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COLIVING

Coabitação no Centro de Vitória


João Victor Rodrigues Fonseca
universidade federal do espírito santo
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CENTRO DE ARTES

DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO

JOÃO VICTOR RODRIGUES FONSECA

COLIVING: COABITAÇÃO NO CENTRO DE VITÓRIA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de


Arquitetura e Urbanismo (DAU) do Centro de Artes da Universidade
Federal do Espírito Santo, como requisito parcial para a obtenção do
grau de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Orientador: Prof. Dr.
Jarryer Andrade de Martino.

VITÓRIA-ES
2022
FOLHA DE APROVAÇÃO

JOÃO VICTOR RODRIGUES FONSECA

COLIVING: COABITAÇÃO NO CENTRO DE VITÓRIA

Aprovado em de de 2022.

COMISSÃO EXAMINADORA

Prof. Dr. Jarryer Andrade de Martino


Universidade Federal do Espírito Santo
Orientador

Prof. Dra. Liziane Jorge


Universidade Federal do Espírito Santo
Membra interna convidada

Prof. Dra. Letícia Teixeira Mendes


Universidade Federal de Pernambuco
Membra externa convidada
AGRADECIMENTOS

Primeiramente sou eternamente grato aos meus pais, meus melhores amigos, sem vocês não teria sido possível
alcançar o resultado final, em especial à minha mãe. À minha avó e tias maternas, obrigado pelas orações e por todo
o amparo e incentivo que vocês puderam propiciar.
Todo meu agradecimento ao professor Jarryer que tive o prazer em conhecer aos quarenta e cinco do
segundo tempo durante a graduação. Com sua didática, paciência e compreensão, acreditou na minha proposta e
tornou esse trabalho possível. Dedico também à professora Clara, por ter sido uma referência durante o período de
Iniciação Científica. À professora Liziane que me fez apaixonar pela teoria e prática do urbanismo e me trouxe outro
olhar sobre as cidades. À professora homenageada Juliana, do Departamento de Engenharia Civil, que conquistou
a mim e à todos os estudantes formandos da minha classe. Vocês definitivamente foram os melhores nesse percurso.
Obrigado por serem uma inspiração no ofício da profissão como professores.
Em memória aos meu queridos avós paternos que perdi, consecutivamente, em 2019 e 2020. Peço desculpas
por não ter conseguido me formar antes de vocês partirem.
Expresso aqui meu sentimento de solidão, que permaneceu durante parte da minha formação e se agravou,
após o início da pandemia de COVID-19. A solidão tornou-se parte de nossas rotinas e de todos os envolvidos nesse
processo, nossas jornadas ficaram ainda mais comprometidas e difíceis. Meus sentimentos à todos que perderam
familiares e amigos nos últimos anos em decorrência de tal. No entanto, posso recordar ainda bons momentos
de socialização: sou grato aos meus colegas Flávia, Thiago, Kelly, Rebeca e Carol, que seguraram as pontas em
momentos que eu achei que não ia conseguir. Vou sentir saudades das nossas conversas nos corredores do CEMUNI.
Aos meus amigos Bruno, Júlia, Brenda e Letícia que o destino me apresentou e nos aproximou quando vim
morar em Vitória. Vocês estiveram comigo nos melhores e piores momentos. Infelizmente estamos afastados por ora,
mas eu reconheço que vocês foram peças importantes desse quebra cabeça. Obrigado por tudo.
Dedico este trabalho especialmente à Lucas. Sou grato à vida por ter nos dado a oportunidade de nos
conhecermos. Sinto que nossa amizade vem de outras vidas. Obrigado por ser uma inspiração para mim, por nunca
ter soltado a minha mão, pela paciência em compreender meus problemas e ter sido o melhor dos ombros amigo
dentro e fora da universidade. Dedico esse trabalho especialmente à você que precisou abandonar a faculdade para
trabalhar, em um contexto que a instituição não conseguiu oferecer o mínimo necessário para evitar sua evasão. Esse
diploma também é seu. Saiba que estarei sempre ao seu lado no que eu puder ajudar. Continuamos sonhando com
o dia que a universidade pública, gratuita e de qualidade será facilmente acessível a todos.
Ademais preciso reconhecer o período que passei morando em repúblicas durante a minha vida acadêmica
e a minha insatisfação com a maioria das minhas experiências de moradia. As casas e apartamentos que residi não
eram definitivamente adequadas para a minha rotina estudantil, que me exigia qualidade do espaço, praticidade no
dia-a-dia e acessibilidade. Nesse sentido, optei por repensar o modelo tradicional de habitação em meu trabalho
final de graduação, em que trago um modelo alternativo de coabitação que atende os variados perfis familiares
existentes na contemporaneidade que vão para além da família nuclear, incluindo as famílias unipessoais, formadas
em parte pelo público estudantil adulto que opta ou necessita morar fora da casa dos pais para estudar.
SUMÁRIO

Introdução 13

1. Do Cohousing ao Coliving: origem, contextualização e distinções 17

1.1 Características comuns das comunidades Cohousing 19

1.2 O projeto de uma comunidade: Trudeslund Cohousing 19

1.3 Cohousing versus Coliving 23

2. As Gerações ‘Y’ e ‘Z’ 26

3. As novas conformações familiares e o mercado imobiliário 30

4. A economia colaborativa 35

5. O Coliving como um inevitável edifício inteligente 39

5.1 A “Internet das Coisas” 40


5.2 O QR Code: a interação entre o virtual e o real 41

5.3 Aplicações práticas dessas tecnologias em um edifício Coliving 42

5.4 Tópicos aprimorados em habitações inteligentes 44

6. Coliving na prática: estudos de caso 48

6.1 Casa Gap 49

6.2 MINI Living 52

6.3 The Urban Village 57

6.4 O Coliving no Brasil 62

7. Diagnóstico da área de implantação e suas condicionantes 65

7.1 Um breve histórico e caracterização 66

7.2 Dados demográficos e socioeconômicos da região 66

7.3 Justificativas 67

7.4 Zoneamento: Plano Diretor Urbano 68


7.5 Terrenos Propostos 69

7.5.1 Terreno 01: Centro 71

7.5.2 Terreno 02: Parque Moscoso 75

7.5.3 Terreno 03: Centro 79

8. A proposta projetual 84

8.1 Princípios para a habitação do século XXI 85

8.2 Conceito, partido e setorização 86

8.3 Programa de necessidades e o pré-dimensionamento 88

8.4 Plantas, cortes e fachadas 93

8.5 Perspectivas externas e internas 108

Considerações Finais 133

Referências bibliográficas 135

Apêndices 140
12
13

INTRODUÇÃO
O site thefreedictionary.com descreve o prefixo “co-”, haja mudança na quantidade de membros do núcleo familiar ou ainda
proveniente do latim, como uma variante de com-, que tem relação que seja necessário modificar as funções e usos do espaço se assim
com as palavras together, joint, jointly, mutually, traduzido para a for da necessidade dos usuários.Seguindo essa lógica, o Coliving
língua portuguesa como algo relacionado à “junto”, “em conjunto”, aparece como uma solução para o problema da padronização da
“mutuamente”. O significado tem como referência o dicionário habitação ainda perpetuada em nosso tempo.
American Heritage® – Dictionary of the English Language, em sua O surgimento do Coliving como uma nova forma de habitar,
quinta edição, de acordo com o site. O segundo termo, “living”, é uma também pode ser associado ao advento das últimas gerações entre o
palavra de origem inglesa que traduzida, significa algo relacionado final do século XX e o início século XXI, período que coincide com a
a “viver”, “morar”, “moradia”, “vivência”, “estar”, “modo de vida”. virada do milênio. A “Geração Y (Millennials)” e mais recentemente a
Logo, sugere-se uma possível tradução para Coliving em português: “Geração Z” são indivíduos que nasceram e cresceram com o rápido
avanço da tecnologia das últimas décadas e foram inseridos em um
Co + living = co-moradia, moradia conjunta, moradia compartilhada contexto mais consciente sobre a questão ambiental. Essas gerações
romperam com alguns padrões intrínsecos das gerações anteriores. O
Considera-se o Coliving como uma nova forma de habitar surgimento do conceito de economia compartilhada ou colaborativa
idealizada para os novos modelos de vida deste século, em que está ligada à questão da sustentabilidade, às preocupações
ficam evidentes diferentes necessidades, para os mais variados ecológicas e à preservação do meio ambiente, e tem como objetivos
tipos de famílias que coexistem aproximadamente desde o final reduzir custos e principalmente o consumo excessivo. Esse conceito,
do século XX. Para alguns teóricos, o mercado imobiliário não surge ao mesmo tempo que essas gerações moldam seus ideais e
acompanhou o mesmo ritmo de mudanças para atender o surgimento para alguns autores esse novo tipo de consumo foi favorecido pela
dessa multiplicidade familiar. A habitação contemporânea ainda é evolução tecnológica das últimas décadas, que incentivou escolhas
planejada, em sua grande maioria, para atender a família nuclear, mais conscientes de bens e recursos, a partir da conexão entre as
tradicionalmente composta por pai, mãe e seus respectivos filhos. A pessoas e o acesso à informação. Consequentemente esse novo
habitação do século XXI, carece de espaços passíveis para atender tipo de consumo se refletiu também na maneira de habitar dessas
outros modelos de família: mães e pais solteiros, casais sem filhos, gerações. A moradia compartilhada e colaborativa, portanto, ganha
indivíduos que necessitam de moradia temporária, idosos casados, espaço como uma solução, e o Coliving se apresenta como um
solteiros ou viúvos, entre outros. O mercado imobiliário, como modelo para a coabitação, incentivado principalmente por indivíduos
agente modificador do espaço, ainda não dá a devida atenção dessas gerações.
para conceber um novo modelo, mais acessível, diversificado e A proposta tem impactos positivos que podem ser indicados.
heterogêneo de habitação. As mudanças no perfil demográfico, a Esse tipo de habitação propõe edifícios mais eficientes e funcionais,
relativização do casamento, a queda no número de filhos por família, que podem incluir uma infraestrutura otimizada para o uso coletivo.
o aumento dos divórcios, a longevidade da população por conta do Essas são algumas das justificativas para quem busca coabitar
aumento da expectativa de vida, entre outros fatores, são algumas nesse tipo de arquitetura. A proposta tem potencial de permitir a
das justificativas pela diversidade dos diferentes grupos familiares redução do consumo de materiais de construção por usuário, por
existentes nos dias atuais. compartilhar espaços que normalmente não são coletivizados em
Além disso, os múltiplos modelos de habitação concebidos modelos convencionais de habitação. Além disso, os espaços,
nos dias de hoje, ainda são pouco ou quase nada favoráveis a normalmente, são multifuncionais e projetados para que seja possível
possibilidade de adequações em sua compartimentação interna, caso adaptar ou adequar para diferentes usos e necessidades. Outro fator
é a redução dos custos com a moradia e a sustentabilidade social refletiram sobre a forma de consumo inclusive da habitação, por meio
promovida pelos benefícios da convivência constante, pela ajuda da economia colaborativa. O conteúdo desses termos são explicitados
14 mútua e laços entres os membros que esse tipo de habitação é capaz mais a fundo nos capítulos conseguintes, com base no trabalho de
de criar. Esse estilo de vida, em que as pessoas residem em um modelo teóricos sobre os assuntos. A partir disso são apresentadas propostas
de arquitetura compartilhado e colaborativo vai na contramão do para um edifício inteligente que contribua para gerir uma comunidade
individualismo contemporâneo e trata-se de um modelo racional altamente conectada em um edifício coletivo concebido para os dias
desde a sua concepção por se preocupar com questões ambientais de hoje. Sequencialmente, são apresentados os estudos de caso de
e por considerar parâmetros contemporâneos mínimos de conforto projetos Coliving, e como o conceito da coabitação ganha espaço
para o usuário. em território nacional. Logo, são escolhidos os possíveis locais de
Sendo assim, o objetivo final desse estudo é apresentar uma implantação do projeto e analisadas suas condicionantes: uma breve
proposta de uma rede de unidades Coliving implantados no Centro contextualização e caracterização do local a partir de dados da
de Vitória. A justificativa para a escolha do local de implantação é prefeitura, do Plano Diretor Urbano e ainda uma análise detalhada
o incentivo da moradia nessa região e a redução da ociosidade sobre os entornos dos terrenos propostos. Com o terreno escolhido
causada pelo abandono da área central nos horários não comerciais. e os índices urbanísticos estabelecidos, definiu-se o programa de
Tal fenômeno é reconhecido por diversos teóricos, em que se constata necessidades e o pré-dimensionamento que consequentemente
um esvaziamento de antigos centros metropolitanos em direção geraram uma setorização e um estudo de massas que iniciam a
à vetores de expansão urbana que ocupam áreas mais periféricas concepção do projeto.
da cidade. Além disso, o Centro é uma área bem consolidada Por fim, o capítulo da solução projetual, o objeto final do
em serviços, comércios e instituições, portanto uma importante estudo: o projeto de um Coliving implantado em um dos terrenos
centralidade metropolitana geradora de empregos. Ademais, é uma no Centro de Vitória com suas plantas, cortes, fachadas, volumetria e
área considerada de fácil acesso por transporte público, contemplado materialidade definitivamente estabelecidas.
por inúmeras linhas de ônibus municipais e intermunicipais pelo
fato de que importantes vias metropolitanas cortam seu território.
Incentivar moradias próximas às áreas bem infraestruturadas como o
Centro reduz o deslocamento das pessoas e proporciona conforto
e acessibilidade aos serviços já estabelecidos nessas regiões. Outro
fator que determinou a escolha do Centro para o local de implantação
do projeto é o fato do local possuir o maior patrimônio histórico e
cultural consolidado da cidade. A habitação em Coliving pode sugerir
espaços de trabalhos colaborativos de produção artística, cultural e
social com potencial de impactar a vizinhança.
A partir da fundamentação teórica e dos estudos de caso
apresentados no decorrer deste trabalho chega-se a uma solução
projetual final implantada em um terreno do Centro. De imediato, é
preciso deixar claro que a proposta não propõe uma revitalização de
um edifício existente no Centro. O desenvolvimento da pesquisa não
tinha o objetivo de seguir em direção à uma linha de fundamentação
teórica que incluísse retrofit, revitalização de edifícios antigos e/ou
patrimônio histórico. Nos próximos capítulos aprofunda-se em alguns
conceitos já introduzidos, e que embasam a proposta.
Inicialmente, busca-se a origem do Coliving, que para
inúmeros teóricos advém do modelo Cohousing. Adiante, a pesquisa
investiga a evolução das divisões geracionais e da tecnologia que
modificaram os modos de vida e os ideais das mais recentes gerações,
que por consequência condicionaram em distintos grupos familiares e
1
Do Cohousing ao Coliving: origem,
contextualização e distinções
Nesse primeiro momento, é necessário se debruçar sobre Estados Unidos, Canadá, Nova Zelândia e Austrália. As pessoas
o conceito do modelo de habitação em Coliving em sua origem. estão descobrindo o Cohousing e percebendo que o modelo atende
Alguns autores descrevem o Coliving como uma variação do modelo melhor às suas necessidades, comparado à moradia tradicional. 17
Cohousing. Segundo Machado (2019, p.17), “o co-living é uma Desta forma, os modelos estão evoluindo e se adequando às novas
adaptação do co-housing [...]”. Para Souza (2019), o conceito de definições sempre mutáveis de maneira a acomodar diferentes
coliving surgiu originalmente como cohousing. Ainda, de acordo com configurações familiares, desde pais solteiros, à idosos solteiros, até
Nunes e Vieira (2019, p. 4) “[...] a partir da experiência do Cohousing mesmo à uma família de seis pessoas.
surge a de Coliving [...]”. Logo, o Cohousing que advém de uma solução do final do
Portanto, busca-se informações sobre o modelo de século passado, ainda parece ser uma opção viável para atender às
habitação em Cohousing e em seguida apresenta-se um projeto que necessidades contemporâneas.
exemplifica esse modelo mais tradicional. Para isso, recorre-se aos
trabalhos de teóricos sobre o tema, Kathryn McCamant e Charles As realidades do final do século XX são tão reais
Durrett, até chegarmos no que é considerado atualmente como o quanto hoje. [...] Cada projeto é o resultado coletivo
conceito de Coliving. O primeiro capítulo, portanto, tem o objetivo desses fatores, e cada comunidade cohousing é,
de contextualizar e distinguir o Cohousing do Coliving, considerando portanto, única. No entanto, esse tipo de bairro
que ambos são utilizados como sinônimos em algumas literaturas para é projetado especificamente para as realidades
designar modelos de habitação com perceptíveis distinções. de uma sociedade industrial e tecnologicamente
Conforme McCamant e Durrett (2011), o conceito de avançada, na qual os residentes - para o bem de seus
Cohousing foi criado na Dinamarca na década de 1970, com filhos e das gerações futuras - geralmente desejam
o surgimento das primeiras comunidades desse tipo próximo à ver a sociedade avançar em uma direção positiva
cidade de Copenhagen. As famílias almejavam por um maior senso (MCCAMANT; DURRETT, 2011).
de comunidade daquele encontrado até então nas subdivisões
suburbanas e complexos de apartamentos na época. Havia, portanto, Foi o arquiteto Jan Gudmand-Høyer e mais cinco amigos,
diversas famílias que estavam tentando se encaixar em um padrão de que desde 1962 e 1966, fizeram as primeiras tentativas de construir
habitação que simplesmente não era adequado para elas. projetos de habitações desse tipo:
Nesse sentido, algumas famílias, criaram um novo conceito
de bairro ao combinar a autonomia das residências particulares com Eles concordaram que nem a casa unifamiliar
as vantagens de uma vida em comunidade, o que era considerado suburbana nem o prédio de apartamentos de vários
um ajuste perfeito para o estilo de vida contemporâneo. Agora andares eram alternativas aceitáveis, porque ambos
a vizinhança tradicional se torna amigável para as pessoas, e não tinham as instalações comuns necessárias
cria um desenho que permite uma cooperação doméstica diária para criar um verdadeiro senso de comunidade.
em atividades como refeições comunitárias e o cuidado com as Concordando que a cooperação era tão necessária
crianças. Nesse novo modelo cada família possui uma residência em casa quanto no local de trabalho, o grupo
privada autossuficiente, mas todas as famílias compartilham extensas decidiu que seu conjunto habitacional deveria ser
instalações, como uma grande casa comum que inclui cozinha e sala pequeno o suficiente para permitir que os residentes
de jantar coletivas, brinquedotecas, oficinas, quarto de hóspedes e se conhecessem e se sentissem confortáveis usando
lavanderia. McCamant e Durrett (2011) afirmam que essas instalações a área comum, como uma sala de estar ampliada.
comuns são aspectos importantes da vida de uma comunidade por O programa habitacional deve ser desenhado para
razões sociais e práticas. estimular a interação social entre os vizinhos e,
Em dinamarquês, essas comunidades recebem o nome de significativamente, ‘não deve ser feito para pessoas,
bofællesskaber (traduzido diretamente como “comunidades vivas”), mas com pessoas’ (MCCAMANT; DURRETT, 2011).
e a partir daí o termo em inglês foi adaptado e se estabeleceu como
“Cohousing”. Ainda de acordo com McCamant e Durrett (2011), Um grupo de pessoas junto de Gudmand-Høyer compraram
só no ano de 2010 mais de 700 comunidades desse tipo foram em 1966 um terreno na cidade de Hareskov, próximo a Copenhagen,
construídas na Dinamarca e a tendência continua em toda a Europa, porém a vizinhança se opôs ao desenvolvimento do projeto
alegando que a comunidade aumentaria o número de crianças e
consequentemente traria ruídos excessivos para a área. Anos após
18 várias tentativas de um acordo, o grupo foi obrigado a abrir mão do
local de implantação do projeto. A partir desse ocorrido Gudmand-
Høyer escreveu um artigo em 1968, intitulado “O elo perdido entre
a utopia e a datada casa de uma família” que foi veiculado em uma
importante publicação nacional com amplo alcance em número de
leitores. Consequentemente isso desencadeou uma resposta imediata.
Gudmand-Høyer recebeu inúmeras cartas de pessoas interessadas
em viver nesses modelos de comunidade.
A partir daí, em 1968, Gudmand-Høyer junto das poucas
famílias que restaram do grupo Harsekov e novas pessoas
interessadas fortaleceram o interesse em construir uma comunidade
no modelo Cohousing. Esse grande grupo se dividiu por conta de
divergências quanto ao desenho que teria essa comunidade. Apesar
de trabalharem em paralelo, uma das comunidades, Skråplanet,
foi formada em um canteiro de obras na cidade de Jonstrup e a
outra comunidade denominada Saettedammen comprou um local
adequado na cidade vizinha de Hillerød. Desta vez nenhum dos
dois enfrentaram oposições da vizinhança, mas imprevistos e altas
Figura 2 – Planta da Casa Comum de Saettedammen.
licitações provocaram atrasos durante as suas construções. De acordo Fonte: Grace Kim (2012). Nota: adaptado e traduzido pelo autor.
com McCamant e Durrett (1994) somente em 1972, é que 27 famílias
se mudaram para Saettedammen em Hillerød, que foi projetada pelos
arquitetos Teo Bjerg e Palle Dyreborg. Um ano depois, 33 famílias de
Skråplanet mudaram-se para a comunidade em Jonstrup, projetada
pelo próprio Jan Gudmand-Hoyer.
McCamant e Durrett (2011), afirmam que ambas as
comunidades são muito bem sucedidas ainda nos dias de hoje.

Figura 1 – A implantação de Saettedammen, o primeiro Cohousing na Dinamarca. Figura 3 – Cohousing Skråplanet: concluída em 1972, é a segunda comunidade
Fonte: McCamant e Durrett (2011). Nota: adaptado e traduzido pelo autor. cohousing mais antiga da Dinamarca. Fonte: McCamant e Durrett (2011).
Para McCamant e Durrett (2011), esse modelo não seria algo O cohousing institucionaliza a “comunidade” em
considerado recente sendo que cooperativas, vilas e outras formas uma base de longo prazo com eventos como jantares
habitação coletivas já existiam antes do advento do Cohousing. comuns, creches, grupos de trabalho de manutenção 19
Porém, quando Gudmand-Høyer começa a construir os projetos e assim por diante. [...] Não é um processo fundado
na Dinamarca, essa intenção torna-se consciente em reação às no acaso. Isso quer dizer que todos os que vivem
mudanças demográficas e às realidades surgidas no final do século em uma comunidade de cohousing desejam dar à
XX em que podemos citar o fato das mães que agora trabalham fora cooperação o benefício da dúvida. Ao decidir morar
de casa, a quantidade menor de filhos por família, famílias individuais lá, eles estão conscientemente escolhendo participar.
e o interesse por um estilo de vida mais conveniente, prático e O cohousing também está firmemente aterrado ao
econômico. “lugar”. A construção de comunidades acontece
literalmente entre os edifícios e nos caminhos do
No passado, a maioria das pessoas morava em jardim. Na verdade, os espaços físicos são projetados
vilarejos ou bairros urbanos bem unidos, onde para encorajar um senso de lugar e pertencimento
trabalharam juntos para construir uma escola, que engendra cooperação e apoia relacionamentos
construir um celeiro, plantar e celebrar a colheita. (MCCAMANT; DURRETT, 2011).
Da mesma forma, os residentes em cohousing
desfrutam dos benefícios da colaboração, seja Apesar da ocupação que se implementa em empreendimentos
organizando creches, participando de jantares Cohousing ser predominantemente residencial e seus residentes
comuns ou participando de atividades sociais. Por possuírem um trabalho profissional fora da comunidade, McCamant e
meio da cooperação e alguma proximidade, os Durrett (2011) afirmam que há um “comércio informal” de habilidades
membros das comunidades de cohousing constroem dentro da comunidade. A vizinhança conhece as habilidades uns dos
relações sociais e trabalham juntos para atender às outros e se sentem confortáveis em pedir ajuda. Além disso, os projetos
necessidades práticas. Este tipo de relacionamento de Cohousing se adaptaram, e o zoneamento para áreas destinadas
exige responsabilidade, mas em troca oferece à implantação já não são restritas apenas aos usos residenciais.
segurança e um sentimento de pertencimento Com um planejamento orientado à criação de bairros de uso misto,
(MCCAMANT; DURRETT, 2011). as áreas antes exclusivamente destinadas ao uso residencial podem
agora acomodar outras funções. Como exemplo os autores citam uma
comunidade concluída na Califórnia que inclui escritórios, espaços de
1.1 Características comuns das comunidades Cohousing varejo, estabelecimentos e outros serviços no bairro.

McCamant e Durrett (2011) definem características e


princípios muito comuns na maioria das comunidades Cohousing, nas 1.2 O projeto de uma comunidade: Trudeslund Cohousing
quais podemos citar: o processo participativo desde o planejamento
e projeto para a comunidade, o desenho do projeto físico do
empreendimento que incentiva o senso de comunidade, as extensas Para compreender melhor esse modelo, é fundamental
instalações comuns que complementam as áreas privadas e a apresentar um estudo de caso de um projeto no modelo Cohousing.
gestão da comunidade realizada pelos próprios residentes a partir Nesse caso optou-se pela Trudeslund Cohousing, construído em 1981,
de uma estrutura sem hierarquias. Além disso, a comunidade (com na cidade de Birkerød na Dinamarca. A escolha por esse projeto se
raras exceções) não gera renda diretamente para os seus residentes, deve pelo fato de que a bibliografia consultada traz o projeto em
portanto a fonte primária de seus proventos geralmente vem de alguma riqueza de detalhes e por se tratar de um projeto relativamente antigo
atividade profissional realizada externa à comunidade. Geralmente comparado à alguns modelos mais atuais e adaptados. Propõe-
é cobrada uma taxa de adesão e uma mensalidade para cobrir os se, portanto, investigar como eram esses modelos de habitação
custos compartilhados, semelhante às taxas de um condomínio. principalmente na sua origem.
20

Figura 5 – Espaços externos de socialização em Trudeslund.


Fonte: https://trudeslund.dk/. Acesso: março, 2021.

Figura 4 – Cozinha compartilhada na casa comum de Trudeslund.


Fonte: https://trudeslund.dk/. Acesso: março, 2021.

Projeto: Trudeslund Cohousing


Escritório: Vandkunsten Arquitetos
Local: Birkerød, Dinamarca
Ano: 1981 Figura 6 – Casa comum com destaque para o terraço comunitário na parte frontal.
Fonte: https://trudeslund.dk/. Acesso: março, 2021.

Conforme McCamant e Durrett (2011), o projeto de atendia diferentes arranjos familiares: famílias com filhos, casais
Trudeslund “é considerado um modelo desenvolvido de Cohousing sem filhos, pais divorciados e pessoas solteiras.
na Dinamarca”. O projeto é um trabalho da equipe do escritório O desenho estabelecido em Trudeslund reforça a
Vandkunsten em colaboração com Gudmand-Høyer. Conta com natureza social e incentiva a interação espontânea das pessoas
33 unidades habitacionais e aproveita as características naturais do enquanto permite conexões sociais de longo prazo. Isso pode
terreno como o seu relevo e arborização. As moradias se alinham ser exemplificado por exemplo, pela disposição do mobiliário ao
por duas ruas perpendiculares para pedestres. A casa comum fica longo do projeto que promove o encontro casual entre as pessoas,
no ponto mais alto do terreno no encontro de ambas as ruas, e o mantém a permanência e prolonga as discussões em um ambiente
estacionamento para carros foi mantido nas bordas do terreno de favorável à socialização.
forma a não conflitar com o fluxo interno de pedestres. A parte inferior Analisando a implantação no terreno, as principais
do terreno manteve-se arborizada e se tornou o principal lugar de instalações comuns do projeto que se pode descrever são: à casa
lazer para as crianças. O terreno é situado em uma área valorizada, comum, a praça comunitária logo em frente, o estacionamento, e
próximo à uma estação ferroviária, em uma área privilegiada de as caixas de areia para as crianças.
lagos e recreação florestal em Birkerød, na Dinamarca. McCamant e A “common house” ou casa comum em Trudeslund possui
Durrett (2011) revelam que em 1988, o perfil dos moradores residentes 416 m². É possível analisar como a casa comum foi dividida em
adultos de Trudeslund variavam entre 28 e 90 anos e a comunidade Trudeslund a partir da Figura 8.
21

Figura 9 – Os residentes assistindo a um jogo na sala de TV da casa comum.


Fonte: McCamant e Durrett (2011)

Figura 7 – Espaços externos de socialização em Trudeslund.


Fonte: McCamant e Durrett (2011). Nota: adaptado e traduzido pelo autor.

Figura 10 – Os residentes tocando instrumentos na sala dos adolescentes da casa


comum. Fonte: McCamant e Durrett (2011)

Figura 8 – Plantas dos pavimentos da casa comum de Trudeslund. Figura 11 – Imagem do interior de uma residência privada.
Fonte: McCamant e Durrett (2011). Nota: adaptado e traduzido pelo autor. Fonte: McCamant e Durrett (2011)
De acordo com McCamant e Durrett (2011) essas instalações
comuns são apenas uma pequena parte das vantagens práticas de
22 Trudeslund. Como é típico em uma comunidade Cohousing, os residentes
ocasionalmente emprestam itens uns dos outros ou compartilham
a propriedade de determinados objetos. O compartilhamento de
recursos dá a todos os residentes acesso a uma ampla variedade de
conveniências a um custo mais baixo por família do que é possível em
uma moradia unifamiliar tradicional.
As unidades habitacionais privadas possuem estrutura
semelhante à dos condomínios norte-americanos, onde cada morador
é dono de uma casa e de parte das áreas comuns.
As unidades habitacionais variam no tamanho e disposição pelas
diferentes plantas baixas. Na Figura 12 é possível perceber a planta
de três moradias adjacentes. Duas unidades de 4 quartos e uma de
2 quartos. Variando entre 110 m² e 90 m² respectivamente. Alguns
quartos posicionados na frente da residência podiam se tornar
escritórios ocasionalmente. É possível notar uma desarquierização, no
que se refere ao posicionamento dos quartos, o que potencializa até
mesmo uma flexibilidade no uso dos mesmos.
Os projetistas de Trudeslund se preocuparam em projetar áreas
no empreendimento que fossem comuns a todos, áreas semiprivadas
e áreas privadas. Isso pode ser demonstrado fazendo uma seção Figura 12 – Planta baixa e corte de unidades residenciais privadas de Trudeslund.
no terreno que mostra essas relações, como McCamant e Durrett Fonte: McCamant e Durrett (2011). Nota: adaptado e traduzido pelo autor.
apresenta na Figura 13.

