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Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Tecnológico

CENTRO DE REABILITAÇÃO
FÍSICO-MOTORA
Trabalho de Conclusão de Curso de Arquitetura e Urbanismo

TCC

Luiza Costa Laus


Estudante

Adriana Rossetto
Orientadora
Dedico esta e todas as conquistas, bem como
agradeço profundamente, a meus pais Márcia e
Marcos pelo incentivo, educação, construção de
caráter, pelas oportunidades e todo afeto que uma
família maravilhosa poderia prover. Assim como à
minha irmã mais velha Marina, quem tenho como
exemplo de ser humano.

A todos os meus amigos e familiares que


contribuíram para meu crescimento pessoal e
felicidade, principalmente a meu melhor amigo e
companheiro Lucas, e minha amiga Christine
quem também deu grande apoio nessa etapa.

A todos que tornaram possível a existência da


educação pública de qualidade, aos professores e
servidores da Universidade Federal de Santa
Catarina, em especial os membros do curso de
Arquitetura e Urbanismo.

Por fim, agradeço à minha professora e orientadora


Adriana Rossetto, a todos os doadores de sangue e
profissionais da saúde que diariamente salvam
vidas. Ela marcou minha formação com aulas
extraordinárias, muitos sorrisos e bondade
exemplar. Desejo fortemente saúde e felicidade
para ela.

AGRADECIMENTOS E DEDICATÓRIA
ÍNDICE 1.
1.1.
1.2.
Introdução
Motivação
Objetivos Gerais
1.3. Objetivos Específicos

2. Fundamentação Teórica

2.1. Contexto Histórico


2.2. Desenho Universal
2.3. Clínicas de Reabilitação Motora
2.4. Humanização Hospitalar e Arquitetura Terapêutica

3. Estudos de Caso: Exemplos de Centros de


Reabilitação Motora
3.1. Rede Sarah: Hospitais de Reabilitação
3.2. The Christ Hospital Joint and Spine Center / SOM
3.3. Centro de Tratamento de Câncer / Foster + Partners

4. Área de Intervenção
4.1. A Cidade
4.2. O Bairro
4.3. O Terreno

5. O Projeto Arquitetônico
5.1. Conceito
5.2. Programa de Necessidades
5.3. Partido Arquitetônico, Ambientes, Setorização e Fluxos;
Aspectos Técnicos e Construtivos.

6. Conclusão

7. Referências

INTRODUÇÃO 01
1. INTRODUÇÃO
A democratização dos espaços e o combate contra atitudes e ambientes Além daqueles com deficiências, há inúmeros outros que também
discriminatórios são ideais cada vez mais recorrentes para a concepção de produtos, interagem com o ambiente a sua volta de forma diferente de como um “homem
serviços, arquiteturas e cidades. Felizmente, hoje compreende-se muito mais que a ativa perfeito e padrão” interagiria, que também dependem de profissionais dispostos
presença e participação de pessoas diferentes, com experiências únicas e individuais, a tornar o mundo menos hostil. Essa interação dessemelhante, quando
pode agregar imenso valor para a evolução da nossa sociedade. O acesso igualitário, a
comparamos a um homem vitruviano exemplar, ocorre por causa de barreiras
promoção de oportunidades iguais e o combate a qualquer tipo de discriminação são
algumas das diretrizes fundamentais para alcançar tal democratização no nosso mundo.
que o mundo impõe a aqueles com impedimentos físicos, mentais, intelectuais
Entretanto, é fácil esquecer quem são aqueles diferentes de nós quando não podemos ou sensoriais, negligentemente criadas ao desconsiderar a diversidade. Caso
os ver em lugar algum. uma pessoa, sem quaisquer impedimentos ou deficiências, tivesse que exercer
Experimentamos grande evolução no que diz respeito a conceitos e definições, suas atividades em uma área hostil e não acessível a ela, também seria assim
porém, durante séculos perpetuou-se a ideia de um homem padrão, que assombrou denominada de deficiente ou incapaz, por sua resposta desajeitada aos
arquitetos e urbanistas, contra ou por vontade própria. O movimento modernista, por empecilhos impostos. Por um ponto de vista, é possível considerar que a maioria
exemplo, propôs o modulador de Le Corbusier, e antes disso tivemos um homem dos ambientes projetados estiveram involuntariamente escolhendo a quem
vitruviano: jovem e de corpo atlético, com dimensões ideais para interagir com os impor dificuldades.
ambientes planejados por arquitetos. Conceitos e ideias excludentes não mais utilizados,
uma vez que o reconhecimento sobre a própria diversidade das pessoas e
democratização dos espaços se intensificaram.
O termo desenho universal, por exemplo, foi utilizado pela primeira vez nos
Estados Unidos apenas na década de 80, fruto de discussões intensas e reivindicações
populares. Apesar de tardio, considerando que a diversidade sempre existiu, foi o início
para uma grande revolução arquitetônica e urbanística no que diz respeito a
acessibilidade física. Porém, enquanto internacionalmente há intensa evolução para os
direitos de acessos e usos, o Brasil ainda caminha em passos muito lentos em prol das
liberdades e autonomias individuais. Infelizmente, a maioria da população ainda não
compreende que para garantir oportunidades iguais, é necessário estabeleces medidas
às vezes desiguais.
Ao adentrar a temática de acessibilidade, é recorrente tratar-se de usuários
ditos “deficientes”, assim classificados, em relação a medicina e psiquiatria, por
possuírem alguma ausência de funcionamento de algum órgão ou função psíquica ou
intelectual. Assim, o termo deficiente designa alguém com disfunção da estrutura
psíquica, anatômica ou fisiológica. Essa característica pode ser fruto de doenças,
problemas congênitos, desnutrição ou por acidentes durante a execução de atividades
domésticas, esportivas, trabalhistas ou em trânsito. Mas independentemente da origem
da característica, essas pessoas dependem que diversos profissionais, como arquitetos e
urbanistas, exerçam suas funções sem as negligenciarem, para que possam ser incluídas
naturalmente na sociedade.

INTRODUÇÃO 02
Tendo em vista tal compreensão, para alcançar uma eficiente democratização de espaços, considerando pessoas com deficiências
e ou impedimentos, um desenho universal é fundamental para se conceber produtos, arquiteturas, programas e serviços em prol de um
maior número de usuários possível. Tal número será conquistado apenas pela igualdade de oportunidades e ausência de barreiras. De
outra forma, criadores e projetistas estariam excluindo crianças, gestantes, idosos, obesos, indivíduos com nanismo, usuários de próteses,
pessoas com quaisquer deficiências, sejam cegos, cadeirantes, usuários de muletas, pessoas com síndromes, além de muitos outros, como
alguém carregando uma caixa ou alguém empurrando um carrinho de compras. Juntos, são milhões de potenciais usuários sendo
socialmente excluídos em cenários diversos.
Enquanto esses profissionais mencionados anteriormente, que atuam em criação e projetos em geral, como arquitetos, são
responsáveis por alterar o cenário que deverá ser apto a receber todos, tanto em ambientes habitacionais, como educacionais,
comerciais, de saúde, de trabalho, culturais e de lazer, há uma outra série de profissionais que trabalham diretamente e pessoalmente
com aqueles com dificuldades de locomoção ou deficiências. Estes são médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, psiquiatras,
professores, pesquisadores e cientistas, responsáveis por curar, educar, gerar conhecimento e proporcionar o suporte necessário para que
essa parcela de usuários possa melhor se adaptar ao mundo onde vivem.
Independente da origem de sua dificuldade motora, todos necessitam do amparo que apenas profissionais específicos têm a
qualificação para fornecer. Seja uma criança nascida cega, que precisará de uma educação diferenciada para garantir sua autonomia
motora, ou um pedreiro que sofreu um acidente de trabalho, que precisará se readaptar à nova versão de sua vida sobre cadeira de
rodas, ou uma senhora cujos joelhos enfraqueceram ao longo dos anos, e que necessitará de cirurgia e fisioterapia para se manter livre
a circular pela cidade. O número de pessoas beneficiadas por ambientes que possam proporcionar sua recuperação e aprimoramento
pessoal é ilimitado.
Ao longo deste trabalho serão abordados exemplos distintos de arquiteturas voltadas para a reabilitação motora, como o Hospital
de Salvador da Rede Sarah, com partido totalmente horizontal, e o edifício The Christ Hospital Joint and Spine Center/SOM, com partido
vertical. Ambos são exemplos de que, independentemente do partido arquitetônico, o desenho universal é aplicado para alcançar maior
maleabilidade possível para os usuários, seja através de rampas ou elevadores, as pessoas devem ser livres de barreiras e assim manter
sua autonomia.

INTRODUÇÃO 03
1.1. MOTIVAÇÃO
Dentre as razões que impulsionaram o investimento de tempo e Já nas últimas fases da graduação, cursei a disciplina Criatividade e
dedicação deste trabalho a respeito de uma proposta de centro de reabilitação Inovação, oferecida pelo Departamento de Engenharia do Conhecimento e
motora, está a visão crítica sobre a própria formação acadêmica, que careceu administrada pela professora Patrícia de Sá Freire. Em suas aulas, são intensas as
por uma melhor instrução a respeito de acessibilidade e democratização da discussões sobre trabalho em equipe, o direito de fala de todos, independente
arquitetura e do urbanismo para pessoas com dificuldades de locomoção. da formação acadêmica, e o quanto a diversidade de uma equipe e pontos de
Apesar de se compreender a grande importância e responsabilidade vista distintos são capazes de enriquecer projetos. Com a participação de um
que arquitetos e urbanistas possuem para a manutenção da sustentabilidade e colega deficiente físico, quem não possuía uma de suas mãos, experimentou-se
equilíbrio social, o pensar universal desde o início da concepção de um projeto questionamentos de desenho universal e capacidades individuais. “Vocês
infelizmente é uma prática pouco difundida e instruída, mesmo nas planejam para ele? Como alguém sem uma das mãos irá usufruir os projetos de
universidades públicas brasileiras, onde o pensamento de retribuir à população vocês, arquitetos, designers, engenheiros? Imaginem o quão importante é vocês
a contribuição, que possibilitou o estudo e formação acadêmica, é muito forte. terem a oportunidade de estudar e trabalhar com pessoas diferentes de um
Além disso, mesmo a base frágil do pensar universal se confundi com exigências reflexo de vocês.” – A professora questionava.
técnicas e o simples cumprimento de normas. Assim, proponho como temática de trabalho de conclusão de curso o
Particularmente, as barreiras que os ambientes constroem à uma desenvolvimento de uma arquitetura para a saúde e uma boa experiência do
parcela da população sempre foram marcantes, provocando uma inquietação usuário, tanto como público alvo pessoas deficiências que limitam a mobilidade,
contra essa injustiça “involuntária”, que profissionais negligentes criavam para as pessoas com impedimentos físicos e profissionais da saúde que trabalham com
pessoas. Eram acessos principais através de escadas, que forçavam cadeirantes a recuperação, tratamento e reabilitação desses potenciais usuários e
a se segregar do fluxo principal para exercer suas atividades, rampas com participantes ativos da nossa sociedade.
inclinações que exigiam extremo desgaste físico, degraus altos demais para
idosos, partidos arquitetônicos que seriam mais belos se voltado para usuários
em sua plena forma física.
Ao longo da graduação, além da empatia natural pela democratização
dos espaços, quatro foram as experiências que motivaram principalmente que o
Trabalho de Conclusão de Curso fosse na área de Arquitetura Hospitalar e
especificamente para a reabilitação motora.
No quarto semestre da graduação, houve a oportunidade de executar
e apresentar um trabalho a respeito do Hospital Salvador da Rede SARAH, do
arquiteto brasileiro João Filgueiras Lima, cujo partido arquitetônico com foco em
arquitetura bioclimática e experiência do usuário tiveram grande impacto. E por
coincidência, no mesmo período cursei a disciplina de Urbanismo I, com a
professora Soraya Nór, quem aplicou exercícios práticos para estimular o pensar
universal. Aos alunos foram entregues cadeiras de rodas, muletas, vendas e
bastões guias, para transitar pela cidade e enfrentar as barreiras que
profissionais impuseram à população.

