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PAVILHÃO DE PORTUGAL

| Parque das Nações, Lisboa, Portugal |

DAs InfLUêncIAs ARqUITEcTónIcAs


à EDIfIcAçÃO DUmA ObRA ImPOnEnTE

História da Arquitectura Contemporânea

FAUP 2019/2020 | Professores: Carlos Machado, Gisela Lameira | Vítor Magalhães

1 2
3 4
“À procura a fórmula mais que perfeita” 1

1. Siza A., Moura, E. S., Pavilhão de


Portugal, CRITÉRIO - PRODUÇÃO
GRÁFICA, LDA, Lisboa, 1998, pág. 18

5 6
“Contudo, o desenho não é para Siza uma linguagem autónoma; trata-

Vittorio Gregotti, sobre Álvaro Siza Vieira, Imaginar a evidência, Laterza & Figli S.p.a.,
Roma,1998.

7 8
ÍnDIcE:

Introdução 12

A ExposIção unIvErsAl dE lIsboA, Expo’98 – o “nAscEr dE um monumEnto”. 14

brEvE cronologIA do: “nAscEr dE um monumEnto”. 18

dAs InfluêncIAs Em sIzA vIEIrA. 24

rElAção com o rIo, o mAr E A ÁguA. 30

À EdIfIcAção dE umA obrA ImponEntE. 34

o progrAmA E o sEu projEcto. 39

do lIvro rEEscrEvEr o pós-modErnIsmo. 47

conclusão. 49

bIblIogrAfIA 51

9 10
InTRODUçÃO

O Pavilhão de Portugal foi projectado por Álvaro Siza Vieira, entre os anos
1995 e 1997/8, para a Exposição Mundial de 1998 em Lisboa, Portugal.

Começar com uma abordagem ao contexto histórico, político e social do


local eleito e do próprio arquitecto, para demonstrar os fundamentos e
compreender os motivos e estímulos que originaram a construção do
edifício e o objecto de estudo, é o ponto de partida deste trabalho.

Em sintonia com a abordagem anterior, será apresentada um conjunto

Como passo seguinte, um estudo mais programático, para entender o ponto


de vista da implantação do edifício no local, da sua função e respectivas
funcionalidades, da sua espacialidade no lugar, das suas relações, etc,

de modo a que se possa entender o projecto em si. Sendo, também,


apresentada a materialidade dos elementos arquitectónicos e a execução
dos trabalhos construtivos. Havendo aqui um ou outro foco de estudo, seja
no contexto interior ou seja no exterior. Nesta fase, será explicada a função
de cada um dos elementos estruturais, assim como o seu contexto espacial
e respectivo Programa.

arquitectos não inventam, transformam a realidade”, será elaborada a


conclusão deste trabalho.

11 12
A ExPOsIçÃO UnIVERsAL DE LIsbOA, ExPO’98 – O “nAscER DE Um mOnUmEnTO”.

13 14
A exposição Universal de Lisboa destacou o papel dos oceanos na história e exposições foram posteriormente inutilizadas após realização do evento.
desenvolvimento dos povos e lança internacionalmente o nome de Portugal, A intenção da cidade de Lisboa foi, integrar todas as áreas das exposições
que em paralelo realizou um interessante projecto de renovação urbana e numa envolvente de futuros desenvolvimentos da cidade. Esta dinâmica
ambiental dum espaço ribeirinho. A área destinada ao desenvolvimento da organizativa criou novas zonas de desenvolvimento urbano positivo.
Exposição foi uma zona de grande deterioração ambiental nas margens do
E assim, o Plano Director da Exp’98, optou por um esquema urbano muito
petróleo, entre outras, desenvolvia actividades altamente poluentes. Por claro, desenvolvido ao longo de uma zona arbórea e com contacto e relação
esta razão, a organização da Expo não apenas consideraram recuperar essa com a água do mar. E o acesso principal seria feito através de um Edifício
grande área envolvente das docas de Lisboa, mas também tiveram como bem no centro do complexo da Expo’98.
objectivo recuperá-la e transformá-la numa área de grande dinâmica para
o desenvolvimento posterior da cidade de Lisboa. Aliado a essa dinâmica,
os organizadores do evento decidiram que não queriam seguir o exemplo da Expo: o Pavilhão de Portugal, Projectado por Álvaro Siza Vieira.
de outras exposições, realizadas noutros países, das quais, as zonas das

O Pavilhão de Portugal

15 16
bREVE cROnOLOGIA DO: “nAscER DE Um mOnUmEnTO”.

