas em vulnerabilidade social;

8.1.3 Elaboração do projeto

• Criação de mapas de estudo do entorno do terreno;


• gabaritos, usos, hierarquia viária;
• Estudo de fluxos e massas;
• Programa de necessidades;
• Projeto.

31
LEVANTAMENTOS DE DADOS
DA REGIÃO

• Á área escolhida para a implementação do programa fica localizado no Bairro Vila Mathias
em Santos situado na Zona Central II – ZCII: que é descrita como uma área caracterizada
por ocupação de baixa densidade e comércio especializado em determinadas vias, onde
se pretende incentivar a renovação urbana e o uso residencial.

Figura 15 – Mapa de Santos – Fonte – Google Earth

O terreno compreende o Lote 53 da Quadra 11, situado de frente com a Rua Silva Jardim
e esquina com a Rua Anhanguera, com uma área total de 6.290m2.

Figura 16 – Mapa bairro de Santos – Fonte – Google Earth

32
LEVANTAMENTOS DE DADOS
DA REGIÃO

O Alegra Centro que é o Programa de Revitalização e Desenvolvimento da Área


Central de Santos, instituído pela Lei Complementar nº 470/2003 dispõe sobre
elementos que compõem a paisagem fixando normas, padrões e incentivos fiscais.

A Lei estabelece os Níveis de Proteção do Centro Histórico, o terreno em


questão faz parte da NP-3A que diz;

(...) Nível de Proteção 3a (NP3a) –Livre opção de projeto, mantendo-se,


porém, o gabarito predominante dos imóveis NP1 e NP2 existentes na
testada da quadra em que estiver inserido e quando da inexistência
destes na mesma quadra, nas testadas das quadras subsequentes e
alinhadas a esta.

NP-3A

Figura 17 – Mapa Condepasa – Fonte – Prefeitura de Santos

33
LEVANTAMENTOS DE DADOS DA
REGIÃO

Pelo mapa de Hierarquia viária a Rua Silva Jardim está classificada como - A – Via
Arterial - sem classificação especial. Por definição da LUOS;

“As vias Arteriais são avenidas e ruas que possuem maior capacidade de
suporte e permitem ligações entre as diversas regiões da cidade, com médio a
alto fluxo de veículos, por onde passam também os sistemas de transporte de
alta capacidade e veículos de carga de menor porte.” (Prefeitura Municipal de
Santos, 2019)

Via Arterial

Figura 18 – Vias arteriais - Fonte – Prefeitura de Santos

Quanto as restrições de Uso, a região esta classificada como uso Permitido


sem Restrições de Porte na categoria R - para construções residenciais.

Figura 19 – Fonte – Cartilha LUOS – Santos/SP

34
LEVANTAMENTOS DE
DADOS DA REGIÃO

O mapa a seguir mostra os aparelhos públicos de assistência Social ligados a


SEDS (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social) no bairro da Vila Mathias

Figura 20 – Mapa vila Mathias - Fonte – Prefeitura de Santos

Segundo dados obtidos na Cartilha LUOS- Lei de Uso e Ocupação do Solo a


densidade habitacional da região estudada oscila entre os 100 a 400 hab/ha
conforme legenda. O lote objeto de estudo se enquadra como: Sem ocorrência de
UH – Unidade habitacional.

Figura 21 – Fonte – Cartilha LUOS - Santos

Figura 22 – Legenda - Fonte – Cartilha LUOS – Santos

35
LEVANTAMENTOS DE
DADOS DA REGIÃO

O mapa a seguir mostra o levantamento do Uso e Ocupação do solo, na área objeto


do estudo, percebe-se que as habitações horizontais predominam na região, tornando o
gabarito mais baixo.

Também podemos observar uma grande concentração de áreas comerciais e


institucionais, esse mapeamento demonstra um uso misto no bairro principalmente na área
Diretamente Afetada pelo estudo do projeto.

Figura 23 – Fonte – Cartilha LUOS - Santos

Figura 24 – Fonte – Legenda - Cartilha LUOS - Santos

O mapa a seguir mostra o levantamento de Comércios e Prestadores de Serviço


na Vila Mathias, nota-se uma concentração maior de locais com serviços
corroborando os dados do mapa anterior.

Legenda:

Comércios

Serviços

Figura 25 – Fonte – Cartilha LUOS - Santos

36
HISTÓRIA DO BAIRRO

O bairro da Vila Mathias completou 133 anos e mantém sua originalidade mesclando
áreas residenciais, comerciais e acadêmicas.

É constituído na sua maior parte por casarões históricos, muitos hoje abrigando
prestadores de serviços e outros usados também como habitação inclusive cortiços.

A vila Mathias é um dos maiores bairros de Santos em extensão, aproximadamente


1,48km2, delimitado pelas ruas Joaquim Távora, Xavier Pinheiro e Manoel Tourinho, e
avenidas Rangel Pestana, Campos Salles, Bernardino de Campos, Waldemar Leão e Cláudio
Luís da Costa.

Na região, encontramos também algumas associações como os sindicatos do


Comércio Varejista, dos Urbanitários, dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Serviços
de Saúde de Santos, de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares da Baixada Santista e Vale
do Ribeira.

Na vila Mathias também estão localizados boa parte dos centros Acadêmicos a
Universidade Paulista (Unip), Universidade São Judas Tadeu – Campus Unimonte,
Universidade Católica de Santos (Unisantos), Universidade Metropolitana (Unimes),
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e Fundação Getúlio Vargas.

Entre os equipamentos públicos o bairro abriga a UPA Central e uma policlínica.

Nove escolas também estão à disposição dos moradores, uma municipal e oito
unidades particulares, além de equipamentos da SEDS - Secretaria de Desenvolvimento
Social, como o Centro da Juventude, a República Vitória e a Unidade Especializada da
Assistência Social à População em Situação de Rua.