INTRODUÇÃO 04
1.2. OBJETIVOS GERAIS 1.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Propor o projeto de uma edificação com o propósito de exercer Dentre os objetivos específicos de projeto, estão:
plenamente as atividades necessárias para a recuperação físico-motora de
pacientes com deficiências e impedimentos físicos, com foco nos públicos jovem Promover uma arquitetura ambientalmente amigável, que possua
a idoso, de forma a permitir independência aos pacientes dentro e fora dos ferramentas para melhor performar climaticamente e aproveitar os recursos
limites do edifício. naturais, como águas pluviais e iluminação natural;
O edifício deverá ser localizado em terreno de fácil acesso: por ser
contemplado por uma grande quantidade e diversidade de linhas de transporte Criar ambiências que promovam maior contato entre ambientes
público; por ser caracterizado pela acessibilidade urbana imediata (como a boa internos e externos, que impulsionem experiências e atividades ao ar livre pelos
qualidade de calçadas e vias do entorno); e por não apresentar disparidades de usuários.
nível do solo, de forma a se evitar a necessidade de rampas e escadas para seu
acesso. Estabelecer um modelo de distribuição de plano de necessidades
Além disso, opta-se que o terreno do projeto também deva contemplar condizente com as tarefas exercidas, de forma a criar fluxos naturais sem conflito
áreas com serviços diversos em seu entorno, como restaurantes, lojas e de interesses;
mercados, para que tanto os pacientes, acompanhantes e os funcionários
possam estabelecer sua rotina normalmente quando fora do edifício hospitalar, Criar ambientes nos quais o público alvo será os funcionários, de forma
e possam adquirir maior visibilidade diante a sociedade. Assim, mirar-se-á em a aprimorar a performance dos profissionais e futuros profissionais, por meio de
áreas centrais planas. áreas de descanso, descontração e ensino.

INTRODUÇÃO 05
2. Fundamentação Teórica
2.1. Contexto Histórico pessoas com deficiências a procedimentos desumanos, como perseguições,
tortura, execuções e até mesmo à queima enquanto vivos. O radicalismo
religioso intensificou a associação de falhas genéticas a castigos divinos e
Para o vigente trabalho e estudos, tratar-se-á de pessoas com possessões.
deficiências especificamente físicas, seja a deficiência por origem genética ou fruto A boa caridade, entretanto, de acordo com análises de Michael
de acidentes, tendo em vista este ser o público alvo para a proposta de Foucault¹ sobre relações de poder, tinha a real função inicial de retirada dos
estabelecimento de reabilitação motora, via tratamento fisioterápico. indesejáveis do ambiente público, não para um bem maior da saúde pública,
A hostilidade existente, ainda na era contemporânea, às pessoas com mas para um bem social, o que condiz com a impressão discriminatória imposta
deficiências é fruto de uma histórica construção de comportamentos e padrões, na época. Na concepção da igreja, mesmo os doentes eram pecadores
sem origem certa. Tal distanciamento social, unido ao atraso da luta por direitos castigados por Deus.
humanos igualitários, proporcionou uma história sobre projetos de inclusão Porém, não apenas o radicalismo religioso contribui para a exclusão
social de caráter universal jovem. social. A eugenia², termo utilizado fortemente por Francis Galton no início do
É importante apresentar um breve histórico a respeito da participação século XX, determinava que algumas pessoas possuíam maior valor que outras,
na sociedade, de pessoas com impedimentos motores e deficiências físicas, por e que falhas genéticas seriam transferidas entre gerações, o que justificaria um
ser fundamental para a compreensão da exclusão social que ainda ocorre na Era “acasalamento seletivo”. Essa visão segregacionista e hierárquica provocou a
Contemporânea, além como prática de empatia. Tal cenário repreensivo contínua perseguição e preconceito para com os diferentes, de forma a se
também justifica motivação do trabalho e real necessidade de maiores esforços justificar esterilizações de pessoas com “fraquezas e falhas”, tal qual
por parte da sociedade como todo, para atingir igualdade de direitos entre conhecidamente feito a homossexuais no último século.
seres humanos. O mesmo pensamento Eugenista provocou a execução de milhares de
A relação da sociedade com a pessoa com deficiência varia de cultura pessoas na metade do século XX, durante o regime nazista na Alemanha. O
para cultura e refletem crenças, valores e ideologias que, materializadas em programa, denominado posteriormente a guerra de Aktion T4, e executado
práticas sociais, estabelecem modos diferenciados de relacionamentos entre pela força paramilitar Schutzstaffel (SS), tinha a finalidade de eliminar fraquezas
esta e outras pessoas, com ou sem deficiências (FRANCO & DIAS, 2005). Por da “raça”, para que o material humano alemão não fosse comprometido por
exemplo, anterior a ascensão cristã como religião ocidental dominante, “defeitos”, com enfoque na eutanásia de crianças deficientes (HUDSON, 2011).
evidências arqueológicas apontam que no período do Egito Antigo, os Contudo, o século XX não proporcionou apenas momentos obscuros
deficientes eram integrados à sociedade, existindo inclusive as “Instruções de para a sociedade. Ele também trouxe avanços tecnológicos, educacionais,
Amenemope”, um documento semelhante a um código de conduta moral sociais e uma verdadeira evolução de direitos humanos. Por meio da ciência, foi
egípcio, que determinava respeito para com anões e deficientes em geral, sendo possível criar melhores equipamentos assistivos, superiores em qualidade que as
este um dever moral (KOZMA, 2006; KOZMA et al, 2011). Por outro lado, então utilizadas bengalas e cadeiras de rodas. O ensino a cegos e surdos, dentre
posterior a esse período na Grécia, de acordo com os livros A Política (de
Aristóteles) e A República (de Platão), era determinada a eliminação de crianças ¹ Michael Foucault, de origem francesa, foi um filósofo, historiador, teórico social, crítico literário e
disformes. professor no Collège de France, durante o século XX.
² Eugenia significa “bem-nascido”, um termo criado em 1883, por Francis Galton, quem acreditava
Com o fim do Império Romano no século V (após extenso domínio
que a seleção natural defendida por Charles Darwin também era aplicável aos seres humanos. Ou
sobre território europeu), e a Queda de Constantinopla, posteriormente o total seja, características de intelecto e físicas eram de origem hereditária. O termo foi historicamente
poder da Igreja Católica foi alcançado durante a Idade Média, o que submeteu utilizado para a exclusão de minorias, tais quais deficientes e negros.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 06
outros, também foi aprimorado, e estes tiveram a maior possibilidade de se integrar na sociedade.
As sucessivas guerras resultaram em inúmeros deficientes por acidentes, sequelas que trouxeram maior visibilidade para as
pessoas com deficiência como um todo. A criação de organizações mundiais também foi fundamental para os avanços sociais, tais quais
a Organização das Nações Unidas para Pessoas com Deficiências (ENABLE), Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e
Cultura (UNESCO), a Organização Mundial da Saúde (OMS), entre outras. Até mesmo no esporte, com a enfim criação dos Jogos
Paralímpicos em 1960 já televisionados, o mundo enfim começou a prestigiar a representatividade nacional de pessoas com deficiências.
Na década de 60, foi criada uma comissão mundial para a discussão de eliminação de barreiras arquitetônicas, urbanísticas e de
equipamentos, para pessoas com mobilidade reduzida, denominada “Barrier-free Design”. Logo após, na década de 80, pela primeira vez
foi utilizado o termo Desenho Universal, nos Estados Unidos, após uma série de manifestações de pessoas com deficiência e profissionais
de diversas áreas, em prol da determinação de diretrizes para uma sociedade mais inclusiva (CAMBIAHCH, 2012).
Hoje, os conceitos de democratização de espaços, direitos iguais, acessibilidade e desenho universal são muito mais
naturalizados, em diferentes intensidades desde o ensino básico quanto na graduação. Mas persiste a necessidade de aprimorar as
oportunidades dessa expressiva parcela da população, dentre a qual qualquer pessoa um dia poderá vir a fazer parte.

2.2. Desenho Universal


O termo desenho universal é comumente vinculado a um pré-conceito fundado por uma massa de profissionais, que passam a
utilizar o termo de forma inadequada e simplificada, tornando-o um sinônimo de aplicação de normas técnicas. Ou seja, ao ser necessária
a concepção de um projeto para todos, para inúmeras pessoas basta adicionar rampas, piso podotátil, elevadores, aplicar barras,
respeitar as normas de dimensionamento, dentre outros, para que a construção seja apta a receber a todos. Infelizmente essa concepção
resulta trabalhos pobres, não exclui barreiras e contribui para segregação social (CAMBIAHCH, 2012).

Figura 1 Fonte: BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento ou BID)

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 07
Entretanto, o desenho universal é muito mais complexo e abrangente. f. Esforço Físico: é a diretriz que considera a força e capacidade física
Dentre tantas definições, a menos excludente é “projetar para todos”, sem distinta dentre os usuários. Objetos e ambientes devem solicitar mínimo esforço
exceções. O termo foi originalmente utilizado nos Estados Unidos durante a para serem usufruídos por todos, além de facilitar a própria manutenção. Por
década de 80, quando manifestações promovidas por deficientes e uma série exemplo, torneiras em alavanca.
de profissionais defenderam a democratização dos espaços: uma luta por g. Dimensionamento para Acesso e Uso Livre: o desenho universal visa
direitos iguais. Enquanto vertentes ideológicas da arquitetura defendem o democratizar espaços para pessoas de diferentes dimensões, assim o projeto
equilíbrio entre as cidades e o meio ambiente, o ponto chave do desenho também deve prever o uso por corpos distintos. Assim, os projetistas devem
universal é a sustentabilidade social. estar atentos a pontos de vista em alturas diversas, como a aqueles sentados ou
Tendo em vista a aplicação dessa democratização ambiental, o em pé, dimensões para a passagem de cadeirantes e obesos, entre outras
laboratório de pesquisa, informação e desenvolvimento tecnológico da Escola medidas.
de Design da Universidade da Carolina do Norte, o Center for Universal Design Ao seguir essas diretrizes, o desenho universal garante uma melhor
definiu princípios e diretrizes para servir de orientação a criadores de serviços, qualidade de vida à população como um todo, além da oportunidade de
produtos, edifícios e cidades. Essas diretrizes são exemplificadas e simplificadas exercer suas atividades com autonomia e sem tratamento discriminatório.
em sete: Porém, como Silvana Cambiaghi escreve em seu livro “Desenho Universal:
a. Equiparar as Possibilidades de Uso: isso engloba o fornecimento de Métodos e Técnicas para Arquitetos e Urbanistas”, desde os primeiros riscos e
mesmos recursos, com proteção, privacidade, atratividade a todos, sem fases de criação de um projeto, profissionais e estudantes precisam alterar sua
segregar quaisquer usuários. Por exemplo, um banheiro público utilizado por perspectiva sobre usuários e abandonar a concepção de que estão projetando
qualquer pessoa, sem segregar públicos distintos por banheiros distintos. para pessoas que são reflexos de si mesmos.
b. Uso Flexível e Adaptável: não excluir pessoas com habilidades distintas,
como destros e canhotos, ou aqueles com precisão de movimento e ritmo
diferentes, como pessoas com Parkinson ou outros distúrbios.
c. Simplicidade e Intuição: envolve a eliminação de quaisquer
complexidades desnecessárias, que exijam algum nível de entendimento fruto
de experiências individuais. Como mal exemplo, aparelhos domésticos
costumam não ser intuitivos a todos os usuários, como micro-ondas ou um
fogão com bocas diversas.
d. Comunicação Eficaz: o ambiente ou objeto deve fornecer as
informações sonoras, visuais, táteis, simbólicas e linguísticas necessárias para
compreensão por todos. A comunicação deve alcançar a clareza, facilidade e
contraste ideais. Por exemplo, um banheiro bem sinalizado pode evitar
constrangimentos, enquanto alguns museus oferecem informações sonoras e
SINAIS
miniaturas táteis para deficientes visuais terem igual oportunidade de aproveitar
o conhecimento apresentado.
e. Segurança e Tolerância ao Erro: tendo em vista a interação distinta com
o espaço, o desenho universal prevê também isolar riscos e proteger pessoas,
além de visar os recursos necessários para alertar a todos em caso de perigo.
Por exemplo, em banheiros instalar barras de segurança para evitar quedas, ou
a instalação de alarme de incêndio com sinais sonoros e luminosos

