Você está na página 1de 24

Plano Museológico - Casa

Da Memória de Almirante
Tamandaré (CMAT)
Setembro, 2024 - 2034
Casa da Memória de Almirante Tamandaré

Plano Museológico da Casa da Memória de Almirante


Tamandaré:
2024-2034 / Casa da Memória de Almirante Tamandaré. Almirante
Tamandaré, 2024.

xx p. : il. color.

1. Casa da Memória de Almirante Tamandaré – Plano


Museológico. 2. Secretária Municipal de Cultura e Turismo de Almirante
Tamandaré. I. Título.

2
Plano Museológico - Casa Da Memória
de Almirante Tamandaré

Casa da Memória de Almirante Tamandaré


Secretária Municipal de Cultura e Turismo de Almirante Tamandaré
Parque Ambiental Aníbal Khury
R. Domingos Scucato, 1350 - Jardim Monte Santo, Alm. Tamandaré - PR, 83501-020
Telefone: (41) 99135-5427 | E-mail: culturaeturismoat@gmail.com
2024

3
SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA E TURISMO
DE ALMIRANTE TAMANDARÉ

Secretário Municipal de Cultura e Turismo


José Luiz Afornalli

Grupo de Trabalho da Casa da Memória de Almirante Tamandaré


Celine Maria Nadaline Piazzetta
Dioclecio Uchoa
Eliana Zanetti
José Luiz Tavares
Luana Lopes

PLANO MUSEOLÓGICO DA CASA DA MEMÓRIA

Período de Organização
18 de março de 2024 até xx de setembro de 2024

Redação Final
Celine Maria Nadaline Piazzetta

Agradecimentos
O Grupo de Trabalho responsável pela elaboração do Plano Museológico da Casa da
Memória de Almirante Tamandaré gostaria de expressar os nossos mais sinceros
agradecimentos ao prefeito Gerson Colodel. O seu apoio e compromisso foram
fundamentais para a realização deste projeto. O nosso agradecimento estende-se também
a todos os que, de alguma forma, contribuíram para a concretização da Casa da Memória
de Almirante Tamandaré, que é tão importante para a preservação e valorização da nossa
história e cultura.

4
Nunca colecionei para mim, mas imaginando me constituir
apenas salvaguarda de obras, valores e livros que pertencem ao
público, ao meu país, ao pouso que eu gastei e me gastou.

Mário de Andrade

5
SUMÁRIO

SUMÁRIO 6
APRESENTAÇÃO 7
SOBRE A CASA DA MEMÓRIA E O PLANO MUSEOLÓGICO 9
Missão, Visão e Vocação 11
Diagnóstico Institucional 12
Objetivos e Estratégias 13
Programação Cultural e Educativa 14
Gestão de Acervo 15
Aquisição e Temática 16
Preservação 17
Documentação 17
Desincorporação do Acervo 18
Descarte 19
Administração 19
Comunicação e Marketing 21
Estudos de Público 21
REFERÊNCIAS 22

6
APRESENTAÇÃO

A nova definição do que é museu foi aprovada em 24 de agosto de 2022


durante a Conferência Geral do ICOM em Praga. Definindo o museu como:

Um museu é uma instituição permanente, sem fins


lucrativos e ao serviço da sociedade que pesquisa,
coleciona, conserva, interpreta e expõe o patrimônio
material e imaterial. Abertos ao público, acessíveis e
inclusivos, os museus fomentam a diversidade e a
sustentabilidade. Com a participação das comunidades,
os museus funcionam e comunicam de forma ética e
profissional, proporcionando experiências diversas para
educação, fruição, reflexão e partilha de conhecimentos.
(ICOM Brasil)