Em 1998 foi atribuída a Portugal a realização da Feira Mundial, ou Feira 2. Siza A., Moura, E. S.,
Internacional, mais conhecida por “Expo’98”, cujo tema foi: “Os oceanos: um Pavilhão de Portugal,
património para o futuro”, e realizou-se em Lisboa, Portugal, de 22 de Maio CRITÉRIO - PRODUÇÃO
a 30 de Setembro de 1998. GRÁFICA, LDA, Lisboa, 1998,
pág. 5
Poucos anos antes, em 1994, Simonetta Luz Afonso, directora geral do
Instituto Português de Museus, cargo que desempenhou até 1996, recebeu
3. Pergunta que António
um telefonema de António Mega Ferreira, comissário executivo da Expo’98,
Mega Ferreira fez a
Simonetta L. Afonso -
na Expo ‘98? 3 retirado da edição: Siza
A., Moura, E. S., Pavilhão
de Portugal, CRITÉRIO -
que muito lhe agradou: os Oceanos e a celebração da viagem de Vasco da PRODUÇÃO GRÁFICA, LDA,
Gama! 4 Lisboa, 1998, pág. 5

Estava, então, lançado o repto que iria dar início ao nascer de monumento 2,
para servir de espaço cerimonial da inauguração da Feira Mundial: Expo’98. 4. Manifestação do efeito
de admiração, e prazer,
De entre dois caminhos a seguir, para intencionar o conjunto de conceitos
e ideias para ir ao encontro do tema, do fácil que era o de juntar o vasto se expressou na interjeição
e precioso património do tempo dos Descobrimentos e fazer uma grande que Simonetta fez a si
exposição, Simonetta ambicionou seguir o segundo caminho, o mais própria - retirado da edição:
difícil: desenvolver o tema de forma abrangente e universalista, aproveitar Siza A., Moura, E. S., Pavilhão
de Portugal, CRITÉRIO -
a ocasião para “deixar alguma coisa que perdurasse além da efemeridade
PRODUÇÃO GRÁFICA, LDA,
Lisboa, 1998, pág. 5
las a conhecer ao grande público, usar as novas tecnologias e trazer à luz da
ribalta peças novas do tempo dos Descobrimentos” 5. E entendeu, assim, “dar
ao público a ideia de um país com um passado que sabe preparar o futuro” 6. 5. Siza A., Moura, E. S.,
Pavilhão de Portugal,
O projecto teve, assim, uma amplitude que importava a constituição de uma CRITÉRIO - PRODUÇÃO
equipa capaz de aproximar a ideia do tema à concretização na realidade, e GRÁFICA, LDA, Lisboa, 1998,
para isso já sabia que o arquitecto seria Álvaro Siza Vieira, “com quem nunca pág. 5
tinha trabalhado e cuja obra muito admirava” 7.
6, 7, 8. Siza A., Moura, E.
Os dois encontram-se em Lisboa em 1995, onde Álvaro Siza Vieira apresenta S., Pavilhão de Portugal,
CRITÉRIO - PRODUÇÃO
“ GRÁFICA, LDA, Lisboa, 1998,
localização simbólica, à luz!” 8. pág. 6

Siza, ao esboçar o projecto para ir ao encontro das suas ideias, preconcebidas

expositivos, apresenta convite a Eduardo Souto Moura, a quem entrega a


responsabilidade do trabalho de arquitectura da exposição. Souto Moura
desenhou, então, o espaço das exposições e implantou-o diversas vezes até

17 18
9. Siza A., Moura, E. S., criar o efeito pretendido, e de acordo com a ideia que Siza pensara apresentar Desenho 2, Siza A., Moura,
Pavilhão de Portugal, a Souto Moura, para esses espaços expositivos, do Pavilhão de Portugal, tal E. S., Pavilhão de Portugal,
CRITÉRIO - PRODUÇÃO como expressou: “ CRITÉRIO - PRODUÇÃO
GRÁFICA, LDA, Lisboa, 1998, GRÁFICA, LDA, Lisboa, 1998,
pág. 26 na capacidade do espaço de receber várias intervenções. Quando escolhi este pág. 16

10. Siza A., Moura, E. S.,


Pavilhão de Portugal,
alguém que assumisse todas as contradições e com capacidade para isso” 9.
CRITÉRIO - PRODUÇÃO
Mais uma vez denoto a forma de intervenção pós-modernista no pensar
GRÁFICA, LDA, Lisboa, 1998,
pág. 8 de Siza, em relação ao Reescrever o Pós-modernismo, pois o arquitecto
manifesta aqui a intenção de retransformar a tradição arquitectónica
portuguesa, como ele reconhece, com a manifestação de dois pensamentos Desenho 2. A. Siza Vieira
arquitectónicos de complexidade e contradição: a dele e a de Souto, e, ao
mesmo tempo, Siza Vieira queria que o Pavilhão também simbolizasse a Desenho 3, Siza A., Moura,
cidade de Lisboa e vê a sua estrutura como fundamento do caráter urbano, E. S., Pavilhão de Portugal,
como se encaixasse em uma cidade. Ele esperava que o Pavilhão pudesse CRITÉRIO - PRODUÇÃO
de alguma forma representar a capital numa maneira natural de evocar a GRÁFICA, LDA, Lisboa, 1998,
cidade como um todo contemporâneo, rescrevendo-a. pág. 37

Após a formação da equipa “ideal”, e de muita imaginação para criar um



9
, estabeleceu-se uma espécie de compromisso com a decisão que agrada
a todas as partes envolvidas na procura dos caminhos arquitectónicos a
seguir, dos quais implicava uma continuidade, isto é, que não seria uma obra
temporária, mas sim que seria depois reaproveitada com novas funções,

A
solução arquitectónica a que chegámos para a implantação dos conteúdos foi
aquela que nos permitia um edifício que ia ter uma função transitória (e depois
10
. Desenho 3. A. Siza Vieira

a importante função protocolar de PAVILHÃO DO PAÍS ANFITRIÃO

após ter sido presenteada com os belíssimos desenhos de Álvaro Siza Vieira,
expressa ao mundo “O NASCER DE UM MONUMENTO”.