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 08
Assim, é fundamental perceber que os outros não possuem as mesmas i. De acordo com a NBR 9050, o módulo de referência mínimo é 0,80 m
vontades, necessidades, capacidades físicas e mentais, nem os mesmos hábitos de largura por 1,20 m de comprimento. Para as diferentes dimensões de giro, a
ou formação educacional. Para tal, a escritora aconselha técnicas que deveriam norma expressa:
ser aplicadas na formação acadêmica de todo profissional, para aumentar a
capacidade individual de sentir empatia. Essas técnicas inclusive são
experimentadas durante a graduação em Arquitetura e Urbanismo pela UFSC,
como o exercício de tentar exercer atividades diárias com o uso de vendas sobre
os olhos ou sentado sobre cadeiras de rodas, além de transitar através de
transporte público sob essas condições.
Porém, cursos e disciplinas que se propõe a mudar paradigmas são
escassas, mudanças no próprio espaço universitário são gradativas e afrontam a
democratização da educação. O edifício da ARQ/UFSC apresenta uma série de
irregularidades que se repetem no campus, que apenas se moveu em busca de
adaptações quando uma estudante do curso sofreu um acidente físico. São
pisos irregulares, sinalizações em placas de letras pequenas, acesso principal por
escadas (o que segrega), escadas sem corrimão, elevadores subdimensionados,
entre outros.
A partir de uma evolução pessoal e uma maior sensibilidade, é possível
levar critérios de elaboração de projetos para todos os públicos, que de fato vise
a integração de todos. Em seu livro, Silvana apresenta uma série desses critérios ii. Temos a definição de área de aproximação, que consiste em dimensões
que serão essenciais para o trabalho vigente. De forma breve, alguns pontos tridimensionais. Em mobiliários tipo mesas, pias, tampos, entre outros, devemos
levantados por ela são: sempre prever uma área livre sob eles de no mínimo 0,73 m do piso (altura),
a. Avaliação a respeito do partido arquitetônico, afim de confrontar as para que a cadeira e as pernas do usuário possam adentrar e permitir que o
possibilidades de acesso oferecidas e se tal partido garante segurança e mesmo se aproxime, e dimensões de 0,80 m (largura) e 1,20 m (comprimento).
autonomia para os diversos usuários: crianças, idosos, gestantes, obesos, iii. Há também a definição de áreas de transferência entre equipamentos
pessoas com deficiências visuais, físicas, auditivas ou comunicativas. É existentes no local, como por exemplo em um banheiro:
importante ressaltar a atenção às rampas, escadas, desníveis, dimensionamento
de passagens, localização de estacionamentos, direção de abertura de portas,
mobiliários e outras barreiras.
b. Todas as atividades e serviços oferecidos pelo projeto devem ser
usufruídas por todos, o que inclui a clareza de distribuição e localização dos
espaços, além da comunicação informativa sobre cada um deles.
c. Para o dimensionamento de espaços, deve-se adotar como parâmetro
as necessidades de um usuário de cadeira de rodas, tendo em vista seu alcance
manual e físico mais limitado, além de exigir maiores espaços para exercer suas
funções.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 09
d. Em passagens, o mínimo por norma é 0,80 m, o que é estreito para um usuário de
cadeira de rodas. Dessa forma, em corredores, deve-se garantir no mínimo 0,90 m de
caminho livre, sem qualquer interferência de objetos. Porém, em ambientes públicos onde
se espera um fluxo de mais pessoas, a dimensão mínima é de 1,20 m, o que considera um
cadeirante e uma pessoa em pé ao seu lado, apenas. Esses valores mínimos diferem de
outros ambientes, como em um centro de reabilitação motora, onde se espera que mais
de um usuário de cadeira de rodas irá transitar pelo ambiente, o que faz o mínimo ser 1,50
m.
e. Para rampas, o cálculo descrito em norma é i=((h x 100))/c, onde i é a inclinação, h
significa altura e c é comprimento de rampa. O recomendado é uma inclinação entre
6,25% e 8,33%. Claro, não podem ser esquecidos os guias de balizamento (altura mínima
de 0,05 m) quando não conectada a paredes.
f. Sempre ao início e término de rampas, é necessário haver sinalização tátil de alerta
para pessoas com deficiência visual.

O livro também aborda diretrizes específicas para acessibilidade vertical e


horizontal. Por exemplo, destaca a importância de corrimão, considera os usuários que
precisam de apoio permanente em alguns cenários para se locomover, como cegos e
idosos que o usam como guia. Elevadores e plataformas elevatórias também estão sujeitos
a própria norma de dimensionamento, afim de garantir total autonomia para o usuário.
Em relação a aplicação do desenho universal ao projeto urbano, a escritora Silvana
Cambiaghi também aborta uma série de critérios, os quais foram de grande importância
para a escolha de terreno para a implantação do projeto. Mas tratar-se-á no item 6 sobre
a área de intervenção em maiores detalhes.

2.1. Clinicas de Reabilitação Motora


Em função da alta especialização da medicina, aliada a não flexibilização de edifícios de saúde e limitações às futuras
expansões, hospitais especializados em certos tratamentos crescem em número para suprir a demanda, como clínicas
especializadas em dermatologia, maternidade ou reabilitação.
Tratando-se de pessoas em recuperação de acidente vascular cerebral, quadro pós cirúrgico, amputação de membros,
danos na coluna, articulações, ossos ou músculos, dores físicas ou qualquer outra condição incapacitante, serão necessários
tratamentos fisioterápicos para se alcançar a estabilidade ou cura completa da condição. Para tal, o médico a assistir o paciente
pode receitar o acompanhamento por um profissional de fisioterapia, alguém treinado para restaurar a mobilidade física e suas
funções por meio do regime de exercícios físicos e atividades, específicas para cada paciente e condição.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 10
A fisioterapia possui departamento próprio em hospitais gerais, porém clínicas com foco em reabilitação motora são capazes
de estabelecer melhor relação dentre seus usuários, devido suas dimensões inferiores, e promover maior fluidez para os serviços,
fruto da ausência de conflito com outras especialidades médicas.
Estes edifícios com foco em fisioterapia possuem o grande diferencial de terem seus ambientes de tratamento subdivididos
em setores seco e molhado, com rigorosa separação, afim de não ocorrer interferências pela umidade.

O setor molhado é composto por ambientes onde há:


a) Tanques para hidroginástica, com dimensões de 4 m por 6 m.
b) Banhos medicinais de água fria e quente, tanto especificamente para mãos, pés ou corpo.
c) Banhos com hidromassagem.
d) Sala de inalações.
e) Outros.

O setor seco é composto por ambientes para tratamento com ausência de água, como salas de ginástica para terapias em
grupo, que podem possuir área de 40 m² a 50 m², ou salas de ginástica para terapias individuais, que podem atingir área de 20 m².
Mas ambas possuem pé direito mínimo de 3 m de pé direito, devido a presença de equipamentos diversos. Além destes, outros
ambientes recorrentes para o tratamento de fisioterapia são: salas para massagem de pacientes, eletroterapia¹, ergoterapia², salas
para tratamento de ferimentos, entre outros.
Ambos os setores seco e molhado precisam ser facilmente alcançáveis a partir da recepção do edifício, contemplados por
ambientes de apoio relacionados às atividades exercidas. O apoio consiste em vestiários e banheiros masculino e feminino, de uso
universal para as diversas condições dos pacientes, sala de descanso, depósito para itens diversos (roupas e toalhas limpas e sujas,
alimentos, medicamentos, produtos de limpeza e equipamentos), zona de espera para pacientes e acompanhantes, além de
ambiente de instalações técnicas para o setor de hidroterapia.
Alguns outros ambientes diversos não são de obrigatoriedade para compor o programa de necessidades de uma clínica de
reabilitação motora, mas podem contribuir para o caráter do local. Por exemplo, a disponibilidade de um ambiente de alimentação
aberto ao público, que pode ser usufruído por acompanhantes, usuários da clínica e pessoas externas ao programa, de forma a trazer
maior visibilidade e normalidade à presença de pessoas com impedimentos físicos. Em acréscimo, a instalação de um acervo de livros
e salas para treinamento de funcionários, aptos para receber estudantes de graduação dos cursos de fisioterapia, enfermagem,
educação física, psicologia, entre outros.