Diante do fato, a Casa da Memória de Almirante Tamandaré (CMAT) é


considerada um ‘museu da vida local’, sendo dedicada à preservação da história
cultural e natural da região, privilegiando assim um enfoque multitemático, em que
os diferentes componentes da vida social são valorizados (GOB e DROUGUET, 2019,
p. 60). Foi oficializada em 2024 após a conclusão da reforma do edifício que agora
abriga o museu. Esta reforma foi possível graças à Lei Aldir Blanc de incentivo à
cultura (Lei nº 14.017, de 29 de junho de 2020).
Atualmente, o museu serve como um centro de pesquisa e conservação de
artefatos históricos, com ênfase especial nos povos originários, negros e imigrantes
que formam o mosaico cultural da cidade. Como também a história do parque Aníbal
Khury, que é onde ela está localizada, e obras de arte e fotografias que representam a
cidade de Almirante Tamandaré.
Além dos objetos históricos, o acervo também contém uma variedade de
artefatos naturais. Estes são predominantemente focados na fauna nativa da região
de Tamandaré e do Paraná. Estes artefatos não apenas proporcionam uma visão da
biodiversidade local, como também os visitantes podem apreciar a beleza e a
diversidade do mundo natural, ao mesmo tempo em que compreendem a
importância da preservação do meio ambiente para as futuras gerações.
A CMAT está localizada no Parque Aníbal Khury, na rua Domingos Scucato,
1350 - Jardim Monte Santo, Alm. Tamandaré - PR. O museu ocupa o espaço onde já
foi haras para a criação de cavalos de uma fazenda privada na década de 1930, mais
tarde, em 1980, foi feita a doação dessa fazenda para a família Khury. O parque foi

7
inaugurado em 2008 sob a administração do Governo do Estado e, em 2017, foi
doado ao município de Almirante Tamandaré. A transferência foi formalizada pela
Lei Ordinária Nº 19136, de 27 de setembro de 2017, e publicada no Diário Oficial nº
10038, de 28 de setembro de 2017.
A missão da CMAT é delineada em um documento estratégico que reflete a
visão da equipe atual e de outras partes interessadas, com o objetivo de gerenciar de
maneira eficaz o acervo do museu. Este documento estabelece critérios de acordo
com a temática para a análise e aquisição de novos itens, alinhados com a política de
pesquisa da instituição. O Plano Museológico resultante é um guia para o
planejamento estratégico e a gestão do museu.
Neste documento é apresentado e delimitado: o foco temático, a missão, visão
e vocação da CMAT, o diagnóstico da instituição com os pontos fortes e fracos,
objetivos e estratégias, programação cultural e educacional, gestão do acervo,
administração, comunicação e marketing. Com todos esses temas definidos, é
possível ter uma organização eficaz para a realização de programas educacionais e
exposições na Casa da Memória de Almirante Tamandaré.
Concluímos este documento através da organização de nossas ideias,
pensamentos e expectativas diante a Casa da Memória de Almirante Tamandaré, é
através dele que pudemos delimitar a temática e a aquisição de novos itens. Para
mais de conseguir pensar e formular ideias de programações culturais e educativas,
envolvendo mais a comunidade e as escolas no ambiente museológico, a fim de
democratizar o acesso à cultura e o lazer.

8
SOBRE A CASA DA MEMÓRIA E O PLANO
MUSEOLÓGICO

A Casa da Memória é um “Museu de Cidade”, por ter como linha de pesquisa e


temática todo o contexto que diz respeito ao município de Almirante Tamandaré,
constituindo assim, uma temática de vocação inteiramente interdisciplinar. O
fenômeno urbano e local é musealizável pelo motivo de ter pontos de vistas variados,
dependendo da natureza das coleções, como a lembrança de eventos importantes, a
história do povoamento e migrações, as tradições locais, todas esses temas fazem
parte da representação de Almirante Tamandaré na Casa da Memória. (GOB e
DROUGUET, 2019, p. 60)
Em 1937, Mário de Andrade escreveu uma carta em apoio à campanha “Contra
o Vandalismo e o Extermínio”, do qual fala sobre a importância de museus
municipais, usando o termo “museus vivos”, que tenham um ensinamento ativo, e
que apresentem materiais arqueológicos, folclóricos, artístico, históricos, além de
elementos da arquitetura regional, as atividades econômicas e dos recursos naturais
do município. (CHAGAS e NASCIMENTO, 2009, p. 9).
Mario Chagas e José do Nascimento escreveram um artigo com o nome
“Subsídios para a Criação de Museus Municipais”, este texto foi de muita importância
para a criação desse Plano Museológico, por apresentar diversos conceitos e
informações que nos orientaram a pensar a perspectiva da Casa da Memória. Neste
artigo, é apresentado as ideias de Mário de Andrade, e em uma dessas apresentações
afirmam que:
O projeto de Mário de Andrade para os museus
municipais passa pela valorização do existente: do mais
singelo ao mais sofisticado, do popular ao erudito, da
cópia ao original, do testemunho natural ao cultural,
sem a preocupação de coleções fechadas. A narrativa
museológica, nesse caso, surge do diálogo com a
população interessada na constituição do museu.
(CHAGAS e NASCIMENTO, 2009, p. 9)