Figura 26 – Trecho da Rua Silva Jardim - Fonte – Google Figura 27 – Av. Dr. Silvério Fontes - Fonte – Google
Maps Maps

37
HISTÓRIA DO BAIRRO

Figura 28 – Trecho da Rua Silva Jardim - Fonte


– Google Maps

Figura 29 – Trecho Rua Henrique Hablas – Fonte


Google Maps

Figura 30 – Trecho da Rua Henrique Hablas de


frente ao terreno objeto do projeto – Fonte
Google Maps

Figura 31 – Trecho da R. Silva Jardim de frente


ao terreno objeto do projeto – Fonte Google
Maps

38
LEIS, DECRETOS
MUNICIPAIS E ESTADUAIS

11.1 - Plano Municipal de Habitação

O Município de Santos elaborou um Estudo através do Plano Municipal de Habitação –


Contrato nº 421/2008 onde cria as Diretrizes e Estrutura Normativa para a implementação de
diversos programas habitacionais em diferentes modalidades com a finalidade de propor
ações que assegurem a provisão habitacional priorizando grupos de baixa renda no
município que não são atendidos pelos demais programas habitacionais em curso no
município.

Embora o texto em si não aborde especificamente atender a população em situação de


rua, o plano traz importantes metas que contemplam o incentivo do Poder Público as
instituições privadas para a produção de moradias para população de menor renda,
buscando também incentivar as Associações e Cooperativas habitacionais, conforme
descrito na página 60 – Item 5.3 – Programa de Provisão Habitacional (Prefeitura Municipal
de Santos, 2009).

“O programa de provisão habitacional consiste em ampliar a oferta direta de


novas unidades habitacionais pelo poder público, acessíveis à população de
baixa renda, por meio da produção de novos conjuntos habitacionais, ou ainda,
do financiamento à aquisição de moradia, voltado a atender à demanda
habitacional não atendida pelo mercado. O poder público deve, ainda, estimular
e apoiar a produção de novas moradias pelo setor privado para população nas
faixas de PLANO MUNICIPAL DE HABITAÇÃO DE SANTOS menor renda, bem
como pelas associações e/ ou cooperativas habitacionais ou movimentos de
moradia”

O plano traz ainda metas em busca de apoio e articulação entre Governo Municipal, Federal
e Estadual, a fim de concretizar convênios e parcerias para garantir a ampliação do
programa habitacional para á população de baixa renda.

39
LEIS, DECRETOS
MUNICIPAIS E ESTADUAIS

11.1.2 - Decreto nº 7053/2009

Em 2009 foi elaborado o Decreto nº 7053 de 23 de Dezembro de 2009 que


estabelece a Politica Nacional Para a População em Situação de Rua.

O decreto cria importantes diretrizes para propor e buscar soluções junto aos
entes da federação, criando comitês, fóruns, e incentivando a participação
entidades representantes de classe. Alguns princípios buscados na Politica são
citados no Artº 5 que diz:

“Art. 5o São princípios da Política Nacional para a População em


Situação de Rua, além da igualdade e equidade:

I - Respeito à dignidade da pessoa humana;

II - Direito à convivência familiar e comunitária;

III - valorização e respeito à vida e à cidadania;

IV - Atendimento humanizado e universalizado;

V - Respeito às condições sociais e diferenças de origem, raça, idade,


nacionalidade, gênero, orientação sexual e religiosa, com atenção
especial às pessoas com deficiência” (Presidência da República Casa
Civil, 2009).

40
LEIS, DECRETOS
MUNICIPAIS E ESTADUAIS

11.1.3 – Lei nº 3.553/2019

A Lei Municipal nº 3.553 de 26 de Junho de 2019 institui o programa de Inclusão


Cidadã-Fênix, a lei municipal tem por diretrizes básicas facilitar a inclusão social das
populações atendidas pelos programas da Secretaria Municipal de Desenvolvimento
Social (SEDS) dando prioridade a população em situação de rua.

Para fazer parte do programa e obter os benefícios o usuário deverá estar


previamente cadastrado em algum dos serviços oferecidos pela SEDS como cita o Artº
5:

"Art. 5º Poderão ser beneficiários do Programa os usuários acompanhados


pelos serviços socioassistenciais da Secretaria Municipal de
Desenvolvimento Social, mediante conclusão exarada em Parecer Técnico
fundamentado do serviço da Proteção Social Básica ou da Proteção Social
Especial, ao qual o beneficiário estiver vinculado.” (Prefeitura Municipal de
Santos, 2019)

41
REFERENCIAS PROJETUAIS
E CONCEITUAIS

12.1. – Referencia conceitual

Projeto Oficina Boracea

Localização: São Paulo, SP

Projeto/ construção: 2002/ 2003

Área construída: 17.000m²

Terreno: 90.000m²

Equipe Arquitetura: Roberto Loeb e Arquitetos Associados

Colaboradores: Luis Capote, Cássia Ciccone, Tatiana Calderon, Cecília Nomura,


Damiano Leite, Fernanda Pinha, Nicola Pugliese, Luiz Asao, Luciana Antunes,
Alexandre Kayo, Olívia Nakagawa, Taisa Endrigue, Paula Nagamati.

Figura 32 – Fachada – Figura 33 – Pátio Interno


Fonte: LoebCapote Fonte: LoebCapote

O Projeto Oficina Boracea é um importante Centro de ajuda ás pessoas em


Vulnerabilidade Social, e apesar de seguir o modelo “abrigo” o conceito segue o mesmo
do Housing First que é: Reduzir o número de pessoas em situação de rua, Construção de
Alternativas de Sobrevivência com Capacitação técnica e profissional, Respeito à
privacidade, Assistência médica, conscientização sobre a população de rua e seu papel na
reciclagem, acolhimento, convívio social, reconstituição dos vínculos, construção da
autonomia, alternativas de reinserção social.

O Oficina Boracea, de iniciativa da Prefeitura Municipal de São Paulo, integrando o


Programa Acolher – Reconstruindo Vidas, iniciou em maio de 2002. Em junho de 2003 foi
inaugurado como um conjunto de serviços e abrigos voltados para a acolhida, convívio e
busca da autonomia ao morador de rua, na gestão da prefeita Marta Suplicy.