Figura 13 – Seção que demonstra as relações entre o público e privado em Trudeslund, e os espaço de transição entre eles.
Fonte: McCamant e Durrett (2011). Nota: adaptado e traduzido pelo autor.
1.3 Cohousing versus Coliving O Coliving, segundo os autores, tem embasamento na ideia de
reaproveitamento e consumo consciente, muito vinculado à cultura
da economia colaborativa. 23
Como já mencionado, o movimento que deu início ao Machado (2019) complementa essa diferenciação sobre
processo de construção das primeiras comunidades Cohousing foi a conformação dos espaços. De acordo com o autor, a maioria
impulsionado por uma sociedade industrial e tecnologicamente das unidades habitacionais no modelo de Coliving possuem
avançada que almejava por uma configuração de moradia que uma separação em áreas privadas e áreas de serviços, e o
atendesse às necessidades das novas famílias do final do século compartilhamento dos espaços decorrem de maneira espontânea,
XX. Considerando o fato de que estas realidades “são tão reais em áreas comuns aos moradores como a cozinha e lavanderias
quanto hoje” (MCCAMANT; DURRETT, 2011), e ainda que o coletivas por exemplo, o que leva o Coliving a ser confundido às
modelo sofreu adaptações ao longo dos anos, considera-se o vezes com uma república de estudantes que visa a princípio apenas
Coliving como uma adaptação deste primeiro, a partir do que a redução do custo da moradia a partir do compartilhamento de
sugere diversos autores. uma casa ou apartamento. Para o autor, o conceito de Coliving
No que diz respeito à configuração espacial dos está mais próximo da filosofia no modo de vida de um hostel,
diferentes tipos de habitação coletivas, Bezerra e Borges (2019), porém o nível de privacidade estabelecido em cada um e as suas
que dedicam seu estudo sobre o modelo Cohousing enfatizam reais finalidades são bem distintas. A redução dos custos gastos
a principal diferença deste, para outros modelos de moradias com a moradia não são, a priori, as principais razões pela escolha
coletivas existentes, principalmente as geradas no meio urbano do Coliving, mas sim o fato de estarem normalmente implantados
como o Coliving, objeto propriamente deste estudo. Citam em áreas de localização privilegiada na cidade onde há uma
também, pensionatos e repúblicas, que apresentam configurações ótima infraestrutura e oferta de serviços na vizinhança.
semelhantes a este último. Enquanto Colivings, pensionatos e Caldas (2020) reafirma uma tendência onde se observa
repúblicas geralmente são formados por pessoas que almejam a saída dos mais jovens para locais com mais oportunidades.
dividir despesas mediante à um estilo de vida passageiro, o Estes indivíduos buscam locais concentradores de empregos e
Cohousing tende a se definir como um estilo de vida a longo prazo bem infraestruturados desde a oferta dos serviços mais básicos
e com convivência colaborativa permanente da comunidade. Em como energia e água, até mesmo melhores serviços em saúde e
Colivings, pensionatos e repúblicas, os residentes têm sua área comunicação. É esperado também que essas pessoas busquem
privada – normalmente o quarto, em compartilhamento de uma formas menos rígidas de vida, seja na forma de contratos de aluguel
mesma casa ou apartamento, com algumas áreas comuns como ou na forma de adaptar seus espaços privados ou comunitários.
a cozinha, o jardim, a sala de estar, etc. No caso do Cohousing Tais características se estabelecem no modelo de habitação em
cada família ou morador tem a sua unidade residencial privada e Coliving e serão constatadas a seguir com os estudos de caso
compartilham de instalações comuns no entorno dessas unidades apresentados. Dessa forma conclui-se que o público-alvo principal
como a casa comum e os jardins. a que se destina este tipo de habitação, são principalmente jovens
Para Pinheiro e Crivelaro (2020), o Coliving não deve adultos, a fatia principal da população economicamente ativa
ser comparado a repúblicas estudantis, casas de repouso, que faz parte das mais recentes gerações surgidas nas últimas
aluguel temporário de imóveis ou iniciativas de hospedagem décadas.
compartilhada. Normalmente o morador tem direito a um O site Coliving.com, indica habitações nesse modelo
quarto e banheiro privativo. A cozinha, os espaços de leitura e mapeia estes locais ao redor do globo. Possibilita pesquisar
e trabalho são comunitários. Além do aluguel, os moradores por Colivings que melhor atendam suas necessidades e ainda é
pagam outras taxas, que incluem despesas com internet, TV a possível fazer a reserva pela própria plataforma. De acordo com
cabo e roupas de cama. Os autores definem alguns princípios o site, o público-alvo principal são os jovens profissionais, artistas,
para a habitação em Coliving, entre eles: a comunidade em empresários, estagiários, estudantes, trabalhadores remotos ou
harmonia com a individualidade, a troca de experiência a partir viajantes. “O Coliving é um conceito de vida em comunidade para
da aproximação das pessoas, consumo colaborativo, projeção que pessoas com interesses semelhantes vivam, trabalhem e se
para o compartilhamento residencial, economia de recursos divirtam juntas.” Composto por pessoas que geralmente “valorizam
naturais, decisões e divisões de tarefas pensadas em conjunto. o impacto ambiental positivo do compartilhamento de recursos e
custos para reduzir o desperdício.” São conscientes da mudança III. O Coliving aparece principalmente como uma solução para as
de hábitos necessários para o compartilhamento dos espaços e necessidades dos modos de vida contemporâneo, pelas diversas
24 abrem mão da tradicional residência privada. Em troca optam por configurações familiares existentes hoje e ainda com o surgimento
uma moradia que permite o compartilhamento, mas que consegue do conceito de economia colaborativa atrelada ao consumo
equilibrar os espaços comuns e privados, tornando-se um consciente e à consciência ambiental das mais recentes gerações.
ambiente possível de interação com outros moradores. Logo, esse Todos esses conceitos e definições serão aprofundados nos capítulos
tipo de habitação é pensado para que os residentes compartilhem conseguintes.
experiências pessoais e profissionais, visto que grande parte dos
Colivings também possuem espaços inteligentes atribuídos ao
trabalho colaborativo.
Dessa forma, o Coliving surge como um novo nicho de
mercado distinguido principalmente pelas necessidades das novas
gerações e incentivado por estas. É imprescindível salientar que,
em primeiro plano, o público-alvo para o Coliving são os indivíduos
jovens adultos, a partir da análise da pesquisa e comprovados a
seguir com os estudos de caso. Porém, é possível ampliar o uso
para os indivíduos da terceira idade, se considerarmos o inevitável
envelhecimento da população, o aumento da longevidade, a
existência de famílias unipessoais com indivíduos de faixa etárias
elevadas e a flexibilização que este tipo de habitação se propõe
a longo prazo. Além do mais, as propostas de habitação em
Coliving, normalmente possuem uma forte relação com seu local
de implantação e entorno. Portanto, a demanda de moradia local,
se considerarmos a faixa etária predominante, pode influenciar no
público-alvo final para o projeto. Ainda, a linha de estudo para
este trabalho não foca em habitação para pessoas da terceira
idade, casas de acolhimento para idosos, co-lares, instituições
filantrópicas, etc. tratando-se portanto de uma ampliação da
possibilidade de se adequar aos indivíduos dessa faixa etária que
por opção optam por compartilhar a habitação.
Em síntese, as principais características que diferenciam o
Coliving do Cohousing são:
I. Trata-se de um tipo de moradia, normalmente construída em
um mesmo edifício, em que há o compartilhamento de espaços e
instalações, em um modelo de habitação urbana de usos diversificados,
e em áreas bem infraestruturadas da cidade, diferentemente do
Cohousing que possui uma configuração semelhante à uma vila
de unidades privadas de uso predominantemente residencial, que
pode ser implantado em áreas mais afastadas dos centros urbanos;
II. O Coliving sugere um modo de vida considerado efêmero, e
“ao acaso” em que os moradores vivem juntos pelo período de
tempo que desejarem e não escolhem com quem vão morar, ao
contrário do Cohousing em que um grupo de famílias geralmente se
une previamente para formalizarem o conjunto habitacional com o
objetivo de moradia permanente ou à longo prazo;
2
As Gerações ‘Y’ e ‘Z’
No que concerne ao que foi descrito anteriormente, levando em relações interpessoais de cada geração.
conta que o Cohousing foi um movimento iniciado no final do século passado A matéria também enfatiza que há divergências em relação à
por pessoas insatisfeitas com o modelo de habitação estabelecido na época, forma como estas gerações são divididas, mas a distinção mais aceita, 27
e que o Coliving é considerado uma adaptação desse movimento a partir segundo o autor, separa a população contemporânea mais recente em
de outro contexto, é oportuno considerar que essas mudanças possam estar quatro grupos: Baby Boomers (1946-1964), Geração X (1965-1980),
ocorrendo a partir de novos paradigmas estabelecidos com o advento das Geração Y ou Millennials (1981-1996) e Geração Z (1997-2010). Da
últimas gerações, e da mesma forma a partir de suas insatisfações. mesma forma, a matéria identifica características semelhantes às diferentes
Afinal, é possível categorizar e definir características semelhantes aos gerações.
indivíduos a partir do contexto e época em que nasceram? Aparentemente A geração dos Baby Boomers geralmente são indivíduos que
sim, mas não existe um consenso que define e classifica com precisão estas valorizam o trabalho duro acima de tudo, principalmente por terem sido
diferentes gerações, mas é possível estabelecer uma aproximação a partir de criados em um contexto de reestruturação do mundo no pós-guerra. Foram
diferentes referenciais. Logo, quais são estas gerações, seus objetivos de vida incentivados a buscar melhorias econômicas e novas oportunidades.
e seus comportamentos na sociedade? Priorizam a estabilidade e frequentemente podem temer inovações.
De acordo com um especial publicitário publicado pelo Colégios Valorizam o casamento, a compra do carro e da casa própria.
Maristas (2019) no portal G1, podemos dividir as gerações que convivem Já os indivíduos pertencentes à Geração X passaram por contextos
juntas hoje como: ideológicos marcantes. Tiveram que se render às lógicas tradicionais do
mercado. Vivenciaram o movimento hippie, a ascensão dos movimentos
A Geração Baby Boomers anteriores às gerações X, Y e Z. sociais, e foram marcados sob o regime de governos rígidos ditatoriais (no
Configuram as pessoas nascidas aproximadamente entre 1940 e 1960. Brasil coincide com quase todo o período da ditadura militar). Considerada
São a maioria dos indivíduos mais idosos convivendo na atualidade. Essa uma geração com muitos ideais e sonhos e ainda sob a influência dos
nomenclatura foi dada justamente pela explosão demográfica causada pelo seus pais, caminharam para a valorização do diploma e da capacitação
aumento considerável dos bebês nascidos após o fim da Segunda Guerra profissional por influência de um mercado cada vez mais competitivo.
Mundial. Pregam ponderação, empreendedorismo, dão valor à liberdade e aos
direitos individuais, procurando romper com alguns ideais e paradigmas da
A Geração ‘X’ filhos da geração Baby Boomer, são os nascidos geração anterior.
aproximadamente entre 1960 e 1980. Esta geração foi muito influenciada Os indivíduos da Geração Y ou “Millenials”, sucessora à Geração
pela TV e são conhecidos por serem autossuficientes. Priorizam o trabalho e X, nasceram e cresceram próximo da virada do milênio que coincide com a
buscam através dele a realização dos seus desejos materiais e pessoais. chegada e o domínio da tecnologia. O caso dessa geração ser tão diferente,
fez com que as divisões geracionais se popularizassem, exatamente pelo
A Geração ‘Y’ também chamados de Geração “Millennials”, fato de que seus valores e ideais são muito distintos das gerações anteriores.
nasceram próximos à virada do milênio. Cresceram em meio ao avanço É uma geração vista como mais criativa, mais preocupada com as questões
econômico dos anos 1990, são realistas e se interessam mais pela autonomia sociais e disposta a quebrar padrões impostos pela sociedade. Trabalho
no trabalho. intenso, constituição de uma família e rotina estável não são prioridades
para essa geração como eram para as anteriores, e em poucos anos
A Geração ‘Z’ consiste na geração que já nasceu usando a internet. serão a maioria no mercado de trabalho. A inconformidade com algumas
É extremamente conectada, mais realista e tão exigente quanto à geração questões torna-se uma característica marcante dessa geração, comparada
anterior. Possuem um grande senso de responsabilidade social e ambiental. às gerações anteriores que seguiam padrões sem contestar. Nasceram
com a tecnologia, dão valor à educação, são multitarefas, almejam rápido
De acordo com Diaz (2021) em uma matéria do site Guia do crescimento profissional e financeiro, e são competitivos ao extremo.
Estudante da Editora Abril, é possível mapear comportamentos, hábitos, Por último a Geração Z, a mais jovem no mercado de trabalho,
tendências de consumo e compreender como indivíduos pertencentes com aproximadamente menos de 23 anos, a maioria pode estar em
a determinada geração vão se estabelecer no mercado de trabalho, busca do primeiro emprego. São caracterizados pela geração que não
por exemplo. As divisões a partir de gerações é uma forma de separar a viveu sem a internet, altamente conectados com a tecnologia, expostos
população em grupos a partir do ano em que nasceram, considerando desde cedo às redes sociais e à cultura pop. Uma geração ainda sem
o contexto da época, a influência da economia, os valores culturais e as uma identidade clara, mas que já se destaca pelo rompimento de valores
e ideais tradicionais iniciados pelos seus antecessores Millenials. Como aborda “O poder dos ultrajovens: A geração que vai romper (e já
características marcantes dessa geração, que os diferenciam da anterior a está rompendo) com tudo o que se quis e se imaginou”. Na capa
28 publicação destaca a maior capacidade de trabalhar em grupo, a fluidez dizia que “A bolha dos ultrajovens são os sem-hotel, sem-carro, sem-
na identidade, a comunicação entre plataformas e a não diferenciação joia, sem-casa própria, sem fast-food, sem-casamento, sem-carteira
entre o online e o offline. Também pode-se enfatizar a tendência dessa de trabalho, sem-canudinho...”.
geração ao diálogo, à valorização do afeto e o respeito.
A matéria deixa claro que esses sistemas de classificação são
definidos a partir de tendências gerais e não de indivíduos específicos. A
partir disso conclui-se que não é possível generalizar o comportamento dos
indivíduos a partir desse tipo de classificação, e que ainda existem muitas
divergências por inúmeros referenciais teóricos, até mesmo em relação
aos anos específicos de início e término de cada geração, tratando-se,
portanto, de aproximações.

Figura 15 – Capa da revista Época, de 28 de maio de 2018 - edição de 20 anos.


Fonte: https://epoca.globo.com/sociedade/noticia/2018/05/o-poder-dos-ultrajovens.
html. Acesso: abril, 2021.

Figura 14 – Linha do tempo que divide as gerações nos últimos 70 anos. Algumas referências
A matéria classifica esses ultrajovens como sendo
já diferenciam os mais jovens nascidos a partir de 2010 como sendo a Geração Alpha. Fonte: os “nativos digitais” pertencentes a geração Y, e que estes
https://www.colegioconstelacao.com.br. Nota: adaptado pelo autor. Acesso em: abril, 2021. apresentam características que os diferenciam das gerações
anteriores e refletem mudanças relevantes no mundo. O fato de
Apoiado na evolução geracional, principalmente no empunhar bandeiras universais, pensar como quase todo mundo
que se refere às Gerações ‘Y’ e ‘Z’, alguns autores sugerem e estarem conectados o tempo todo pelo smartphone e às redes
que seus comportamentos, hábitos e tendências de consumo sociais são características marcantes dessa geração. Esses novos
tenham se refletido até mesmo na forma de lidar com a moradia. comportamentos e formas de consumo segundo Nunes e Vieira
Relacionam o surgimento do Coliving baseado nas necessidades (2019), irão impactar fortemente a economia, inclusive a forma
principalmente desta primeira geração que segundo o SEBRAE como vão morar.
(2017, apud MACHADO, 2019) já representam 44% da
população economicamente ativa no Brasil desde 2006. De acordo com pesquisas recentes, se depender da
De acordo com Nunes e Vieira (2019), os jovens nascidos no geração que tem por volta dos 20 anos [...], estão
início da década de 1980 e final da década de 1990, se preocupam encrencados os hotéis, as lojas de departamentos, as
menos em “ter” e mais em “usar”. Ao contrário dos ideiais de seus pais, cadeias de restaurantes, a indústria automobilística, o
não priorizam a compra de um imóvel ou automóvel como alguns dos comércio de diamantes, a produção de guardanapos
principais objetivos de vida, por exemplo. Essas novas concepções e de canudinhos, os programas de fidelidade de
no modo de consumo se aplica, portanto, às questões relacionadas hotéis e de cartões de crédito, os jogos de azar, os
à moradia também. Essa parcela de indivíduos prefere fazer compras bancos, a produção de amaciantes de roupa, o sonho
virtuais, apostam em marcas que priorizam o viés ecológico, apoiam da casa própria, a ideia de casamento estável, os
causas sociais e ao sair da casa dos pais escolhem compartilhar a acasos felizes, as viagens de cruzeiro, as emissoras
moradia em áreas nobres próximas aos locais de trabalho e lazer. de TV aberta, os políticos de ocasião, os planos de
Uma matéria de Finco (2018), veiculada na Revista Época, aposentadoria, Paris e até o milk-shake do Bob’s
traz na capa e no conteúdo da sua edição de 20 anos, o tema que (FINCO, 2018) – para a Revista Época.
3
As novas conformações familiares
e o mercado imobiliário
Um fator determinante é a expectativa que as novas Além disso, o surgimento de distintos arranjos familiares
gerações têm em relação ao casamento e o consequente também se intensifica a partir de 1960 no mesmo período que se
surgimento de novas configurações familiares a partir daí. inicia a queda da taxa de fecundidade no Brasil, como afirma o 31
Pode-se considerar que o processo se inicia com os dados autor:
demográficos das taxas de fecundidade que apontam uma
redução considerável de filhos por família a partir de meados [...] o processo de nuclearização da unidade familiar
do século XX para cá. vê-se sucedido pelo seu próprio estilhaçamento,
Segundo Patarra (1988, apud TRAMONTANO, 2003), potencializado, a partir do final dos anos 1960,
a taxa de fecundidade considerando o conjunto geral da quando começam a surgir, em diversas partes do
população brasileira era de 5,8 filhos por mulher na década mundo, novos formatos de grupos domésticos:
de 1960, caindo para 4,3 entre 1975 e 1980, o que significa famílias monoparentais, casais sem filhos, uniões
uma diminuição de 25,9%. De acordo com Tramontano livres – incluindo os já melhor aceitos casais
(2003) os dados de 1990 demonstram que a taxa era de homossexuais –, grupos coabitando sem laços
3,5 filhos por mulher, um declínio ainda mais considerável, conjugais ou de parentesco entre seus membros, e
representando uma queda de 40% em apenas 20 anos. De uma família nuclear renovada, ainda dominante
acordo com os dados mais recentes do IBGE (2020) a média nas estatísticas, mas com um enfraquecimento da
da taxa de fecundidade da mulher brasileira era de 1,76 filhos autoridade dos pais em benefício de uma maior
por mulher em 2020. Esse dado não leva em consideração autonomia de cada um de seus membros. Todos os
as diferentes taxas de fecundidade ao longo do território passos em direção a um novo padrão social: pessoas
brasileiro, que apresentam variações se considerarmos cada vivendo sós (TRAMONTANO, 2003, p.6).
região geográfica do Brasil.
Essa queda na fecundidade, para Tramontano (2003) Doravante, o autor considera que os grupos familiares
está associada entre várias razões, à entrada da mulher no estão cada vez menores e mais diversos no espaço doméstico
mercado de trabalho, à liberdade sexual feminina agora principalmente pelo fato da queda na fecundidade já
dissociada da procriação – o direito de escolha sobre ter mencionado, mas além disso, pelo envelhecimento da
ou não filhos, e o direito à separação do parceiro sem o população causada pelo aumento da expectativa de vida que
estigma da sociedade. Essa nova postura também se respalda coincide a partir do período do meio século passado em diante.
na difusão dos métodos contraceptivos mais acessíveis e Esses fatores estão relacionados aos avanços tecnológicos,
eficazes. Cita ainda, os gastos com a escolarização cada sobretudo na área das ciências médicas e ao aumento do
vez mais requisitada socialmente para a educação dos filhos, alcance dos domicílios às estruturas básicas de saneamento que
as condições precárias de habitação nas grandes cidades e tiveram como consequência um rápido declínio da mortalidade
a expansão dos veículos de comunicação em massa como infantil e da mortalidade precoce de pessoas mais idosas.
mais alguns dos responsáveis por desestimular a criação de Paralelamente a isso, houve uma tendência de relativização da
um grande número de filhos. Todos esses fatores tornaram importância do casamento, que segundo Tramontano (2003),
obrigatórias as mudanças nos padrões de comportamento. favoreceu o interesse dos mais jovens pelas uniões livres ou
consensuais, fora do controle do Estado, que se estabelece
[...] a queda acentuada da fecundidade, o também como parte de um novo modo de vida.
aumento da longevidade, a crescente inserção Ademais, o autor destaca mais alguns fatores adicionais
da mulher no mercado de trabalho, a liberação que levaram a redução no número de pessoas por grupo aumento
sexual, a fragilidade cada vez maior das uniões, do número de divórcios, a opção pelo celibato, o consequente
o individualismo acentuado, etc., são tendências aumento do número de viúvos ou viúvas por conta do envelhecimento
que vêm atuando no sentido de alterar o tamanho, da população e o crescimento do número de mães solteiras. Da
a estrutura e a função da família (BERQUÒ, 1989, população de pessoas que optaram pelo divórcio, pelo celibato e
apud TRAMONTANO, 2003, p. 7). ainda os viúvos, muitos têm escolhido por uma vida solitária, estes
últimos com necessidades habitacionais bastante específicas.
Alguns formatos familiares que representam uma [...] casamentos posteriores podem significar que
diversidade ainda maior de modos de vidas estão os jovens as pessoas vivem mais na casa dos pais, morar um
32 recém-ingressados no mercado de trabalho que seguem uma período com amigos, morar sozinho ou morar junto
tendência de adiamento do primeiro casamento, e optam por sem se casar. Tudo isso fala de novos contratos ou
morar sozinhos, sem considerar ainda aqueles que passaram pactos de casamento baseados na igualdade dos
por fases de coabitação, antes ou depois deste período, ou cônjuges, sem hierarquias ou questões jurídicas
coabitação parcial simultaneamente. impostas à formação de uma família. A idade em
O aumento de famílias monoparentais está associado que as mulheres já têm o primeiro filho pressupõe
às rupturas de uniões consensuais e de divórcios, e esta dificuldades econômicas e, ao mesmo tempo, de vidas
monoparentalidade significa principalmente grupos chefiados com objetivos múltiplos, onde a maternidade não é
por mulheres e representavam 89% dos casos brasileiros em a única opção. Portanto, não podemos vislumbrar,
1995 (BERQUÓ, 1998, apud TRAMONTANO, 2003). De como fazíamos antes da década de 1970, uma única
acordo com o IBGE (2010), as famílias monoparentais que solução habitacional para o núcleo familiar, onde os
tinham uma mulher como responsável representavam 87,4%, jovens saíam da casa de seus pais para montar a sua
uma redução praticamente inexpressível. Ainda assim, a própria, como uma réplica da que estavam deixando.
monoparentalidade pode representar em muitos casos um A gama de opções de estilo de vida é muito mais
período de transição na composição do grupo familiar, em ampla do que antes (MONTANER; MUXÍ; FALAGÁN,
que uma separação conjugal, é sucedida futuramente por uma 2011, p. 22)
nova união. A partir desse critério, conclui-se que em um mesmo
grupo familiar, pode haver uma variação na quantidade de Em vista de todos os fatores mencionados, podemos
membros se pensarmos a longo prazo. considerar a multiplicidade dos arranjos familiares que chega a
Alinhado a essa ideia, Montaner, Muxí e Falagán (2011) coexistir no final do século XX para o XXI. Coincide do mesmo
em sua obra “Ferramentas para Habitar o Presente” afirmam período em que a Geração ‘Y’ começa a moldar e traçar
que a habitação deve acomodar os diferentes estilos de vida o seu perfil, e provavelmente absorve estas mudanças de
existentes na sociedade do século XXI. A primeira característica comportamentos e modos de vida que agora se distinguem da
básica da sociedade atual é que ela é muito heterogênea. Os tradicional perspectiva da família nuclear, muito imposta sobre
autores enfatizam fatores que tornam a heterogeneidade da as gerações anteriores.
sociedade e da composição familiar ainda mais distintas como Entretanto, no que corresponde ao mercado imobiliário,
a idade atual que os filhos saem da casa dos pais, o primeiro a velocidade deste, não tem acompanhado o ritmo das
casamento, o nascimento do primeiro filho e uma pirâmide mudanças demográficas, e não tem entregado produtos que
populacional muito distinta de uma sociedade de trinta anos levem em conta as distintas configurações familiares surgida
atrás. Dessa forma, segundo os autores as moradias devem nos últimos anos e suas demandas.
ser consideravelmente afetadas por mudanças endógenas na É o que o Tramontano (2003) sugere ao afirmar que nas
estrutura das próprias famílias. últimas décadas houve um empobrecimento da população em
Em suma, os autores enfatizam os traços definidores geral, por conta de crises e planos econômicos, mas que apesar
dessa nova dinâmica: o aumento de famílias compostas disso ainda há consumidores que não dispõem das mesmas
unicamente por pessoas solteiras, reafirmam mais uma vez a condições da elite, mas que se empenham financeiramente
idade que os jovens tem saído da casa dos pais, a composição para obter a “tão sonhada casa própria”. A reação do
de agregados familiares que possam vir a mudar de forma mercado imobiliário para atender a demanda deste público
repentina e frequente, a constante sincronicidade em relação com menor poder aquisitivo, foi oferecer casas e apartamentos
ao número de pessoas que pertencem ao grupo familiar, que cada vez menores e desprovidos de equipamentos com o
pode ou não variar ao longo do tempo, e ainda a longevidade intuito de chegar a um produto final que o consumidor pudesse
das pessoas idosas que vivem de forma cada vez mais pagar. A consequência foi que os bairros das grandes cidades
independente. se abarrotaram de empreendimentos com apartamentos que
insistiam em abrigar famílias nucleares inteiras em espaços cada
vez menores, com atenção ainda clara à família nuclear: pai, os atuais modos de vida e da diversidade de seus usuários,
mãe, filhos, e em alguns casos ainda mantendo as divisões de responsável pela massificação dos modelos habitacionais com
serviço como a dependência de empregada. Para compensar divisões rígidas que impedem a flexibilização dos espaços. 33
estas perdas nas áreas, começaram a surgir os condomínios Da mesma forma Esteves (2013) confirma que em um
de luxo com equipamentos de uso coletivo como playgrounds, mundo globalizado, com tecnologia da informação, migração,
piscinas, quadras de esportes que tentaram se aproximar de incertezas e instabilidades, é exigido que novas tendências
edifícios-clubes. O autor considera algumas razões principais e formas arquitetônicas para o habitat apareçam. Entretanto,
para a busca da população de renda por este tipo de o mercado, proveniente de um surto capitalista, disponibiliza
empreendimento. A primeira se refere a extrema preocupação ainda opções muito limitadas no que diz respeito às soluções
com o próprio corpo, associado ao lazer, de alto padrão, de habitação multifamiliares, evidenciada principalmente pela
subproduto do individualismo e da perda da importância social compartimentação interna rígida dos espaços e da distribuição
do grupo familiar. O segundo motivo que pode ser considerado tipificada dos usos, da multiplicação de edifícios idênticos e
é o aumento da escalada da violência nas grandes cidades. da limitação dimensional e espacial. Este fato demonstra como
Os locais de lazer, até mesmo para as crianças, por exemplo, os modos de vida podem mudar, mas a habitação se manter
fazem parte agora dos domínios protegidos do edifício, que homogênea, o que para autora pode se refletir em uma futura
contém guaritas, grades, muros, câmeras, agentes de segurança, insustentabilidade econômica, social e ambiental.
etc. Estes tipos de empreendimentos reforçam a ideia de que Por fim, podemos considerar o que Machado (2019)
o espaço doméstico deve se aproximar de uma promessa de afirma quando diz que a casa contemporânea precisa ser
felicidade, repouso, divertimento e refinamento, se opondo ao repensada e se adequar aos novos arranjos familiares e seus
espaço público considerado caótico, pobre e perigoso. novos hábitos. Para isso pode ser necessário estabelecer novas
Conclui-se, portanto, a partir do que o autor diz em que: configurações que atendam as demandas destes usuários ou
resgatar soluções que já tenham sido usadas anteriormente e
No que concerne o desenho do espaço doméstico obtiveram sucesso. As novidades do mercado atendem aos
para esta população em transformação, o ritmo interesses dos seus investidores e raramente são formulados
das inovações tem sido bem mais lento. [...] Mesmo de maneira participativa. Desta forma, se torna inevitável a
que agora tendam a habitá-la grupos domésticos repetição de padrões tradicionais que vem se perpetuando sem
cujo perfil difere cada vez mais da família nuclear levar em consideração as mudanças sociais, a diversidade dos
convencional, e cujos modos de vida apresentam hábitos e as necessidades atuais que exigem estratégias mais
uma diversidade cada vez maior, o desenho dos flexíveis.
espaços desta habitação permanece intocado, sob
a alegação de que se chegou a resultados projetuais
economicamente viáveis, que atendem às principais
necessidades de seus moradores. [...] Social ou não,
coletiva ou não, urbana ou não, projetada ou não
por arquitetos, o fato é que seu desenho permanece
aproximadamente o mesmo há muitas décadas,
apenas com alguma variação de superfície e de
equipamentos [...] (TRAMONTANO, 2003).

Outros autores também trazem à tona a mesma


problemática sobre o mercado imobiliário. Para Mendonça
(apud MACHADO, 2019), o mercado imobiliário enquanto
parte do sistema capitalista e regido por ele, age fortemente
de modo a prevalecer interesses externos aos projetos dos
empreendimentos, que na maioria dos casos negligencia
4
A Economia Colaborativa
A economia colaborativa, também designada por alguns Concomitante, Nunes e Vieira (2019), também afirmam que
autores como economia circular, ou ainda economia compartilhada, a economia compartilhada ganha força em meio a disseminação
36 surge a partir de uma concepção coletiva sobre a necessidade cada vez maior de dispositivos eletrônicos. Oriundos dessa evolução
de preservação do planeta, ligada aos ideais de sustentabilidade, tecnológica, favorece a conexão e interação entre as pessoas, e o
tornando-se uma solução ecologicamente correta para frear o acesso à troca de informações que sugerem escolhas mais conscientes
consumo excessivo da sociedade industrializada bem estabelecida de bens e recursos. A mesma tendência também parece estar sendo
do final do século XX. Essa consciência é intensificada ainda mais a aplicada na forma de habitar, em que a moradia compartilhada e
partir da virada do milênio com o advento da Geração ‘Y’ e quando se colaborativa ganha espaço como uma solução contemporânea para a
verifica o nascimento dos primeiros indivíduos da Geração ‘Z’. Como já habitação.
citado, essas duas últimas gerações surgem em um contexto mais aberto Machado (2019), cita várias empresas de sucesso que
ao discurso sobre as questões sociais, à um posicionamento distinto em utilizam deste modelo, criadas a partir das necessidades dessas novas
relação ao trabalho, à valorização das liberdades individuais, e ainda gerações, como a Uber, no ramo da mobilidade, Netflix, no campo do
cresceram em meio aos avanços tecnológicos das últimas décadas. entretenimento digital e o Airbnb, no setor de viagens e hospedagem.
Logo, suas preocupações acerca da questão ambiental, não podia ser Esse novo padrão de consumo levou ao surgimento do Coworking,
diferente. Para isso, tentam romper com alguns hábitos de consumo das no campo do trabalho em que profissionais liberais podem trabalhar
gerações anteriores, ditos como insustentáveis para a manutenção da juntos, diminuir custos e unir pessoas com os mesmos objetivos. Nessa
qualidade de vida no planeta a longo prazo. vertente, foi inevitável que isso se estendesse à forma de morar.
Consequentemente, a ideia do Coliving aparece como uma solução
Os padrões de consumo da sociedade foram por muito que representa um novo nicho, que segundo o autor não recebe a
tempo orientados por uma mentalidade displicente devida atenção do mercado imobiliário brasileiro até então.
com princípios de sustentabilidade, mas o pensamento Nesse sentido, partindo do princípio sugerido pela economia
coletivo nas últimas décadas, em especial por parte compartilhada e pela natureza coletiva estabelecida no modelo de
das recentes gerações, a respeito da necessidade de habitação em Coliving, o ambiente se torna favorável à criação de
atenção com os recursos finitos do planeta tem alterado espaços de moradias integrados à espaços de trabalho colaborativo
este quadro (NUNES, D.; VIEIRA, L., 2019, p. 3). realizados pelos próprios residentes. Tais espaços serão explicitamente
demonstrados pelos estudos de caso mais adiante e podem configurar
Conforme Novais (2015, apud NUNES, D.; VIEIRA, L., um novo formato de moradia e local de trabalho.
2019, p. 1), a economia compartilhada pode ser definida como Montaner, Muxí e Falagán (2011) cita a habitação onde as
“uma espécie de tendência nos hábitos dos consumidores, de novas tecnologias e estruturas de mercado significam que a casa
dividir o uso (ou a compra) de serviços e produtos, em uma espécie agora é vista mais uma vez como um local de trabalho remunerado.
de consumo colaborativo.” Segundo os autores, em algumas famílias, especialmente para a
Segundo Burigo e outros (2019) “a economia compartilhada mulheres, a residência nunca deixou de ser um local de trabalho, seja
surgiu em 2008, como novo sistema socioeconômico para reduzir pelo trabalho doméstico não remunerado (trabalho reprodutivo) ou
a concentração da renda, democratizar a economia global, remunerado: como para costureiras, professoras que oferecem aulas
criar uma sociedade sustentável e desenvolver a tecnologia.” A extras em casa, serviço de acabamentos de produtos manufaturados,
tecnologia de rede é a grande responsável por criar modalidades etc. onde não há dissociação entre moradia e local de trabalho. Os
que geraram para o consumidor respostas imediatas às suas autores sugerem que espaços destinados aos trabalhos domésticos
necessidades, e que para oferecer bens e serviços de modo quase remunerados são importantes tanto em países desenvolvidos, quanto em
que instantâneo precisou mudar a prática tradicional capitalista. desenvolvimento, seja em áreas de classe média ou em locais menos
“O acesso ao bem em vez da propriedade” é o antídoto contra favorecidos. Em sociedades com menos recursos e apoio institucional
o hiperconsumismo que visa a redução no uso de recursos não ao cuidado infantil, trabalhar de casa é um meio de subsistência viável,
renováveis do planeta. Para os autores, os principais serviços porque permite às mães conciliarem trabalho remunerado, cuidado às
de compartilhamento em todo o mundo abrangem as áreas de crianças e a manutenção do ambiente domiciliar. Dessa forma, quando
tecnologia, transporte, ensino, hospedagem, vestuário, pet, possível a casa pode se tornar um local de estudo, de teletrabalho, um
alimentação e streaming. pequeno estúdio, ou até mesmo um pequeno negócio.
A partir da perspectiva da evolução tecnológica das últimas fazendas urbanas reúnem pessoas de diversas faixas de renda e perfis
décadas, principalmente no que concerne ao uso da internet, Machado familiares e normalmente são edificações de uso misto – residências,
(2019) afirma que agora é possível realizar de casa ainda outras comércio, serviços e hospitalidade. Em grandes cidades já existem 37
atividades que só podiam ser feitas externamente. Contudo, poucas modelos de fazendas urbanas bem sucedidos.
evoluções têm ocorrido na configuração do âmbito doméstico para Nos dois últimos casos, é possível considerar espaços similares
readequá-lo a essa nova realidade. e integrados aos locais de moradia em uma habitação do tipo Coliving,
A crise sanitária causada pela pandemia de COVID-19 que de forma a gerar ambientes de trabalho colaborativo e empregos
atinge o mundo desde 2020, nos exigiu rígida permanência em estimulando a convivência de pessoas de profissões e interesses
isolamento social, e deixou ainda mais evidente a possibilidade de próximos. Isso reduz para a população residente, o custo com aluguéis
realizar alguns serviços de casa, facilitados principalmente pelo já de salas comerciais e escritórios externos, além de reduzir o custo com
disseminado uso de dispositivos conectados à internet. Partindo desse transporte e o tempo de deslocamento casa-trabalho.
pressuposto, podemos considerar que a internet é hoje a ferramenta Por fim, Caldas (2020) ressalta que a economia circular tem
que estimula e fortalece ainda mais formas de trabalho domiciliados e/ sido um modelo aplicado na área de arquitetura e construção com o
ou remotos. propósito de construir edifícios mais eficientes, funcionais e sustentáveis.
Nesse sentido, Pinheiro e Crivelaro (2020), que dedicam sua Reduzir, Reutilizar e Reciclar já são usados como estratégias. Reduzir
obra às novas tendências sobre o futuro de cidades e edifícios inteligentes, é a estratégia inicial buscada nos projetos com o objetivo de reduzir
descrevem a realidade que tem conduzido a uma predisposição de o consumo de materiais, recursos naturais e os custos do projeto,
comportamentos que configuram o espaço e suas funções, que são buscando a diminuição do espaço e da área construída, mas mantendo
convenientes de serem enfatizadas aqui. O Coliving como um modelo os níveis de qualidade do espaço, como a acessibilidade, a ventilação
de habitação orientado por estes novos direcionamentos pode ser, e iluminação natural, compatibilidade com o layout, etc. É uma
portanto, moldado por essas recentes relações das pessoas com o tendência vista como uma alternativa ao maior adensamento urbano e
espaço, o que representa novos modelos e configurações de habitação aos elevados custos com a moradia. O autor cita os projetos “co”, no
e trabalhos colaborativos. Entre estas formas, Pinheiro e Crivelaro (2020) modelo de compartilhamento de espaços (provenientes da economia
citam: circular), como cada vez mais oportunos e aceitos pela sociedade
atual e futura. Neste sentido, cita os exemplos do coworking, no campo
Home Office em que os indivíduos trabalham para alguma empresa do trabalho, o cohousing e coliving, como soluções na moradia para
remotamente, a partir da própria residência. Nesse caso, portanto nem os mais jovens e adultos, e os co-lares destinado ao público de pessoas
haveria distinção entre local de trabalho e moradia para o morador. mais idosas que almejam por uma vida menos solitária, considerando o
envelhecimento cada vez maior de uma população que não possuirá
Coworking pode ser outra possibilidade de trabalho remoto em filhos e família. Para Caldas, todos estes espaços que visam a economia
que diferentes profissionais ou empresas compartilham do mesmo circular tem como vantagens:
escritório que alugam por dia ou por meses conforme a necessidade. I. A redução da área construída utilizada por pessoa, que
Reúne pessoas em ambientes inspiradores, que possibilita que pessoas consequentemente resultam na diminuição do consumo de
de diferentes áreas possam interagir e criar um networking, com um materiais e dos impactos ambientais relacionados à construção da
custo menor do que o aluguel de uma sala comercial tradicional. edificação;
II. Uma divisão das contas de energia, água, limpeza e etc. que
Agrihood também denominado de “urban farm”, ou ainda traduzido tende a ficar menos onerosa comparada ao modelo convencional
para o português como “fazenda urbana”. Segundo os autores de apartamentos ou escritórios;
trata-se de um conceito abrangente – vai desde o plantio em áreas III. Normalmente esses espaços são projetados para serem
ociosas da cidade ou em coberturas de edifícios, até a concepção adaptáveis e multifuncionais;
de empreendimentos imobiliários destinados somente à cultura de IV. As edificações ou espaços passam a ser vistas como serviço
alimentos. A qualidade de vida está associada à criação de fazendas e não como produtos;
urbanas com o objetivo de facilitar a produção de alimentos e garantir V. Benefícios sociais diretos e indiretos, como ajuda mútua entre
recreação para os membros da comunidade, segurança alimentar e os diferentes usuários (moradores ou trabalhadores da edificação
emprego para as pessoas. Os empreendimentos dedicados a essas ou conjunto habitacional).
5
O Coliving como um inevitável
edifício inteligente
No decorrer das últimas décadas, as novas gerações nasceram e Santiago e Payão (2018) trazem outra definição para o
cresceram em meio ao rápido avanço tecnológico principalmente a partir conceito de Internet das Coisas que deixa ainda mais claro o seu
40 da década de 1990, passando pelos anos 2000 e 2010, e chegando até significado:
os dias de hoje com inúmeros dispositivos tecnológicos e soluções cada vez
mais inteligentes para os problemas do dia-a-dia. Os indivíduos pertencentes Internet das Coisas pode ser resumida como a
às Geração ‘Y’ e Geração ‘Z’, são altamente conectados principalmente capacidade de capturar, analisar e agir por meio de
pelo smartphone, computadores, tablets e outros dispositivos como SmartTVs, dados gerados por objetos e máquinas conectados à
consoles, etc. que já permitem também o acesso à rede. Neste sentido, essas Internet. Trata-se da terceira geração da Internet. [...] e
gerações já se apropriaram e aderiram às suas vidas essas ferramentas [...] proporciona a capacidade de objetos se conectarem
para otimizarem seu tempo e satisfazer rapidamente suas necessidades. A à internet e se comunicarem entre si, com máquinas,
tecnologia de rede é a grande responsável por gerar respostas imediatas à sistemas de informações e usuários (GREENGARD,
bens e serviços de modo quase instantâneos aos usuários, o que potencializou, 2015, p. 24, apud SANTIAGO; PAYÃO, 2018, p. 8).
por exemplo, o surgimento da economia compartilhada, como já citado aqui.
Ao considerarmos a necessidade permanente de conexão, seja
para o trabalho, serviços, comunicação ou entretenimento, principalmente
para os indivíduos pertencentes às últimas gerações, é natural a expectativa
que esse modelo de habitação em Coliving se torne inteligente por conta
do principal público-alvo que atende. Trata-se, portanto, de um modelo de
habitação favorável à otimização tecnológica que tem como objetivo a
eficiência desde a sua construção, passando pela facilidade no acesso e
nos custos, e ainda passível de um gerenciamento aprimorado dos recursos
materiais e humanos por meio de implementação de tecnologias digitais.