A CMAT (Casa da Memória de Almirante Tamandaré) está de acordo com as


ideias de Mário de Andrade, buscando trazer uma narrativa que condiz com o diálogo
e com a participação ativa da população na construção do museu. Prezamos pela
valorização do existente, abertos ao diálogo e aos diferentes pontos de vista que

9
visem a construção do museu. E esta construção não se dá somente pela ampliação
do acervo, mas também em toda a história que será organizada em exposições dentro
da Casa da Memória.
O museu, como instituição de memória, está intrinsecamente conectado com o
território e as pessoas que nele vivem, se relacionando naturalmente com a vida
cotidiana. A CMAT, sendo um museu de história cultural e natural, está interessada
em contar as memórias de pessoas que já viveram e vivem na região de Almirante
Tamandaré. E desta forma, ser um centro de informação e reflexão, onde o visitante
irá se identificar com os elementos da exposição, por fazerem parte de sua referência
identitária.
Ademais, por ser um local de integração entre o visitante e as diferentes
narrativas culturais, almejamos que a Casa da Memória seja um espaço
comprometido com a transformação da realidade e com o exercício do direito à
memória e ao patrimônio, ao mesmo tempo, ser um local de formação de
conhecimento e de lazer a quem o visita.
O acervo da Casa da Memória é de grande importância regional, pois os
objetos e documentos preservados são vitais para contar a história da cidade e
promover a reflexão sobre seu passado. O acervo bibliográfico é particularmente
valioso, pois nele estão incluídas obras de significância histórica escritas por autores
de Almirante Tamandaré, enquanto o acervo tridimensional apresenta objetos que
ilustram a rica história do município. O acervo natural materializa a história natural
da região, mostrando diversificação das espécies nativas nas extensões de Almirante
Tamandaré.
Por estar vinculado a Secretaria de Cultura e Turismo, o museu e o turismo
mantêm uma relação estreita, pois ambos são expressões da criatividade humana e
envolvem deslocamentos, criação de roteiros e contribuições para o desenvolvimento
local. Enquanto o turismo impulsiona e qualifica os museus, estes, por sua vez,
enriquecem as experiências turísticas. A participação dos museus em programas de
turismo cultural, social e ecoturismo é realizada para promover uma integração mais
sólida com as comunidades locais, preservando o patrimônio cultural e valorizando
as memórias locais com respeito e solidariedade.

10
Missão, Visão e Vocação

A Casa da Memória se autodenomina desta forma por ser uma instituição de


guarda, pesquisa, e principalmente, de exposição da memória do município de
Almirante Tamandaré e de seus moradores. Privilegiando as famílias e buscando
transformar as narrativas trazidas pelos moradores na história oficial da CMAT.
Além disso, queremos colocar em evidência o fato de nos preocupamos com a história
do município e que a construção de novas metodologias deve levar em consideração
as reflexões do passado.

Missão:
A missão da Casa da Memória é preservar, divulgar e valorizar a memória e a
identidade de Almirante Tamandaré, por meio da gestão e promoção de seu acervo
cultural. Além disso, expor a história natural da região, como a fauna local, a fim de
ofertar conhecimento sobre a biodiversidade do território de Almirante Tamandaré e
o seu entorno. Pensamos em uma perspectiva que privilegie a comunicação e
dinamização do patrimônio museológico cultural e natural, assegurando o acesso
democrático ao conteúdo do museu.

Visão:
A visão que a Casa da Memória almeja como Museu de Cidade é ser um ponto
de referência cultural e histórica para a comunidade. Queremos, como uma
instituição de memória, nos aproximar da comunidade a fim de fazê-la se identificar
com o tema e a narrativa composta na exposição. Além de acrescentar conhecimento
a todos que a visitarem.

Vocação:
A nossa vocação é apresentar-nos como uma estrutura museal viva e
dinâmica, um espaço não apenas físico, mas também de ideias e conhecimento.
Queremos ser entendidos como muito mais do que uma simples exposição.
Pretendemos ser um local ativo de pesquisa, ensino, extensão, cultura e lazer. A
nossa missão é manter uma ligação estreita e constante com estudantes,
pesquisadores, a comunidade e a sociedade em geral. Além disso, é nosso objetivo
fomentar o desenvolvimento de parcerias com instituições, que possam abranger os

11
diversos segmentos universitários e agentes sociais locais e nacionais. Estamos
particularmente interessados em colaborar com aqueles que partilham o nosso
interesse na temática da História local de Almirante Tamandaré. Assim, esperamos
contribuir para a preservação e divulgação do patrimônio histórico, cultural e natural
da nossa cidade.