¹ Eletroterapia é um tratamento que, por meio do uso de eletrodos na superfície da pele do paciente, estimula correntes elétricas de baixa intensidade. O uso
visa tratar condições de inchaço, dor, espasmos, baixa irrigação sanguínea, além de acelerar a cicatrização da pele e fortalecer o músculo. Os aparelhos utilizados
são pequenos e maleáveis, e o ambiente de execução é semelhante a uma sala de massagem individual.
² Ergoterapia é um tratamento que busca melhora física e emocional do paciente, àqueles que possuem alguma deficiência ou doença motora ou psicomotora,
seja permanente ou temporária. Os ambientes onde o tratamento é gerenciado são semelhantes aos presentes no cotidiano, para que o paciente seja capacitado
a exercer as atividades da rotina e atingir maior independência, como se vestir, cozinhar, escrever, tomar banho, etc.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 11
2.4. Humanização Hospitalar e
Arquitetura Terapêutica
A concepção de um projeto envolve uma série de critérios, tais quais
funcionalidade das atividades, acessibilidade e desenho universal, criatividade
Planta baixa do 1° nível de
solutiva, estética e partido arquitetônico, eficiência energética e sustentabilidade
subsolo do Hospital ambiental, entre outros. Porém, padrões técnicos e estéticos, “tendências do
Berlim-Spandau, agradável”, não são o suficiente para oferecer uma boa experiência ao usuário
atualmente Clínica que desfrutará o resultado. A face viva de um ambiente construído é o
Vivantes Berlim. Arq.
bem-estar de seus ocupantes, os quais, como público alvo, devem ser o principal
Heinle, Wisher e Partner
Freie Architekten. critério desde o início de qualquer concepção de projeto.
Quando a experiência do usuário, além de negligenciada, define-se
como desagradável e infeliz, uma categoria inteira de edificações pode ser
condenada ao preconceito, como ocorre com ambientes de saúde, usualmente
associados a tristeza, frio e sem vida. Tópicos como “humanização de ambientes
hospitalares” e “arquitetura terapêutica” podem ser redundantes e por isso
repudiados por alguns profissionais, mas sua existência apenas alega mais uma
vez a ineficiência de projetar com o usuário em foco.
O projeto arquitetônico de saúde, com foco na experiência do usuário,
pode influenciar diretamente a velocidade de recuperação, a eficiência dos
serviços e redução de erros, a legibilidade do edifício e sua acessibilidade, e
mesmo a adesão de pacientes em permanecerem com comprometimento sob
longos tratamentos, como exige a reabilitação motora.
De acordo com Lídia Nascimento e Adaílson Mesquita, no seu artigo
“Arquitetura Terapêutica Aliada ao Tratamento Clínico”, “o desafio da arquitetura
hospitalar de hoje é o de dotar espaços de conotações de acolhimento e
familiaridade para o usuário, dotando a prática médica de um sentido de
segurança e confiabilidade ao paciente”, tendo em vista potencializar a cura e
minimizar o sofrimento, com foco em pacientes, funcionários, familiares e
amigos.
No artigo é mencionado o resultado de uma pesquisa de satisfação de
pacientes do Hospital de Yale, New Haven/USA, cujas perguntas questionaram o
que mais os agradava no hospital. Por quase unanimidade foram “as janelas” e a
visão do exterior que elas possibilitavam, gerando contato com a dinâmica da
vida urbana, das nuvens, do sol e chuva.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 12
De acordo com os autores, assim como comumente outras bibliografias Os jardins não substituem qualquer regime terapêutico nem curam, mas
alegam, os pacientes se sentem desconectados e isolados do mundo exterior, complementam e potencializam, afinal é o corpo se cura mais rápido quando
com suas vontades e privacidades tomadas. É de grande importância que as aliado a uma mente saudável, como descreve a arquiteta e paisagista Sara
pessoas mantenham sua autonomia, possam escolher a música ou intensidade Francisca Faria, em sua dissertação de mestrado sobre “Jardins Terapêuticos em
luminosa de seus quartos, se desejam estar acompanhadas de familiares ou Unidades de Saúde”.
amigos, sem ter suas alegrias, humor e liberdades inofensivas restringidas. De acordo com a dissertação, jardins terapêuticos não possuem padrão
O artigo ainda traz o exemplo do Hospital Pediátrico Robert-Debré, de forma ou função, mas devem se mostrar atentos às atividades dos usuários,
projeto do arquiteto Pierre Riboulet, na França. Nele, uma galeria pública suas limitações e fragilidades. Um espaço verde pode envolver o usuário de 4
atravessa transversalmente o hospital, para trazer a cidade pro seu interior. formas: extrovertida (com atividades ativas, sociais, de maior exigência de
Diferentes usos, serviços e espaços de convivência que podem ser interação e trabalho mental), com participações ativa (estímulos a interação e
compartilhados e desfrutados por qualquer pessoa, ao mesmo tempo que participação ativas não forçadas), com participação emocional (permite a maior
explora integrar natureza e arte. Tais pitares de concepção de projeto observação que interação direta, sem envolvimento), e por último de maneira
tornaram-se exemplos e diretrizes para a humanização de hospitais. Mesmo no introspectiva (possibilita solidão sem perturbações ou distrações).
Brasil, com o arquiteto João Figueiras Lima e os Hospitais da Rede Sarah, Francis & Paine (1990, p. 272-280) também contribuem para descrever
novamente esses critérios são fundamentais, bem como o uso de ventilação e algumas características importantes a jardins terapêuticos, tais quais a fácil
iluminação natural eficientes, como será apresentado adiante. visibilidade pelos pacientes, a segurança de profissionais e pacientes em
Cores também se mostram como diferenciais no assunto. O mesmo permanecer e usufruir do espaço verde, oferecer a oportunidade de contado
artigo relata como especialistas em cromoterapia defendem a capacidade das social, além de contato com a natureza e diferentes elementos.
cores possuírem qualidades específicas e produzirem efeitos diferenciados: Sem adentrar em detalhes de tipologias, jardins capazes de oferecer
calmantes, refrescantes, excitantes e até mesmo irritantes. No Hospital da Rede essas quatro formas de interação são diferenciais para o bem-estar de alguém
Sarah de Salvador, por exemplo, os painéis de artes plásticas trazem diversas em reabilitação motora, por exemplo. Além de possibilitar que atividades de
cores para o dia a dia das pessoas, bem como o verde dos jardins penetra nos recuperação possam ser realizadas ao ar livre, permitem que pacientes
ambientes. enfrentando traumas emocionais, por deficiências ou preconceito social, possam
interagir entre si, em ambientes mais convidativos, que se adaptam às
capacidades individuais de socializar – desde manterem-se isolados até
eventualmente se sentirem prontos para participarem do grupo.
2.4.1. Jardins Terapêuticos
A vasta utilização de jardins terapêuticos é ainda mais recorrente na Buscar-se-á, neste projeto arquitetônico, contemplar
busca pela humanização na saúde, para explorar a percepção ambiental do todos os pontos capazes de aprimorar o bem-estar
usuário. É impossível não associar o verde da natureza à tranquilidade, paz e e qualidade de vida das pessoas, afim de tornar a
recuperação, mesmo por historicamente fornecerem a cura de doenças, experiência do usuário mais humana, familiar,
possibilitarem a criação de medicamentos, dentre outros benefícios. convidativa e estimulante em prol de uma cura mais
Em 1940, a arquiteta paisagista britânica, Allen Hurtwood, tornou-se eficiente.
referência por implementar o uso de jardins com a finalidade de tratar traumas
resultantes da Segunda Guerra Mundial. Mais tarde a aplicação de jardins na
rotina de pessoas em recuperação se estendeu para pessoas com deficiências e
impedimentos físicos.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 13
3. ESTUDOS DE CASO
3.1. Hospital Rede Sarah Salvador
Os Hospitais de Reabilitação da Rede Sarah Kubitschek são sem dúvida as
maiores referências arquitetônicas no território brasileiro para o campo de
recuperação e terapia motora. O arquiteto João Filgueiras Lima, popularmente
conhecido como Lelé, foi o responsável pelo primeiro projeto da Rede Sarah em
Salvador, cujo objeto arquitetônico o consagrou nas áreas de arquitetura bioclimática,
conforto ambiental térmico e arquitetura hospitalar verdadeiramente humana.
Inaugurado em 1994, o hospital de Salvador conforma quatro principais alas
de tratamento: Reabilitação Neurológica, Reabilitação Ortopédica, Reabilitação Infantil
e Neurorreabilitação em Lesão Modular.
Os serviços listados acima, são realizados e distribuídos horizontalmente em
seus 27.000m² de área construída, cujas características são a materialização de uma
série de premissas indispensáveis para o projeto:
• Flexibilidade de Uso e de Expansão da Construção: seja qual fosse o método
construtivo, ele deverá permitir ampliações futuras e adaptações;
• Espaços Verdes: é importante que o paciente transite pelo espaço e mantenha
atividades ao ar livre;
• Flexibilidade de Instalações: visa a facilidade de alterações e manutenção,
fundamental para edifícios de saúde em geral;
• Iluminação Natural e Conforto Térmico: torna-se cada vez mais forte o total
isolamento de edifícios hospitalares com o exterior, por meio de iluminação e ar
controlados artificialmente. Em certos períodos do ano e do dia, é inevitável o uso de
ar condicionado e iluminação elétrica, mas estes não devem ser feitos de maneira
indiscriminada por todo o tempo;
• Padronização Construtiva: a Rede Sarah contém imensos edifícios em extensão, que
para potencializar manutenções e facilitar a construção, foi necessário criar um padrão
e modulação, tanto construtiva quanto em mobiliário interno.

Além dessas premissas, em geral técnicas, o Hospital Sarah Salvador se


distancia da clássica visão hospitalar quando o projeto arquitetônico se uniu ao artista
plástico Athos Bulcão, que proporcionou que cores invadissem as comuns áreas
brancas e monótonas.

ESTUDOS DE CASO 15
Dentre as premissas do projeto do hospital de Salvador, a maioria dos pontos
serão tomados como pilares para o desenvolvimento do projeto de centro de
reabilitação motora na Grande Florianópolis, tais quais a flexibilidade de uso, a forte
presença de espaços verdes, flexibilidade de instalações e iluminação natural (quando
possível). Entretanto, de acordo com observações a serem apresentadas nos próximos
parágrafos, o conforto térmico (baseado no forte planejamento de uso da ventilação
natural) e a padronização construtiva por modularização pré-fabricada, serão
descartados e assim justificados.
Os serviços listados são realizados e distribuídos horizontalmente em seus
27.000m² de área construída, cujas características são a materialização de uma série de
premissas indispensáveis para o projeto:

• Flexibilidade de Uso e de Expansão da Construção: seja qual fosse o método


construtivo, ele deverá permitir ampliações futuras e adaptações;
• Espaços Verdes: é importante que o paciente transite pelo espaço e mantenha
atividades ao ar livre;
• Flexibilidade de Instalações: visa a facilidade de alterações e manutenção, O Desenho e o Projeto
fundamental para edifícios de saúde em geral;
• Iluminação Natural e Conforto Térmico: torna-se cada vez mais forte o total Sobre a concepção do projeto, este se dá por meio de um único elemento que
isolamento de edifícios hospitalares com o exterior, por meio de iluminação e ar se repetiu pelos trabalhos posteriores de Lelé: um shed metálico e curvo, padronizado,
controlados artificialmente. Em certos períodos do ano e do dia, é inevitável o uso de ar cuja única dimensão alterável é seu comprimento, para se estender sobre toda a
condicionado e iluminação elétrica, mas estes não devem ser feitos de maneira extensão do edifício.
indiscriminada por todo o tempo; Para que tal elemento fosse possível, chapas metálicas e onduladas são
• Padronização Construtiva: a Rede Sarah contém imensos edifícios em extensão, montadas sobre perfis curvos de treliças, que se apoiam sobre vigas horizontais
que para potencializar manutenções e facilitar a construção, foi necessário criar um também treliçadas. Todo o objeto estrutural recebe uma chapa também metálica que
padrão e modulação, tanto construtiva quanto em mobiliário interno. atua como acabamento inferior de isolamento acústico e luminoso.

Além dessas premissas, em geral técnicas, o Hospital Sarah Salvador se distancia


da clássica visão hospitalar quando o projeto arquitetônico se uniu ao artista plástico
Athos Bulcão, que proporcionou que cores invadissem as comuns áreas brancas e
monótonas.
Dentre as premissas do projeto do hospital de Salvador, a maioria dos pontos
serão tomados como pilares para o desenvolvimento do projeto de centro de
reabilitação motora na Grande Florianópolis, tais quais a flexibilidade de uso, a forte
presença de espaços verdes, flexibilidade de instalações e iluminação natural (quando
possível). Entretanto, de acordo com observações a serem apresentadas nos próximos
parágrafos, o conforto térmico (baseado no forte planejamento de uso da ventilação
natural) e a padronização construtiva por modularização pré-fabricada, serão
descartados e assim justificados. Croqui esquemático dos sheds metálicos e suas estruturas treliçadas.

