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R E S I D Ê N C I A E S T U D AN T I L – P R O P O S T A P AR A A U F AB C

Magda Podadera Milatias

R E S I D Ê N C I A E S T U D AN T I L - U F AB C

São Paulo

2012
R E S I D Ê N C I A E S T U D AN T I L – P R O P O S T A P AR A A U F AB C

Centro Universitário Fiam Faam

Magda Podadera Milatias

Trabalho apresentado à disciplina


Metodologia do Trabalho Científico
do Curso de Arquitetura e
Urbanismo sob orientaç ão dos
Professores Edgard Tadeu Dias do
Couto e Antonio Busnardo Filho.

São Paulo2012
Magda Podadera Milatias

R E S I D Ê N C I A E S T U D AN T I L – U F AB C

Trabalho apresentado à disciplina Metodologia do


Trabalho Científico do Curso de Arquitetura e Urbanismo
sob orientação dos Professores Edgard Tadeu Dias do
Couto e Antonio Busnardo F ilho, defendido e aprov ado
em 19/12/2012, pela banca examinadora constituída
pelos professores:
_____________________________________
Prof. Dr. Edgard Tadeu Dias do Couto
Fiam Faam Centro Universitário - Orientador

_____________________________________
Prof. Dr. Flávio Hadlich
Fiam Faam

_____________________________________
Prof. Dra. Sabina Uribarren
Agradecimentos:

Aos meus pais, Miguel e Antonia, pelo apoio inc ondicional;

Ao meu esposo Sérgio e minha filha Beatriz, pela paciência na ausência diária das ativ idades
rotineiras e pelo entendimento de que a realização deste projeto v ai além da contribuição profissional,
sendo efetivamente uma conquista pessoal;

Aos meus irmãos, sobrinhos, cunhados, tias, primos e amigos, pela presença constante em minha
vida; e a Renata Vida Rossetto pelas trocas, experiências, confidências e afeto trocados durante os
últimos cinco anos de graduação.

As minhas amigas, Ana Lucia Namek ata Po dadera, Marta Luisa Magagnin, Maria Antonia Stolfo, e a os
companheiros de trajetória do SEE Alan Karde c sempre capazes de contribuir com palavras de apoio e
estímulo, auxiliando efetivamente na busca do equilíbrio e fé em resposta a tantas incertezas do dia a
dia;

Aos professores orientadores Edgard Tadeu Dias do Couto e Antonio Busnardo Filho, cuja v ocação ,
dedicação e comprometimento considero a maior qualidade , e que muito contr ibuíram no resultado ora
obtido; o meu eterno obrigada!
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Aos professores desta instituição de ensino que muitas vezes , apesar de já desv inculados da tarefa de
l e c i o n a r , c o n t r i b u í r a m d e f o r ma e s p e c i a l à m i n h a f o r m a ç ã o a c a d ê m i c a e p e s s o a l , e m e s p e c i a l : A n d r é
Luis Canton, Alfredo Figueiredo, Flávio Hadlich, Jenny Zoila B. Perez e Sabrina Studart Fontenele
Costa, pela: disponibilidade, pelo interesse, pelas palavras ditas no momento correto, pelas
observações e correções sempre oportunas; foi através destes e de meus orientadores que
compreendi qu e mais do que uma escolha profissional, a arquitetura e o urbanismo, representam uma
forma diferente de ver o mundo.
Dedico este trabalho de graduação as mulheres da minha v ida , pelo papel que tiv eram em minha
trajetória! A minha av ó Mariana; que me privilegiou durante anos, com sua companhia e sabedoria ;
ausentando-se do nosso convív io ainda no decorrer dos últimos anos dest a graduação, deixando uma
e t e r n a l a c u n a! A m i n h a m ã e A n t o n i a , p e l o d o m d a v i d a , e a p o i o i n c o n d i c i o n a l ; i n c l u s i v e n a s t a r e f a s
diárias. E a minha eterna e amada filha Beatriz, em retribuição a ausência tantas vezes reclamada e
na esperança de plantar a semente d o amor e da dedicação necessários na v ida profissional.
“Essa questão de incorporar o espaço dos pátios, com uma v i são muito nítida sobre a questão do

tempo livre e do recreio é marcante. Escola em grego quer dizer tempo livre. Tudo aquilo que, a duras

penas se consegue fazer nas salas de aulas, se rev ela no elogio do tempo livre das crianças, na ação,

na conviv ênci a e na formação de uma prática de trabalho em sociedade, que se dá ali pela primeira

vez.” Paulo Mendes da Rocha


“Fechei os olhos e pedi um fav or ao vento: Leve
tudo que for desnecessário. Ando cansada de
bagagens pesadas... Daqui para frente lev o
apenas o que couber no bolso e no coração."
Cora Coralina.
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1 - TEMA: .............................................................................................................................................. 14

SEMÂNTICA E CONCEITUAÇÃO GERAL ........................................................................................................... 14

HISTÓRICO – AS UNIVERSIDADES E A CENTRALIZAÇÃO DO CONHECIMENTO . ..............................................................17

HISTÓRICO – AS M ORA D IAS , AS PR IME IRA S M ORA D IA S ES TUDA N TIS E AS RE P ÚB L ICAS . ................................................18

PANORAMA GERAL DAS PR IN C IP A IS UN IVE RS IDAD ES P ÚB L ICAS NO BRASIL E A RELAÇÃO DE CONCESSÃO DO BENEFÍC IO:

MORADIA. .............................................................................................................................................23

LEVANTAMENTO DO PERFIL DOS ESTUDANTES DAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS E DA UFABC. ........................................... 33

HISTÓRICO - A UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC ............................................................................................. 35

O PROJETO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC – CAMPUS SÃO BERNARDO ........................................................... 37

2 - HISTÓRICO MUNICÍPIO: ...................................................................................................................... 39

INSERÇÃO METROPOLITANA : ...................................................................................................................... 41

PERFIL SOCIOECONÔMICO DO BAIRRO: ......................................................................................................... 44

ANÁLISE URBANA:................................................................................................................................... 47

USO DO SOLO: ....................................................................................................................................... 49


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CHEIOS E VAZIOS: .................................................................................................................................. 50

SISTEMA VIÁRIO: .................................................................................................................................... 51

3 – ESTUDOS DE CASOS ......................................................................................................................... 52

BIKUBENS STUDENTS RESIDENCE ................................................................................................................ 57

STUDENT HOUSING LADOUMEGUE ................................................................................................................ 66

4 – PROJETO ......................................................................................................................................... 71

TERRENO ............................................................................................................................................. 71

REFERÊNCIAS PROJETUAIS ........................................................................................................................ 72

IMPLANTAÇÃO E PARTIDO DE PROJETO .......................................................................................................... 72

PROGRAMA ........................................................................................................................................... 75

DIAGRAMA DE ÁREAS ............................................................................................................................... 76

PARTIDO URBANÍSTICO DE PROJETO ............................................................................................................ 77

PARTIDO ARQUITETÔNICO DE PROJETO ......................................................................................................... 79


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DESCRIÇÃO TÉCNICA ............................................................................................................................... 82

IMPLANTAÇÃO COM ENTORNO .....................................................................................................................84

IMPLANTAÇÃO COM TÉRRE O .......................................................................................................................85

PLANTA DAS UN IDA DES R ES IDEN C IA IS E NÍVEIS 764 E 766 ................................................................................. 86

PLANTA NÍVEIS 768 E 769 ........................................................................................................................ 87

PLANTA NÍVEIS 772 E 775 ........................................................................................................................ 88

PLANTA NÍVEL 778 ................................................................................................................................. 89

PLANTA NÍVEL 781 ................................................................................................................................. 90

CORTE AA E CORTE BB............................................................................................................................ 91

CORTE CC E FACHADA LESTE .................................................................................................................... 92

FACHADA SUL – PROLONGAMENTO AV. SÃO PAULO E PERSPECTIVAS ..................................................................... 93

CONCLUSÃO: ...................................................................................................................................... 100

BIBL IO GRAF IA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 01
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Introdução

O presente trabalho de pesquisa de graduação tem como objetivo propor a reflexão sobre o processo
atual no qual as universidades públicas têm tratado a questão da moradia estudantil no estado de São
Paulo.

O estudo do caso da implantação de uma univ ersidade, que pode se tornar um polo educacional; e que
trabalha com política de cotas reservando suas v agas em 50% a afrodescendentes, ou alunos oriundos
de escola pública ou índios; tem um importante papel social.

Em linha oposta a sua função social, as universidades públicas acabam por postergar a decisão de
implantar moradias a seus estudantes v iabilizando -as apenas, quando o caso ; a posterior a sua
consolidação, ou tratando a questão de forma assistencialista, através de liberação de verba
financeira a alunos com comprov ada carência econômica.

