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˙n.º 47˙Abril.Maio.

Junho 2008
Boletim trimestral do Ecomuseu Municipal do Seixal

ecomuseu
informação
Navegar no estuário do Tejo numa embarcação tradicional
26.ª época de passeios do Ecomuseu Municipal do Seixal - a partir de Abril

Cruzeiro do Tejo, 2006 © EMS/CDI, João Martins, 2006

Consulte o Programa de Iniciativas de Serviço Educativo deste trimestre

Maio Património 2008 de 16 a 20 Maio VISITE O NÚCLEO DA MUNDET DO EMS


© EMS/CDI, design gráfico Rita Neves, Oficina de Museus, Lda.

1.º Encontro de Embarcações Tradicionais na Baía do Seixal - 2007


© EMS/CDI, António Silva, 2007

2.º Encontro de Embarcações


Tradicionais na Baía do Seixal
VISITE A EXPOSIÇÃO temporária
Programa na página 5 e seguintes
e em www.cm-seixal.pt/ecomuseu
Cortiça ao milímetro
 ˙ECOMUSEU INFORMAÇÃO˙n.º 47˙Abr.Mai.Jun 2008

ÍNDICE

2 10˙11 15˙16˙17˙18

EDITORIAL EM FOCO CARTA DO PATRIMÓNIO


Museus como agentes Museus de temática marítima: DO CONCELHO DO SEIXAL
de mudança social Jornada realizada no Seixal A Quinta da Trindade, Imóvel
e desenvolvimento e projectos de cooperação de Interesse Público, no Seixal
. Graça Filipe . Graça Filipe . Cláudia Silveira e Fátima Afonso

3˙4 12˙13˙14 19

exposições Conhecer agenda


Corkskin: papel decorativo
5 da Mundet, de “esmerada 20

MAIO PATRIMÓNIO confecção artesanal” Núcleos e serviços


. Carlos Carrasco do EMS
6˙7˙8˙9

Programa
de Iniciativas
dE Serviço
Educativo

EDITORIAL
MUSEUS COMO AGENTES DE MUDANÇA SOCIAL E DESENVOLVIMENTO
A Jornada Internacional de Museus foi criada pelo seus e as respectivas envolventes. Através da sua
ICOM (Conselho Internacional de Museus) em 1977, função social, e mediante resultados cada vez mais
no dia 18 de Maio. Em 2007, mais de 20 000 mu- exigentes, que os museus apresentam, em diversi-
seus participaram, em mais de 70 países, na 30.ª ficados planos técnico-científicos, aproximando-os
Jornada Internacional de Museus. No Seixal, a Câ- indiscutivelmente das comunidades e dos públicos,
mara Municipal do Seixal concretizou a fundação a instituição museal associa-se a todas as dimen-
do primeiro museu local em 1982 e abriu então ao sões do desenvolvimento sustentável – do ambiente
público a sua primeira exposição, no dia 18 de Maio. à cultura, da coesão social à economia.
As comunidades do concelho do Seixal têm desde Os paradigmas essenciais da Declaração de San-
essa data um motivo particular para viver festiva- tiago do Chile (da mesa-redonda sobre o papel dos
mente a Jornada do 18 de Maio. Da comemoração museus na América Latina promovida pela UNES-
de 2008 deverá fazer parte uma reflexão crítica e CO, em Maio de 1972) estão inquestionavelmente
um balanço da experiência do Ecomuseu Municipal mais próximos da nossa realidade museológica:
do Seixal (EMS) e das actuais perspectivas para o um novo conceito de acção do museu, considerado
futuro, como agente de mudança social e de desen- agente de mudança social e de desenvolvimento,
volvimento, para que foi institucionalmente criado, «agente incomparável da educação permanente
há 26 anos. da comunidade», baseado no conceito de museu
Museus como agentes de mudança social e desen- integral, «destinado a proporcionar à comunidade
volvimento é o tema escolhido pelo ICOM para a di- uma visão de conjunto de seu meio material e cul-
namização da Jornada Internacional dos Museus de tural». Mas são temivelmente similares às nossas
2008. Recordamos, transcrevendo-a parcialmente, preocupações actuais alguns considerandos que
a Resolução n.º 6 (intitulada Promover o desenvol- foram expressos sobre um contexto de há quatro
vimento sutentado) da 21.ª Conferência Geral do décadas, em Santiago do Chile, constituindo então
ICOM (Viena, Agosto 2007): um momento de mudança na visão dos museus, a
«O ICOM reconhece que existe um conflito potencial entre, nível internacional.
por um lado, os interesses económicos e políticos e, por Considerava-se «que a humanidade vive actualmente em
outro lado, o desenvolvimento permanente das popula- um período de crise profunda; […] que [fora criado] um de-
ções, das comunidades e das suas culturas, assim como a sequilíbrio entre os países que atingiram um alto nível de
protecção dos recursos naturais. desenvolvimento material e aqueles que permaneceram
6.1. A Assembleia Geral do ICOM lança um apelo a fim à margem desta expansão; […] que [face os problemas
de: apoiar as iniciativas e medidas visando assegurar a colocados pelo progresso das sociedades no mundo con-
autonomia social, financeira e intelectual dos museus no temporâneo] a escolha das melhores soluções a serem
respeito das suas missões; tornar os museus mais atrac- adoptadas, e sua aplicação, […] exigem ampla e conscien-
tivos ao público em geral, transformando-se em lugares te participação e pleno engajamento de todos os sectores
dotados dum papel pedagógico que permitam apreciar, da sociedade.»
experimentar e aprender a partir da cultura e da natureza, Como planificar e continuar uma acção museológi-
tendo em conta a importância da salvaguarda do patrimó- ca participativa e de interacção com as comunida-
nio para as gerações futuras.» des, não apenas centrada na relação dos públicos
Os governos e as sociedades reconhecem actual- com o acervo do Ecomuseu, mas sim perspecti-
mente aos museus um importante papel, tanto pela vando o papel deste como agente de mudança e de
representatividade e diversidade dos seus acervos, desenvolvimento sustentado?
como pela estreita relação entre muitos desses mu- Graça Filipe
2008 ˙
Abr.Mai.Jun n.º 47 ˙ECOMUSEU INFORMAÇÃO˙ 

EXPOSIÇÕES Para mais informações sobre Exposições e Notícias, consulte o site www.cm-seixal.pt/ecomuseu

Núcleo da MUNDET do EMS

dar a conhecer o papel de cortiça como uma


das principais especialidades (entre 1915 e
1988) da Mundet, procurando não só sur-
preender os visitantes com as particulari-
dades das múltiplas operações necessárias
ao seu fabrico, como também evidenciar o
papel de vanguarda da Mundet na diversi-
dade de aplicações deste produto da indús-
tria corticeira.
São também objectivos do Ecomuseu, atra-
Exposição Cortiça ao milímetro vés desta exposição, transmitir, divulgar e
© EMS/CDI, António Silva, 2008 valorizar as memórias do trabalho, o saber-
-fazer e as técnicas ligados à antiga fábrica
corticeira do Seixal (de 1905 a 1988), projec-
Exposição temporária tados na indústria corticeira actual, assim
Edifício das Caldeiras Babcock & Wilcox como contribuir para o reconhecimento do
Cortiça ao milímetro valor histórico, económico, social, técnico e
patrimonial do sítio e do espólio industriais
Exposição que tem como principal objectivo da Mundet.

Exposição de longa duração mica, fundamental quer, para o cozimento


Quem diz cortiça diz Mundet, da cortiça, quer para operações subsequen-
quem diz Mundet diz cortiça tes da sua transformação, no espaço onde
Edifício das Caldeiras Babcock & Wilcox – se produzia e a partir do qual era distribuído
A produção de vapor para a fábrica todo o vapor que alimentava as caldeiras e
estufas da fábrica (e ainda equipamentos de
São conservados e apresentados os equipa- apoio aos trabalhadores, como as estufas
mentos ligados à produção da energia tér- dos Refeitórios).

Exposição de longa duração ra interpretados e museografados constituí-


Quem diz cortiça diz Mundet, am uma das oficinas equipadas e destinadas
quem diz Mundet diz cortiça a cozer cortiça – outrora as Caldeiras dos
Edifício das Caldeiras de Cozer Cortiça – Moços.
A cortiça na fábrica: a preparação A partir do património industrial actualmente
ali conservado, são dados a conhecer os prin-
Fazendo parte da antiga secção de prancha cipais procedimentos de preparação indus-
da Mundet, o espaço e os equipamentos ago- trial da cortiça, enquanto matéria-prima.

Núcleo NAVAL do EMS

Exposição temporária de curta duração diferentes actividades das suas embarca-


Até 20 de Abril ções tradicionais, navegando no estuário
Vento Bota Fora do Tejo e cumprindo a função cultural e
identitária, para que foram reabilitadas no
Vento Bota Fora era uma expressão usada início da década de 1980, enquanto barcos
pelos marítimos do estuário do Tejo para de recreio. Pode ver esta mostra fotográfi-
designar o vento que facilitava a saída das ca até 20 Abril e, entretanto, procure parti-
embarcações à vela para fora da baía do cipar num próximo passeio fluvial a bordo
Seixal. do bote-de-fragata Baía do Seixal, durante
Na Oficina do Núcleo Naval ilustram-se, a 26.ª época de passeios promovida pelo
com base no arquivo fotográfico do EMS, Ecomuseu Municipal.
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Embarcações na inauguração da exposição Barcos, memórias do Tejo no Núcleo Naval do EMS, em Arrentela, Abril 2005

© EMS/CDI, João Martins, 2005

A partir de 22 de Abril registos de barcos, tripulantes e partici-


Oficina do Núcleo Naval pantes em viagens e em festas no rio. Um
Estuário em festa calendário que se renova ano após ano, à
medida que, em constante mudança, se
Reveja ou conheça alguns acontecimentos transmitem e se reconstroem memórias
e vivências marcantes das comunidades e práticas culturais associadas aos recur-
ribeirinhas do estuário do Tejo, através de sos e às paisagens flúvio-marítimos.