ESTUDOS DE CASO 16
Este shed metálico contribui
para o que mais chama a atenção no A modulação para o projeto em planta é tomada como fundamental e será
hospital de Salvador: seu sistema aplicada para o projeto proposto em Grande Florianópolis. Entretanto, a modulação,
eficiente de conforto ambiental unida a pré-fabricação, nos hospitais da Rede Sarah, não seriam possíveis sem a prévia
promovido por um conjunto de construção do Centro de Tecnologia da Rede SARAH (CTRS), localizado no mesmo
elementos estruturais. O conforto é terreno da unidade de Salvador. Este centro de trabalho com metalúrgica, marcenaria,
alcançado por um eficiente sistema de argamassa armada, plásticos e fibra de vidro foi o responsável pela criação dos módulos
ventilação natural, que ocorre por e estruturas padronizadas de fábrica.
meio de grandes túneis subterrâneos De outra forma, assim como ocorre na construção civil brasileira que possui
ao hospital, cujas entradas são baixa industrialização, a modulação de níveis mais complexos planejada para a Rede
voltadas para o sotavento (ventos que SARAH não se é economicamente viável, podendo ser um fator de deseconomia.
facilitam a sucção), criando o efeito Usualmente é necessário inúmeras adaptações construtivas, por causa de dimensões
chaminé através de passagens de ar diversas de revestimentos e componentes estruturais (Carvalho e Tavares, 2014).
nas paredes que conectam o sistema
entre os túneis e aberturas nos sheds.

Porém, além da cobertura peculiar, o projeto dependeu de uma extensa área


com face para os ventos, além de uma diferença de nível no terreno para possibilitar os
túneis. Na unidade construída no Rio de Janeiro, uma de seus sucessores, a ventilação
natural não foi possível na mesma intensidade tendo em vista seu clima quente e muito
úmido, o que torna indispensável o uso do ar condicionado em período integral na
maioria dos ambientes. Em determinadas épocas do ano, a temperatura local alcança
40°C, e a sensação térmica pode ultrapassar ainda mais esse valor. Assim, enquanto no
primeiro apenas áreas especiais possuem controle de ar, no segundo foi decidido o
controle total, porém flexível para dias mais amenos e épocas mais frias.
Por causa deste ponto, e da diferença do clima que praticamente inviabilizou o
pleno uso da ventilação, e tendo em vista a semelhança climática entre Rio de Janeiro e
Florianópolis (este com clima subtropical, quente e úmido), foi desconsiderado o uso
total da ventilação natural por todo o ano. Assim como ocorre no hospital do Rio de
Janeiro.
Os Hospitais Sarah se tornaram exemplos bem-sucedidos também na
coordenação modular, isto é, o uso de determinada ordem e racionalização de
confecção de qualquer componente de projeto, em todas as suas etapas, que facilita e
acelera a produção, por suas dimensões fixadas por meio de multiplicação ou fração de
uma mesma unidade
Apesar de ser usualmente utilizada a unidade 1,20m como ideal para a
modulação de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde (EAS), o arquiteto Lelé utilizou o
módulo 1,25m, justificado por meio dos outros componentes de projeto, como
cerâmicas e revestimentos, que usualmente são cotados em 50cm. Dessa forma, a
unidade de 1,25m quando multiplicada, encaixar-se-ia nas dimensões já existentes de
revestimentos.

ESTUDOS DE CASO 17
Assim como as características descritas anteriormente contribuem para
tornar o Hospital SARAH de Salvador um modelo, sua alta flexibilidade de uso, que
visa a adaptação para as futuras técnicas de atendimento e tratamento, destaca-se
no meio da arquitetura hospitalar. Industrializado e pré-moldado, os custos de
adaptações são reduzidos, bem como a criação de um layout livre e paredes moveis
onde ocorre a reabilitação nas enfermarias.
Por mais contraditório que seja caracterizar uma arquitetura hospitalar
como humanizada, tendo em vista que por natureza todos os edifícios de saúde
deveriam ser voltados para o bem-estar do usuário, infelizmente não é algo comum
em hospitais públicos brasileiros, os quais costumam ser frios, monolíticos e isolados
do meio exterior. O mesmo não pode ser dito dos hospitais da Rede SARAH, onde
a experiência do usuário é uma premissa fundamental.
As iluminação e ventilação naturais, os espaços verdes internos e externos,
espelhos d’água, as cores vibrantes, divisórias externas em vidro e artes plásticas em
painéis contribuem para melhorar a recuperação dos pacientes. Há a integração do
hospital com o bosque de cajueiros e mangueias próximo, bem como seus
ambientes internos com jardins. Já as enfermarias se estendem para o terraço do
prédio, onde os pacientes tomam sol e fazem sessões de fisioterapia, voltados para
os jardins. No interior do hospital, o piso verde e divisórias coloridas se fundem com
os pátios internos.
Em entrevista para o canal SBT Brasília em 2017, Lucia Braga, a
coordenadora da Rede SARAH, reafirma o diferencial do tratamento oferecido pela
rede, em que a natureza, música e o ambiente são potencializadores da evolução
dos pacientes, pelo movimento muito mais natural e espontâneo que crianças e
adultos fazem ao estar na grama.
Para a proposta projetual vigente, com exceção do pleno uso de ventilação
natural, que se limitará as estações climáticas mais amenas, as características
“humanizadas”, como uso de cores, jardins e água une-se aos pilares de criação do
projeto.

ESTUDOS DE CASO 18
3.2. The Christ Hospital Joint and Spine
Center / SOM
Em 1888, no estado de Ohio, Estados Unidos, foi fundado o The Christ Hospital
(Hospital de Cristo), que tinha o objetivo de promover um ambiente religioso,
educacional e filantrópico para o tratamento da população. Mas com a necessidade de
expansão, em 2015 foi construído um novo complexo, com propósito de se um centro
para a reabilitação e tratamento de pessoas com problemas em articulações e na
coluna, que recebeu o nome The Christ Hospital Joint and Spine Cente.
O novo edifício possibilita a contemplação de inúmeros outros serviços e
pacientes, com 89 quartos para pacientes, dimensionados e planejados de acordo com
o paciente alvo; iluminação natural em abundância; espaços semipúblicos flexíveis;
ambientes dedicados ao conforto e encontro de familiares e amigos; ambientes ao ar
livre e telhado verde para a reabilitação e humanização dos espaços; 12 salas de
operação cirúrgica; salas de treinamento profissional e conferências; além de uma
descentralização dos serviços de enfermaria, que são localizadas próximas aos quartos
afim de reduzir a concentração de atividade e ruído.

Pavimento térreo e
jardim externo.

The Christ Hospital Joint


and Spine Center

ESTUDOS DE CASO 19
Este projeto arquitetônico contempla algumas características muito
interessantes como partido arquitetônico, tanto em seu interior quanto exterior. Em sua
face exterior, o edifício é composto por tijolos vermelhos e calcário, que juntos
referenciam a arquitetura vernacular do contexto de seu entorno. As conexões entre o
interno e o externo também são muito exploradas pelo abundante uso de iluminação
natural e transparência de fechamentos, mesmo entre pavimentos, além de atividades
serem realizadas também no pavimento de cobertura, no telhado jardim, onde são
localizadas salas de aula e auditório para estudantes e funcionários em treinamento.

Planta baixa pavimento tipo dos quartos dos pacientes.


Destaque para circulação horizontal central, com distribuição de células de serviço de enfermagem;
localização periférica dos quartos dos pacientes, por visibilidade externa e iluminação natural; e circulação
vertical concentrada a leste, de frente para um saguão de recepção e permanência do andar.

Em relação aos quartos dos pacientes, pessoas com impedimentos de


locomoção e ou deficiências físicas, foram planejados para mais se assemelharem a
quartos de residências ou hotéis, com banheiro privativo (na lado oposta a cama), área
para visitantes e circulação adequada, além de disponibilizar controle da iluminação
natural através de cortinas automatizadas.
Pavimento de cobertura e jardim.

Enquanto isso, no interior no edifício, como pode ser observado da planta


baixa do pavimento tipo de quartos e recuperação (os pavimentos superiores), os
quartos dos pacientes são localização da face periférica no edifício (marcados em
verde), de forma a se aproveitar ao máximo o uso de iluminação natural e permitir a
observação da vida urbana. Enquanto isso, assinalado em tom de marrom são
distribuídas as salas de serviços de enfermagem de maneira descentralizada.
Essa escolha de projeto possibilita maior assistência aos pacientes, mesmo
porque a escolha de fechamento das salas se dá por vidro, além da redução de
eventuais ruídos, geralmente provocados pela centralização de funcionários em um
mesmo espaço.
No mesmo pavimento é possível observar a localização da circulação vertical
mais a leste da edificação. O ambiente de recepção ao andar de quartos é mais amplo,
onde é localizado serviço de recepção e áreas de permanência de pessoas, sejam
visitantes, funcionários ou pacientes. Paviementos inferiores, de Salas de serviços de enfermagem descentralizadas e translúcidas.
serviços, consultas e exames.

ESTUDOS DE CASO 19
3.3. Maggie's Mancheste: Centro de
Tratamento de Câncer / Foster + Partners
Os projetos anteriores se destacaram pelo programa de necessidades se
assemelhar com o do projeto a ser desenvolvido. Ambos são ótimos exemplos de
centros de reabilitação física, com centros cirúrgicos e maior complexidade, cujos
partidos horizontal e vertical possuem características marcantes em distribuição de
espaços, circulação e serviços, ou são marcados por escolhas de projeto que visam a
sustentabilidade energética e conforto em cada traço.
Porém, Maggie's Manchester é um Centro de Tratamento de Câncer, cujo
programa além de se assemelhar muito à proposta de projeto, apresenta arquitetura
e decisões projetuais claramente mais visíveis, que se deseja contemplar neste
trabalho.
Localizada no Reino Unido, próximo ao Hospital Christie e sua unidade
oncológica, ao final de uma rua muito arborizada, Maggie's Manchester alcança o
objetivo da edificação em criar uma “casa longe de casa”, nada semelhante a uma ideia
de hospital, mas sim a um refúgio emocional e prático para pessoas que estejam
enfrentando quaisquer tipos de câncer. Através das imagens, torna-se clara a
atmosfera doméstica proporcionada pela arquitetura terapêutica, cercada por jardins
e hortas.