Localização - Ocupa um terreno de 17 mil m2, na região da Barra Funda, abrigando


espaços de dormitórios, convívios, restaurantes e inicialmente, espaços articulados para
oficinas e atividade voltados a reintegração social.

42
REFERENCIAS PROJETUAIS
E CONCEITUAIS

12.1.2 – Referência Projetual

Abrigo de Emergência

Localização – Melbourne – Austrália

Projeto / Construção – 2012

Área – 37m2

Arquitetos - Carter Williamson Architects

O abrigo foi desenhado como um protótipo de habitação sustentável que pode ser
configurado para atender quase todos os climas ou orientações e pode ser facilmente
transportado com baixo custo para áreas remotas do globo.

Chegando embalado, o abrigo pode ser montado rapidamente e tem potencial de


fazer uma diferença significativa quando utilizado como solução para habitação de médio
e longo prazo, também poderia ser usado como soluções para indústria já que pode ser
transportado facilmente para regiões fronteiriças.

Sua principal função no entanto é fornecer refúgio e segurança para famílias e


comunidades em crise.

Figura 34 –Casa em Exposição- Abrigo de Emergência Figura 35 –Foto Interna – Fonte- ArchDaily
– Fonte- ArchDaily

43
REFERENCIAS PROJETUAIS
E CONCEITUAIS

A principal referencia projetual desse abrigo seria sua versatilidade no


transporte e montagem, a ideia da modulação flexível permite que a casa seja usada
como outro tipo de equipamento emergencial além da casa, como alojamento, centro
de triagem e até laboratório.

Figura 36 – Planta Baixa – Fonte- ArchDaily Figura 37 – Elevação – Fonte- ArchDaily

Programa Vila Reencontro

Localização – Bom Retiro – São Paulo

Projeto / Construção – 2022

Área – 18m2

Terreno – 16mil m2

Prefeitura do Estado de São Paulo

Previsão – 350 unidades modulares

Figura 38- Instalação das unidades modulares - Fonte: Divulgação/Prefeitura de São Paulo

44
REFERENCIAS PROJETUAIS
E CONCEITUAIS

Inspirado no modelo “housing first" (Moradia primeiro) a iniciativa do Município é


garantir que os sem-teto tenham acesso imediato à moradia com esse projeto Piloto
pioneiro em São Paulo, as casas modulares começaram a ser instaladas no antigo terreno
onde funcionava o Detran no bairro do Bom Retiro na Av. do Estado, local hoje com
grande concentração de pessoas em vulnerabilidade social, principalmente no pós-
pandemia. Segundo informações da Secretária de Assistência Social no local também
haverá a instalação de outros equipamentos sociais como horta urbana comunitária,
centros de capacitação profissional e contará ainda com uma unidade do Bom Prato e
uma Unidade Básica de Saúde.

A ideia do programa é abrigar até 1400 pessoas até o final do ano, cada unidade
modular tem 18 metros quadrados e possui um quarto, cozinha e banheiro.

Segundo critérios da Secretaria, as casas modulares entregues na primeira fase terão


prioridade para famílias de até quatro pessoas, mulheres com crianças e idosos que
estejam em situação de rua há pelo menos dois anos. Cada família poderá ficar no
alojamento de transição pelo período de 12 a 18 meses e a prorrogação será determinada
pelas Secretarias conforme a necessidade do assistido.

Figura 39- Foto interna da Unidade modular- Fonte: Figura 40- Foto Instalação inicial das casas modulares
Divulgação/Prefeitura de São Paulo -Fonte: Divulgação/Prefeitura de São Paulo

45
REFERENCIAS PROJETUAIS
E CONCEITUAIS

DEN Tiny House


Localização – Emerald Village Eugene – Estados Unidos
Projeto / Construção – 2016
Área – 15m2 e 26m2
Responsável – Ong SquareOne Villages
Autor projeto - Campfire Collaborative

O projeto Emerald Village Eugene (EVE), é uma comunidade de mini casas, as


chamadas Tiny Houses, construídas para abrigar famílias em situação de rua nos Estados
Unidos no modelo Housing First, o projeto das casas faz parte de um programa liderado
pela Ong SquareOne Villages que buscou criar comunidades autogeridas de pequenas
casas de baixo custo para pessoas em vulnerabilidade social e situação de rua, a Ong faz
todo o trabalho através de doações.

Ao todo são 22 unidades com metragens de 15 a 26m2, as casas são permanentes em


fundações de laje e incluem dormitório, sala de estar, cozinhas compactas e banheiros
completos. A ideia do programa é criar pequenas vilas de casas em vários pontos da
cidade, dessa forma é possível alcançar várias demandas de usuários e atende-los onde já
estão inseridos previamente, sem necessidade de desloca-los para áreas afastadas ou
excluídas.

Nesse modelo de programa os moradores não são apenas os inquilinos eles são
membros de uma cooperativa habitacional com uma participação acionária na vila, dando-
lhes um modesto ativo financeiro que pode ser sacado se e quando eles decidirem se
mudar.

Equipes de arquitetos e construtores locais forneceram serviços para acompanhar o


projeto e a construção das unidades de forma colaborativa, criando uma comunidade que
apresenta uma variedade de métodos compactos de design e construção das unidades.

Figura 42- Foto da


construção
Figura 41- Fachada principal – Fonte: DEN Tiny House
– Fonte: DEN Tiny House

46
REFERENCIAS PROJETUAIS
E CONCEITUAIS

A casa utiliza materiais sustentáveis como o metal na parte externa e a madeira como
revestimento interno, o revestimento de metal exterior da Tiny House envolve
continuamente desde o telhado até a parede, formando uma casca de manutenção muito
baixa que é durável e sustentável.

A principal referência projetual é o conceito modular e sustentável, seu layout aberto


com ênfase na ventilação cruzada e mobiliário compacto e planejado, de forma a aproveitar
perfeitamente cada espaço dos ambientes, priorizando o conforto ao mesmo tempo o
minimalismo.