Diagnóstico Institucional

A Casa da Memória de Almirante Tamandaré (CMAT) passou por uma


reforma completa, revitalizando o edifício histórico que ocupa, e reestruturou toda a
sua infraestrutura interna. Com essa renovação, asseguramos que sua estrutura é
recente e está em condições exemplares para abrigar os artefatos históricos que
constituem o acervo da instituição. Este diagnóstico institucional reflete a
transformação pela qual a CMAT passou. A análise detalhada revela que, com a
reforma, o museu fortaleceu sua capacidade de preservar e exibir o patrimônio
cultural de forma segura e acessível.
Em resumo, a reforma da CMAT não só melhora a funcionalidade e a estética
do espaço, mas também reafirma o compromisso da instituição em dar segurança aos
artefatos e aos visitantes, além de reformas que garantem a acessibilidade de
públicos com deficiências visuais e salas para atividades educativas. Diante isso,
listamos alguns pontos fortes e fracos da instituição:

Pontos fortes:
- Diversidade cultural, natural e histórica da área onde a Casa da Memória está
inserida;
- Dimensão e qualidade de acervo museológico (bibliográfico, arquivístico,
tridimensional e natural);
- Dimensão de pesquisa sobre o município de Almirante Tamandaré;
- Localização física perto do centro da cidade;
- Localização física em uma área de lazer e de eventos (Parque Ambiental Aníbal
Khury);
- Colaboração da comunidade na construção e na narrativa do acervo;
- Sem fins lucrativos e aberto a todos os públicos;

12
- Parcerias com faculdades e grupos comunitários;
- Está relacionado e sob responsabilidade da Secretaria Municipal de Cultura e
Turismo;
- [Programas e Oficinas voltados à educação e cultura para a comunidade]

Pontos fracos:
- Necessidade de aparelhamento técnico de armazenamento, climatização e
acondicionamento adequado das Reservas Museológicas;
- Falta de uma Política de Segurança e ausência de dispositivos contra roubos e
furtos;
- Inexistência da Associação de Amigos;
- Inexistência de lojas de conveniência, tais como lanchonetes e loja do museu;
- [Falta de acessibilidade a públicos e funcionários com necessidades especiais]

Objetivos e Estratégias

A Casa da Memória de Almirante Tamandaré se propõe a ser mais do que um


museu tradicional; é nosso objetivo transformá-la em um centro ativo de cultura e
educação. Nosso espaço não será apenas uma exibição de artefatos históricos, mas
um ambiente onde atividades educativas e culturais ganham vida. A exposição desses
artefatos será realizada de maneira clássica, porém, nosso foco está na dinâmica do
espaço museal. Almejamos que o museu seja um local de inspiração e funcionalidade,
acolhendo todas as formas de interpretação e expressão artística e cultural.
Um dos nossos objetivos é obter parcerias com grupos comunitários e
faculdades que se interessam por projetos de extensão voltados à cultura e turismo,
para aumentar a visibilidade da Casa da Memória. Essas colaborações podem
enriquecer o conteúdo programático das instituições de ensino, ao mesmo tempo que
promovem a conscientização sobre a importância da preservação histórica e cultural,
que acontece através do museu.
Através dessas parcerias, podemos organizar eventos conjuntos, como
seminários, oficinas e exposições, que servirão como plataformas para estudantes e
membros da comunidade apresentarem pesquisas, projetos e atividades artísticas
relacionados à temática do museu e à educação. Além disso, essas parcerias podem

13
abrir caminhos para oportunidades de financiamento e apoio, tanto do setor público
quanto privado, garantindo a sustentabilidade de longo prazo das iniciativas da Casa
da Memória.
Temos a estratégia de pensar e executar, quando possível, atividades culturais
todos os meses, como palestras, seminários, atualizações frequentes de exposições
temporárias, oficinas (que poderão expor seus trabalhos na sala de exposição
temporária) e além de ceder espaços para eventuais projetos provindos de lei de
incentivo. Queremos usar o espaço museal da melhor forma possível, incentivando os
alunos e visitantes a voltarem a visitar o museu e a participar das atividades e
projetos culturais que serão disponibilizados.
A CMAT, por estar sob responsabilidade da Secretaria de Cultura e Turismo,
terá incentivo ainda maior da Prefeitura de Almirante Tamandaré, tendo a
participação em programas de turismo cultural, social e ecoturismo. Sob esse viés, as
atividades museológicas estarão sempre entrelaçadas aos programas turísticos da
cidade, aumentando o engajamento do museu e o financiamento à programações
culturais e educativas que nele serão realizadas.