Desenho 1, Siza A., Moura,


E. S., Pavilhão de Portugal,
CRITÉRIO - PRODUÇÃO
GRÁFICA, LDA, Lisboa, 1998,
pág. 15

Desenho 1. A. Siza Vieira Imagem 1. Maquete do Pavilhão de Portugal

19 20
21 22
DAs InfLUêncIAs Em sIzA VIEIRA.

11. Siza A., Moura, E. S., “... um desejo que acompanhou sempre a concepção do Pavilhão de Portugal, de Coloco a origem das hipóteses no papel do tema: Oceanos e celebração da 12. Siza A., Moura, E. S.,
Pavilhão de Portugal, viagem de Vasco da Gama, que na época dos Descobrimentos teve num Pavilhão de Portugal,
CRITÉRIO - PRODUÇÃO barco, em meu entender na Nau, embarcação imponente e de grande CRITÉRIO - PRODUÇÃO
GRÁFICA, LDA, Lisboa, 1998, país com um passado que sabe preparar o futuro. porte, símbolo da grandeza marítima de Portugal no auge da Carreira da GRÁFICA, LDA, Lisboa, 1998,
págs. 6 e 7 ... Acrescentei, ainda, que queria que o visitante, depois de ter visto o pavilhão Índia. E terá servido como ponto de partida para a criação dos desenhos pág. 16
por fora, entrasse na exposição, esquecesse que estava num edifício e viajasse do projecto, como referiu Siza Vieira: “.
connosco! São as imagens que materializam as ideias e que o vão conduzir, 13. Siza A., ULISBOA, Revista
da Universidade de Lisboa,
da doca. Como se fosse um barco.” 12. “Um barco atracado é uma coisa bem
01, Dezembro de 2016,
presente.” 11 agarrada a um molhe, uma coisa que, por si, não tem a estabilidade total, mas
págs. 11
.” 13.
Das palavras expressas no relato de Simonetta Luz Afonso, para descrever 14. Siza A., Moura, E. S.,
o “nascer de um monumento”, transmitem-me com clareza a ideia da Pavilhão de Portugal,
construção de um edifício que se iria materializar e transformar num aos desenhos de Siza, pois o arquitecto constrói sonhos, onde cada desenho CRITÉRIO - PRODUÇÃO
seu produz uma visão que enche os sentidos, e mostram a genuinidade GRÁFICA, LDA, Lisboa, 1998,
dos gestos que delinearam toda a magnitude da obra idealizada. E deixam pág. 17
dos Descobrimentos. ver que o resultado não foi procurado com racionalidade absoluta, apenas
E assim, estabeleço o objectivo de fornecer através de investigação resultante poético e com função própria e emotiva para a efeméride, isto é, com os
desenhos foi encontrada a génese do Pavilhão de Portugal.

1
e seu projecto, outros projectos e obras de referência e que expressem

entrevistas com o arquitecto, em publicações e visitas in-loco, exporei o seu


A
Desenho 4, Siza A., Moura,
que o “orientaram” nas várias hipóteses da concepção do “monumento”,
E. S., Pavilhão de Portugal,
tendo em especial atenção a relação com a zona envolvente e a ligação CRITÉRIO - PRODUÇÃO
directa e clara com o oceano. GRÁFICA, LDA, Lisboa, 1998,
pág. 17

Imagem 2. Vista aérea do Pavilhão de Portugal. Desenho 4, A. Siza Vieira. “Atracar o edifício como um barco”. 14