O fato da Universidade Federal do ABC se instalar em uma área da cidade sem que sejam priorizadas,
planejadas e organizadas as questões relativas à moradia de seus estudantes pode efetiv amente
trazer problemas sociais em relação à questão da expansão habitacional precária, já presentes em
larga escala no município
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1 - T E M A:
Semântica e Conceituação Geral

Residência - sf (lat residentia) 1 Mo rada hab itual em lug ar determinado. 2 Localidad e o nde uma pessoa vive. 3
Lugar designado por autoridade civil ou eclesiástica par a a sede da atividade de uma pessoa no exer cício de uma
função ou cargo.

Mo radia/Mo rada - sf (morar +ada1) 1 L ugar o nde se mo ra, casa de habitação; do micílio, residência. 2 Lugar onde
e xi st e habitual mente uma certa e deter minada coisa . 3 Estada, permanência, resid ência. M. de casas: prédio
u r b a no . M . e t é r e a , p o é t : o C é u , o p a r a í s o , o O l i mp o . M . e t e r n a , T e o l : a mo r a d a d o s ju s t o s , o C é u . M . - in t e ir a ,
Reg ( Mar anhão): casa térr ea, cuja fachada principal, nor mal mente situada no alinhamento da r ua, apresenta quatro ou
ma i s ja nel a s, si me tri ca me n te di sp os tas e m rel a ção à por ta d e en trad a. Pl: mora das - in te ira s. M. ter res tre , po ét: a
Terra. A última m.: a sepultur a, o cemitério.

Rep ública - sf (lat republica) 1 A coisa p úb lica. 2 O Estado no sentido geral, seja qual for à for ma de governo . 3 A
comunidade dos cidadãos. 4 F orma de governo em que o povo exer ce a sua soberania por i ntermédi o dos seus
delegados e representantes e por tempo fi xo. 5 O Estado que governa deste modo. 6 Associação de pessoas que não
re co nhe ce m ch efe . 7 Co nj unto de est ud a ntes q ue vi ve m na mes ma ca sa . 8 Essa ca sa. 9 Associa ção de a ni mais que
vi vem em co mum. 10 pej Coisa desordenada.

Alojamento - sm ( al o ja r+ me nt o2) 1 Ação ou efeito de alojar; alojação. 2 Aposento, morada, po usad a. 3


Ab arracamento , acamp amento , aq uartelamento. 4 L ug ar o nd e alguém o u alg uma coisa se aloja. 5 ant Estalag em,
hosp eda ri a. 6 T ecn C ai xa , s ede , l ei t o , as sen to, ba se , a poi o, su por te .

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Refúg io - sm (lat refugiu) 1 Lugar seg uro o nde alg uém se refugia. 2 Asilo para q uem foge o u se sente
pe rseg uido . 3 Meio de q ue se s e rve o pe rs eg uido pa ra e scapa r ao pe rigo. 4 Ab rigo, a mp a ro, a sil o, defe s a,
p roteção . 5 Recolhimento . 6 Pesso a a q uem se pede amparo o u proteção .

Mais do que definir o termo, o objetivo do trabalho proposto é definir qual a melhor forma de se
projetar um local para um indivíduo com necessidades específicas e ao mesmo tempo, para uma
coletividade. Como equilibrar espaços públicos e priv ados, adequados às atividades coletivas,
buscando ao mesmo tempo garantir o direito à priv acidade. Como garantir o refúgio e a sociabilidade,
entendendo que alojar, não é sinônimo de dar residência?

O direito a moradia trata-se de algo univ ersal e consensual, já especificado e garantido através d e
várias legislações entre elas a Constituição Federa l. Várias palavras podem definir o significado da
palavra moradia. Com relação ao termo ainda, o mesmo se confunde quando se ini cia o estudo das
questões ligadas a moradia estudantil . Repúblicas e Moradias tornam -se sinônimos.

O termo “res publica”, latino, que origina a palavra república, pode ser facilmente entendido, no
entanto quando se r efere a algo que não é privado, e que a v erba para manutenção acaba sendo
custeada por várias pessoas.

“ Tod o es paç o f ísi c o co mp ar ti l had o, co m e fei to , po de ser co mp re endi do co mo u ma co mp l e xa


pr ática de discursos que conduzem a for mas de problemati zação de nós mesmos, isto é, práticas
q ue en cerra m f o r ma s de su b je ti vi d ade . Ao i nspi r ar -s e n o e xe mpl o d a o ik ono mía gr ega , é to do u m
estilo de vida e uma ordem ética que precisam ser pensados quando elaboramos

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a r q u i t e t o n i c a me n t e u m mo d o d e mo r a r . N o l i mi t e , e s p a ç o s , d i s c u r s o s e s u b je t i v i d a d e s f o r ma m u m a
e xi gên ci a f und a men tal : co mo c ondu zi r a mi m me s mo n a r el açã o e spa ço - di scu rsi v o no cui d ado co m
o outro? Ou então, se os espaços são ordens discur sivas, como organizá -las na expectativa de que
elas orientem práticas liber tadoras de nós mesmos?”, Carlos Eduardo Ribeiro, Para uma possível
fundamentação do “ mor ar”: espaços, discursos e subjetividades, 24/09/2011, São Paulo.

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Histórico – As universidades e a centralização do conhecimento.

A idade média acabou por se tornar historicamente conhecida como a “Idade das Trevas”, porém a
produção do conhecimento acontecia dentro da igreja católica. Era a instituição que controlav a no
âmbito cultural, o surgimento intelectual. O saber torna-se priv ilégio que ocorria principalmente dentro
de igrejas e destinado a pessoas com alto poder aquisitiv o; era considerada algo perigoso e o
enclausura mento acabava por proteger professores e alunos.

Nov as instituições educativas foram criadas como as escolas catedráticas: formav am os clérigos e
monásticas: f ormav am os pensadores da igreja católica.

Podem-se v erificar registros de univ ersidades desde os árabes 970 D.C., a univ ersidade Al Axhar, no
Cairo. Os atuais modelos de univ ersidade foram criados na idade média; na Europa, nos séculos XI e
XII.

A primeira univ ersidade foi a de Bolonha, na Itália, fundada em 1088, escola leiga, não v inculada ao
clero, especializada em direito e a Univ ersidade de Paris, famosa na idade média, acabaram se
transformando em modelo para as que surgiram a posterior.

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Histórico – As moradias, as primeiras moradias estudantis e as repúblicas.

As primeiras moradias foram as cavernas naturais cujo principal objetiv o era manter a sobrevivência
dos povos nômades. Na ausência das cavernas naturais o homem com recursos simples que ti nha:
troncos, galhos, ossos de animais (estrutura) e folhas, palhas , peles de animais (coberturas);
montav am tendas ou cabanas, cujos vestígios são datados de 40 mil anos A.C.

Durante a idade média o ato de v iver e trabalhar eram exercidos no mesmo local. Os serv os, a serviço
dos nobres latifundiários, recebiam uma humilde moradia que normalmente era paga com a entrega da
colheita aos senhores. Os mesmos eram sujeitos a obrigações e altos impostos.

No caso da acomodação de estudantes, a s primeiras moradia s não possuíam o caráter de república e


via de regra sua característica principal, eram cômodos ou casas alugadas. Foi em Coimbra que
ocorreu a consolidação das moradias estudantis ( FERNANDES, 2003). A república de K ágados é de
1933 (apud MIRANDA 2011).

Na Europa a origem das moradias estudantis é relatada com início das atividades da Univ ersidade de
Bolonha, na It ália em 1088. É em Coimbra que as moradias est udant is se consolidaram. (FERNANDES,
2003).

No Brasil pode-se dizer que as moradias estudantis sur giram juntamente com os primeiros cursos
superiores. Segundo Náspoli (apud MORAES, CLAUDIA C. A E MIRANDA, BRUNA P, 2011), com a

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criação da Faculdade de Direito de São Paulo em 1827 surgiram às primeiras moradias dedicadas a
receber exclusivamente estudant es na cidade.

Segundo Sardi (apud MORAES, CLAUDIA C. A E MIRANDA, BRUNA P, 2011), os registros oficiais de
repúblicas estudantis datam 1897 em Ouro Preto (MG), que com a transferência da capital da cidade
para Belo Horizonte, lev a a cidade a contar com o a bandono de edificações pelos seus proprietários
que rumaram para a nov a capital; sendo que alguns imóv eis são retomados pelos estudantes que
passaram a reivindicar junto às universidades, sua utilização para moradias gratuitas.

A mais antiga república no B rasil é que se tem registro é a Castelo dos Nobres, na cidade de Ouro
Preto, fundada em 1919 e criada para atender o curso de Engenharia-MG, anterior inclusiv e à famosa
República Copacabana de Piracicaba (SP) de 1923.

A cidade de Ouro Preto conta com 400 repúblicas (NAJORP, apud MORAES, CLAUDIA C. A E
MIRANDA, BRUNA P, 2011). As repúblicas de Ouro Preto e Mariana – cidades que abrigam cursos
Univ ersidade Federal de Ouro Preto (UFOP) – se distribuem em Repúblicas Tradicionais - Federais e
Particulares acima de 15 anos e Repúblicas não Tradicionais - Particulares abaixo de 15 anos e
composta membros da mesma família, destas 72 são relacionadas diretamente a univ ersidade.
( M A C H A D O , a p u d MO R A E S , C L A U D I A C . A E M I R A N D A , B R U N A P , 2 0 1 1 ) .