Figura 43- Planta Baixa –


Fonte: DEN Tiny House

Casa Mínima (Diogene)

Localização – Alemanha

Projeto / Construção – 2013

Área – 7m2 (Protótipo)

Autor projeto – Renzo Piano

A proposta dessa casa, parte do princípio da busca do Arquiteto Renzo Piano pelo
minimalismo e da sua fascinação por espaços mínimos em que um ser humano poderia viver
com conforto.

A casa tem seu interior revestido em madeira, com mobiliário dobrável e feito sob
medida facilitando e aproveitando totalmente os espaços internos. O uso da tecnologia faz
da casa Diogene totalmente autossuficiente com uso de painéis solares, boiler, captação de
água pluvial, reciclagem de água e banheiro biológico, garantindo á casa autonomia e
pegada zero de carbono.

O acabamento externo é em alumínio e o telhado inclinado com uma grande abertura


superior proporciona uma boa ventilação e iluminação.

47
REFERENCIAS PROJETUAIS
E CONCEITUAIS

A casa possui banheiro completo, área para refeições com mesa e um sofá cama
dobrável, além de nichos embutidos para guardar objetos.

O uso desse exemplo como referência projetual se dá principalmente pela


sustentabilidade do projeto, pelas formas simples, porém dinâmicas, pela praticidade na
montagem e pelo conforto proporcional ao tamanho da residência.

Figura 44- Fachada externa – Fonte: ArchDaily

Figura 45- Imagens internas, Cortes, planta


com medidas– Fonte: ArchDaily

48
REFERENCIAS PROJETUAIS
E CONCEITUAIS

Wikkelhouse
Localização – Amsterdã - Holanda
Projeto / Construção – 2016
Área – variável
Responsável – Fiction Factory
Autor projeto - Fiction Factory

Figura 46- Fachada externa –


Fonte: Wikkelhouse

A Wikkelhouse é uma empresa Holandesa baseada em Amsterdã que produziu essa


casa modular totalmente ecológica, ela usa basicamente papelão e lâminas de madeira como
principais componentes na fabricação dos módulos, tornando a casa 100% reciclável.

Cada módulo é fabricado individualmente e transportado em partes até o local de


instalação, facilitando toda a logística. Por ser modular seu tamanho pode variar conforme a
opção do cliente, cada módulo possui 1,10m x 4.60m e podem ser acoplados quantos forem
necessários.

Figura 47- Imagens dos módulos avulsos –


Fonte: Wikkelhouse

49
REFERENCIAS PROJETUAIS
E CONCEITUAIS

Unidos os módulos formam uma linda casa, que pode ser instalada com qualquer
terreno plano, a casa contém, cozinha, banheiro, dormitório e sala de estar, além do
deck externo.

Como os módulos são leves não necessitam de uma fundação e são instalados
sobre bases de concretos armado e vigas de madeira, dessa forma sua completa
instalação pode ser feita em apenas um dia.

Figura 48- Detalhe material interno mostrando


o papelão – Fonte: Wikkelhouse

Figura 49- Instalação dos módulos –


Fonte: Wikkelhouse

Figura 50- Fabricação dos módulos – Fonte: Wikkelhouse

50
DIRETRIZES TEÓRICAS
E/OU PROJETUAIS

13.1 – Forma e Materialidade

Após os levantamentos iniciais da área onde será implantado o projeto, será feito um
estudo do layout das unidades modulares e dos demais equipamentos que farão parte
do programa social.

13.1.2 – Necessidades dos usuários

Projetar unidades modulares cujo layout possa ser configurado de acordo com o
número de ocupantes de 1 a 4 pessoas, de forma a proporcionar uma moradia
saudável, confortável e autossustentável.

13.1.3 – Definição do programa social

O programa contemplara não apenas as moradias modulares, mas todo um conjunto


de equipamentos direcionados ao acolhimento, apoio psicossocial, capacitação
profissional, lazer, estimulo a convivência e integração com a comunidade.

13.1.4 – Área de interação

Área verde destinada a interação social dos assistidos, no local também haverá um
playground e mobiliário urbano como “parklets”, bancos, bicicletário etc. O entorno
também será revitalizado criando uma identidade do local.

51
ORGANOGRAMA DO
PROGRAMA

Secretária de
Assistência Social

Pessoa em situação de Triagem dos indivíduos


rua em risco

Encaminhamento para
o programa “Moradia
Primeiro”

Atendimento
psicossocial

Encaminhamento para Reinserção á


cursos de requalificação Acompanhamento sociedade,
profissional e periódico dos assistidos reconquista da
educacional autonomia

52
ORGANOGRAMA – PROGRAMA
DE NECESSIDADES

Mulher solteira com


Módulo Layout - 1
01 criança
Público alvo

Idosos ou PCD Módulo - PCD


Centro de capacitação
Total de pessoas atendidas profissional
pelo programa = 160
Casal com 02 Filhos
Centro de atendimento
psicossocial
Módulo Layout - 2
Casal ou dupla
Módulo
sem filhos Lavanderia coletiva
4

Hortas

Bicicletário

Praça e Playground
Área verde

53
FLUXOS DE VIAS

Terreno objeto de estudo

Legenda

Sentido duplo da via

Sentido único da via

Rua sem saída

Figura 51- Planta de localização do lote – Elaborado pela autora

54
IMPLANTAÇÃO

55
Figura 52- Planta de localização do
IMPLANTAÇÃO E PROGRAMA
DE NECESSIDADES

O programa em si buscou trazer o conceito de Vila, o que proporcionará incentivo a


convivência entres os assistidos e sobretudo a integração com o bairro no qual estará
inserido.

A entradas principais serão abertas, delimitadas apenas pelos jardins,


permanecendo apenas os muros preexistentes. Pelo fato do terreno ser de esquina,
propiciou uma maior integração da Vila com o entorno, a criação de uma praça bem
arborizada com bancos, locais de permanência, parklets, playground e bicicletário
proporcionando e convidando a população do bairro a vivência no local.