Exposição de longa duração tura fluvial e marítima desta região – recursos


Barcos, memórias do Tejo museográficos que nesta exposição de longa
duração do Núcleo Naval do EMS o visitante
Um diorama do estaleiro artesanal, memória pode complementar, quer passando algum
do lugar; uma série de modelos que ilustram tempo a observar e a conversar com os artí-
as principais tipologias de embarcações tra- fices, na Oficina, quer observando e interpre-
dicionais do Tejo, de cabotagem e de pesca; tando a envolvente e a paisagem, porventura
recursos audiovisuais e multimédia que lhe reflectindo sobre as suas marcas identitárias
dão a conhecer o património cultural e a cul- e as mudanças em curso no nosso Estuário.

EM CIRCULAÇÃO PELA EUROPA

Exposição itinerante
MOINHOS DE MARÉ
DO OCIDENTE EUROPEU

A exposição itinerante Moinhos de Maré do


Ocidente Europeu, produzida pelo Ecomuseu
Municipal do Seixal, no âmbito de um pro-
jecto de parceria internacional apoiado pelo
Programa Cultura 2000 da Comissão Euro-
peia, encontra-se em itinerância pela Europa
desde Outubro de 2005, tendo recebido até ao
momento cerca de 45 000 visitantes.
Até 15 de Junho, poderá ser visitada no Pôle
Nature sur la Gironde, em Vitrezay, na Cha- Moinho de Maré de Nendrum (século VII), Irlanda

rente-Maritime (França). Outro conjunto expo- do Norte © Thomas McErlean

sitivo iniciará um périplo na Irlanda do Norte,


com apresentação agendada entre 17 de Abril
e finais de Junho no Down County Museum, Mais informações disponíveis sobre
nas proximidades do Moinho de Maré de Nen- a exposição e o projecto que a enquadra
drum, exemplar datado do século VII. no site www.moinhosdemare-europa.org.
2008 ˙
Abr.Mai.Jun n.º 47 ˙ECOMUSEU INFORMAÇÃO˙ 

MAIO PATRIMÓNIO 2008 - 16 | 20 de Maio

1.º Encontro de Embarcações Tradicionais na Baía do Seixal - 2007 © EMS/CDI, António Silva, 2007

2.º ENCONTRO DE EMBARCAÇÕES - A protecção e a valorização do património


TRADICIONAIS NA BAÍA DO SEIXAL marítimo e fluvial, em particular das embar-
cações tradicionais e dos saberes-fazer que
DIA 16 lhes estão associados, enquanto recursos de
12.30h às 15.00h desenvolvimento, divulgando-os nos âmbitos
Desfile de embarcações tradicionais nacional e internacional;
DIA 17 - A promoção da cultura marítima e valoriza-
13.15h às 16.00h 2.ª Regata do Ecomuseu Mu- ção do património natural e cultural do estuá-
nicipal do Seixal rio do Tejo;
14h às 16h Ateliês Aprender a fazer … Nós de - O desenvolvimento da interacção e da co-
marinheiro e Pintura tradicional de barcos do operação entre entidades promotoras da sal-
Tejo – no Jardim do Seixal vaguarda de património natural e cultural,
16.30h às 19.30h Sessão pública Associações nomeadamente associações e clubes náuticos,
náuticas e museus, como agentes de desen- proprietários de embarcações tradicionais,
volvimento através das culturas e dos patrimó- promotores da náutica de recreio, museus e
nios flúvio-marítimos – no Auditório Municipal programadores culturais e agentes turísticos.
do Fórum Cultural do Seixal - A potenciação e o alargamento de públicos
DIA 18 interessados em eventos náuticos e na fruição
Dia Internacional dos Museus e 26.º de espaços ribeirinhos, navegando a bordo de
aniversário do EMS embarcações tradicionais e de recreio ou nas
14.30h às 16.30h Passeio do Dia Internacional margens da Baía do Seixal, no estuário do Tejo.
dos Museus para Amigos e Doadores do EMS O Encontro de Embarcações Tradicionais na
14h às 16h Ateliês Aprender a fazer … Nós de Baía do Seixal é organizado pela Câmara Muni-
marinheiro e Pintura tradicional de barcos do cipal do Seixal, através do Ecomuseu Municipal
Tejo – no Jardim do Seixal do Seixal, em cooperação com a Associação
Dia 19 Náutica do Seixal, a Associação Naval Amoren-
14h às 17h Passeio a bordo de embarcações se, outras associações náuticas e proprietários
tradicionais de embarcações tradicionais.
14h às 16h Ateliês Aprender a fazer … Nós de
marinheiro e Pintura tradicional de barcos do CONCERTO DA NOITE DOS MUSEUS
Tejo – no Jardim do Seixal NO EMS
Dia 20
14.30 às 16.30h Ateliês Aprender a fazer … nós Dia 17
de marinheiro, pintura tradicional de barcos do 22.30 Concerto pelo Ensemble Barroco do
Tejo – no Jardim do Seixal Chiado – no Núcleo da Mundet do EMS
14.30 às 17.30h Passeio a bordo de embarca- Neste data, o Núcleo da Mundet abrirá ex-
ções tradicionais cepcionalmente ao público entre as 14h e a
01h do dia 18.
O 2.º Encontro de Embarcações Tradicionais na Consulte também o programa
Baía do Seixal tem como principais objectivos: em www.cm-seixal.pt/ecomuseu
 ˙ECOMUSEU INFORMAÇÃO˙n.º 47˙Abr.Mai.Jun 2008

Para obter mais informações ou para participar


no Programa de Iniciativas de Serviço Educativo,
programa pode telefonar ou aceder ao site do Ecomuseu –
www.cm-seixal.pt/ecomuseu – e inscrever-se por
de iniciativas correio electrónico, na respectiva secção (Serviço
Educativo – Iniciativas).
dE serviço Para se inscrever numa das iniciativas de Serviço
Educativo deste trimestre, pode também preen-
educativo cher e enviar-nos a ficha de inscrição distribuída
como anexo da edição impressa deste boletim.

Iniciativas para público ESCOLAR

No Núcleo da Mundet do EMS No Núcleo Naval do EMS

Ateliês Estaleiro de brincadeiras


Exploração da exposição Barcos, memórias
do Tejo, a partir da realização de um jogo
tipo loto, abordando os espaços de trabalho,
as profissões e os objectos relacionados
com a construção naval e os barcos tradi-
cionais do estuário do Tejo.
Destinatários: turmas do ensino pré-es-
colar e do 1.º e 2.º ciclos do ensino básico;
ensino especial
Datas e horários: 2, 3, 9, 10, 16, 17, 23, 24 e
Ateliê Descobertas matemáticas na Mundet 30 de Abril; 7, 8, 14, 15, 21, 28 e 29 de Maio;
© EMS/CDI, Carla Costa, 2007. 4, 5, 11, 12, 18, 19, 25 e 26 de Junho, das 10h
às 12h e das 14.30h às 16.30h

Ateliês Descobertas matemáticas


na Mundet
Exploração de espaços e recursos museológi-
cos na antiga fábrica de cortiça Mundet (mata
e edifício das caldeiras Babcock) realizando
várias actividades matemáticas, como, por
exemplo:
- calcular o diâmetro do tronco de um sobreiro
- medir a área da copa de um sobreiro
- ordenar fases de transformação da cortiça
- classificar formas geométricas de produtos
corticeiros
Destinatários: turmas do ensino básico Ateliê Dança dos barcos

Datas e horários: 2, 3, 9, 10, 16, 17, 23, 24 e 30 © EMS/CDI, Sónia Bruno, 2007.

de Abril; 7, 8, 14, 15, 21, 28 e 29 de Maio; 4, 5,


11, 12, 18, 19, 25 e 26 de Junho, das 10h às 12h
e das 14.30h às 16.30h Ateliês Dança dos barcos
Exploração da exposição Barcos, memórias
do Tejo, a partir da realização de actividades
Visitas temáticas O ratinho da cortiça de descoberta, de observação e de expressão
Exploração da temática da cortiça, sua plástica em torno dos modelos de barcos ex-
transformação e aplicações, recorrendo a postos, finalizando com uma Dança dos Bar-
várias actividades dinamizadas a partir da cos ao som da canção Que linda falua...
história de um ratinho de cortiça – Matias Destinatários: turmas do ensino pré-escolar
Destinatários: turmas do ensino pré-esco- e do 1.º e 2.º ciclos do ensino básico; ensino
lar e do 1.º e 2.º ciclos do ensino básico especial
Datas e horários: 2, 3, 9, 10, 16, 17, 23, 24 e Datas e horários: 2, 3, 9, 10, 16, 17, 23, 24 e
30 de Abril; 7, 8, 14, 15, 21, 28 e 29 de Maio; 30 de Abril; 7, 8, 14, 15, 21, 28 e 29 de Maio;
4, 5, 11, 12, 18, 19, 25 e 26 de Junho, das 10h 4, 5, 11, 12, 18, 19, 25 e 26 de Junho, das 10h
às 12h e das 14.30h às 16.30h às 12h e das 14.30h às 16.30h
2008 ˙
Abr.Mai.Jun n.º 47 ˙ECOMUSEU INFORMAÇÃO˙ 