Várias cidades abrigam rep úblicas no Brasil, v isando suprir o déficit de moradias estudantis, poré m
em nenhuma cidade dentro do mesmo contexto e env olvendo um número tão grande de repúblicas.

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Na cidade de Ouro Preto as repúblicas tem caráter permanente . A fim de manter as condiçõ es de
conv ivência foram regulad as atrav és de medidas de gest ão baseadas nos princípios de soberania e
hierarquia. As repúblicas são cadastradas na Univ ersidade Federal de Ouro Preto - UFOP que cedem
o imóv el e regulam as moradias. Cada uma tem seu próprio regimento interno e é administrada por
morador eleito. As repúblicas de Ouro Preto são totalmente mobiliadas, tem bibliotecas montadas com
liv ros e trabalhos doados por ex -alunos. O espaço criado pelos moradores criou uma cultura de
relacionamentos e gest ão das moradias que pode ser denominado “ espírito republicano ”, um código de
conduta, que acaba fazer com que os moradores se consideram “irmãos”.

[...] há um verdadeiro “espírito republicano” que não é exclusivo das repúblicas federais. As
particulares agem de for ma semel hante, seguindo uma espécie de código estudantil de
c o mp orta me n to, e xi s ten te ape nas e m O u ro Pr eto e e m n enhu m o u tro l u gar do mu nd o. É mui to
difícil explicar , a quem não convi ve com a realidade de uma república ouro- pretana , o que
real mente acontece dentr o de uma delas. Tem - se ali, uma ver dadeira confraria, onde se aplica,
l i teral me nte , a d efi ni çã o de “ e xi s tir jun to” . Os repu bl i cano s t orna m - se ver dadei r os c o mp anhei r os e
passam a considerarem- se ir mãos, não só no período em que moram juntos, mas, na mai oria das
vezes, pela vida afora. [...] A elas, todos os ex -alunos desejam voltar, para visitar e reviver,
mesmo que por algumas horas, toda aquela fase mágica que vi veram ali, fundamentais pela
consolidação do próprio caráter e pelo nasci mento das grandes ami zades. ( QUEIROZ, 2010: 13)

É comum a hospedagem de turistas e antigos moradores para as festividades e festas nas cidades de
O u r o P r e t o . N o c a r n a v a l a s r e p ú b l i c a s a c a b a m p o r o r g a n i za r b l o c o s o u f e s t a s . A F e s t a d o D o z e , t r a t a -
se de um encontro entre antigos e atuais moradores com intuito de celebrar a própria comunidade , sua
história, tradição, alegria e exalta r o orgulho comunitário . (GETZ, apud MORAES, CLAUDIA C. A E
MIRANDA, BRUNA P, 2011).

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“ Ouro Pr eto, após compl etar 300 anos vive um cont raste. De um lado, a vida tradicional dos
" nativos" . Igrejas, bar roco, rococó, Alei jadinho, os Inconfidentes e demais costumes de seus
mor adores. No outr o extr emo, a vida universitária. A agitação e toda irr everência dos estudantes.
Quem ganha com este contraste é o turista, que ao visitar Ouro Preto nota a diferença entre o
tradicional e o moderno, ou seja, as duas faces de uma cidade que se revela a cada esquina. ”
(JACOBINA, 2002, s/p).

Dentro do contexto sociocultural e político tanto as repúblicas, como as moradias estudantis tiv eram
importante papel. N o T e a t r o d a E s c o l a d e M i n a s G e r a i s s e f a z i a o u s o , p o r e x e mp l o , d a s p e ç a s
teatrais como meio de chamar a atenção dos estudantes para a realidade política do País. O Grêmio
Literário Tristão de Ataíde (GLT A) se tornou um espaço de formação extracurricular, e que fez surgir
grupos que questionav am e vislumbrav am saídas para a situação atual socioeconômica e política.
Após o golpe militar de 1964 o GLTA ficou estigmatizado como um “antro comunista”.

Estudantes e professores, membros do mov imento, tomam diferentes direções, sendo que alguns
env eredam para atuação política, estando ou não na clandestinidade. No período, sua influência
cultural é marcante, tendo como exemplo legados como o Festival de Inverno de Ouro Preto, que foi
considerado na época “o mais importante mov imento cultural brasileiro do século passado”. Ocorrido
no mês de Julho, o ev ento recebia pessoas dos “quatro cantos do mundo”, afinados com desenhos,
pinturas, música entre outros. Neste ambie nte grav itou e cresceram núcleos estudantis de outras
áreas, como economia, engenharia, farmácia e outros, que influenciaram os aspectos econômicos.

A concretização do planejamento da cidade universitária da USP – São Paulo efetivou-se em 1950 em


virtude de auxilio financeiro adv indo do gov erno federal que v iabilizou terraplanagem e edifício de alta

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tensão do Instituto de Pesquisas Tecnológicas. Em 1954 foi possív el viabilizar obras como a da
av enida de acesso que conduziria ao centro cív ico (estudo prelim inar de Rino Levi) e a torre, que
tinha como objetiv o ser o marco das comemorações realizadas. Coube ainda ao arquiteto Rino Levi a
primeira proposta de projeto não realizado, de residência para estudantes. O projeto se resolv ia em
blocos que se interceptav am nas áreas de circulação definindo um desenho de linhas curv as, com
apartamentos individuais, que garantia ao aluno um espaço privado raro, já que a experiência
univ ersitária acaba por favorecer a vida comunitária.

A segunda proposta e projeto executad o de autoria de Kneese de Melo, Sidney de Oliv eira e Joel
Ramalho, para a residência estudantil (CRUSP) que se situa nas proximidades do setor esportiv o foi
resolvida em doze blocos laminares de sete andares, onde se distribuem apartamentos destinados a
três alunos, com organização div ersificada. Áreas comuns, como sala de estar e área de serviços
atendiam a cada um dos andares. Inicialmente o projeto prev ia a pré -moldagem de concreto, porém a
necessidade de urgência no prazo de entrega lev ou os edifícios a serem construídos com estrutura
moldada em loco.

No período da ditadura (1964/1985), as moradias estudantis se tornaram locais de reuniões e de


articulações políticas onde se traçav am planos de resistência contra o comando militar. A partir da
década de 60 as moradias estudantis passam a receber com mais frequência parcela de estudantes
que saiam de cidades do interior para estudos, a maioria de baixa renda.

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Panorama Geral das Principais Universidades Públicas no Brasil e a relação de concessão do benefício: moradia.

A v erba destinada à manutenção das Univ ersidades no Brasil define se as mesmas são federais,
estaduais ou municipais. O direito ao ensino supe rior é garantido pela Constituição Federal e trata -se
de responsabilidade do Governo Federal . Algumas cidades, como o caso de São Paulo , no entanto
acabam por ter maior número de alunos do que as federais, como é o caso da Universidade de São
Paulo – USP.

A Universidade do Estado de São Paulo (USP), bem como a Un iv ersidade Estadual de Campinas
(UNICAMP) e a Univ ersidade Estadual Paulista (UNESP) compõem o rol de instituições p úblicas
mantidas pelo g ov erno do estado. As Universidades Federais mantidas pelo governo federal são:
Univ ersidade Federal de São Carlos (UFS CAR), Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e
Univ ersidade Federal do Grande ABC (UFABC).

A USP é a maior instituição de ensino com 88.962 alunos matriculados, sendo que o campus principal
na cidade de São Paulo tem aproximadamente 7 .443.770 m2. Outros campi estão localizados nas
cidades de B auru, Lorena, Piracicaba, Pirassununga, Ribeirão Preto e São Carlos.

A Universidade F ederal de São Paulo – UNIFESP cont a com os seguint es campi e cursos: Campus Vila
Clementino: Ciências Biológicas, Enfermagem, Fonoaudiologia, Medicina e T ecnologias em Sa úde;
Campus da Baixada Santista: Educação Física, Fisioterapia, Nutrição, Psicologia, Serv iço Social e
Terapia Ocupacional; Campus Diadema: Ciências Biológicas, Ciências Químicas e Farmacêuticas,

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Química, Engenharia Química, Farmácia e Bioquímica; Campus G uarulhos: Ciências Sociais, Filosofia,
História, História da Arte, Letras e Pedagogia; Campus São José dos Campos: Ciências da
Computação e Matemática Computacional; Campus Osasco: Ciências Atuariais, Administração,
Ciências Contábeis, Ciências Econômicas e Relações Internacionais.

A UNIFESP no ano de 2005 adere ao Programa de Apoio a o Plano de Reestruturação e Expansão das
Univ ersidades Federais (REUNI), projeto federal de expansão de vagas de ensino superior. Em 2007
deixa de ministrar cursos v oltados ape nas a área de saúde, incluindo em sua grade cursos na área de
ciências humanas e exatas, inaugurando no mesmo ano o campus na cidade de Diadema, no grande
ABC Paulista. Em face da nov a demanda gerada com a abertura de nov os cursos, ocorre a
necessidade de infraestrutura frente a novos espaços físicos a fim de atender os novos cursos.