ESTUDOS DE CASO 20
O edifício é horizontal,
organizado em só nível, cujas
atividades são distribuídas
paralelas a um único e longo
corredor central, em um terreno
ensolarado de um bairro de
caráter residencial.
Este corredor central e A iluminação natural é fortemente presente ao longo da edificação.
todas as ambiências formadas são Além das telhas sobre a cobertura, há iluminação zenital principalmente sobre
contempladas por uma extensa o corredor central, que se mantem em sua totalidade. Nos mezaninos,
estrutura treliçada em madeira, inclusive é possível abrir algumas janelas. Além disso, a lateral do edifício é
que ao mesmo tempo que praticamente totalmente em vidro. O lado leste ainda proporciona uma
distribui os pilares e divide os varanda protegida de chuva, criando forte relação com o lado externo e seus
ambientes, sustenta a cobertura grandes jardins, uma característica semelhante aos projetos apresentados
que abraça os espaços e usuários. anteriormente.
Com diferentes nichos, Os jardins externos, além de serem projetados com o propósito de
íntimos e privados, o espaço tratamento terapêutico, possibilitam um ambiente intimista aos pacientes,
oferece biblioteca, salas de também com o objetivo de criar uma relação de afeto e dedicação para com
ginástica, cozinha, ambientes de as flores e plantas do local, por meio de hortas terapêuticas (um conceito
reuniões e refeições. A cozinha, também muito utilizado quando tratamos de reabilitação emocional).
por sinal, é o coração do edifício,
semelhante ao coração e fonte de
calor de uma casa.
Essa atmosfera doméstica,
por sinal, deve-se ao fato da total
exclusão de simbologias e
sinalizações comuns a hospitais,
possível graças a exclusão de
serviços mais complexos como
exames e cirurgias. Mesmo os
funcionários parecem atuar de
forma discreta com roupas que
fogem do padrão hospitalar.

Todas as imagens foram retiradas do


ArchdailyBrasil.

ESTUDOS DE CASO 21
Além da bela arquitetura e o extraordinário uso de treliças de madeira e
telhado, o que imensamente chamou atenção em Maggie's Manchester foi sua
nenhuma semelhança a um edifício hospitalar. O objetivo do escritório
responsável, Foster + Partners, foi criar um retiro que oferecesse informação,
apoio e refúgio, com atividades que possibilitassem reabilitação emocional e
socialização entre os usuários, por meio de uma arquitetura acolhedora. Cheio
de luz, áreas verdes e pontos de vista, no local é possível executar atividades
manuais e desfrutar da natureza ao ar livre.

Pelas semelhanças de terreno e programa, com menos complexidade


hospitalar, Maggie's Manchester, Centro de Tratamento de Câncer, com todas
duas características formidáveis em estabelecer um refúgio, torna-se impossível
de se ignorar como estudo de caso neste projeto.

ESTUDOS DE CASO 20
4. ÁREA DE INTERVENÇÃO
4.1. A Cidade
A escolha do local para o projeto de centro de reabilitação motora ocorreu através de uma série de pré-requisitos
estabelecidos ao longo do desenvolvimento da pesquisa teórica, que tiveram como parâmetro o melhor atendimento aos
usuários, de forma a priorizar a independência e liberdade individual dos indivíduos.
Dentre as cidades da região metropolitana que melhor contemplaram as características desejadas, a cidade escolhida
foi Florianópolis. Além de existir maior familiaridade e ser frequente objeto de estudo ao longo do curso de Arquitetura e
Urbanismo, a cidade apresenta pontos determinantes como:

É a cidade mais populosa da região metropolitana, entretanto não é suficientemente servida de serviços de reabilitação
motora, assim o projeto poderia contemplar um grande público;
É também a cidade mais servida por transporte público, detentora do terminal de ônibus mais importante da região: o
TICEN. Este é conectado com todos os ônibus provenientes do continente e de outros terminais na ilha, o que torna a cidade
a mais acessível via transporte público.
Florianópolis também é um polo hospitalar notório, não apenas público como privado. A cidade possui muitos hospitais
com cirurgias especializadas, tais quais nas áreas de ortopedia, neurologia, plásticas reparadoras e lesões medulares, que
resultam em quadros pós-cirúrgicos que são contemplados pelo programa do projeto.
Na cidade é localizado o campus principal da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Universidade do Estado de
Santa Catarina (UDESC), além de outras faculdades, onde há cursos como Enfermagem, Fisioterapia, Educação Física e
Psicologia, com os quais se deseja criar vínculo de capacitação/estágio/bolsa para estudantes, uma vez que o programa
contemplará salas de aulas e treinamento na área.

FLORIANÓPOLIS

ÁREA DE INTERVENÇÃO 22
4.2. O Bairro
A escolha do bairro e posterior terreno foi mais desafiador. Porém foram estabelecidas características determinantes, como:
Ampla acessibilidade, tanto a respeito de características, como calçadas com piso podotátil, largas e planas para a livre circulação de
usuários de cadeiras de rodas, muletas, andadores e quaisquer dificuldades de locomoção, quanto ser amplamente acessível via transporte
público, com linhas frequentes com destinos e origens distintas, de forma a ser possível alcançar o local a partir de vários terminais de ônibus.
O bairro precisa ser autossuficiente, com presença de comércio, restaurantes, farmácias, entre outros. O propósito é oferecer aos
pacientes de reabilitação, seus acompanhantes e profissionais encarregados uma série de serviços comuns a rotina e, além disso, uma maior
visibilidade dessas pessoas para o restante da população.
Tratando-se de um ambiente de saúde e reabilitação tanto física quanto psicológica, apesar de ser rico em disponibilidade de serviços,
a área de locação deve priorizar a privacidade e descanso dos usuários, de forma a evitar grande circulação de veículos e pessoas, como ocorre
em avenidas.
Se possível, o local deve ser próximo a áreas verdes naturais, de forma a criar relação com a paisagem natural.
Ao longo da busca por um bairro e terreno, foram várias as opções iniciais para o projeto, como no bairro Lagoa da Conceição, Trindade,
Coqueiros, Estreito, Canas Vieiras e Centro. Porém o que melhor se adequou aos pré-requisitos sem excluir qualquer um foi o bairro Santa
Mônica.

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MANGUEZAL
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Vista aérea do bairro Santa Mônica (esquerda) e Plano Diretor (direita). Imagens disponibilizadas pela Prefeitura de Florianópolis.
Destaque à paisagem natural do entorno, formada pelo Manguezal Itacurubi ao norte; ao Shopping Iguatemi e ao Angelôni Supermercados como referências urbanas;
e à Avenida Madre Benvenuta, que tem caráter principalmente comercial e misto, determinando a dinâmica do bairro de ocupação majoritariamente de dois pavimentos.

ÁREA DE INTERVENÇÃO 23
4.3. O Terreno
O terreno escolhido está atualmente não ocupado por nenhuma edificação construída, e apesar de ser definido como Área Verde de
Lazer, não possui equipamentos urbanos, tais quais áreas verdes próximas que possuem parquinho infantil, quadras de esportes diversos e
academias ao ar livre.
O local é próximo ao Manguezal do Itacurubi, o que contribui para a paisagem natural, e está a uma quadra de distância da Avenida
Madre Benvenuta, altamente servida por diferentes linhas de ônibus e serviços distintos, como a clínica SOS Ortopedia, notória pelo atendimento
e execução de exames. A distância de apenas 100 m da avenida é o suficiente para promover maior privacidade e silêncio às atividades do
projeto, ao mesmo tempo que se mantem com fácil a distância caminhável.

TERRENO
ESCOLHIDO
Área total aproximada: 3.500 m²

ÁREA DE INTERVENÇÃO 23
5. PROJETO
ARQUITETÔNICO
5.1. CONCEITO
Anterior a construção do partido
arquitetônico, o conceito de INTEGRAÇÃO
determinou uma série de decisões. A
transparência entre áreas internas e externas
e a permeabilidade entre jardins e atividades
de reabilitação são inúmeras vezes utilizadas
em edifícios de saúde para trazer aos
pacientes a proximidade com a paisagem
verde, cujo contato é extremamente benéfico
para a recuperação do corpo e da mente.
Mas este não é o único benefício. Essa
integração pode promover outras vantagens,
como a iluminação e ventilação natural, áreas
espaçosas e acolhedoras.

Entretanto, ao pensar neste conceito,


o foco primário foi a integração entre
atividades e a visibilidade entre pacientes,
para que possam compartilhar suas
fraquezas, forças e crescimento. Integrar é
unir e poder observar a si mesmo no outro,
para poder inspirar e ser inspirado. Por
exemplo, possibilitar que um rapaz que
perdeu um membro e está em fisioterapia
veja a si mesmo em outro paciente, uma
mulher em situação igual, mas em estágio
muito mais avançado de recuperação e
independência.

O PROJETO 25
5.2. PROGRAMA DE NECESSIDADES Ludoterapia
em grupos
O edifício foi projetado para um uso misto de atendimento particular e
atendimento por SUS, de forma a receber uma diversidade social. Seu programa
de necessidades é composto por uma série de recomendações de atividades e
áreas mínimas para a execução plena dos exercícios de tratamento e
diagnóstico. Estes são determinados pelo Sistema de Apoio à Elaboração de
Projetos de Investimentos em Saúde Volume 2 (SomaSUS), que foi determinante
para a maior compreensão das características de um centro de reabilitação
física. Hidroterapia
Dentre as recomendações do guia estão ambientes para terapias em grupos
individuais e em grupo, tanto em ambiente seco quanto com a presença de
água, salas que possuem aparelhos auxiliares, área de terapia lúdica e de
atendimento social. Todas estas serão melhor apresentadas a diante com
detalhes.
Algumas necessidades foram incluídas fruto de conclusões diante de
pesquisa: uma circulação realmente espaçosa, para o livre fluxo de cadeiras de
roda em direções opostas; a integração entre áreas internas e externas, para
promover a visibilidade entre os pacientes, os jardins e a continuidade de Eletroterapia
exercícios de fisioterapia em circuitos; a distribuição lógica de atividades e a Individual
visibilidade entre elas, para facilitar a legibilidade do edifício e a auto localização;
criação de ambientes acolhedores e aconchegantes para pacientes e

Sala para cinesioterapia e


Box de Terapias Individuais mecanoterapia

Crioterapia
Individual

O PROJETO 26
5.3. PARTIDO ARQUITETÔNICO A3
O edifício é projetado em um só plano
térreo, ocupando a maior parte do terreno,
caracterizando-se pela horizontalidade. Sua
estrutura – em aço com paredes externas ora em Acesso ao estacionamento dos “fundos”.
Com vaga para carga e descarga e taxi.
alvenaria ora em painéis com vidro – distribui-se
em forma de “U”, onde estão as principais
atividades. Na face oeste se concentram aquelas
que envolvem água, como a piscina e vestiários, e
a face leste concentra as atividades secas, como
os consultórios e a sala de mecanoterapia. Na
conexão entre ambos os lados está o acesso
principal: a recepção, área de espera e a Cobertura em vidro e treliça de madeira.
circulação vertical (acesso ao telhado jardim).

No centro deste U está o jardim principal, onde


também ocorre uma série de atividades ao ar livre
que em alguns pontos invade o edifício. Apesar
do uso intenso do fechamento em vidro, o projeto Caminho a partir do edifício para a
não abriu mão da privacidade, cujo controle é retirada de resíduos sólidos.
feito por meio de venezianas em madeira e
vegetação.

Na área externa, a circulação é marcada por


grandes beirais, que são emoldurados por brises
de concreto armado. Eles são cobertos
majoritariamente por vidro, para proteger das
chuvas, e por brises verticais de madeira
distribuídos horizontalmente, para proteger da
incidência direta da luz solar. Sob esses beirais se Pista de corrida em azul para se
dá a circulação do entorno do edifício, com alguns assemelhar ao espelho d’água no térreo.
equipamentos de fisioterapia para compor
circuitos, e onde a área é maior há algumas
atividades cobertas, mesas de estar e acessos
secundários à recepção (desde o
estacionamento).