A bordo do bote-de-fragata Baia do Seixal Nos Núcleos Urbanos Antigos


de Arrentela e do Seixal

Visitas temáticas A pé pela Arrentela


Realização de percurso a pé pela Arrentela
para observação, exploração e interpretação
dos testemunhos mais relevantes da história
e do património deste núcleo urbano antigo
do Concelho.
Local: Núcleo Urbano Antigo de Arrentela
Destinatários: turmas do ensino básico
Data e horário: 2, 3, 9, 10, 16, 17, 23, 24 e 30 de
Abril; 7, 8, 14, 15, 21, 28 e 29 de Maio; 4, 5, 11,
12, 18, 19, 25 e 26 de Junho, das 10h às 12h e
Ateliê Nós e o rio © EMS/CDI, António Silva, 2007. das 14.30h às 16.30h

Ateliês Nós e o rio


Passeios no Tejo em embarcação tradicional
à vela, onde os jovens participantes, com o
apoio directo da tripulação, aprendem a fa-
zer diversos nós de marinheiro – nó direito,
nó de trempe, nó de pescador, entre outros.
Local: Bote-de-fragata Baía do Seixal
Destinatários: turmas do ensino básico
Datas e horários: 13, 26 e 27 de Maio, das
10 às 12h; 2, 3, 17, das 14h às 16h e 25 de
Junho, das 10h às 12h Visita temática A pé pelo Seixal

© EMS/CDI, António Silva, 2005

Ateliês Descobertas
matemáticas no bote-de-fragata Visitas temáticas A pé pelo Seixal
Exploração matemática de um barco tradi- Realização de percurso a pé pelo Seixal para
cional do Tejo, no decorrer de um passeio, observação, exploração e interpretação dos
focando aspectos relacionados com a na- testemunhos mais relevantes da história e do
vegação e realizando actividades com base património deste núcleo urbano antigo do Con-
nos motivos decorativos, moitões, cadernais celho.
e outros elementos existentes a bordo. Local: Núcleo Urbano Antigo do Seixal
Local: Bote-de-fragata Baía do Seixal Destinatários: turmas do ensino básico
Destinatários: turmas do ensino básico Data e horário: 2, 3, 9, 10, 16, 17, 23, 24 e 30 de
Datas e horários: 13, 26 e 27 de Maio, das Abril; 7, 8, 14, 15, 21, 28 e 29 de Maio; 4, 5, 11,
10 às 12h; 2, 3, 17, das 14h às 16h e 25 de 12, 18, 19, 25 e 26 de Junho, das 10h às 12h e
Junho, das 10h às 12h das 14.30h às 16.30h

Iniciativas para público juvenil e adulto/famílias

No Núcleo da Mundet do EMS

Visita comentada Cortiça


Ao milímetro – o papel de cortiça
Mundet (de 1915 a 1988)
Através do acervo proveniente da Mundet
(Seixal) dá-se a conhecer uma das suas es-
pecialidades de referência na indústria cor-
ticeira, o papel de cortiça, que foi produzido
e comercializado, sob diversas aplicações,
entre 1915 e 1988, sem que se verificassem
grandes modificações nem no processo de
produção, nem na maquinaria utilizada. Exposição Cortiça ao milímetro

Destinatários: público juvenil e adulto/famílias © EMS/CDI, António Silva, 2008.

Data e horário: 29 de Junho, às 15 h


 ˙ECOMUSEU INFORMAÇÃO˙n.º 47˙Abr.Mai.Jun 2008

A bordo do bote-de-fragata Baía do Seixal Passeio temático De barco,


do Seixal, A aLHANDRA
Passeio no Tejo a bordo do bote-de-fragata
Baía do Seixal em que se realiza um per-
curso do Seixal até Alhandra. Este progra-
ma realiza-se no âmbito do XXXIX Cruzeiro
do Tejo, organizado pelo Alhandra Sporting
Clube.
Destinatários: público juvenil e adulto/famílias
Data e horário: 21 de Junho (horário a
anunciar)

Barco em construção no estaleiro de Álvaro Venâncio,

em Amora (1955) © EMS/CDI, imagem cedida pela No Concelho do Seixal


Família Venâncio/Estaleiros Venamar.

Passeio temático Estaleiros


do Seixal, lugares com memória
Passeio no Tejo em que se realiza um per-
curso pela Baía do Seixal, para observação
dos estaleiros navais ainda em actividade.
Destinatários: público juvenil e adulto/famílias
Data e horário: 19 de Abril, das 14h às 17h

Passeio temático Tripular Igreja Paroquial de Nossa Senhora da Consolação,

uma embarcação Arrentela © EMS/CDI, António Silva, 2005.

Passeios no Tejo em embarcação tradicional


à vela, podendo os participantes experimen-
tar diversas manobras a bordo, com o apoio Comemorações do Dia Internacional
da tripulação. dos Monumentos e Sítios Históricos
Destinatários: público juvenil e adulto/famílias Conhecer a Igreja Paroquial
Data e horário: 20 de Abril, das 14.30h às de Nossa Senhora da Consolação,
17.30h em Arrentela
Iniciativa integrada no tema este ano esco-
lhido pelo IGESPAR para a comemoração,
em Portugal, desta jornada internacional:
Património Religioso e Espaços Sagrados.
Mais uma vez retomando a cooperação en-
tre a Paróquia de Arrentela e o Ecomuseu
Municipal, a partir de dia 18 de Abril, divul-
ga-se informação sobre a história, a arqui-
tectura, o repositório artístico e as recentes
intervenções de reabilitação e de valoriza-
ção do edifício da Igreja, Imóvel de Interesse
Público. Esta informação estará acessível
no próprio templo (em painel) e na página
do Ecomuseu na Internet.

Embarcações do EMS a navegar no Tejo

© EMS/CDI, António Silva, 2002. Visita temática Coretos desta banda


Realização de percurso a pé e de autocarro,
pelo Concelho, para observação, exploração
Passeio temático De barco, e interpretação dos testemunhos mais rele-
do Seixal ao Ginjal vantes da história e do património relacio-
Passeio no Tejo a bordo do bote-de-fragata nados com os coretos, as sociedades musi-
Baía do Seixal em que se realiza um percur- cais e as bandas filarmónicas locais.
so do Seixal até ao Ginjal, no concelho de Destinatários: público juvenil e adulto/fa-
Almada. mílias
Destinatários: público juvenil e adulto/famílias Data e horário: 19 de Abril, às 15h (saída da
Data e horário: 25 de Maio, das 10h às 18h Mundet – Praça 1.º de Maio, Seixal)
2008 ˙
Abr.Mai.Jun n.º 47 ˙ECOMUSEU INFORMAÇÃO˙ 

Fora do Concelho do Seixal

Visita de campo O descortiçamento


de sobreiros
Complementando as exposições e actividades
oferecidas no Núcleo da Mundet, os visitantes
do Ecomuseu Municipal do Seixal são convi-
dados a participar numa visita/saída de cam-
po, a fim de observar e conhecer o trabalho de
descortiçamento de sobreiros, numa herdade
em Alcácer do Sal. A jornada, também de
convívio entre participantes, complementa-se
com um almoço do grupo, na mesma região
e com visita à exposição Cortiça ao milímetro,
em exibição no Núcleo da Mundet - Edifício
das Caldeiras Babcock & Wilcox.
Destinatários: público juvenil e adulto
Data e horário: 13 de Junho, com programa Visita de campo em Alcácer do Sal, 2007

a anunciar (saída da Mundet – Praça 1.º de © EMS/CDI, Carlos Carrasco, 2007.

Maio, Seixal)

VISITAS À EXTENSÃO DO EMS NA ANTIGA FÁBRICA DE PÓLVORA DE VALE MILHAÇOS

Nos dias 29 de Maio e 26 de Junho 2008, o Circuito da Pólvora Negra será


visitável, mediante marcação prévia junto do Serviço Educativo.
Para estas visitas não é proporcionado transporte municipal.

PASSEIOS NO TEJO COM O MUSEU DE MARINHA

No âmbito da cooperação estabelecida entre o Ecomuseu Municipal do Seixal e o Museu de


Marinha, entre Maio e Outubro de 2008 realiza-se um conjunto de passeios no Tejo, a bordo do
bote-de-fragata Baía do Seixal, mediante inscrição através do Museu de Marinha, em Lisboa.
Informações – telefone: 21 362 00 19
Destinatários: público juvenil e adulto/famílias
Data e horário: 9 de Maio e 24 de Junho, das 10h às 12h ou das 14h às 16h.
Local de embarque: Cais da Princesa, em Lisboa (a confirmar)

PROJECTO CONHECER E DIVULGAR O PATRIMÓNIO DA NOSSA REGIÃO

O Ecomuseu Municipal é uma das instituições parceiras no projecto Conhecer e divulgar o patri-
mónio da nossa região, promovido no âmbito do Fórum Intermuseus do Distrito de Setúbal. Este
projecto tem como principal objectivo dar a conhecer o património cultural da região, através da
realização de um programa de visitas que, em 2008, abarca os concelhos do Barreiro e do Seixal,
com os seguintes percursos e calendário:

Concelho do Barreiro
Os participantes irão visitar a Quimiparque – Museu da Indústria, as reservas museológicas visi-
táveis da Câmara Municipal e o antigo bairro operário da CUF.
Destinatários: público juvenil e adulto
Data e horário: 10 de Maio e 7 de Junho
Concelho do Seixal
Os participantes irão visitar as exposições em exibição no Núcleo da Mundet e no Núcleo Naval
do Ecomuseu Municipal, passear no Tejo a bordo de uma embarcação tradicional à vela, realizar
um pequeno percurso a pé pelo Núcleo Urbano Antigo do Seixal e visitar a Igreja de Nossa Se-
nhora da Consolação, em Arrentela.
Destinatários: público juvenil e adulto
Data e horário: 1 e 15 de Junho
10 ˙ECOMUSEU INFORMAÇÃO˙n.º 47˙Abr.Mai.Jun 2008

EM FOCO
Museus de temática marítima
Jornada realizada no Seixal e projectos de cooperação
Por iniciativa do Ecomuseu Municipal do Seixal (EMS), Esta jornada técnica teve como principais objec-
em parceria com o Instituto de Museus e da Conser- tivos:
vação – no âmbito da rede Portuguesa de Museus – e • O conhecimento de programas e projectos
com o Museu de Marinha, realizou-se no passado 28 museológicos sobre temática marítima, na pers-
de Fevereiro (2008), no Seixal, uma Jornada técnica pectiva da activação de trabalho e cooperação
de museus sobre temática marítima. em rede.
As sessões de trabalho tiveram lugar na sede da As- • A troca de experiências que potenciem a par-
sociação Náutica do Seixal. tilha de metodologias e de instrumentos de do-
cumentação e informação, de protecção e de
valorização de património marítimo, material e
Cartaz de divulgação da Jornada de Fevereiro 2008 imaterial.
© EMS/CDI, design gráfico Rita Neves-Oficina de Museus, Lda.
• A abordagem da relação e integração dos
programas e planos de acção dos museus ma-
rítimos em projectos que evidenciem a transver-
salidade entre património natural e património
cultural e que contribuam para a sustentabilida-
de ambiental.