Outro fator que mudou o cenário inicial da UNIFESP foi à adesão ao SISU – Sistema de Seleção
Unificada do Ministério da Educação em 2008. A partir desta iniciativa a seleção dos alunos pode ser
realizada atrav és do ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio, que possibilita que alunos de qualquer
part e do paí s escolha est udar f ora de seu local de moradia. T al realidade levou a UNIF ESP a pensar a
possibilidade de fornecer moradias es tudantis a alunos de outras regiões e ou de diferentes realidades
socioeconômicas.

O quadro da UNIF ESP, segundo Relat ório da Comissão de Est udos para Implant ação de Moradia
Estudantil, conforme av aliação dos professores Fernando Atique e Manoela Rossinett i Rufinoni, em
relação à questão de aumento da demanda acabou por gerar problemas que só se agravam: em função

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do não planejamento claro, geram -se espaços físicos improv isados; e espaços novos que já nascem
obsoletos, uma vez que não atendem ao programa mí nimo inicial; anexos projetados segundo urgência
à edificação principal sem o dev ido tempo de avaliar as relações necessárias em relação aos espaços
a serem produzidos que contribuam a viv ência estudantil.

Em 2011 a UNIF ESP at ravés da PRAE – Pró Reit ori a de Assunt os Est udantis - cria a Comissão
Parit ária para Est udo da Implantação de Moradias Estudant is na UNIF ESP , f ormada por um grupo
composto por docentes, servidores técnicos e estudantes. Dois docentes com formação em arquitetura
e urbanismo. O objetiv o desta comissão seria debater o tema, analisar a viabilidade de implantação de
moradias estudantis em face da nov a realidade da instituição e avaliar as questões práticas sobre
orçamento e cronograma de projetos .

Inicialmente a comissão definiu ações de pesquisa e análise que dariam base para as discussões
sobre o tema:

 Visitas técnicas as Moradias de univ ersidades paulistas na cidade de Araraquara e de Rio Claro
da UNESP - Univ ersidade Estadual Paulista; na cidade de São Carlos da USP - Univ ersidade de
São Paulo; e na cidade de Campinas – Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP, no
Distrito de Barão Geraldo; que contribuiriam além de conhecer os espaços físicos no intuito de
manter contato com os moradores;

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 Fórum de Debates com objetivo de colocar em pauta os temas buscando relatar as experiências
obtidas em relação ao presenciado nas visitas t écnicas e a apresentação de referências
arquitetônicas de qualidade; buscando um momento de reflexão e participação externa além da
univ ersidade.

Da visita técnica UNESP - Araraquara – 25/03/2011: Construção de d uas casas separadas por um
acesso comum cuja função é espaço de convívio e lazer. Cada casa conta com dois quartos e cada
quarto acomoda dois alunos. As unidades possuem banheiro, sala, cozinha e área d e serv iço, comuns
aos quatro moradores. A acomodação de um terceiro aluno não é rara, dev ido à grande procura por
vagas. Os blocos não apresentam o mesmo estado de conserv ação. Os grupos entrevistados
apresentav am entendimentos d iferentes sobre o que é v iv er em grupo, apresentando v ariados graus de
comprometimento com a v ivência propiciada pela moradia estudantil e, sobretudo, com a gestão
coletiva do espaço e do patrimônio público.

Da v isita técnica UNESP - Rio Claro – 25/03/2011: Na visita às moradias pode-se v erificar um melhor
e s t a d o d e c o n s e r v a ç ã o d a s u n i d a d e s e m r e l a ç ã o a o c a mp u s U N E S P - A r a r a q u a r a , b e m c o m o u m a
melhor viv ência coletiv a, com a divisão das tarefas pelos alunos nas unidades e atrav és de campanha
de coleta seletiva mantida e gerida pelos alunos e melhor apropriação do espaço pelos estudantes,
atrav és de implantação e pequenas plantações para consumo e gestão de áreas de lazer.

Da v isita técnica USP - São Carlos – 08/04/2011: Quatro blocos de épocas diferentes abrigam 192
unidades de moradias estudantis. O mais antigo dos blocos tem localização central, bloco laminar, em

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tijolo aparente, duas lajes, com quartos para quatro pessoas, apartamentos ligados por um corredor
principal, com cozinha e área de alimentação coletiva. Há apenas um conjunto de sanitários em cada
andar. O bloco mais novo, conta com dois quartos que v isa atender a quatro estudantes, com cozinha
e área de refeição comum, porém com sanitários e lav anderias para cada quarto. Um novo bloco,
criado em 1990 tem dois pavimentos agr ega quartos com área de refeição e cozinhas coletivas , porém
com a tentativa de garantir maior individualidade a cada estudante, como no construído em 2010, no
qual o tamanho dos quartos foi consideravelmente diminuído, buscando inv iabilizar a
compartilhamento do quarto. Existe uma única área para preparo de refeições e os sanitários são
adaptados a pessoas com necessidades especiais.

Da v isita técnica USP - São Carlos – 08/04/2011: Três tipologias de residências que se conectam a
partir de diferentes posicionamentos, e diferentes angulações que geram pátios internos e passagens
em nív el, espaços que se tornam áreas de convivência do projeto. Possibilita em função da s tipologias
a inserção de famílias que podem ocupar os estúdios ou quartos. A briga aproximadamente 1000
pessoas e produz um impacto na paisagem de Barão Geraldo extremamente positivo . O projeto de
Juan Villá contribui para o env olvimento dos moradores na ocupação e apropriação das áreas
construídas.

Fórum de Debates realizado no Anfiteatro Leitão da Cunha – no campus São Paulo da UNIFESP em
28/04/2011, o ev ento foi realizado com objetivo de juntar representantes dos diversos setores da
univ ersidade cujo objetiv o era apresentar experiências e fornecer subsídios para a condução do

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projeto das moradi as universitárias, de modo a delinear diretrizes gerais para as futuras propostas de
construção e gestão.

O Fórum foi aberto pelo Prof. Dr. W alter Mana Albertoni, salient ando a importância do debate para a
comunidade univ ersitária a fim de delimitar as diretrizes e caminhos a serem seguidos. A visão foi
reforçada pelo Pró-Reitor de Assuntos Estudantis, Prof. Dr. Luiz Leduíno de Salles Neto , que reiterou
o compromisso de sanar o déficit dos alojamentos necessários e informou que já foram iniciados os
tramites de liberação de verba junto ao MEC - Ministério de Educação e Cultura.

A Profa. Dra. Anja Pratschke, coordenadora do NOMADS, Núcleo de Estudos de Habitats Interativ os,
do Instituto de Arquitetura e Urbanismo da USP São Carlos , ministrou palestra cujo título “Habitar [o]
Coletiv o”, propôs uma reflexão sobre os impasses e questões atreladas à necessária rev isão dos
“modelos de habitar” e as e possibilidades de formação extraclasses inerentes a habitações
univ ersitárias e problematizou defendendo que as habi tações estudantis dev eriam ser pensadas em
função do comprometimento financeiro dos estudantes.

O arquiteto e urbanista, docente da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Univ ersidade


Presbiteriana Mackenzie, Joan Villá, explanou sobre sua experiência e como as tratativas entre
reit oria e est udantes da UNICAMP possibilit ou a criação de um espaço diferenciado de habit ação,
tanto em relação ao programa, quanto plasticamente, pois possibilitou a moradia de diferentes grupos:
jov ens, casais e pós-graduandos.

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Participou ainda do Fórum a Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo (COHAB) que, por
meio das exposições dos arquitetos Luciana Mautone e Olympio Augusto Ribeiro falaram sobre a
viabilidade de recuperar imóveis já existentes para implantar morad ias de interesse social , que pode
auxiliar em cidades onde há dificuldades de compra de terrenos em cidades como Santos .

A presença do Instituto de Arquitetos do Brasil – IAB – atrav és da arquiteta Rosana Ferrari norteou os
procedimentos necessários a inic iação de processo de concursos de arquitetura, e demonstrou o
compromisso da comissão em relação a um concurso nacional visando à construção das moradias
estudantis.

Os trabalhos desenvolvidos em seis meses da Comissão mostrou que o melhor caminho seria eleger
as prioridades de acordo com necessidades de cada campus, considerando que além dos dados
técnicos é importante analisar as relações e necessidades a ser em priorizadas nestes espaços a ser
construídos, de forma que possam ser elaborados relatórios e editais para os concursos públicos de
arquitetura, que deverão ser conduzidos de forma criteriosa e aprovados por banca julgadora ética e
profissionalmente competente; além de membros da comunidade univ ersitária.