5.1 A “Internet das Coisas” Figura 16 – Diagrama que representa a visão da IoT como uma rede de redes:
negócios, habitação, educação, transporte, energia, fenômenos terrestres. Os dados
gerados por essas áreas estariam, na prática, todos interligados por uma rede e seriam
armazenados em um banco de dados. Fonte: Pereira Junior e Gimenez (2016).
Segundo Pereira Junior e Gimenez (2016), foi no final da década
de 1990 que se iniciou a concepção de um conceito de que todas as
coisas poderiam se conectar à internet para se comunicarem com pessoas, Pinheiro e Crivelaro (2020), dão mais alguns exemplos da
aplicações e ainda entre si. A partir daí surge o conceito de Internet das aplicação visionária da Internet das Coisas, a partir da criação e o
Coisas ou, em inglês, Internet of Things (IoT) que tem se tornado cada vez uso cada vez maior de objetos, ou dispositivos que possibilitem trocar
mais presente e sendo cada vez mais aplicada por conta da evolução dos informações e dados.
meios de transmissão e do acesso à internet, ampliação da capacidade de
armazenamento, processamento e análise de dados, e ainda a redução do A proposta da Internet das Coisas [...] vai além da
tamanho e dos custos dos microprocessadores e sensores. Como conceito conexão de dispositivos pessoais (computadores,
de IoT os autores definem: tablets e smartphones) à internet. Veículos, utensílios
de cozinha e até mesmo monitores cardíacos podem ser
A Internet das Coisas consiste na ideia de que tudo possa conectados por meio da IoT [...] (PINHEIRO; CRIVELARO,
estar conectado à internet, permitindo a coleta e o 2020).
envio de dados, além da tomada de ações, por meio de
sensores, processadores e dispositivos de comunicação, Carniel (2021) afirma que a quinta geração de internet, o
sendo essas trocas de informações entre si (as coisas), com 5G, é focada em levar internet banda larga com altas velocidades
pessoas ou datacenters, no intuito de prover uma decisão e conexões mais estáveis. Sem a necessidade de cabeamentos.
mais eficiente (PEREIRA JUNIOR; GIMENEZ, 2016, p.1). Sendo assim, tem o potencial de impulsionar o uso ainda maior de
dispositivos móveis e integrados pela IoT. O foco, segundo o autor, é 5.2 O QR Code : a interação entre o virtual e o real
ter a maior quantidade de aparelhos conectados, desde geladeiras
até carros autônomos. 41
A sigla para QR Code, Quick Response Code, pode ser traduzida
para o português como “Código de Resposta Rápida”. De acordo com
Tiwari (2016), trata-se de um código de matriz 2D que consegue armazenar
grande quantidade de dados comparado ao código de barras 1D. Os QR
Codes foram criados por uma subsidiária da Toyota em 1994, inicialmente
usado para rastrear o estoque na fabricação de peças de veículos. A ideia
para a criação do QR Code foi a limitação de informação que os códigos
de barras tradicionais ofereciam. Os QR codes permitem a decodificação
em alta velocidade, usando qualquer dispositivo portátil como os
smartphones. O QR code possui alta capacidade de armazenamento de
dados e legibilidade omnidirecional. Possui diferentes versões e diferentes
tipos, que variam conforme o tamanho, a capacidade de informações
que exige e o uso ao qual se destina. A informação codificada pode ser
um texto, uma URL ou outros dados. Em relação ao tamanho, os códigos
variam. Além do tamanho, os QR codes são categorizados de acordo com
a necessidade do usuário.

Figura 18 – Configuração do módulo de versão dos QR codes e suas diferentes


categorias. Fonte: Tiwari (2016).

Figura 17– Infográfico de uma matéria do G1 que demonstra como o 5G vai se conectar
a diferentes dispositivos e auxiliar na transmissão de dados na IoT (Internet das Coisas).
As aplicações atuais para o uso do QR code são inúmeras. O
Fonte: https://g1.globo.com/economia/tecnologia/inovacao/noticia/2020/09/08/ QR code já é utilizado em aplicativos de diversas áreas de atuação como
pesquisadora-brasileira-alcanca-recorde-de-velocidade-de-internet-em-fibra-optica.ghtml. marketing móvel, publicidade online, bilhete/cupom eletrônico, cupons de
Foto: Fernanda Garrafiel/G1. Acesso: maio, 2021. desconto, pagamento eletrônico, identificação, acadêmicos, segurança
da informação e detecção de adulteração de documentos, publicidade
O aumento da velocidade de conexão fará com que a troca impressa e online, bem como em placas, painéis, cartazes, etc. Para o
de dados e informações sejam entregues cada vez mais rápido, e autor, a popularidade rápida do QR code se deve ao fato do crescimento
auxiliará os dispositivos inteligentes que precisam de transmissões de usuários com smartphones que possuem câmeras embutidas, sendo
e retornos instantâneos para suprir as necessidades humanas em amplamente utilizadas para o reconhecimento dos códigos. Por conta disso,
tempo real. o QR code tem altos níveis de aceitação pelo público em todo o mundo.
5.3 Aplicações dessas tecnologias em um edifício Coliving A Labbé trata-se de uma lavanderia no estilo americano,
localizada no bairro da Praia do Canto em Vitória. Ela funciona
42 completamente de forma autônoma - o usuário utiliza as lavadoras
Trazendo para a realidade de uma habitação coletiva em Coliving, e secadoras de roupas sem intermédio de nenhum funcionário. Para
podemos sugerir o uso de um aplicativo de smartphone que faça o uso acessar a loja, basta baixar o aplicativo em seu próprio smartphone,
constante da Internet das Coisas, Qr Codes, etc. de forma a realizar várias realizar um cadastro com seus dados pessoais e escanear o QR
atividades dentro da moradia que torne a vida dos moradores mais prática code da porta da loja para obter o acesso. Em seguida é necessário
e automática. Podemos citar: cadastrar um cartão de crédito válido no aplicativo para poder
I. A criação de uma moeda virtual ou sistema de pontos da própria utilizar os serviços. Para fazer o uso das lavadoras ou secadoras
comunidade em que os usuários possam pagar uns aos outros; é necessário escanear o selo com o QR code impresso na própria
Controle de entrada e saída do edifício ou de áreas privadas, ou controle máquina que for utilizar e realizar o pagamento via aplicativo
de acesso a serviços que demandam a liberação de assinatura extra no com o cartão de crédito cadastrado. Em seguida a lavadora é
empreendimento, como sala de jogos, lavanderia, ou acesso à eventos desbloqueada, você pode inserir suas roupas, escolher o programa
privados como forma de ingresso; de lavagem desejado no próprio painel da máquina e apertar o
II. Empréstimo de objetos compartilhados entre os usuários, em que pode botão “Start”. Pronto, o ciclo de lavagem e secagem demora em
ser aplicado selos QR codes e garantir a segurança de forma a evitar torno de 45 minutos cada. O usuário não precisa levar produtos
extravios, perdas ou furtos; de limpeza (sabão e amaciante), tudo é dosado automaticamente
III. Desbloqueio de veículos, bicicletas e patinetes elétricos que possam ser pela máquina a partir do peso da quantidade de roupas inserida.
utilizados pelos usuários numa garagem compartilhada do edifício; Esse tipo de espaço completamente automatizado, facilita a vida
IV. Controle e recebimento de encomendas dos usuários pelos correios; do usuário e utiliza a conexão entre o smartphone e a lavadora por
V. Desbloqueio de portas e armários com fechaduras eletrônicas, o que meio da Internet das Coisas. Espaços assim podem ser pensados
dispensaria o uso de chaves por exemplo; em uma habitação em Coliving, já que o público alvo está aberto
VI. Auxiliar os usuários, em caso de dúvidas, a utilizarem aparelhos e ao compartilhamento. Neste caso faz-se o uso de um mesmo
máquinas específicas do complexo; equipamento por várias pessoas, neste caso a lavadora de roupas.
VII. Validar documentos gerados pelo próprio Coliving, como uma espécie Um claro exemplo de aplicação da economia compartilhada
de assinatura digital evitando fraudes, entre outras várias formas de aplicação. gerenciada através da tecnologia, por um aplicativo de celular, o
É possível citar aqui alguns modelos de espaços que já utilizam da que dispensa a necessidade de cada morador em ter uma lavadora
Internet das Coisas para o seu funcionamento, servindo de inspiração para de roupas em casa, o que consequentemente reduz a necessidade
compor os ambientes automatizados do edifício proposto. de consumir/ comprar.

Labbé Lavanderia

Figura19 – Imagens da loja da Lavanderia Labbé no bairro da Praia do Canto, Vitória.


Fonte: https://www.instagram.com/labbelavanderia. Acesso: julho, 2021.
Outro exemplo é a Zaitt, loja de conveniência também autônoma, Zaitt: Smart Store
e aberta 24 horas por dia. Está localizada na Praia do Canto e foi
inicialmente idealizada em Vitória, mas já há franquias espalhadas por 43
outras cidades do país como São Paulo, Brasília e Belo Horizonte. Da
mesma forma que a lavanderia é necessário ter o aplicativo da loja no
celular, concluir um cadastro para acessar a loja e realizar as compras. O
diferencial está na facilidade em fazer o mercado em qualquer horário do
dia ou da noite, e a facilidade na hora do pagamento, sem o intermédio
de funcionários. Todos os produtos possuem um QR code na etiqueta que
podem ser escaneados pelo próprio aplicativo que insere o produto no
carrinho de compras virtual. Quando o usuário terminar de pegar todos
os produtos, o preço total aparece na tela e o usuário pode finalmente
pagar com o cartão de crédito. Finalizada a compra, o usuário pode
sair do estabelecimento. Esse espaço utiliza da tecnologia da Internet
das Coisas para poder comprar itens de primeira necessidade em um
mercado completamente autônomo, utilizando apenas o smartphone.
Espaços para compras utilizando desse conceito autônomo podem ser
de grande praticidade em um modelo de habitação em Coliving.
O serviço de compartilhamento ofertado pela empresa Yellow
foi, há alguns anos, um exemplo de economia compartilhada que
ofertava aos usuários o compartilhamento de bicicletas e patinetes
elétricos em que se pagava pelo tempo de permanência na utilização do
produto. O serviço também utilizava a Internet das Coisas para conectar
o smartphone aos seus utilitários. O desbloqueio para o uso era feito via
internet pela leitura de uma etiqueta com QR code instalada em cada
equipamento, independente do lugar que estivessem estacionados na
cidade. De acordo com o site InfoMoney a empresa encerrou suas
atividades em 2020 por conta da pandemia.
Outro serviço de compartilhamento, dessa vez de carros elétricos,
também denominado como carsharing, foi lançado em Brasília em 2019.
A fabricante Renault é precursora do serviço oferecendo o modelo Twizy
compartilhado por servidores públicos do Distrito Federal. Cerca de 300
funcionários públicos previamente cadastrados e autorizados poderão
rodar gratuitamente com os carros movidos a bateria. Os veículos são
desbloqueados com cartões dos próprios funcionários cadastrados,
que podem usá-los em deslocamentos durante o serviço. A iniciativa é
integrada ao projeto VEM DF (Veículo de Eletromobilidade) e conduzido
pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI). O projeto
ainda prevê a instalação de 35 eletropostos (estações de recarga)
espalhados pela cidade de Brasília.
A partir de experiências semelhantes a estas pode-se propor
uma garagem compartilhada em que haja um sistema controlado de
aluguel de bikes, patinetes e veículos para os residentes do Coliving, que
desmotive a compra de um carro particular e incentive uma mobilidade
urbana mais limpa. Figura 20 – Imagens da fachada da loja Zaitt, usuário desbloqueando a porta
com smartphone e por último adicionando itens ao carrinho com o QR code. Fonte:
https://www.zaitt.com.br. Acesso: julho, 2021.
Bikes, patinetes e carros elétricos 5.4 Tópicos aprimorados em habitações inteligentes
compartilhados
44
Pinheiro e Crivelaro (2020), afirmam que as edificações
inteligentes ou smart buildings, em inglês, já são realidade em várias partes
do mundo e o conceito smart pode ser empregado desde a concepção
da obra, até a adequação de sistemas elétricos automatizados e
controlados por um smartphone. Entre as vantagens de implementação
de um conceito inteligente citados pelos autores, está o conforto dos
moradores e a otimização de recursos financeiros, materiais e do espaço
físico propriamente dito.
Os autores dedicam seu estudo focado principalmente nas
cidades inteligentes, mas considerando o Coliving como uma forma
de habitação passível de gerar uma comunidade local, considera-se
alguns pontos relevantes que podem ser aplicados aqui evidentemente
Figura 21 – Imagens das bicicletas e patinetes elétricos da Yellow que podiam em menor escala. Para os autores, os campos de atuação passíveis de
ser alugados pelo aplicativo. Fonte: https://www.correiodopovo.com.br/
not%C3%ADcias/geral/morte-causada-por-patinete-el%C3%A9trico-em-belo- serem gerenciados e otimizados a partir das tecnologias de informação e
horizonte-levanta-debate-sobre-seguran%C3%A7a-1.364490. Acesso: julho, 2021. comunicação se subdividem em: segurança, saúde, educação, energia,
julho, 2021.
água, mobilidade e governança. Adiante aborda-se essas mesmas
subdivisões com similaridades para uma gestão mais eficiente do edifício
proposto.

Segurança: uma proposta de edifício inteligente no modelo Coliving


deve garantir minimamente: a segurança dos moradores e de seus bens
pessoais, segurança patrimonial dos itens e objetos comuns do edifício,
segurança ao acesso do edifício com controle de entrada e saída de
pessoas principalmente nas áreas ditas mais restritas e privadas (podendo
utilizar da tecnologia do reconhecimento facial, ou até mesmo por
reconhecimento por biometria, por exemplo). A concepção do projeto a
princípio tende a promover uma transição público-privada satisfatória e
criar espaços de gentilezas urbanas e integração com o entorno, porém
é possível automatizar o controle a partir da tecnologia e garantir a
segurança do empreendimento.

Saúde: Em estudos de caso, apresentados adiante, alguns Colivings


destinaram espaços, dedicados à área de saúde como consultórios,
mini-clínicas, farmácias, laboratórios, além de locais indicados à
prática de atividade física, onde profissionais de diferentes áreas da
saúde conseguem trabalhar juntos: médicos, enfermeiros, dentistas,
farmacêuticos, psicólogos, fisioterapeutas, profissionais de educação
física. Os custos desses serviços também podem ser divididos entre os
usuários por meio de pacotes adicionais além da moradia. Essa forma
de dividir os valores pode democratizar o acesso dos usuários a esses
Figura 22 – Imagens dos veículos elétricos compartilhados pelos servidores serviços e ainda gerar emprego e renda para os profissionais. Nesses
públicos do Distrito Federal e estações elétricas de recarga em Brasília. Fonte: espaços dedicados a saúde dos moradores é interessante haver
https://www.gazetadopovo.com.br/automoveis/carros-eletricos-compartilhados-
em-frota-publica-ganham-ruas-de-brasilia. Acesso: julho, 2021.
aparelhos com capacidade de medir parâmetros mínimos de saúde como Trazendo essa contextualização para a realidade de uma
batimentos cardíacos, temperatura corporal por meio de termômetros habitação em Coliving, pode-se considerar a princípio uma produção
infravermelhos automáticos (muito popularizado durante a pandemia por alternativa de energia vindo de fontes renováveis, com o uso de placas 45
medir a temperatura de modo instantâneo), glicosímetros que monitora a fotovoltaicas que transformam a luz do sol em energia elétrica para o
glicemia e o diabetes e aparelhos que aferem a pressão arterial. Todos uso no próprio edifício. Para isso, o local de implantação do projeto e
esses parâmetros podem ficar registrados em um prontuário que ficaria a disposição dessas placas deve-se ser favorável a captação máxima
disponível no aplicativo do empreendimento para o monitoramento pelo possível de iluminação do sol. Trata-se de uma energia que dispensa, em
usuário da sua própria saúde. partes, a dependência da rede elétrica ofertada pelas concessionárias de
energia urbanas. A segunda proposta seria utilizar sensores nos ambientes
Educação: Pinheiro e Crivelaro (2020), afirmam que existem muitas que acionam a iluminação apenas quando houver a presença de pessoas.
soluções tecnológicas para a educação. Os autores enfatizam que para Utilizar dispositivos como tomadas inteligentes que acionam e desligam
o modo tecnológico de ensino funcionar, é imprescindível o acesso regular máquinas e equipamentos em horários pré-programados. Especificar
e contínuo à internet, em que todo o conteúdo é compartilhado de modo máquinas, eletrodomésticos e aparelhos eletrônicos que permitam a
virtual e integrado. Para a educação infantil, especificamente, os autores integração a outros dispositivos como smartphones e computadores, por
recomendam incorporar algumas tecnologias nos ambientes escolares e exemplo, para o controle dos usuários de seus próprios consumos em
nas salas de aula, como: soluções multi táteis (lousas digitais), programas tempo real.
interativos, aplicativos, animações, sites e jogos que possam desenvolver
o raciocínio lógico, criatividade, a autoria e a capacidade de trabalhar Água: Com a escassez de água, busca-se soluções na infraestrutura
em grupo de forma conectada e que permita que as crianças aprendam que reduzam o desperdício e otimizem sua utilização. É possível administrar
com a mesma naturalidade se estivessem brincando. as infraestruturas de reserva, tratamento e distribuição de água. Pinheiro
Para o Coliving propõe-se espaços colaborativos de e Crivelaro (2020) associa isso, ao processamento de informações
trabalho que consequentemente sirvam de espaços colaborativos de geográficas e o uso de medidores de consumo inteligentes, e utilização
aprendizagem utilizando das tecnologias citadas pelos autores. Espaços de maquinário e tecnologia que permita o reaproveitamento de águas
que possuem oficinas, workshops, mini-cursos, projeções, palestras e residuais industriais e domésticas.
reuniões é consequentemente um espaço de aprendizado. Um aplicativo Conduzindo para a escala que estamos trabalhando é possível
conectado a uma base de dados tem a capacidade de notificar os estabelecer na própria arquitetura do Coliving, medidores de consumo
usuários e convidá-los a participar, além de automatizar o acesso da mais precisos e inteligentes e que encaminham informações em tempo real
quantidade de pessoas interessadas em determinado evento e realizar para uma base de dados. Posteriormente os dados de consumo podem
a forma de pagamento pela própria plataforma. Além dessas formas de ser enviados para cada usuário pelo próprio smartphone. Propondo-
educação em um ambiente Coliving, no que se refere aos estudos de se um sistema de pontuação aos usuários com o ranqueamento dos
caso, alguns projetos destinam espaços para a educação e recreação residentes que mais economizam, e que posteriormente poderia ter os
infantil para o caso de residentes adultos que eventualmente possam vir a seus pontos trocados por descontos em serviços e produtos do próprio
ter filhos. Alguns moradores precisam de um espaço para a educação e Coliving. Dessa forma incentivando e recompensando os usuários que
cuidados para seus filhos. Então é interessante que se pense em espaços mais se empenhassem em reduzir o desperdício de água. Também é
de aprendizagem, mesmo que em menor escala, também para as possível especificar marcas de louças e metais sanitários para o projeto do
crianças. edifício que prezam por esse viés econômico e possuem dispositivos nos
próprios produtos que promovam essa redução. Por fim, estabelecer um
Energia: Pinheiro e Crivelaro (2020) consideram o fato de que o sistema de captação de água das chuvas e águas residuais do edifício,
crescimento da população associado ao aumento na utilização de que possam ser armazenadas em um reservatório e reaproveitadas.
dispositivos elétricos vai aumentar a demanda cada vez mais crescente na
produção de energia elétrica nos próximos anos. Nesse sentido, não somente Mobilidade: Pinheiro e Crivelaro (2020, p. 34), afirmam que “A
é preciso aumentar a geração de energia, como utilizar métodos que otimizem mobilidade nos grandes centros urbanos é uma das principais preocupações
seu consumo e sua distribuição. Diante disso, conduziu a necessidade de de seus habitantes. São consumidas muitas horas nos deslocamentos
incorporar diferentes formas de produção de energia na rede, em especial diários”. Ademais, os autores citam os veículos elétricos como promissores
vindos de fontes descentralizadas, renováveis e intermitentes. no futuro e que funcionam com zero emissão de carbono.
Reduzindo a problemática da mobilidade ao contexto da escala forma que um edifício necessita de uma gestão, como qualquer outro, mas
de uma habitação em Coliving, pode-se considerar que esse modelo essa administração pode estar alinhada com as camadas de tecnologias
46 de habitação por si só, tem a capacidade de reduzir a necessidade aplicadas sobre o projeto, considerando a proposta de um edifício
de deslocamento das pessoas, considerando que parte do público- inteligente. Da mesma forma, a gestão para esse tipo de empreendimento
alvo consegue trabalhar de forma remota ou vão possuir espaços deve-se dar de maneira participativa com os usuários. O Coliving deve
colaborativos de trabalho no próprio edifício. Além disso, normalmente conhecer seus moradores, a tendência de seus comportamentos, hábitos,
são criados espaços multifuncionais e flexíveis que podem contar com trabalho, hobbies, a partir de uma base de dados. As demandas dos
ambientes destinados ao comércio e a troca de produtos e objetos, além usuários, as necessidades, reclamações e os problemas da comunidade
de espaços dedicados ao lazer, à prática de atividade física, saúde e geradas em um Coliving a partir da convivência diária entre diferentes
entretenimento. Ou seja, o próprio modelo de moradia já contempla pessoas, devem ser compartilhados com todos os residentes e resolvidas
grande parte das necessidades básicas do dia-a-dia dos residentes, o de forma coletiva por decisão da maioria. Esse tipo de comunicação pode
que reduz a mobilidade dessas pessoas a longas distâncias. Portanto, ser realizado entre os moradores e a central de administração pelo uso
concebe-se um edifício que compacta a cidade em várias áreas. Além das tecnologias de informação. E isso pode ser feito por um smartphone
do mais, projetos de coliving ao redor do mundo já apostam em garagens que conecte todos em uma mesma rede. Para isso é necessário dedicar
compartilhadas com veículos elétricos que pertencem a toda comunidade espaços no Coliving para o trabalho de profissionais de TI que consigam
residente. Como há redução na mobilidade e o modelo de projeto torna manter a comunicação e a troca de dados funcionando 24 horas e
a cidade mais compacta, a necessidade de se deslocar para fora do uma central de atendimento e administração no complexo que atenda e
edifício se torna menos frequente, o que viabiliza a possibilidade de várias efetive as solicitações dos moradores da forma mais rápida possível. Com
pessoas compartilharem dos mesmos veículos por meio de uma assinatura, as informações geradas a partir de todos os dispositivos que encaminham
reservando-o em horas diferentes de acordo com a necessidade. Assim informações para a base de dados é possível realizar a gestão eficaz,
cada família ou morador não vai sentir a necessidade de comprar/ ter acessível e confiável citada pelos autores, além de tornar esse tipo de
a posse de um veículo individual, basta ter uma habilitação e reservar gestão transparente para os moradores. Considera-se os dados gerados
o carro com antecedência quando for necessário. E isso tudo pode ser por sistemas e computadores como sendo legítimos. A fraude neste caso é
gerenciado pelos usuários por meio de um aplicativo. Em um coliving quase inexistente, a não ser em caso de invasões cibernéticas ou hackers,
também pode haver uma garagem com uma estação de bikes e patinetes o que demanda também segurança e criptografia no manuseio destes
elétricos alugáveis e compartilhados, em que os usuários possam reservar dados e informações.
quando necessário. Esse tipo de compartilhamento incentiva um transporte
mais barato, limpo, sustentável e propõem-se a reduzir a frota de veículos No próximo capítulo aborda-se os estudos de caso com
nas vias das cidades. Tem-se aqui um exemplo claro, do referencial projetos emblemáticos construídos ou idealizados que utilizaram da
teórico sobre a economia compartilhada mencionada anteriormente: o forma de habitar em Coliving como referência de habitação coletiva.
interesse em “experimentar” ao invés de “possuir”. Abrir mão da posse e Esses projetos dão base para definir princípios e diretrizes, orientam
ceder ao compartilhamento em defesa de um bem acessível a todos, tal a criação de um programa mínimo de necessidades e servem como
ideal que remete aos valores das novas gerações. referências para a materialidade construtiva do projeto proposto por
esse estudo.
Governança: Por último os autores tratam da governança que se
estabelece com a junção da democracia e da tecnologia. Definem como
e-Governo, a denominação para esse tipo de governo, que se utiliza das
Tecnologias de Informação e Comunicação para transformar os dados
em atendimento às necessidades da população, isso considerando uma
escala urbana. Dessa forma a atuação se tornaria mais eficaz, acessível e
confiável, além de diminuir a distância de comunicação entre o governo
e a população que agora pode participar ativamente das decisões
políticas.
Ao implementar para escala de uma comunidade gerada a
partir do modelo de habitação em Coliving essa “governança” se dá de
6
Co l iv in g na prát i ca: Est udos de c aso
6.1 Casa Gap
49

Figura 24 – Perspectiva do projeto vista da rua. Fonte: https://www.archdaily.com.br/


br/780450/casa-gap-archihood-wxy. Acesso em: março, 2021.

Figura 23 – Fachada Frontal do projeto. Fonte: https://www.archdaily.com.br/


br/780450/casa-gap-archihood-wxy. Acesso em: março, 2021.

Projeto: Casa Gap


Escritório: Archihood WXY
Arquitetos: Woohyun Kang, Youngjin Kang
Local: Seongnam, Coreia do Sul
Ano: 2015
Fonte: ArchDaily Brasil (2016) Figura 25 – Vistas interna do pátrio central.. Fonte: https://www.archdaily.com.br/
br/780450/casa-gap-archihood-wxy. Acesso em: março, 2021.

A área de implantação do projeto possui universidades O conceito do projeto é centrado no novo estilo de vida
próximas, o que aumentou a demanda por alojamento de estudantes dos jovens e a criação de um equilíbrio entre os espaços comuns e
nos últimos anos. O local também é próximo aos locais de escritórios privados, considerando a amenidade de uma “casa compartilhada”.
e entretenimento na cidade, o que ajudou a impulsionar a demanda Portanto, tentou-se criar espaços livres que coordenam o equilíbrio
por unidades habitacionais, estúdios e residências estudantis para o entre espaços comuns e privados e que fomentam a interação e a
público jovem. sociabilidade entre os companheiros na casa.
A solução volumétrica se deu a partir da criação de vazios e
aberturas. O pátio interno compartilhado é aberto para uma área de
50 pilotis de fácil acesso e de frente para a rua, permitindo ser utilizado
também pelo espaço comercial localizado no térreo. O pátio interno
no edifício intensifica a ventilação cruzada e faz com que a parte
norte do edifício também receba iluminação natural da direção sul.
As varandas, em sua maioria, possuem vista para o exterior e
para o pátio interno do edifício. O edifício possui dois apartamentos por
pavimento, que ficam de frente um para o outro quando consideramos
as aberturas em direção ao pátio. Com o intuito de promover mais
privacidade, os arquitetos adotaram um padrão cruzado em relação
às varandas de apartamentos de mesmo pavimento, para que não
ficassem exatamente de frente umas para as outras. Esse padrão
cruzado das varandas se repete em todos os pavimentos, o que não
torna o edifício exatamente simétrico.

Figura 27 – Visualização interna e externa das aberturas de ventilação de ar e luz


natural. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/780450/casa-gap-archihood-wxy.
Acesso em: março, 2021.