Participantes na Jornada de Museus de temática


marítima, Fevereiro 2008, na Associação Náutica do Seixal
© EMS/CDI, António Silva, 2008.

Na 1.ª sessão de trabalho, intitulada Comunida-


Foram os seguintes os museus e entidades re- des e museus – que reconhecimento tem o patri-
presentados nesta primeira Jornada técnica de mónio marítimo?, foram propostos os seguintes
museus de temática marítima (elencados por pontos de reflexão e de debate:
ordem alfabética): - O papel das comunidades na patrimonialização
Associação Náutica do Seixal; Centro de Estudos do dos bens associados à cultura marítima, assim
Mar da Universidade Autónoma de Lisboa; Direcção Re- como na selecção e na incorporação desse patri-
gional de Cultura de Lisboa e Vale do Tejo; Ecomuseu mónio pelo museu.
Municipal do Seixal; Instituto dos Museus e da Conser- - O trabalho museológico centrado no património
vação/Rede Portuguesa de Museus; Museu de Marinha; marítimo (e museológico) – conservação, docu-
Museu de Vila do Conde – Alfândega Régia/Núcleo de mentação, investigação, interpretação e divulga-
Construção Naval; Museu do Trabalho Michel Giacomet- ção.
ti; Museu Marítimo de Barcelona; Museu Marítimo de Foi convidado o Director do Museu Marítimo de
Ílhavo; Museu Municipal de Alcochete; Museu Munici- Ílhavo, Álvaro Garrido, para uma intervenção
pal de Etnografia e História da Póvoa de Varzim; Museu inicial, a qual suscitou um interessante debate,
Municipal de Montijo; Museu Municipal de Portimão; tendo-se destacado a relação entre museus e co-
Museu Municipal de Sesimbra; Museu Municipal de Vila munidades, os processos de activação patrimo-
Franca de Xira; Museu Nacional de Etnologia; Mútua dos nial, os conceitos de cultura e de património ma-
Pescadores; Núcleo Museológico do Mar da Figueira da rítimos, os recursos de investigação dos museus
Foz e Sociedade de Geografia de Lisboa. e a importância dos acervos ligados à temática
marítima.
2008 ˙
Abr.Mai.Jun n.º 47 ˙ECOMUSEU INFORMAÇÃO˙ 11

Museus de temática marítima

Embarcações no Tejo © Arquivo de Imagem do Museu Na 3.ª sessão de trabalho da Jornada, intitulada
de Marinha.
Linhas de acção em rede, o Director do Museu
Municipal de Portimão, José Gameiro, deu a co-
nhecer alguns aspectos e mais-valias da experi-
ência em curso na Rede de Museus do Algarve,
enquanto rede de museus num âmbito não te-
mático, mas geográfico.
Foi bastante enfatizada por vários participantes a
importância da comunicação entre museus, con-
tribuindo para um melhor conhecimento mútuo,
assim como a necessidade de comunicação entre
museus e entidades com missões convergentes,
nomeadamente no que concerne a projectos de in-
vestigação sobre cultura marítima. Foi salientada
a necessidade de rentabilizar os meios e os canais
de divulgação existentes, devendo-se privilegiar
esta direcção de trabalho e de procura de coope-
ração, antes de se implementarem outros recursos
Na 2.ª sessão de trabalho, intitulada Património e para que possa não haver posteriores condições de
cultura marítima – que interlocutores para os museus sustentabilidade. Por parte do Ecomuseu Munici-
e que comunicação com os públicos?, foram propos- pal do Seixal (EMS), foi assumido o compromisso
tos os seguintes pontos de reflexão e de debate: de continuar a tentar dinamizar a comunicação e
- Parceiros actuais e potenciais com que os mu- formas de articulação ou de projectos em parceria,
seus desenvolvem acções ou podem construir sobre património e cultura marítima, abarcando os
projectos de valorização do património e da cul- museus e entidades que já corresponderam a este
tura marítimos. propósito comum, assim como a outras entidades/
- Por que formas os museus podem integrar ou /organizações que assumam de forma voluntária
promover a cultura marítima? a expectativa e interesse de participação numa
- Que meios e acções de comunicação e de di- estrutura reticular de temática marítima. A partir
vulgação sobre cultura marítima, dirigidos a que de Março, o EMS passará a divulgar com regula-
públicos-alvo? ridade entre as entidades presentes na Jornada
A apresentação do Museu de Vila do Conde – Al- de 28 de Fevereiro uma Informação sobre temática
fândega Régia/Núcleo de Construção Naval, pelo marítima. Se outras entidades desejarem recebê-
seu Director, António Ponte, ilustrou a funda- -la, basta que nos contactem ou a solicitem através
mentação da temática marítima de um museu, de e-mail.
a partir do conhecimento histórico, das carac- Graça Filipe

terísticas e localização geográfica do território


e das suas principais actividades económicas. Brás da Silva, executante de velas de embarcações,
Moita © EMS/CDI, João Martins, 2006.
Foi igualmente sublinhada a cooperação entre
museus, potenciando, também na comunicação
com os públicos, e dando como exemplo Vila do
Conde, a exploração da relação entre centros
marítimos do País.
O período seguinte da Jornada foi dedicado ao
Museu Marítimo de Barcelona (MMB), aos seus
projectos e ao seu percurso de 75 anos dedica-
dos à cultura marítima, apresentados pelos seus
directores Roger Marcet e Elvira Mata. Tais as-
pectos foram considerados de enorme interesse
para os participantes, não só pela estrutura de
organização e forma de gestão do MMB, mas XIV FÓRUM SOBRE PATRIMÓNIO
também pela importância dada à cooperação, MARÍTIMO DO MEDITERRÂNEO
tornando-se uma demonstração das potenciali- 24 e 25 de Outubro 2008 – Seixal
dades da valorização do património e da cultura Inventários e divulgação de património
marítimas, com impacto social no meio em que marítimo e fluvial – o papel dos museus
está implantado e assumindo o MMB a sua vo- e a participação das comunidades
cação mediterrânica, no desenvolvimento da co- Programa a anunciar em www.cm-seixal.pt/ecomuseu
operação a nível regional e internacional.
12 ˙ECOMUSEU INFORMAÇÃO˙n.º 47˙Abr.Mai.Jun 2008

CONHECER
Trabalhadoras da oficina de Corkskin da Mundet
© EMS/CDI, Armindo Cardoso, 1977.

O papel de cortiça e as suas múltiplas aplicações são uma das facetas, ainda pouco conhecida, da versatilidade dessa
extraordinária matéria-prima que é a cortiça. A Mundet (Seixal), como “universidade da cortiça”, foi o principal, e
durante muitos anos único, centro onde esta especialidade da indústria corticeira floresceu em Portugal. Numa al-
tura em que o Ecomuseu Municipal do Seixal apresenta no seu núcleo da Mundet a exposição temporária Cortiça ao
milímetro, damos a conhecer o corkskin, um dos produtos laboriosa e milimetricamente obtido a partir da aplicação
do papel de cortiça, o qual, durante um período de duas décadas, se impôs no mundo da decoração de interiores, e
que hoje se encontra representado naquela exposição através de um conjunto de objectos do acervo do Ecomuseu
representativo desta aplicação da Mundet.