A Universidade Federal de São Paulo – UNIF ESP buscando analisar e conhecer o perfil dos
estudantes e visando democratizar e contribuir com políticas que garantam a permanência do aluno de
graduação e pós -graduação, desenv olv e um Plano de Desenvolv imento Econômico (2011/2015) que
viabiliza e traça a ções principalmente nas áreas culturais, esportivas , saúde e atividades acadêmicas .
Estas políticas estão relacionadas principalmente nos itens: transporte, alimentação e moradia aos

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alunos e buscam sanar ou diminuir a ev asão escolar, garantindo o acesso e aproveitamento escolar
em condições sociais desfavoráv eis.

O Plano define em relação ao item moradia, pela criação de 480 unidades de habitação estudantil, na
primeira fase (Março a Novembro/2012), que deverão ser construídas em seis cidades /unidades
(Santos-96, Diadema-64, Guarulhos -160, Osasco-32, São José dos Campos -64 e São Paulo-64) e mais
480 unidades na segunda fase (Março a Novembro/2014), totalizando um investimento da ordem de R$
30.000.000,00.

Segundo lev antamento realizado junto ao departament o de assistência social em 23 de Abril de 2012,
por solicitação, à professora Fernanda M. Cruz, a quantidade de auxílios moradia concedidos aos
alunos da UNIF ESP , de acordo com os campi , são os seguintes: Diadema - de 51 auxí lios moradia,
São José dos Campos - 44 auxílios moradia , São Paulo - 42 auxílios moradia, Osasco - 14 auxílios
moradia, Baixada Santista - 137 auxílios moradia e Guarulhos - 138 auxílios moradia, totalizando 426
solicitações registradas junto ao serviço social da instituição .

O quadro da moradia estudantil se mantém em déficit de unidades no Brasil, no caso das instituições
de ensino que contam com o programa de fornecimento de unidades residenciais.

As universidades principais univ ersidades trabalham com políticas assistencialistas em relação à


questão da moradia estudantil, realizando triagem socioeconômica e de av aliação da relação local de
moradia anterior e o local atual de estudo.

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No caso do CRUSP, em v isita técnica realizada, pode se constatar que é pratica comum entre os
estudantes acomodar “hóspedes” em seus apartamentos, excedendo a capacidade dos quartos . Na
tentativa de inibir este procedimento, o projeto original foi alterado. Quartos de menor tamanho
dificult am a colocação de colchões nos quartos. O projeto atual conta com uma área da sala de estar
de maiores dimensões, é lá onde os alunos efetivos, acabam por acomodar os “ hospedes ”.

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Distribuição das univ ersidades públicas estaduais e federais no estado. O mapa da região
metropolitana mostra como as univ ersidades estão tratando a questão da moradia estudantil ;
comprovando que à medida que ocorr e a consolidação da instituição, acaba por se fazer necessário a
reav aliação da questão: moradia estudantil .

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Levantamento do Perfil dos Estudantes das Instituições Federais e da UFABC.

Pesquisa realizada entre novembro de 2003 e março de 2004 pela Associação Nacional de Dirigentes
das Inst it uições F ederais de Ensino Superior – ANDIFES, que cont ou com part icipação de 47 das 53
Instituições Federais de Ensino Superior, foram ap licados 33.958 questionários junto aos estudantes
de cursos de graduação, regularmente matriculados e frequentes às aulas do segundo semestre de
2003 e primeiro semestre de 2004. A pesquisa ANDIF ES bus cou t raçar um panoram a objet ivo e av aliar
aspectos da v ida social, econômica e cultural dos estudantes.

Em linhas gerais, verificou-se que dos alunos entrevistados 46,2% cursaram integralmente ou maior
parte do ensino médio em escola pública, sendo que as mulheres ocuparam 53% das vagas das
instituições, send o a média geral de idade dos alunos é de 23 anos. Do total dos univ ersitários 88,6%
são solteiros e 88,5% não têm filhos. Dos alunos com renda média v ariando de R$ 207,00 a R$
1.669,00, cerca de 65% precisam de algum tipo de apoio institucional para mante r ou permanecer em
seus estudos.

Sobre o local de moradia antes de ingressarem na universidade, as IF ES da região Sul e Sudeste são
as que mais atraem estudantes de outras localidades. Dos entrev istados 19,6% moravam em outro
município do estado da univ e rsidade, e, 10,8% dos estudantes migraram de outro estado. Do total de
estudantes, 0,3% são estrangeiros residentes no Brasil.

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A maioria dos estudantes, 72%, reside com os pais ou companheiro (a); 22% residem na casa de
a m i g o s o u f a m i l i a r e s , c a s a ma n t i d a p e l a f a m í l i a , p e n s ã o , h o t e l , p e n s i o n a t o , e / o u r e p ú b l i c a p a r t i c u l a r .
Do univ erso de estudantes apenas 2,6% residem em moradia estudantil.

O perfil dos estudantes segundo lev antamento realizado pela UFABC entre 91,11% dos alunos mostra
que do total de 3812 a lunos que responderam a pesquisa a maior parte, 38,22% vieram da capital
paulista. Da cidade de Santo André vieram 13,72%, e de São Bernardo, 11,31%, São Caetano é a
cidade de origem de 3,07% dos estudantes. Cidades do interior paulista, 15,22% e outras ci dades da
Grande São Paulo respondem por 11,04% dos alunos da UFABC. Minas Gerais e outros Estados
contabilizam 1,84% e 1,29%, respectivamente.

No caso das pesquisas analisadas pode -se constatar que em ambos os casos os perfis são
semelhantes principalmente no aspecto socioeconômico. Univ ersidades federais acabam por absorver
um percentual aproximado de 50% alunos oriundas das escolas públicas e que precisam segundo
lev antamento de apoio das instituições para manter seus estudos.

At ualment e os processos de seleção sit uam-se na esf era f ederal (ENEM/ SISU), o que acaba por
viabilizar e facilitar o ingresso de estudantes de diversas localidades, inclusive de fora do estado da
instituição; o que acaba por acarretar necessidade de auxílios socioeconômicos por part e das
instituições para diminuir os índices de ev asão.

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Histórico - A Universidade Federal do ABC

A Univ ersidade Federal do ABC – UFABC é criada através da Lei Nº 11.145 de 26/07/2005 pelo então
presidente Luiz Inácio Lula da Silva . A primeira universidade federal no Grande ABC nasce com
objetiv o de suprimir um déficit de cursos de graduação nos municípios do grande ABC Paulista e se
tornar um polo-cultural.

A UFABC inaugura em 2006 sua primeira unidade na cidade de Santo André . Atualmente o campus São
Bernardo encontra-se na terceira etapa de construção de sua sede em terreno cedido pela prefeitura
do município. A grade curricular da UFABC SBC prev ê o atendimento no campus a 2000 alunos, 180
docentes e 60 funcionários.

Uma das particularidades do acesso a UFABC é a reserva de vagas de 50% a alunos cotistas. São
considerados cotistas alunos que tenham cursado o ensino médio em escola pública, que se
autodeclarem negros ou índios.

S ã o m i n i s t r a d o s c u r s o s d e g r a d u a ç ã o e m C i ê n c i a s e T e c n o l o g i a e C i ê n c i a s e H u ma n i d a d e s , c o m
duração inicial de três anos, e complementação a ser definida entre uma das 21 especialidades
ministradas nos dois campi em funcionamento: Engenharias: Ambiental e Urbana, Aeroespacial,
Biomédica, Energia, Gestão, Materiais, Informação, Instru mentação, Automação e Robó tica; além de
especialização em Ciências Biológicas, Ciências da Computação, Física, Matemática, Química,

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Filosofia, Ciências Econômicas, Políticas Públicas, Licenciaturas, Ciências Biológicas, Física,


Matemática, Química, e Filos ofia.

Os cursos de pós -graduação são aprovados pela CAPES nas áreas de Biossistemas, Biotecnociência,
Ciências da Computação, Ciência e Tecnologia/Química, Ciências Humanas e Sociais, Energia,
E n g e n h a r i a B i o m é d i c a , E n g e n h a r i a d a I n f o r m a ç ã o , E n g e n h a r i a E l é t r i c a , E n g e n h a r i a Me c â n i c a , E n s i n o
História e Filosofia das Ciências e Matemática, Física, Matemática, Nanociências e materiais
av ançados, neurociência e cognição, Planejamento e Gestão de Território.

Do ano de 2006 a 2009 o índice de evasão da UFABC ficou em torno de 42%. A falta de infraestrutura
d o l o c a l , c u j o c a m p u s d e S a n t o A n d r é i n i c i o u o p e r a ç õ e s s e m t o d a s a s o b r a s r e a l i za d a s , p o d e t e r
ocasionado à evasão. Outro fator apontado pela reitoria é a falta de adaptação dos alunos cotistas,
cuja reserva de v agas é de 50%. Houve desistência maior entre os mesmos. Como política, na
tentativa de diminuir a evasão escolar, a universidade amplia bolsas auxilio sócio econômico e
moradia no v alor de R$ 300,00. Não há previsão no regimento da universidade da construção de
moradias estudantis .