Programação Cultural e Educativa

Há disponível duas salas para exposições temporárias e atividades extraclasse,


mediante contato com a Secretária Municipal da Cultura e Turismo. Essas salas
poderão ser utilizadas por artistas locais e trabalhos educativos.
Segundo o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) “As exposições temporárias
representam um importante veículo de dinamização dos museus. O caráter de
novidade proporciona, ao lado do trabalho educativo, uma visita mais estimulante ao
público visitante.”. Queremos oferecer, através das exposições temporárias, um
contato maior com a comunidade, ofertando projetos com a mesma e com as escolas,
valorizando a cultura e a auto-estima local.
A Casa da Memória além de realizar exposições temporárias, também irá
realizar eventos culturais e atividades educativas para divulgar e valorizar o acervo
junto à comunidade. Nosso objetivo principal, enquanto Instituição de Memória, é a
ampliação do conhecimento e da educação, e ao mesmo tempo, ser um espaço de
lazer e cultura, democratizando o acesso a mesma. Diante disso, pensamos e

14
planejamos programações e ações para amplificar a cultura e a educação na cidade,
segue algumas das ideias e projetos pensados para essa realização:

● Organização de excursões escolares com atividades interativas para melhorar


o envolvimento dos alunos;
● Realização de seminários com historiadores e acadêmicos locais para discutir
os aspectos da história local;
● Há uma sala na Casa da Memória destinada a ser um espaço para atividades
educativas. Esta poderá ser utilizada por escolas que poderão ter um dia de
‘Aula no Museu’, para oportunizar aulas sobre os aspectos da vida histórica
através de recriações e atividades práticas;
● Organizações de exposições temáticas que destacam períodos ou eventos
específicos da história de Almirante Tamandaré;
● Implementação do projeto ‘Raízes em Exposição’, para os artistas e moradores
locais poderem produzir e expor seu trabalho inspirado na história, cultura
e/ou patrimônio do Paraná ou de Almirante Tamandaré;
● Salas de exposição temporária para os artistas locais terem a oportunidade de
expor as suas obras e trabalhos de forma gratuita;
● Fazer parcerias com grupos comunitários para organizar festivais e feiras no
parque em que está localizado a Casa da Memória, privilegiando feiras que
celebram a cultura e o patrimônio paranaense;
● Criação de uma Sala de Cinema, onde os visitantes poderão observar de
maneira vívida a história da cidade e dos bairros que a compõem, sendo esses
documentários feitos pelos próprios moradores da cidade, através da lei de
incentivo Paulo Gustavo (Lei Complementar nº 195, de 08 de julho de 2022);
● Desenvolvimento de projetos culturais comunitários que incentivem a
participação e o envolvimento de residentes locais;

Há de ter uma sala para realizar projetos culturais dentro do espaço museal,
aumentando desta forma o engajamento da comunidade e o alcance da Casa da
Memória; com projetos acontecendo dentro do museu, torna-se mais fácil as pessoas
visitarem e se interessarem pelo museu.
Também faremos divulgações nas escolas públicas da região e realizaremos
projetos que visem a educação dos alunos e o aumento do interesse deles por espaços

15
museológicos em geral. Para que aprendam os conteúdos fora da sala de aula de uma
forma divertida e dinâmica, saindo do método tradicional de ensino e usufruindo de
metodologias ativas.

Gestão de Acervo

O acervo da Casa da Memória de Almirante Tamandaré foi formado ao longo


do tempo por meio de doações, permutas, compras, transferências e pesquisas
realizadas pela equipe da instituição. Ele reflete a diversidade e riqueza da história do
município, abrangendo diferentes períodos, eventos e aspectos da vida local.
A maioria dos itens foram doados por moradores do município, que
contribuíram grandemente para a construção do nosso acervo. Cada objeto doado
está devidamente identificado com o nome da pessoa ou da família que doou,
juntamente com a data da doação e o termo de doação.
Assim como todas as demais aquisições tem o seu devido termo junto a
documentação, os maiores detalhes estão presentes na Política de Acervo da CMAT.

Aquisição e Temática
A CMAT é uma instituição pública voltada a relatar a história e os principais
acontecimentos históricos da cidade, valorizando as famílias, que foram formadas
principalmente por imigrantes, e as demais narrativas que compõem a história de
Almirante Tamandaré. Trata-se de um espaço que busca documentar, expor e
pesquisar a história e a comunidade ao redor, desta forma, fundamenta suas ações no
relacionamento com diversas comunidades de modo a garantir e ampliar sua
relevância em variados contextos.
A CMAT também aceitará acervo que comunique como era/é a fauna nativa da
região de Almirante Tamandaré e do Paraná.