Figura 26 – Vistas interna do pátrio central.. Fonte: https://www.archdaily.com.br/


br/780450/casa-gap-archihood-wxy. Acesso em: março, 2021.

As fachadas anterior e posterior possuem aberturas de


ventilação e luz natural. A compartimentação funcional do edifício
estabelece um térreo, três pavimentos-tipo destinados à moradia
estudantil e mais uma altura destinada ao sótão. No térreo o espaço é
dedicado a uma loja de conveniências, estacionamento e pátio central Figura 28 – Solução volumétrica adotada e croquis dos arquitetos.
com jardim que pode ser utilizado pelos moradores, clientes da loja e Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/780450/casa-gap-archihood-wxy.
Acesso em: março, 2021.
transeuntes, portanto cria-se um espaço compacto e semiprivado.
51

Figura 29 – Planta baixa do térreo. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/780450/ Figura 30 – Planta baixa dos pavimentos superiores. Fonte: https://www.archdaily.com.br/
casa-gap-archihood-wxy. Nota: traduzido pelo autor. Acesso em: março, 2021. br/780450/casa-gap-archihood-wxy. Nota: traduzido pelo autor. Acesso em: março, 2021.

Cada apartamento conta com quartos privativos, • Boa localização de implantação do projeto na cidade;
e a área compartilhada é composta pelos banheiros, • Favorecimento da iluminação e ventilação naturais, a partir
lavabos, cozinha, sala de jantar e varandas. São três do partido adotado;
pavimentos habitáveis, com 2 apartamentos por pavimento • Espaços privados x espaços comuns equilibrados;
e 3 quartos cada (1 morador por quarto), com exceção • Multifuncionalidade dos usos do edifício – criação de um
do último pavimento que possui um apartamento com térreo (comercial) e pavimentos superiores (residencial);
somente 2 quartos. Portanto o programa atende no total • Criação de elementos público-privados de transição;
17 moradores. Entre os pontos de destaque do projeto da • Habitação mínima, arquitetura minimalista, compartilhamento
Casa Gap podemos considerar: coletivo e uso mínimo de mobiliário, eletrodomésticos e adornos;

Figura 31 – Cortes e seções do projeto. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/780450/casa-


gap-archihood-wxy. Nota: traduzido pelo autor. Acesso em: março, 2021.
6.2 MINI Living
52

Figura 32 – Fachada Frontal do projeto. Fonte: https://www.universaldesignstudio.com/


projects/mini-living/. Acesso: março, 2021

Projeto: MINI Living


Arquitetos: Oke Hauser (arquiteto e líder criativo)
com propostas dos escritórios STUDIOMAMA e
Universal Design Studio.
Área: 7.600 m²
Local: Xangai, China
Elaboração: apresentado durante a Semana de
Design de Milão de 2018
Figura 33 – Lobby do térreo aberto ao público, áreas comunais para os moradores
Fonte: várias autores e fontes e terraço destinado ao lazer projetado para favorecer o contato com o verde,
iluminação e ventilação naturais. Fonte: https://www.universaldesignstudio.com/
projects/mini-living/. Acesso: julho, 2021.

MINI Living é uma iniciativa da empresa de automóveis MINI, de lazer e em um espaço de convivência que também promovem o
fabricante de veículos subsidiária da BMW. Propõem a criação de engajamento com a comunidade local. O projeto considera um estilo
um micro-bairro dentro de um edifício projetado para o uso misto, que de vida multifacetada, com foco na maximização da qualidade de
interviu em antigos depósitos subutilizados de uma fábrica de tintas vida em espaços compactos. O complexo será composto por seis
com o objetivo de reaproveitar o potencial de espaços industriais prédios renovados que formarão um “novo bairro urbano”, incluindo
abandonados para aliviar a crise habitacional. O antigo complexo acomodação em condomínio oferecido para locações de curto,
industrial vai se transformar em apartamentos, escritórios, espaços médio e longo prazo.
No infográfico abaixo é possível compreender as funções do Segundo Seidel (2018), o complexo terá diversas oportunidades
espaço que podem ser integradas e sobrepostas. No térreo, área de lazer, serviços e variados apartamentos de diferentes tipos e tamanhos
pública com praça de alimentação, entretenimento e uma garagem e destinam a atrair pessoas solteiras, famílias, casais, inquilinos mais velhos 53
experimental de veículos elétricos partilhados. O espaço também inclui ou mais jovens com a opção de alugar apenas por algumas semanas ou
grandes lobbies para socialização, jardins, uma área de exposição, por vários anos.
um mercado de alimentos, lojas e restaurantes que serão abertas De acordo com uma matéria de Griffiths (2017) publicada no site
ao público, incentivando as pessoas de outras partes da cidade a Deezen.com, a fabricante MINI lançou o projeto em 2016 como forma de
visitar e se envolver com as experiências oferecidas. Acima, espaço aplicar o conceito de “uso criativo do espaço” e a necessidade resultante
residencial com grandes áreas de estar e quartos extras reserváveis, de acomodar mais pessoas em uma área cada vez menor. Segundo a
área de coworking e uma área de lazer, que inclui grandes jardins e matéria, Peter Schwarzenbauer, membro do conselho da BMW Group
fazendas verdes no telhado. afirma que “[...] o objetivo do projeto é oferecer um ambiente extremamente
elevado de qualidade de vida em uma área extremamente pequena.”
Os inquilinos terão acesso a serviços digitais, incluindo a
possibilidade de fazer reservas em restaurantes, reservar serviços e limpeza
de quartos, pedir comida ou transporte como parte de um pacote holístico
para a vida urbana. De acordo com Esther Bahne, chefe de estratégia
da marca MINI, procurou-se criar uma alternativa genuína no mercado
de aluguel de grandes cidades. Além disso oferece um local que se
adapta a seus moradores, é flexível, oferece privacidade aos residentes,
mas também permite a socialização com uma variedade de pessoas
diferentes, que segundo Bahne, são os primeiros passos para a criação de
uma cidade mais suave.
Segundo a publicação do STUDIOMAMA, um dos escritórios
envolvidos, o projeto é uma iniciativa “para explorar o futuro da vida na
cidade” (MINI LIVING - EXHIBITION MILAN, 2018, acesso em 5 julho
de 2021). Foram responsáveis por exibir uma das propostas do design do
mobiliário para o projeto durante a Semana de Design de Milão de 2018.
Desenvolveram um cenário com o objetivo de promover a colaboração
entre os residentes urbanos e arquitetos, inserindo os usuários no centro do
processo criativo. Para isso a exposição de Milão teve um espaço dedicado
à um workshop “Built By All”, em tradução, “Construído por Todos”, em
que os visitantes da exposição podiam customizar seus próprios módulos
individuais em miniaturas por meio de uma maquete tridimensional que
se adequasse às suas necessidades. Ou seja, um espaço pensado para
todos e por todos, em que parte da concepção do projeto é feita de forma
participativa com os usuários, tornando o espaço flexível dessa maneira.
Durante a exposição, e em escala real, foram expostos quatro
diferentes tipos de “totens” personalizados, sob medida e com dois andares
customizados para usuários com diferentes necessidades a partir da sua
profissão: um artista ilustrador botânico (totem amarelo), um artista criador
para um fashion designer (totem rosa), um produtor musical (totem azul)
e um curador de arte (totem verde). Contavam com espaços funcionais
e cuidadosamente pensados para dormir, se isolar quando necessário,
Figura 34 – O gráfico informativo ilustra as quatro zonas do MINI LIVING Shanghai.
Foto: MINI. Fonte: https://www.dezeen.com/2017/11/23/mini-co-living-destination-
trabalhar e banhar-se. Entre esses totens se implantaria uma série de
shanghai-china-industrial-architecture-residential/. Acesso: julho, 2021. espaços comuns, como a cozinha, espaço de jantar compartilhado,
auditórios para exibição de filmes e palestras, jardins para contato com
a natureza e uma academia onde os usuários poderiam compartilhar
54 treinadores ou profissionais de ioga. A ideia é que esses espaços comuns
sejam uma extensão do núcleo individual de cada ocupante, reduzindo a
distância entre o coletivo e o privado. Cada totem é cercado por camadas
de telas com transparência e opacidades variáveis que é possível controlar,
ao longo do dia, a privacidade do ocupante. Espaço pessoal e as áreas
comunitárias são distintos, porém habilmente interligados e aproximados
para que haja um equilíbrio imediato entre as áreas privadas e os locais de
socialização permitindo ao residente o momento em que desejar manter
sua área pessoal aberta ou fechada.

Figura 35 – Imagens do público customizando seus próprios módulos em Figura 37 – Imagens do STUDIOMAMA dos espaços “entre totens”, idealizados para
miniatura no evento em Milão. a socialização, refeições e atividades físicas coletivas.
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=MWIV3v3Uiz8. Fonte:https://www.press.bmwgroup.com/global/article/detail/T0279149EN/mini-
living-%E2%80%93-built-by-all-mini-exhibits-visionary-living-concept-at-the-salone-del-
Acesso: julho, 2021. mobile-2018. Acesso: julho, 2021.

Figura 36 – Imagens dos protótipos que compõem os compartimentos individuais, os “totens” do projeto MINI Living exibidas na Exposição de Milão de 2018 e seus respectivos
esquemas tridimensionais ajustado para o usuário a partir de suas necessidades. Fonte: http://www.studiomama.com/mini-living-exhibition-milan-2018. Acesso: julho, 2021
A Universal Design Studio, outro escritório filiado ao projeto,
propõe módulos individuais distintos comparados ao escritório anterior,
porém similares no que diz respeito ao equilíbrio entre os espaços 55
mais íntimos e coletivos. O mobiliário planejado e multifuncional
funciona como divisórias pivotantes que giram em torno de um eixo,
permitindo a flexibilidade na escolha de abertura do ambiente mais
íntimo do morador quando for desejável ou necessário. (MINI LIVING
- UNIVERSAL DESIGN STUDIO, acesso em 5 julho 2021).

A B

Figura 38 – Planta baixa e esquema tridimensional das instalações na Exposição de Figura 39 – Plantas e Implantação MINI LIVING.
Milão. Fonte: https://www.press.bmwgroup.com/global/article/detail/T0279149EN/ A. Térreo: Lobby comercial e de lazer aberto a vizinhança;
mini-living-%E2%80%93-built-by-all-mini-exhibits-visionary-living-concept-at-the-salone-del- B. 2º pavimento: Living e Coworking; C. 3º pavimento: Terraços e cobertura.
mobile-2018. Acesso: julho, 2021. Fonte: https://www.universaldesignstudio.com/projects/mini-living/. Acesso: julho, 2021.
56

Figura 42 – Projeto MINI LIVING: 3D esquemático da implantação.


Fonte: https://www.universaldesignstudio.com/projects/mini-living/. Acesso: julho, 2021.

Entre os pontos de destaque do projeto MINI Living podemos


Figura 40 – Planta e vistas em sequência que mostram a separação dos ambientes considerar:
por um mobiliário multifuncional pivotante: espaços privativos (quartos e banheiros)
separados facultativamente dos ambientes comunitários (cozinha, sala de jantar e
varandas). Fonte: https://www.universaldesignstudio.com/projects/mini-living/. Acesso:
julho, 2021. • Espaços íntimos x espaços comunais equilibrados a partir
da concepção do design do edifício;
• Mobiliário multifuncional: promove o uso do mobiliário
para tarefas do dia-a-dia ao mesmo tempo que é um
elemento construtivo e planejado especificamente para
garantir a privacidade do usuário ao longo do dia;
• Espaço idealizado flexivelmente, pensado de forma
participativa a partir das necessidades do usuário;
• Bem estar favorecido pelo paisagismo, iluminação e
ventilação naturais;
• Multifuncionalidade do uso do edifício: residencial,
corporativo, comercial, lazer, entretenimento e esportivo;
• Aberto à cidade: proposta de criação de um térreo aberto
à vizinhança o que promove gentileza urbana e, portanto, a
criação de elementos de transição público-privados;
Figura 41 – Perspectiva interna que demonstra como os locais de trabalho definidos • Edifício multigeracional, adaptável para diferentes
pelo mobiliário servem como espaços de transição entre os espaços mais íntimos e públicos e usos com flexibilidade no prazo da habitação;
os espaços de convivência coletivos. Fonte: https://www.universaldesignstudio.com/
projects/mini-living/. Acesso: julho, 2021.
6.3 The Urban Village Project
57

Figura 44 – Transição entre os espaços internos e externos das construções. Fonte:


https://www.dezeen.com/2019/06/04/urban-village-project-space10-effekt-
sustainable-design-built-environment/. Acesso: março, 2021.

Figura 43 – Imagens da concepção dos espaços públicos de convivência. Fonte:


https://www.dezeen.com/2019/06/04/urban-village-project-space10-effekt-
sustainable-design-built-environment/. Acesso: março, 2021

Projeto: The Urban Village Project


Escritórios: SPACE10 + EFFEKT Architects, associados ao
laboratório de pesquisa e design IKEA
Local: modelo em estudo para ser aplicado em várias partes
do mundo
Ano: apresentado em 2019 na conferência anual da IKEA,
na Suécia
Fonte: Publicado no site Dezeen por Pownall (2019) e site
do projeto (The Urban Village Project, acesso em 14 março Figura 45 – Áreas públicas em meio aos edifícios construídos. Fonte: https://www.
2021). dezeen.com/2019/06/04/urban-village-project-space10-effekt-sustainable-design-built-
environment/. Acesso: março, 2021.

Esse projeto reúne conceitos que configuram espaços de Coliving O protótipo do modelo prevê uma visão de moradias “por
e também espaços próximos ao viés do Cohousing, visto que ambos os assinatura” que reúne pessoas de diferentes gerações e incentiva o
conceitos são aproximados em determinados contextos. Ao mesmo tempo, compartilhamento de instalações. Os escritórios responsáveis desenvolveram
são destinados espaços para trabalho colaborativo e coletivo como uma série de políticas para o projeto com o objetivo de promover uma vida
espaços destinados à escritórios coworking, fazendas urbanas e áreas mais comunitária. A proposta é construída em torno de três ideais centrais:
comerciais. as cidades devem ser mais habitáveis, mais sustentáveis e mais acessíveis.
As propostas pretendem potenciar a saúde e o bem-estar
dos habitantes e fomentar um maior sentido de comunidade.
58 Pownall (2019) descreve na matéria o que Jamiee Williams,
chefe de arquitetura da Space10 afirma sobre o projeto. Para ele
temos que repensar o ambiente construído ou então as cidades
do planeta se tornarão cada vez mais “insustentáveis, inacessíveis
e socialmente desiguais”. A habitação em que se propõem a
convivência, segundo Williams, pode oferecer soluções potenciais
para alguns dos desafios urgentes das cidades.
A proposta do modelo aborda o problema da habitação
a preços acessíveis tanto em termos de construção como também
o de compra de habitações, com o objetivo fundamental de
promover uma habitação mais barata. Os residentes podem
tornar-se gradualmente proprietários comprando “ações” de
imóveis no complexo como e quando puderem, tornando-se
progressivamente proprietários com o tempo e com a flexibilidade
de poder trocar de imóvel posteriormente. Os idealizadores do
projeto também sugerem que os membros da comunidade possam Figura 47 – Imagem que representa a configuração dos espaços coletivos em um conceito
trocar de apartamentos, por meio de acordos entre si conforme as aberto: as iniciativas de agricultura urbana e refeições coletivas, espaços de socialização,
necessidades de cada família mudam. Não haveria necessidade leitura, trabalho e lazer. . Fonte: https://www.dezeen.com/2019/06/04/urban-village-
project-space10-effekt-sustainable-design-built-environment/. Acesso: março, 2021.
de pagamentos adiantados caros para comprar uma casa e
os aluguéis permaneceriam baixos. O aluguel básico cobriria
eletricidade, água, aquecimento, manutenção e instalações
compartilhadas.
As instalações compartilhadas incluem transporte
compartilhado, refeições, espaços de trabalho, creche, coleta
de água local e iniciativas de agricultura urbana. Além disso, os
moradores também poderiam optar por adicionar serviços extras
como mídia, seguro, transporte ou recreação, por meio de serviços
de assinatura flexível, da mesma forma que assinamos hoje serviços Figura 48 – Prints de tela de um smartphone que demonstra as funcionalidades do
aplicativo que gerencia a comunidade. Fonte: https://www.dezeen.com/2019/06/04/
de entretenimento. urban-village-project-space10-effekt-sustainable-design-built-environment/. Acesso: março, 2021.

Figura 46 – Visuais que demonstram como essas comunidades poderiam se encaixar em cidades existentes na América do Sul, Ásia e Europa, respectivamente da esquerda
para a direita. Fonte: https://www.dezeen.com/2019/06/04/urban-village-project-space10-effekt-sustainable-design-built-environment/. Acesso: março, 2021
O projeto foi pensado para ser gerido com tecnologia e
sustentabilidade, desde a sua concepção. Para isso, os criadores
propõem uma ferramenta digital comunitária. Todos os serviços 59
descritos anteriormente podem ser geridos por um aplicativo que
permite aos residentes formar comunidades online para nutrir suas
versões da vida real e se conectar às suas assinaturas, serviços e
instalações.
Foi concebido de forma a promover a sustentabilidade
do edifício e a conscientização de seus moradores. Para isso o
complexo possui vários sistemas que promovem maior eficiência do
edifício como produção própria de energia limpa, armazenamento
e reutilização de água das chuvas, produção alimentar a partir de
estufas e hortas urbanas, e gerenciamento do lixo capaz de evitar
desperdícios.
A materialidade construtiva do edifício promove a construção
por meio de madeira laminada cruzada em unidades modulares
padronizadas. Este sistema modular pode ser pré-fabricado,
produzido em massa e embalado de forma plana, para reduzir Figura 49 – Diagrama que representa os diferentes sistemas que promovem
custos e impacto ambiental, reduzindo a quantidade de dióxido de uma gestão eficiente do edifício: redução do consumo e produção de energia
carbono emitido durante a construção. Isso também permite que os própria, reuso da água, segurança alimentar por meio de fazendas urbanas,
materiais de construção fossem desmontados e reconfigurados com manejo e redução do desperdício com o lixo. Fonte: https://www.dezeen.
com/2019/06/04/urban-village-project-space10-effekt-sustainable-design-built-
facilidade. A construção se torna seca e pré-fabricada com redução
environment/. Acesso: março, 2021.
de desperdícios.

Figura 50 – Esquema que representa o conjunto de peças para a montagem e desmontagem da habitação e a customização do ambiente doméstico de acordo
com as necessidades e as etapas de construção do edifício: desde a extração, pré-fabricação das peças, transporte, montagem e a habitação pronta para
morar. Fonte: https://www.dezeen.com/2019/06/04/urban-village-project-space10-effekt-sustainable-design-built-environment/. Acesso: março, 2021.
Segundo a matéria de Pownall (2019), Sinus Lynge,
diretor da EFFEKT Architects, afirma que o projeto é baseado
60 em um sistema de construção modular que permite configurar
distintas tipologias de habitação, para diferentes configurações
urbanas. O sistema é projetado para permitir a desmontagem
e a substituição de componentes e materiais de construção
que precisem de reparo, podendo ser substituídos por novos e
reaproveitados ao invés de serem descartados, o que permite
uma vida flexível e adaptável e avança para uma abordagem
circular da gestão de edifícios.
De acordo com o site do projeto “The Urban Village
Project”, no que diz respeito às dimensões das compartimentações
residenciais:

“Um tamanho não serve para todos. É por isso que


propomos oferecer vários tipos de apartamentos
em vez de casas familiares padrão. Quer você seja
solteiro, uma família de quatro pessoas, um casal de
aposentados ou um grupo de estudantes, você tem
opções[...]” (THE URBAN VILLAGE PROJECT, acesso em
14 março 2021.)

O projeto conta com um programa de espaços de


atividades comuns aos moradores, espaços para a parte técnica,
garagem com carros elétricos compartilhados com zero emissão
de carbono, espaços públicos ao ar livre e jardins, áreas mais
privadas destinadas a habitação, terraços verdes compartilhados
pelos moradores, telhados verdes para a captação de água das
chuvas e telhados técnicos para a captação de energia solar. Figura 51 – Esquema de tipologias que a proposta de construção modular
permite: habitações que se adaptam às diferentes configurações familiares
O projeto segundo os idealizadores promove o acesso a mais existentes. Fonte: https://www.dezeen.com/2019/06/04/urban-village-
programas públicos do que a propriedade em si. project-space10-effekt-sustainable-design-built-environment/. Acesso: março,
2021.

Figura 52 – Esquema de tipologias que a proposta de construção modular nesse modelo permite: desde habitações mínimas, até comunidades mais horizontais
ou ainda edifícios verticalizados. Fonte: https://www.dezeen.com/2019/06/04/urban-village-project-space10-effekt-sustainable-design-built-environment/. Acesso:
março, 2021.
61

Figura 53 - Esquema que representa um programa de necessidades para uma proposta de projeto para esse Coliving. Fonte: https://www.dezeen.com/2019/06/04/urban-village-project-
space10-effekt-sustainable-design-built-environment/. Acesso: março, 2021.

Entre os pontos fortes do projeto da Urban Village Project podemos


destacar:
• Estabelece um modelo de vida comunitário;
• Criação de um edifício flexível multifuncional e multigeracional,
adaptável para diferentes públicos e usos;
• Moradias projetadas para serem eficientes, sustentáveis e acessíveis;
• Compartilhamento de espaços, recursos e serviços;
• Edifício gerador de trabalho e renda;
• Processo participativo, tecnológico e automatizado de gestão e
manutenção do edifício;
• Solução construtiva modular, econômica, eficiente que evita
Figura 54 - Esquema que representa detalhadamente a proposta de um complexo desperdícios e possibilita a reutilização e substituição no fim da vida útil
seguindo o programa proposto pelos arquitetos e criadores do projeto. dos materiais construtivos;
Fonte: https://www.dezeen.com/2019/06/04/urban-village-project-space10-effekt-
sustainable-design-built-environment/. Acesso: março, 2021. • Elementos de transição público-privados satisfatórios;
de experiências e formas mais sustentáveis de viver como o
6.4 O Coliving no Brasil
compartilhamento de objetos, que reduz o consumo, divisão de
62 tarefas, cuidados colaborativos com o lar, e ainda ajuda a reduzir o
Da mesma forma que em outros países, o Brasil também individualismo e a sensação de solidão que pode ser experimentada
caminha em direção ao compartilhamento como tendência, suprindo quando se mora sozinho ou apenas com sua família.
as solicitações das gerações mais recentes, mesmo que o processo O que chama atenção em praticamente todos os casos
pareça ser mais lento comparado a outros países. citados nas reportagens anteriores que diferenciam o “Coliving”
De acordo com Nunes e Vieira (2019), veículos de que está sendo produzido no Brasil, para as propostas do restante
comunicação de grande alcance e circulação no Brasil já descreveram do mundo e que Nunes e Vieira (2019) também enfatizam é que na
o fenômeno do compartilhamento da habitação urbana no país. Uma
das matérias foi publicada no site O Globo, por Dale (2016), “Na
onda do ‘coliving’, cariocas adotam uma nova forma de morar: O
modelo de casas compartilhadas começa a ganhar força na cidade”.
Outra matéria citada pelas autoras, publicada no site e revista Casa
e Jardim, escrita por Gonçalves (2018) anunciava “Coliving: conheça
quatro moradias compartilhadas: O prazer de compartilhar espaços
vai além da necessidade financeira e se transforma em uma opção
com ganhos em qualidade de vida.”

Figura 55 – Imagem da reportagem do O Globo que traz os moradores na


sala de jantar da residência, comprada por uma das integrantes que resolveu
abrir as portas de sua mansão de 700 m² para o compartilhamento no bairro
de Cosme Velho na cidade do Rio de Janeiro. Fonte: https://oglobo.globo.
com/sociedade/na-onda-do-coliving-cariocas-adotam-uma-nova-forma-de-
morar-19295511. Acesso: julho, 2021.

É perceptível a partir da abordagem das matérias e dos


casos descritos o que eles têm em comum. Descrevem a forma como
os brasileiros estão se abrindo aos poucos ao compartilhamento da
habitação e que o processo de compartilhar a mesma residência
é benéfico em vários sentidos. A princípio lembra a forma de Figura 56 –Imagens da reportagem da revista Casa e Jardim que relatam
viver em repúblicas estudantis, porém as matérias destacam que o quatro casos bem sucedidos de coabitação no Brasil, em São Conrado, Rio
compartilhamento vai além do que se propõe as repúblicas e que a de Janeiro, dois em Pinheiros, São Paulo, e no Pacaembu, também em São
Paulo. Fonte:https://revistacasaejardim.globo.com/Casa-e-Jardim/Decoracao/
economia com o aluguel não é a questão central, mas apenas uma, Estilo/noticia/2018/01/coliving-conheca-tres-moradias-compartilhadas.html.
das inúmeras vantagens. Conta também com o compartilhamento Acesso: julho, 2021.
maioria dos casos o Coliving brasileiro surge a partir de ações de
proprietários de imóveis. Imóveis construídos para outra finalidade
acabam sendo adequados com o propósito de implantar um sistema 63
de Coliving para o aluguel, ou ainda pessoas com interesses em
comum que se reúnem para procurar um imóvel, para coabitarem e
compartilharem. Portanto, ainda há uma carência de empreendimentos
no Brasil projetados em sua concepção inicial com a finalidade de se
tornarem uma habitação coletiva do tipo Coliving. O que confirma
que o mercado imobiliário brasileiro ainda não está focado em investir
nesse modelo de habitação.
Podemos considerar que a cidade de São Paulo está na
vanguarda para este tipo de habitação. Algumas edificações
segundo Nunes e Vieira (2019) já estão sendo lançadas com esse
propósito em São Paulo onde existe um público consumidor de maior
poder aquisitivo. Assim sendo, podemos considerar que esse tipo de
empreendimento ainda não é completamente acessível no Brasil e se
dispõem a oferecer moradia atendendo um público jovem adulto com
certa estabilidade profissional e financeira.
Segundo as autoras muitos condomínios tradicionais em São
Paulo estão se adequando e recebendo essa nova denominação.
Porém já é possível estabelecer exemplos um pouco mais inovadores Figura 57 –Ambientes internos do Share Student Living e lista de serviços
prestados. Fonte: https://sharesl.com.br/. Acesso: julho, 2021.
de projetos nesse ramo de habitação e em uma escala maior. Como
exemplos temos o Share Student Living, que já possui 3 unidades em
diferentes bairros de São Paulo e o Kasa Co-living, também em São
Paulo. Além destes, temos o Uliving Student Housing que já possui
unidades nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Santos, Campinas
e Ribeirão Preto. Todos estes possuem variáveis tamanhos de suítes,
quartos e banheiros privativos que atendem tanto casais ou pessoas
solteiras. Salas e cozinhas compartilhadas, salas de TV, salas de
jogos, salas de estudos, espaços de coworking, lavanderias, terraços Figura 58 – Ambientes internos do Kasa Co-living em São Paulo.
para lazer, academia, etc. Fonte: https://kasa.com.br/. Acesso: julho, 2021.
Para Nunes e Vieira (2019), é perceptível que o mercado
imobiliário por meio da mídia impressa e digital está aos poucos
percebendo essa nova demanda, mesmo que de forma lenta, onde
há potencial de valor agregado para esse tipo de empreendimento,
especialmente pelo público principal que atende. Em breve, será
possível ver o crescimento no número de moradias construídas para
este fim no Brasil.
De antemão, cabe extrair agora as informações sobre a região
de implantação definida para o projeto. Portanto, almeja-se para o
próximo capítulo, uma breve contextualização, análise do entorno
e busca por informações a partir de dados municipais: uso do solo,
gabarito, equipamentos urbanos e a legislação urbana para a área. Para
isso recorre-se às bases de dados da Prefeitura de Vitória, informações
do Plano Diretor Municipal e Google Maps. Figura 59 – Ambientes internos do Uliving unidade do Rio de Janeiro.
Fonte: https://uliving.com.br/. Acesso: julho, 2021.
7
Diagnóstico da área de
implantação e suas
condicionantes
7.1 Um breve histórico e caracterização do território
66

Figura 60 –Fotografia panorâmica contemporânea da Região Central, Porto e Baía


de Vitória. Fotografia: David Protti. Fonte: Protti (2019)

A Região Administrativa 1 – Centro é a área onde se da área central, e podemos citar como ícones edificados, a sede
iniciou o processo histórico de ocupação e formação do território administrativa do Banco do Estado (Banestes), localizado na
da cidade de Vitória. Portanto abriga os principais monumentos, Praça Oito, o Porto de Capuaba e o tradicional Mercado da Vila
edificações históricas e culturais preservadas que demonstram as Rubim, que retratam a multiplicidade econômica estabelecida no
diferentes fases do desenvolvimento da cidade. Uma característica local. Com o processo de crescimento e a expansão da capital,
notável na Região é a divisão física que divide a parte mais principalmente a partir das décadas de 1970 e 1980, ocorreu
elevada das demais áreas do Centro. A parte conhecida como um esvaziamento socioeconômico que promoveu um vetor de
Cidade Alta tem como principais pontos marcantes a Catedral ocupação territorial em direção às demais regiões da cidade.
Metropolitana, a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário e Projetos de revitalização buscam dinamizar e resgatar de forma
a sede do Palácio do Governo do Estado. Já a parte mais baixa, sustentável as atividades comerciais e culturais dessa região
é caracterizada pela diversidade e pelo dinamismo comercial administrativa. (PMV, 2010)

7.2 Dados demográficos e socioeconômicos da região

A partir da análise do Plano Diretor Urbano de 2018,


considera-se área de influência e adjacências da Região
Central de Vitória, a área que se inicia desde o Forte São João,
até o Cais do Antigo Hidroavião, passando pela Rodoviária
de Vitória e Ginásio do Tancredão, localizados em Mário
Cypreste. Algumas fontes incluem também a região da Ilha do
Príncipe como parte dessa área de influência.

[...] a área central de Vitória, capital do Espírito


Santo, localizada entre o canal sul da Baía de
Vitória e o maciço central, [....] se estende por uma
área de aproximadamente 2,86 km² englobando
o centro tradicional da cidade e adjacências Figura 61 –Mapa com o limite de altura das edificações da Área
(TRINDADE, 2015). Central de Vitória. Fonte: Plano Diretor Urbano de Vitória (2018).
A partir dos dados da tabela constata-se que o setor de serviços
e comércios são as principais atividades econômicas da região e que,
portanto, é uma área consolidada geradora de emprego principalmente 67
nesses dois setores. Os bairros que possuem as maiores rendas médias
são o Centro e o Parque Moscoso. Os dados do Censo do IBGE 2010, o
último censo realizado no Brasil. Dados como renda, principalmente, estão
desatualizados. Esses dados porém nos dá um panorama geral, ainda
que superficialmente sobre as atividades econômicas predominante dos
bairros, e aqueles que possuem maior renda.