Corkskin: papel decorativo da Mundet,


de “esmerada confecção artesanal”
No final da década de 1950, a Mundet evidenciava corkskin, papel decorativo correntemente utiliza-
preocupação relativamente à exportação de um do no revestimento de paredes. O corkskin, tam-
dos seus produtos de prestígio: o papel de cor- bém chamado de Cortiza numa determinada fase,
tiça, produzido em bobines para os filtros dos era a aplicação das lâminas de papel de cortiça
cigarros, ramo da indústria corticeira de que a sobre papel couché colorido.
Mundet seria a única fabricante nacional. “O patrão andava a teimar comigo e com o meu
Tratava-se de um produto que a Mundet “depois chefe que na Espanha fazia-se papel assim e
de grandes sacrifícios e enorme persistência, assado, mas não sabia dizer como era. Até que
conseguiu criar e manter”. E o problema não era a gente disse ‘Então mande vir dois rolos lá de
a falta de qualidade, porque “a perfeição do nosso Espanha, para ver como é.’ E então foi assim que
produto é unanimemente reconhecida por todos apareceu a secção de corkskin. Apareceu a sec-
os nossos clientes, e não tem podido ser iguala- ção de corkskin e apareceu o gajo que inventou a
da, nem de longe, pelos nossos concorrentes (…)”. máquina [de dar cola].”
[Exposição da Mundet & C.ª Lda. ao Presidente da Eduardo Roque, afinador das máquinas de colar e
Junta Nacional da Cortiça, 9 de Abril de 1957] encarregado da secção de escolha de papel (2001)
O problema era o incremento das imitações a pre-
ços muito concorrenciais, pois ficavam em cerca Enquanto para as bobines era requerido papel de
de 1/ 3 do custo de uma bobine de cortiça natural. qualidade e se efectuava uma selecção criteriosa
Foi perante estas vicissitudes que o então geren- de acordo com as encomendas, o corkskin podia
te e chefe geral da secção de produção de papel, fazer o aproveitamento do papel de cortiça de pior
José Maria Genis, procurou encontrar alternati- qualidade, inclusivamente blocos de aglomerado,
vas, porque a especificidade do produto, desti- pois o tratamento que sofria e a própria aparên-
nado a um fim bem definido, e a impossibilidade cia que o produto devia apresentar no fim não
de encontrar novos mercados, punha em causa a exigiam requisitos especiais da matéria-prima.
capacidade da Mundet em assumir o encargo dos As qualidades menos homogéneas acabavam por
operários da secção. originar diferentes padrões, com um maior efeito
O primeiro dos produtos alternativos foi o papel decorativo, que era o que se pretendia.
2008 ˙
Abr.Mai.Jun n.º 47 ˙ECOMUSEU INFORMAÇÃO˙ 13

Corkskin: papel decorativo da Mundet, de ‘esmerada confecção artesanal’

“O corkskin foi feito com todas as folhas que não mesmos passos que a produção das bobines:
serviam para papel [bobines]. Porque, para além depois da preparação da cortiça, esta era lami-
de fazer-se muita folha, milhares de folhas de nada em finas folhas, até 17 folhas por milíme-
papel, havia muitas que não se aproveitava nada. tro. Era a partir da escolha do papel em função
(…) Mas depois passou a ser aproveitado para co- da qualidade que as diferenças existiam.
lar no corkskin, porque o corkskin quanto mais A cola era aplicada no rolo de papel couché, que
daquelas folhas feias, velhas, podres, mais bo- duas mulheres faziam passar debaixo de um
nito ficava.” conjunto de lâmpadas, de forma a que o efeito
Eduardo Roque (2000) do calor secasse o papel o suficiente para que
ficasse no ponto certo para se proceder à cola-
Mesmo a lã de cortiça podia ser utilizada para o gem do papel de cortiça. Um inventário de 1971
efeito, colada em quantidades generosas sobre refere “1 posto de secagem de folhas com 69
os rolos de papel. lâmpadas”.
“(…) a folha vinha cheia de cola, depois espalha- “(…) a folha passava por baixo dessa ‘estufa’,
va-se aquilo (…) Aquela lã espalhava-se por cima dessas lâmpadas (...) era muita lâmpada, muita
da cola, a não ver cola nenhuma. Depois passa- lâmpada! (…) E depois quando chegávamos ao
va-se por um cilindro a calcar a lã (…)” fim a folha já estava seca. Às vezes a gente até
Eduardo Roque (2001) se queimava.”
Conceição Salvadinho (2007)
Utilizando o mesmo equipamento que produzia
Ilustração de produtos corkskin
o papel de cortiça para as bobines e o vasto co-
©EMS/CDI, Fundo documental Mundet.
nhecimento acumulado por centenas de traba-
lhadores, o corkskin, de novo, apenas exigia os
meios técnicos que permitissem a aplicação da
cola e a sua secagem prévia até atingir o ponto
adequado à colagem das folhas de papel de cor-
tiça sobre os rolos de papel couché.
“A gente trazíamos as folhas com cola e tudo,
como as nossas colegas tinham de dar a cola nas
auréolas, para espalhar aquilo tudo, e nós depois
com o nosso dedo fazíamos assim à folha [dar-
-lhe um toque], a ver se ela já estava enxuta. Se
ela desse um estalinho já estava bom.”
Conceição Salvadinho, trabalhadora nas secções
de escolha do papel e do corkskin (2007)

Para a operação de colagem foram transferidas


operárias da oficina congénere onde se produ- A colagem era feita em bancadas compridas.
ziam as bobines ou da escolha. E o trabalho nem Era necessário que a cortiça aderisse bem ao
oferecia tantas dificuldades técnicas, apenas papel, mesmo que ficasse em camadas irregu-
maior exigência física, pois o rigor da colagem lares. Para isso usavam rolos de borracha com
era menor, pelas características do produto. que “batiam” manualmente ou comprimiam as
“Era uma mesa com 14 pessoas. Todo o dia de pé, lâminas de cortiça, assegurando a sua adesão
aqui, nem um banquinho, (…) a gente não podia ao papel.
sequer estar encostada à mesa. Nós fazíamos o Os rolos de papel seguiam para as estufas a
nosso lugar... (…) E nós, para não estarmos a dar vapor, onde secavam, antes de serem lixados
a volta à mesa, que era muito cansativo, esticá- para se eliminarem as irregularidades. Fazia-
vamo-nos até chegar à ponta da mesa para irmos -se a posterior verificação do papel, enrolado e
colando.” embalado em rolos com cerca de 9 metros de
Gertrudes Brandão, trabalhadora nas secções de comprimento e 76 cm de largura.
colagem do papel e do corkskin (2001) “(…) aquilo enrolava, depois aquilo ia à estufa,
ia a secar, já ninguém largava aquilo. (…) Depois
A produção do corkskin, que a Mundet apresenta havia umas mulheres, tinham um bocadinho de
como um artigo de esmerada confecção artesa- cortiça com uma lixa número 1 colada, lixavam
nal, ter-se-á iniciado em 1962-63, num espaço aquilo, aquilo ficava ali lisinho como está aqui
contíguo à oficina da colagem do papel, então a (…) ficava mesmo rente, rentinho.”
servir de armazém de rolhas. Eduardo Roque (2001)
O processo de fabrico do corkskin seguia os
14 ˙ECOMUSEU INFORMAÇÃO˙n.º 47˙Abr.Mai.Jun 2008

CONHECER
Corkskin: papel decorativo da Mundet, de ‘esmerada confecção artesanal’

Era natural que, a espaços, se pudesse per- quase 4 milhões de escudos, valor que dupli-
ceber a cor do papel de base. Existia mesmo cou em 1973, ano em que já teriam funcionado
o que se chamava os “abertos”, composição em pleno as duas novas linhas e em que este
geométrica de rectângulos de papel de cortiça produto ultrapassou pela primeira vez o valor
de diferentes dimensões sobre o papel couché, das vendas das bobines para os filtros dos ci-
deixando, propositadamente, os espaços entre garros, continuando o seu caminho ascendente
eles à vista. em 1974: quase 14 milhões e meio de escudos
A variedade de cores de papel, juntamente com de vendas, destinadas, fundamentalmente, ao
as variedades possíveis de cortiça, originavam mercado externo.
diferentes padrões. Os catálogos da Mundet Mas a terceira linha de produção prevista no
apresentam, em média, 24 padrões diferentes, projecto já não chegaria a ser construída e, à
com nomes atractivos, com referência a luga- entrada da década de 1980, já se dava conta
res internacionalmente reconhecíveis e so- de uma grande quebra de vendas. Sujeito aos
cialmente atractivos – Albufeira, Cascais, Se- desígnios da moda e não sendo um produto
simbra, Sintra, Cannes, Portofino, Portorosa, de primeira necessidade, era mais facilmente
Sanremo, etc. Aliás, o corkskin beneficiou de atingido pelo retraimento de consumos que se
um grande cuidado na preparação e lançamen- verificava.
to de catálogos, mostrando a existência de uma “O corkskin ficou a produzir meia dúzia de rolos,
atenção especial em relação aos mercados a mas não era com a intensidade que faziam em
que se destinava. Segundo afirmava Manuel de princípio.”
Oliveira Rebelo, o papel corkskin para a decora- Eduardo Roque, 2000
ção de paredes e embalagens de luxo era muito
procurado pelos mais exigentes decoradores, Ilustração de produtos corkskin
©EMS/CDI, Fundo documental Mundet.
sendo exportado em quantidades apreciáveis
para os diversos mercados, sobretudo Itália.
O Ecomuseu possui no seu acervo um largo
conjunto de amostras comerciais e de catálo-
gos, ilustrativos da qualidade e da variedade de
padrões que esta produção atingiu, depois de
uma primeira fase ainda com características
artesanais. Os requintes da produção chega-
ram a que se procedesse à realização de pintu-
ras sobre o corkskin, com repetição de padrões
e, extraordinariamente, pinturas manuais, que
supomos serem únicas, e que davam outro bri-
lho e requinte aos stand com que a Mundet se
apresentava nas exposições nacionais e inter-
nacionais.
O relativo sucesso desta produção levou a que,
uma década depois da criação da secção, se
pusessem em funcionamento as Novas Linhas
de Corkskin, nome por que ficou conhecido o
projecto de instalação das linhas de colagem
de corkskin em contínuo, no início da década de A mesma base técnica, com o aproveitamento
1970. À época, este produto deixava perspec- dos mesmos equipamentos, foi então tentada
tivar uma maior capacidade de penetração no na aplicação do papel de cortiça sobre supor-
mercado e uma maior rentabilidade, enquanto tes têxteis. E embora por mais do que uma vez
as bobines de papel para os filtros se restrin- se afirmasse o grande interesse em reanimar
giam aos cigarros de luxo. a secção, “pois ocupa muita mão-de-obra (ele-
Aproveitando um imóvel que sofrera um incên- vado valor acrescentado) e é um produto que
dio em 1965, foram construídas de raiz duas prestigia a empresa” [Relatório do Exercício de
linhas paralelas de colagem e acabamento de 1981], considerando-se o corkskin também vo-
corkskin, as quais beneficiavam de um espaço cacionado para outras aplicações, no domínio
bem mais amplo e de equipamentos mais mo- da decoração de interiores, de artigos de secre-
dernos, destacando-se as estufas eléctricas tária, revestimento de mobiliário, embalagens,
verticais, percorridas em contínuo, no seu inte- etc., a sua produção acabaria por acompanhar
rior, pelos rolos de papel. o declínio da Mundet.
Em 1971, o valor das vendas do corkskin foi de Carlos Carrasco
2008 ˙
Abr.Mai.Jun n.º 47 ˙ECOMUSEU INFORMAÇÃO˙ 15