Diante disso, propomos cinco linhas principais para orientar na aquisição de itens:
1. A história da cidade de Almirante Tamandaré: itens que façam parte
da construção e do contexto histórico de Almirante Tamandaré, como jornais,
folhetos, livros, documentos que representem as políticas e os trâmites
burocráticos da cidade, ou documentos pessoais em um geral;

16
2. Memórias dos imigrantes: itens trazidos por imigrantes quando vieram
para a cidade de Almirante Tamandaré;
3. Encontros entre culturas: itens que representem a vida e a adaptação dos
imigrantes em Almirante Tamandaré, bem como as lembranças e as
identidades que se formaram e foram transmitidas entre as gerações, como
fotografias, diários, e objetos em um geral que representem o trabalho, a
cultura, culinária, língua e a vida doméstica;
4. A comunidade local: quaisquer itens que representam como era/é a
vivência na cidade, contando a história dos moradores da cidade e de suas
famílias.
5. Objetos provindos da Região: itens de qualquer classificação
(arquivístico, bibliográfico, tridimensional, natural) que forneçam
informações sobre a região de Almirante Tamandaré ou Paraná.

Os processos de aquisição e descarte respeitam os códigos de ética dos


organismos nacionais e internacionais relacionados aos acervos, tais como: ICOM,
ICOM-Brasil, CONARQ, COREM, COFEM, ou outros, conforme o caso. Além disso,
as coordenações responsáveis pelos acervos deverão tomar medidas de controle sobre
a circulação, consulta e empréstimo, localização nas áreas de guarda de acervo, bem
como sobre sua segurança, mantendo sob controle um mapa de localização dos
acervos.

Preservação
A conservação e preservação do acervo são prioridades da CMAT, que adota
medidas adequadas de armazenamento, manuseio e conservação preventiva para
garantir a integridade e longevidade dos materiais.
A Casa da Memória possui reserva técnica, mas não há sistemas de
armazenagens contra incêndios e controle de temperatura devido à falta de
orçamento, entretanto, com os recursos disponíveis, garantimos a guarda, manuseio
e limpeza adequada dos itens. Na reserva realizamos a conservação, inventário,
tratamento, higienização e curadoria dos itens que não estão expostos. Desta forma,
asseguramos a preservação dos itens e impedimos o seu deterioramento.

17
Documentação
A documentação e catalogação do acervo na Casa da Memória de Almirante
Tamandaré seguem um processo detalhado para garantir a organização adequada das
peças. O processo geralmente inclui:

● Ficha de documentação: Uma ficha que contém informações essenciais


sobre cada item do acervo, incluindo data de entrada, estado de conservação,
função, material, fotografia do item, data de produção, descrição histórica e do
item, termo de aquisição, localização específica e dimensões;
● Registro fotográfico: Fotografias de cada item são tiradas para registrar
sua aparência e condição no momento da entrada no acervo. Isso é essencial
para futuras referências e pesquisas;
● Descrição detalhada: Cada item é descrito de forma detalhada, incluindo
sua história, contexto de uso, significado cultural e qualquer informação
relevante relacionada à sua proveniência ou propriedade;
● Termo de aquisição: Documento que registra as informações relacionadas
à aquisição do item, incluindo sua origem, responsável, data e quaisquer
termos ou condições associadas à doação, compra, permuta, transferência ou
empréstimo;
● Localização específica: Registra onde cada item está localizado no espaço
da Casa da Memória, seja em exposição, armazenamento ou emprestado para
exposições temporárias;
● Conservação: Avaliação do estado de conservação de cada item, com
medidas adequadas para garantir sua preservação a longo prazo. Isso pode
incluir ações de conservação preventiva, higienização regular, local apropriado
para a guarda ou restauração, quando necessário.

Desincorporação do Acervo
Todo processo de descarte do acervo museológico deve observar os seguintes
critérios:
1. Parecer técnico sobre estado de conservação do acervo, emitido por um
técnico especializado na tipologia/natureza do objeto;
2. Impossibilidade de restauro, devido ao precário estado de conservação
do acervo;

18
3. Quando o material com o qual o objeto foi produzido colocar em risco a
integridade dos demais acervos da CMAT, a saúde do corpo técnico,
bem como a saúde do público em geral;
4. Readequação do foco da coleção;
5. Repatriamento de objetos.