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O projeto da Universidade Federal do ABC – Campus São Bernardo

Fonte: Arquivo Benno Perelmuter Arquitetura

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Fonte: Arquivo Benno Perelmuter Arquitetura

O projeto desenvolv ido pela Benno Perelmutter Arquitetura e Planejamento Ltda., se divide em blocos
que se articulam em eixos. Os blocos são denominados Alpha: salas de aula e laboratórios; Beta:
auditório, biblioteca e a dministração; Gamma: refeitórios e t erceirizados; Delta: laboratórios de
pesquisa, complement ares e laboratórios de Engenharia; e Recreativ o: Quiosques e Quadras. No total
são 22.284,70m2 de área construída, realizados em pré-fabricados de concreto.

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2 - HISTÓRICO MUNICÍPIO:

O município de São Bernardo do Campo foi fundado em 1553 por João Ramalho e extinto anos mais
tarde, nas proximidades do Km 18 da Via Anchieta, não existem provas que documentem com
exatidão, a localização do primeiro pov oado.

Em 1735, Antonio Pires Santiago construiu uma capela em homenagem a Nossa Senhora da
Conceição, situad a às margens da estrada para o mar, recebeu o nome de Capela da Boa Viagem, em
f u n ç ã o d o s v i a j a n t e s q u e a l i r o g a v a m p r o t e ç ã o a f i m d e s e g u i r v i a g e m. A o r e d o r d a c a p e l a s e
estabelece o pov oado onde se inicia a instalação do município, em 1889, na primitiva Vila de São
Bernardo, nas margens ao Ribeirão dos Couros (atual local de instalação do Carrefour Vergueiro).

A i n s t a l a ç ã o d a l i n h a f é r r e a e n t r e S ã o P a u l o e S a n t o s , p a s s o u a c e r c a d e a p r o x i ma d a m e n t e s e t e
quilômetros ao norte do povoado por questões topográf icas, originando o Distrito de Santo André, que
pelo crescimento rápido acabou superando a v ila, mantendo São Bernardo como distrito até 1944.

A partir de 1920 inicia -se a instalação das primeiras indústrias artesanais, sustentadas pela atividade
extrativista da madeira que fomentou a ind ústria mobiliária, ativa até os dias atuais.

A construção da Via Anchieta, concluída em 1947, e o fato do município estar localizado entre a
capital e o Porto de Santos, viabilizou a instalação de v árias indústrias automobilísticas e de

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a u t o p e ç a s c o m o a M e r c e d e s - B e n z, T o y o t a , V o l k s w a g e n , S c a n i a , e K a r m a n G h i a , a p a r t i r d e 1 9 5 9 ;
c h e g a n d o a s e r i n t i t u l a d a c o mo a “ c a p i t a l d o a u t o m ó v e l ” .

O município de São Bernardo do Campo é conhecido como “berço do mov imento sindicalista”, uma vez
que durante anos c oncentrou uma das mais importantes aglomerações de trabalhadores e sindicatos
atuando em nível nacional e também como “capital da indústria mov eleira”. S ediou a Cia
Cinematográfica Vera Cruz, primeiro polo cinematográfico do país, que chegou a produzir mais de 40
filmes entre as décadas de 1950 e 1960.

A partir dos anos 80, com a instalação do parque industrial instalado, ocorreu um grande crescimento
populacional migratório; passando dos 60 mil para 765.463 habitantes atuais; sendo 574.387
habitantes na área urbana e 214.173 habitantes na área de mananciais e no Parque Estadual da Serra
do Mar. Em função do crescimento desenfreado ocorre a incapacidade de atendimento das demandas
s o c i a i s e a u m e n t o d a c r i s e s o c i a l c o n s t a t a d a p e l o a u m e n t o d a o c o r r ê n c i a d e a s s e n t a me n t o s h u m a n o s
precários em diversas áreas do município.

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Inserção Metropolitana:

Fonte: Google Earth

S ã o B e r n a r d o d o C a m p o é mu n i c í p i o p e r t e n c e n t e a o G r a n d e A B C P a u l i s t a e s t á l o c a l i z a d o n a r e g i ã o
metropolitana de S ão Paulo. Faz divisa com os municípios de Diadema (N e NO), São Paulo (O e NO),
São Caetano do Sul (NE), Santo André (L e NE), Cubatão (SE) e São Vicente (S).

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A área territorial do município equivale a 408.773


k m2, sendo destes 118,74Km2, considerados áre a
urbana. A densidade demográfica é de 1872,59
hab./k m2. Localiza-se no alto da serra do mar no
planalto Atlântico.

O sistema hídrico pertence à bacia do Rio Tietê,


parte de seus afluentes integram -se a represa
Billings hoje fruto de intensa ocupação por
assentamentos irregulares de baixa renda e
degradação ambiental.

O Plano Diretor do Município prev ê áreas de


interv enção urbana atrav és das Operações Urbanas
Consorciadas com objetiv os específicos de adequar
a infraestrutura de equipamentos e mobiliário
urbano, integrar as ativ idades locais à

nov a estrutura urbana requalificada e rev italizar as


atividades econômicas locais.

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Perfil Econômico do Município:

São Bernardo do Campo, cidade inserida na porção sudeste da maior metrópole brasileira é uma
região com grande força econômica. São aproximadamente 1 7.227 estabelecimentos comerciais , 1789
indústrias, e 60.969 empresas prestadoras de serviço, o que corresponde a uma participação per
capit a no PIB de 35. 680, 05. Com população economicamente at iva de 411. 998 habitant es,

Segundo dados de 2008, o índice de potencial de consumo (2008) coloca o município em primeiro
lugar, a frente do estado de São Paulo (quarto lugar) e o potencial de consumo nacional (décimo
quinto lugar). São Bernardo é o quarto município que mais exporta (2007) e o terceiro na balança
comercial.

Com relação ao PIB per capita municipal, a cidade de São Bernardo, segundo dados do ano de 2005,
tem um v alor de R$ 24.663,00 , ficando em segundo lugar em relação aos municípios d o Grande ABC, e
36º. Lugar em relação a o estado São Paulo.

O s í n d i c e s r e f e r e n t e s à e d u c a ç ã o t a m b é m s u p e r a m o s d a r e g i ã o m e t r o p o l i t a n a c o m ma i o r m é d i a d e
anos de estudo, maior percentual de população de 18 a 24 anos com ensino médio completo e menor
taxa de analfabetismo.

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Apesar do quadro de pujança econômica, o município tem uma extensa área territorial e problemas em
relação a estatísticas v itais e de saúde, onde a taxa de mortalidade infantil e taxa de mortalidade na
infância superam os percentuais da RMSP.

Além disto, nos últimos cinco anos a população do munic ípio aumentou 2400%, superando acima de
sete v ezes o da população brasileira. Já se pode v erificar que o processo de urbanização sem
planejamento acabou por produzir no município algumas das principais dinâmicas urbanas, como os
impactos de obras de infraestrutura (Rodoanel), c onjugação entre fragilidade ambiental e os altos
índices de expansão habitacional precária; a umento da população favelad a e dispersão de novos
núcleos; transformação funcional de tradicionais pó los industriais, que atualmente encontram -se
focados em comércio e prestação de serviços.

Perfil Socioeconômico do Bairro:

O Bairro Anchieta, possui densidade de 6.000 habitantes por k m2. A classificação s ocioeconômica é
de renda médio-alta e alta renda a o sul e média renda ao Norte. Segundo dados do FIBGE o
rendimento em salários mínimos de 40,30% dos chefes de família é superior a mais de dez salários
mínimos, sendo que a média da área urbana nos demais bairros do município é de 20, 02%.

A t a x a g e o m é t r i c a d e c r e s c i me n t o a n u a l d a p o p u l a ç ã o t e v e d e c r é s c i m o , c o n f o r m e d a d o s d e 1 9 9 1 / 2 0 0 0
em percentuais. Possui concentração de equipamentos esportiv os, equipamen tos institucionais e esta

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inserida em área de Operações Urbanas Consorciadas. Pode-se verificar abai xo a horizontalidade no


gabarito e grandes vazios urbanos no entorno imediato.

Font e: Arquiv o Construtora M Bigucc i

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Font e: Arquiv o Construtora M Bigucc i

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Análise Urbana:

A área delimitada para estudo compreende uma porção do território municipal cujo p erímetro é
delimitado pela Rodov ia Anchieta a Oeste e Av enida Senador Vergueiro a Leste. Buscou -se um recorte
mais amplo em relação à quadra principal com intuito de que se pudessem verificar os usos, além da
ocupação residencial.

Trata-se de uma área ext remamente v alorizada pelo mercado imobiliário e na qual o poder público
acabou direcionando grandes v erbas em infraestrutura, inclusive na tentativa de transferência, sem
sucesso, da sede administrativa da prefeitura para o terreno cedido para a i mp l a n t a ç ã o da
Univ ersidade Federal do ABC. A secretaria de finanças da prefeitura ocupa prédio lindeiro a Av.
Kennedy.