CARTA DO PATRIMÓNIO DO CONCELHO DO SEIXAL

Edifício da Quinta da Trindade, Núcleo do Ecomuseu Municipal do Seixal


©EMS/CDI, Luís Azevedo, 1998.
A Quinta da Trindade constitui um dos elementos patrimoniais mais relevantes entre os subsistentes no concelho
do Seixal, o que advém da conjugação de diversos factores, designadamente o seu longo percurso histórico, o seu
elevado valor arquitectónico e artístico, a sua envolvência paisagística e o valor memorial e simbólico associado a
determinadas figuras, instituições e acontecimentos que marcaram a história local.

A Quinta da Trindade,
Imóvel de Interesse Público, no Seixal
As referências à existência de construções no lo- ga que fixou residência em Portugal, segundo
cal que actualmente corresponde a este imóvel projecto do arquitecto Jules Brunfaut, também
remontam pelo menos a 1468, época em que D. de nacionalidade belga. No edifício, conjuga-
Brites Pereira, viúva de Rui de Melo, Almirante ram-se as construções já existentes, das quais
de Portugal, adquiriu propriedades no Cabo da subsistem cantarias de portas e janelas e uma
Azinheira, entre as quais se incluía um lagar de escadaria monumental, com outros elementos
vinho e casas com uma torre, o que revela tra-
tar-se de uma construção de prestígio. Aquando Vista aérea do conjunto edificado da Quinta da Trindade.
© EMS/CDI, António Silva, 2005.
da sua morte, em 1483, a propriedade é deixada
em testamento a uma instituição monástica da
cidade de Lisboa: o Mosteiro da Ordem da San-
tíssima Trindade, consagrada ao resgate de cati-
vos cristãos capturados por muçulmanos.
Na sequência da extinção das ordens monásti-
cas masculinas, ocorrida em Portugal em 1834,
a Quinta da Trindade foi integrada na Fazenda
Nacional e vendida em hasta pública ao conse-
lheiro Joaquim Inácio de Lima. Desde então, co-
nheceu diversos proprietários, entre os quais se
contam Francisco Azevedo e Sá, presidente da
Câmara Municipal do Seixal em 1881, o Conde de
Farrobo, Jean Henri Burnay, Manuel Francisco
Gomes Júnior e Manuel Martins Gomes Júnior.
A residência da Quinta da Trindade tal como
hoje a conhecemos resulta de uma interven-
ção realizada na última década do século XIX,
promovida por Jean Henri Burnay, médico bel-
16 ˙ECOMUSEU INFORMAÇÃO˙n.º 47˙Abr.Mai.Jun 2008

CARTA DO PATRIMÓNIO DO CONCELHO DO SEIXAL


A Quinta da Trindade, Imóvel de Interesse Público, no Seixal

arquitectónicos provavelmente provenientes de A Companhia de Agricultura


demolições de edifícios de várias épocas, no- de Portugal na Quinta da Trindade
meadamente alguns lambris de azulejos.
Merecem ainda destaque o jardim de árvores Pormenor do tecto policromo da Quinta da Trindade
– O Juízo de Paris © EMS/CDI, Rosa Reis, 2001.
exóticas (entre as quais um dragoeiro cuja idade
se estima entre 150 e 200 anos, classificado em
1994 de Interesse Público pelo Instituto Florestal),
no qual existe um tanque ornamental com fonte,
uma antiga casa de fresco junto da qual se encon-
tra uma escadaria de pedra que garantia acesso
directo ao rio e ao ancoradouro, um conjunto de
conversadeiras e alegretes que convidam ao re-
pouso e permitem a fruição do jardim e da pai-
sagem que se espraia pelo vizinho Barreiro, o rio
Tejo e zonas ribeirinhas da cidade de Lisboa.
Assinala-se igualmente a existência de uma
pedra de armas pertencente à família Noronha,
o importante património azulejar existente na
propriedade, bem como as pinturas setecen-
tistas no tecto de uma das salas, um conjunto
composto por nove episódios da mitologia gre-
co-latina, pintados a sépia sobre fundo dourado
e emoldurados por talha dourada e decorada Sob a gerência de António Martins Gomes Ro-
com pináculos e motivos florais. drigues e de Manuel Martins Gomes Júnior
Reconhecendo a importância patrimonial da (1860-1943), abastado proprietário, lavrador e
propriedade, classificada desde 1971 como comerciante, a Companhia de Agricultura de
Imóvel de Interesse Público (Decreto-Lei n.º Portugal (CAP) iniciou, em 1920, a edificação
516/71, de 22 de Novembro), e o seu elevado va- – em espaço anteriormente cedido ao Seixal
lor histórico e artístico, a Câmara Municipal do Futebol Clube para fruição dos “campos de
Seixal tomou posse da Quinta da Trindade por futebol da Trindade” – de armazéns e oficinas
escritura de cedência realizada a 17 de Maio de destinados à indústria corticeira. Construí-
1982, determinando a instalação nesse local dos em tijolo e argamassa de cal (produzidos
de um dos núcleos do Ecomuseu Municipal do em fornos rústicos erigidos na própria Quinta
Seixal, no qual funcionam os Serviços de Ar- para esse fim), os edifícios distinguem-se pela
queologia, de Conservação e Inventário Geral sobriedade e simplicidade das fachadas, ador-
(incluindo Reservas) e a Área de Arquitectura e nadas apenas pelos vãos em arco de janelas e
Património Cultural Imóvel. portas. É igualmente deste período a constru-
ção de um conjunto de casas de habitação para
Edifício da Quinta da Trindade, Núcleo do Ecomuseu Municipal os empregados mais qualificados da firma – o
do Seixal. © EMS/CDI, Henrique Ruas, 1988.
Bairro da Trindade:
“Isto foi para os operários que trabalhavam
aqui. Isto era um fabrico de cortiça e o dono
disto era o Martins de Coina e depois veio para
cá trabalhar o meu pai e veio a gente também.
[…] Quando eu conheci aquilo, [o forno de cal da
Azinheira] já não trabalhava. Conheci foi o forno
de tijolo, o meu pai trabalhava lá. Primeiro foi
para a cortiça e depois é que foi para o tijolo
para ganhar mais alguma coisa, trabalhar de
noite e de dia. Iam buscar o barro para fazer o
tijolo lá acima ao pinhal, da parte de cima. Se for
lá acima, vê lá um grande buraco para ir buscar
o barro. Lembro-me que fazia ali tijolo e a gente
ajudava o meu pai. Isto é tudo de tijolo feito cá”.
Augusto dos Santos, residente no Bairro da Trin-
dade (2000, 82 anos de idade) – recolha oral efec-
tuada por Laudelina Emídio/Ecomuseu Municipal
do Seixal
2008 ˙
Abr.Mai.Jun n.º 47 ˙ECOMUSEU INFORMAÇÃO˙ 17

CARTA DO PATRIMÓNIO DO CONCELHO DO SEIXAL


A Quinta da Trindade, Imóvel de Interesse Público, no Seixal

No final da década seguinte, a CAP possuía na (com excepção da fundição que foi desmontada)
Quinta uma fábrica de preparação e transfor- para dar apoio, tanto às instalações industriais
mação de cortiça (rolhas comuns e de cham- e respectiva maquinaria, então arrendadas à
panhe, discos e lã de cortiça) com central eléc- Mundet & C.ª, Lda., como às estruturas agríco-
trica privada e oficinas de apoio – forja manual las daquela Companhia.
e fundição, serralharia e oficina de reparação Os edifícios da Trindade destinaram-se então,
mecânica –, uma corporação particular de sobretudo, a depósito de cortiça e a armazém
bombeiros (1929-1937), uma cooperativa para de produtos acabados da Mundet para embar-
os seus sócios e um posto médico, e propor- que, quer no cais fluvial da Quinta, quer na vi-
cionava instrução escolar aos seus operários zinha estação de caminhos-de-ferro. No início
corticeiros e familiares. da década de 60, uma política empresarial de
No início dos anos 40, assistiu-se ao encerra- contenção de despesas levou a Mundet a pres-
mento da fábrica. Em Julho de 1940, a Direc- cindir do arrendamento do depósito da Trin-
ção-Geral da Indústria, apesar das restrições dade, a que se seguiu a venda das máquinas
impostas à laboração do seu equipamento téc- corticeiras pelos herdeiros de Manuel Martins
nico-industrial corticeiro, autorizou a CAP a re- Gomes Júnior, abandonando-se definitivamen-
abrir a fábrica de cortiça e as oficinas anexas te os interesses ligados a esta indústria na
de serralharia, forja e serração de madeiras Quinta da Trindade.