Figura 62 –Mapa de divisão dos bairros. Fonte: Elaborado pelo


autor com o software QGis a partir dos dados georreferenciados
7.3 Justificativas
da PMV disponíveis em <geoweb.vitoria.es.gov.br>. Acesso em:
julho, 2021.
Podemos considerar o que Maricato (2001) diz sobre as
Abaixo uma tabela apresenta dados demográficos e regiões centrais das grandes cidades, em que destaca que os antigos
socioeconômicos de cada bairro que compõem essa região. centros metropolitanos são dotados de uma infraestrutura excepcional
em relação às demais regiões das cidades, além do ponto de vista
Bairro Pop. Atividades Renda Área (km²) da acessibilidade, pois são áreas mais bem servidas de transporte
(hab.) econômicas média
majoritárias (R$)
público, o que as tornam locais de acesso mais democráticos, além
das vantagens nas ofertas de emprego. Segundo a autora, os centros
Centro 9.838 Serviços (62,19%) 1.791,15 0,94
Comércio (36,13%)
metropolitanos estão passando por declínio urbano, acompanhado
de um esvaziamento da população residente. Por outro lado, áreas
Bairro do 795 Serviços (77,27 %) 647,05 0,19
Moscoso Comércio (18,18%)
periféricas crescem extensivamente pesando sobre as redes de
infraestrutura. Estender horizontalmente as redes de infraestrutura
Fonte Grande 1.231 Serviços (100,00%) 706,03 0,19
torna-se mais cara para as cidades. Tal fenômeno de esvaziamento,
de acordo com a autora, é visto sobretudo em cidades como São
Forte São João 1.553 Serviços (65,50%) 768,41 0,41 Paulo e Rio de Janeiro em que a ausência de moradores se reflete
Comércio (31,42%) principalmente no abandono das áreas centrais durante à noite e
Parque Moscoso 1.773 Serviços (57,93%) 1.754,79 0,12 nos finais de semana, portanto as áreas centrais se tornam ociosas
Comércio (39,33%) principalmente em horários não comerciais. A autora considera alguns
Piedade 323 Serviços (60%) 782,31 0,07 pontos para a revitalização dos velhos centros urbanos:
Comércio (20%) • É necessário criar linhas de financiamento específicas: para a
Indústria (20%)
compra de imóveis usados, reforma de moradias coletivas, iniciativas
Santa Clara 1.608 Serviços (69,50%) Sem dados 0,11 cooperativas, além dos tradicionais financiamentos para a promoção
Comércio (28,57%)
pública e privada;
Vila Rubim 1.430 Comércio (67,84%) 897,74 0,15 • É altamente interessante promover o uso residencial no
Serviços (28,72%)
centro com o intuito de vencer a ociosidade e o abandono. As
Mário Cypreste 1.145 Serviços (54,09%) 598,36 0,33 experiências demonstram que a melhor solução para a recuperação
Comércio (43,06%)
de antigas áreas centrais são programas destinados à moradia.
Ilha do Príncipe 2.613 Serviços (55,10%) 623,2 0,29 Consequentemente isso redireciona o fluxo de assentamento que
Comércio (40,09%)
se dirige às áreas periféricas. A criação de projetos culturais para
Tabela 01– Dados demográficos e socioeconômicos dos bairros que compõem atrair pessoas ao centro nos horários de lazer e a localização de
a Região Central. Fonte: Elaborado pelo autor a partir dos dados da Prefeitura de sedes dos órgãos governamentais nas áreas centrais assim como a
Vitória (PMV). Disponíveis em: < http://legado.vitoria.es.gov.br/regionais/geral/
bairros.asp > <http://legado.vitoria.es.gov.br/regionais/geral/publicacoes/ modernização da infraestrutura são fundamentais;
Vitoria_bairro_bairro/vitoria_bairro_bairro.asp >. Acesso em: agosto, 2021. • A defesa do pequeno negócio como estratégia para a manutenção
de empregos e também a manutenção da preservação do patrimônio de Vitória gera fluxo entre os residentes de cada unidade, visto que
comum construído. Nesse cenário a reciclagem de edifícios adquire o programa de determinada unidade será diferente de outra, se
68 relevância, porém uma operação urbana pode estimular mais complementando, e os residentes de uma unidade poderão desfrutar
a demolição do que a reciclagem, o que não implica eliminar ou do programa estabelecido em outra unidade construída.
inviabilizar novas construções, pelo contrário, para a autora novas • O Coliving sendo uma habitação que destina locais de trabalho
edificações são fundamentais para a ampliar a oferta de alternativas, também relacionados à economia criativa, incentiva que o Centro
principalmente para o uso habitacional; com seu patrimônio histórico e cultural já estabelecido se torne um
Considerando estes pontos a habitação em Coliving parece polo ainda maior de produção artística e cultural no município.
uma solução viável a princípio, como uma alternativa para reduzir o
problema da ociosidade dos territórios centrais das grandes cidades. 7.4 Zoneamento: Plano Diretor Urbano
Propõem-se a implantação de uma rede de habitações do tipo na
Região Central. Para isso existem alguns pontos mais específicos, que
justificam a implantação do projeto no Centro da cidade de Vitória. De acordo com o Macrozoneamento Municipal, a Região
• Da mesma maneira, o Centro de Vitória passa pelo mesmo Central está inserida em sua maioria na Macrozona Urbana
fenômeno que as áreas centrais de outras cidades. A expansão Consolidada. O Zoneamento do Plano Diretor Urbano de 2018
da cidade para novas centralidades criou um esvaziamento da que estabelece o Uso e Ocupação do Solo, define o território da
população residente na região. Esse fato é evidenciado a partir do Região Central majoritariamente como ZOP 5 (Zona de Ocupação
levantamento realizado pela Associação de Moradores do Centro de Preferencial 5). Essa zona possui regras bem específicas para a
Vitória – AMACENTRO onde se constatou por um mapa elaborado construção de novos edifícios em benefício da preservação da
pela própria associação que mais de cem imóveis estão em situação paisagem e do patrimônio histórico local, levando em conta que a
de abandono ou subutilizados no Centro. (VERLI, 2020) área possui a maioria dos edifícios e elementos históricos tombados e
• A área é reconhecida como uma centralidade do município preservados da cidade de Vitória.
com serviços e comércios sendo as atividades econômicas mais
expressivas, e consequentemente uma área com muita oferta de
trabalho e emprego;
• O Centro de Vitória é o núcleo fundacional da cidade, com o
maior patrimônio histórico e cultural, além de ser considerada uma
região bem infraestruturada e consolidada, que não desfruta dessa
infraestrutura em sua totalidade por conta da ociosidade, abandono
e deterioração do território;
• A implantação de habitações em Coliving incentivam o
redirecionamento de pessoas jovens adultos que fazem parte da
população economicamente ativa, sendo o principal público alvo
para esse tipo de habitação, o que pode gerar circulação e fluxo
de pessoas constantes, pelas exigências que o trabalho impõe sobre
essas pessoas;
• O Coliving como um tipo de habitação coletiva e um programa
de necessidades diversificado gera atividades que impactam a
vizinhança e normalmente possuem espaços semi-privados, usos mistos
e multifuncionais aberto ao público externo que atrai movimentação
de pessoas até mesmo de indivíduos não residentes, portanto é um
tipo de habitação que gera empregos formais e trabalho colaborativo
pelos espaços que compõem, além de espaços de lazer e atividades
que podem ser utilizados por seus moradores e usuários externos; Figura 63 –Mapas do Macrozoneamento e Zoneamento de Uso e
Ocupação de Vitória. Fonte: Plano Diretor Urbano de Vitória (2018).
• A criação da rede de habitações do tipo Coliving no Centro
Para a ZOP 5 temos os seguintes índices urbanísticos e 7.5 Terrenos Propostos
atividades permitidas para a zona:
ÍNDICES URBANÍSTICOS
69
Em relação ao uso e ocupação do solo, a área sul do mapa, a região
Coeficiente de aproveitamento (CA) mínimo 0,2 baixa do Centro e mais próxima da baía de Vitória está majoritariamente
definida como uso comercial ou uso misto. A área mais elevada, conhecida
Coeficiente de aproveitamento de uso misto e 2,8 como Cidade Alta, ao norte tem uso predominantemente residencial.
R4
Taxa de ocupação máxima ANEXO 10

Taxa de permeabilidade mínima Não se aplica

Afastamentos mínimos de frente ANEXO 10

Afastamentos fundos e laterais Isento até 8,40 m de altura.


*Excetua-se da isenção
de altura para aplicação
dos afastamentos laterais
e de fundos, prevista neste
anexo para a ZOP 5, as
edificações identificadas Figura 64 –Mapa de uso e ocupação do solo predominante na área central
no ANEXO 10. de Vitória. Fonte: Elaborado pelo autor com o software QGis a partir dos dados
georreferenciados da PMV disponíveis em
Gabarito e Altura da Edificação ANEXO 10 <geoweb.vitoria.es.gov.br>. Acesso em: julho, 2021.

PARCELAMENTO Pelo fato de grande parte da região central estar incluída pelo
macrozoneamento como uma Zona Urbana Consolidada e também por ser
Testada mínima 12 m a região mais antiga ocupada do município, restam poucos terrenos vazios.
Com o mapa de uso e ocupação do solo foi possível identificar com mais
Área mínima 360 m² facilidade os poucos lotes vazios ou subutilizados e propor uma rede de
locais aptos à implantação do projeto arquitetônico.
USO E OCUPAÇÕES PERMITIDOS
Os terrenos escolhidos estão demarcados no mapa acima. O
Uso Residencial Unifamiliar (R1) terreno 02 fica no Bairro Parque Moscoso e os demais estão dentro do limite
municipal demarcado como o Bairro Centro. Para essa área, regulada pela
Multifam. peq. porte (R2)
ZOP 5 existem índices específicos que variam de acordo com a localização
Multifam. horizontal (R3) do terreno, e estão contidas no ANEXO 10 do Plano Diretor Urbano.
Multifam. vertical (R4)
Uso Não Residencial e Empreendimento Permitidas as atividades
Especial
classificadas em G1, G2,
G3 e os Empreendimentos
Especiais G1, G2 e G3.
Tabela 02 - Índices urbanísticos e usos permitidos para a ZOP 5. Fonte:
Informações retiradas do Plano Diretor Urbano de Vitória (2018). Nota: elaborado
pelo autor. Figura 65 –ANEXO 10 - Mapa 02 (ZOP 5). Taxas de Ocupação e Afastamentos..
Fonte: Plano Diretor Urbano de Vitória (2018). Nota: adaptado pelo autor.
De antemão, analisando a área escolhida e levando em Da mesma maneira para Costa (2008, apud LÓRA, 2012) as
consideração que é uma área bem infraestruturada na oferta de distâncias, consideradas como distâncias aceitáveis a serem percorridas
70 transportes, serviços, comércios, equipamentos públicos e privados, a para se ter acesso à infraestrutura e aos equipamentos urbanos, foram
questão sobre a caminhabilidade para a acessibilidade sobre essas adotadas a partir de um levantamento de diversos autores nacionais
atividades vêm à tona. Para isso recorre-se a alguns teóricos para e internacionais. Considera-se a distância de 300 metros como um
estabelecer melhor essa relação. percurso aceitável a ser perc orrido para se ter acesso ao transporte
Gehl (2013), afirma que a distância aceitável para a público. Para praças, playgrounds e outras áreas de recreação
caminhada é um conceito fluido. Enquanto que algumas pessoas considera-se 500 m. Para parques urbanos até 1000 metros. Para
andam confortavelmente por vários quilômetros, para pessoas idosas, o acesso a equipamentos educacionais, seja de educação infantil,
deficientes e crianças pequenas, caminhadas mais longas podem ser ensino fundamental, ensino médio, públicos ou privados, também se
mais difíceis. A distância que a maioria das pessoas está disposta a considera uma distância de 500 m. Para equipamentos de saúde de
percorrer gira em torno de 500 metros. Mas isso também pode variar atendimento primário (Postos de Saúde e Unidades Básicas de Saúde)
pela qualidade do percurso, pelo tipo de piso da caminhada ou se também é considerado 500 metros de distância.
o trajeto é interessante a ser percorrido, o que pode incentivar uma Em razão dessas informações decidiu-se por considerar um
caminhada mais longa ou não. O tamanho dos centros das cidades raio de 500 metros feito por meio de buffers através do software QGIS
confirma uma distância de 500 metros como aceitável para uma para delimitar a área ao redor dos terrenos escolhidos com o objetivo
caminhada, que segundo o autor possuem em média um quilômetro de analisar o entorno a partir dos equipamentos públicos e privados
quadrado (1 km²). Correspondem aproximadamente a uma área de próximos: equipamentos educacionais, de saúde, esportivos, culturais,
1x1 km. Isso significa que a maior parte dos serviços ofertados em espaços livres e de lazer, equipamentos comerciais de relevância e
determinada área central, poderão ser acessados pelos pedestres institucionais. Dessa forma delimitamos a área de influência de 500 m
com caminhadas de até um 1 km ou menos de distância. em cada lote e os respectivos equipamentos e serviços que atendem
Somando-se as áreas em quilômetros quadrados dos bairros de forma imediata o entorno de cada um. Assim é possível comparar o
Parque Moscoso e Centro, que são os bairros escolhidos para a entorno dos terrenos para desenvolver a proposta baseado no que tiver
implantação dos projetos, calcula-se aproximadamente 1,06 km² a melhor infraestrutura ao seu redor. Além disso, essa análise permite
de área, o que está aproximadamente dentro da média de distância não repetir equipamentos e serviços no programa de necessidades, se
sugerida pelo autor para a caminhabilidade e acessibilidade aos estes já forem oferecidos próximos à localização do terreno, para que
serviços do entorno. o público residente no Coliving usufrua dos serviços já oferecidos pela
cidade.
Propõe-se que cada edifício da rede de Colivings possua
um programa diferente a partir da sua localização de implantação e
que algumas atividades eventualmente possam ser abertos ao público
externo, gerando espaços semi privados e gentilezas urbanas.
A proposta inclui que o morador de determinada unidade
implantada em um terreno poderá também usufruir, por opção ou
necessidade, do programa instalado em outra unidade. Dessa
forma cria-se um dinamismo entre os edifícios, gera fluxo de pessoas
circulando para as atividades do dia-a-dia com atividades que
aconteçam diuturnamente.
Nos próximos tópicos aprofunda-se em uma análise no entorno
dos terrenos escolhidos, levanta-se as características e a legislação
que também influi sobre cada um pela localização, considerando que
a ZOP 5 possui regras muito específicas para a construção de novos
edifícios em determinadas áreas.
Figura 66 – Esquema de Gehl que demonstram centros urbanos ao redor do mundo
que medem aproximadamente um quilômetro quadrado. Fonte: Gehl (2013).
7.5.1 Terreno 01 : Centro
71

Figura 67 – Terreno 01 demarcado. Fonte: Google Maps. Editado pelo autor. Figura 68 – Imagens do Terreno 01. Fonte: Google Street View. Acesso: julho, 2021.

Área: 425 m²
Coeficiente de aproveitamento de uso misto: 2,8
Taxa de ocupação máxima: 100 %
Taxa de permeabilidade mínima: Não se aplica
Afastamentos mínimos de frente: Isento
Afastamentos fundos e laterais: Isento até 8,40 m
Gabarito e altura limites da edificação: 13,50 m

Figura 69 – Terreno 01 demarcado. Planta Geral Município de Vitória.dwg. Figura 70 – ANEXO 10 - Mapa 01 (ZOP 5). Limite de altura das edificações lote
Disponível em <geoweb.vitoria.es.gov.br>. Acesso em: julho 2021. Editado pelo autor. a lote. Fonte: Plano Diretor Urbano de Vitória (2018). Acesso em: julho, 2021.
Análise do Entorno

72

Figura 71 - Levantamento dos equipamentos educacionais e culturais: Terreno 1. Fonte: Elaborado com QGis a partir dos dados georreferenciados da PMV, complementado
com informações do Google Maps. Disponíveis em: <geoweb.vitoria.es.gov.br> e <https://maps.google.com/>. Acesso em: julho, 2021. Elaborado pelo autor.

ANÁLISE DIRETRIZ ESTRATÉGIAS


EDUCAÇÃO
Atende crianças na educação infantil e en- Apoiar atividades educacionais para esses • Criação de espaços para estudos desses grupos;
sino fundamental, jovens e adultos fora da grupos. • Estabelecer espaços extras de aprendizado: espaços com consumo de mídia (TV, computadores), e espaços livres
idade escolar, e estudantes de ensino técni- para lazer e recreação infantil;
co, graduação e pós-graduação.
CULTURAL
ANÁLISE DIRETRIZ ESTRATÉGIAS
Região bem infraestruturada em equipamen- Apoiar trabalhos distintos dos existentes na • Dedicar áreas para o trabalho de profissionais de outras áreas do conhecimento: profissionais liberais, autônomos e
tos de produção artística e cultural. infraestrutura do entorno. empresas que exijam espaços de trabalho colaborativo;
• Áreas para a capacitação e o exercício de atividades que exijam habilidades práticas e manuais, que possam gerar
renda, ser realizadas como hobbies ou como socialização por parte dos residentes. Ex.: jardinagem e paisagismo,
desenho e pintura;
Tabela 03 - Síntese da Análise, Diretrizes e Estratégias para o Terreno 01: educação e cultura. Fonte: Elaborado pelo autor.
Análise do Entorno

73

Figura 72 - Levantamento dos equipamentos de lazer e saúde: Terreno 1.. Fonte: Elaborado com QGis a partir dos dados georreferenciados da PMV, complementado com
informações do Google Maps. Disponíveis em: <geoweb.vitoria.es.gov.br> e <https://maps.google.com/>. Acesso em: julho, 2021. Elaborado pelo autor.

ANÁLISE DIRETRIZ ESTRATÉGIAS


ESPAÇOS LIVRES, LAZER E ESPORTIVOS
Entorno ativo até nos horários Subsidiar e organizar eventos de • Equipamentos e instalações para a prática de jogos coletivos para o entretenimento e lazer dos residentes, principalmente dedicados
noturnos por conta dos inúmeros lazer privados para os residentes. ao público da terceira idade;
bares, opções de lazer e espaços • Espaços coletivos que favoreça a socialização dos moradores do Coliving para eventuais reuniões e comemorações;
públicos ocupados do entorno.
Presença de academias con- Proporcionar o bem estar físico e • Integração entre o Coliving e os equipamentos esportivos do entorno com o objetivo de incentivar o uso pelos usuários das academias
vencionais e de artes maciais no mental dos residentes. existentes no próprio bairro: intermediação que ofereça fidelidade entre os moradores e estes equipamentos, automatizado por aplicativo e
entorno. Carência de equipamen- inclusos nos pacotes de moradia como despesas extras e opcionais pelo residente.
tos próximos para a prática de • Oferecer atividades ausentes nas adjacências como pilates, ioga, meditação;
atividades físicas alternativas.
Ausência de opções alternativas Incentivar modais alternativos e • Criar sistema de compartilhamento de bikes e patinetes elétricos pelos moradores;
de mobilidade. compartilhados de mobilidade. • Dedicar espaço para o armazenamento desses objetos (bikes e patinetes) que eventualmente sejam de propriedade dos usuários;
Projeto comunitário “Quintal na Expandir as atividades do projeto • Estabelecer espaços complementares para atividades de agricultura urbana praticadas no projeto que possam ser realizadas também
Cidade”, existente no entorno para o interior do Coliving. pelos residentes;
SAÚDE
Entorno bem infraestruturado em Dar suporte mínimo aos profissio- • Espaço de apoio para eventuais profissionais de educação física e fisioterapeutas que atuarem nas atividades físicas alternativas;
equipamentos de saúde. Espaço nais para um atendimento básico • Espaço para enfermeiros ou cuidadores que possa atender de imediato necessidades básicas dos residentes que necessitam de cuida-
de saúde de grande complexida- de saúde com o objetivo de dos especiais: aferir pressão arterial, medir a glicemia, batimentos cardíacos, temperatura, peso e medidas corporais.
de não é necessário neste caso. manter a longevidade do público
residente.

Tabela 04 - Síntese da Análise, Diretrizes e Estratégias para o Terreno 01: lazer e saúde. Fonte: Elaborado pelo autor.
Análise do Entorno

74

Figura 73 - Levantamento dos equipamentos comerciais e institucionais: Terreno 1. Fonte: Elaborado com QGis a partir dos dados georreferenciados da PMV,
complementado com informações do Google Maps. Disponíveis em: <geoweb.vitoria.es.gov.br> e <https://maps.google.com/>. Acesso em: julho, 2021. Elaborado pelo autor.

EQUIPAMENTOS COMERCIAIS
ANÁLISE DIRETRIZ ESTRATÉGIAS
EQUIPAMENTOS COMERCIAIS
Terreno bem localizado com Propor parcerias entre o • A proposta para este Coliving considerando a proposta de um edifício tecnológico e automatizado, é destinar um espaço interno autônomo
comércio de bairro, mercadinhos, Coliving e o comércio local que leve os produtos de necessidade básica do comércio local para o interior do Coliving, que funcionasse até em horários não comerciais. A
supermercados, padarias e com objetivo de não gerar ideia é que em cada prateleira contenha produtos dos diversos comércios do entorno. A receita por cada venda seria automaticamente repas-
livrarias próximas. concorrência. sada aos proprietários, incentivando o comércio local por meio da parceria.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA / INSTITUCIONAL / ASSISTÊNCIA SOCIAL / SEGURANÇA

Os equipamentos institucionais Monetizar de forma automá- • Propor uma moeda virtual interna utilizada pelos residentes do edifício para que os moradores se paguem entre si e paguem pelos serviços
do entorno não possuem grande tica os serviços ofertados no ofertados pela moradia. Essa moeda pode ser convertida em reais e vice-versa, além de possibilitar a transferência do saldo para outras agên-
relevância para o projeto, com edifício e parceiros do entor- cias bancárias, como já é possível hoje.
exceção do Centro de Convivên- no, e propor um esquema de • Em relação ao sistema de segurança haveria um controle rigoroso de videomonitoramento e controle no acesso, principalmente das áreas
cia para a Terceira Idade que dá segurança e administração mais privadas do empreendimento, por um cadastro que reconhece os usuários. Os acessos e serviços contratados pelos usuários podem ser
ainda mais suporte para o público eficientes para o edifício. controlados por aplicativo, sistemas biométricos, reconhecimento facial, QR Codes, em que tudo está conectado e pode ser controlado pelo
idoso do Coliving. Para facilitar “Internet das Coisas” através de um smartphone.
o pagamento dos serviços, • É necessário propor espaços para o trabalho de pessoas que auxiliam na direção, gestão e manutenção do empreendimento: espaços de
garantir a segurança no Coliving, trabalho dedicados à administração, profissionais de TI e de segurança que mantenha os serviços automatizados funcionando constantemente.
e administrar todo o complexo ha-
bitacional é estabelecido algumas
diretrizes e estratégias.

Tabela 05 - Síntese da Análise, Diretrizes e Estratégias para o Terreno 01: comercial e institucional. Fonte: Elaborado pelo autor.
7.5.2 Terreno 02 : Parque Moscoso
75

Figura 74 – Terreno 02 demarcado. Fonte: Google Maps. Editado pelo autor. Figura 75 – Imagens do Terreno 02. Fonte: Google Street View. Acesso: julho, 2021.
Área: 955 m²
Coeficiente de aproveitamento de uso misto: 2,8
Taxa de ocupação máxima: 100 %
Taxa de permeabilidade mínima: Não se aplica
Afastamentos mínimos de frente: Isento
Afastamentos fundos e laterais: Isento até 8,40 m
Gabarito e altura limites da edificação: 7,50 m

Figura 76 – Terreno 02 demarcado. Planta Geral Município de Vitória.dwg. Figura 77 – ANEXO 10 - Mapa 01 (ZOP 5). Limite de altura das edificações lote
Disponível em <geoweb.vitoria.es.gov.br>. Acesso em: julho 2021. Editado pelo autor. a lote. Fonte: Plano Diretor Urbano de Vitória (2018). Acesso em: julho, 2021.
Análise do Entorno

76

Figura 78 - Levantamento dos equipamentos educacionais e culturais: Terreno 2. Fonte: Elaborado com QGis a partir dos dados georreferenciados da PMV, complementado
com informações do Google Maps. Disponíveis em: <geoweb.vitoria.es.gov.br> e <https://maps.google.com/>. Acesso em: julho, 2021. Elaborado pelo autor.

ANÁLISE DIRETRIZ ESTRATÉGIAS


EDUCAÇÃO
Os equipamentos de educação Apoiar atividades educa- • Para esse tópico mantém-se as mesmas estratégias do terreno 01.
públicos do entorno atendem cionais para esses públicos.
crianças na educação infan-
til, crianças e adolescentes no
ensino fundamental e médio.
Há ainda instituições de ensino
privado que atendem da edu-
cação infantil à pós graduação.
Portanto o Coliving neste terre-
no atende pessoas em qualquer
nível de ensino.

CULTURAL
A região não é tão bem infra- Dar suporte para as ativi- • Áreas para trabalhos colaborativos principalmente de profissionais das áreas de artes visuais, artes plásticas, design, arquitetura,
estruturada em equipamentos dades artísticas já pratica- moda, cinema e audiovisual, teatro e dança;
culturais comparada ao entorno das nos equipamentos do
do Terreno 01. entorno.

Tabela 06 - Síntese da Análise, Diretrizes e Estratégias para o Terreno 02: educação e cultura. Fonte: Elaborado pelo autor.
Análise do Entorno

77

Figura 79 - Levantamento dos equipamentos de lazer e saúde: Terreno 2. Fonte: Elaborado com QGis a partir dos dados georreferenciados da PMV, complementado com
informações do Google Maps. Disponíveis em: <geoweb.vitoria.es.gov.br> e <https://maps.google.com/>. Acesso em: julho, 2021. Elaborado pelo autor.
ANÁLISE DIRETRIZ ESTRATÉGIAS
ESPAÇOS LIVRES, LAZER E ESPORTIVOS
Há sistema de bike compartilhada nas Ampliação de modais alternativos e comparti- • Para esse tópico mantém-se as mesmas estratégias do terreno 01.
adjacências, porém relativamente distante do lhados de mobilidade.
terreno.
Ausência de equipamentos privados destinados a Apoio para o trabalho artístico colaborativo defini- • Locais para oferecer apresentações, palestras, ensaios, seminários e cursos realizados dentro do
apresentações e realização de eventos. do para essa unidade do Coliving próprio edifício que também dê suporte aos residentes das outras unidades Coliving propostas;
Presença de academias convencionais de mus- Proporcionar o bem estar físico e mental dos re- • Integração entre o Coliving e os equipamentos esportivos do entorno com o objetivo de incen-
culação no entorno e carência de equipamentos sidentes. tivar o uso pelos usuários das academias existentes no próprio bairro: intermediação que ofereça
para a prática de atividades físicas alternativas. fidelidade entre os moradores e estes equipamentos como a estratégia para o terreno 01;
• Espaços para atividades físicas funcionais alternativas e atividades holísticas já foram idealiza-
dos para o Terreno 01. Garante-se que o usuário de uma unidade da rede de Colivings usufrua do
programa de outra unidade, de forma que os programas se complementem.
Bares e restaurantes da região com espaços Priorizar espaços que atraem e geram fluxo de • Criação de espaços comerciais de lazer, socialização e entretenimento no edifício que gere movimen-
mínimos, portas abertas direto para a rua, pessoas em horários ociosos. tação em horários ociosos;
sem espaço de permanência para os clientes,
característico das ocupações do Centro.
SAÚDE
Entorno bem infraestruturado em equipamentos Dar suporte mínimo aos profissionais para um aten- • Levando em conta que o residente, independente da unidade que decidir morar, poderá usufruir
de saúde. dimento básico de saúde com o objetivo de man- dos serviços de outra unidade, o espaço dedicado para a saúde ficará somente no programa para
ter a longevidade do público residente. o terreno 01.

Tabela 07 - Síntese da Análise, Diretrizes e Estratégias para o Terreno 02: lazer e saúde. Fonte: Elaborado pelo autor.
Análise do Entorno

78

Figura 80 - Levantamento dos equipamentos comerciais e institucionais: Terreno 2. Fonte: Elaborado com QGis a partir dos dados georreferenciados da PMV,
complementado com informações do Google Maps. Disponíveis em: <geoweb.vitoria.es.gov.br> e <https://maps.google.com/>. Acesso em: julho, 2021. Elaborado pelo autor.

ANÁLISE DIRETRIZ ESTRATÉGIAS


EQUIPAMENTOS COMERCIAIS
O entorno possui livrarias com Dedicar espaço que contem- • Criar equipamento comercial dedicado ao aluguel de livros: um sistema de compartilhamento de livros que podem ser assinados ao invés de
acervos de cunho cristão. As ple outros temas da literatura comprados. Os usuários pagam uma assinatura mensal e podem pegar um limite específico de livros. Esse valor ajuda a ampliar o acervo dis-
bibliotecas do entorno e seus res- e do conhecimento e traga ponível e os livros podem se manter circulando entre os usuários. Os usuários que possuírem livros parados na estante também podem doar e ter
pectivos acervos tem o principal um acervo de livros. Reforçar seus livros alugados por outros usuários. Cada vez que outro usuário alugasse o livro, o usuário doador recebe uma parte da assinatura mensal,
objetivo de contar e preservar a a cultura de sebos e lojas de o que gera uma fonte circular de renda. Isso incentiva as pessoas a compartilharem seus materiais e ainda lucrar mesmo que minimamente com
história, já que estão anexadas livros usados, desestimulando o aluguel temporário do bem. Tudo isso tem capacidade de ser automatizado e gerido pelo aplicativo, sendo o usuário recompensado quando
aos equipamentos culturais, a compra de novos livros pe- tiver seu bem alugado. Esse modo de consumo é embasado no conceito da economia circular.
museus ou edifícios históricos. los usuários.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA / INSTITUCIONAL / ASSISTÊNCIA SOCIAL / SEGURANÇA
Os equipamentos institucionais Para esse tópico mantém-se a Para esse tópico mantém-se as mesmas estratégias do terreno 01.
do entorno não possuem grande diretriz do terreno 01.
relevância que possa interferir em
propostas para o programa deste
terreno. Para facilitar o pagamen-
to dos serviços e a segurança do
Coliving, propõem-se as mesmas
diretrizes e estratégias para o
terreno 01.

Tabela 08 - Síntese da Análise, Diretrizes e Estratégias para o Terreno 02: comercial e institucional. Fonte: Elaborado pelo autor.
7.5.3 Terreno 03 : Centro
79

Figura 81 – Terreno 03 demarcado. Fonte: Google Maps. Editado pelo autor. Figura 82 – Imagens do Terreno 03. Fonte: Google Street View. Acesso: julho, 2021.
Área: 955 m²
Coeficiente de aproveitamento de uso misto: 2,8
Taxa de ocupação máxima: 60 %
Taxa de permeabilidade mínima: Não se aplica
Afastamentos mínimos de frente: 4,0 m
Afastamentos fundos e laterais: Isento até 8,40 m de altura. OBS:
Excetua-se da isenção de altura para aplicação dos afastamentos
laterais e de fundos, prevista neste anexo para a ZOP 5, as edificações
identificadas no ANEXO 10.*EXCESSÃO: Afastamento frontal de 25 m
tomado em relação a testada da Avenida Beira-mar em sua interseção
com a testada voltada para a Rua Aristides Campos.
Gabarito e altura limites da edificação: 37,50 m

Figura 83 – Terreno 03 demarcado. Planta Geral Município de Vitória.dwg. Figura 84 – ANEXO 10 - Mapa 01 (ZOP 5). Limite de altura das edificações lote
Disponível em <geoweb.vitoria.es.gov.br>. Acesso em: julho 2021. Editado pelo autor. a lote. Fonte: Plano Diretor Urbano de Vitória (2018). Acesso em: julho, 2021.
Análise do Entorno

80

Figura 85 - Levantamento dos equipamentos educacionais e culturais: Terreno 03 . Fonte: Elaborado com QGis a partir dos dados georreferenciados da PMV,
complementado com informações do Google Maps. Disponíveis em: <geoweb.vitoria.es.gov.br> e <https://maps.google.com/>. Acesso em: julho, 2021. Elaborado pelo autor.

ANÁLISE DIRETRIZ ESTRATÉGIAS


EDUCAÇÃO
Os equipamentos de educação do raio de abrangência Apoiar atividades educacionais para es- • Para esse tópico mantém-se as mesmas estratégias do terreno 01 e terreno 02.
analisados atendem crianças na educação infantil, ensino ses grupos.
fundamental, e adolescentes no ensino médio. Em relação
a instituições de ensino superior somente há a faculdade es-
tadual de música do Espírito Santo. Todos os equipamentos
de ensino são públicos.

CULTURAL
Comparado aos terrenos anteriores, este é o que possui o raio Ampliar o escopo de atividades realiza- • Criar espaços domésticos de apoio aos estudante desses equipamentos culturais: es-
de abrangência com o menor número de equipamentos culturais. das no Coliving. paços para ensaios, gravações e apresentações.
Apesar disso, o Coliving para o terreno 02, já tem a especificida-
de de contribuir com espaços que ampliam as atividades artísticas
e culturais, portanto o foco para o terreno 03 será para outras
atividades. Além disso no raio de abrangência está localizada a
FAFI, que é a escola de teatro, dança e música do Centro, um
importante equipamento cultural que promove atividades culturais.

Tabela 09 - Síntese da Análise, Diretrizes e Estratégias para o Terreno 03: educação e cultura. Fonte: Elaborado pelo autor.
Análise do Entorno

81

Figura 86 - Levantamento dos equipamentos de lazer e saúde: Terreno 03 . Fonte: Elaborado com QGis a partir dos dados georreferenciados da PMV, complementado com
informações do Google Maps. Disponíveis em: <geoweb.vitoria.es.gov.br> e <https://maps.google.com/>. Acesso em: julho, 2021. Elaborado pelo autor.

ANÁLISE DIRETRIZ ESTRATÉGIAS


ESPAÇOS LIVRES, LAZER E ESPORTIVOS
Principal espaço livre do entorno, a Praça Getúlio Vargas localizada exatamente ao lado Reduzir a subutilização do espaço público imediatamente ao redor, • Criação de um térreo comercial ativo com ati-
do terreno na Avenida Marechal Mascarenhas se torna ociosa em horários não comerciais. por meio da definição de funções destinadas ao térreo. vidades realizadas diuturnamente;
Além disso considera-se que no entorno existem poucas opções de lazer noturnos como
bares e restaurantes.

Ausência de equipamentos esportivos públicos e privados no entorno. Constata-se Suprir a demanda e a carência de equipamentos esportivos na • Criar espaços de prática esportiva e atividade
apenas a Academia Popular do Idoso nas bases da prefeitura. A potencialidade deste região. física de pequeno, médio e grande porte para os
terreno com dimensões maiores, permitem a concepção de espaços maiores dedicados residentes;
à atividade física.
Espaço verde: o Parque Gruta da Onça. Estabelecer parceria público-privada entre o Coliving e a Prefeitura • Realizar eventos no local principalmente des-
Potencialidade: um espaço que garante contato direto com a natureza no Centro. Segun- para revitalizar o local, garantir um sistema de segurança e moni- tinados ao público infantil e adolescentes, princi-
do a prefeitura está passando por reformas. Será construído um novo centro de visitação, toramento que possibilite a realização segura de eventuais ocupa- palmente pela presença do Centro de Educação
com auditório, área de recreação e Centro de Educação Ambiental, para a realização ções no local pelo público residente e a comunidade externa com Ambiental no local.
de aulas práticas sobre diversos temas ligados à natureza.¹ o objetivo de reduzir o estigma, a ociosidade e o sucateamento • Criar um sistema de permacultura justificada
Problemática: potencial ponto de consumo de drogas e práticas criminosas pelo fato do parque. pela história do parque, considerado místico des-
de que as trilhas do parque são ligadas às comunidades do Morro do Forte São João e de a sua história: estabelecer um local de tranquili-
Morro do Romão, tornando-se rota de passagem.² dade, meditação e contato com a natureza.
SAÚDE
Dos terrenos analisados, este é o que possui menos equipamentos de saúde próximos. Para esse tópico mantém-se a diretriz do terreno 02. Para esse tópico mantém-se as mesmas estratégias
Porém já foi considerado um espaço de saúde para o Coliving do terreno 01. do terreno 02.