Programa de necessidades

Unidades Unidade dedicada ao


80
atendimento psicossocial e
01
assistência social com salas de
layout flexível.
Área útil total de cada
15,93m2
Espaços coletivos para
unidade seca
02 capacitação profissional com
salas de aula e oficina com
layout flexível
Área útil total de cada
7,85m2
unidade úmida
Unidade de moradia com aberturas
dinâmicas que permitirá uso de famílias
até 04 pessoas ou duas duplas distintas
Número de pessoas atendidas
160
no programa
Cada unidade possui banheiro, cozinha,
dormitório/Estar integrada com a varanda

02 Lavandeira coletiva
Parklets, Bicicletário,
Playgrounds e hortas urbanas

56
FLUXOS DE CIRCULAÇÃO

Após todas a analises do bairro e do terreno, as circulações foram pensadas de


forma a criar as principais entradas voltadas para as ruas facilitando o acesso seguindo
o fluxo natural dos percursos e aproveitando a localização do lote em esquina.

Em meio a arborização da praça foram criadas quatro entradas principais de


acesso á vila tornando assim o passeio livre sem criar barreiras, apenas usando da
vegetação para direcionar os caminhos.

Os acessos horizontais são calçados com piso drenante para evitar o acumulo de
água.

A circulação por entre a Vila permite o livre acesso pelas pequenas “ruas” criadas
entre os módulos, bem como a localização do módulo coletivo central, com acesso
central cruzado facilitando o percurso.

57
Legenda

Entradas principais

Circulação horizontal
FLUXOS DE
CIRCULAÇÃO - PLANTA

Figura 53 – Fluxos de circulação - Elaborado pela autora

58
MÉTODO CONSTRUTIVO
MÓDULOS

Baseado no método construtivo conhecido como WikiHouse que por definição:

“É um projeto open-source para projetar e construir casas. Ele


tem a intenção de democratizar e simplificar a construção
sustentável de habitações”. (Wikihouse.CC-2016)

Foram feitas algumas adaptações para que fosse viável criar um módulo, usando
o mesmo método, porém avulso de maneira que se tornasse possível agilizar ainda
mais o sistema construtivo.

Criando módulos menores de 1,10m de profundidade por 3,57m de largura com


peças fracionados cortadas em máquina Router CNC a laser, a princípio foi usado
como base para matéria prima a chapa de Compensado naval de 25mm porém seria
possível também usar materiais alternativos orgânicos e sustentáveis como por
exemplo o filamento advindo do Micélio, que é um produto orgânico e cem por cento
sustentável, nesse caso as chapas utilizadas seriam produzidas através de uma
impressora 3D.

Para a instalação dos módulos no lote, serão utilizados 4 bases de concreto


armado, onde serão encaixadas e parafusadas vigas de madeira CLT em pontos
específicos.

Dessa forma a unidade ficará elevada do solo ao mesmo tempo que dispensa a
necessidade de uma fundação profunda sem maiores intervenções no terreno,
justamente pela proposta do projeto de ser sustentável, modular e temporária.

Sob eles serão posicionados os módulos prontos, que serão unidos através de
conectores de madeira e um perfil de aço que será transpassado entre os módulos.

As peças serão todas de encaixes tipo malhete com travamento interno entre
elas, poderá ser usado cavilhas e/ ou parafusos caso se faça necessário.

59
SUSTENTABILIDADE

Pensando na sustentabilidade a construção das unidades modulares baseado no


sistema Wikihouse, a matéria prima escolhida foi a chapa de Compensado Naval de 25mm,
além da madeira, seriam utilizados chapas de lá de pet para a proteção termo acústica e
cobertura do telhado e paredes externas com telha de fibra vegetal. Além de OPV
Organic Photovoltaics que é uma tecnologia de células solares e proteção UV para captação
de energia solar.

Materiais a serem utilizados na modulação:

• Chapa de compensado naval 2,20 x 1,60 x 25 – Pórticos, piso, fechamentos e conectores


internos;

• Lã de pet – proteção termo acústica;

• Membrana Hidrófuga – estanqueidade interna e externa;

• Telha de fibra vegetal - cobertura e paredes externas;

• Piso vinílico interno

• Policarbonato alveolar branco semi transparente 1,10 x 1,55 x 4 - fechamento frontal;

• Painel OPV – Painel fotovoltaico orgânico – Captação de energia solar;

Materiais a serem utilizados no entorno;

• Piso drenante - placas pré-moldadas de concreto poroso


Absorção de água de mais de 90%

• Hortas orgânicas comunitárias;

• Piso tátil;

• Coleta seletiva de lixo;

• Totens de iluminação

60
DIAGRAMA MÓDULOS

61
Figura 54- Diagrama dos módulos – Elaborado pela autora
UNIDADE – LAYOUT 1
CONFIGURAÇÃO CASAL
OU DUPLA

Analisando todo o contexto e buscando o melhor aproveitamento para os usuários


do programa, foram desenvolvidos dois módulos:

- um módulo seco, utilizado como dormitório;

- um módulo úmido que será utilizado como banheiro e cozinha.

Os módulos possuem o mesmo tamanho para facilitar a montagem e configuração no


lote.

O módulo seco virá equipado com mobiliário embutido e retrátil para o melhor
aproveitamento do espaço interno.

Cada módulo atenderá os usuários sob demanda, a conexão entre os módulos


intercalados entre módulo seco e úmido, permitirá o uso por diferentes tipos de
configurações de usuários.

A população em situação de rua traz um grupo bastante heterogêneo por esse


motivo é necessário proporcionar o mínimo de adaptações possíveis para que o programa
consiga atender o máximo de pessoas com conforto e dignidade.

Nesse layout é possível atender duas duplas de usuários distintos, ou seja, sem
vínculos entre si, como por exemplo, um casal sem filhos, mãe e filho ou qualquer outra
configuração familiar em que sejam apenas dois indivíduos.

Dessa forma basta interromper o fluxo entre os módulos trancando a porta durante
a permanência dos usuários.