A subutilização do terreno no decorrer dos anos, que foi inicialmente concedido para instalação de
antena de transmissão de radio, acabou por gerar uma ocupação fracionada, recortada, sem conexões,
inclusiv e com barreiras de acesso. Grandes v azios urbanos também são v erificados atualmente no
perímetro analisado.

O poder público atrav és do Programa Integrado de Transportes Urbano (P ITU) tem um projeto de
alteração do v iário a ser implantado na região, na tentativa de conectar atrav és de um túnel a barreir a
imposta pela Rodovia Anchieta; cuja proposta de ligação será realizada em terreno reserv ado a frente
da portaria do campus da UFABC.

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No lev antamento de campo foi desconsiderado o mapa de gabarito, pois se percebeu que apesar da
área estar em zona de operação urbana consorciada, que estimula a ocupação do solo, a tipologia é
predominantemente de residências uni familiares de dois pav imentos, exceto por edifícios pontuais de
três a quatro pav imentos.

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Uso do Solo:

As quadras são ocupadas principalmente por uso residencial, com zonas de prestação de serviços, nas
proximidades de avenidas ou rodovia. A v ocação institucional acaba por se confi rmar com a
implantação do campus da UFABC e com a instalação de importantes equipamentos como o Ginásio
Poliesportivo, Fórum da cidade, Sede da OAB, Biblioteca e outros equipamentos púbicos. A área conta
ainda com parques e praças púbica.

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Cheios e Vazios:

Através do mapa de cheios e v azios, pode -se verificar que as quadras são mais adensadas ao Norte
por se tratar de ocupação de lotes de menores dimensões onde foram edificados sobrados geminados
que ocupam a totalidade do terreno . Nas áreas ao Sul e Leste, os lotes têm maiores dimensões e
edificações construídas isoladas no lote, diminuindo o adensamento construtivo. A área ao Sul abriga
condomínio de alta renda e ao Leste, edifícios institucionais.

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Sistema Viário:

A s p r i n c i p a i s v i a s d e a c e s s o e r o d o v i a s d a á r e a d e l i mi t a d a p a r a e s t u d o c o n t a m c o m m a l h a d e
transporte público realizado sobre rodas, atrav és de ônibus que circulam em linha s municipais e
intermunicipais. O município não conta com transporte sobre trilhos (trem e metro), dispondo apenas
de corredor de ônibus elétrico que circula na Avenida Piraporinha, fazendo interligação na Estação
Jabaquara do Metrô.

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3 – E S T U D O S D E C AS O S

Casa do Brasil – Lucio Costa e Le Corbusier - Cliente: Cité Internationale Uni versitaire de Paris – 1952/1959

QUANT AMBIENTE A.UNIT A.TOTAL % O projeto de Lucio Costa e Le Corbusier para


91,00 Apartamentos Solteiro 25,00 2.275,00 53,40% a Casa do Brasil trata -se de uma edificação
2,00 WC Coletivos 40,00 80,00 1,88%
modular, apartamentos de estudantes
6,00 Apartamento para Casais 35,00 210,00 4,93%
1,00 Circulação 184,00 184,00 4,32% modulares que permite a agregação de
2,00 Circulação vertical 38,00 76,00 1,78% unidades a fim de atender família de
2,00 Salas de estudo 23,00 46,00 1,08%
estudantes. A cada an dar dois blocos de
2,00 Kitchenettes 20,00 40,00 0,94%
serviços com cozinha coletiva viabilizam o
97,00 68,33%
convívio social. Apresenta as unidades
1,00 Teatro e Sala de Exposições 499,00 499,00 11,71%
1,00 Área de Boas Vindas 400,00 400,00 9,39%
dispostas em forma laminar, rígida. Em
1,00 Cafeteria 17,00 17,00 0,40% contraponto a rigidez do edifício a utilização
1,00 Escritório Administrativo 35,00 35,00 0,82%
de esquadrias coloridas dá ritmo e mov imento
1,00 Sala de Cursos 62,00 62,00 1,46%
1,00 Hall 54,00 54,00 1,27% a fachada. Os dormitório s - voltados a
1,00 Biblioteca 68,00 68,00 1,60% fachada principal - e ativ idades outras
1,00 Escritório Cultural 21,00 21,00 0,49%
(serv iços, banheiros coletivos e estudos) –
1,00 Sala de Informática 40,00 40,00 0,94%
1,00 Escritório do Diretor 20,00 20,00 0,47% voltados ao jardim, são separadas por um
1,00 Apartamento do Diretor 133,00 133,00 3,12%
extenso corredor central.
4.260,00

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Implantação - Fonte: Google Earth

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Planta do Pavimento Tipo

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Planta da área social e de lazer

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Em contraponto a rigidez da forma e da setorização proposta nos andares de apartamento, o pro grama
de lazer é extenso e agrega funções que possibilita o convív io dos alunos moradores. Este estudo de
caso agregou em relação a este programa, uma v ez que os demais estudos não priv ilegiam este
caráter.

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Bik ubens Students Residence - Cliente - Bik ubens Kollegie Fond - Autor - Aart a/s – Ano: 2003/2006

Localização - Njalsgade, Orestad Norte, Copenhagen – Área Projeto Total: 7000 m2.

O edifício objeto deste estudo de caso tem


QUANT AMBIENTE A.UNIT A.TOTAL %
80,00 Apartamentos 15,80 1.264,00 37,48%
uma importante relação com o passeio
80,00 WC 2,90 232,00 6,88% público. Está elev ado sobre pilares em sua
2,00 Apartamento Modular 35,80 71,60 2,12%
entrada principal. A modulação da estrutura
2,00 WC 2,90 5,80 0,17%
3,00 Apartamento Deficiente 35,80 107,40 3,18% também contribuiu para entender a
3,00 WC 4,20 12,60 0,37% racionalização e a facilidade de trabalhar
4,00 Apartamento Térreo 29,00 55,00 1,63%
com os pilares embutidos na alv enaria.
89,00 51,84%
Existe uma interessante relação dos cheios
6,00 Circulação Vertical 33,00 198,00 5,87% e v azios no proje to, e diferenças de alturas
5,00 Circulação 89,80 449,00 13,31%
10,00 Cozinha/Refeitório 38,35 383,50 11,37%
de pé direito. Materiais diferenciados
10,00 Salas de Estar/TV 17,45 174,50 5,17% aplicam uma estética diferenciada ao
2,00 WC Deficiente 6,00 12,00 0,36%
edifício. As portas das unidades
5,00 Depósito 17,00 85,00 2,52%
1,00 Área Academia 102,50 102,50 3,04% habitacionais acabam por vezes se abrindo
1,00 Vestiário 15,00 15,00 0,44% para áreas comuns, diminuindo a
2,00 Grande Convivência 102,50 205,00 6,08%
priv acidade de seus usuários.
3.372,90

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Planta do Pavimento Térreo

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Planta do Pavimento Ti po

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Planta do Pavimento Tipo

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Corte AA

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Diagrama e fachada

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Fachada

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Imagens Internas ambientes comuns

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Student Housing Ladoumegue – Cliente : Competition Sponsor and Patron, Regie Immobiliere de la
Ville de Paris - Autor - Ofis-Arhitekti – Ano: 2008 – 2011

Localização - Rue des Petits Ponts, 19th district, Paris – Área Projeto Total: 6800 m2

Este estudo de caso possibilitou a avaliação


QUANT AMBIENTE A.UNIT A.TOTAL % do lev antamento de áreas e disposição dos
76,00 Estúdios 22,50 3.960,00 57,97% ambientes.
176,00 WC 4,00 704,00 10,31%
7,00 Apartamento para Casais 52,00 364,00 5,33%
1,00 Apartamento Térreo 55,00 55,00 0,81% O edifício de estudantes se articula atrav és de
5,00 Estúdios Térreo 26,50 132,50 1,94% um pátio central, com blocos de setorização e
189,00 76,34%
circulação que se dá através de passarelas
9,00 Lavanderia (1 por andar) 26,00 234,00 3,43%
18,00 Circulação Vertical (2 blocos) 51,00 918,00 13,44% externas.
1,00 Área Técnica 60,00 60,00 0,88%
1,00 Área de Lazer (Entreterimento) 120,00 120,00 1,76%
A análise dos estudos de fachada, além da
1,00 Depósito de Lixo 24,00 24,00 0,35%
1,00 Refeição/Café 54,00 54,00 0,79% passarela de acesso trouxeram possibilidades
1,00 Hall Acesso 54,00 54,00 0,79% de repensar a questão da circulação, além da
1,00 Administração 128,00 128,00 1,87%
possibilidade da utilização de materiais
1,00 Bicicletário 24,00 24,00 0,35%
6.831,50 sustentáveis.