Tabela 10 - Síntese da Análise, Diretrizes e Estratégias para o Terreno 03: lazer e saúde. Fonte: Elaborado pelo autor.
²AIOLFI, Ricardo. Parque da Gruta da Onça segue em obras com previsão de conclusão em dezembro. Texto disponibilizado em 19 julho de 2020. PMV - Prefeitura Municipal de Vitória. Disponível em: <https://www.vitoria.es.gov.br/cidade/fafi>. Acesso em: 01 agosto 2021.
³TRIPADVISOR. Parque Gruta da Onça - Vitória. Disponível em: <https://www.tripadvisor.com.br/Attraction_Review -g303320-d7011408-Reviews-Parque_Gruta_da_Onca-Vitoria_State_of_Espirito_Santo.html>. Acesso em: 01 agosto 2021.
Análise do Entorno

82

Figura 87 - Levantamento dos equipamentos comerciais e institucionais: Terreno 03 . Fonte: Elaborado com QGis a partir dos dados georreferenciados da PMV,
complementado com informações do Google Maps. Disponíveis em: <geoweb.vitoria.es.gov.br> e <https://maps.google.com/>. Acesso em: julho, 2021. Elaborado pelo autor.

ANÁLISE DIRETRIZ ESTRATÉGIAS

EQUIPAMENTOS COMERCIAIS
O entorno é um grande polo de empregos pelos equipamentos comerciais e serviços im- _ _
plantados. Consta no raio de abrangência um grande supermercado, padaria, comércios
de grande porte, lojas de departamento e grandes varejistas, o que dispensa considerar
espaços desse tipo para o Coliving, mas sim incentivar a habitação nesse local bem infra
estruturado, permitindo as pessoas morarem próximas do seu local de trabalho, o que já é
um princípio intrínseco da proposta da habitação em Coliving, portanto não há diretrizes
nem estratégias para esse tópico.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA / INSTITUCIONAL / ASSISTÊNCIA SOCIAL / SEGURANÇA
Inúmeros equipamentos públicos institucionais e administrativos ao redor, capazes de gerar _ _
inúmeras vagas de emprego e movimentação em horários comerciais. Definem também
um possível perfil de morador que optaria por residir próximo ao seu cargo de trabalho,
trabalhadores do funcionalismo público. Portanto a posição do terreno por si só já é estra-
tégica para o incentivo da habitação no local.
Tabela 11 - Síntese da Análise, Diretrizes e Estratégias para o Terreno 03: comercial e institucional. Fonte: Elaborado pelo autor.
8
A proposta projetual
8.1 Princípios para a habitação do século XXI incorporação de um novo membro (uma criança, um familiar, ou convidado),
uma casa que se adapta a diferentes grupos e necessidades, permitindo
sua adequação ao longo do tempo. O Coliving como uma habitação 85
O Coliving tem sua essência fundamentada nas necessidades idealizada para as novas formas de viver deste século, deve seguir princípios
do público das gerações das últimas décadas, que hoje coincide com fundamentais para a concepção da moradia contemporânea. Os autores
a faixa dos jovens adultos, como já explicitado. Porém é possível ampliar estabelecem o que eles chamam de “14 + 1” critérios básicos qualitativos que
para outros públicos desde que haja espaço, suporte e adaptabilidade o projeto para a casa do século XXI deve atender.
para outros perfis, como visto em um dos estudos de caso anterior. Além
disso vale ressaltar que o Coliving tem forte relação com seu local de 1 Espaço exterior privativo: Todas as moradias terão um espaço exterior próprio, com vistas
agradáveis, onde podem ser realizadas atividades cotidianas e que funciona como um
implantação, que inclui como uma das premissas que seu entorno seja amortecedor térmico.
bem infraestruturado. Portanto, se este entorno dispõem de equipamentos 2 Desierarquização: Os espaços dentro da casa não estabelecerão hierarquias ou concederão
privilégios espaciais a nenhum membro da casa: eles serão flexíveis, não sexistas, não exclusivos e
de suporte e há uma demanda local de habitação para outros públlicos não predeterminados.
é possível ampliar para outros perfis, desde que estes também considerem 3 Espaços para tarefas reprodutivas: É necessário reservar espaços adequados para a realização
as vantagens de compartilhar a habitação. É interessante propor uma de trabalhos reprodutivos e considerar a possibilidade de áreas comunitárias satélites para funções
específicas, por exemplo, lavanderias.
habitação que contemple o máximo de perfis etários possíveis, variados 4 Espaços para trabalho produtivo: Um requisito fundamental é que a casa deve ser capaz de
estados civis e famílias com distintas quantidades de membros, considerando oferecer espaço para trabalho remunerado que não interfira nas atividades diárias da casa. Existe
a possibilidade de que espaços satélites localizados fora da casa estejam disponíveis para este fim.
que essas condições são mutáveis ao longo da vida.
5 Espaços de armazenamento: Devem ser fornecidos espaços onde diferentes tipos de coisas
possam ser guardados e armazenados: armários, guarda-roupas, despensas, depósitos e assim
por diante.
6 Atenção à orientação: Cada fachada deve ser adequadamente adaptada à sua orientação,
ventos e vistas particulares.
7 Ventilação natural cruzada: É imprescindível que cada casa tenha ventilação natural cruzada,
seja de esquina a esquina ou, em uma edificação com mais de 12 metros de profundidade, por
meio de pátios ou claraboias.
8 Mecanismos passivos de coleta de energia: Existem vários sistemas para o controle de
temperatura, luz solar e ruído que podem ser integrados em um projeto de design e não requerem
entrada extra de energia para funcionar. Muitos deles estão presentes na arquitetura tradicional
local e, portanto, fazem parte do contexto em que o projeto está inserido. Deve-se aproveitar ao
máximo estes sistemas: estufas / galerias que atuam como coletores solares, venezianas para criar
sombra e pátios com água para promover o resfriamento por evaporação.
9 A influência da forma física: Certos valores plásticos e culturais, baseados em volume, cor, textura,
composição ou forma, devem ser levados em consideração em cada contexto, a fim de garantir
harmonia com o entorno e escala, bem como para ajudar os residentes para se identificar com
sua casa.
10 Sistemas construtivos independentes: Os diferentes elementos que constituem o edifício devem ser
construídos de forma a permitir a substituição de partes sem afetar as restantes. A estrutura, envoltório
do edifício, telhados, água, gás e instalações elétricas, paredes divisórias e assim por diante podem
ter diferentes vidas úteis e exigir substituição em momentos diferentes.
11 Adaptabilidade: A capacidade de se adaptar a diferentes situações familiares que mudam com
o tempo e diferentes agrupamentos familiares é absolutamente básica. A adaptabilidade é um dos
fatores básicos da sustentabilidade.
Figura 88 - Esquema que demonstra os diferentes perfis que a proposta do projeto
pretende atender. Fonte: Elaborado pelo autor. 12 Recuperação do espaço do telhado: Os terraços do telhado devem ser recuperados como um
espaço para uso e interação da comunidade. Se houver maquinário, ele deve ser agrupado de
modo que ocupe não mais do que 35% de a área disponível.
Dessa forma, a proposta buscou atender adultos solteiros, casais
13 O uso da vegetação na arquitetura: Devemos usar a vegetação nas fachadas, nos pátios, nos
com ou sem filhos, mães ou pais solteiros, pais divorciados com guarda espaços conectivos e nos telhados para trazer a natureza de volta às nossas cidades.
compartilhada, casais idosos, idosos viúvos ou solteiros, indivíduos que 14 Possível adição de ambientes de outras unidades habitacionais: Significa facilitar a adição a
uma casa de cômodos de diferentes casas para ter uma tipologia diferente ou para atender a
carecem de cuidadores profissionais, famílias com agregados e ainda novos usos (escritórios, ateliês).
pessoas que desejam compartilhar a moradia sem nenhum vínculo, como é o +1 Volume: A casa não é apenas uma questão de superfície, deve-se aproveitar ao máximo seu
caso de jovens estudantes. volume. Alguns centímetros adicionados à altura do teto podem facilitar a provisão de espaço de
armazenamento acima de áreas não especializadas com requisitos de altura mais baixos.
Para Montaner, Muxí e Falagán (2011), a casa básica é onde
se estrutura a família, e atende as necessidades, por exemplo, de um Tabela 12 - Critérios básicos para o projeto da casa do século XXI. Fonte:
núcleo familiar de duas pessoas permitindo possível modificação devido a Montaner, Muxí e Falagán (2011). Nota: traduzido adaptada pelo autor.
A partir do estabelecido pelos autores é possível nortear a se tornará um polo específico para um tipo de atividade. Dessa forma
concepção do edifício de forma que cumpra estes princípios ou a o usuário poderá escolher qual unidade habitar a partir das funções
86 maioria destes. definidas para aquela unidade e se essas são mais compatíveis com
Ademais, Boué (2014), dedica seu estudo sobre “A integração seu estilo de vida.
da vivência cooperativa em um ambiente urbano construído” e tem De todos os terrenos analisados, o Terreno 01 é o mais bem
como resultado final uma coabitação urbana semelhante ao Coliving. infraestruturado se levarmos em conta a quantidade e qualidade de
O estudo pode auxiliar na explicação de alguns conceitos e orientar equipamentos urbanos do entorno. Nesse sentido ele se torna um local
a criação do programa de necessidades. A autora divide as formas de suporte mais universalizado comparado aos outros terrenos, e tem
de interação no edifício de maneira escalável. Abaixo segue um potencial de ampliar o leque de faixas etárias, faixa social e escolaridade,
esquema que demonstra a esfera privada (em verde escuro) que considerando principalmente os equipamentos de educação, o Centro
mostra uma família independente que está interagindo com as outras de Convivência para a Terceira Idade e os equipamentos de saúde
esferas que a rodeiam. A transição entre privado e comum parece ser públicos. Dessa forma a especificidade para o programa desse terreno
um fator importante que liga todas as células. De acordo com a autora se dá principalmente por essa universalização, pela infraestrutura social,
é importante estar isolado de algumas formas dos espaços comuns educacional e de saúde. Apesar da boa infraestrutura ná area da sáude
para manter a privacidade e a autonomia. Os espaços comuns, visam do entorno, ainda optou-se por fazer dessa unidade o "Polo de Saúde"
a abertura e integração da vida social no programa. Portanto, para da rede de Colivings, principalmente por conta do público idoso e com
a autora o equilíbrio entre espaços comuns e privados em diferentes necessidades especiais que se propõem para o projeto. Esta unidade
níveis é um fator importante para este tipo de habitação. deverá contar com uma área de apoio mínima para a saúde dos seus
residentes, e uma área de atividades, exercícios funcionais e meditação.
Esses espaços é que caracterizam e diferenciam o programa deste
terreno comparado aos demais.
A partir da percepção dos equipamentos culturais existentes
no entorno do terreno 02, opta-se por um programa mais dedicado às
atividades de cunho artístico como justificativa para suprir a demanda
de atividades desse caráter e ampliar as atividades que já são
realizadas nos equipamentos culturais do entorno. Portanto, propõe-
se espaços para o exercício de profissionais das áreas das artes
visuais, artes plásticas, design, literatura, arquitetura, moda, cinema,
Figura 89 - Diagrama que demonstra as esferas de interação do edifício: escala audiovisual, teatro e dança. Por conta da região central de Vitória já
de relações privadas-comuns. Fonte: Boué (2014).
possuir esse viés cultural forte, a ideia é reforçar essa potencialidade,
que nesse caso, analisando o raio de abrangência, foi perceptível uma
8.2 Conceito, partido e setorização área menos desprovidada de equipamentos artísticos e culturais. Além
disso, propõe-se para o programa espaços para lazer em horários
ociosos. Portanto essa unidade será o "Polo Criativo e de Lazer" da
No capítulo anterior ficou estabelecido as opções de terrenos rede de Colivings proposta.
para que fosse construída a rede de unidades Coliving. Nesse Analisando as características do terreno 03, chega-se a
sentido, como já foi dito, a proposta dá liberdade aos residentes para conclusão de que ao comparar com os outros, esse é o que possui
que fiquem livres para usar o programa de outra unidade, basta o o entorno menos infraestrurado em variados aspectos. Porém,
deslocamento do usuário para cada uma delas. considerando às grandes dimensões do terreno, o local é favorável a
Para estabelecer o que seria implantado em cada terreno fez- implantanção de equipamentos esportivos para a prática de atividades
se uma análise do entorno e seus equipamentos urbanos com objetivo físicas de pequeno, médio e grande porte, principalmente por conta
de não oferecer serviços no edifício que já existissem na vizinhança. de um entorno em que não se identifica a presença de equipamentos
Leva-se em conta que a habitação em Coliving também possa oferecer para esse fim. Além disso, a proximidade com a Faculdade de Música
alguns serviços para a comunidade externa vizinha. Cada unidade e a FAFI, faz com que o programa destine espaços domésticos de
da rede Coliving seguirá uma certa especificidade na sua função e apoio para pessoas que trabalham com as atividades culturais de
dança, música e teatro desenvolvidadas nestes equipamentos. Por nas laterais e nos fundos o que dificulta a iluminação e ventilação
fim, a proximidade com o Parque Gruta da Onça e com a grande naturais. Nesse caso o volume e as aberturas adotadas terão papel
Praça Getúlio Vargas logo à frente do terreno permite aos residentes importante para atender essas condicionantes no interior do edifício. 87
maior acesso à espaços abertos ao ar livre e contato com a natureza.
Portanto essa unidade seria o "Polo Esportivo, de Música e Natureza"
da rede Coliving.
Em vista de todas as informações esquematizadas até o
momento, o trabalho se debruça agora em desenvolver uma proposta
final para o Terreno 01, com a justificativa de que, comparado ao
demais terrenos, esse é o que possui o entorno melhor infraestruturado
e pela característica universal de atender um leque maior de diferentes
tipos de pessoas. A partir das análises, diretrizes e estratégias foi
possível estabelecer uma setorização para o Coliving deste terreno.
A proposta deve garantir que haja uma transição equilibrada
entre espaços comuns e privados, de forma que haja privacidade
para os residentes ao mesmo tempo que garante a socialização entre
os membros. Também cria-se espaços abertos a comunidade vizinha,
criando espaços de transição entre o público e o mais íntimo. Dessa
forma vai se determinando níveis de interação, como Boué (2014)
estabelece. A partir dessa lógica setoriza-se as atividades no edifício:

• Áreas Comuns: abertas ao público externo;


• Áreas Semi-Comuns: compartilhada pelos residentes e
eventualmente aberta ao público externo;
• Áreas Semi-Privadas: compartilhadas entre os moradores;
• Áreas Privadas: restritas à unidade familiar;

Com base nos índices urbanísiticos, CA, TO, TP, Afastamentos,
e Gabaritos gerou-se uma volumetria com o potencial construtivo
máximo para o terreno. Para esse terreno a TO =100%, a TP não
se aplica e os afastamentos são isentos até a altura de 8,40 m. A
altura máxima permitida é 13,5 m, sendo possível a construção de 5
pavimentos com 2,70 m no máximo cada. A área do terreno é 425 m²
que multiplicado pelo CA = 2,8, nos permite construir o equivalente a
no máximo 1.190 m².
Propõm-se inicialmente que as áreas comuns e semi-comuns
sejam distribuídas nos dois primeiros pisos. As áreas semi-privadas Ventos predominantes
e privadas estarão localizadas nos pisos acima, com excessão do Insolação
espaço para a guarda de veículos que ficará no subsolo com a Melhores Visuais
intenção de segregar veículos e pessoas além de deixar o pavimento
Ruídos
térreo livre para a criação de um espaço público aberto.
O desafio para este terreno é que se trata de um terreno Setorização áreas comuns e semi-comuns

consideravelmente pequeno para um programa amplo, com restrições Setorização áreas privadas e semi privadas
de altura, afastamentos e potencial construtivo limitantes. Além disso é
localizado no meio de uma quadra, com edifícios vizinhos localizados Figura 90 - Proposta de Setorização no Terreno. Fonte: Elaborado pelo autor.
8.3 Programa de necessidades e o pré-dimensionamento
88
O desenvolvimento do programa e o processo de pré-dimensionamento se iniciou estabelecendo todas as funções e usos necessários
para uma habitação no Brasil a partir do que Kenchian (2011) define em seu trabalho "Qualidade funcional no programa e projeto da
habitação". O autor propõe-se a definição de funções de uso da habitação, subdivididos em sistemas de atividades e atividades como a
seguir:
• Função: O que é; Qual é; Para que serve (...)
• Sistema de Atividade: Quem faz (o usuário) (...)
• Atividade: O que se faz (...)
• Análise da Tarefa: Como se faz, Com o quê se faz (mobiliário e equipamento); Onde se faz (ambiente) (...)
O autor propõe a definição de dez funções na habitação: Repouso Pessoal; Preparo de Refeições; Refeições; Estar/Lazer; Estudo/Trabalho;
Higiene Pessoal; Gestão Doméstica; Tratamento de Roupa; Circulação; Estacionamento.
A partir dessas funções desenvolve-se uma lista para definir as funções, atividades e o programa para esse Coliving:

FUNÇÃO SISTEMA DE ATIVIDADES ATIVIDADES ANÁLISE DA TAREFA

O que é; Qual é; Para Quem faz (o usuário) ... O que se faz... Com o que se faz (mobiliário, equipa- Onde se faz (ambiente)...
que serve... mento, instalações);
Repouso Pessoal a) Dormir / descanso de casal • Dormir de noite e dormir de dia; Camas de casal Quarto para até 2 adultos.
• Descansar;
b) Dormir/ descanso individual/
duplo
c) Dormir / descanso de crianças • Dormir de noite e dormir de dia; Camas de solteiros Quarto para até 2 crianças.
• Vestir e despir criança; Roupeiros ou closet
Calçadeira/ recamier
d) Convalescer • Convalescer de doença; Cama de casal ou cama de solteiro, bancada Quarto para adultos ou crianças.
• Tratar de pessoa doente; de apoio ou mesas cabeceiras.
e) Permanência em reservado • Vestir e despir roupa; Roupeiro ou closet Quarto, cômodo ou sala de apoio dentro da
Calçadeira/ recamier unidade privada.
• Cuidados pessoais (pentear-se, Penteadeiras, cômodas, cadeiras
maquiar-se, ver-se ao espelho);
• Conversar em privado; Assentos, puffs, poltronas, sofás, cadeiras, al- Nesse caso estas atividades podem ser realiza-
• Conversar ao telefone; mofadas, tapetes,chaises, balanços suspensos, das como às anteriores no interior da unidade
• Ler; redes de descanso, mesas; privada, mas também em áreas externas:
• Meditar ou orar; varandas ou terraços privativos.
• Ver TV; Estantes, painéis multimídia, computadores,
• Ouvir música; caixas de som.
• Ter práticas sexuais; Cama de casal
Preparo de Refeições a) Preparação de alimentos • Guardar alimentos; Armários, Geladeiras/freezers Cozinhas e salas de jantar compartilhadas.
• Conservar alimentos;
• Lavar alimentos; Pias / cubas

• Consultar e elaborar menus e Bancadas, mesas, cadeiras


receitas.
• Preparar alimentos (selecionar,
cortar, temperar, misturar);
• Cozinhar, fritar ou assar alimentos; Fogão, coifas, fritadeiras elétricas, forno
micro-ondas, forno elétrico ou a gás.
b) Arrumação de louças e utensílios • Arrumar a louça; Bancadas, mesas, armários,
• Lavar louça e utensílios; Pias / cubas, máquina lava- louças.
• Secar louça e utensílios;
• Guardar louça e utensílios;
c) Tratamento de resíduos • Eliminar lixo; Lixeiras

• Reciclar lixo; Composteiras domésticas Terraços jardim e horta comunitária.


FUNÇÃO SISTEMA DE ATIVIDADES ATIVIDADES ANÁLISE DA TAREFA

O que é; Qual é; Para Quem faz (o usuário) ... O que se faz... Com o que se faz (mobiliário, equipa- Onde se faz (ambiente)...
que serve... mento, instalações);
89
Refeições a) Refeições correntes • Pôr e retirar a mesa; Mesas (de jantar, apoio, laterais, bistrô, de Salas de jantar e salas de estar
b) Refeições formais • Servir os alimentos; centro, bancada gourmet), cadeiras, poltro- integradas a cozinha compartilhada,
c) Estar à mesa • Comer e beber. nas, sofás e banquetas. terraços comunitários, ou em áreas pri-
• Conviver à mesa - conversar; vativas: terraços privados e varandas.
• Alimentar criança;
• Receber visitas à mesa;
• Reunir à mesa em ocasiões especiais; Ver TV.
Estar/ Lazer a) Estar passivo • Ver TV; Estantes, painéis multimídia, computadores, Salas de estar e jantar compartilha-
• Ouvir música; caixas de som, assentos, puffs, poltronas, das.
sofás, cadeiras, mesas.
• Ler; Assentos, puffs, poltronas, banquetas, sofás,
• Conversar ao telefone. cadeiras, mesas.
b) Receber visitas • Receber visitas;
• Conversar;
• Ver televisão em grupo;
• Servir aperitivos e bebidas
c) Recreio de crianças • Estar com criança pequena; Mobiliário infantil e brinquedos, assentos, Atividades desenvolvidas nos pátios
• Vigiar criança; puffs, poltronas, bancos, mesas, cadeiras, no térreo, cômodo de apoio na
• Brincar e jogar; quadros. unidade privad, no próprio quarto
• Desenhar e pintar; da criança, em varandas, terraços ou
• Ouvir estórias; cobertura.
• Reunir com amigos.
d) Diversão de jovens e adultos • Brincar e jogar; Mobiliário para jogos adultos, mesas, assen- Salas de jogos, sala de estar com-
• Usar computador; tos, puffs, poltronas, sofás, cadeiras, chaises, partilhadas, terraços comunitários ou
• Praticar artes manuais; balanços suspensos, redes de descanso, varandas compartilhadas, pátios no
• Tocar instrumentos musicais; aparelhos para atividades físicas, churras- térreo, academia.
• Fazer ginástica; queiras e freezers.
• Reunir com amigos.
e) Lazer em família • Conversar; Mesas, bancos, assentos, puffs, poltronas, Cômodo, sala de apoio, ou quarto
• Brincar e jogar; sofás, cadeiras, chaises, balanços suspensos, dentro da unidade privada. Ou ainda
• Tocar instrumentos musicais. redes de descanso, tapetes. em varandas ou terraços privativos
para a família.
f) Eventos sociais em grupo • Reunir em ocasiões especiais; Salas de estar compartilhadas,
• Meditar ou orar em grupo; terraços comunitários ou varandas
• Receber em confraternização e festas; compartilhadas, pátios no térreo.
• Dançar e jogar em grupo.
g) Estar em ambiente externo • Descansar; Bancos, banquetas, assentos, puffs, pol- Terraços comunitários ou varandas
privado • Tomar sol; tronas, sofás, cadeiras, chaises, balanços em geral, pátios no térreo.
• Deitar à rede; suspensos, redes de descanso, churrasqueira,
• Contemplar a paisagem. mesas (apoio, laterais, bistrô, de centro,
bancada gourmet),
h) Receber em ambiente externo • Receber visitas em ambiente externo;
privado • Reunir com amigos em ambiente externo;
• Fazer churrasco;
• Comer e beber em ambiente externo.

i) Lazer em ambiente externo • Brincar e jogar em ambiente externo; Mesas e cadeiras, bancos, banquetas, Terraço comunitário na cobertura ou
privado • Praticar jardinagem; assentos, puffs e chaises, vasos de plantas, terraço privativo.
• Cuidar e brincar de/com animais; jardineiras, canteiros, mobiliário para pets,
• Praticar artes ou trabalhos manuais em tapetes colchonetes.
ambiente externo;
• Fazer ginástica em ambiente externo;
• Tocar instrumentos musicais em ambiente
externo.
Estudo / Trabalho a) Estudo de crianças e jovens • Estudar (ler e escrever); Mesa, cadeira, computadores, estantes, Quarto para até 2 crianças.
• Usar computador; quadro para desenho e pintura (infantil).
• Consultar livros;
• Desenhar e pintar.
b) Estudo de adultos • Estudar (ler e escrever); Quarto para até 2 adultos.
• Usar computador;
• Consultar livros.
c) Trabalho de adultos • Trabalhar intelectualmente; Quarto para até 2 adultos ou
• Usar computador; Coworking
• Trabalhar manualmente;
• Conversar ao telefone.
FUNÇÃO SISTEMA DE ATIVIDADES ATIVIDADES ANÁLISE DA TAREFA

O que é; Qual é; Para Quem faz (o usuário) ... O que se faz... Com o que se faz (mobiliário, equi- Onde se faz (ambiente)...
90 que serve... pamento, instalações);
Higiene Pessoal a) Lavagens corporais • Lavar a mão e o rosto; Pia/ cubas Quarto para até 2 adultos.
• Escovar os dentes;
• Tomar banho; Chuveiros Banheiros privativos ou vestiários.
• Dar banho em criança;
• Vestir e despir roupa;
• Lavar roupa pequena a mão; Mini tanque Quarto privativo, cômodo, sala de apoio, ou
hall de entrada das unidades privadas.
• Relaxar na banheira. Jacuzzi Terraço comunitário cobertura

b) Funções vitais • Fazer as excreções; Vasos sanitários Banheiros privativos e compartilhados


• Trocar fraldas (crianças e idosos). Trocador de fraldas infantil Quarto para até 2 crianças

c) Cuidados pessoais • Maquiar-se e cuidar da aparência; Penteadeiras, cômodas, armários, Quarto para até 2 adultos.
• Cuidar dos cabelos (lavar, secar, espelhos
pentear);
• Remover pelos corporais (barbear-se,
depilar-se);
• Proceder a curativos;
• Verificar o peso em balança portátil. Balança Ambulatório de atividade física
Gestão Doméstica a) Limpeza • Aspirar, lavar, passar pano, encerar o Aspiradores de pó, enceradeiras e poli- Depósito de material de limpeza (DML) e
piso; doras de piso, vassouras, rodos, panos, Lavanderia coletiva.
• Tirar o pó dos móveis e dos objetos; tanques, bancadas.
• Lavar instalações sanitárias.
b) Arrumação geral • Arrumar roupa individual; Bancadas, armários, nichos e roupeiros, Lavanderia coletiva e quartos privativos
cabideiros e araras.
• Arrumar a cama; Quartos privativos
• Arrumar roupa de casa; Lavanderia coletiva e cozinha compartilhada
• Arrumar brinquedos e afins; Quarto para até 2 crianças
• Arrumar despensa (alimentos, remé- DML, lavanderia coletiva e cozinhas compar-
dios, produtos de limpeza); tilhadas.
• Arrumar depósito (equipamentos e
objetos de uso eventual);
• Arrumar objetos volumosos (malas e DML, bicicletário, depósito garagem
equipamentos grandes).
c) Manutenção geral • Reparar equipamentos, instalações e Mesas Depósito Garagem
componentes da casa.
d) Controle ambiental • Abrir/fechar janelas e cortinas; Persianas blackout, aparelhos de ar Todos os ambientes que exigem iluminação e
• Ligar/desligar equipamento de condicionado ventilação natural ou artificial
aquecimento e arrefecimento.
e) Vigilância e segurança • Gerir sistemas de vigilância e segu- Catracas, acessos com senhas ou Administração, loja de conveniências, recep-
rança doméstica. smartphone ção, bicicletário, vestiários.
f) Tratamento de resíduos domés- • Recolher, separar, reciclar e eliminar Lixeiras, Lixeiras seletivas, composteiras Cozinha, banheiros, coworking, administração,
ticos resíduos domésticos. domésticas terraços, horta comunitária, ambulatório, sala
de jogos, vestiários, recepção, loja de con-
veniências, DML, pátios no térreo, garagem,
afastamento frontal térreo (coleta municipal)
g) Cuidado com animais domés- • Prover descanso a animais; Camas ou casinhas para cães e gatos, Unidades com terraços privativos maiores
ticos • Prover alimentação e lazer a animais; comedouros e bebedouros, caixas de
• Proceder à higiene de animais (banho areias, brinquedos e armários para a
e excreções); organização.
• Arrumar alimentos e utensílios de
Banheira coletiva para banho dos pets. Terraço cobertura
animais.
FUNÇÃO SISTEMA DE ATIVIDADES ATIVIDADES ANÁLISE DA TAREFA

O que é; Qual é; Para Quem faz (o usuário) ... O que se faz... Com o que se faz (mobiliário, equipamento, Onde se faz (ambiente)...
que serve... instalações);
91
Tratamento de Roupa a) Lavar roupa • Lavar roupa à mão; Tanque, lavadora de roupas, bancada. Lavanderia coletiva
• Lavar roupa à máquina;
• Armazenar roupa suja. Cesto de roupas sujas Quarto, cômodo ou sala de apoio
dentro da unidade privada.
b) Secar roupa • Estender e apanhar roupa no varal; Varal de pé ou retrátil Quarto, cômodo apoio dentro da
• Secar roupa à máquina; unidade privada ou nas varandas
• Limpar e arrumar roupa. privativas.
c) Passar roupa • Passar roupa; Tábuas, bancadas Lavanderia coletiva.
• Dobrar roupa.
d) Costurar roupa • Costurar roupa à mão; Máquina de costura Lavanderia coletiva.
• Costurar roupa à máquina
e) Cuidar de calçados • Limpar e engraxar sapatos.
Circulação a) Entrada/saída • Observar-se ao espelho; Espelhos, armários, roupeiros, cabideiros ou Quarto, em cômodo de apoio
• Vestir e despir roupa de exterior; araras, cestos de roupas sujas, calçadeira/ dentro da unidade privada ou
• Apoiar-se para colocar e retirar calçados; recamier. chapelaria no hall de entrada da
• Armazenar roupa de exterior e calçados; unidade privada.
• Entrar e sair da habitação; Portas comuns, portas eletrônicas, catracas, por- Corredores, escadas, elevadores,
• Atender pessoas desconhecidas à porta; tão de garagem, painéis ou paredes divisórias, rampas, varandas, recepção,
• Esperar e receber visitas; balcão de recepção. circulação íntima de acesso para
• Receber correspondência. as unidades privadas.
b) Comunicação/separação • Circular entre compartimentos; Dimensionamento adequado de circulação,
• Transportar objetos e afins; incluindo circulação de pessoas com necessida-
• Circular com cadeira de rodas. des especiais seguindo normas e princípios de
ergonomia.
Estacionamento a) Uso do veículo • Estacionar o veículo; Vagas dimensionadas de acordo com o mínimo Garagem Subsolo
• Entrar e sair do veículo; exigido em norma, raios de giros de manobras
• Colocar e retirar malas, pacotes e objetos de acordo com o código de obras, espaço
do veículo. livres nas laterais e parte traseiras dos veículos
para abertura de portas e porta-malas, vagas
reservadas para cadeirantes ou pessoas com
necessidades.
b) Manutenção do veículo • Fazer a manutenção do veículo; Tanque, ponto de água para mangueira, cali- Vaga reservada para manutenções
• Lavar, secar e polir o veículo, aspirar o bradores de pneu, armários (armazenamento de
interior do veículo; produtos de limpeza, aspiradores e ferramentas)
• Arrumar ferramentas e peças do veículo;
• Arrumar bicicleta, cadeira de roda e afins. Armário com ferramentas para bicicletas, cali- Bicicletário
bradores de pneus.
Tabela 13 - Tabela de funções, sistema de atividades e atividades proposta para o Coliving. Fonte: elaborado pelo autor a partir do trabalho de Kenchian (2011).

Sala de
O processo de pré-dimensionamento se iniciou Jogos
Administração
Repouso

pelas áreas privadas e íntimas, considerando os W.C. Trabalho/ Estudo


Cozinha Cozinha Cozinha
alojamentos privados como base para dimensionar o Sala de
Jogos
Estar e Jantar W.C.
Administração
Estar e Jantar Estar e Jantar Funcional/Socialização
Sala compartilhados
restante do edifício e para a definição dos 'pavimentos compartilhados
Cozinha
compartilhados
Cozinha
Estar e Jantar Coworking
Cozinha
Estar e JantarMultiuso Estar e Jantar
Sala compartilhados
compartilhados
compartilhados Coworking Multiuso Funcional/ Suporte
habitáveis'. A unidade privada é composta basicamente DML Studio Pilates
Horta
comunitária

pelo quarto, banheiro e área externa privada que pode


Lavanderia
Meditação Coletiva Horta Venda
Mercado
DML Bicicletário
Studio Pilates comunitária
autônomo
Recepção
Lavanderia
W.C.
Meditação
ser uma varanda ou um terraço privativo. Dessa forma
Terraço/
Ambulatório cobertura Coletiva
Mercado Cozinha
comunitária Compartilhamento/ Aluguel
autônomo
Pocket Park
Vestiários Bicicletário Estar e Jantar

foi possível contabilizar a quantidade de unidades que Pátio Jardim


Recepção
Garagem
Depósito
compartilhados

W.C. Terraço/ Entretenimento/ Lazer

cada pavimento suportaria sem comprometer os espaços Ambulatório cobertura


comunitária Saúde
Cozinha
coletivos e de circulação do prédio. No total foi possível Pocket Park
Vestiários
Estar e Jantar
Unidades privadas
conceber 23 quartos para até duas pessoas. Essas Pátio Jardim compartilhados
Garagem Circulação horizontal
unidades foram posicionadas de forma a orbitar as áreas Depósito
Circulação vertical
compartilhadas, como demonstrado pelo fluxograma a
seguir: Figura 91 - Organofluxograma do projeto gerado a partir do programa de necessidades.
Fonte: Elaborado pelo autor.
Para dimensionar essas unidades privadas utilizou-se como
referência o dimensionamento sugerido por Neufert (1998).
92

Figura 94 – Configurações com mobiliário para varandas. Fonte: Neufert (1998).