63
DIAGRAMA – LAYOUT UNIDADE INDIVIDUAL

Legenda

Módulo úmido

Módulo seco - configuração individual

Aberturas dinâmicas entre os módulos

Escala gráfica
1
2
64
Figura 56- Diagrama layout interno – Unidade familiar – Elaborado pela autora
LAYOUT UNIDADE 2 – CONFIGURAÇÃO
Módulo cama Armário
INDIVIDUAL – DETALHE MOBILIÁRIO
retrátil-solteiro
Armário superior

Módulo cama retrátil


– casal ou solteiro
com rodízios
Mesa dobrável –
fechada
Mesa dobrável –
aberta

Escala gráfica PLANTA – LAYOUT 2


1 2
Armário
Armário superior

Módulo cama solteiro


dobrável com pistão.

Mesa dobrável –
aberta

Banqueta
empilhável

Módulo cama retrátil –


casal ou solteiro
Com rodízios Escala gráfica
CORTE - BB 1 2
65
Figura 57- Corte e planta – layout 2 – Unidade individual – Elaborado pela autora
LAYOUT INTERNO - INDIVIDUAL – DETALHE
MOBILIÁRIO
Módulo cama
solteiro dobrável
com pistão, modo
Beliche - aberta Módulo mesa
Retrátil –
Armários Módulo cama retrátil – esquema de Banquetas
casal ou solteiro com abertura empilháveis
Escala gráfica rodízios - fechada
1
2

66
Figura 58- Layout mobiliário – Elaborado pela autora
LAYOUT INTERNO - INDIVIDUAL – DETALHE
MOBILIÁRIO
Módulo cama
solteiro dobrável
com pistão, modo
Beliche - aberta Módulo mesa
Retrátil –
Armários Módulo cama retrátil – primeira Banquetas
casal ou solteiro com abertura empilháveis
Escala gráfica rodízios - fechada
1
2

67
Figura 59- Layout mobiliário – Elaborado pela autora
LAYOUT INTERNO - INDIVIDUAL – DETALHE
MOBILIÁRIO

Escala gráfica
1
2

Módulo cama
solteiro dobrável
com pistão, modo
Beliche - aberta

Módulo cama retrátil –


casal ou solteiro com
rodízios - fechada

Módulo mesa
Retrátil –
esquema de
abertura

Módulo mesa
Retrátil –
abertura
completa

Banquetas
empilháveis
68
Figura 60- Layout mobiliário – Elaborado pela autora
UNIDADE – LAYOUT 2 –
CONFIGURAÇÃO FAMILIAR

O layout 2 – configuração familiar traz a possibilidade de abrigar uma família


de ate 04 pessoas, nesse caso, utilizando o módulo de cama de casal em uma
unidade e na outra utilizando o módulo beliche ou cama de solteiro.

Para esse uso, a conexão entre os dois Módulos secos e o módulo úmido é
aberta, proporcionando assim uma integração entre os ambientes.

Essa flexibilização permite que a família possa usufruir do ambiente total ao


mesmo tempo que possibilita manter também a individualidade dos usuários quando
se fizer necessário.

Essa configuração dinâmica permite que a família possa permanecer unida


num mesmo ambiente.

69
DIAGRAMA – LAYOUT UNIDADE FAMILIAR

Legenda

Módulo úmido

Módulo seco - configuração familiar

Aberturas dinâmicas entre os módulos

Escala gráfica
1
2
70
Figura 61- Diagrama layout interno – Unidade familiar – Elaborado pela autora
LAYOUT UNIDADE 1 – CONFIGURAÇÃO
FAMILIAR – DETALHE MOBILIÁRIO Armário

Armário superior

Módulo cama retrátil –


casal ou solteiro com
Módulo cama rodízios
retrátil-solteiro
Mesa dobrável

Mesa dobrável –
aberta

Escala gráfica
1
2 PLANTA – LAYOUT 1 Armário
Armário superior

Módulo cama
solteiro dobrável
com pistão, modo
Beliche

Módulo cama retrátil,


modo cama de
solteiro

Módulo cama retrátil –


Com rodízios, modo
cama de casal
Escala gráfica
CORTE - AA 1
2
71
Figura 62- Corte e planta – layout 1 – Unidade familiar – Elaborado pela autora
LAYOUT INTERNO FAMILIAR – DETALHE
MOBILIÁRIO
Módulo cama
solteiro dobrável
com pistão, modo
Beliche - fechada
Módulo mesa
Armários Módulo cama retrátil – Retrátil - Banquetas
casal ou solteiro com fechada empilháveis
Escala gráfica rodízios - fechada
1
2

72
Figura 63- Layout mobiliário – Elaborado pela autora
LAYOUT INTERNO FAMILIAR – DETALHE
MOBILIÁRIO
Módulo cama
solteiro dobrável
com pistão, modo
Beliche - fechada
Módulo mesa
Armários Módulo cama retrátil – Retrátil - Banquetas
casal ou solteiro com fechada empilháveis
Escala gráfica rodízios - aberta
1
2

73
Figura 64- Layout mobiliário – Elaborado pela autora
UNIDADE – Layout PCD –
Pessoas com Deficiência
e/ou Mobilidade reduzida

O layout PCD – Pessoas com Deficiência e/ou Mobilidade Reduzida, traz a


configuração com layout mais amplo.

Nesse layout, o módulo úmido necessitou ser ampliado para que pudesse
atender as normas da NBR 9050 quanto a circulação das PCD´s.

Além da ampliação interna o mobiliário deverá ser projetado com espaços de


livre acesso e de fácil manuseio o que permitirá a plena autonomia do usuário.

Esse módulo poderá atender um casal, dois indivíduos ou uma família de até 4
pessoas.

74
DIAGRAMA – LAYOUT PCD
Legenda

Módulo úmido

Módulo seco - configuração PCD

Aberturas dinâmicas entre os módulos

Área de manobra PCD

Escala gráfica

1 2

75
Figura 65- Diagrama layout interno – Unidade PCD – Elaborado pela autora
UNIDADE COLETIVA

A unidade coletiva com 04 ambientes está localizado no centro da Vila


(identificado na implantação com a cor cinza), essa posição estratégica proporciona a
melhor logística de circulação e acesso dos moradores ao centro coletivo. O
conjunto de módulos esta disposto de modo a manter a livre circulação entre eles,
criando um espaço de permanência e convivência social, com bancos e jardins.