23 24
15, 16. Na sequência da Assim, com ferramentas para expressar os objectivos deste trabalho 17. Na sequência da entrevista,
entrevista, Jorge Figueira, apresento vários desenhos e esquissos elaborados por Siza Vieira. Estes
onde considerou que o livro complexidade e contradição é transportada da antiguidade clássica para a Jorge Figueira, onde considerou
de Ventury defende uma
transmitem uma organização que atribuem uma matriz, que deram que o livro de Ventury defende
arquitectura “complexa e uma arquitectura “complexa e
presença, em pensamento, do Partenon, na Acrópole de Atenas, Grécia, que
Neste sentido, os desenhos, não são apenas desígnios transformados em
também a arquitectura de era visto como o maior monumento cultural da história da humanidade, também a arquitectura de
composições executadas com perfeição e sentido estético, mas sim, são Siza ser uma arquitectura de
Siza ser uma arquitectura de onde a sua entrada imponente com o seu frontão ornado com esculturas
como elementos teóricos que podem ser compreendidos como uma fase complexidade e contradição”
complexidade e contradição” decorativas, que eram considerados um dos pontos altos da arte grega,
Figueira, J. Reescrever o Pós- conceptual da organização espacial. E que vão permitir estabelecer os Figueira, J. Reescrever o Pós-
vislumbram a ideia do monumental pórtico do Pavilhão (Imagem 4). E moderno, sete entrevistas,
moderno, sete entrevistas,
também, já dentro do pensamento pós-moderno, pelo formalismo clássico EQUAÇÕES DE ARQUITECTURA
EQUAÇÕES DE ARQUITECTURA transferiu para desenhar o “monumento” ideal e perfeito.
DAFNE EDITORA, Porto, 9 de de Aldo Rossi, que entendo fazer-se representar no Pavilhão de Portugal DAFNE EDITORA, Porto, 9 de
Fevereiro de 2017, págs. 22 e (Imagem 3), com os pilares dos contrafortes do pórtico que sustentam a Fevereiro de 2017, págs. 22 e
O Pavilhão de Portugal denota ser um edifício que se pode considerar o 24
24 “pala”, e têm muita semelhança com os do Cemitério de Modema desse
“rescrever o pós-moderno”, tal é a sua importância e relevância teórica
17. Siza A., Moura, E. S., onde:
Pavilhão de Portugal, CRITÉRIO
formalismo suave e imponente. “… O Rossi é um pouco desigual nas suas
- PRODUÇÃO GRÁFICA, LDA, realizações, mas por várias razões, mas os seus melhores edifícios têm a magia
Lisboa, 1998, págs. 6 e 7 , A. Siza
- é convicto no modo como defende Rossi e descreve Ventury como: “uma
Vieira 17.
lufada de ar fresco” .15
Analisando com outro panorama, em “detalhe” ponderado, mais sereno,
os desenhos e esquissos de Siza Vieira, percebo que a arquitectura do
Pavilhão de Portugal é uma arquitectura de continuidade no sentido de que
em Siza uma linguagem “maneirista”, que já em si nascera, mas que se
o arquitecto procura (re)transformar os aspectos funcionais, construtivos
reescreveu na Arquitectura contemporânea. Como diz Siza: “Pós Modernos
e estéticos, para dar lugar a uma inovadora e contemporânea estrutura,
somos todos… Na sequência de uma viagem aos Estados Unidos dos arquitectos
cuja essência vai ao encontro de uma nova geração de edifício protocolar,
que participavam, apareceu para mim o livro de Venturi, Complexity and
onde a simplicidade predomina e impinge-lhe um cunho pós-modernista
contradiction in architecture, que realmente me impressionou, muitíssimo, que
reescrito na singeleza dos seus traços, sensíveis à amplitude a que se liga o
me marcou muito”16.
respeito pelo local e sua envolvente e a história que Portugal transmite ao

i
mundo.
Se observar com atenção os desenhos, Siza usa, de certa forma,
singularidades espectaculosas, isto é, formas arquitectónicas que denotam
uma intenção de vontades, uma espécie de caprichos que, em si, parecem

Desenho 5, Siza A., Moura, E. S.,


Pavilhão de Portugal, CRITÉRIO
- PRODUÇÃO GRÁFICA, LDA,
monumento, mas sim transmitir uma referência teórica.
Lisboa, 1998, pág. 21

Desenho 5. A. Siza Vieira, A inevitabilidade dos caprichos 17. Imagem 3. Imagem 4. Imagem 5.

25 26
19. http://cvc.instituto-camoes.pt/ Embora não tenha documentos objectivos que possam dar a entender as Da mesma forma, embora aqui já possa fundamentar com alguma 20. Siza A., Moura, E. S.,
navegaport/c15.html Pavilhão de Portugal, CRITÉRIO
referências que Siza Vieira utilizou para o edifício, eu julgo que me posso comprovação do próprio autor do projecto, a pala (cobertura de directriz
- PRODUÇÃO GRÁFICA, LDA,
apoiar na ideia de que, materializando o tema do Pavilhão de Portugal num parabólica), com uma espessura de 20 centímetros em betão armado pré- Lisboa, 1998, pág. 23
pensamento meditativo pessoal: esforçado, leva à referência com os toldos das barracas que existem nas
praias. Pois, Siza Vieira, como sendo natural de Matosinhos, uma cidade que 21. Siza A., Moura, E. S.,
Pavilhão de Portugal, CRITÉRIO
- PRODUÇÃO GRÁFICA, LDA,
junto ao que parece um cais, ou a um lado duma doca, na imagem dessa as praias e conhecia bem esses toldos. Onde debaixo deles criavam-se
Lisboa, 1998, pág. 22
embarcação, num sentido pós-moderno rescrito. Pois, o edifício foi ambientes de sociabilidade entre as pessoas, dando referência ao desenho
construído em duas estruturas, sendo uma a Praça Cerimonial, que é um
espaço aberto e protegido por uma enorme pala de betão, de construção ser uma hipótese, tal como diz numa entrevista: “Não sei se a pala surgiu
arquitectónica inovadora e progressista, e o Pavilhão de Portugal como analogia dos toldos da praia, considerando a proximidade da água. Não
propriamente dito, com cave e dois pisos, que se desenvolve em torno de sei 20
.
um pátio interior. Subindo uma escada a partir de um átrio, atravessa-se
uma sucessão de espaços, que formam um dos lados do andar do pátio, De qualquer modo, passe as reminiscências e referências conceptuais, a
salas que abrem em varanda corrida para a fachada poente (virada para a ideia da pala é segundo Siza Vieira: “A pala é de betão e tem 20 centímetros.
doca). Esta está protegida por um enorme e ligeiro pórtico junto a água, que Sólida. A forma física da pala obedece ao cálculo do cair natural de uma tela. Se

pala, que corre ao longo desta fachada. tratam os engenheiros. Tenho a ideia da pala e pergunto aos engenheiros se é