A Companhia de Agricultura de Portugal Em 1932, a empresa fez-se representar


iniciou a sua actividade em 1920, tendo na Grande Exposição Industrial Portu-
sido liquidada após o falecimento do guesa, realizada no Parque Eduardo
seu sócio-fundador e gerente, Manuel VII, em Lisboa, apresentando cortiças
Martins Gomes Júnior, em 1943. Para manufacturadas e vinhos generosos
além da criação de gados, da produção engarrafados. Por esta altura, a em-
e extracção de cortiças, da produção presa publicitava a sua especialidade
orizícola e vitivinícola, em propriedades vínica da seguinte forma: “É um de-
localizadas nos concelhos de Barreiro, ver de todos os habitantes do Distrito
Seixal, Alcácer do Sal e Montemor-o- de Setúbal consumir os deliciosos vi-
-Novo, foi detentora de uma fábrica de nhos engarrafados da Companhia de
transformação de cortiça na Quinta da Agricultura de Portugal, com os seus
Trindade (Seixal) e de um estabeleci- depósitos em Coina e agência na Fá-
mento industrial de descasque de ar- brica da Trindade” [in A Voz do Seixal,
roz na Herdade da Barrosinha (Alcácer 19.12.1935]
do Sal).

Cláudia Silveira e Fátima Afonso

Vista aérea do conjunto edificado da Quinta da Trindade. © EMS/CDI,António Silva, 2005.


18 ˙ECOMUSEU INFORMAÇÃO˙n.º 47˙Abr.Mai.Jun 2008

CARTA DO PATRIMÓNIO DO CONCELHO DO SEIXAL


A Quinta da Trindade, Imóvel de Interesse Público, no Seixal

INVENTÁRIO DE PATRIMÓNIO CULTURAL IMÓVEL 1920 – Construção de uma fábrica de cortiça na Quinta
da Trindade (Companhia de Agricultura de Portugal), en-
REFERÊNCIA DE SÍTIO: CPS 00014 volvendo a adaptação da adega e a construção de novos
edifícios.
DESIGNAÇÃO: Quinta da Trindade 1922 – Construção do bairro operário da Companhia de
Agricultura de Portugal.
Localização administrativa: Seixal 1982 – Escritura de cedência realizada a 17 de Maio de
1982, concedendo à Câmara Municipal do Seixal parte
Localização geográfica: Folha CMP n.º 442 da área da Quinta da Trindade, onde se inclui um edifício
Carta DGSU/CMS n.º 442.2/4.3 apalaçado e outras dependências.
1982 – Alvará de licença de loteamento n.º 3/1982, de 2
Coordenadas: X = -83567; Y = -113233 de Julho.
1988 – Consolidação e protecção dos painéis de azulejo
Categoria de sítio: Arquitectura Civil existentes na propriedade, procedendo-se ao respectivo
levantamento gráfico no âmbito da Acção de Formação
Tipo de sítio: Quinta “Conservação e Restauro de Azulejos”, promovida pelo
Instituto do Emprego e Formação Profissional e pela Câ-
Cronologia: Idade Média, Moderna e Contemporânea. Em- mara Municipal do Seixal.
bora os edifícios sejam seculares, desconhece-se a data 1994 – Levantamento, descrição e inventário dos painéis
exacta da edificação das estruturas existentes. Já exis- de azulejo existentes.
tiam edificações no século XV. 1995 – Intervenção relacionada com os painéis de azulejo,
procedendo-se ao seu registo fotográfico, registo gráfico
Medidas de protecção: do estado de conservação, remoção mecânica de preen-
Imóvel Classificado de Interesse Público (Dec. n.º 516/71 chimentos a cimento, consolidação das áreas fragiliza-
de 22 de Novembro), que abrange apenas a residência. No das, limpeza e desalinização.
jardim, existe um dragoeiro, classificado como de Interes- 1998 – Intervenção da Câmara Municipal do Seixal: levan-
se Público pelo Instituto Florestal por aviso n.º 276/96 de tamento arquitectónico da residência e recuperação de
28 de Novembro. coberturas.
1999 – Recuperação da residência do caseiro e levanta-
Descrição sumária: Habitação burguesa integrada em mento fotográfico do tecto de madeira policromada.
propriedade agrícola abrindo para o Tejo, inicialmente 2000 – Recuperação e estudo do tecto de madeira poli-
com cais de embarque privativo. Marcada por um gosto cromada.
ecléctico presente na integração de cantarias de portas e 2001 – Alvará de licença de loteamento n.º 21/2001, de 6
janelas, da estrutura da escadaria e de lambris de azule- de Dezembro (de alteração ao alvará de licença de lotea-
jos, possivelmente adquiridos na sequência da demolição mento n.º 3/1982, de 2 de Julho).
de edifícios de várias épocas, foi reconstruída no final do
século XIX por iniciativa de Jean Henri Burnay, segundo Tipo de uso: Propriedade municipal, aí se encontrando
projecto do arquitecto belga Jules Brunfaut, integrando instalado um núcleo do Ecomuseu Municipal do Seixal,
edificações anteriores. onde funcionam os Serviços de Arqueologia, de Conser-
O edifício adapta-se ao desnível do terreno, com cober- vação e Inventário.
turas diferenciadas em telhado com beiral; possui várias
chaminés, uma delas de forma cilíndrica revestida de Bibliografia principal:
azulejos. Agricultura e Espaços rurais no concelho do Seixal, Câ-
Foi dotado de uma escada interior, de aparato, com vá- mara Municipal do Seixal / Ecomuseu Municipal, 1992.
rios lances separados por patamares. Nas paredes das ALBERTO, Edite, A Quinta da Trindade. História da Ordem
divisões interiores, incluindo a escadaria, existem lambris da Santíssima Trindade no Seixal, Câmara Municipal do
de azulejos quinhentistas, seiscentistas e setecentistas. Seixal, 1999.
Foram igualmente aplicados azulejos no jardim, no muro, CARDOSO, Pe. Luís, Dicionário Geográfico, tomo I, 1747,
ao lado da antiga casa de fresco, uma construção de plan- pp. 592-597.
ta quadrada e cobertura em telhado de quatro águas, cujo Carta Histórica do Concelho do Seixal, Seixal, Câmara
piso inferior dava acesso a um cais fluvial que servia a Municipal do Seixal, 1985.
quinta. Uma das salas apresenta um tecto de caixotões COSTA, Américo, Diccionario Chorographico de Portugal
octogonais de madeira, com pintura policromada. Continental e Insular, Hidrographico, Orographico, Bio-
Desde pelo menos o século XV são conhecidas referências graphico, Archeologico, Heraldico, Etymologico, vol. XI,
à existência de edificações neste local, as quais terão sido Porto, Tipografia Domingos d’ Oliveira, 1929, pp. 171-173.
posteriormente doadas à Ordem da Santíssima Trindade. DUARTE, Ana Luísa, “As Idades da Vida. Colecção de Azu-
Na sequência do Terramoto de 1755, terão sido realiza- lejaria da Quinta da Trindade” in Ecomuseu Informação,
das obras sobre as quais não dispomos de informação. n.º 29, Outubro-Dezembro de 2003, pp. 7-8.
Existia então uma capela dedicada a Nossa Senhora da DUARTE, Ana Luísa; MANGUCCI, Celso, “Azulejos - quem
Boa Viagem. os cuida?” in Al-Madan, IIª série, n.º1, 1992, pp. 69-73.
Na primeira metade do século XX, supõe-se que Manuel Inventário Geo-Referenciado do Património da Área Me-
Martins Gomes Júnior tenha procedido a obras de adap- tropolitana de Lisboa, Lisboa, Junta Metropolitana de
tação no espaço da propriedade, algumas das quais rela- Lisboa, 2002.
cionadas com a instalação de equipamentos industriais. MANGUCCI, António Celso, Metamorfoses, Ordem, Eru-
De facto, a Companhia de Agricultura de Portugal, funda- dição. A Iconografia das pinturas mitológicas no tecto da
da em 1920, aproveitou para a sua instalação algumas das Quinta da Trindade, Câmara Municipal do Seixal / Ecomu-
construções existentes na propriedade, nomeadamente seu Municipal, 2003.
a adega, construindo igualmente novos edifícios para a NABAIS, António, História do Concelho do Seixal. Crono-
instalação de diversas oficinas e armazéns relacionados logia, 2.ª ed., Seixal, Câmara Municipal do Seixal, 1982.
com a indústria corticeira. Em 1922, foi edificado o bairro Património Arquitectónico e Arqueológico Classificado.
operário da Companhia de Agricultura de Portugal. Inventário, vol. III, Lisboa, IPPAR, 1993, p. 23.
PAULO, Eulália de Medeiros; GUINOTE, Paulo, A Banda
Síntese de intervenções: D’Além do Tejo na História. Roteiro Histórico da Mar-
Após 1755 – Obras realizadas na sequência das destrui- gem Sul do Estuário do Tejo das Origens ao Fim do An-
ções provocadas pelo terramoto. tigo Regime, Lisboa, Grupo de Trabalho do Ministério da
Final do século XIX - Obras promovidas pela família Bur- Educação para as Comemorações dos Descobrimentos
nay, segundo projecto do arquitecto belga Jules Brun- Portugueses, 2000.
faut. “O tecto de madeira policromada da Quinta da Trindade”
1913 – Contrato de expropriação amigável entre Manuel in Ecomuseu Informação, n.º 16, Julho-Setembro de 2000,
Martins Gomes Júnior, proprietário da Quinta da Trinda- p. 9.
de, e a Direcção dos Caminhos de Ferro do Sul e Sueste
de uma faixa de terreno pertencente à propriedade, des- Inventariante: Ana Cláudia Silveira
tinada à construção da linha de caminhos-de-ferro entre
o Barreiro e Cacilhas. Data de inventariação: Abril de 2004
1914 – Novo contrato de expropriação entre as mesmas
entidades e pelo mesmo motivo. Data de actualização: Março de 2008
2008 ˙
Abr.Mai.Jun n.º 47 ˙ECOMUSEU INFORMAÇÃO˙ 19

(*) Necessária inscrição para participar nestas iniciativas, telefonicamente junto do Serviço

AGENDA
Educativo do Ecomuseu, ou preenchendo e enviando a ficha de inscrição distribuída com este
boletim, ou ainda através de inscrição pela Internet, em www.cm-seixal.pt/ecomuseu.