Seguindo o Programa, a unidade coletivo compreende os seguintes ambientes:

Unidade A – Espaço para Capacitação Profissional, o uso da divisória Retrátil


permite até dois usos diferentes para o ambiente ao mesmo tempo, podendo ser
usado como salas de aulas, pequenas palestrar e encontros profissionais, com
capacidade para 24 pessoas por vez;

Unidade B – Espaço para Capacitação Profissional Oficina, essa sala é possível


usar como oficina/laboratório, a dinâmica do painel divisório retrátil permite a divisão
do ambiente caso seja necessário;

Unidade C- Salas de Atendimento Psicossocial e Atendimento da Assistência


Social.

Salas reservadas para acompanhamento psicológico onde deverão acontecer


encontros entre os assistidos e os profissionais de saúde mental, a sala possui mesa,
poltronas e sofás na recepção.

A outra sala do módulo será reservada para atendimento dos profissionais de


Assistência Social, possui uma mesa, poltronas e sofás na recepção.

Unidade D – Lavanderia Coletiva, os últimos módulos ficará reservado para o


uso da lavanderia coletiva o que irá facilitar nas ligações hidrossanitários.

O módulo tem capacidade para 78 lavadoras e 6 tanques.

76
DIAGRAMA – MÓDULOS COLETIVOS

Legenda

Salas de aula
Deck
Salas de Assistência Social e
Atendimento Psicossocial

Oficina de Capacitação profissional

Lavanderia e Lavabos

Entradas

Acessos principais (Rampa e escadas)

Escala gráfica
1 2
77
Figura 66- Diagrama layout interno – Unidades coletivas – Elaborado pela autora
DIAGRAMA – MÓDULO COLETIVO – SALAS
DE AULA

Legenda

Salas de aula Painel divisor retrátil

Escala gráfica Fechamento em


Entradas Policarbonato Alveolar
1 2 40mm - branco Semi
Lavabo transparente com perfil de
alumínio branco

Escala gráfica
1
2
78
Figura 67- Diagrama layout interno – Unidades coletivas Atend. Psicossocial – Elaborado pela autora
DIAGRAMA – MÓDULO COLETIVO – SALA
DE AULA

Legenda

Salas de Aula
Fechamento em
Policarbonato Alveolar
Entradas
40mm - branco Semi
transparente com perfil de
Painel divisor retrátil
alumínio branco

79
Figura 68- Diagrama layout interno – Unidades coletivas Salas de Aula – Elaborado pela autora
DIAGRAMA – MÓDULO COLETIVO – OFICINA
DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL Painel divisor
retrátil
Legenda

Oficina de cap. Profissional

Entradas

Fechamento em
Policarbonato Alveolar
40mm - branco Semi
transparente com perfil de
alumínio branco

80
Figura 69- Diagrama layout interno – Oficina de cap. profissional – Elaborado pela autora
DIAGRAMA – MÓDULO COLETIVO –
LAVANDERIA

Legenda

Lavanderia

Entradas

Fechamento em
Policarbonato Alveolar
40mm - branco Semi
transparente com perfil de
alumínio branco.

81
Figura 70- Diagrama layout interno – Unidades coletivas Lavanderia – Elaborado pela autora
DIAGRAMA - BASE DE APOIO EM Encaixes para as vigas de madeira
CONCRETO

Elevação frontal

Perspectiva – Unidade Perspectiva – Base de apoio em concreto Planta

Elevação frontal

Perspectiva – Base de apoio em concreto com vigas

Planta

Perspectiva – Vigas Parafuso 25 cm com cabeça sextavada com Entalhe na madeira


chumbador para fixação da viga na base em para embutir o
concreto. parafuso. 82
Figura 71- Detalhamento executivo base concreto – Elaborado pela autora
DIAGRAMA - PÓRTICO A1 E A2 Detalhe
malhete
Encaixes tipo malhete Encaixes tipo malhete

Acesso conector
Acesso conector metálico
metálico Encaixes conectores
Encaixes painéis internos c/ cavilha
Encaixes painéis

Perspectiva – Unidade Pórtico A1 - Frente Pórtico A1 - Verso Perfil

Encaixes tipo malhete Encaixes tipo malhete

Encaixes painéis
Encaixes conectores
internos c/ cavilha

Perspectiva – Unidade Conector Pórtico - A2 - Frente Conector Pórtico - A2 - Verso

83
Figura 72- Detalhamento executivo Pórtico A1 e A2 – Elaborado pela autora
DIAGRAMA - PÓRTICO B1 E C1

Acesso conector Acesso conector


metálico metálico

Encaixes painéis

Encaixes painéis Encaixes conectores


internos c/ cavilha
Encaixes tipo malhete Encaixes tipo malhete

Perspectiva – unidade Pórtico B1 - Frente Pórtico B1 - Verso Perfil

Detalhe
malhete

Encaixes
conectores Acesso conector
internos c/ metálico
cavilha

Encaixes painéis Encaixes painéis

Encaixes tipo
Encaixes tipo malhete
malhete

Perspectiva – Unidade Pórtico – C1 - Frente Pórtico – C1 - Verso Perfil

84
Figura 73- Detalhamento executivo Pórtico B1 e C1 – Elaborado pela autora
DIAGRAMA - CONECTOR PÓRTICO BC –
CONECTOR INTERNO

Encaixes tipo
malhete
Encaixes painéis
Conector Pórtico BC - frente

Encaixes tipo
malhete
Encaixes
conectores Detalhe do Recorte do
internos c/ Encaixe dos conectores
Perspectiva – Módulo Conector Pórtico BC - verso Perfil
cavilha internos