- Analogamente, a Nau, e neste caso de grande porte como a que Vasco da que se podia fazer.
Gama utilizou na época dos Descobrimentos, “com castelos de proa e de popa, Estudaram inúmeras hipóteses, foram falando comigo para, em conjunto,
dois, três ou quatro mastros, com duas ou três ordens de velas sobrepostas, eram estudarmos as possibilidades. Não é a pala que vai diferenciar o Pavilhão de
imponentes e de armação arredondada. Tinham velas latinas no mastro da ré,
de três ou quatro cobertas, castelos de popa de três pavimentos (tolda, alcáçova associada a um edifício com janelas iguais. É isso que lhe dá carácter” 21.

arquitectura se integra perfeitamente no casco; levantam três mastros, o grande


e o traquete com pano redondo, e o da mezena com pano latino, que tem a
capacidade de contornar os ventos gerais tirando partido do velame redondo,
que é adequado para navegar com vento pela popa” 19.
Nesta análise, as velas da Nau parecem dar referência à pala do edifício e
a restante estrutura de arquitectura da embarcação parece relacionar-se
com a construção da parte estrutural do edifício do pavilhão. (imagens 6 e 7)

Imagem 6. Pavilhão de Portugal. Imagem 7. Nau Imagem 8. Toldo da Praia. Desenho 6. A. Siza Vieira

27 28
RELAçÃO cOm O RIO, O mAR E A ÁGUA nomeadamente nas construções sobre as margens do estreito de Bósforo
com as Yali (Imagem 11), que na língua turca designa uma casa que defronta
22. Siza A., ULISBOA, Revista
da Universidade de Lisboa, 01,
Dezembro de 2016, págs. 11
um corpo d’água, e a aproximação directa com a água. E onde o pôr do sol

A relação directa com a água é, portanto, a referência da parte principal


de um todo que o arquitecto usa para estabelecer as pistas que o ajudam
na elaboração do projecto do Pavilhão do Atlântico, dentro do contexto
programado no tema e associado à conotação histórica do simbolismo da
Portugal junto à linha do mar, e possíveis de serem base de síntese, são água na época dos Descobrimentos.
as cidades construídas com uma relação directa com a água ou o mar.
Partindo deste pressuposto, podemos considerar, que o arquitecto parece Em entrevista à revista ULISBOA, o arquitecto faz referência a essas duas
pensar na construção de uma nova cidade dentro de uma cidade junto ao cidades, incluindo a própria cidade de Lisboa: Um barco atracado é uma coisa
bem agarrada a um molhe, uma coisa que, por si, não tem a estabilidade total,
de imensos edifícios com variadas expressões arquitectónicas. Daí que
se possa reconsiderar que muitas das pistas, que levaram Siza Vieira a
conceber a representação arquitectónica do edifício, se tenham baseado
em cidades com relação directa com o mar.
A aproximação do pavilhão à água denota, então, alguma referência com destas três cidades. Porque me surgiram estas referências? Lisboa, porque era
outras cidades que têm uma relação parecida com a cidade de Lisboa. E a onde estávamos a trabalhar, e há uma parte de Lisboa que surge nos anos
zona do edifício segue essa ligação. Siza Vieira aproxima, então, a cidade 40, as avenidas novas, que é uma nova cidade dentro da cidade, a que eu
de Lisboa à cidade de Veneza, porque a sua relação muito próxima com a reconheço muita qualidade. E Veneza: sempre que estou em Veneza, faço esta
água, fazem do lugar do Pavilhão de Portugal uma concordância de espaço ligação a Lisboa. A luz não é a mesma, mas aqueles poentes têm a ver com
Lisboa, e há aquela relação muito direta com a água. A Turquia, porque me
sol tem parecenças com os de Lisboa (imagens 9 e 10). tinha impressionado muito Istambul – onde nunca estive –, pela descrição que

Também a cidade de Istambul, na Turquia, aparenta ser uma relação


com a água 22.

sEmELHAnçA ARqUITEcTónIcA

Imagem 9. Pavilhão de Portugal Imagem 10. Veneza, Itália Imagem 11. Bósforo, Istambul, Turquia.