Respeitando a Resolução Normativa Ibram nº 12, de 10 de fevereiro de 2022,


Capítulo IV, a Casa da Memória considerará para o descarte de bens culturais, que
todos tenham: a devida documentação, identificação do bem - respeitando o caráter
museológico, arquivístico ou bibliográfico, laudo do estado de conservação,
documentação fotográfica e um parecer conclusivo sobre o descarte do material,
tendo em vista os princípios da política de aquisição e descarte da Casa da Memória.
O descarte de bens não poderá ter o lucro como objetivo.

Descarte
O documento descartado deve seguir uma norma bastante criteriosa e
transparente, sendo avaliado pela Secretária. Os materiais irrecuperáveis, que não
mais apresentam mínimas condições de uso, devem sofrer baixa do registro e serem
eliminados. O material deteriorado ou destruído pelo vandalismo deve ser avaliado
para o descarte, substituição ou conserto/restauro.

Administração

A CMAT será administrada por um Diretor e terá como órgão de apoio a


Secretaria Municipal de Cultura e Turismo. Este Diretor será designado pelo Prefeito
Municipal, por indicação do Secretário Municipal de Cultura e Turismo, devendo sua
escolha recair obrigatoriamente sobre pessoa especializada e de reconhecido saber no
campo da cultura.
Conforme o Regimento interno da Casa da Memória, o Art. 3º expõem as
funções e obrigações da mesma enquanto museu e instituição de memória, essas são:

“Art. 3º . Para atingir suas finalidades, a CMAT – Casa da Memória de Almirante


Tamandaré, deverá:

19
1. Formar, documentar, conservar, ampliar seu acervo através de aquisições, doações
ou permutas de peças que digam respeito ao município ou região, sempre com
anuência do Conselho Consultivo;
2. Realizar exposições temporárias ou itinerantes, difundindo seu acervo ou acervos
particulares de colecionadores;
3. Manter um setor permanente onde serão mostrados obrigatoriamente as peças do
acervo do Museu;
4. Participar de mostras organizadas por outras instituições através do empréstimo de
peças componentes de seu acervo;
5. Manter cursos práticos e teóricos de extensão, aperfeiçoamento e de divulgação
cultural; organizar e participar de conferências e instituir concursos e prêmios;
6. Organizar e manter biblioteca especializada, fichário e arquivos de documentação;
7. Manter atualizado o catálogo das peças que constituem o acervo patrimonial do
Museu;
8. Diante a opção 7, o padrão do Registro do objeto é: Ano de
Aquisição/Classificação/Número do Objeto. Exemplo: 2024/B/0001
9. Publicar catálogo de todas as mostras que realizar, bem como boletins informativos
de suas atividades.”

Da Organização Administrativa:
Art. 9º. A Casa da Memória de Almirante Tamandaré, será formado por uma
Diretoria, assessorada por um Assessor Técnico e terá a seguinte estrutura:
a) O Setor de Administração atenderá a secretaria geral do Museu, encaminhando
expediente, controlando o pessoal, atendendo o setor financeiro e realizando as demais
atividades necessárias ao funcionamento do Órgão, assim como atendimento dos serviços
de portaria, telefonia, vigilância e limpeza.
b) O Setor de Exposições e de Acervo atenderá a montagem de mostras temporárias
ou itinerantes promovidas pelo Museu e a apresentação das peças do acervo em exposições
permanentes. E atenderá o acondicionamento e guarda em reservas técnicas, das peças
pertencentes ao Museu devidamente catalogadas, mantendo as mesmas em condições de
serem expostas.
c) O Setor de Preservação, Conservação e Restauro, que terá um local próprio, será
responsável pela conservação do acervo e pequenos consertos quando necessários.

20
RESTAURAÇÕES devem ser feitas por profissionais especializados. Caso o Museu não
disponha desse profissional, deve terceirizar o serviço.
d) O Setor de Pesquisa e Documentação terá a seu cargo o arquivo do Museu, a
pesquisa de assuntos inerentes à tipologia do acervo, a organização de documentação
iconográfica de interesse museológico e de biblioteca contendo todas as publicações
especializadas que serão devidamente catalogadas.
e) O Setor de Educativo promoverá intercâmbio cultural entre o Museu, instituições
educacionais e a comunidade em geral, elaborando projetos especiais para visitas
monitoradas e animação cultural.