Cavilhas de madeira

Passagem para
Tubulação de:
• Fiação elétrica
• Internet
• TV

Passagem para
Tubulação de:
• Fiação elétrica
• Internet
• TV

Perspectiva – Módulo Conector interno Perfil Perspectiva


85
Figura 74- Detalhamento executivo Conector Pórtico BC e conector interno – Elaborado pela autora
DIAGRAMA - PLACA 1
Encaixes tipo malhete

Recorte na
placa p/
manuseio da
peça

Recorte p/
Conector
dos módulos

Perspectiva - Unidade
Elevação Detalhe

Perspectiva – Unidade Perspectiva Perfil


86
Figura 75- Detalhamento executivo Placa 1 – Elaborado pela autora
DIAGRAMA - PLACA 2
Encaixes tipo malhete

Recorte na
placa p/
manuseio
da peça

Recorte p/
Conector
dos módulos

Perspectiva - Unidade
Elevação Detalhe

Perspectiva – Unidade Perspectiva Perfil


87
Figura 76- Detalhamento executivo Placa 2 – Elaborado pela autora
DIAGRAMA - PLACA 3 – E ESCADA

Encaixes tipo malhete

Recorte na
placa p/
manuseio
da peça

Elevação Detalhe
Perspectiva - Unidade

Elevação frontal - Escada Elevação lateral -Escada

88
Figura 77- Detalhamento executivo Placa 3 e escada – Elaborado pela autora
CONECTORES

Conector em madeira tipo “rabo de andorinha” para união dos módulos.

Cavilha em madeira 7 cm fixação das placas no conector interno.

Parafuso 25 cm com cabeça sextavada com chumbador para fixação da viga na base em concreto.

Conector metálico 4m, porca e arruela, para união dos módulos

89
Figura 78- Detalhamento executivo Conectores – Elaborado pela autora
DIAGRAMA DE MONTAGEM MÓDULO -
UNIDADE

Figura 79- Perspectiva Unidades – processo de montagem – Elaborado pela autora


90
DIAGRAMA DE MONTAGEM MÓDULO -
UNIDADE

91
Figura 80- Perspectiva Unidades – processo de montagem – Elaborado pela autora
DIAGRAMA DE MONTAGEM MÓDULO -
UNIDADE

Figura 81- Perspectiva Unidades – processo de montagem – Elaborado pela autora


92
DIAGRAMA DE MONTAGEM MÓDULO -
UNIDADE

93
Figura 82- Perspectiva Unidades – processo de montagem – Elaborado pela autora
DIAGRAMA DE MONTAGEM MÓDULO -
UNIDADE

Perspectiva – Unidade
94
Figura 83- Perspectivas Unidades processo de montagem– Elaborado pela autora
UNIDADE – DETALHAMENTO MATERIAIS
Membrana hidrófuga
Placa de compensado naval

Lã de Pet Organic Photovoltaic Films (OPV)


Painel solar Orgânico ( flexível)

Cumeeira Telha de fibra vegetal


Fibra
vegetal

Cumeeira
Fibra
vegetal

Membrana
Fechamento
hidrófuga
frontal em
Policarbonato
Alveolar
branco semi Perfil em
transparente alumínio
Placa de
40MM
Compensado
Pórtico naval

Lã de Pet Telha de fibra


vegetal
Conector interno

Viga CLT Perfil L de


acabamento
Base de apoio fibra vegetal
em concreto 95
Figura 84- Detalhamento da unidade montada – Elaborado pela autora
DETALHAMENTO FECHAMENTO FACHADA
- CORTE E ELEVAÇÃO

Perfil em Policarbonato Perfil em alumínio branco


Alumínio Alveolar branco semi
branco transparente 40mm

Policarbonato Alveolar
branco semi transparente
40mm

Janelas Janelas basculante


basculante

Porta pantográfica Porta pantográfica Porta pantográfica


Detalhe perfil em
Fechamento fachada- Elevação alumínio – fixador
do policarbonato

96
Corte Fechamento – Detalhe janelas
Figura 85- Detalhamento Fechamento fachada elevação – Elaborado pela autora
DETALHE FECHAMENTO DA FACHADA
PORTAS PANTOGRÁFICAS

Fechamento fachada- Elevação


97
Figura 86- Detalhe Fechamento da fachada – Elaborado pela autora
DETALHE PORTAS PANTOGRÁFICAS

Fechamento fachada- Elevação


98
Figura 87- Detalhe Fechamento da fachada – Elaborado pela autora
MORADIAS TEMPORÁRIAS PARA PESSOAS EM VULNERABILIDADE SOCIAL: Modelo Housing First - Projeto Piloto

Perspectiva

Cobertura e fechamento dos módulos coletivos


em Policarbonato Alveolar branco
semi transparente 40MM

Árvores frutíferas e
hortas comunitárias
Piso tátil

Perspectiva

Bicicletário

Lã de Pet- Protetor Organic Photovoltaic


Piso drenante - Parklets termoacústico Films (OPV)
Pavimentação da vila com o Painel solar Orgânico ( flexível)
Perspectiva Biolito, revestimento que Todo o mobiliário externo da vila será executado com madeira ecológica também
absorve a água da chuva, conhecida como madeira plástica, seu processo de produção surgiu da tecnologia industrial
feito de Agregado reciclado moderna, onde são utilizadas diversas matérias-primas, como restos de plásticos e fibras
e biocimento. em um processo de reciclagem. A madeira ecológica é uma solução excelente para evitar
Perspectiva
o descarte de resíduos plásticos no meio-ambiente, bem como a emissão excessiva de CO2.
A partir do reuso de matérias-primas, a madeira ecológica estimula a geração de empregos
Perfil em
Diagrama de usos em centros de reciclagens, estimulando a economia limpa para a sociedade. alumínio
branco

Base de apoio
em concreto
Telha de fibra
vegetal

Perspectiva
Escala: 1/100 Escala: 1/100 Escala: 1/100
Fechamento frontal em
Diagrama de montagem dos módulos Policarbonato Alveolar branco
semi transparente 40MM
Placa de compensado naval. Membrana hidrófuga

Corte - AA Corte - BB

1 1
Escala Gráfica: 2 Escala Gráfica: 2
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100
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