Abril ATELIÊS no bote-de-fragata


– público escolar *
ATELIÊS no Núcleo Naval do EMS ¬ Nós e o rio
– público escolar * e Descobertas matemáticas na Mundet
¬ Dança dos barcos e Estaleiro de brincadeiras Dias 13, 26 e 27 das 10h às 12h
Dias 2, 3, 9, 10, 16, 17, 23, 24 e 30, das 10h
às 12h e das 14.30h às 16.30h PASSEIOS TEMÁTICOS no bote-de-fragata
– público juvenil e adulto/famílias *
ATELIÊS no Núcleo da Mundet do EMS ¬ De barco, do Seixal ao Ginjal
– público escolar * Dia 25, das 10h às 18h
¬ Descobertas matemáticas na Mundet
Dias 2, 3, 9, 10, 16, 17, 23, 24 e 30, das 10h
Junho
às 12h e das 14.30h às 16.30h
ATELIÊS no bote-de-fragata
VISITAS TEMÁTICAS no Núcleo da Mundet
– público escolar *¬ Nós e o rio
do EMS – público escolar *
e Descobertas matemáticas na Mundet
¬ O Ratinho da Cortiça
Dias 2, 3, 17 e 25 em diversos horários
Dias 2, 3, 9, 10, 16, 17, 23, 24 e 30, das 10h
às 12h e das 14.30h às 16.30h
ATELIÊS no Núcleo Naval do EMS
– público escolar *
VISITAS TEMÁTICAS nos NUA
¬ Dança dos barcos e Estaleiro de brincadeiras
– público escolar *
Dias 4, 5, 11, 12, 18, 19, 25 e 26, das 10h
¬ A pé pelo Seixal e A pé pela Arrentela
às 12h e das 14.30h às 16.30h
Dias 2, 3, 9, 10, 16, 17, 23, 24 e 30, das 10h
às 12h e das 14.30h às 16.30h
ATELIÊS no Núcleo da Mundet do EMS
– público escolar *
PASSEIOS TEMÁTICOS no bote-de-fragata
¬ Descobertas matemáticas na Mundet
– público juvenil e adulto/famílias *
Dias 4, 5, 11, 12, 18, 19, 25 e 26, das 10h
¬ Estaleiros do Seixal, lugares com memória
às 12h e das 14.30h às 16.30h
Dia 19, das 14h às 17h
¬ Tripular uma embarcação
VISITAS TEMÁTICAS no Núcleo da Mundet
Dia 20, das 14.30h às 17.30h
do EMS – público escolar *
¬ O ratinho da cortiça
VISITA TEMÁTICA no Concelho
Dias 4, 5, 11, 12, 18, 19, 25 e 26, das 10h
– público juvenil e adulto/famílias *
às 12h e das 14.30h às 16.30h
¬ Coretos desta banda
Dia 19, às 15h
VISITAS TEMÁTICAS nos NUA
– público escolar *
¬ A pé pelo Seixal e A pé pela Arrentela
Maio
Dias 4, 5, 11, 12, 18, 19, 25 e 26, das 10h
às 12h e das 14.30h às 16.30h
ATELIÊS no Núcleo Naval do EMS
– público escolar *
VISITA TEMÁTICA fora do Concelho
¬ Dança dos barcos e Estaleiro de brincadeiras
– público juvenil e adulto/famílias *
Dias 7, 8, 14, 15, 21, 28 e 29, das 10h às 12h
¬ O descortiçamento dos sobreiros
e das 14.30h às 16.30h
Dia 13, com programa a anunciar
ATELIÊS no Núcleo da Mundet do EMS
PASSEIOS TEMÁTICOS no bote-de-fragata
– público escolar *
– público juvenil e adulto/famílias *
¬ Descobertas matemáticas na Mundet
¬ De barco, do Seixal a Alhandra
Dias 7, 8, 14, 15, 21, 28 e 29, das 10h às 12h
Dia 21, em horário a anunciar
e das 14.30h às 16.30h

Visita comentada no Núcleo da Mundet


VISITAS TEMÁTICAS no Núcleo da Mundet
do EMS – público juvenil e adulto/famílias *
do EMS – público escolar *
¬ Cortiça ao milímetro – o papel de cortiça Mundet
¬ O ratinho da cortiça
(de 1915 a 1988)
Dias 7, 8, 14, 15, 21, 28 e 29, das 10h às 12h
Dia 29, às 15 h
e das 14.30h às 16.30h

VISITAS TEMÁTICAS nos NUA – público escolar *


¬ A pé pelo Seixal e A pé pela Arrentela
Dias 7, 8, 14, 15, 21, 28 e 29, das 10h às 12h
e das 14.30h às 16.30h
museu da rede portuguesa de museus

NÚCLEOS E SERVIÇOS

Núcleo da Mundet Embarcações Tradicionais


Largo 1.º de Maio, 1 do Tejo
2840-485 Seixal Cais principal de apoio: Seixal
Varino Amoroso e bote-de-fragata Baía
SERVIÇOS CENTRAIS – Edifício dos Escritórios do Seixal
Telefone: 210976112 – Fax: 210976113 Realização de passeios no Tejo, entre Abril
E-mail: ecomuseu@cm-seixal.pt e Outubro
Horário de atendimento geral: Informações sobre programação de actividades:
De 2.ª a 6.ª feira, das 9h às 12.30h e das 14h às Serviço Educativo
17.30h
Bote-de-fragata Gaivotas em estaleiro
CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÃO
Horário de consulta de Inverno (Outubro - Maio): NÚCLEO DA QUINTA
3.as, 4.as e 5.as feiras, das 10h às 17h DA TRINDADE
Horário de consulta de Verão (Junho - Setembro): Azinheira, Seixal
3.as, 4.as e 5.as feiras, das 10h às 12.30h e das 14h às 17h
E-mail: ecomuseu.cdi@cm-seixal.pt Imóvel Classificado de Interesse Público
Acesso condicionado
SERVIÇO EDUCATIVO
Horários de atendimento telefónico: Núcleo dA Olaria Romana
2.as feiras, das 9h às 12.30h e das 14h às 17h da Quinta do Rouxinol
E-mail: ecomuseu.se@cm-seixal.pt Quinta do Rouxinol, Corroios

¬ EXPOSIÇÕES – Edifícios das Caldeiras Babcock Sítio Classificado Monumento Nacional


& Wilcox e das Caldeiras de Cozer Fornos de Cerâmica Romanos (sécs. II-IV)
Horários de Inverno (Outubro - Maio): Acesso condicionado
De 3.ª a 6.ª feira, das 9h às 12h e das 14h às 17h
Sábados e domingos, das 14h às 17h Núcleo do Moinho
Horários de Verão (Junho - Setembro): de Maré de Corroios
De 3.ª a 6.ª feira, das 9h às 12h e das 14h às 17h
Sábados e domingos, das 14.30h às 18.30h Devido a obras de conservação e de requalificação
Encerramento: do imóvel e da envolvente, este núcleo encontra-se
2.as feiras e feriados nacionais encerrado ao público

Extensão do Ecomuseu
NÚCLEO NAVAL na Fábrica de Pólvora
Av. da República - Arrentela de Vale de Milhaços
Vale de Milhaços, Corroios

¬ EXPOSIÇÕES Sítio Classificado Imóvel de Interesse Público


¬ Oficina de construção artesanal Acesso condicionado
de modelos de barcos do Tejo Informação sobre visitas: Serviço Educativo
Horários de Inverno (Outubro - Maio):
De 3.ª a 6.ª feira, das 9h às 12h e das 14h às 17h Extensão do Ecomuseu
Sábados e domingos, das 14h às 17h na Quinta de S. Pedro
Horários de Verão (Junho - Setembro): Quinta de S. Pedro, Corroios
De 3.ª a 6.ª feira, das 9h às 12h e das 14h às 17h
Sábados e domingos, das 14.30h às 18.30h Campo arqueológico
Encerramento: necrópole medieval-moderna
2.as feiras e feriados nacionais (séculos XIII-XVII)
Acesso condicionado

Ficha Técnica _ Ecomuseu Informação n.º 47 _ www.cm-seixal.pt/ecomuseu

Direcção E EDITORIAL Grafismo e Revisão


Edição Graça Filipe Sector de Apoio Gráfico e de Edições
Câmara Municipal da CMS
do Seixal/Ecomuseu Participaram nesta edição
Exposições: Graça Filipe e Cláudia Silveira Impressão
Municipal do Seixal Programa de Iniciativas de Serviço Corlito, Centro Técnico de Artes Gráficas,
Educativo e Agenda: Carla Costa e Graça Filipe Lda.
Em Foco: Graça Filipe
Conhecer: Carlos Carrasco Tiragem
Carta do Património do Concelho do Seixal: 6000 exemplares
Distribuição gratuita
Cláudia Silveira e Fátima Afonso.
Assinaturas a pedido ISSN
junto do EMS Apoio nos recursos 0873-6197
fotográficos e ilustrações
Fernanda Machado DEPÓSITO LEGAL
106175/96
Créditos fotográficos
Indicados nas legendas respectivas

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