Comunicação e Marketing

As principais estratégias de promoção são a divulgação através de cartazes nos


principais pontos da cidade, nas escolas, terminais de ônibus e demais ambientes que
haja contínua circulação de pessoas. Divulgação da programação cultural nas escolas
do ensino fundamental I ao Ensino Médio e nos EJAs, convidando-os para participar
de eventos e Dias Culturais.
A CMAT promove ações de divulgação online e participa de iniciativas de
licenciamento aberto para ampliar o acesso e a visibilidade do acervo. Temos a
estratégia de criar uma página no Instagram, Facebook e X (antigo Twitter) do
museu, para que haja a conversa e a aproximação com o público mais jovem.
Pensando nisso, há também a proposta da criação do site da Casa da Memória
de Almirante Tamandaré, para que seja disponibilizado o acervo de forma online e
digitalizada, dialogando com o nosso objetivo de democratizar cada vez mais o acesso
ao conteúdo do museu. Além disso, disponibilizar a história do museu, da cidade e as
narrativas de cada exposição presente. Pensando na acessibilidade, o site contará
com a parceria do projeto ... do Museólogo Bernardo Gondek, que disponibiliza,
dentro do site, a descrição das imagens e o auxílio de navegação, para pessoas com
deficiência visual e TEA (Transtorno do Espectro Autista).
Haverá publicações no site da prefeitura de Almirante Tamandaré
(https://tamandare.pr.gov.br/), que divulgará as principais atrações que terão na
Casa da Memória, assim como suas realizações.

21
Pesquisa de Público
- Realizar a coleta de feedbacks da comunidade com o objetivo de pesquisar quem são
os principais públicos visitantes do museu e em que ele pode melhorar. (Fazer essa
pesquisa juntamente com um dossiê a cada semestre, a partir da inauguração do
museu)

Lei. 11.904/2009

§ 2º Os museus deverão promover estudos de público, diagnóstico de participação e


avaliações periódicas objetivando a progressiva melhoria da qualidade de seu
funcionamento e o atendimento às necessidades dos visitantes.

22
REFERÊNCIAS

ICOM BRASIL - Nova Definição de Museu. Disponível em:


<https://www.icom.org.br/?page_id=2776>. Acesso em: 20 de mar. de 2024

ICOM. Código de Ética. Disponível em:


<https://icom.museum/wp-content/uploads/2018/07/Portuguese.pdf>. Acessado
em: 07 de mar. de 2024

Ibram, Resolução Normativa Ibram nº 12, de 10 de fevereiro de 2022.


Disponível em:
<https://www.gov.br/museus/pt-br/assuntos/legislacao-e-normas/outros-instrume
ntos-normativo/resolucao-normativa-ibram-no-12-de-10-de-fevereiro-de-2022>.
Acessado em: 14 de mar. de 2024

Leis Estaduais. Lei Ordinária Nº 19136 - 27 de Setembro de 2017. Disponível


em:
<https://leisestaduais.com.br/pr/lei-ordinaria-n-19136-2017-parana-autoriza-o-pod
er-executivo-a-efetuar-a-doacao-do-imovel-que-especifica-ao-municipio-de-almirant
e-tamandare>. Acessado em: 12 de mar. de 2024

Presidência da República - Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos.


DECRETO Nº 8.124, DE 17 DE OUTUBRO DE 2013. Disponível em:
<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Decreto/D8124.htm
>. Acessado em: 15 de mar. de 2024

Presidência da República - Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. LEI Nº


11.904, DE 14 DE JANEIRO DE 2009. Disponível em:
<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l11904.htm>.
Acessado em: 15 de mar. de 1024

CHAGAS, Mário de Souza e NASCIMENTO JUNIOR, José do (organizadores).


Subsídios para a criação de Museus Municipais. Rio de Janeiro, RJ:
Ministério da Cultura/ Instituto Brasileiro de Museus e Centros
Culturais/Departamento de Processos Museais, 2009. Disponível em:
<https://www.gov.br/museus/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/guias-e-man
uais/subsidios-para-criacao-de-museus-municipais/view>. Acesso em: 20 de mar. de
2024.

GOB, André; DROUGUET, Noémie. A Museologia: História, Evolução, Questões


Atuais. Rio de Janeiro: FGV Editora, 2019.

23
PADILHA, Renata Cardozo. Documentação Museológica e Gestão de Acervo.
COLEÇÃO ESTUDOS MUSEOLÓGICOS, Volume 2. Florianópolis: FCC Edições,
2014. Disponível em:
<https://www.cultura.sc.gov.br/downloads/patrimonio-cultural/colecao-estudos-m
useologicos/1869-documentacao-museologica-e-gestao-de-acervo-colecao-estudos-
museologicos-volume-2/file>. Acessado em: 13 de mar. de 2024

24

Você também pode gostar