29 30
31 32
à EDIfIcAçÃO DE UmA ObRA ImPOnEnTE

Pegando nas palavras de Jorge Figueira, do livro Reescrever o Pós-Moderno, 23. Figueira, J. Reescrever o
Pós-moderno, sete entrevistas,
quando escreve: “Fazer arquitectura não é fácil; fazer arquitectura com este
EQUAÇÕES DE ARQUITECTURA
grau de intensidade, ao longo de cinco décadas e meia, não se consegue sem uma DAFNE EDITORA, Porto, 9 de
enorme resiliência mental e cultural” 23, entendo aqui a grande capacidade Fevereiro de 2017, págs. 18 e 19
imaginativa de Siza Vieira, quando se centra na elaboração de um projecto
24. Siza A., ULISBOA, Revista
de arquitectura com a magnitude do Pavilhão de Portugal, tanto mais que da Universidade de Lisboa, 01,
acresce, ainda, ao edifício, um enorme valor e simbolismo que representa o Dezembro de 2016, págs. 9
sentido Cultural de Nação de Portugal perante o mundo.
Por isso, O arquitecto, no meu entender, não pretendeu criar apenas 25. Figueira, J. Reescrever o
Pós-moderno, sete entrevistas,
um edifício bem construído, mas sim gerar um património que desse ao EQUAÇÕES DE ARQUITECTURA
país, perante o mundo, o valor do reconhecimento do papel que Portugal DAFNE EDITORA, Porto, 9 de
desenvolveu na época dos Descobrimentos. Fevereiro de 2017, págs. 18 e 19
E assim, Siza Vieira, ao idealizar esse património, serviu-se da sua experiência
mental e cultural acumulada, para encontrar modelos a seguir, ou pontos
de apoio iniciais para a construção do Pavilhão de Portugal.
Na elaboração do Programa, este indicava que teria que ter dupla função,
isto é, seria primeiro um edifício para evocar a efeméride da Expo’98 e, no
termino do evento, seria reaproveitado para novas funções de utilidade.

construção: um edifício modular.

Siza Vieira refere que nos primeiros esquissos o pavilhão estava projectado
como que junto a um molhe, o que quer dizer que estava em linha com o mar.

cais. Tal como expressa o arquitecto: “

tiradas naquele sítio” 24. Com isto, a grande capacidade e “enorme resiliência
mental e cultural” 25 do arquitecto, para encontrar soluções, vagueia pela
história da arquitectura, mas encontrando pontos de relação pós-moderna

levem a encontrar a construção ideal para o pavilhão.

Desenho 7. A. Siza Vieira

33 34
O Pavilhão de Portugal (imagem 12), é uma construção em duas estruturas: Na procura das referências ideais, denoto na construção do pavilhão que 26. Siza A., ULISBOA, Revista
um grande espaço coberto e um edifício, construídos como um todo. O Siza Vieira parece ter em Oscar Niemeyer, uma ligação arquitectónica, da Universidade de Lisboa, 01,
Dezembro de 2016, págs. 10
espaço com a cobertura serve como recepção, como se fosse o um hall nomeadamente na cobertura da Praça Cerimonial (pala). Pois esse arquitecto
de grandes dimensões, e o edifício serve para albergar os elementos de transforma as curvas em poesia, onde a sua plasticidade transmite uma
referência às exposições programadas, entre outros eventos culturais. serenidade formal, mas ao mesmo tempo deixa transparecer a beleza e
A referência arquitectónica mais próxima ao projecto do edifício, que o encanto sereno do espaço. Tal como a pala de que Siza projectou para
encontro, parece estar no Museu de Arte de São Paulo, Brasil, projectado o pavilhão, esse sentimento está presente e desperta um sentimento de
por Lina Bo Bardi (Imagem 13), sendo uma arquitectura simples mas que leveza que faz esquecer o “pesado” betão da sua construção Imagens 14 e
apresenta características de monumental, e que com as suas dimensões 15).
têm alguma analogia. Se repararmos que está elevado do chão a uma altura
quase coincidente com a pala do Pavilhão do Atlântico. E que todo o edifício “...em determinada altura, era um coberto em curvas, um bocadinho à maneira
está suportado em dois enormes pilares em cada extremidade, a relação do Brasil [referência à Marquise do Parque Ibirapuera, em São Paulo, de Oscar
aos pórticos, com os seus contrafortes que sustentam a pala do edifício Niemeyer]. Rapidamente vi que para isso tinha de ter colunas de suporte, o que
do pavilhão, parece evidente. E a praça em baixo tem alguma relação de condicionava as tais cerimónias de recepção. E daí surgiu a ideia da cobertura.
referência com o espaço cerimonial projectado por Siza Vieira. No entanto Essa ideia surgiu em conjunto com o engenheiro dessa fase do anteprojecto, o
talvez não seja uma melhor referência devido ao facto de o edifício se engenheiro Cecil Balmond” 26.
apresentar como uma arquitectura brutalista, neste caso a brasileira,

Imagem 12. Pavilhão de Portugal Imagem 13. Museu de Arte de São Paulo, Brasil Imagem 14. Pavilhão de Portugal, a Pala. Imagem 15. Parque Ibirapuera, Brasil.