Com o intuito de manter a horizontalidade do


entorno e do edifício em si, estabeleceu-se uma
cobertura em laje plana, acessível por meio de
elevador e escada, com estrutura para prover
jardins com plantas arbustivas baixas e a coleta de
água. Outra motivação para o uso do jardim é o
controle térmico do edifício e a promoção de
atividades externas com maior incidência de sol,
uma vez que no térreo tem uma maior incidência Estacionamento frontal acessível
de sombras.
Acesso Principal
Tv. Vilmar José de Souza - Santa Mônica

PARTIDO ARQUITETÔNICO 27
R. Neri Cardoso Bitencourt - Santa Mônica CISTERNAS PARA ÁGUA PLUVIAL
Sistema pressurizado com bomba de fluxo automática.

A1
A
São duas cisternas horizontais de 5.000 litros.
A utilização é para limpeza de pisos e irrigação de jardins.

1:100

PROJEÇÃO DA COBERTURA
宆室家室季宧宨季宐寉宴宸宬宱室家

1,60
孺季宰层

宋宬宧宵宲宷宨宵室害宬室季宦宲宰
1,10 6,42 3,02 1,40 5,22 宗宸宵宥宬宯宫寍宲 2,80 5,80 5,79 1,70 17,90
宐室家家室宪宨宰 孴孳季宰层
宋宬宧宵宲宷宨宵室害宬室季宦宲宰 INCL. = 11,50%
孴孴季宰层 宗宸宵宥宬宯宫寍宲 C = 9,10m
孴孵季宰层
宏宸宧宲宷宨宵室害宬室
B
宗宨宵室害宬室季宏寞宧宬宦室 B

學孻季宰层 -1,35 -1,05

8,80
宕宲宸害室家季宏宬宰害室家
季宨季宇宐宏
學季宰层
-0,03

PLANTA BAIXA
宐室家家室宪宨宰
宕宲宸害室家季宖宸宭室家
孴孵季宰层
孷季宰层

ESQUEMÁTICA
宙宨家宷宬寉宵宬宲季安宨宰宬宱宬宱宲 宙宨家宷宬寉宵宬宲季宐室家宦宸宯宬宱宲

宋宬宧宵宲宷宨宵室害宬室季宦宲宰 學孻季宰层 宓宬家宦宬宱室季宨


學孻季宰层 宋宬宧宵宲宷宨宵室害宬室季宨宰
宗宸宵宥宬宯宫寍宲
0.00 宊宵宸害宲家

TÉRREO
孻季宰层 0.00
孵孴孵季宰层
-0,01
宄宧宰宬宱宬家宷宵室寏寍宲
4,00

孴孷季宰层
0.00

N Acesso coberto
e contínuo até a
recepção.

PROJEÇÃO DA COBERTURA

宕宨宦宨害寏寍宲
O L
9,40

0.00
孴孳孼季宰层

-0,2
43,00

S
Acesso
Principal 宇宨害寙家宬宷宲季宧宨
宆室宧宨宬宵室家季宧宨
宄宷宨宱宧宬宰宨宱宷宲
1,65

宕宲宧室家孯 -0,15
宕宨宦宨害寏寍宲
宄宱宧室宧宲宵宨家季宨
宐宸宯宨宷室家
O programa de atividades é 孼季宰层
宇宐宏
distribuido horizontalmente, em
1,68

孶季宰层
forma de “U”, de forma a ocupar 0.00
quase todo o terreno. As 宅室宱宫宨宬宵宲 宅室宱宫宨宬宵宲
安室宰宬宯宬室宵 安室宰宬宯宬室宵
1,68

atividades que envolvem água 孹季宰层 學季宰层


宗宨宵室害宬室 宗宨宵室害宬室 宗宨宵室害宬室 宗宨宵室害宬室
estão concentradas na fachada 宒宦宸害室宦宬宲宱室宯 宒宦宸害室宦宬宲宱室宯 宒宦宸害室宦宬宲宱室宯 宒宦宸害室宦宬宲宱室宯
宖室宯室季宧宨 守宱宩宨宵宰室宵宬室 完宱宧宬容宬宧宸室宯孯 完宱宧宬容宬宧宸室宯孯 完宱宧宬容宬宧宸室宯孯 完宱宧宬容宬宧宸室宯孯
oeste, enquanto as atividades 宙宬宪宬宯寋宱宦宬室
孺季宰层 守宯宨宷宵宲宷宨宵室害宬室季宨 守宯宨宷宵宲宷宨宵室害宬室季宨 守宯宨宷宵宲宷宨宵室害宬室季宨 守宯宨宷宵宲宷宨宵室害宬室季宨
宅室宱宫宨宬宵宲 宅室宱宫宨宬宵宲
孺季宰层 宆宵宬宲宷宨宵室害宬室 宆宵宬宲宷宨宵室害宬室 宆宵宬宲宷宨宵室害宬室 宆宵宬宲宷宨宵室害宬室
secas estão a leste. 安室宰宬宯宬室宵 安室宰宬宯宬室宵
1,68

孹季宰层 學季宰层 孻季宰层 孻季宰层 孻季宰层 孺季宰层


宗宨宵室害宬室
宒宦宸害室宦宬宲宱室宯季宨宰 宖室宯寍宲季宐宸宯宷宬寞家宲
宊宵宸害宲家 宨季宄宷宬容宬宧室宧宨家季宧宨
No centro deste “U” está o jardim 宖室寔宧室季宧宨 宓宵宨容宨宱寏寍宲
守宰宨宵宪寒宱宦宬室季宨季宙室宪室 孵孵季宰层
interno, onde também ocorre 孶孶季宰层
0,00

宧宨季宄宰宥宸宯寋宱宦宬室
fisioterapias. A intenção é que 孶孵季宰层

ocorram “circuitos” de
caminhada e fisioterapia através
e no entorno do edifício. 0.00 -0,10
宆宲宱宦宸宯宷寙宵宬宲 宆宲宱宦宸宯宷寙宵宬宲
宐寐宧宬宦宲 宐寐宧宬宦宲
Distribuição das atividades de 孴孵季宰层 孴孶季宰层
9,30

INCL. = 4,10%
fisioterapia (em cores as áreas 宖室宯寍宲季宧宨季宆宬宱宨家宬宲宷宨宵室害宬室季宨
宐宨宦室宱宲宷宨宵室害宬室季宨宰季宊宵宸害宲家 宆宲宱家宸宯宷寙宵宬宲季宧宨
C = 2,40m
宓家宬宦宲宯宲宪宬室孽 宇宨害寙家宬宷宲季宨 宖室宯室季宧宨季宄宸宯室季宨
destinadas aos pacientes) e das 宄宷宨宱宧宬宰宨宱宷宲季宖宲宦宬室宯
宊宸室宵宧室季宧宨
宖宨害室宵室寏寍宲季宧宨 宕宨宸宱宬寝宨家
孹孵季宰层 守宴宸宬害室宰宨宱宷宲家季宧室
atividades de uso da 宆宲宱宦宸宯宷寙宵宬宲 宆宲宱宦宸宯宷寙宵宬宲 宨宰季宊宵宸害宲家季宨 宆宲害室季宨季守家害室寏宲 宖室宯室季宐宸宯宷宬寞家宲季宨 宕宨家寔宧宸宲家季宖寙宯宬宧宲家
宐寐宧宬宦宲 完宱宧宬容宬宧宸室宯 孶孳季宰层
宐寐宧宬宦宲 安宸宱宦宬宲宱寉宵宬宲家 宍室宵宧宬宰
administração (em cinza as 孴孵季宰层 孴孶季宰层 孴孹季宰层
孵孺季宰层 孴孴季宰层 孴孳季宰层
áreas de uso dos funcionários). 3,40 3,85 1,25 4,10 9,40 3,42 5,85 2,27 2,23 4,63 2,30

Escala 1:100
1,20 m
1,60

0,60 m PROJEÇÃO DA COBERTURA

N
CISTERNAS PARA ÁGUA PLUVIAL
Sistema pressurizado com bomba de fluxo automática.
A
São duas cisternas horizontais de 5.000 litros.
A utilização é para limpeza de pisos e irrigação de jardins. R. Cel. Maurício Spalding de Souza - Santa Mônica
DISTRIBUIÇÃO DE ÁREAS E FLUXOS 28
CISTERNAS PARA ÁGUA PLUVIAL

A1
A Sistema pressurizado com bomba de fluxo automática.
São duas cisternas horizontais de 5.000 litros.
A utilização é para limpeza de pisos e irrigação de jardins.

1:100

PROJEÇÃO DA COBERTURA
孳孴
孺季宰层

孳孻 孳學
孴孴季宰层 孴孳季宰层 INCL. = 11,50%
C = 9,10m
孳學
B 孴孵季宰层 B

-1,35 -1,05
Nível da água - 0,15m.

PLANTA BAIXA 孳孹
學季宰层

TÉRREO 孳孼
孳孻
孴孵季宰层
孳孺
孷季宰层

學孻季宰层 -0,03

孳孵
孳學 孳孷 孳孶 孵孴孵季宰层
0.00 孻季宰层 學孻季宰层 學孻季宰层 0.00 -0,01
孴孳
1. Casa de Máquinas; 孴孷季宰层

2. Piscina e Hidroterapia;
3. Vestiários Femininos; 0.00
4. Vestiários Masculinos;
5. Hidroterapia e Turbilhão;
6. Depósito de roupas
limpas e DML;
7. Depósito de roupas sujas;
8. Massagem;
9. Ludoterapia;
PROJEÇÃO DA COBERTURA
10. Administração;
11. Recepção;
12. Guarda de cadeiras de
roda, andadores e muletas; -0,2
0.00

13. DML;
14. Banheiro Familiar Unissex;
孴孴
15. Entrada e estacionamento
孴孳孼季宰层
exclusivo para ambulâncias
e saída de emergência;
16. Consultório médico;
17. Monitoramento e Controle 孴孵
-0,15
孼季宰层
de Segurança;
18. Enfermaria;
孴孶
19. Salão para cinesioterapia e 孶季宰层

mecanoterapia em grupos; 0.00

20. Terapia Ocupacional 孴孷 孴孷


Individual, eletroterapia e 孹季宰层 學季宰层

crioterapia;
21. Terapia Ocupacional em 孴孷
孴孷 孴孺 孴孻
Grupo; 孹季宰层 學季宰层 孺季宰层 孺季宰层
孵孳 孵孳 孵孳 孵孳
孻季宰层 孻季宰层 孻季宰层 孺季宰层
22. Consultório de Psicologia e
孵孴
Assistência Social; 孵孵季宰层 孵孹
0,00

孴學
23. Copa e Sala Funcionários; 孶孶季宰层
孶孵季宰层
24. Guarda de Equipamentos
de Jardinagem e Sala
Multiuso;
0.00 -0,10
25. Depósito e Separação de
Resíduos Sólidos 孴孹 孴孹 INCL. = 4,10%
26. Sala Multiuso e Atividades 孴孵季宰层 孴孶季宰层
孵孶
C = 2,40m
孴孼
de Prevenção: pilates, yoga, 孹孵季宰层
孵孺季宰层

dança, etc. 孵孷 孵學 孵孺
孴孴季宰层 孴孳季宰层 孶孳季宰层
27. Sala de Aula e Reuniões.
孵孵
孴孹 孴孹 孴孹季宰层
孴孵季宰层 孴孶季宰层

Escala 1:100 1m

PROJEÇÃO DA COBERTURA

N
CISTERNAS PARA ÁGUA PLUVIAL Venezianas de Madeira em Leque
Sistema pressurizado com bomba de fluxo automática.
A
São duas cisternas horizontais de 5.000 litros.
A utilização é para limpeza de pisos e irrigação de jardins.