Figura 92 – Configurações para o quarto de casal. Fonte: Neufert (1998).
Neufert (1998) apresenta variadas configurações de quarto Para as varandas Neufert (1998) define como profundidade
de casal e sugestões de dimensionamento. A partir das dimensões mínima 1,25 m, sendo recomendado de preferência de 1,50 m -
mínimas de circulação ≥ 55 cm e ≥ 65 cm definiu-se a circulação 1,75m.
nos quartos. Para os banheiros ficaram estabelecidos 1,60 x 1,60 As unidades privadas como suíte para a pessoa solteira ou um
m em banheiro quadrados e 1,25 x 2,30 m em banheiros lineares. casal sem filhos configuram a forma mais crítica do espaço, uma vez que
Abaixo uma imagem com banheiros dimensionados pelo autor ao adaptar o espaço para os outros perfis famíliares é possível agrupar
que apresentam uma configuração em L, quadrado e linear e ampliar os quartos, reposicionar paredes e abeturas para transformar
respectivamente. as suíte em apartamentos de 2 a 3 quartos que atendam outros perfis
familiares propostos: mães ou pais solteiros, pais divorciados com guarda
compartilhada, casais idosos, idosos viúvos ou solteiros, indivíduos que
carecem de cuidadores profissionais, famílias com agregados e jovens
estudantes.
E para cumprir com todas as funções que o espaço privado
exige de acordo com Kenchian (2011), foi necessário propor módulos
de mobiliários retráteis de forma que o espaço seja mais aproveitado e
otimizado possível e cumpra com seus requisitos. Assim como em alguns
estudos de caso, os módulos com mobiliário retrátil e pivotante fazem parte
Figura 93 – Configurações para o banheiro. Fonte: Neufert (1998). da concepção do projeto.

Figura 95 – Isométricas esquemáticas que demonstram as disposições do mobiliário retrátil para os quartos. Fonte: elaborado pelo autor
8.4 Plantas, cortes e fachadas
93

5
42

40
0
0
94

51
3
0
27
7
51

11
0

20
27
43
0
.

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27
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18
71 O LIV
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52
GR

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O C
24

27
0 DE
O

A
RU
NE

20
0
VE
S

QUADRO DE ÁREAS

ÁREA DO TERRENO 425 m²


ÁREA CONST. SUBSOLO 414,36 m²
ÁREA CONST. TÉRREO 414,36 m²
ÁREA CONST. PAVIMENTO 1 355,41 m²
ÁREA CONST. PAVIMENTO 2 355,41 m²
ÁREA CONST. PAVIMENTO 3 355, 41 m²
ÁREA CONST. PAVIMENTO 4 203,57 m²
ÁREA CONST. COBERTURA 203,57 m²
ÁREA TOTAL CONSTRUÍDA 2.302,09 m²
ÁREA PERMEÁVEL 0 m²
ÁREA COMPUTÁVEL 1.166,95 m²

Implantação
COEFICIENTE DE APROVEITAMENTO - CA 2,74
TAXA DE OCUPAÇÃO - TO 85,96 %
TAXA DE PERMEABILIDADE - TP 0%

Esc: 1:500 Tabela 13 - Tabela com os índices de controle urbanísticos


da proposta final. Fonte: elaborado pelo autor.
Para o térreo, criou-se espaços comuns

B
aberto ao público externo. O conceito do Pocket Park 285 605 210 245 255
é empregado. Trata-se de uma praça compacta no
94 meio da densa cidade. Um espaço sensorial que utiliza
das texturas da vegetação, da madeira e da rocha
fria para compor o ambiente, além do som da queda
d'água da cascata. A praça torna-se também, um local
de consumo se considerarmos o uso do mini-mercado

400

400
pelos usuários que eventualmente possam comprar
produtos de consumo imediatos. O mercado autônomo
sem funcionários, junto do bike-sharing, são algumas das Projeção Cobertura

propostas de automação do edifício, que permitem o Projeção Cobertura

acesso dos usuários por aplicativo. O bicicletário também


inclui estação de recarga para patinetes elétricos que Térreo Jardim

incentivam uma mobilidade limpa.

445
150,86 m²

460
500 255 255
Mercado Autônomo
36,45 m²

Vest. Masc. Vest. PCD. F Vest . PCD M.


265

12,10 m² 6,37 m² 6,33 m²

395
Circ. Bicicletário
9,24 m² 19,57 m²

Vest. Fem.
13,44 m²

Circ.
545

5,40 m²

i: 20%
A A

645
Sobe
Recepção
46,98 m²

25,00
230

DML / Serviço
5,53 m²
100

Abaixo

Calçada
15,00

Rua
0,00
B

270 345 480 290 265 448 255

Para dar apoio ao bicicletário, temos um espaço para pequenas manutenções, uma mini-
Planta Baixa: Térreo oficina com um painel de ferramentas e calibrador de pneus. Além dissso, os vestiários dão suporte para
a higiene pessoal, e armazenamento de objetos dos funcionários do edifício e Coworking. A recepção
possui um espaço de estar, um hall de entrada com café e água para os visitantes, além da função de
Esc: 1:150 acesso ao edifício, facilitado pelas catracas eletrônicas. O depósito de material de limpeza e área de
serviço também se localizam no térreo e dão suporte aos funcionários de limpeza do condomínio.
Propõe-se uma garagem compartilhada com veículos elétricos e suas estações de recarga. Garagens desse tipo foram vistas ao longo da pesquisa nos estudos
de caso onde o mesmo veículo poderia ser usado por várias pessoas do empreendimento, desestimulando a compra e posse do veículo por cada família ou morador. O
uso do carro estaria incluso ou não no pacote de assinatura dos serviços extras oferecidas pelo Coliving, a depender do interesse ou necessidade do morador. A gestão da
garagem e dos veículos também seria feita pelo aplicativo, em que o usuário pudesse agendar suas viagens a partir da sua demandas. A proposta, traz a garagem inserida 95
no subsolo como forma de liberar o pavimento térreo para o uso comum. Foi possível dispor 10 vagas de garagem. Uma vaga foi destinada à manutenção dos veículos,
onde os veículos pudessem ser lavados, polidos, aspirados e calibrados.
465 425 455 254

B
400

400
445

450
270 500
- -

Sobe
Vaga de Manutenção
19,85 m²
400

Depósito / Ferramentas
9,78 m²

Garagem
282,47 m²

1150
-215,00

i: 20%
520

A A
Sobe

Reserv. inferior: 15 m³
2,50x 4,0 x 1,50

Reservatórios/ Bombas
235

Reserv. pluvial: 6 m³ 25,57 m²


2,50 x 1,55 x 1,55

605 790 705 285


B

Na garagem também possui um depósito/casa de ferramentas que inclui além de ferramentas para
a manutenção do veículo, ferramentas para uso na habitação. O acesso e o empréstimo dos itens
também poderia ser feito por aplicativo de maneira autônoma, de forma a ser compartilhados por
Planta Baixa: Subsolo todos os moradores e evitar furtos e o desaparecimento de objetos. A casa de ferramentas seria mais
um dos equipamentos de uso compartilhado da habitação. Na garagem também estão inclusos o
reservatório inferior e pluvial que permite o armazenamento da água de chuva recolhida na cobertura
Esc: 1:150 para o eventual uso no jardim, na lavagem de veículos, etc. Também estão instaladas as bombas de
elevação e o espaço de armazenamento de lixo interno do edifício.
No pavimento 1 é instalado um espaço de uso semi-comum: o espaço de Coworking. O espaço pode atender moradores que necessitem de espaço de trabalho
em escritório. Também atende membros externos que possam fazer parte da equipe de trabalho dos moradores ou até mesmo indivíduos que não possuam vínculo nenhum
com a moradia do projeto. É um espaço de uso mais exclusivo, mas que ainda assim pode receber pessoas externas pelo fato de incluir uma sala multiuso que pode
96 ser usada para pequenas apresentações e reuniões. A sala dá suporte ao trabalho do Coworking e eventualmente à algumas atividades do Coliving, uma reunião de
condomínio, por exemplo. Por conta disso o espaço foi setorizado próximo das caixas de elevador e escadas, permitindo que as áreas mais privadas do projeto sejam
poupadas de circulação de pessoas estranhas. O coworking também inclui uma sala de espera com copa, e sanitários para o conforto dos funcionários e clientes externos.
A sala de administração do
edifício fica ao lado do espaço de trabalho 472 421 419 288

B
do Coworking. Na sala de administração,
há espaço para um possível diretor,
administrador de finanças do edifício e

125
um profissional de TI que mantenha os W.C.
2,88 m²
Varanda
2,10 m²
W.C.
3,12 m²

276
Suíte
serviços automatizados funcionando com W.C 10,76 m²
3,22 m²
normalidade. A admnistração também seria

275
um local de vigilância das câmeras de 140
Suíte
9,47 m²
Varanda
2,28 m²

segurança e inspeção da movimentação Varanda


3,58 m²
de pessoas pelo Coliving e seus serviços Circ.

oferecidos. A 5,24 m²

300
Suíte
W.C PCD 11,75 m²
4,93 m²
429

770 270

175
Cozinha/ Sala de Jantar
33,88 m²
Varanda
4,01 m²
Suíte PCD
15,40 m²
C
270

179
Sala de Jogos
45,75 m²

Sala de Estar
18,53 m²

193
623

Varanda
2,67 m²

Suíte
9,57 m²
W.C.

160
Sala Multiuso 2,54 m²
16,54 m²

B
A Administração
A

210
9,23 m²
141

W.C.
Sala de Espera
1,87 m² Sobe 33,31 m²
Circ.
W.C. 2,54 m² 310,00
141

1,89 m²

323
220

Copa
W.C. PCD 9,75 m² Coworking
3,27 m² 29,60 m²
B

150 105 345 480 123 435 448

Para comprender a planta é necessário estabelecer a legenda abaixo que representa os módulos
Planta Baixa: Pav. 1 retráteis em planta. Estes módulos estão instalados nos quartos como na isométrica da figura 95.
Módulo Lavatório/ Armazenamento
Esc: 1:150 Módulo Trabalho/ Multimídia / Penteadeira
Módulo Cama Retrátil
A divisão entre o espaço semi-comum para o semi-privado • Família ou Pai Solteiro (A): duas suítes são transformadas em um
ocorre por uma porta que divide as duas áreas. O espaço semi-privado apartamento para casais ou pais solteiros com até dois filhos. Possui um
é o espaço que só os residentes terão acesso, ou seja, os espaços quarto para os pais com varanda, banheiro social e um quarto para as 97
coletivizados da habitação, que nesse pavimento coincide com a sala crianças com espaço ampliado para os estudos e recreação.
de estar, sala de jantar e cozinhas compartilhadas. Também está incluído • PCD Cuidador e Hóspede(B): neste caso duas suítes, uma acessível
neste pavimento, a sala de jogos para o entretenimento dos usuários e outra comum é adaptado para um apartamento com dois quartos.O
adultos. O espaço de entretenimento infantil está localizado no térreo espaço amplificado de circulação para o cadeirante existe e está de
com um mini-playground no jardim. Esse ambiente de entretenimento, acordo com a norma. Aqui o quarto acessível abre mão da varanda
apesar
421
de instalado419
nesse pavimento 288
poderá ser usado por todos os individual e compartilha da mesma varanda que seu cuidador ou hóspede.
residentes. Por conta disso a posição da sala de jogos na planta é Esse apartamento é direcionado à idosos com dificuldades de locomoção
afastadas das áreas privadas. ou pessoas com deficiência que necessitam de cuidadores profissionais:
As áreas privadas no projeto são os quartos, suítes, banheiros, técnicos, enfermeiros ou terapeutas, etc. O segundo quarto é destinado à

125
varandas ou terraços privativos. Esses ambientes fazem parte da bolha estadia desses profissionais. Esse apartamento também atenderia pessoas
W.C. Varanda W.C.
2,88 m² 2,10 m²
3,12 m²

que só o morador individualmente ou sua família possuem acesso. idosas que não necessariamente necessitam de cuidadores, mas que
As áreas de transição entre o semi-privado e o privado são as áreas almejam um espaço para receber eventuais visitas de seus familiares.
275
Suíte Varanda

• Duplo Estudante (C): aqui a suíte para o casal é transformado em um


9,47 m²
de estar, comer e cozinhar. As áreas privadas como mencionados 2,28 m²

anteriormente orbitam essas instalações coletivas. Portanto o usuário quarto que atende até duas pessoas, dedicado principalmente ao público
Circ.
obrigatoriamente precisa transitar pelo espaço compartilhado para
5,24 m²
jovem estudantil que não pode arcar com altos custos de moradia e que
acessar o espaço privado o que é recomendado por Littlefield (2011) almejam dividir as despesas de um único quarto. O espaço conta com
300

Suíte
W.C PCD

para gerar socialização. os mesmos módulos retráteis, porém neste caso com cama para solteiros.
11,75 m²
4,93 m²

Para dimensionar as cozinhas, utilizamos como referência A varanda neste caso é negociada caso o apartamento vizinho for
o trabalho de Littlefield (2011) que traz uma referência de pré- convertido em um 'PCD cuidado e hóspede'., ou ainda se simplesmente
175

Cozinha/ Sala de Jantar


33,88 m²

dimensionamento para a cozinha de habitações coletivas para a suíte acessível não almejar a varanda. Vale ressaltar que todas essas
Varanda
4,01 m²

421
Suíte PCD
419 288
jovens. Segundo o autor, cozinha/copa é o local de interação entre
15,40 m²
negociações impactariam no preço final da habitação, e caso o
270
179

os moradores e promove encontros casuais, conversas e amizade. De apartamento vizinho não quiser negociar, não haveria varanda para essa
acordo com o autor a localização da cozinha deve evitar que outros
Sala de Estar
unidade estudantil.
125

18,53 m²
dormitórios sofram com barulho e incômodos. Por isso, no projeto, as Varanda
193

W.C. W.C.
2,88 m²
Varanda 2,10 m²
3,12 m²

cozinhas se localizam na área central e geralmente há um corredor ou


2,67 m²

hall de circulação antes de acessar os quartos. O espaço deve contar


Suíte
275

9,57 m²
W.C. Suíte
160

Varanda
preferencialmente, com espaço extra para eventuais convidados.
Sala Multiuso
16,54 m²
2,54 m² 9,47 m² 2,28 m²

421 419 288


Precisa permitir que várias pessoas façam comida simultaneamente
A
devendo ser funcionais, resistentes e fáceis de limpar. Para o autor um
Administração Circ.
5,24 m²
210

9,23 m²

balcão de 360 cm de extensão, com fogão e pia, é suficiente para


300

Suíte
125

pelo menos seis pessoas e o espaço para circulação entre as unidades


W.C.
2,88 m²
Varanda
2,10 m²
W.C PCD
4,93 m²
11,75 m²
W.C.
3,12 m²

deve ser de, no mínimo, 120 cm. A cozinha deve oferecer ainda pelo
menos um forno micro-ondas e um congelador e cada usuário deve
323

175

Cozinha/ Sala de Jantar


275

ter um armário para guardar latas, mantimentos, etc. A partir daí se


33,88 m² Suíte Varanda
9,47 m² Varanda
2,28 m²
4,01 m²
Coworking

estabeleceu as cozinhas centrais, dividas em dois grandes balcões e


29,60 m² Suíte PCD
15,40 m²

integradas com a sala de jantar ou sala de estar. 270


179

Circ.
5,24 m²

As plantas foram apresentadas com seus respectivos módulos


193 300

em uma configuração de suítes que atendem pessoas solteiras ou até um


Sala de Estar Suíte
18,53 m² W.C PCD 11,75 m²
4,93 m²
435 448 Varanda
casal sem filhos. Entretanto para alguns 'alojamentos' optou-se por fazer 2,67 m²

mais de uma configuração com o mesmo espaço que une dois ou mais Suíte
175

Cozinha/ Sala de Jantar 9,57 m²

quartos com objetivo de criar diferentes variações nos apartamentos e W.C.


160

33,88 m²
Sala Multiuso 2,54 m² Varanda
4,01 m²
16,54 m²

atender os distintos perfis familiares citados no início deste capítulo. Suíte PCD B C
15,40 m²

270 Figura 96 – Opções de plantas A, B e C em escala 1/150. Fonte: elaborado pelo autor
210179

Administração
9,23 m²

Sala de Estar
18,53 m²
A partir do pavimento 2, os espaços se configuram
apenas como semi-privados e privados. A partir desse pavimento
apenas os residentes possuem acesso aos ambientes. Como
98 peculiaridade, esse pavimento conta com a Lavanderia Coletiva
e o Estúdio de Pilates/ Meditação. Na Lavanderia também há
espaço dedicado à secagem e passagem de roupas, tanques
para lavagem de roupas à mão como também um espaço para
um equipamento de costura. Há espaços de estar aconchegantes 270 395 240 425 285
na Lavanderia para que as pessoas possam socializar enquanto

B
lavam suas roupas. A Lavanderia e o Pilates são de uso coletivo
de todos os moradores do edifício, portanto com fluxo maior
de pessoas. Por conta disso, foram posicionados próximos aos

125
elementos de circulação vertical com o objetivo de distanciá-los dos W.C.
W.C
3,12 m²
5,32 m²
espaços mais privativos do pavimento. Há também um pequeno Suíte
14,15 m²
Cozinha

415
ambulatório, que dá suporte para os profissionais de atividade 8,99 m²

física e saúde que atuem no espaço de pilates. O espaço também Varanda


2,28 m²

apoia os profissionais que trabalham para os idosos e pessoas Varanda


4,79 m²
com deficiência que precisam de cuidadores. O espaço atende

575
Circ.
necessidades básicas dos moradores como: aferir pressão arterial, 5,22 m²

medir a glicemia, batimentos cardíacos, fazer coleta de sangue, Suíte


medir temperatura, o peso e retirar medidas corporais. W.C. PCD 11,75 m²
445

4,93 m²
Sala de Jantar/Sala de Estar
270 499 270 40,48 m²

175
Varanda
4,01 m²
Suíte
15,40 m²

Máquina de

179
costura

Circ.
400

Lavanderia Coletiva 1,40 m²


40,14 m²

193
Varanda
2,67 m²
Cozinha
28,57 m²
W.C. PCD Suíte
9,57 m² W.C.
3,12 m²

160
2,53 m²
240

A 570,00 Circ. A

160
Circ. 2,15 m²
4,54 m² W.C.
140

2,56 m²
W.C.
1,85 m² Sobe
W.C
140

1,88 m²
Suíte
Estúdio de Pilates 10,89 m²
36,50 m²

373
Ambulatório
12,93 m² Suíte
235

11,81 m²
W.C.
3,10 m²
Varanda
2,10 m²

D
B

583 775 250 150 280

Planta Baixa: Pav. 2 Nesse pavimento, os espaços privados possuem disposição muito próximas dos espaços do
pavimento anterior, porém também é proposto uma readequação para a Planta D para um
Esc: 1:150 apartamento do tipo 'Família ou Pai Solteiro' que será mostrado adiante.
A peculiaridade desse pavimento está na outra opção de trabalho colaborativo além do Coworking. A Horta Comunitária tem potencial de gerar renda com a
venda dos excendentes no mercado, ser realizada como hobbie, favorecer a socialização e o principal garantir a produção de alguns vegetais frescos dentro do próprio
edifício, o que dispensaria a compra externa de alguns produtos. A inserção da horta nesse pavimento se deve ao fato do surgimento de espaço de lajes que sobraram 99
após o recuo do edifício exigido pelo PDU a partir dessa altura. Os vegetais vão ter sol e sombra em determinados períodos do dia, portanto possui posicionamento
estratégico incluindo a proximidade com as circulações verticais por ser um equipamento de uso comunitário dos residentes.
Assim como a horta surgiu a partir
dos recuos e afastamentos, foi possível também
521 385 425 285
estabelecer um terraço para o lazer comunitário e

B
terraços privativos anexados à determinados dos
quartos. Esses apartamentos com terraços-jardins
garantem mais espaço para o morador que almeja
um lazer descoberto privado, seja para um churrasco
em família, uma boa leitura de um livro, um banho
de sol em um espaço mais restrito ou a criação de

431
Terraço Jardim Terraço Jardim

pets. A possibilidade de se ter um animal doméstico 20,23 m² 14,22 m²

no Coliving se restringiria aos usuários que optassem


por uma unidade com terraço-jardim, de forma que

891
o morador possa ter um espaço reservado para seu W.C.
2,88 m² Terraço Comunitário
cão ou gato que não incomode outros moradores. Suíte
22,91 m²

12,71 m²
429

Suíte
Sala de Estar
12,38 m²
10,32 m²

770 270
W.C.
2,56 m²
Circ.
0,95 m²

Cozinha

164
14,67 m²
W.C.
2,56 m²
400

Terraço Pet-Friendly
10,80 m²
Suíte

193
12,11 m² Circ.
3,20 m²
Suíte Varanda
10,14 m² 2,66 m²

160
W.C.
2,53 m²

Cozinha

A 16,99 m²
A
520

160
Circ.
2,15 m² W.C.
830,00 2,55 m²

Sobe

Suíte
10,89 m²
Sala de Estar/ Sala de Jantar
36,53 m²

388
Suíte
235

11,78 m²
Horta Comunitária W.C.
55,40 m² 3,10 m²
Varanda
2,11 m²

E1 E2
B

270 335 790 258 150 300

Planta Baixa: Pav. 3 Nesse pavimento, assim como os anteriores, as áreas compartilhadas (cozinha, estar
e jantar) estão centralizadas e as privadas em seu entorno. Um sala de estar é anexada à um
terraço comunitário em que é possível um maior número de pessoas socializarem em um ambiente
Esc: 1:150 interno que se integra à um ambiente externo
175
aranda
,01 m²

Assim como
285 285no pavimento 1, existem outras possibilidades de readequar plantas para conformar diferentes perfis familiares no pavimento

179
2 e no pavimento 3
100 Na variante D demarcada na planta do pavimento 2 é possível redefinir para um apartamento do tipo -'Família- ou Pai Solteiro' assim
como no pavimento 1.
193

• Divorciados/ Guarda compartilhada (E1): é um apartamento multifamiliar. Atende casais divorciadas com guarda compartilhada dos
filhos. Para isso possui 2 quartos de casal com banheiros e varandas individuais, 1 quarto compartilhado para até dois filhos e banheiro social.
• Agregado familiar (E2): Se um remanejamento da planta for realizado, este mesmo apartamento também pode abrigar outros tipos de
160

famílias como as que possuem agregados familiares, por exemplo. O apartamento tem múltiplas formas de ocupação: casais com filhos que
desejam morar com os pais ou parentes, casais de amigos com filhos que almejam dividir o mesmo apartamento, casal com filhos que almejam
160

ter um quarto extra para receber hóspedes, etc. Além disso, posicão dessas unidades no projeto permite que todos os quartos se tornem suítes
891

891
independentes como já mostrada na planta do Pavimento 3 ou que o apartamento seja dividido para um casal com filhos (como a variante D)
Terraço Comunitário
22,91 m²
Terraço Comunitário
22,91 m²

e sobraria ainda uma suíte independente.


O módulo de lavatório e armazenamento nestes três últimos casos está inserido no "hall de entrada" dos apartamentos como uma espécie
373

Sala de Estar Sala de Estar


10,32 m² 10,32 m²

de chapelaria de apoio para uso de todos os membros da família. Assim, há espaço para mais um módulo roupeiro no interior dos quartos, ou
mais um módulo de trabalho dentro deste. O espaço também pode ser livre se for do interesse do usuário. Nesse sentido há uma possibilidade
de personalização do espaço privado pelos residentes, assim como visto em alguns estudos de caso.
164

164

- -- -
193

193

Varanda Varanda
2,66 m² 2,66 m²
160

W.C.
160

W.C.
2,53 m² 2,53 m²
160

160

W.C. W.C.
2,55 m² 2,55 m²

D
388

388

11,78 m² 11,78 m²

E1 E2
Casal + 2Casal
filhos+jovens
2 filhos+jovens
agregado familiar / familiar /
+ agregado
300 300
Figura 97 – Opções de plantas
Casal D, divorciado
E1(guarda
divorciado
Casal e E2 em escala 1/150. Fonte: elaborado
compartilhada)
(guarda compartilhada) pelo
Casal + 2Casal autor
crianças
+ + agregado
2 crianças familiar familiar
+ agregado
101

B
183 260 388 214

140

140
Varanda Varanda Varanda
W.C. W.C.
2,50 m² 2,04 m² 2,99 m²
2,88 m² 2,57 m²

320
Suíte Suíte
9,51 m² 10,12 m²

359
Suíte
10,31 m²

Circ. Circ.
0,90 m² 1,06 m²

W.C.

125
3,13 m²
400
Sala de Estar Cozinha
345 425 13,88 m² 12,59 m²

193
Suíte Varanda
10,13 m² 2,67 m²

W.C.

175
2,53 m²

A A
520

160
Cozinha / Sala de Jantar Circ.
17,93 m² 2,15 m² W.C.
1090,00 2,56 m²

Sobe

Suíte
10,89 m²

388
Sala de Estar / Sala de Jantar
36,51 m²
Suíte
235

11,81 m²
Varanda W.C.
7,66 m² 3,10 m²
Varanda
2,10 m²

335 790 273 150 283


B

No último pavimento habitável optou-se por predominar as suítes individuais para solteiros e casais
sem filhos, a unidade mais simples da proposta. Já que este é o público principal para o Coliving,
optou-se por dispor mais quartos para esses tipos de famílias sem propostas de modificações de
Planta Baixa: Pav. 4 plantas como nos outros pavimentos apesar dos apartamentos delimitados em F permitirem o ajuste
conforme o outro pavimento. As unidades vão possuir distintas dimensões e distintos tamanhos
de varanda ou terraços individuais assim como nos outros pavimentos. As suítes para cadeirantes
Esc: 1:150 ficaram dispostas no pavimento 1 e pavimento 2 como forma de aproximar o acesso desses aos
serviços coletivos do prédio como a lavanderia, a sala de jogos e a sala de atividade física.
102

B
345 735

580

580
345 420
280

Reserv. Superior 1:
2,20 x 2,75 x 1,80
Cobertura

520
179,78 m²

Casa de Máquinas
8,40 m²
Reserv. Superior 2:
2,20 x 2,75 x 1,80
520

A Desce A

515
1350,00
235

785 1060
B

Por fim, optou-se por transformar a cobertura em um espaço maior de


lazer comunitário. Aqui é possível tomar banho de sol, reunir com os amigos, fazer
comemorações, churrascos, relaxar nas spas. Também pode ser um local para realizar
atividades físicas ao ar livre e meditação. O entorno com prédios altos projeta suas
Planta Baixa: Cobertura sombras em determinados horários do dia. Na cobertura também existe uma ampliação
do espaço da horta com alguns poucos canteiros instalados com ponto de água,
C
1
mangueiras e regador. O lavatório da cobertura é o local coletivo escolhido para
Esc: 1:150 realizar a higiene dos pets. É o local do edifício passível de lazer e interação entre os
animais e seus donos. 1
103
25 155
240

1350
Cobertura
Circulação
vertical Cobertura
30

Forro: vinílico amadeirado Forro: gesso

1090
220

Pavimento 4
Circulação Hall
vertical Elevadores Quarto Privativo Circ. W.C.
Cozinha Compartilhada
30

Forro: vinílico amadeirado Forro: gesso

830
220
1755

Pavimento 3
Circulação Hall
Horta comunitária Elevadores Cozinha Compartilhada Quarto Privativo Circ. W.C.
vertical
30

Forro: gesso Forro: vinílico amadeirado Forro: gesso

570
220

Lavabo
Hall Pavimento 2
Circulação
Circ. Elevadores Cozinha Compartilhada Quarto Privativo Circ. W.C.
vertical
30

Forro: gesso Forro: vinílico amadeirado Forro: vinílico amadeirado Forro: vinílico amadeirado

310
220

Lavabo
Hall
Pavimento 1
Circulação Elevadores Sala Multiuso Administração
Circ. vertical
30

Forro: gesso Forro: vinílico amadeirado Forro: vinílico amadeirado


245

25

Vestiário
Térreo
Circulação Hall
Fem. vertical Recepção Pátio-Jardim
Elevadores
30

0
Nível Rua
200

Casa de
Circulação Hall Rampa Veículos
Bombas Garagem Subsolo
vertical Elevadores i: 20%

-215
Subsolo
250

Reserv. inferior:
2,50 x 4,0 x 1,50

Corte AA
Corte 4
Esc: 1:150
1 : 150
104 420

Reserv. Superior 1: Reserv. Superior 2:


2,20 x 2,75 x 1,80 2,20 x 2,75 x 1,80 1350
Cobertura
30 110

Barrilete: h = 80 cm
Cobertura Cobertura

Forro: v.a. Forro: vinílico amadeirado

1090
220

Pavimento 4
Varanda Quarto Privativo Cozinha / Sala de Estar Cozinha Sala de Jantar/ Sala de Estar

Forro: gesso Forro: gesso Forro: vinílico amadeirado


250

830
1755

Pavimento 3
Terraço- Jardim Quarto privativo Cozinha
Quarto Privativo W.C. W.C. Sala de Estar
250

570
Pavimento 2
Quarto Privativo Sala de Jantar / Sala de Estar Cozinha/ Sala de Jantar Circ. Estúdio de Pilates

Forro: vinílico amadeirado Forro: vinílico amadeirado


250

310
Pavimento 1
Quarto Privativo Cozinha / Sala de jantar Sala de Estar Circulação Coworking
30

Forro: vinílico amadeirado Forro: vinílico amadeirado Forro: vinílico amadeirado Forro: vinílico amadeirado
245

25
Pátio-Jardim
Térreo
Mercado autônomo Bicicletário Recepção
30

15
Nível calçada
200

ão
Projeç i: 20%
:
rampa

Garagem Subsolo
0
Nível Rua

-215
Subsolo

Corte BB
Esc: 1:150
105

Fachada Frontal
106

Fachada Lateral Direita


107

Fachada Posterior
8.5 Perspectivas externas e internas
108

Figura 98 – Perspectiva externa da fachada (A). Fonte: elaborado pelo autor

Na fachada utiliza-se ACM que esconde a estrutura metálica do edifício e


dá volume ao corpo do edifício. Faz-se o uso da esquadria de cortina de vidro para a
fachada sudeste, uma fachada que possui boa insolação. Ainda conta com os brises
camarão horizontais e móveis que permite ajustar a quantidade de luz que entra nos
ambientes e ainda concebe a cor e textura da madeira na fachada. Propõem-se um
Pocket Park aberto ao público externo e vizinhança.
109

Figura 99 – Perspectiva externa da fachada (B). Fonte: elaborado pelo autor

Figura 100 – Perspectiva externa da fachada (C). Fonte: elaborado pelo autor
110

Figura 101 – Perspectiva externa do Pocket Park (A). Fonte: elaborado pelo autor

Espaços de estar e de consumo no Pocket Park. Jardim sensorial: textura da


rocha e madeira, frio da água e vegetação e som da movimentação e queda d'agua
da cascata. Playground multigeracional ao fundo: equipamentos que permitem pessoas
de qualquer idade "brincar" ou se movimentar. Piso intertravado de concreto e forro de
madeira vinílico, paredes verdes e jardins verticais.
111

Figura 102 – Perspectiva externa do Pocket Park (B). Fonte: elaborado pelo autor

Figura 103 – Perspectiva externa do Pocket Park (C). Fonte: elaborado pelo autor
112

Figura 104 – Perspectiva externa do Pocket Park (D). Fonte: elaborado pelo autor

Figura 105 – Perspectiva externa do Pocket Park (E). Fonte: elaborado pelo autor
113

Figura 106 – Perspectiva externa do Pocket Park (F). Fonte: elaborado pelo autor
114

Figura 107 – Perspectiva interna do Mercado Autônomo 24 horas (A). Fonte: elaborado pelo autor

O mercado com acesso desbloqueado por aplicativo não possui funcionários


e os usuários externos e moradores tem acesso à uma mini-loja de conveniências 24
horas por dia. O pagamento dos produtos é feito também por aplicativo como nos
estudos de caso apresentados.
115

Figura 108 – Perspectiva interna do Mercado Autônomo 24 horas (B). Fonte: elaborado pelo autor

Figura 109 – Perspectiva interna do Mercado Autônomo 24 horas (C). Fonte: elaborado pelo autor
116

Figura 110 – Perspectiva interna do Hall de Entrada e Recepção (A). Fonte: elaborado pelo autor
117

Figura 111 – Perspectiva interna do Hall de Entrada e Recepção (B). Fonte: elaborado pelo autor

Figura 112 – Perspectiva interna do Hall de Entrada e Recepção (C). Fonte: elaborado pelo autor
118