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Implantação com térreo

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Planta Pavimento Tipo

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Planta Apartamento Tipo

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Cortes Transversais, Longitudinal e Fachadas

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4 – PROJETO

Terreno

A interv enção é proposta em um terreno público com 10.000 m2, anexo ao cedido à UFABC, e localiza -
se às margens da Rodovia Anchieta , e outras duas importantes v ias de acesso à Leste (Av. Senador
Vergueiro e Av. Kennedy). A área pertence à Zona de Desenv olvimento Urbano - ZUD 1 de acordo com
o Plano Diretor do Município está inserida em área de Operação Urbana.Os Indicadores urbanístic os
d a Z U D 1 s ã o : C o e f i c i e n t e d e a p r o v e i t a m e n t o mí n i m o d e 0 , 2 ; B á s i c o d e 1 , 5 e M á x i m o d e 2 , 5 . A t a x a d e
ocupação do solo é de 80 %, e recuo frontal de 5,00 metros e lateral de fundos de 3,00 metros.

O terreno proposto para desenv olvimento de projeto de mora dia trata-se de um terreno que foi objeto
durante o decorrer dos anos de muita mov imentação de terra. A proposta executada utilizou -se como
parâmetro o GEGRAN disponível, com atualizações realizadas pela autora atrav és de imagens digitais
salv as através do Google Earth.

O terreno situa-se em uma área de vale, com topografia irregular, com aclive ao fundo. Em função
disto, buscou-se trabalhar em nív eis específicos, porém com a menor interferência necessária de
mov imentação de terra.

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Referências Projetuai s

Implantação e Partido de Projeto

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O projeto premiado do concurso Prêmio Secil


Univ ersidades – Arquitetura: Centro
Multifuncional e Residência de Estudantes /
Simão Silveira Botelho foi objeto de análise e
contribuiu em relação ao projeto uma v ez que seu
programa com multidisciplinaridade vinha de
encontro ao programa proposto.

Foi através desta análise de caso que o resulta do


final de gradações de nív eis e priv acidade de uso
foi incorporado ao projeto, bem como a criação de
zonas de caráter distintas: praça pública, edifício
de ativ idades, páteos de convívio e residência de
estudantes.

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Cortes, Elevações e Perspectivas

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Programa
PROGRAMA DE NECESSIDADES

DIMENSÕES ÁREA ÁREA


SETOR AMBIENTE QUANT. ESPECIFICIDADES (LxLxH) UNITÁRIA TOTAL %

Convivência Foyer / Hall Acesso


Hall/Boas Vindas 1 PD Duplo 375 375 6,54%
Café 1 PD Duplo 50 50 0,872%
Sala Informática 1 75 75 1,308%
Salas Múltiplo Uso 3 35 105 1,831%
Salas Comerciais 3 Térreo 35 105 1,831%
Auditório/Convenções 1 Térreo 450 450 7,847%
Salas de Lazer/Jogos 2 80 160 2,790%
Vestiários 2 Academia/Piscina 15 30 0,523%
Quadra Esportiva 1 Área descoberta 22X42
Academia 1 50 50 0,872%
Quartos Solteiros 140 WC Exclusivo 20 2800 48,823%
Quartos Casal ou
Modulados 10 40 400 6,975%
Área Privativa

Quartos - Acessibilidade 5 35 175 3,051%


Apartamento
Diretor/Zelador 1 100 100 1,744%
Cozinha/Copa Coletiva 10 35 350 6,103%
Sala Estudos 10 35 350 6,103%
Sala TV 10 16 160 2,790%
5735 100,00%
Circulação 1197 20,00%
Vagas Externas 10 2,5x5,5 13,75 137,5 0,00%
6932 209,45%

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Diagrama de Áreas

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Partido Urbanístico de Projeto

Definir usos e funções ao t ecido urbano, incorporando diretrizes já consolidadas e definindo usos ao
terreno anexo ao do projeto da UFABC campus São Bernardo do Campo.

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O partido de projeto buscou valorizar o espaço público e resgatar as conexões urbanas através de
elementos estr uturadores, organizando e v alorizando as relações sociais. A implantação do projeto se
desenvolv e buscando ser um elemento de conexão entre edifícios institucionais , ligando de forma
direta a Praça de Acesso do Campus da UFABC à Biblioteca Pública Municipa l.

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Partido Arquitetônico de Projeto

Foram definidos, atrav és do projeto arquitetônico, acessos principais e secundários a ser implantados
de acordo com a hierarquia a ser obtida, restabelecendo conexões.

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O edifício de Residência estudantil e Bloco de A tiv idades acomodam atividades públicas, semi -
públicas e privadas.

O bloco de ativ idades se divide em dois blocos que separa o programa de acesso à comunidade e
programa v oltado exclusivamente aos alunos. No bloco voltado a Rua do Túnel, está localizada as
salas de aula e ateliê e sala de estudos e midiateca. Nos bloco com conexão direta ao campus,
situam-se área de lazer, vestiários, salão de festas, salão de jogos, enfermaria e conjunto
administrativo.

No edifício residencial foram situadas as áreas de co nvívio, como salas de estar e cozinhas coletiv as
posicionadas entre as unidades, buscando viabilizar o convívio dos moradores.

O programa residencial proposto agrega unidades residenciais adaptadas a pessoas com mobilidade
reduzida, modulares (1,20 X 1,20 m) cuja acomodação pode ser individual, dupla e casal com até um
filho, com ou sem varanda, voltadas para a vista da cidade e insolação Leste ou Oeste.

Venezianas de correr cumprem além da função de Black out, a função de painéis de controle solar,
além de dar ritmo e movimento à fachada.

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Os edifícios foram implantados com espaçamento aproximado entre eles de aproximadamente 20


metros, buscando uma situação de insolação adequada.

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Descrição Técnica

Cota 757 – Praça de Acesso: de caráter público, agrega a nfiteatro, e atividades de prestação de
serviços e comerciais v oltadas a alimentação, sob uma marquise.

Cota 758 – Praça do Espelho d’água e Teatro, de caráter semipúblico . O espaço funciona como foyer
para usuários do teatro e tem objetivo atender confer ências e congressos de pequeno porte.

Cota 764 – A construção divide-se em dois blocos, que acomodam as áreas de acesso à comunidad e,
voltadas para a Rua do Túnel. N este nív el recebendo as atividades de recepção, salas de aula, e
ateliê. No bloco posterior , restrito aos alunos, acomoda atividades de salão de jogos, salão de festas,
sala de vídeo games, vestiários e lav anderia. Neste nív el também foi alocada uma piscina.

Cota 768 – O piso recebe as atividades de midiateca, sala de v ídeo e sala de estudos à f rente da
edificação e academia, enfermaria, grêmio com sala de reuniões e xérox, administração, zeladoria,
e n f e r m a r i a e v e s t i á r i o s , c o mp l e m e n t a n d o o p r o g r a m a a o s f u n d o s . A i n d a n a c o t a 7 6 8 i n i c i a m - s e a
disposição das unidades residenciais.

Cota 772 – Laje de Acesso – De uso exclusivo dos alunos recebe o fluxo de pedestres da passarela e
o distribui às unidades ou ao complexo de atividades.

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Cota 766, 769, 772, 775, 778 e 781 – Distribuição das unidades residenciais de forma escalonada e
intercalando-se com espaços de uso comum, como: salas de estar, internet e cozinhas coletivas, que
buscam estimular o convívio entre alunos.

Estrutura

A concepção estrutural partiu de conciliar uma melhor relação custo/benefício no edifício residencial.
Pilares retangulares, nas medidas 0,20 X 0,80 m, tomando como base a modulação do apartamento
tipo, são localizados a cada 7,20 X 7.20 m , são embutidos na alv enaria , nas medidas de 0,80 X 0,20
m.

Entendendo o térreo como um espaço de convívio, buscou -se posicionar pilares em m enor quantidade,
ocorrendo um aumento da altura das v igas e consequentemente pé direito mais alto das unidades
residenciais.

O projeto é executado em alv enaria e lajes conv encionais, no bloco das unidades residenciais e
alv enaria conv encional e laje nerv u rada no bloco de atividades.

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Implantação com entorno

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Implantação com térreo

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Planta das Unidades Residenciais e Níveis 764 e 766

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Planta Níveis 768 e 769

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Planta Níveis 772 e 775

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Planta Nível 778

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Planta Nível 781

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Corte AA e Corte BB

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Corte CC e Fachada Leste

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Fachada Sul – Prolongamento Av. São Paulo e Perspectivas

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Praça de Acesso

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Praça Acesso/ Anfiteatro

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Praça Interna/Anfiteatro

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Espaço de Lazer

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Espaço Multiusos

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Bloco de Ativ idades/Sala de Estudo

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Conclusão:

O resultado final do trabalho proposto promov e e concilia a questão da solução de espaços de uso
residencial v oltados a alunos de graduação e pós-graduação da Univ ersidade Federal do ABC, campus
sediado na cidade de São Bernardo do Campo, considerando as questões da individualidade e da
coletividade.

São espaços de uso comum projetados para a necessidade de refúgio e is olamento inerente ao ser
humano, tanto quanto espaços de uso coletiv o adequados à prática do convívio e da troca de
conhecimentos, tão importante para a formação de indivíduos éticos e solidários.

100
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