35 36
37 38
O PROGRAmA E O SEU PROjEcTO

27. Siza A., Moura, E. S., “Um arquitecto, normalmente, trabalha com um programa e uma série de
Pavilhão de Portugal, CRITÉRIO condicionantes. Uma das condicionantes é o sítio. O facto de ser uma paisagem
- PRODUÇÃO GRÁFICA, LDA,
Lisboa, 1998, pág. 13
natural ou o interior de uma cidade tem as suas implicações, mas é também
aqui que se procura o estímulo para iniciar o trabalho. A primeira ideia com
possibilidades de ser desenvolvida, tendo em vista determinados objectivos e
limitada por certas condicionantes, é muitas vezes impossível de se materializar.

edifício várias possibilidades de aproveitamento. No futuro, este edifício podia


ser um museu, mas também podia ser um escritório” 27.

Do Reescrever o Pós-Moderno, o arquitecto, assumindo-se como

O arquitecto não inventa, transforma”, portanto,


reescreve o pós-moderno. Isto é, que a obra arquitetónica dualmente “tão
modernista e tão européia ao mesmo tempo” teria Siza Vieira que projectar,
se não a que seria de facto adequada à Expo’98, e especialmente quando

culturais de Portugal, e as contribuições para promover o conhecimento,


a ciência, a descoberta, e progresso global. Até certo ponto, ao falar sobre
Pavilhão, as exposições e os programas que vai receber teria que apresentar

E na precisa linguagem que os seus desenhos me transmitem, dos registos


colocados em foco, pelo sentido de reminiscência apresentado pela
singeleza dos seus traços, todo esse processo traduz-me, do programa
e respectivo projecto, a qualidade da construção, tanto mais que vejo no
programa a narrativa da história de Portugal enquanto Nação na Época dos
Descobrimentos, com a viagem marítima de Vasco da Gama. Reescrita, mas
sem adulterá-la, apenas mostrando essa herança com uma linguagem bela
num lugar institucional de transcendência cultural que muda a natureza do
espaço.

Desenho 7. A. Siza Vieira.

39 40
A planta baixa do Pavilhão de Portugal apresenta a morfologia construtiva O principal aspecto para determinar a futura adaptabilidade do edifício,
que o arquitecto utilizou para determinar a tipologia dos espaços. Nela foi a utilização de um módulo de 5x7,5 metros, com a criação da grade

tipologia do edifício, isto é, que pode ser reescrita a sua forma e volumetria, piso térreo e do piso superior.
transformando-o num edifício multiuso. O projecto do pavilhão tinha a condicionante de coordenar diferentes
O edifício é construído por duas estruturas: uma praça coberta e outra por escalas de importância e de uso, pois deveria ser usado como espaço
que é o pavilhão. Julgo aqui que o arquitecto quis dar uma distinção diferente
a essas duas construções, não só pelo destino a que estava expresso no com um papel de expressão institucional de hospedagem e recepção de
dignitários estrangeiros para a Expo’98. Neste caso, os dois andares foram
A praça, que foi projectada para servir como zona de recepção e divididos em dois espaços em “L”, à volta do pátio central.

As imagens 1, 2 - mostram as plantas dos pisos térreo e superior do Pavilhão


aço amarrados aos dois pórticos laterais. de Portugal, e a imagem 3 a seção longitudinal. Marcado a cinzento claro
Uma das características que mais realçam o edifício do pavilhão é o
pátio central. Este parece dar relação histórica com muitos dos edifícios os espaços de altura dupla referentes a “espaços de exposições provisórias.
portugueses da época dos Descobrimentos, como é o caso dos que contêm A cinzento escuro são os espaços inacabados/não utilizados. Observa-se
um claustro. Com o piso térreo mais compacto e mais alto que o piso

piso térreo com 4 metros de altura e piso superior com 5,5 metros - fazem
lembrar, reescrita, portanto, a construção dos “piano nobile” dos palácios
europeus clássicos.

Espaços de altura dupla referentes a


áreas de exposições provisórias

Áreas de espaços expositivos definitivos

Espaços não utilizados/inacabados

Imagem 16. Imagem 18 0 22,5 m


41 42
0 22,5 m

43 44
Imagem 19. Planta do Piso 0.

45 46
DO LIVRO REEscREVER O Pós-mODERnIsmO

- Complexidade e contradição em arquitectura.

. A complexidade, as contradições, as ambiguidades, as tensões e as

comunicação. O ornamento parece ser reduzido a uma pura questão de

seleccione que problema ele quer resolver, uma vez que o arquitecto com
o seu modo de ver o mundo: o que determina como os problemas são
resolvidos.

desenvolvida pela modernidade.

não nega o que Louis Kahn chamou de “o desejo da simplicidade”. Que

arquitectura de complexidade e contradição tem uma obrigação especial


em relação ao todo. Mais não é menos, para Venturi.
- Siza é mais apologista de Venturi do que Corbusier e Frank Loyd Wright,
que consideravam o interior a essência da concepção arquitectónica. Pois,
relembrando a celebre máxima corbusiana, de que a planta procede de
dentro para fora, Venturi apresenta uma proposta mais sensata, apoiante
de um sincretismo entre interior e exterior, entre objecto arquitectónico e
contexto físico, esclarecendo que um edifício não é um objecto isolado, mas
parte de uma composição total. Daí a relação interior e exterior que Siza
tanto aplica no contexto da envolvente do edifício a projectar.