O PROJETO 29
A1

Acesso Principal O espelho d´água, localizado logo em frente às salas de fisioterapia individual, pode ser utilizado tanto por aqueles nesta terapia, quanto aqueles que desfrutam os jardins.

Através do espelho d’água é possível provocar sensações diferentes de tato aos pacientes, em um ambiente seguro, sem molhar todo o corpo, como o feito na piscina. A intenção
é que os familiares e amigos daqueles em recuperação os possam acompanhar ao longo dessa trajetória.

De acordo com o SOMASUS, a piscina tem imensa importância por propiciar a imersão do paciente, acompanhado pelo médico ou técnico A terapia lúdica, localizada no interior do edifício em uma sala repleta de mesas, tem como o objetivo entreter o paciente na mesma medida em que este faz
responsável, para desenvolvimento de exercícios e atividades terapêuticas. Ao lado da piscina se encontram os vestiários, cujo percurso é atividades de recuperação. Para a recuperação dos movimentos das mãos, foi destinada à sala jogos de tabuleiro e atividades de arte (por isso o uso das mesas).
inteiramente protegido das chuvas ou vento. Entretanto, a intenção é que a ludoterapia extenda-se para os jardins por meio da hortaterapia (o manuseio de instrumentos de jardinagem em plantas distribuídas
pelo prédio), além da participação ativa de cães, que também contribuem para a recuperação social.

O PROJETO 30
A1

Decks em madeira localizados tanto no jardim no térreo quanto na cobertura. Seu uso é misto para atividades lúdicas, de prevenção e recuperação física. Na área externa, onde a largura dos beirais é maior, estão localizados equipamentos de fisioterapia que contribuem para
Ao fundo desta imagem é possível ver a cobertura da piscina, executada por meio de brises metálicos brancos. os circuitos externos. Cria-se também áreas de permanência por meio de mesas para grupos.

Vista a partir do espelho d’água para as salas de fisioterapia individual (além de crioterapia e eletroterapia). Jardim interno ao “U”.

O PROJETO 31
A1

No ambiente onde há as atividades de massagem e hidroterapia com


turbilhão, há um pequeno jardim de inverno composto por vegetação de
clima mais seco, em solo de areia, a fim de criar o contraste entre o seco e
molhado.

Na imagem também é possível observar as faixas coloridas que se


comportam como guias às atividades, bem como a cor correspondente nas
barras de apoio nas portas.

Além disso, ao fim do corredor visível é possível ver a abertura para o lado
externo, cujo fechamento se dá por veneziana em madeira.

O atendimento social e a recuperação


psicológica é uma parte importante do edifício.
Além de uma série de terapias lúdicas, como
jogos, hortaterapia, cãoterapia, aulas de dança
e música na sala multiúso, a sala de
atendimento social (localizada ao lado da
mecanoterapia) é voltada tanto para
atendimento individual como em grupo, não
apenas de pacientes como familiares a amigos.

Assim como o papel da Sala de Aula e Reuniões,


que busca não apenas instruir novos
profissionais como também todos seus
ocupantes, a sala de Atendimento Social reforça
o compartilhamento de experiências.

O PROJETO 32
A1
A

1:100

5000 L
4,70
B B

Vegetação Rasteira:
Scaevola taccada ("Repolho de Praia") e INCLINAÇÃO
Cobertura em Vidro

Iris domestica ("Flor Leopardo") i=25°

PLANTA BAIXA

5000 L
Cobertura em Vidro

Cobertura em Vidro
INCLINAÇÃO

INCLINAÇÃO
i=25°

i=25°
COBERTURA Vegetação Média
INCLINAÇÃO
Cobertura em Vidro
i=25°
Parcial fechamento em vidro, com
espaço superior para ventilação
Brises horizontais
(Alocasia macrorrhizos, conhecida -0,01 distribuídos verticalmente
como "Orelha de Elefante Gigante") 4,70

5000 L
A cobertura é acessada
Grama 0.00
por meio da circulação vertical
localizada na recepção, onde há
escada e elevador. A laje plana
foi escolhida com o objetivo de
manter a horizontalidade do
edifício e seus planos, para que
atividades de fisioterapia fossem 4,70
estendidas para o terraço.

Nele, é possível passar por 4,41

circuitos com equipamentos de


escadas, rampas e barras de
apoio, além de também possuir
decks em madeira para a
realização de atividades em
grupo, como yoga, e por uma
pista de caminhada.
No terraço também está o
acesso às caixas d’água, para 4,40
manutenção, e o telhado em
vidro que provê iluminação
zenital na área de massagem e
hidroterapia com turbilhão
(térreo).
0.00 0.00
É importante chamar
atenção para a diferença da
vegetação utilizada no terraço e
no térreo. As plantas na
cobertura foram escolhidas por 4,70
sua capacidade de melhor
desenvolvimento em sol pleno,
considerando o maior tempo
que estarão sujeitas ao sol, como
é o caso da “Iris Doméstica”.
Enquanto isso, as planta no
térreo são de sol parcial ou
pleno, pela maior quantidade de
sombras, como é o caso da
“Orelha de Elefante Gigante”, 4,41
Pista de Caminhada
presente em ambos os
pavimentos, porém em maior
quantidade no térreo.

4,70

Escala 1:100 1m

O PROJETO 33
A1

Assim como no térreo, a cobertura é repleta de equipamentos para a


continuidade de atividades ao ar livre com uma maior exposição ao sol,
uma vez que no térreo há mais sombras.

Além dos decks em madeira, equipamentos e mesas para reunião de


pessoas, a cobertura conta com uma pista de caminhada repleta de
bancos para descanso e flores, com uma grande visibilidade para o
jardim interno e entorno do prédio.

O PROJETO 33
A2 Alocasia macrorrhizos (Orelha-de-elefante ) Scaevola taccada (Repolho de Praia)

1:100
Planta herbácea perene, de altura até 2,0 m. As É uma planta rasteira e arbustiva,
folhas são grandes, mais de 0,50 m de encontrada em regiões litorâneas e
comprimento, verdes ou variegadas de branco, tropicais, comumente avistada em praias.
forma de coração, com nervuras marcadas e É muito resistênte ao sol pleno e a alta
bordas onduladas. Crescem e sol pleno ou meia umidade.
sombra.

Parcial fechamento em vidro, com


espaço superior para ventilação

Brises horizontais
distribuídos verticalmente INCLINAÇÃO 8,10
Telha de Fibrocimento
i=15°
Vegetação Média de Sol Pleno/Parcial:
(Alocasia macrorrhizos, conhecida
como "Orelha de Elefante Gigante") Vegetação Rasteira de Sol Pleno:
Scaevola taccada ("Repolho de Praia") e
5000 L Iris domestica ("Flor Leopardo")

0,40
INCLINAÇÃO
Cobertura em Vidro
i=25°
4,70
4,40

0,85

0,40

0,20

1,00
0,30
3,50

3,04
-0.01 0.00 0.00 0.00

-1,05
-1,35

Forro em Gesso
Forro de Treliça em Madeira

Corte BB Eugenia uniflora L. (Pitanguêira)

É uma árvore relativamente baixa, que alcança


cerca de 3 a 6 metros de copa. Parte de suas folhas
são perdidas no inverno e retornam a brotar na
primavera. A vantagem de plantas frutiferas para o
jardim é a contribuição para a terapia lúdica dos
pacientes, por meio da colheita das frutas.

Vegetação Média de Sol Pleno/Parcial: 7,35


(Alocasia macrorrhizos, conhecida
como "Orelha de Elefante Gigante")

Venezianas de Madeira em Leque

0,40
4,70
4,40

0,20

1,00
0,30
3,50
3,04
Janela Superior (Iluminação vinda do corredor) Forro em Gesso

Forro de Treliça em Madeira


Belamcanda chinensis (Flor Leopardo)
Corte AA - Utilizada no térreo e na cobertura com flores de diferentes cores.

Clima: Tropical, Subtropical, Temperado. Não tolera geadas e é cultivada


em sol pleno.
Muito usada há muito tempo para tratar problemas de garganta, asma,
fígado e baço inchados, gonorréia, malária. combater a infecção viral.

CORTES 35
6. CONCLUSÃO
Uma última conclusão a respeito do tema abordado, acredita-se que
por parte das universidades deve haver um maior incentivo ao estudo e à
formulação de projetos dentro da área da saúde, considerando a tamanha
importância do tema e o quão deficiente está de profissionais e edifícios
verdadeiramente “humanizados”. Sim, “humanizados”. Hoje, um paciente
facilmente se sente mais fragilizado e doente dentro de um centro de saúde,
visto o tamanho distanciamento das reais necessidades humanas de se sentir
bem e se sentir seguro. Independente de redundante ou não, discutir
“humanização” de espaços para humanos nunca foi tão necessário.

Em relação ao projeto, acredita-se que ele concretizou os objetivos


iniciais de pleno funcionamento do programa em ambientes mais
aconchegantes e inspiradores. Isso justificado pelo uso intenso de vegetação e
da integração dos ambientes internos e externos, de forma a estimular o uso
dos jardins e cobertura para as atividades de fisioterapia, além da mais intensa
integração das relações humanas.

Em relação a criação de uma arquitetura ambientalmente amigável, o


controle térmico foi alcançado pela aplicação de aberturas cruzadas, o uso de
venezianas de madeiras para proteção dos ambientes internos, além dos largos
beirais com brises em concreto, que juntos foram determinantes para a redução
do uso de energia. Os telhados jardins também foram propostos para contribuir
com o controle térmico, além de captarem as águas da chuva para armazenar
nas várias cisternas enterradas, para assim reduzir o uso de água potável.

CONCLUSÃO 36
7. REFERÊNCIAS
AIA ACADEMY OF ARCHITECTURE FOR HEALTH | RESEARCH INITATIVES CARVALHO, Antonio Pedro Alves de; TAVARES, Ígor de Góes. Modulação
COMMITTEE (Ohio). The Christ Hospital Joint and Spine Center. no projeto arquitetônico de estabelecimentos assistenciais de saúde: O
Cincinnati, 2015. Color. Disponível em: caso dos Hospitais SARAH.
<https://network.aia.org/HigherLogic/System/DownloadDocumentFile.
ashx?DocumentFileKey=85eae228-829e-dccd-976b-2eff5e938a73&forc DG, Fernanda. HOSPITAIS QUE AJUDAM A CURAR OS PACIENTES. 2016.
eDialog=0>. Acesso em: 15 maio 2019. Disponível em:
<https://dicasdearquitetura.com.br/hospitais-projetados-para-ajudar-cu
ARCH DAILY. Centro de Tratamento de Câncer / Foster + Partners. 2016. rar-os-pacientes/>. Acesso em: 23 maio 2019.
Disponível em:
<https://www.archdaily.com.br/br/786620/centro-de-tratamento-de-ca FINESTRA. CONFORTO AMBIENTAL NA REDE SARAH: EXEMPLOS DE
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Muito obrigada!

REFERÊNCIAS 39

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