Figura 113 – Perspectiva interna do bike-sharing(A). Fonte: elaborado pelo autor

Assim como o mercado, o bicicletário e a estação de patinetes são acessados


por aplicativo que controla os usuários que podem ou não usar o serviço a partir das
assinaturas dos serviços oferecidos pelo prédio. O espaço ainda conta com uma mini-
oficina com ferramentas e calibrador de pneus.
119

Figura 114 – Perspectiva interna do bike-sharing(B). Fonte: elaborado pelo autor

Figura 115 – Perspectiva interna do bike-sharing(C). Fonte: elaborado pelo autor


120

Figura 116 – Perspectiva externa da horta comunitária (A). Fonte: elaborado pelo autor
121

Figura 117 – Perspectiva externa da horta comunitária (B). Fonte: elaborado pelo autor

Figura 118 – Perspectiva externa da horta comunitária (C). Fonte: elaborado pelo autor
122

Figura 119 – Perspectiva externa dos terraços jardins (A). Fonte: elaborado pelo autor
123

Figura 120 – Perspectiva externa dos terraços jardins (B). Fonte: elaborado pelo autor

Figura 121 – Perspectiva externa dos terraços jardins (C). Fonte: elaborado pelo autor
124

Figura 122 – Perspectiva interna das áreas compartilhadas: sala de estar, jantar, cozinhas e sala de jogos: (A) Fonte: elaborado pelo autor
125

Figura 123 – Perspectiva interna das áreas compartilhadas: sala de estar, jantar, cozinhas e sala de jogos: (B) Fonte: elaborado pelo autor

Figura 124 – Perspectiva interna das áreas compartilhadas: sala de estar, jantar, cozinhas e sala de jogos: (C) Fonte: elaborado pelo autor
126

Figura 125 – Perspectiva interna das áreas compartilhadas: sala de estar, jantar, cozinhas e sala de jogos: (D) Fonte: elaborado pelo autor

Figura 126 – Perspectiva interna das áreas compartilhadas: sala de estar, jantar, cozinhas e sala de jogos: (E) Fonte: elaborado pelo autor
127

Figura 127 – Perspectiva interna das áreas compartilhadas: sala de estar, jantar, cozinhas e sala de jogos: (F) Fonte: elaborado pelo autor

Figura 128 – Perspectiva interna das áreas compartilhadas: sala de estar, jantar, cozinhas e sala de jogos: (G) Fonte: elaborado pelo autor
128

Figura 129 – Perspectiva interna da unidade privada: quarto com os módulos retráteis (A) Fonte: elaborado pelo autor

Figura 130 – Perspectiva interna da unidade privada: quarto com os módulos retráteis (B) Fonte: elaborado pelo autor
129

Figura 131 – Perspectiva interna da unidade privada: quarto com os módulos retráteis (C) Fonte: elaborado pelo autor

Figura 132 – Perspectiva interna da unidade privada: quarto com os módulos retráteis (D) Fonte: elaborado pelo autor
130

Figura 133 – Perspectiva externa da área de lazer da cobertura (A) Fonte: elaborado pelo autor

Figura 134 – Perspectiva externa da área de lazer da cobertura (B) Fonte: elaborado pelo autor
131

Figura 135 – Perspectiva externa da área de lazer da cobertura (C) Fonte: elaborado pelo autor

Figura 136 – Perspectiva externa da área de lazer da cobertura (D) Fonte: elaborado pelo autor
133

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pesquisa demandou esforços em pesquisar sobre uma a minha trajetória acadêmica, no que diz respeito às moradias em
nova forma de habitação idealizada para os novos modos de vida que coabitei. Durante o tempo que vivi em repúblicas estudantis, não
deste século. O Coliving como uma habitação compartilhada que considerava estas moradias suficientementes adaptadas ao meu estilo
atende à um estilo de vida pragmático, abraça os diferentes perfis de vida, que exigia agilidade e praticidade, tanto no que se refere
familiares existentes na contemporaneidade. Tais diversificações à contratos de aluguéis mais facilitados para esse público, quanto
familiares ganharam muita evidência a partir da virada do milênio, à qualidade do espaço, conforto e infraestrutura interna que uma
ao mesmo tempo que as mais recentes gerações rompe com padrões habitação compartilhada e estudantil deveria oferecer.
de consumo de suas gerações antecessoras e almejam objetivos de Ressalto que é uma temática relativamente recente e que
vida diferentes. Objetivos estes que se refletiram inclusive na forma ainda são necessárias mais pesquisas nesta área, visto que o
de morar, no "consumo" da habitação. Agora, o "usar" ao invés de desenvolvimento tecnológico e a forma de habitar e de construir da
"possuir" ganha força, e para isso o avanço tecnológico das últimas humanidade está sempre em constante evolução. Além disso, a minha
décadas impulsionou esse tipo de consumo, que tem que ser imediato proposta, em específico, dialoga com outras disciplinas e campos do
e consciente. Os indivíduos que optam por compartilhar a habitação, conhecimento, como a tecnologia da informação e a engenharia,
no geral, estão conscientes da redução de recursos e custos, o que demandaria esforços compartilhados de diversas áreas para
influenciados pela questão da preservação do planeta, ligado à um uma produção acadêmica mais satisfatória, além de estudos mais
consumo de qualidade, mas que agora pode ser dividido entre mais consistentes referentes ao futuro de espaços flexíveis e compartilhados,
de uma pessoa. levando em conta, por ora, a saúde humana, uma vez que o mundo
O objetivo final dessa monografia foi projetar um edifício luta para sair de uma pandemia que nos exigiu rigoroso isolamento
com proposta de Coliving para o Centro de Vitória com o objetivo social.
de incentivar a coabitação no Centro, que passa por um problema
urbano de ociosidade. O incentivo à habitação no Centro é uma das
premissas que os teóricos afirmam como uma das soluções para a
situação de esvaziamento urbano. A ideia incluiu incentivar a moradia
em uma área com uma boa infraestrutura urbana que é subutilizada.
A proposta abraçou vários perfis familiares e criou espaços
flexíveis e que podem se reconfigurar ao longo do tempo a partir da
necessidade do usuário, o que é uma dos requisitos para a habitação
em Coliving. O edifício se abre para o entorno e cria espaços de
transição entre o público e o privado, o que é muito importante
quando se trata do problema do abandono da área do Centro.
A cobitação pode resolver alguns do problemas urgentes da
habitação, como os altos preços por uma habitação de qualidade. O
compartilhamento, apesar de não ser regra, sepre terá o potencial de
reduzir custos e recursos se estes forem racionalizados.
Justifico a escolha do tema Coliving, enquanto tema do meu
trabalho final de graduação: estive insatisfeito durante quase toda
135

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 5626: Instalação Predial de Água Fria. Rio de Janeiro: ABNT, 1998.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 9050: Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro: ABNT, 2015.

BEZERRA, J. B.; BORGES, A. H. Cohousing. Um velho conceito para uma nova forma de morar. Texto disponibilizado em out. 2019. Vitruvius. Disponível em: <https://vitruvius.com.br/index.
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BURIGO, Hélio. et al. O Papel da Inovação na Economia Compartilhada e a Transformação para uma Economia Colaborativa. Curitiba: Pontifícia Universidade Católica do Paraná e
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CALDAS, LUCAS. Arquitetura e economia circular na era dos espaços compartilhados. Texto disponibilizado em 27 maio 2020. Archdaily Brasil. Disponível em: < https://www.archdaily.
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CARVALHO JÚNIOR, Roberto de. Instalações hidráulicas e o projeto de arquitetura. 7ª ed. São Paulo: Blucher, 2013.

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COLÉGIOS MARISTAS. O que são as gerações X, Y e Z e como lidar com cada perfil. Texto disponibilizado em 27 Agosto 2019. Especial publicitário disponível no G1. Disponível em: <
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140

APÊNDICES
141

APÊNDICE A
DIMENSIONAMENTO DA ESCADA DE EMERGÊNCIA Para dimensionar a escada de emergência consideramos o
pior cenário e de maior risco para o cálculo da População (P) por
Considerando a categoria do projeto a partir do tipo área e a Capacidade da Unidade de Passagem (C). Abaixo segue
de ocupação, considera-se a habitação em Coliving com usos e as fórmulas para o cálculo da largura da escada segundo a Norma.
ocupações mistas e diversificadas podendo ser classificadas, em
partes, do Grupo A ao Grupo D.

Figura 01- Fórmula para o cálculo das unidades de passagens das saídas de
emergência. Fonte: NT 10/2013, CBMES, 2013.

Tabela 01 - Classificação das edificações e áreas de risco quanto à ocupação. Levamos em conta a categoria de ocupação C que calcula
Fonte: Espírito Santo (2009). uma pessoa a cada 3 m² de área do pavimento. Os pavimentos com
as maiores áreas de todo o projeto são o Pavimento 1 e Pavimento 2.
Possuem 344,75 m² cada, arredonda-se para 345,00 m².
P = 345 m² / 3 m² = 115 pessoas.
De acordo com a tabela, O grupo de habitações do tipo C possui a
Capacidade da Unidade de Passagem (C) = 60, portanto:
N = 115/ 60
N = 1,91
N = 2,00
A largura mínima para a escada é de
Tabela 02 - Dimensionamento das Saídas de Emergência. Fonte: NT 10/2013, L = 2 x 0,55 = 1,10 m
CBMES, 2013.
A largura mínima considerada pela norma.
Em relação à altura, o edifício se enquadra segundo a norma
técnica no tipo III, Edificação de Média Altura considerando a
142 altura do terreno até o último pavimento habitável sem considerar os
pavimentos superiores destinados a casa de máquinas e reservatórios,
como informa a nota.

Tabela 03 - Classificação das Edificações quanto à Altura. Fonte: NT 10/2013,


CBMES, 2013.

Em relação à altura, o edifício se enquadra segundo a norma


técnica no tipo III, Edificação de Média Altura considerando a
altura do terreno até o último pavimento habitável sem considerar os
pavimentos superiores destinados a casa de máquinas e reservatórios,
como informa a nota.
Abaixo a tabela apresenta o tipo de escada utilizada nos
projetos a partir da altura da edificação. Do grupo A ao D para
edificações com até 12 metros de pavimento habitável se utiliza a
Escada Não Enclausurada (ENE) ou escada comum que deve atender
apenas os requisitos de dimensionamento citados anteriormente.

Tabela 04 - Tipos de Escadas de Emergência por Ocupação. Fonte: NT 10/2013,


CBMES, 2013.

ENE = Escada não enclausurada (escada comum)


EEP = Escada enclausurada protegida (escada protegida)
EPF = Escada à prova de fumaça
EPFP = Escada à prova de fumaça pressurizada
Gr. = Grupo de ocupação (uso)
Div. = Subdivisão do grupo de ocupação
143

APÊNDICE B
CÁLCULO PARA ESPECIFICAÇÃO DOS ELEVADORES • Subsolo Garagem: Não calcula
• Térreo: Não calcula
A elaboração do cálculo de tráfego, com a descrição das • Pavimento 1 – Coworking: 1 pessoa a cada 7m².
etapas de cálculo seguem as exigências da ABNT NBR-5665, • Área ~ 345 m² ÷ 7 = 49,28 ÷ 2 (computados 50%) = 24,64 pessoas.
Cálculo do Tráfego nos Elevadores. • Pavimento 2 – 6 dormitórios x 2 pessoas/ dormitório = 12 pessoas.
• Pavimento 3 – 6 dormitórios x 2 pessoas/ dormitório = 12 pessoas.
1. População • Pavimento 4 – 6 dormitórios x 2 pessoas/ dormitório = 12 pessoas.
A princípio calcula-se a população do edifício seguindo as
relações conforme a NBR-5665. POPULAÇÃO TOTAL = 60,64 ~ 60 pessoas.
escritórios de 1 pessoa por 7,00m² de sala.
uma única 2. Mínimo a ser transportado em 5 minutos
entidade
escritórios de uma 15 %
escritórios 1 pessoa por 7,00m² de sala. única entidade
em geral e escritórios 12 %
consultórios em geral e
consultórios
apartamentos 2 pessoas por 1 dormitório;
4 pessoas por 2 dormitórios; apartamentos 10%
5 pessoas por 3 dormitórios; Tabela 02 - Percentagem da população a ser transportada em 5 minutos nos
6 pessoas por 4 dormitórios ou mais; e edifícios por ocupação. Fonte: Manual de Transporte Vertical em Edifícios.
1 pessoa por dormitório de serviçal.
Tabela 01 - Composição da População nos Edifícios. Fonte: Manual de Transporte O elevador ou conjunto de elevadores deve ser capaz de
Vertical em Edifícios. transportar, em 5 minutos, no mínimo, as seguintes porcentagens da
população de um edifício de acordo com NBR-5665. Considerou-se
Obs: em qualquer tipo de edifício podem ser computados só 50% para o cálculo, o cenário mais crítico que exige que os elevadores
da população do pavimento imediatamente acima e/ou imediatamente sejam capazes de transportar até 12 % da população do edifício
abaixo do pavimento de acesso (térreo), desde que estes pavimentos durante 5 minutos. Portanto 12 % de 60 pessoas = 7,2 pessoas. Neste
estejam situados a uma distância máxima de 5m em relação ao pavimento caso, o conjunto de elevadores tem que ser capaz de transportar,
de acesso. superestimando o valor, aproximadamente 8 pessoas durante 5
O código de obras de Vitória exclui os pavimentos subsolo de minutos.
garagem para cálculo da população. Para efeito do cálculo de tráfego
não é computada a população do pavimento de acesso (térreo). 3. Intervalo de tráfego máximo admissível
Para o cálculo da população, considerou-se o pavimento logo
acima do térreo como sendo usado para os escritórios em Coworking É o tempo máximo que um passageiro deve esperar pelo
e para calcular a população dos pavimentos superiores considerou- carro, é dado na tabela abaixo, em função da finalidade do
se o uso e ocupação por apartamentos e o número de pessoas por prédio. Para edifícios de apartamentos não existe a exigência de
dormitórios de acordo com a norma. intervalo de tráfego máximo admissível (conforme NBR-5665).
onde:
N = número de paradas prováveis
144 P = número de paradas do elevador => 6 paradas
c = lotação da cabina, excluindo o ascensorista. Pretende-se utilizar
um elevador com capacidade para pelo menos 4 pessoas.
N= 6 - (6 – 1) . (6 – 2 / 6 – 1)4
N = 3,95 paradas prováveis
A tabela abaixo mostra o “número de paradas prováveis” para
combinações de capacidade da cabina e número de pavimentos
servidos. Para 6 paradas e 4 pessoas de capacidade na cabina
temos 3,95 como confirmado a partir do cálculo.

Tabela 03 - Intervalo de tráfego máximo admissível por ocupação do edifício.


Fonte: Manual de Transporte Vertical em Edifícios.

Considerando que o projeto terá 2 elevadores o intervalo


máximo de espera destes devem ser de 60 segundos no máximo.

4. Unidades do Grupo
Tabela 04 - Número de Paradas Prováveis. Fonte: Manual de Transporte Vertical
em Edifícios baseado na NBR 5665.
É a quantidade de elevadores prevista.
8. Percurso (m)
5. Capacidade (passageiros)
É a distância, em metros, percorrida pelo carro, do piso
É a lotação máxima da cabina, subtraída uma pessoa se houver acabado da primeira parada ao piso acabado da última parada
ascensorista. (não inclui, portanto, o espaço livre superior para a casa de máquinas
e o Poço).
6. Paradas Subsolo - Terréo: 2,40 m;
Térreo - Pavimento 1: 2,85 m;
É a quantidade de pavimentos servidos pelo elevador, Pavimento 1- Pavimento 2: 2,60 m;
incluindo térreo, subsolos, sobrelojas, mezanino, etc. No projeto Pavimento 2- Pavimento 3: 2,60 m;
consta: Subsolo, Térreo, Pavimento 1, Pavimento 2, Pavimento 3 e Pavimento 3 – Pavimento 4: 2,60 m;
Pavimento 4. Portanto para o projeto serão 6 paradas. TOTAL PERCURSO: 13,05 m

7. Paradas Prováveis 9. Velocidade do Elevador

O número de paradas prováveis que o elevador pode efetuar em A velocidade é estabelecida, inicialmente, de forma
uma viagem é função da capacidade da cabina e da quantidade compatível com a altura do prédio.
de pavimentos a serem atendidos Este número é obtido com base
no Cálculo de Probabilidades, através da fórmula (conforme NBR-
5665):

Figura 01 - Fórmula para o cálculo de probabilidades de possíveis paradas. Fonte: Tabela 05 - Velocidades recomendadas para edifícios residenciais. Fonte: Manual
NBR 5665 (1983). de Transporte Vertical em Edifícios.
12. Aceleração e retardamento

É o tempo gasto para acelerar e desacelerar o elevador, em 145


cada viagem. É obtido em função da velocidade (conforme item 6.1
da NBR-5665).

Tabela 06 - Velocidades recomendadas para edifícios não-residenciais. Fonte:


Manual de Transporte Vertical em Edifícios.

Mais uma vez, se tratando de um edifício de uso misto


utilizamos uma velocidade compatível com edifícios residenciais e Tabela 07 - Tempo de Acelaração e Retardamento. Fonte: Manual de Transporte
não residenciais. Para percursos ≤ 29 m em edifícios residenciais e Vertical em Edifícios.
em percursos ≤ a 17 m em edifícios não residenciais podemos usar a
velocidade de 1,00 m/s. Optamos pela velocidade de 1,00 m/s, portanto o tempo em
cada parada é de 3,00 segundos.
10. Tipos de portas
13. Abertura e fechamento de portas
É a indicação do tipo de porta de pavimento escolhida:
Abertura Lateral (AL) ou Abertura Central (AC). É o tempo gasto para a abertura e fechamento das portas
do elevador em cada parada. É obtido na tabela abaixo (conforme
NBR-5665), em função do tipo de porta indicado. Optando pela
porta de Abertura Central temos 3,9 segundos de tempo por parada.

Tabela 08 - Tempo de abertura e fechamento de portas. Fonte: Manual de


Transporte Vertical em Edifícios.
14. Entrada e saída de passageiros
Figura 02 - Elevador com porta de Abertura Lateral (AL). Fonte: Manual de
Transporte Vertical em Edifícios.
É o tempo gasto para a entrada e saída de passageiros da
cabina, em cada parada. Opta-se por uma abertura de porta menor
que 1,10 m, portanto o tempo por passageiro é de 2,4 segundos.

Tabela 09 - Tempo de entrada e saída de passageiros. Fonte: Manual de


Transporte Vertical em Edifícios.

15. Percurso total (T1)


Figura 03 - Elevador com porta de Abertura Central (AC). Fonte: Manual de
Transporte Vertical em Edifícios. É o tempo gasto pela cabina para percorrer o percurso, de
11. Abertura Livre ida e volta, sem parar em nenhum pavimento. Sendo S o percurso (em
metros) e V a velocidade do elevador (em metros por segundo).
É a indicação da dimensão da largura da porta do elevador. T1 = (2 x 13,05) ÷ 1
T1 = 26,10 segundos
16. Aceleração e retardamento (T2) 21. Tempo total de viagem (T)

146 É o tempo gasto nas operações de aceleração e É o tempo total gasto pelo elevador por viagem, incluindo
desaceleração durante todo o percurso. É a metade do resultado todas as manobras, esperas, etc. É a soma de SP + Tadc.
obtido pela multiplicação do “número de paradas prováveis” pelo T = 57,02 + 2,50 = 59,52
tempo de aceleração e retardamento de cada parada.
T2 = (N x 3,00) ÷ 2 22. Capacidade de transporte (Ctrans)
T2 = (3,95 x 3,00) ÷ 2
T2 = 5,92 segundos É a quantidade de pessoas que serão transportadas em 5
minutos (300 segundos) por um elevador. Calcula-se por uma simples
17. Abertura e fechamento de portas (T3) regra de 3: se um elevador gasta o tempo T (Tempo total de viagem)
para transportar um número de pessoas igual à capacidade da cabina
É o tempo gasto nas operações de abertura e fechamento das (excluído o ascensorista), então em 300 segundos transportará um
portas em todo o percurso. É obtido pela multiplicação do “número número X de pessoas.
de paradas prováveis” pelo tempo de abertura e fechamento das 59,52 segundos ---- 8 pessoas
portas de cada parada. 300,00 segundos ---- Ctrans
T3 = (N x 3,9) Ctrans = 40,32 pessoas
T3 = (3,95 x 3,9)
T3 = 15,40 segundos. 23. Capacidade de tráfego (CT)

18. Entrada e saída de passageiros (T4) A capacidade de tráfego (CT), será a soma das capacidades
de transporte de cada elevador, ou seja, será a quantidade de pessoas
É o tempo gasto para a entrada e saída de passageiros da transportadas em 5 minutos por toda a bateria de elevadores.
cabina durante todo o percurso. É obtido pela multiplicação do valor CT = Ctrans 1 + Ctrans 2 + . . . + Ctrans n
correspondente à capacidade da cabina (excluído o ascensorista) Se os n elevadores possuírem as mesmas características, suas
pelo tempo de entrada e saída de cada passageiro. capacidades de transporte serão iguais e a capacidade de tráfego
T4 = 4 x 2,4 será:
T4 = 9,60 segundos CT = n x Ctrans
CT = 2 x 40,32
19. Soma Parcial CT = 80,64 pessoas.

É a soma dos seguintes tempos: Percurso total (T1), Aceleração O valor da capacidade de tráfego CT deve ser maior ou igual
e retardamento (T2), Abertura e fechamento de portas (T3), Entrada e ao valor encontrado no item 2 para atender aos requisitos da NBR-
saída de passageiros (T4) 5665 quanto ao transporte em 5 minutos. Se o valor da capacidade
SP = 26,10 + 5,92 + 15,40 + 9,60 = 57,02 segundos. de tráfego for inferior ao valor encontrado no item 2, o cálculo deverá
ser refeito, variando-se a capacidade, ou a velocidade, ou ambas,
20. Adicional 0,1 x (T3 + T4) ou mesmo a quantidade de elevadores, visando atingir o referido
número.
É igual a 10% da soma dos tempos de abertura e fechamento
de portas e de entrada e saída de passageiros. Essa porcentagem POPULAÇÃO TOTAL = 60,64 ~ 60 pessoas.
de 10% é empírica e representa um adicional devido ao tempo 12 % de 60 pessoas = 7,2 pessoas. Neste caso, o conjunto de
que o elevador espera no andar pelos passageiros distanciados, elevadores tem que ser capaz de transportar ~ 8 pessoas durante
retardatários, distraídos, etc. 5 minutos. Portanto o CT está muito acima do mínimo e atende com
Tadc = 0,1 x (15,40 +9,60) folga.
Tadc = 2,5 segundos.
22. Intervalo de tráfego (I) MODELO ELEVADOR Atlas Schindler 5500 MR com
casa de máquinas e contrapeso
ao fundo
É o Tempo Total de Viagem, dividido pelo número de carros, 147
ou seja, conceitualmente é o tempo máximo que um passageiro pode CAPACIDADE 900 kg / 12 passageiros
esperar pelo carro, ou seja, é o máximo tempo de espera que ocorre VELOCIDADE 1 m/s
entre a partida de um elevador e a chegada de outro. PERCURSO MÁXIMO 80 m
I = T/ n Nº PARADAS MÁXIMO 26
I = 59,52/ 2
ENTRADAS 1 acesso frontal
I = 29,76 segundos
DIMENSÃO DA CAIXA (L X P) 197,50 cm ; 197,50 cm
O intervalo de tráfego deve ser igual ou inferior ao indicado no item DIMENSÃO CABINA (L X P) 1,45 m; 1,40 m
3, no intervalo de tráfego máximo admissível (exceto para edifícios ALTURA CABINA 2,40 m
de apartamentos). Se for superior, o cálculo deverá ser refeito, LARGURA DA PORTA 90 cm
variando-se a capacidade, ou a velocidade, ou ambas, ou mesmo a
quantidade de elevadores, visando atingir o referido número. ALTURA DA PORTA 2,0 m
SISTEMA DA PORTA Abertura Central: 2 painéis
(C2)
ALTURA DA ÚLTIMA 3,95 m
PARADA*
ALTURA DA CASA DE 2,10 m
MÁQUINAS
ALTURA DO POÇO** 152,50 cm
*Altura da última parada é a altura da cabina + 1,55 m (para velocidade de 1 m/s).
** Para a velocidade de 1 m/s.
Tabela 10 - Parâmetros de especificação e construção para o modelo Atlas
Schindler 5500 MR. Fonte: Elaborado pelo autor com base no catálogo Schindler
5500 MR (com casa de máquinas): Contrapeso ao fundo.

Considerando que o projeto terá 2 elevadores o intervalo


máximo de espera destes devem ser de 60 segundos no máximo,
portanto o intervalo calculado já atenderia apenas com um carro.

23. Especificação do elevador

Optou-se por um modelo com dimensões e capacidade


maior do que os parâmetros realizados para o cálculo, por isso
o modelo também a demanda do edifício. O modelo utilizado
Atlas Schindler 5500 MR com casa de máquinas e contrapeso
ao fundo cabem até 12 passageiros em pé. Optou-se por um
modelo que pudesse transportar um cadeirante e outras pessoas
Figura 04 - Planta baixa do elevador especificado: Atlas Schindler 5500 MR com
simultaneamente, já que o espaço mínimo exigido por norma para
porta de Abertura Central (AC). Fonte: Catálogo Schindler 5500 MR (com casa de
o cadeirante é 1,20 x 0,80 m. máquinas): Contrapeso ao fundo.
148

APÊNDICE C
MEMORIAL DE CÁLCULO DOS RESERVATÓRIOS

Para dimensionamento dos reservatórios, utiliza-se da norma • O projeto possui 23 dormitórios, portanto 2 pessoas x 23
ABNT 5626 – Instalação Predial de Água Fria, e a referência de dormitórios = 46 moradores.
Carvalho Júnior (2013) que propõe uma orientação sobre a norma • Espaço para 10 pessoas trabalharem no Coworking, 3 pessoas
para as instalações hidráulicas. O reservatório deve ser o suficiente na Administração e 2 pessoas na Recepção;
para pelo menos dois dias de consumo como precaução para TOTAL = 61 pessoas diariamente circulando pela edificação.
eventuais faltas de abastecimento público de água. O reservatório
inferior deve ser 3/5 (60%) e o superior 2/5 (40%) do total de 2. Consumo Diário
consumo para esse período.
CD = P x Q
1. População do edifício P é a população;
Q é o consumo por litros/dia.
Primeiramente deve-se calcular a população estimada do edifício.

Tabela 02 – Consumo predial diário. Fonte: Carvalho Júnior (2013).


Tabela 01 –Taxa de ocupação de acordo com a natureza do local. Fonte:
Carvalho Júnior (2013).
Logo, a partir da tabela acima estima-se o consumo de 200 L/dia
O projeto de Coliving se enquadraria na categoria de per capita. Logo: CD = 61 x 200 => CD = 12.200 litros é o consumo
Residências e Apartamentos e também como Escritórios já que possui diário para este edifício.
espaço de Coworking e Administração. Porém para efeito de cálculo
e considerando que o empreendimento possui vestiário com chuveiros, 3. Capacidade do Reservatório
considera-se o pior cenário. Também já é possível estimar com precisão
a quantidade de usuários que trabalham no edifício, seja na área de CR = 2 x CD
Coworking, Administração ou Recepção, portanto não há a necessidade CR = capacidade total do reservatório (litros);
de fazer uma estimativa pela metragem quadrada como sugere a tabela.
Deve-se levar em conta o desabastecimento pela
concessionária de pelo menos dois dias, portanto o reservatório deve
ter capacidade de armazenar pelo menos dois dias de consumo 149
diário. Portanto:
CR = 2 x 12.200
CR = 24.400 L de capacidade total que devem ser divididos para o Tabela 05 - Componentes para cada hidrante simples e mangotinho. Fonte: NT
reservatório inferior (60%) e reservatório superior (40%); 15/2009, CBMES, 2009.
CRi = 0,60 x 24.400 = 14.640 L
CRs = 0,40 x 24.400 = 9.760 L A partir da classificação do edifício definida anteriormente
como sendo B-1, com uma carga de incêndio de 500 MJ/m²
3. Capacidade do Reservatório e levando em conta o potencial construtivo do terreno, a partir do
coeficiente de aproveitamento que permite construir no máximo 1.190
Segundo a tabela A.1 do anexo A da NT 04/2009 do Corpo m², pode-se estabelecer a capacidade da RTI. Neste caso, para até
de Bombeiros Militar do Espírito Santo, o edifício se enquadra em várias 2500 m², a norma exige uma instalação Tipo 3 e uma RTI de 12 m³ =
classificações pela diversificação do seu uso, porém aqui, para efeito de 12.000 litros. Portanto, esse valor deverá ser acrescido à capacidade
cálculo leva em consideração o pior cenário, o uso da edificação como do reservatório superior da edificação. Logo:
Hotel (divisão B-1), com a maior Carga de Incêndio, de 500 MJ/m². CRs = 9.760 + 12.000 = 21.760 L
Portanto, o reservatório superior deverá ter capacidade de
armazenamento de pelo menos 21.760 L (~22m³), seguindo as
normas de combate à incêndio do Corpo de Bombeiros.

3. Reservatório Pluvial
Tabela 03 – Valores das Cargas de Incêndio Específicas. Fonte: NT 04/2009,
CBMES, 2009. A capacidade do reservatório para o armazenamento e
eventual reaproveitamento de águas de chuva pode ser calculada
Classificada a edificação partimos para o valor de sua com a seguinte fórmula.
Reserva Técnica de Incêndio, a partir da sua metragem quadrada e V= 0,15 x Ai x IP x t
do tipo de sistema de combate à incêndio (hidrantes e mangotinhos) Em que:
definida pela tabela A.2 e A.3 do Anexo A da NT 15/2009. • V= volume do reservatório;
• Ai= área total impermeabilizada;
• IP= Índice pluviométrico, igual a 0,04 mm/hora;
• t= tempo de duração da chuva, igual a uma hora.
A legislação não aplica a exigência de taxa de
permeabilidade, portanto deve-se considerar toda a área do lote
como a área total impermeabilizada uma vez que não se propõem
nenhuma área permeável para o projeto. Logo:
V = 0,15 x 425 x 0,04 x 1
V = 2,55 m³ = 2.550 L

Tabela 04 -Tipos de Sistemas e Volume da Reserva Técnica de Incêndio. Fonte: NT


15/2009, CBMES, 2009.
150

APÊNDICE D
PRÉ-DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL

Para a estrutura do edifício optou-se por utilizar estruturas


metálicas (vigas e pilares de aço) e lajes em Steel Deck. Os sistemas
estruturais que possuem simultaneamente perfis de aço e concreto,
são considerados estruturas mistas. A vantagem de se combinar
ambos os materiais é que juntos formam um único elemento estrutural
com as vantagens de cada material, como a resistência à tração e à
compressão. O sistema de Steel Deck, portanto, trata-se de uma laje
mista com forma metálica de aço sob uma camada uma camada de
concreto moldado in loco conforme a figura 01.
Para a vedação, optou-se por alvenaria de tijolos cerâmicos,
uma vez que o revestimento escolhido para a fachada foram placas
Figura 01 - Detalhe de uma laje mista com fôrma de aço incorporada. Fonte:
de ACM que exigem uma estrutura de fixação em paredes rígidas. Campos (2001).
Para o interior do edifício a escolha foi o sistema de Drywall, levando
em conta que a proposta pressupõe que a planta do edifício possa
sofrer alterações ao decorrer do tempo e este sistema permite mais
flexibilidades nas alterações de paredes divisórias internas.
Para o pré-dimensionamento do perfil de vigas e pilares
metálicos de aço, Rebello (2000), traz gráficos simples que orientam
para o tamanho dos perfis relacionando com o tamanho do vão a ser
vencido (no caso das vigas) e com a quantidade de pavimentos (no
caso dos pilares). Os gráficos são gerados a partir de uma superfície
inserida entre duas linhas: a linha inferior representa os valores mínimos
e a linha superior os valores máximos para as alturas das vigas e dos Figura 02 - Gráfico para pré-dimensionamento de vigas de aço. Fonte: Rebello
pilares. Segundo Pravia (2002), o uso dos limites inferior ou superior (2000)
deve variar pelo bom senso. Com estruturas pouco carregadas, como
por exemplo, as coberturas, usa-se o limite inferior, na dúvida, a região
intermediária. No caso de uma estrutura bastante carregada deve-se
usar o limite superior.
No projeto, com poucas exceções os vãos entre pilares
ultrapassam 7 m, portanto, para altura das vigas optou-se por usar
30 cm de altura para a maioria dos perfis metálicos, de forma a não
comprometer consideravelmente a altura do pé-direito. Para os pilares,
seguindo a orientação do gráfico, para uma estrutura de 5 pisos +
cobertura, o perfil mínimo exigido está aproximadamente entre 15 à
Figura 03 - Gráfico para pré-dimensionamento dos pilares de aço. Fonte: Rebello
35 cm. Optou-se também neste caso, por um perfil metálico de 30 cm. (2000)
"Ilha cercada de sol por todos os lados.
Os visíveis e os invisíveis,
Vitória é ringue onde dois ventos lutam;
Com o nordeste, refresca-se do calor;
Treme de frio no pulso do vento sul.
É certo: dois sopros disputam Vitória.
O vento sul às vezes ganha
E toma do forte nordeste o espaço todo.
Por quê?
0 100 200 400 m Ninguém sabe (...) "
Fernando Achiamé

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