47 48
cOncLUsÃO

O Pavilhão de Portugal, projecto criado com o intuito de realizar a Feira Um argumento que pode ser claro é que o Pavilhão de Portugal evidencia
Internacional de 1998, propor-se colocar os oceanos, a sua diversidade, a escola “regionalista crítica” da arquitetura pós-moderna, o que implica a
a sua função perante a comunidade internacional, foi o objectivo para
Portugal e para a cidade de Lisboa. estrutura, e inspira alguns dos elementos de construídos onde valoriza o
uso de materiais de construção locais e até vernáculares.
Foi desenhado por Álvaro Siza Vieira, e funcionou como a sede da Expo’98,
com o tema: “Os oceanos, um Património para o Futuro”. É um edifício de No caso do Pavilhão de Portugal, alguns materiais de construção locais e
volumetria horizontal, implantado paralelamente a uma doca e composto
por dois corpos: um edifício de dois pisos, para além da cave, e uma área Porta de pedra calcária portuguesa do edifício, a presença de azulejos verdes
monocromáticos (decoração tradicional) em alguns painéis de paredes
em dois pórticos: a Praça Cerimonial. externas, e as calçadas portuguesas (pequeno bloco granito trabalhado
à mão), e pavimentando sob o teto suspenso. Um logotipo da cidade de
Obra de feito contemporâneo, como o grande lençol de betão, combinam Lisboa completo com o navio caravela e os corvos estão embutidos na
com enorme constância com a referência histórica que os traços dela calçada.
encerram no ncontexto da efeméride.

Nele observam-se referências à tradição clássica nos pórticos e ritmos das

claustro que lembra a arquitectura portuguesa dos conventos.

Na escala monumental do Pavilhão de Portugal, o arquitecto agrupar duas

desenhos de Siza Vieira.

Nesta obra encontramos referências a arquitectos como Le Corbusier,


Oscar Niemayer, a Giuseppe Terragni, Aldo Rossi, Robert Ventury, entre
outros. O projecto expositivo, que evocou os descobrimentos portugueses
e a conquista dos Oceanos, esteve a cargo de Eduardo Souto Moura.

Após término da Expo’98, manteve-se, desde então, como um dos mais


representativos edifícios desta área da capital, e marca fortemente a
paisagem, constituindo um símbolo para Lisboa e para o país.

As particularidades inerentes do projecto estão bem mostradas e as suas


linhas e exigências programáticas que surgiram das diversas reuniões
entre Simonetta Luz Afonso, Álvaro Siza Vieira e Eduardo Souto Moura,

Portugal na Europa e no Mundo.

A maioria das observações do trabalho de Siza Vieira, ou do Pavilhão de

muito e incluem muitos estereótipos de Portugal, referenciados por outros


arquitectos

49 50
bIbLIOGRAfIA
tinhagufaduramente insuficiente

- Venturi, R. Complexidade e Contradição em Arquitectura, Tradução Álvaro


Cabral, Edição Martins Fontes, São Paulo, Brasil, 1995

- 23. Figueira, J. Reescrever o Pós-moderno, sete entrevistas, EQUAÇÕES DE


ARQUITECTURA DAFNE EDITORA, Porto, 9 de Fevereiro de 2017.

- Siza A., Moura, E. S., Pavilhão de Portugal, CRITÉRIO - PRODUÇÃO GRÁFICA,


LDA, Lisboa, 1998.

- ULISBOA, Revista da Universidade de Lisboa, 01, Dezembro de 2016.

- A Arquitectura da Cidade, Aldo Rossi.


neh
_ Machado, carlos; “a Presença do Passado” / “The Presence of The PasT”, eduardo souTo
de Moura, concursos / coMPeTiTions 1979-2010, PorTo: fauP.

solà-Morales ignasi de; inscriPciones. isBn: 84-252-1913-2.

fraMPTon KenneTh; hisToria criTica de la arquiTecTura Moderna. isBn: 84-252-1628-.

Machado carlos Manuel de casTro caBral; anoniMaTo e Banalidade.


7 na net
Benevolo leonardo; hisToria de la arquiTecTura Moderna. isBn: 84-252-1793-8.

51 52
NOMI
O trabalho claramenteinsuficiente estagnado desde a i entrega formal de
Janeiro não incorporando sequer as sugestõesde melhoria indicadas na

Nami
questãode Indulto érelevante e clara no entanto
O A priveiµ
otrunlho detém se combrevidade he questão das referências e

influência túnim jamais etc tocando com


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integração das matérias
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bacionadas
nas aulas teóricas plenas
de pistões de

entre a obra arquitetônica


de Atiza
relação
e outros antros
análise do pavilhão ésuperficial
O a formal
a aspectos programáticos
reduzindo se

dezena do autor só
neste trabalho
é considerado de forma
directa ou
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textuais ao Panthro
quando existem referências de
todo portanto uma oportunidade perdida
devem de A siga
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de conhecimento dos olhos
com outros
a dimensão
comparativa
desta batalha patética
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completamente ignorada ou aja
é quase que sua
mas a
tão trazidos alguns exemplos e a

resume se a ideias genéricas


quílite fotografa
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